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2º Aula Teórica Maquinas e Mecanização Florestal GNE-159 Prof. Volpato 2.0. FONTES DE POTÊNCIA NO SETOR AGROSILVOPASTORIL 2.1 Força humana O homem produz um trabalho de 7 a 10 kgm/s, variando desde 5 kgf a 1,1 m/s, com uma alavanca de mão, até 64 kgf (peso de um homem leve) a 0,15 m/s. Trabalhando de modo continuo desenvolve próximo de 0,1 cv. A associação de vários homens em um mesmo trabalho diminui bastante a eficiência de cada um (20 homens têm potencia de 1 cv e não de 2 c.v. ). A força média desenvolvida pelo homem é próxima de 10% de seu peso. 2.2. Força ou potencia animal Durante muitos séculos foram os animais os grandes auxiliares do homem nas tarefas agro-pastoris. Ainda hoje é bastante aproveitado, principalmente em regiões menos desenvolvidas, muito acidentadas, ou em propriedades de menor tamanho onde o emprego de um trator torna-se inviável economicamente. Em grandes propriedades, a tração animal também é utilizada para complementar o trabalho do trator, principalmente em serviços de cultivo (capina mecânica). Quando necessário, o emprego de animais domésticos como fonte de potência pode se dar de duas maneiras: a) Para transporte de cargas no dorso/lombo (cangalha, arreio, etc.): Para esse tipo de trabalho emprega-se geralmente os animais da família dos equídeos (eqüinos, muares e asininos). A capacidade de transporte varia com o peso vivo, segundo a espécie da seguinte forma: ESPÉCIE CAPACIDADE DE CARGA EM % DO PESO VIVO DISTÂNCIA PERCORRIDA EM km/dia Eqüinos 45 – 50 25 - 30 Muares 55 – 60 30 - 35 Asininos 60 – 65 35 - 40 b) Para desenvolver esforço tratório: acionando máquinas estacionárias e tracionando máquinas e equipamentos agrícolas. O primeiro emprego já não é mais tão comum, restringindo-se apenas ao acionamento de moendas de cana-de-açúcar e máquinas de olarias. O segundo emprego é bem mais comum de ser aplicado, se for o caso, em pequenas e médias propriedades em SPD ou mesmo na agricultura tradicional. Em geral, a capacidade de tração de um animal é dada em função do seu peso vivo. Sendo estimada em 10 a 15% deste valor. Ex: Um cavalo Bretão com 800 kg tem sua força de tração estimada entre 80 e 120 kgf. A escolha dos animais para tração muitas vezes é limitada pela disponibilidade dos mesmos na região. A capacidade de trabalho da tração animal relaciona-se com o peso vivo, a velocidade de trabalho e a espécie. Os animais mais aptos para tração usados em nosso país são os equídeos e o gado bovino, sendo comum o emprego dos bubalinos na região norte do Brasil Os equídeos podem ter sua aptidão selecionada pela sua capacidade de trabalho pelo Índice de Baron, em função do perímetro da caixa torácica e de sua altura medida até a cernelha, conforme a equação a seguir: I = C2/A, Em que: I = índice de aptidão; C= Perímetro da caixa torácica (m); A= Altura do animal na cernelha (m). A interpretação deste índice é a seguinte: Para tração se I > 2,116; Para carga no lombo se I próximo de 2,116 e Para montaria, corridas, etc. para I < 2,116. Dentro do grupo dos equídeos, os eqüinos são os mais utilizados, por ser um animal mais manso, de fácil adestramento, mais preciso e, principalmente por trabalhar a velocidades maiores ( 3,6 a 5,4 km/h). O gado bovino é o menos empregado, pois trabalha aos pares ou juntas, sendo o atrelamento mais complicado e demorado. O uso da tração animal na agricultura, quando recomendado, apresenta às seguintes vantagens: - baixo custo de aquisição e manutenção; - boa reserva de força ; - boa adaptabilidade às condições de clima e topografia; - não requer mão-de-obra altamente especializada para seu manejo; O animal também apresenta desvantagens, tais como: - exige alimentação diária, para um aproveitamento de até 5 horas úteis de trabalho por dia; - menor rendimento devido às paradas para descanso e influência de fatores diversos como clima, saúde, alimentação, etc. Os animais mais empregados nas atividades agrícolas são o boi, o cavalo, a mula e o burro. O boi, o cavalo e a mula apresentam volume de potência normal ao redor de 1 c.v. a da qual cerca de 60% pode ser utilizada nos trabalhos de campo. Dentre os animais, as mulas e burros apresentam maior resistência ao trabalho e são menos exigentes com relação aos alimentos. 2.3 Força e potencia gerada pelos ventos (eólica) Uma fonte de energia disponível e que apresenta possibilidade de ilimitada é representa pelas correntes aéreas ou ventos. Quando operadas racionalmente permitem o acionamento de determinadas máquinas a baixo custo, bom rendimento e manutenção barata. Em relação da variação na intensidade dos ventos a força gerada é aplicada quase que exclusivamente para elevação da água e para cargas de bateria. A força gerada pelos ventos, através dos moinhos eólicos, depende da constância e velocidade do vento, da altura da torre e da topologia do terreno. Basicamente o moinho de vento é constituído de : - uma torre metálica que serve de suporte à roda de pás (catavento), elevada a uma certa altura do solo - uma cauda ou timão que orienta a roda de pás - uma roda de pás que transforma o movimento do vento em movimento rotatório - um mecanismo de transmissão entre o eixo e a máquina a ser acionada As velocidades do vento mais adequadas, para funcionamento do motor eólico, estão compreendidas entre 2 e 20 m/Seg. A potência efetiva para um moinho de vento é dada pela seguinte fórmula: Potência efetiva = 0,000388 d2v3r, onde: d = diâmetro da roda de pás v = velocidade do vento em metros por segundo r = rendimento do motor eólico (entre 64% e 68%) 2.4 Força e potência elétrica (motores elétricos) As propriedades agrícolas situadas próximas às linhas de transmissão elétrica podem servir-se dessa importante fonte de energia para movimentar máquinas estacionárias. Os motores elétricos apresentam inúmeras vantagens quando comparados com outros motores como: pequeno tamanho, menor relação peso/potência, menor poluição sonora. 2.5 Força hidráulica (motores hidráulicos) Desde épocas remotas conhece-se a possibilidade de aproveitamento da água na produção de trabalho. A sua utilização depende da vazão e da altura. Normalmente a energia é aproveitada por meio de rodas d’água e turbinas. A potência teórica fornecida por uma corrente d’água é dada pela fórmula: Potência (C.V.) = 1.000 x Q x H xR , onde: 75 (constante) Q = vazão (quantidade de água que atravessa o motor hidráulico em m3/Seg.) H = altura da queda em metros R = rendimento (60 a 90%) Como a vazão das correntes d’água são dependentes do regime pluviométrico, os níveis estão em constante variação. Para corrigir este aspecto estacional são construídas represas artificiais que permitem uma utilização mais econômica dessa força motriz. 2.5.1. Rodas hidráulicas Largamente utilizadas no meio rural desenvolvem baixa potência e destinam-se principalmente a acionar moinhos, bombas hidráulicas, engenhos, etc. Dentre as rodas hidráulicas destacam-se dois tipos: roda hidráulica de caixas e roda hidráulica de palhetas. 2.5.2. Turbinas Pelton Ao contrário das rodas d’água a turbina Pelton exige grande altura de queda e geralmente são utilizadas para geração de energia elétrica. 2.6. Motores térmicos de combustão O motor térmico, como o próprio nome indica, exige calor para o seu funcionamento. Entre os motores térmicos destacam-se: - Combustão Externa É o motor a vapor geralmenteutilizado para movimentação de máquinas estacionárias , onde a existência de combustível (lenha) seja abundante e de baixo custo. - Combustão Interna Nestes motores a combustão realiza-se no interior dos cilindros, geralmente utilizando-se de subprodutos de petróleo como combustível. São intensivamente empregados para os mais diversos fins e o seu uso na agricultura permitiu um desenvolvimento sem precedentes nas atividades do setor primário. Levam vantagem sobre as máquinas a vapor pela sua versatilidade, eficiência, menor peso por cavalo vapor, funcionamento inicial rápido e possibilidade de adaptação a diferentes tipos de veículos. Conforme o tipo de combustível que utilizam distinguem-se 2 (dois) tipos fundamentais de motores: Motores de Ciclo Otto Utilizam combustível de baixa volatilidade como a gasolina, gases liquefeitos do petróleo e álcool. Para a ignição necessitam de centelha produzida pelo sistema elétrico. - Motores ciclo diesel Utiliza como combustível o óleo diesel e foi desenvolvido por Rudolph Diesel,, engenheiro alemão. A inflamação do combustível injetado sob pressão na câmara de combustão ocorre pela compressão de ar e consequente elevação de sua temperatura. São chamados de motores de ignição por compressão. 2.6.1. TRATORES AGRÍCOLAS Os tratores agrícolas são máquinas autopropelidas especialmente projetadas para fornecer potência para tracionar, empurrar, acionar e transportar máquinas e implementos agrícolas de arrasto ou montados. A palavra "trator" tem sido atribuída à várias fontes, mas segundo o dicionário Oxford foi empregada pela primeira vez na Grã-Bretanha, em 1856, como sinônimo de motor de tração. Inicialmente, as primeiras máquinas eram à vapor (combustão externa). O maior problema dessas máquinas era o seu grande peso que dificultava a sua autopropulsão. O desenvolvimento do trator a gasolina (combustão interna) foi estimulado pela necessidade de se reduzir o número de homens necessários para manejar os tratores a vapor. Logo, apareceu o motor diesel, completando essa evolução em termos de combustível. Inicialmente, estes eram grandes e pesados, próprios para a lavradura e o debulhamento. Com o passar do tempo, os tratores foram aperfeiçoados para atender a muitos outros fins. Foram feitas adaptações para aplicá-lo como cultivador motorizado, após o que, surgiu o trator de uso agrícola geral, para executar as principais tarefas agrícolas. Adicionaram-se tomada de potência (TDP) e os controles hidráulicos. As rodas, que eram inicialmente de madeira e depois de ferro, foram trocadas por rodas com pneus, que aumentam a flexibilidade dos tratores. Se compararmos tecnologicamente os tratores atuais com os antigos, é nítida a diferença e até mesmo sem sentido esta comparação, porém, conceitualmente o moderno e tecnificado trator da atualidade é muito semelhante aos tratores de outrora. Os tratores agrícolas em geral, são projetados e desenvolvidos para realizarem as mais variadas operações nas mais adversas condições de trabalho. Atualmente há uma tendência de que a indústria de equipamentos agrícolas atenda com mais técnica a uma classe de produtores agrícolas com um perfil cada vez menos “fazendeiros” e mais empresários do “agribusiness”, principalmente os que trabalham com “SPD”. Esses empresários agrícolas são muito mais exigentes em resultados, onde a versatilidade e a economia das máquinas são condições essenciais para o sucesso do investimento realizado. Neste sentido, os fabricantes tem demostrado que estão em sintonia com seus consumidores e o resultado deste sincronismo de pensamentos foi o surgimento de tratores altamente sofisticados, com altíssimo nível tecnológico, cujo objetivo principal é propiciar ao agricultor maior eficiência e qualidade de trabalho (produtividade), com custo de produção cada vez mais reduzido. Assim sendo, algumas dessas inovações tecnológicas disponíveis nos tratores vieram corroborar este novo conceito de produção, ou sejam: computador de bordo; DGPS; cabinas aclimatadas; assentos ergonometricamente projetados; sistema de transmissão hidráulica ou eletro-hidráulica, câmbio com diversas opções de marchas à frente e à ré (variação de torque e velocidade); maior reserva de torque; opção de TDP (540 e 1000 rpm); sistema hidráulico de levante dos três pontos mais confiável, preciso e robusto; pneus de alta flutuação e baixa pressão; duplo rodado ou triplo; e principalmente a motorização que evoluiu sobremaneira em termos de potência útil, resistência, durabilidade e consumo específico de combustível. Características Técnicas Básicas do Trator Um trator pode ser considerado como uma unidade móvel de potência, sendo constituído basicamente por um motor, um sistema de transmissão e elementos de direção e locomoção. Em geral a potência disponível pode ser utilizada através de: - Barra de tração. - Sistema hidráulico de levantamento por três pontos. - Tomada de potência (tomada de força). Os dados de valor prático que são obtidos em ensaios ou nos catálogos dos fabricantes de maior interesse aos produtores são: - Potência e momento de força (torque) no motor e na tomada. - Potência, força de tração e velocidade para as diversas marchas do trator. - Consumo específico e horário de combustível - Rendimento em trabalho de campo. Classificação dos Tratores Vários critérios são utilizados para se classificar os tratores como tipo de rodado, conformação do chassi, potência no motor, etc. Entretanto, a maneira mais abrangente para essa classificação é separá-los em três grandes grupos: quanto à aplicação; quanto ao sistema de rodado; e quanto a potência. Quanto à Aplicação Quanto à aplicação os tratores podem ser classificados em função do tipo de exploração a que serão utilizados como fonte de trabalho nas operações motomecanizadas, ou sejam: - Trator agrícola - Trator florestal - Trator industrial a) Trator agrícola Os tratores agrícolas são máquinas destinadas a realizar operações motomecanizadas para a implantação, manejo e cultivo de culturas agrícolas anuais e permanentes, pastagens e trabalhos de (pré)processamento, colheita, controle da vegetação, condicionamento de solo, tratos culturais e transporte. b) Trator florestal Os tratores florestais são máquinas especificamente destinadas às operações para implantação, manejo e exploração de florestas naturais e comerciais/reflorestamento, tais como abertura de covas/sulcos, tratos culturais, desbaste, corte, pré-processamento, transporte e destoca. Esse tipo de trator é muito robusto e geralmente vem equipado com ganchos e outros meios próprios para manejo e transporte de toras dentro da floresta. Comumente tem tração nas quatro rodas, suspensão independente e chassis articulado. c) Trator industrial Os tratores industriais são máquinas especialmente destinadas às operações de movimentação e transporte de materiais em atividades de escavação, carregamento, compactação, transporte, tração, estocagem e terraplenagem. Esses tratores caracterizam-se por apresentarem bitola fixa, conversor de torque, caixa de marchas especial, tração nas quatro rodas. Sua estrutura é adequada para a montagem de pás carregadoras e retro-escavadoras. d) Trator Aéreo Os tratores aéreos são maquinas especialmente utilizadas para aplicação de produtos líquidos em geral, podendo também fazer aplicação de sólidos também, como por exemplo semeadura aérea. As Aeronaves são utilizadas em operações agrícolas e florestais. Os Tratores agrícolas podem ser segundo Volpato (2000), classificados daseguinte forma: Quanto ao Sistema de Locomoção e Direção (rodado) Quanto ao sistema de locomoção e direção, os tratores podem ser classificados da seguinte forma: - Trator de esteira; - Trator de semi-esteira; - Trator de rodas. a) Trator de esteira São também conhecidos como tratores de lagartas. As esteiras podem ser de borracha ou metálicas. A esteiras metálicas podem ser de sapatas planas e de sapatas autolimpantes (usado em várzeas). A esteira é o componente que permite o deslocamento do trator, a qual é composta por um tipo de corrente formada por pinos, buchas e elos (“links”), nos quais são fixadas as sapatas dotadas de garras. Essas garras constituem uma superfície de apoio, na qual a esteira pode se firmar na superfície para impulsionar e direcionar o trator por meio de suas rodas motrizes e guias. Devido a grande área de contato da esteira com o solo, a pressão sobre este é reduzida. Em virtude disto tem um melhor desempenho do que os tratores de rodas em terrenos arenosos e úmidos. Outra vantagem dos tratores de esteiras é o seu baixo centro de gravidade proporcionado pela pequena altura de vão livre em relação a superfície do solo. Isto lhe confere uma ótima estabilidade, ainda que em terreno acidentado ou inclinado. Os tratores de esteiras são adequados a trabalhos que exigem grandes esforços, tais como: destoca, terraplenagem e tração. Estas máquinas são muito utilizadas nas tarefas de preparo inicial do solo, serviços de movimentação de terra e também muito eficiente nas etapas mais pesadas do preparo periódico do solo. b) Tratores de semi-esteira Representam um esforço no sentido de melhorar as condições de tração e sustentação dos tratores de rodas em solo extremamente úmido. Para tanto, uma pequena esteira metálica ou de borracha, removível, para trabalhos comuns é adicionada ao próprio pneu do trator. Com este tipo de trator, o agricultor com simples adaptações terá a disposição as vantagens dos dois tipos fundamentais de tratores: de rodas e de esteiras. São entretanto, pouco utilizados. c) Trator de rodas Na agricultura brasileira a motomecanização agrícola é, predominantemente, baseada na aplicação de tratores de rodas. Comercialmente, os tratores de rodas são encontrados em uma grande gama de tipos e modelos, cujas características por sua vez merecem uma classificação a parte. Assim sendo, os tratores de rodas podem ser classificados da seguinte forma: c.1) Tipo de rodas c.1.1) Rodas Metálicas: Utilizadas exclusivamente para cultivo em várzeas e tem como objetivo o aumento da sustentação do trator sobre a superfície do solo, o que também evita a compactação. c.1.2) Rodas Pneumáticas As modernas rodas pneumáticas, ou sejam, rodas com pneus, que substituem as antigas rodas metálicas apresentam notáveis vantagens em comparação com aquelas: - Ampla superfície de apoio, diminui a pressão sobre o solo sem diminuir a capacidade de tração; - Boa adaptação às irregularidades do terreno; - Boa absorção das vibrações, diminuindo fadiga do operador; - Boa aderência ao solo devido ao desenho dos pneus; Os tratores agrícolas de rodas pneumáticas podem ser encontrados nas seguintes versões: - Rodado simples: convencional e rodado duplo ou triplo: aumento de sustentação c.2) Transmissão tratória c.2.1) Trator de tração traseira (4 x 2) É também conhecido como trator standard. Apresenta tração apenas no rodado traseiro, e, portanto, os pneus do rodado dianteiro são desprovidos de garras e de diâmetros menores que os do rodado traseiro, servindo apenas para sustentação e direcionamento. c.2.2) Trator de tração traseira com tração dianteira auxiliar (4 x 2 TDA) Apresenta tração no rodado traseiro, podendo ter o auxílio da tração dianteira quando necessário. O acionamento da mesma se dá por meio mecânico ou eletro-mecânico. Neste caso, o diâmetro do rodado dianteiro ainda é menor que o traseiro, porém, provido de garras. Também são conhecidos como trator 4 x 2 auxiliar, ou seja, o sistema diferencial dianterio é “auxiliar” do diferencial traseiro (principal). c.2.3) Trator de tração traseira/dianteira simultânea (4 x 4) A tração se dá de forma simultânea e permanente nos rodados dianteiro e traseiro, sendo neste caso todos os pneus providos de garra e apresentam as mesmas dimensões nas quatro rodas. c.3) Conformação do chassi c.3.1) Chassi rígido tipo monobloco - Monobloco: caracteriza-se por apresentar o bloco do motor, a caixa de câmbio e transmissão final diretamente interligadas, formando um único bloco de sustentação, desta forma, dispensa o emprego de uma estrutura como chassi. - Longarina: caracteriza-se por ter uma estrutura tipo pórtico que é o chassi propriamente dito do trator, sendo que as demais partes (motor, câmbio e transmissão) são montadas e fixadas sobre o mesmo. No brasil, o trator que se caracterizou por apresentar esse tipo de chassi foi o CBT. - C h a s s i c.3.2) Chassi articulado Característica de tratores agrícolas de alta potência, principalmente nos tratores florestais e industriais. O movimento de inclinação do chassi varia de trator para trator, podendo chegar a 30º com facilidade ( ± 15º). Esse tipo de chassi é característica dos tratores tipo 4 X 4. Sem Chassi (Monobloco) c.4) Número de eixos c.4.1) Mono-eixo (motocultivador, trator de rabiça ou mula mecânica): São tratores de baixa potência, atingindo até cerca de 12 CV no motor. São empregados nas pequenas propriedades devido ao seu preço de aquisição relativamente baixo, onde não se justificam máquinas maiores. São bastante adequados para determinadas operações de cultivo, as quais outros tipos de tratores não conseguem realizar. Os motocultivadores ou “mulas mecânicas”, são empregadas principalmente em horticultura. c.4.2) Dois eixos (tradicional): Os tratores de rodas de dois eixos são os mais comuns. São aplicados em operações que vão desde o preparo do solo até as atividades de processamento final e transporte do produto agrícola. c.4.3) Três eixos ou mais eixos (super-tratores): Os tratores de rodas de três ou mais eixos entram na faixa dos super-tratores, sendo muito utilizados para trabalhos florestais, para áreas agrícolas muito extensas e para movimentação de terra d) Tratores Especiais São tratores projetados e construídos com características específicas e bem distintas que os distinguem dos demais, tanto pela sua forma e/ou pelo seu emprego. d.1) Trator cafeeiro e fruteiro (bitola estreita) É um tipo de trator agrícola especialmente adaptado aos trabalhos nas lavouras cafeeira e de fruticultura, cuja principal característica é a pequena distância entre as rodas do mesmo eixo (bitola estreita). O primeiro a surgir foi o cafeeiro, que foi projetado para trafegar com maior facilidade entre as ruas de plantas de cafeeiro na operação de pulverização para o combate da ferrugem do café no país, quando esta doença surgiu nas lavouras cafeeiras do Brasil. É um trator utilitário, 4 x 2, mais estreito e leve. O trator fruteiro possuem as mesmas características do trator cafeeiro. d.2) Trampos É um tipo especial de trator cuja característica marcante é o fato do mesmo apresentar um “pórtico” de altura de vão livre bastante elevado para tratores (800 a 2500 mm). Esses tratores são empregados em operações especiais de manejo e tratos culturais, principalmente na aplicação de defensivos fitossanitários sobre a copa da plantas da cultura.d.3) Sistematização de solos de várzea É um tipo especial de trator destinado a trabalhar na sistematização de solos de várzea, cuja sua principal característica é a sua alta capacidade de sustentação em solos extremamentes encharcados. d.4) Trator triciclo Adapta se especialmente aos trabalhos de cultivo e pulverização. Possui uma ou duas rodas dianteiras muito próximas uma da outra. É um trator fácil de manobrar nos carreadores, com grande vão livre sobre o solo e muito boa visibilidade que facilita sobremaneira o seu manejo no cultivo em linhas. d.5. Tração veicular ( rodado veicular) É um tipo de trator especialmente destinado a operações de tração de aeronaves e transbordo em aeroportos, portos marítimos e outras operações especiais. d.6. UPF ( Field Power Unit) Esse tipo de máquina agrícola é bastante incomum. Foi desenvolvido nos USA e em Israel para operações agrícolas múltiplas, ou seja, seu chassi é um porta ferramentas de grande largura operacional (atinge cerca de 12 metros de bitola), o qual tem a finalidade de diminuir o “pisoteio” pelas rodas, evitando assim a compactação do solo. Sua aplicação é indicada para grandes áreas com sistema de controle de tráfego, ou seja, compactação localizada. d.7. Colhedoras E. Quanto a Potência Nominal do Motor: Esta classificação para os tratores é sem duvida a de valor mais significativo e prático para o produtor agrícola, pois é com base nela que geralmente se toma a decisão no momento de adquirir um trator específico para suas necessidades. Assim sendo, os tratores podem ser assim classificados quanto a potência: CLASSE CV HP KW MICRO < 30 29,589 22,065 PEQUENO 30 - 50 29,589 - 49,315 22,065 - 36,775 LEVE 51 - 80 50,301 - 78,904 37,510 - 58,840 MÉDIO 81 -115 79,890 -113,42 59,575 - 84,582 GRANDE 116 - 180 114,41 - 177,53 85,318 - 132,39 SUPER > 180 > 177,534 > 132,39 Agrale 4100 (18 cv) Yanmar BTD33T (40 cv) Ford 5610 (63 cv) MF 292/4 Turbo (97 cv) John Deere 7500 (140 cv) Case IH 8920 (190 cv) Atualmente são produzidos no Brasil ou mesmo importados uma gama de marcas e modelos de tratores que atendem à todas as necessidades agrícolas do produtor rural em termos de potência. As unidades de potência mais utilizadas são: CV - Cavalo Vapor (Brasil); HP - Horse Power (EUA); W - Watt (Sistema internacional de unidades). Com a finalidade de unificar a unidade de potência dos motores, atualmente esta sendo empregada a unidade kW (quilowatts). Para um melhor entendimento do que significa unidade de potência, tem-se que 1 (um) cv é a potencia necessária para elevar um peso de 75 kgf à altura de 1 (um) metro de altura no tempo de 1 (um) segundo. 1 CV = 0,9863 HP = 0,7355 kW 1 HP = 1,0140 CV = 0,7457 kW 1,3600 CV = 1,3410 kW CARACTERÍSTICAS DE EFICIÊNCIA E PRODUTIVIDADE DO TRATOR Independente de ser utilizado em “SPDP” ou não, mas principalmente se for o caso do plantio direto, cujas exigências de tração das semeadoras são maiores, o trator ao ser adquirido deve sofrer uma avaliação de alguns conceitos considerados fundamentais pelo usuário, para obtenção de melhores resultados em eficiência e qualidade, tais como: -a) Relação peso-potência O equipamento (trator) proporciona um melhor resultado em produtividade para a relação de 45 a 50 quilos de peso do trator para cada “cv” do motor (45 a 50 kg/cv); b) Distribuição de peso por eixo Resulta na melhor conversão da potência do motor em capacidade de tração dos equipamentos, através da transferência de peso. Aproximadamente 60% do peso devem estar no eixo traseiro e 40% no eixo dianteiro. c) Plataforma do operador e controles operacionais São projetados para garantir maior conforto ao operador, o que irá resultar em maior rendimento das operações e conseqüente aumento na produtividade. d) Sistema hidráulico Precisa ser confiável e de grande precisão, pois a semeadura exige comandos exatos para evitar desperdícios e assegurar altos níveis de produtividade. e) Rendimento energético do motor Tratores que apresentem alto rendimento operacional com baixo consumo de combustível por área trabalhada. Tratores Utilizados nas Operações Florestais Trator Florestal (TF) Os tratores florestais são máquinas especificamente destinadas às operações para implantação, manejo e exploração de florestas naturais e comerciais/reflorestamento, tais como abertura de covas/sulcos, tratos culturais, desbaste, corte, pré-processamento, transporte, carregamento\descarregamento e destoca. Esse tipo de trator é muito robusto e geralmente vem equipado com braços ou garras hidráulicas, ganchos ou guinchos e outros meios próprios para manejo e transporte de toras dentro da floresta. Comumente tem tração nas quatro rodas (4X4), suspensão independente e chassis articulado. Trator Agrícola (TA) Os tratores agrícolas são máquinas destinadas a realizar operações motomecanizadas para a implantação, manejo e cultivo de culturas agrícolas anuais e permanentes, pastagens e trabalhos de (pré) processamento, colheita, controle da vegetação, condicionamento de solo, tratos culturais e transporte. O que caracteriza um trator agrícola é a presença obrigatória dos seguintes itens: - Bitola ajustável; - Barra de tração; - Tomada de potência; - Sistema hidráulico dos três pontos. Os tratores agrícolas são muito utilizados em atividades florestais, principalmente nas de implantação e manutenção florestal. Trator Agrícola Adaptado ao Uso Florestal (TAF) São tratores agrícolas (TA) comuns com alguma adaptação de equipamento para as atividades florestais, como por exemplo um guincho-arrastador, uma grua carregadora, uma grua mais uma carreta etc.
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