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ORDENAMENTO JURÍDICO

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ORDENAMENTO JURÍDICO
“É o sistema de normas jurídicas compreendendo as fontes de direito e todos os seus conteúdos e projeções: é, pois, o sistema das normas em sua concreta realização, abrangendo tanto as regras explícitas como as elaboradas para suprir as lacunas do sistema, bem como as que cobrem os claros deixados ao poder discricionário dos indivíduos (normas negociais)”- REALE
RESUMINDO...
É o conjunto de normas que constituem o conteúdo das quatro fontes do direito que diretamente se subsumem ao poder estatal, quer em razão de atos originários estatais (fontes legislativa e jurisdicional), quer derivadamente em virtude de atos, cuja autonomia é reconhecida com validade jurídica própria (fontes costumeira e negocial).
PLENITUDE:
O Ordenamento encerra em si, a possibilidade de solução para todas as questões que surgirem na vida de relaç̧ão social, suprindo as lacunas deixadas pelas fontes do direito. Por esta razão, o Ordenamento jurídico não se restringe somente à lei.
ESTRUTURA
Teoria da concepção lógico-normativa de Kelsen:
A pirâmide normativa -Segundo seus adeptos, a realidade jurídica é concebida como um sistema escalonado de normas, desde as legais até as judiciais e negociais. A essa luz, o ordenamento jurídico obedece a uma ordem logica e coerente, pois as normas subordinam-se umas às outras, gradativamente, como a estrutura de uma pirâmide. Na sua base estão as normas de menor incidência, como as “individualizadas” e as “particulares”, seguindo em ordem de subordinação crescente, as “genéricas” até atingir no seu ápice o plano normativo supremo, que é o constitucional.
A validade de todo o ordenamento jurídico, segundo Kelsen, depende do disposto na Constituição vigente, não cabendo ao jurista indagar das causas sociais ou políticas que dão origem a determinado ordenamento jurídico. Este obriga pelo simples fato de ter vigência e eficácia suficiente para assegurar a sua aplicação.
Segundo Reale: os positivistas criaram a teoria da norma fundamental para não terem que fundamentar a validade da ordem jurídica nem no direito natural (porque seria abandonar a esfera do positivismo jurídico e adotar um critério metafísico) nem num fato psicológico, sociológico, econômico etc. (porque o dever ser não se infere do ser, um valor não se obtém da realidade).
 
 
 
 Teoria histórico-cultural ou tridimensional de Miguel Reale
Segundo ela, “o ordenamento jurídico é, sem dúvida, normativo, mas não é apenas um conjunto gradativo de normas e muito menos um sistema de proposições lógicas. As normas representam o momento culminante de um processo que é, essencialmente, inseparável dos fatos que estão em sua origem e dos valores ou fins que constituem a sua razão de ser.”
Validade: Quanto à questão da validade, mesmo não se aceitando a experiência jurídica como um sistema gradativo de normas, não se pode negar, como ressalta Reale, que “todos os modelos jurídicos só podem valer, isto é, ter vigência e eficácia no âmbito de validade traçado ou consentido pelas normas constitucionais que distribuem originariamente as esferas de competência”
O ordenamento jurídico é visto enquanto expressão de uma experiência social e histórica e ele impõe-se a todos os membros da comunidade, “por ser o quadro axiológico necessário à convivência social”.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
NORMA – elemento nuclear do Ordenamento. É a diretriz prescritiva de conduta.
MODELO JURÍDICO – Pluralidade de normas articuladas entre si, compondo um todo irredutível às suas partes.
INSTITUTO JURÍDICO – Núcleo de normas de uma mesma natureza que se articulam em modelos. Ex. penhor, hipoteca, etc.
INSTITUIÇÃO JURÍDICA – Normas de uma mesma natureza mas que não oferecem apenas uma configuração jurídica, mas também de natureza ética, econômica... ex: família, propriedade privada, sindicato, etc.

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