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Norma Jurídica como Espécie de Norma Ética

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Norma Jurídica como Espécie de Norma Ética; Direito e Religião; Direito e Moral; Direito e Regras de Trato Social; Direito e Normas Técnicas.
 Normas éticas – especificam comportamentos humanos permitidos, proibidos e obrigatórios, limitando as possibilidades de transformação ou de existência dos fatos àquelas que permitam a concretização dos valores sociais. (normas jurídicas, religiosas, morais e de trato social)
CARACTERÍSTICAS 
Imperatividade: toda norma ética indica uma direção considerada “normal” que deve ser seguida pela sociedade possibilitando a concretização dos valores. as normas éticas sejam imperativas, pois derivam de uma relação de autoridade e limitam a ação do ser humano.
No campo ético, porém, a indicação de um comportamento desejável não é uma garantia de que ele se verificará na prática. ( mundo do ser e do dever ser)
Violabilidade: a possibilidade de o comando não ser respeitado, sendo, assim, violado. Toda norma ética considera sempre presente essa possibilidade de não ser cumprida, pois é dirigida a seres humanos, que podem escolher um comportamento diferente daquele estipulado.
 Ao ser violada a norma ética, ao violador se aplica uma sanção.
Contrafaticidade: toda norma ética pode enfrentar uma oposição dos fatos, ou ser desmentida pela realidade. Uma norma ética jurídica pode não corresponder ao comportamento da maioria da população, que a descumpre impunemente.
Neste caso, podemos dizer que a norma ética não serve pra nada?
Nestes casos deve-se procurar modificar a realidade e não a norma.
DIREITO E RELIGIÃO
“A sociedade sem o direito não resistiria, seria anárquica, teria o seu fim. O Direito é a grande coluna que sustenta a sociedade. Criado pelo homem, para corrigir a sua imperfeição, o Direito representa um grande esforço para adaptar o mundo exterior às suas necessidades de vida.” ( Paulo Nader)
Direito e religião convergem, pois durante muito tempo nos foi impossível separar o direito da religião, visto que esta aparece na história do homem como primeira norma reguladora das condutas.
DIREITO E MORAL
Direito é bilateral – moral é unilateral
Direito é exterior, se preocupa com as ações. Moral é interior, se preocupa com as intenções.
Direito é dotado de coercibilidade, a moral não.
O Direito elege valores de convivência, a moral visa o aperfeiçoamento humano.
A moral se subdivide em moral natural e moral positiva. 
MORAL NATURAL consiste na idem de BEM extraída da própria natureza, permanente em todo o gênero humano. 
MORAL POSITIVA se divide em autônoma (bem particular de cada consciência), ética superior dos sistemas religiosos (noções fundamentais sobre o BEM, dos vários cultos, de caráter heterônomo) e a moral social (conjunto predominante de princípios e de critérios que, em cada sociedade e em cada época, orienta os indivíduos).
TEORIAS
TEORIA DOS CÍRCULOS CONCÊNTRICOS
 Para Jeremy Bentham ( 1748-1832), os círculos que resumem o Direito e a moral são CONCÊNTRICOS, pois o campo da moral seria mais amplo, e o Direito se subordina à moral.
TEORIA DO MÍNIMO ÉTICO
A tese de Jellinek (filósofo alemão e juiz - 1851-1911) é de que o Direito representa o mínimo de preceitos morais necessários ao bem-estar da coletividade. 
Para Claude du Pasquier os círculos são secantes, já que o Direito e a moral teriam uma faixa de competência comum, e faixas particulares.
Para Hans Kelsen, o Direito e a moral são absolutamente independentes. (teoria pura do direito).
Direito e regras de trato social
O direito se distingue das regras de trato social, ou seja, de padrões de conduta social que visam tornar o ambiente social mais ameno, sob pressão da própria sociedade.
 São as regras de cortesia, etiqueta, protocolo, cerimonial, moda, linguagem, educação, decoro, companheirismo, amizade etc.
CARACTERÍSTICA DAS REGRAS DE TRATO SOCIAL
Aspecto social. Como a própria denominação induz, as regras possuem um significado social. Constituem sempre maneira de se apresentar perante o outro. O indivíduo isolado não se subordina a esses preceitos. Ninguém é cortês consigo próprio. Se a sua finalidade é o aperfeiçoamento do convívio social, é natural que essas regras atinjam apenas a dimensão social dos homens. 
Exterioridade. Via de regra essas normas visam apenas à superficialidade, às aparências, ao exterior. Assim, por exemplo, são as normas de etiqueta, cerimonial, cortesia. Quando se deseja bom dia a alguém, cumpre-se um dever social, que não requer intencionalidade. O querer do indivíduo não é necessário. Há algumas normas, todavia, como as de amizade e companheirismo, em que se exige além das aparências. Um gesto de consideração não espontâneo, desprovido de vontade própria, não possui significado nas relações de amizade.
Unilateralidade: A cada regra correspondem deveres e nenhuma exigibilidade. As relações sociais, fundadas nessas regras, não apresentam um titular capacitado a reclamar o cumprimento de uma obrigação. As Regras de Trato Social são unilaterais porque possuem estrutura imperativa: impõem deveres e não atribuem poderes de exigir. 
Heteronomia: Os procedimentos, os padrões de conduta, não nascem na consciência de cada indivíduo. A sociedade cria essas regras de forma espontânea, natural e, por considerá-las úteis ao bem-estar, passa a impor o seu cumprimento. O caráter heterônomo dessas regras decorre do fato de que obrigam os indivíduos independentemente de suas vontades. A cada um compete apenas a adaptação de atitudes em conformidade com os preceitos instituídos.
Incoercibilidade. Por serem unilaterais e não sofrerem a intervenção do Estado, essas regras não são impostas coercitivamente. O mecanismo de constrangimento não é dotado do elemento força, para induzir à obediência. A partir do momento em que o Estado assume o controle de alguns desses preceitos, estes perdem o caráter de Trato Social e se transmutam em Direito. Quando a lei estabelece a indumentária dos militares, as normas que definem os uniformes e o seu uso não são Regras de Trato Social, mas se acham incorporadas ao mundo do Direito. 
Sanção difusa. A sanção que as Regras de Trato Social oferecem é difusa, incerta e consiste na reprovação, na censura, crítica, rompimento de relações sociais e até expulsão do grupo. O indivíduo que nega uma ajuda a seu amigo, por exemplo, viola os preceitos de companheirismo. A sanção será a reprovação, o enfraquecimento da amizade ou até mesmo o seu rompimento. A apresentação em sociedade com traje inadequado provoca naturalmente a crítica. O constrangimento que as regras impõem é, muitas vezes, mais poderoso do que a própria coação do Direito. 
Isonomia por classes e níveis de cultura. As obrigações que as Regras de Trato Social irradiam não se destinam, de igual modo, aos membros da sociedade. O seu caráter impositivo varia em função da classe social e nível de cultura. Assim, não se espera de um simples trabalhador o trajar elegante de acordo com a moda. Um juiz, porém, que se apresente socialmente com as vestes de um andarilho provoca estranheza e reprovação. De um matuto do interior admite-se o linguajar incorreto, mas de indivíduo com escolaridade, a pronúncia errônea ou a concordância incorreta conduz à crítica.
DIREITO E NORMAS TÉCNICAS
Normas técnicas indicam a maneira de agir para conseguir um resultado desejado. Sua violação entretanto só traz como sanção o não alcance do resultado. Sua observância é facultativa.
Obs. : Nada impede que uma norma jurídica tenha como conteúdo uma norma técnica, como as que regulam o uso de energia nuclear.

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