Buscar

ECO-APOST 02

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

KROTON EDUCACIONAL
IUNI EDUCACIONAL – UNIME SALVADOR
CURSOS: SUP. TEC. DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS E DE LOGÍSTICA
DISCIPLINA: ECONOMIA
APOSTILA NO 02
SALVADOR/BAHIA
Agosto/2014
S U M Á R I O
	
TEORIA MICROECONÔMICA BÁSICA
2 – MERCADO, PROCURA, OFERTA
 
 2.1 – Mercado 
 2.2 – Procura 
 2.3 – Oferta
 2.4 – Elasticidade
 2.5 – Equilíbrio de mercado
 2.6 – Preço máximo e preço mínimo
 2.7 – Estruturas de mercado
 2.8 – Virtudes e imperfeições do mercado 
2 - MERCADO, PROCURA, OFERTA 
“Os mercados podem ser, efetivamente, instrumentos de organização da economia. Embora as diferentes estruturas de mercado não sejam igualmente eficientes do ponto de vista social, outros mecanismos de organização da economia não produziram resultados equivalentes aos que as modernas economias conseguiram através do mercado. Mercados transparentes e atomizados, em que os preços são parâmetros de informações e decisões, podem gerar eficiência econômica em escala ótima e maximização do bem-estar social. E, mesmo por mercados menos perfeitos, podem transitar resultados de interesse social, como economias de escala e progresso técnico”.
 (Clem Tisdell)
2.1 – Mercado
 
Embora vários conceitos de mercado sejam possíveis, o que enfatiza seus atributos econômicos fundamenta-se nas tensões decorrentes de duas forças, em princípio antagônicas - as da procura e as da oferta. Os fatores que as determinam e suas configurações definem antagonismos e conflitos de interesse, que, no entanto, tendem para soluções, à medida que se estabelecem as relações de troca que equilibram os interesses envolvidos. Em mercados de escambo, sem intervenção monetária, essas relações são definidas por quantidades de troca equivalentes; em mercados monetizados, por preços e remunerações. Nos dois casos, as negociações que se estabelecem entre os agentes envolvidos tendem sempre para uma posição de equilíbrio. Preços de equilíbrio são, desta forma, resultados de tensões e conflitos solucionados através do entrechoque das forças da oferta e da procura, que se manifestam e se movimentam em diferentes tipos de mercados.
As conformações básicas da procura e da oferta, expressas por escalas ou curvas são, em princípio, opostas. Os fatores que as determinam, embora não necessariamente conflituosos em todos os aspectos, são de naturezas diferentes. Cada um desses fatores e motivos se expressa nos mercados, em que as forças dos que exercem a oferta e a procura podem ou não ser equivalentes.
A equivalência de forças é obviamente maior nos mercados em que a concorrência entre os agentes envolvidos é descrita como “perfeita”. Onde prevalecem “imperfeições”, as forças em choque geralmente não se equivalem. Outras características também podem desequilibrar o livre jogo das forças da oferta e da procura. Em conseqüência, não são iguais, em diferentes estruturas da concorrência, os resultados obtidos pelos agentes econômicos envolvidos. Os resultados sociais também diferem de uma estrutura para outra.
Primitivamente, a palavra mercado dizia respeito a um lugar determinado onde os agentes econômicos realizavam suas transações. Por tradição histórica, este conceito chegou até os dias atuais. O mercado permanece como um lugar definido, especialmente edificado, para o encontro de produtores e consumidores.
Todavia, o conceito de mercado, em sua acepção econômica mais ampla, está bem distante dessa tradição. Mercado, agora, é uma abstração. Já não existe a conotação geográfica. Mercado define-se pela existência de forças aparentemente antagônicas: as da procura e as da oferta. Quando ambas ocorrem simultaneamente, definem um mercado. Quando recursos humanos, financeiros e de capital são ofertados e procurados, pode-se dizer que há um mercado de recursos. Ou, mais particularmente, mercado de trabalho, mercado financeiro, mercado de capitais. Todos são abstrações, que dizem respeito à oferta e à procura de recursos correspondentes.
 
Os mercados tendem a ser moldados pelos desejos dos consumidores. Assim, as empresas tendem a recorrer a certas estratégias de conduta, tais como:
Diferenciação do produto – pode ser física ou subjetiva, visando à segmentação do mercado. No caso do turismo, por exemplo, podemos citar operadoras que fazem “turismo jovem”, “turismo da terceira idade”, “turismo rural” ou “ecoturismo”. Trata-se de estratégias adotadas pelas empresas para buscar certo tipo de monopólio (o segmento) dentro de um mercado altamente competitivo. 
Discriminação de preços – trata-se de estabelecer preços diferenciados para categorias de produtos distintos. Uma companhia aérea pode, por exemplo, conceder descontos para horários com menor taxa de ocupação, para jovens, para participantes de determinado evento, etc.
Verticalização – as empresas podem expandir seus negócios montando outras empresas da cadeia de produção. Um hotel pode montar um conjunto de lojas de souvenirs (verticalização “para frente”) ou uma empresa fornecedora de alimentação (verticalização “para trás”). Em resumo, uma empresa passa a ser fornecedora da outra.
Horizontalização – uma empresa que opera em uma determinada atividade pode diversificar seus negócios abrindo outras empresas que não necessariamente tenham relação com a atividade básica. Uma empresa hoteleira pode comprar uma transportadora e vice-versa. O objetivo pode ser o de compensar eventuais quedas de receita com os acréscimos que o novo empreendimento pode trazer e absorver a margem de lucro de outra empresa.
Guerra de preços – as empresas podem envolver-se em “guerras de preços” na disputa por “fatias” de mercado. É claro que a adoção desta estratégia exige que a empresa tenha condições de sustentar a disputa.
Cartelização – as empresas que trabalham num mesmo ramo (um mesmo produto) podem estabelecer acordos sobre os seus preços, sua atuação no mercado, eliminando os esforços da concorrência.
Fusões – é uma estratégia através da qual empresas se unem, passando a ser uma só, com o objetivo de se fortalecer no mercado e, com isso, aumentar suas margens de lucro. As fusões podem possibilitar redução de custos.
Parcerias – as empresas fazem também acordos comerciais, com vários objetivos: troca de tecnologia, complementação de atuação no mercado, troca de serviços, ficando cada uma responsável pela produção daquilo em que é mais eficiente.
 
Atuando em mercados globalizados e cada vez mais competitivos, as empresas necessitam também atentar para indicadores de desempenho. Dentre esses podemos destacar: 
Receita – o volume de receita de uma empresa é um dos mais importantes indicadores de desempenho. O objetivo é determinar o nível de receita a partir do qual os custos estarão cobertos.
Custos – a geração de receita implica incorrer em custos. Conhecer e controlar a estrutura desses custos é de fundamental importância para os resultados da empresa.
Lucro – os investimentos são movidos pela expectativa de lucro futuro. Portanto, não basta conhecer e analisar o lucro presente, mas também as projeções de lucro da empresa.
Indicadores de eficiência – para retratar seu desempenho econômico periódico (diário, semanal, mensal, etc.), as empresas recorrem a diversos indicadores de eficiência. Hotéis e companhias aéreas, por exemplo, utilizam a taxa de ocupação de seus lugares. Esses indicadores servem de base para um conceito importantíssimo: o de produtividade.
Indicadores de qualidade – durante muito tempo qualidade significou o conjunto de atributos técnicos e características físicas do produto. Hoje, qualidade significa satisfação do cliente. Antes as empresas produziam e investiam em marketing para vender seus produtos. Agora, o marketing busca nos consumidores a definição do produto. 
Investimentos – o volume de investimentos revela o plano estratégico da empresa.
Balançosocial – algumas empresas, além de gerar empregos, fazem transferências, ou seja, doações, auxílios que levam a benefícios sociais. Modernamente, algumas empresas, além do balanço contábil, fazem uma avaliação do seu desempenho social.
Balanço verde – o balanço verde é uma forma de avaliar o desempenho da empresa na preservação e até na melhoria das condições e da qualidade de vida.
 
O modelo “estrutura-conduta-desempenho” é, em resumo, uma forma de análise da competitividade das empresas que disputam o mercado.
2.2 – Procura: conformação, elasticidade, deslocamentos 
Na definição de procura, consideram-se duas variáveis: preços e quantidades procuradas. 
A definição usual de procura é a seguinte:
A procura de determinado produto é determinada pelas várias quantidades que os consumidores estão dispostos e aptos a adquirir, em função de vários níveis possíveis de preços, em dado período de tempo.
 
Esta definição implica que a procura é dada por uma série de possibilidades alternativas, correlacionando as duas variáveis consideradas. Em função do comportamento dos consumidores, estas duas variáveis correlacionam-se inversamente. Embora as reações de cada consumidor aos preços sejam diferentes, definindo-se a partir de padrões de comportamento, de necessidades, de reações e de sensibilidades econômicas também diferentes, a totalização de todos os comportamentos, pela lei dos grandes números, resultará, sob condições normais, em correlação inversa típica - quanto mais baixos os preços, maiores as quantidades procuradas totalizadas.
A partir dessa reação típica, afirmamos que as quantidades procuradas (QP) dependem inversamente dos preços (P), estabelecendo-se, desta forma, uma relação de dependência entre essas variáveis, da seguinte forma: QP = f (P). O Gráfico 1, adiante, mostra uma curva típica de procura. Nele pode-se notar a relação inversa entre preços e quantidades procuradas. Consoante com o princípio definido, a curva da procura será descendente: quanto mais altos os preços, menores as quantidades procuradas correspondentes. 
A reação típica dos consumidores aos preços pode ser explicada por três razões:
Os preços constituem uma espécie de obstáculo para os consumidores. Quanto mais altos, menor será o número de consumidores dispostos e aptos; quando mais baixos, constituirão obstáculo menor, que poderá ser transposto por um número maior de consumidores, aumentando conseqüentemente as quantidades procuradas totalizadas.
Efeito substituição. Quando o preço de determinado produto aumenta, permanecendo invariáveis os preços de seus sucedâneos, os consumidores tendem a substituí-lo, reduzindo-se as quantidades procuradas. A possibilidade de deslocamento do potencial de procura para produtos substitutivos atua no sentido de reduzir o nível das quantidades procuradas de produtos substituídos, como reação a preços aumentados.
Utilidade marginal. Quanto maiores forem as quantidades disponíveis de um produto qualquer, menores serão os graus de utilidade de cada unidade adicional desse produto. Quando se tem apenas uma unidade de um produto qualquer, é alto o grau de utilidade a ela atribuído; mas, à medida que mais unidades estejam disponíveis, a utilidade de cada unidade marginal é decrescente. 
Gráfico 1
Curva típica de procura: quantidades procuradas e preços correlacionam-se inversamente. 
 
 
Deslocamentos da curva da procura
Conforme definição anterior, a procura de um determinado produto é dada por uma série de possibilidades alternativas, que correlacionam inversamente preços e quantidades procuradas. As quantidades reagem aos preços.
Assim, conceitualmente, há uma diferença essencial entre quantidades procuradas (demanda individual) e procura (demanda de mercado). As quantidades procuradas definem um ponto da curva de procura, correlacionando-se sempre a um determinado preço. As quantidades procuradas se alteram em função de alterações nos preços, diferindo de produto para produto o coeficiente dessas variações. Já a procura não se define por um determinado ponto, mas pela sucessão de todos os pontos coordenados, que correlacionam preços a quantidades procuradas. A procura é expressa, assim, pela função como um todo. E ela pode deslocar-se, de ponta a ponta, para a direita ou para a esquerda, indicando, respectivamente, aumentos ou reduções, não de quantidades procuradas, mas da procura expressa por determinada função.
Em resumo, os preços são a variável de que dependem as quantidades procuradas. Já a função procura depende de outros fatores. Os de maior importância são:
Renda. O poder aquisitivo da sociedade, determinado pelo nível da renda per capita e pela estrutura de sua distribuição às diferentes classes sociais, é um dos mais importantes fatores determinantes da procura, embora as variações da procura em resposta a variações de renda não sejam iguais para todos os produtos. Assim, deslocamentos na renda dos consumidores podem provocar deslocamentos na curva de procura. Na medida em que disponham de mais ou de menos renda, os consumidores poderão estar mais ou menos dispostos a consumir. Isso implica a classificação dos bens em três categorias: os bens normais (aqueles cujo consumo aumenta à medida que a renda do consumidor se eleva) e bens inferiores (aqueles cuja demanda diminui quando o nível de renda do consumidor aumenta e aumenta quando o consumidor dispõe de menos renda).
Atitudes e preferências. Os gostos dos consumidores, suas atitudes e preferências também deslocam a função procura para mais ou para menos. A procura por boa parte dos produtos é fortemente influenciada por fatores ligados a crenças, valores e comportamentos modais. Tanto podem ocorrer atitudes de alta resistência a mudanças nos padrões de procura por um dado produto, como altamente influenciáveis por campanhas promocionais. Impulsos, estímulos, influências, mudanças em percepções podem levar a alterações substantivas no posicionamento de curvas de procura. Novas tendências levam a novas preferências. Com o passar do tempo, as atitudes e os gostos se modificam. A procura por determinados produtos pode até desaparecer.
Preços dos bens substitutos. A procura de um determinado produto pode ser afetada por variações nos preços de produtos substitutos. 
 
Preços dos bens complementares. A procura por combustíveis automotivos, por exemplo, pode ser influenciada pelos preços dos veículos. Uma redução nos custos dos financiamentos habitacionais de longo prazo pode levar a uma expansão da procura por unidades habitacionais, deslocando-se também em direção positiva a procura por móveis e utensílios domésticos.
Expectativas. Notadamente quando se trata de produtos essenciais, a procura de determinados produtos pode ser influenciada por expectativas quanto à normalidade de seu suprimento. Isto ocorre, por exemplo, com a procura de determinados produtos de alimentação quando se prenunciam crises de abastecimento. Movimentos também podem ser provocados por expectativas de outra natureza, como as relacionadas com preços, renda futura, condições climáticas, mudanças políticas e alterações no comportamento social.
Número de consumidores. Mudanças significativas no número de consumidores potenciais é fator relevante para o posicionamento da procura de um grande número de produtos. O número de consumidores potenciais, em praticamente todos os mercados, determina a magnitude da procura, embora esse fator deva ser complementado por outros, como, por exemplo, níveis e estrutura de distribuição da renda social.
Tributação. Os impostos, taxas, contribuições ou subsídios, pesam sobre o bem ou serviço, posto que diminuem a renda do consumidor, de forma direta, quando a taxa recai sobre a renda, ou indireta, quando recai sobre os preços dos produtos, elevando seus preços.
2.3 – Oferta: conformação, elasticidade, deslocamentos
Os conceitos relacionados à oferta são similares aos da procura.Também neste caso, as variáveis são: preços e quantidades ofertadas. A definição de oferta é, então:
A oferta de determinado produto é determinada pelas várias quantidades que os produtores estão dispostos e aptos a oferecer no mercado, em função de vários níveis possíveis de preços, em dado período de tempo.
Como no caso da procura, a oferta é dada por uma série de possibilidades alternativas, correlacionando as duas variáveis consideradas. O comportamento típico dos produtores é o de aumentarem as quantidades ofertadas, caso os preços aumentem, reduzindo-as em caso de reduções de preços incompatíveis com os custos de produção. Para quem realiza a oferta, preços mais altos não são obstáculos. Constituem estímulos.
Considerando essa reação típica, dizemos que as quantidades ofertadas dependem diretamente dos preços. Assim, a expressão QO = f (P) exprime a relação de dependência entre as variáveis consideradas. 
O Gráfico 2 reproduz uma curva típica de oferta.
Gráfico 2
Curva típica de oferta: quantidades ofertadas e preços correlacionam-se diretamente. 
 
 
	
De modo similar ao que ocorre com a função procura, há assim, uma diferença conceitual entre quantidades ofertadas (oferta individual) e oferta (oferta de mercado). As quantidades ofertadas resumem-se a um dado ponto da curva de oferta, correlacionando-se sempre a um determinado preço. Elas se alteram para mais ou para menos, sob diferentes coeficientes, em função das variações dos preços e das possibilidades de flexibilização da produção. Já a oferta não se limita a um determinado ponto: ela é dada pela sucessão de todos os pontos coordenados de uma dada escala, de ponta a ponta.
Deslocamentos das curvas de oferta
As curvas de oferta se deslocam para mais ou para menos em função de, pelo menos, cinco fatores determinantes. Esses fatores são os seguintes:
Capacidade instalada. A capacidade instalada das empresas aptas a produzir é um dos mais importantes fatores determinantes da oferta de qualquer produto. Quando novas empresas se instalam ou quando as já estabelecidas aumentam suas capacidades de produção, a oferta pode expandir-se, deslocando-se para mais as potencialidades das unidades produtivas, para todos os níveis de preços possíveis. 
Condições de oferta dos fatores de produção. Na definição da capacidade de oferta de um produto qualquer, os investimentos em plantas produtivas complementam-se pela condição de oferta dos fatores de produção. A oferta dos fatores é uma das forças determinantes de seus níveis de remuneração. Mantidas inalteradas todas as demais condições que prevalecem no mercado de fatores, se ocorrerem modificações na oferta de qualquer um deles, os padrões de remuneração poderão alterar-se, para mais ou para menos, transferindo-se desta forma para os custos de processamento. Sob novos padrões de custos, a disposição dos produtores para cada nível de preço resultará alterada, deslocando-se conseqüentemente a oferta para mais e para menos.
Preços dos insumos. De igual modo, os movimentos que se observarem no mercado e nos preços dos insumos (bens e serviços intermediários empregados na produção de bens finais) redefinem padrões de sensibilidade dos produtores. 
Tecnologia. Mudanças tecnológicas modificam padrões de produtividade e de produção e geralmente podem transferir-se para as curvas de oferta. Novas tecnologias geralmente atuam no sentido de alterar a oferta para mais, independentemente dos preços de mercado dos produtos resultantes. Em todos os campos, a tecnologia tem alterado padrões de produtividade e tem feito avançar as curvas de oferta.
Expectativas. As expectativas dos produtores quanto à evolução da procura transmitem-se para a capacidade de oferta, o mesmo ocorrendo com suas expectativas quanto ao comportamento futuro dos preços de seus produtos. É essa dinâmica, resultante de expectativas, que dá movimento aos mercados, definindo padrões de comportamento e reproduzindo-se em preços de produtos e remuneração de fatores.
2.4 – Elasticidade
Conforme já foi mostrado, demanda e oferta relacionam preços e quantidades. 
Em termos de teoria econômica, elasticidade significa sensibilidade. Assim, quando falamos de elasticidade da demanda ou da oferta, queremos nos referir à sensibilidade das quantidades demandadas ou ofertadas em função de eventuais modificações dos preços. Ou ainda, como as quantidades reagirão em virtude de alterações dos preços.
Desta forma, vamos a elasticidade-preço e a elasticidade renda da demanda e a elasticidade preço da oferta. 
Elasticidade-preço da procura
As três principais razões da conformação típica da curva da procura evidenciam, sob diferentes ângulos teóricos, que as quantidades procuradas são sensíveis aos preços. Todavia, nada autoriza a supor que os graus de sensibilidade preços-quantidades são iguais para todos os produtos. Na realidade, cada produto, ou pelo menos cada família de produtos, tem uma curva de procura que lhe é própria, diferente da de outros. Para determinados produtos, uma pequena alteração no preço pode provocar alterações bastante acentuadas nas quantidades procuradas. Para outros, pode ocorrer exatamente o contrário. 
Esses diferentes graus de sensibilidade podem ser aferidos através do conceito formal de elasticidade-preço da procura. Em sua forma mais simples, a elasticidade-preço é a relação existente entre as modificações relativas (ou porcentuais) observadas nas quantidades procuradas, decorrentes de alterações relativas (ou porcentuais) introduzidas nos preços. Desta forma, a elasticidade-preço da procura (Epp) em determinado ponto da curva pode ser aproximadamente medida pela expressão:
 Variação porcentual da quantidade procurada
Epp = -------------------------------------------------------------
 Variação porcentual do preço
 
Conforme a magnitude de Epp, a elasticidade-preço da procura pode ser:
Unitária. Epp = !1!. Quantidades procuradas e preços variam em porcentuais rigorosamente iguais.
Inelástica. Epp < !1!. A variação nas quantidades procuradas é menor do que a variação do preço.
Elástica. Epp > !1!. A variação nas quantidades procuradas é maior do que a variação do preço.
Convém observar que, nas três situações apontadas, o coeficiente de elasticidade-preço foi tomado em valores absolutos, posto que seu valor é normalmente negativo, em função de que preços e quantidades procuradas seguem sempre em direções opostas, por definição.
Exemplo de cálculo
	
Suponha-se o seguinte comportamento da demanda de dois bens A e B:
	Demanda de A
	Demanda de B
	Preços de A
	Quants. de A
	Preços de B
	Quants. de B
	10
	100
	20
	80
	12
	 60
	24
	76
Observe-se que ambos os bens tiveram seus preços majorados em 20%. No entanto, o comportamento da quantidade demandada dos dois bens foi radicalmente diferente. A quantidade de A diminuiu 40% e a quantidade demandada de B apenas 5%. Desta forma, pode-se afirmar que a demanda de A é elástica, mais sensível às variações dos preços, enquanto a de B é inelástica, pouco sensível, portanto. 
Fatores determinantes da elasticidade-preço da procura
Os principais fatores determinantes da elasticidade-preço da procura são:
Essencialidade. Refere-se ao grau de necessidade do produto. Os produtos de maior essencialidade tendem a ter coeficientes de elasticidade-preço baixos, inferiores a um e, em casos de alta essencialidade, bastante próximos de zero. Ainda que os preços aumentem, os consumidores não podem prescindir deles. Conseqüentemente, as variações relativas em suas quantidades procuradas tendem a ser menos que proporcionais às variações em seus preços.
Hábitos. A rigidez ou a flexibilidade de hábitos de consumo é também forte fator determinante da elasticidade-preço da demanda. No limite, a sustentação de hábitos que se transformam em vícios praticamente independe do preço dos bens que os satisfazem.Substitutibilidade. Quanto maior o número de produtos que se substituem mutuamente, maiores os coeficientes de elasticidade-preço de todos eles, caso não interfiram em seu consumo outros fatores determinantes. Não havendo substitutos, a curva da procura tende a ser mais inelástica. São casos clássicos o sal de cozinha e a manteiga. O sal tem baixa elasticidade, não só por sua essencialidade como também porque não tem substitutos. Já a manteiga tem vários substitutos, mais ou menos perfeitos, para diferentes usos, como margarinas e geléias.
Periodicidade de aquisição. O intervalo de tempo entre uma e outra aquisição do produto é também apontado como fator determinante da eleasticidade-preço da procura. Grandes intervalos podem “apagar” da memória do consumidor os preços de referência. 
Importância no orçamento. A importância dos gastos com o produto em relação ao orçamento total do agente econômico tende a influenciar a elasticidade-preço da procura, nas seguintes direções: baixa importância, baixa elasticidade, tornando a procura inelástica, com coeficientes inferiores a um; alta importância, alta elasticidade-preço, tornando a procura elástica, com coeficientes superiores a um. 
O grau de elasticidade-preço da procura e sua relação com a receita total
Como a receita total de uma empresa é dada pela equação RT = P x Q, ou seja, quantidades vendidas vezes o preço unitário do bem ou serviço, o que equivale ao gasto do consumidor com uma determinada mercadoria, e como a quantidade procurada está relacionada à elasticidade do bem ou serviço, podemos concluir que a receita das empresas também será influenciada pela elasticidade. Assim, podemos afirmar que:
Procura elástica. Redução no preço provocará uma elevação na receita total, considerando que o crescimento das quantidades vendidas será maior que a redução do preço. Aumento no preço provocará efeito contrário, isto é, queda na receita. 
Procura inelástica. De modo contrário ao observado na procura elástica, elevação no preço provocará elevação na receita. Redução provocará diminuição da receita.
Procura de elasticidade unitária. Assim, aumento ou redução no preço provocarão variações nas mesmas proporções nas quantidades procuradas.
Como visto, o perfeito entendimento da relação entre a receita e elasticidade é fundamental para uma eficaz política de preços praticada pelas empresas. O contrário pode trazer conseqüências desagradáveis para elas.
Relação entre elasticidades e receitas
	Preço
Unitário
	Quantidade
procurada
	Receita
total
	Valor da
elasticidade
	Classificação da
elasticidade
	10
	5
	50
	
	
	9
	10
	90
	- 10,00
	Elástico
	8
	15
	120
	- 4,50
	Elástico
	7
	20
	140
	- 2,67
	Elástico
	6
	25
	150
	- 1,75
	Unitário
	5
	30
	150
	- 1,00
	Inelástico
	4
	35
	140
	- 0,83
	Inelástico
	3
	40
	120
	- 0,57
	Inelástico
	2
	45
	90
	- 0,38
	Inelástico
	1
	50
	50
	- 0,22
	Inelástico
Elasticidade-renda da procura
De forma semelhante à elasticidade-preço, a elasticidade-renda da procura mede a variação percentual da quantidade procurada em função da variação percentual da renda do consumidor.
 A elasticidade-renda da procura, em dado ponto da curva, pode ser calculada pela expressão seguinte:
 
 Variação percentual da quantidade procurada
Erp = ----------------------------------------------------------------
 Variação percentual da renda
 Assim, o coeficiente de elasticidade-renda da procura pode apresentar três comportamentos:
Erp > 1. Nesse caso, o crescimento da renda do consumidor acarreta aumentos mais que proporcionais no consumo, ou seja, esses bens aumentam sua participação na renda.
Erp > 0, porém < 1. Nesse caso, aumentos na renda levam a aumento no consumo.
Erp < 0. Nesse caso, aumentos na renda levam a redução na quantidade consumida do bem ou serviço.
De forma geral, a elasticidade-renda da procura é maior para produtos manufaturados do que para os básicos, pois, em função da elevação da renda é mais freqüente a elevação da procura por bens manufaturados (eletrônicos, microondas, refrigeradores, lavadoras, computadores, etc.) do que por alimentos, como feijão, arroz, açúcar, etc., que já vinham tendo, ao menos em parte suas necessidades atendidas.
Exemplo de cálculo
Suponha-se os comportamentos da renda do consumidor e das quantidades demandadas dos bens A, B, C e D, conforme mostrado na tabela a seguir.
	Bens
	Quantidades demandadas
	
	Renda = $ 1.000
	Renda = $ 1.300
	A
	40
	36
	B
	50
	60
	C
	60
	78
	D
	20
	30
Com base nos dos da tabela, teremos o seguinte:
Para o bem A, Er = -10% ÷ 30% = - 0,33 < 1. Observe-se que a quantidade procurada diminuiu quando a renda aumentou. Logo, A é um bem inferior.
Para o bem B, Er = 20% ÷ 30% = 0,67 < 1. O coeficiente de B é positivo. Portanto, B é um bem normal. Todavia, o coeficiente é menor que 1, indicando que B tem demanda inelástica.
Para o bem C, Er = 30% ÷ 30% = 1. Nesse caso, o bem C apresenta elasticidade-renda da demanda unitária.
Para o bem D, Er = 50% ÷ 30% = 1,67 > 1. Logo a demanda é elástica em relação à renda e o bem é, portanto, superior. 
Elasticidade-preço da oferta
Similarmente ao que ocorre na procura, há diferentes graus possíveis de sensibilidade dos produtores aos preços, conduzindo a diferentes coeficientes de elasticidade-preço. Uma curva típica de oferta mostra que uma alteração para mais no nível dos preços provoca uma alteração também para mais nas quantidades ofertadas. Entretanto, não há razão para supor que, para quaisquer bens e serviços, as quantidades ofertadas sejam igualmente sensíveis às variações nos preços. Na realidade, há diferentes graus possíveis de sensibilidade dos produtores aos preços. 
Podemos considerar que a elasticidade-preço da oferta, Eo, em determinado ponto da curva, pode ser aproximadamente medida pela seguinte expressão:
 Variação porcentual da quantidade ofertada
Eo = ----------------------------------------------------------------- 
 Variação porcentual do preço
Quando Eo = !1!, a elasticidade-preço da oferta é unitária; quando Eo < !1!, é inelástica; quando Eo > !1!, é elástica.
O sinal da elasticidade-preço da oferta é positivo, haja vista que os preços e as quantidades ofertadas caminham sempre na mesma direção.
Fatores determinantes da elasticidade-preço da oferta
Os principais fatores determinantes da elasticidade-preço da oferta são:
Disponibilidade de fatores de produção. Não obstante os produtores possam sensibilizar-se com as variações para mais nos preços dos produtos, dispondo-se a produzir mais, eles podem encontrar diferentes graus de dificuldade para expandir a produção, em função da disponibilidade de fatores produtivos, naturais, humanos e de capital. Ocorrendo flexibilidade na oferta de fatores ou então ociosidade, as quantidades ofertadas podem ser aumentadas, no caso de estimulação via preços. Mas, situações de pleno emprego ou de oferta inflexível, tornam inelástica a capacidade de oferta, por mais que os produtores se encontrem estimulados.
Defasagem de resposta. O fator tempo é outro relevante determinante da elasticidade da oferta. Independentemente da disponibilidade ou não de recursos, há determinados produtos que exigem grandes intervalos de tempo para ser produzidos, definindo curvas de oferta inelásticas. Entre a sinalização dos preços mais altos e a defasagem de tempo para a produção podem ocorrer intervalos tão longos que impeçam a pronta resposta dos produtores.
Informações relevantes sobre elasticidade
É inegável que o perfeito conhecimento dos conceitos de elasticidade permite sua utilização de forma eficaz no gerenciamento das empresas. De fato, isso permite a tomada de decisões em eficazes, especialmente no que tange a produção e preços a serem praticados. No entanto,convém destacar alguns pontos importantes sobre a utilização da elasticidade.
Aplicabilidade. Na maioria das vezes, é bastante comum a realização de análises simultâneas de elasticidade, isto é, utilização de dois ou mais tipos de elasticidade na análise de um determinado mercado de bens e serviços.
Multiplicidade. Embora os tipos de elasticidade mais conhecidos sejam os tipos citados anteriormente, nada impede que sejam criados novos índices desse tipo. Dessa forma, poderia ser utilizado, por exemplo, a elasticidade da propaganda, que mediria qual é o comportamento das vendas em função dos gastos com propaganda, o que seria bastante útil, haja vista que os recursos financeiros empregados nesse sentido são significativos. 
Ponderabilidade. Quando utilizar algum tipo de elasticidade, o usuário deve, antes, averiguar a qualidade dos dados empregados, pois, caso eles apresentem distorções, estas distorcerão o índice.
2.5 – Equilíbrio de mercado
Em todas as estruturas de mercado, as posições dos produtores e dos consumidores, em relação a uma dada escala de preços, podem estar em conflito. Expostos a preços considerados baixos, os produtores dispõem-se a produzir menos, comparativamente às situações em que os preços são considerados como satisfatórios. Já os consumidores estão em posição oposta: os preços baixos é que os estimulam a adquirir maiores quantidades. Estas posições conflituosas resultam dos próprios conceitos e das conformações básicas da procura e da oferta. 
Há, contudo, uma posição de equilíbrio possível. E esta é dada pela interseção das curvas de procura e de oferta. No ponto de interseção, define-se o preço de equilíbrio, onde se ajustam os interesses dos que realizam a oferta e dos que exercem a procura. Partindo da hipótese de que o mercado opera em regime de concorrência perfeita, o preço de equilíbrio será determinado pela livre manifestação das forças da oferta e da procura.
Em linguagem gráfica, o preço de ajustamento é determinado pela interseção das curvas de oferta e de procura. Esse ajustamento é que garante o adequado suprimento do mercado, nas estruturas de mercado em que prevalecem as características da concorrência perfeita. Sob concorrência, os preços resultam do entrechoque das forças de oferta e procura, tendendo sempre para uma posição de equilíbrio, onde os interesses se harmonizarão, pelo menos temporariamente. O gráfico 3, adiante, mostra uma situação de equilíbrio de mercado.
Alterações da posição de equilíbrio
As posições de equilíbrio podem, porém, alterar-se, pelos movimentos da procura e da oferta. Os preços definem quantidades procuradas e ofertadas. Mas as escalas da procura e da oferta movimentam-se para mais e para menos, em resposta a um conjunto de fatores determinantes que o tempo todo interfere em todos os mercados de produtos e de fatores, influenciando-os e definindo novas dimensões. 
Entre esses fatores, são apontados os seguintes:
Disponibilidade de bens ou serviços substitutos ou complementares.
Importância do bem ou serviço em relação à restrição orçamentária.
Caráter de essencialidade do bem ou serviço;
Tributação;
Política de preços mínimos;
Tabelamento de preços.
Gráfico 3
A determinação do preço de equilíbrio pela interseção das curvas de procura e de oferta: é o único preço que harmoniza os interesses conflitantes de produtores e consumidores.
 
Tratamento matemático da demanda, da oferta e do equilíbrio
Embora os economistas refiram-se às curvas de demanda e de oferta, estas também podem ser expressas linearmente, Ou seja, na forma de uma linha reta, como, por exemplo:
 
 QDx = 280 – 4Px (demanda)
 QOx = - 20 + 2Px (oferta)
Onde: 
 QDx = quantidade demandada (ou procurada) do bem X
 QOx = quantidade ofertada do bem X
 P = preço do bem X.
Estas duas retas evidenciam as funções de procura e oferta do bem X. 
Exemplo de cálculo:
	Px
	QDx = 280 – 4Px
	QOx = - 20 + 2Px
	30
	 280 – (4 x 30) = 160
	- 20 + (2 x 30) = 40
	40
	 280 – (4 x 40) = 120
	- 20 + (2 x 40) = 60
	50
	280 – (4 x 50) = 80
	- 20 + (2 x 50) = 80
	60
	280 – (4 x 60) = 40
	 - 20 + (2 x 60) = 100
 
Em conformidade com o que foi mostrado sobre equilíbrio de mercado (demanda e oferta), o equilíbrio seria dado pela igualdade as funções de demanda e de oferta. 
Exemplo de cálculo
Utilizando as funções acima, teríamos:
280 – 2Px = - 20 + 2Px. Ordenando, vem:
280 + 20 = 2Px + 4Px. Assim:
300 = 6Px. Donde:
Px = 300 ÷ 6
Px = 50.
Se aplicarmos o valor de Px em qualquer das funções, poderemos encontrar QDx ou QOx. 
QDx = 280 – (4 x 50) = 80
QOx = - 20 + (2 x 50) = 80
Desta forma, poderemos dizer que a quantidade de 80 unidades ao preço de $ 50 harmoniza os interesses de consumidores e de produtores. 
No entanto, como já mencionado, as posições de equilíbrio podem alterar-se, caso haja movimentos para mais ou para menos nas curvas da procura e/ou da oferta, provocados pelos fatores também já referidos.
No que tange à procura:
Movimentos para mais: o preço de equilíbrio aumentará.
Movimentos para menos: o preço de equilíbrio diminuirá.
Quanto à oferta:
Movimentos para mais: o preço de equilíbrio diminuirá.
Movimentos para menos: o preço de equilíbrio aumentará.
2.6 – Preço máximo (clearing price) e preço mínimo (floor price) 
Embora nas economias de mercado as decisões de alocação de recursos sejam tomadas individualmente, tanto consumidores como por produtores, em consonância com motivações particulares, o interesse coletivo pode levar a intervenções governamentais, visando justamente a preservação desse interesse coletivo.
Assim, o Estado, dentro de sua prerrogativa de regular a atividade econômica em diferentes mercados, pode impor medidas destinadas a conter eventuais distorções no funcionamento desses mercados, particularmente no que tange ao estabelecimento de preços máximos e mínimos.
O estabelecimento desses preços máximos e mínimos deve ser guiado sempre pela preservação do interesse coletivo, posto que contrariam exatamente um dos princípios básicos das economias de mercado: o do interesse próprio. 
Geralmente, a definição de preço máximo é aplicada em mercados com grande capacidade de influência sobre o público em geral, como é o caso da gasolina, ou em épocas atípicas, como é o caso dos períodos de guerra, quando também podem ser impostos controles sobre as quantidades consumidas.
Quanto aos preços mínimos, igualmente devem levar em consideração o interesse coletivo, como é o caso do salário mínimo e de alguns preços agrícolas. 
Análise do preço máximo
O preço máximo permite disponibilizar o bem no mercado a preços menores do que seria se o mercado funcionasse normalmente. Esse preço deve ser menor do que o preço de equilíbrio, posto que se fosse igual ou maior a imposição seria inócua, haja vista que o mercado encontraria por si só o equilíbrio.
A definição de um preço máximo inferior ao preço de equilíbrio implica:
Os consumidores tendem a consumir mais.
Os produtores tendem a ofertar menos.
Observadas as tendências acima, haverá uma procura superior à oferta. Poderá, também, haver redução na qualidade do produto. Esses fatores, combinados, podem levar à deadweight loss – DWL (ineficiência econômica de mercado). Essa ineficiência pode ser explicada desta forma: havendo mais procura do que oferta, algumas transações não ser efetivar, porque não haverá oferta suficiente.
Análise do preço mínimo
O preço mínimo permite disponibilizar o bem no mercado a preços mais elevadosdo que seriam, caso o mercado funcionasse normalmente.
Os preços mínimos devem ser maiores que o preço de equilíbrio, posto que se fossem iguais ou menores a medida seria indiferente, haja vista que o mercado encontraria o equilíbrio por si só.
O preço mínimo pode originar quantidades procuradas e ofertadas diferentes. É o mecanismo oposto ao preço máximo.
Assim, se for definido um preço mínimo maior do que o preço de equilíbrio:
Os consumidores tendem a consumir menos.
Os produtores tendem a ofertar mais.
Observadas as tendências acima, haverá uma procura inferior à oferta. Poderá haver, também, ineficiente alocação de recursos. A conjugação desses fatores poderá resultar em deadweight loss – DWL (ineficiência econômica de mercado), posto que haverá mais oferta do que procura.
Os preços mínimos existem por razões distributivas e para proteção da produção. Sendo assim, mesmo considerados os efeitos econômicos negativos, são socialmente justificados.
Conclusões
Se levarmos em consideração apenas o critério de eficiência econômica, a utilização dos mecanismos de preços máximos e preços mínimos é prejudicial, na medida em que podem provocar ineficência de mercado. Contudo, esquemas como esses continuam a ser largamente utilizados. Por quê? Porque apesar de serem prejudiciais em nível de eficiência econômica, são positivos em nível da redistribuição de renda (uma das funções básicas do Estado). A questão da redistribuição de renda é um dos principais temas de que trata a Economia. Importante notar que no preço máximo os consumidores são beneficiados e no preço mínimo são os produtores. Ambos os esquemas de controle de preços podem favorecer o surgimento de mercados paralelos (mercado negro), para dar atendimento à elevada procura ou à elevada oferta.
É uma questão de fazer um balanço (prós e contras) entre eficiência econômica e redistribuição.
2.7 – Estruturas de mercado
O estudo das estruturas de mercado tem por objetivo permitir a compreensão do modo como são determinados os preços dos produtos e as quantidades que serão produzidas nos diversos mercados de uma economia. Tais mercados, por seu turno, estão estruturados de maneira diferenciada em função de dois fatores principais: número de firmas produtoras atuando no mercado e homogeneidade ou diferenciação dos produtos. 
Desta forma, podemos classificar as estruturas de mercado para o setor de bens e serviços em quatro grandes grupos.
1 - Concorrência perfeita. A primeira estrutura de mercado a ser analisada denomina-se concorrência perfeita. É uma estrutura que visa a descrever o funcionamento ideal de uma economia, servindo, portanto, de parâmetro para o estudo das outras estruturas. Trata-se de uma construção teórica, não encontrável na realidade dos mercados de bens e serviços, em função das exigências contidas em suas características. O preço de um produto qualquer ou de qualquer fator de produção seria determinado pelas forças de demanda e oferta de mercado. Fixado esse preço, cada empresa procuraria ajustar seu nível de produção ao preço dado, de modo a maximizar o lucro. 
Obviamente, é difícil enquadrar qualquer estrutura de atividade econômica como concorrencial perfeita.
2 - Monopólio. Significa o oposto da concorrência perfeita. O monopólio é uma situação de mercado em que existe apenas um produtor de um bem ou serviço, que não tenha substituto próximo. Em função disso, o monopolista exerce grande influência na determinação do preço a ser cobrado pelo seu produto. Por isso mesmo, os exemplos dessa estrutura são igualmente difíceis de ser encontrados. 
3 - Oligopólios. O oligopólio é a estrutura de mercado que atualmente prevalece nas economias de quase todo o mundo. Ele pode ser conceituado como sendo uma estrutura de mercado em que um pequeno número de empresas controla a oferta de um determinado bem ou serviço. O surgimento de um oligopólio se dá por razões semelhantes às do monopólio, como o controle sobre a oferta de matérias-primas e patentes. Uma das maneiras de verificar se uma indústria é um oligopólio é através da determinação do índice de concentração da indústria. Esse método fornece o percentual da produção total da indústria que é controlado pelos maiores produtores. Existem variadas formas de oligopólio. Os tipos possíveis e, de fato, observados na realidade são de alta variabilidade. As estruturas oligopolistas não se caracterizam por fatores determinantes puros e extremados. 
4 - Concorrência monopolística. A maior parte dos mercados define-se por uma combinação de duas estruturas referenciais: o monopólio e a concorrência perfeita. Esta estrutura contém características que se encontram nas definições usuais de mercados perfeitamente competitivos e monopolizados. Ela identifica uma vasta variedade de casos, situados entre os dois extremos conceituais, fugindo, contudo, de algumas das características de alguns tipos de oligopólios, entre as quais o pequeno número de concorrentes e a não diferenciação dos produtos. Na concorrência monopolística, o número de concorrentes é grande. Todavia, cada concorrente diferencia de tal forma seus produtos que passa a criar um segmento próprio de mercado, que então dominará e procurará manter. O consumidor, no entanto, encontra substitutos facilmente, não ocorrendo dessa forma a caracterização essencial do monopólio. 
A partir das quatro estruturas acima mencionadas, poder-se-ia também identificar duas estruturas intermediárias:
Monopsônio: é o regime ou estrutura de mercado em que um único comprador concentra em suas mãos a totalidade de compra dos produtos ofertados, não obstante ele se defronte com grande número de vendedores ou ofertantes de tais produtos. 
Oligopsônio: é uma forma de estrutura de mercado com poucos compradores, chamados de oligopsonistas, e inúmeros vendedores. 
Fatores influenciadores nos mercados
Em praticamente todos os mercados, prevalecem, ainda que em graus variados, conflitos de interesse. As próprias forças da oferta e da procura definem-se por pressupostos conflituosos. Consumidores, de um lado, desejam maximizar sua satisfação, aos mais baixos preços possíveis, otimizando seu poder aquisitivo. De outro lado, os produtores desejam maximizar sua rentabilidade, pagando o mínimo pelos fatores empregados e obtendo o máximo pelos produtos gerados. As pretensões desses agentes só não se realizam por completo porque: 
A concorrência entre produtores atua como uma espécie de freio.
A possibilidade de substituição de produtos é o instrumento de poder de que os consumidores dispõem. 
A capacidade de substituição de fatores amplia o poder de negociação dos produtores, aumentando suas margens de manobra e sua flexibilidade de lidar com custos.
Sob situações de poder extremamente desequilibradas, a intervenção governamental corretiva pode vir a ser praticada, tanto no mercado de produtos quanto no de fatores.
Conclusões 
Ainda que os poderes de negociação sejam desequilibrados, para que se configure um mercado, os interesses dos que exercem a oferta e os dos que exercem a procura devem convergir para algum ponto. Mercados em funcionamento exigem, assim, três elementos: de um lado, a oferta; de outro, a procura; no cruzamento das duas, a convergência de interesses.
Oferta, procura e preços dos produtos são os elementos essenciais do conceito econômico de mercado. As formas como cada um desses elementos se manifesta, as forças dos agentes envolvidos nas transações, as características intrínsecas ou propagadas dos produtos e fatores e os poderes de negociação variam em função das diferentes estruturas de mercado. Mas, em todas elas, ainda que assumindo diferentes conformações, sempre há procura e oferta. E, de seu entrechoque, resultam os preços pelos quais se praticam as transações.
2.8 – Virtudes e imperfeições do mercado
Uma das mais importantes funções dos movimentos de preços, resultantes dos deslocamentos para mais e para menosda procura e da oferta, é a de orientar a alocação de recursos na economia como um todo. Os preços sinalizam situações de oferta deficiente e procura expandida ou, por oposição, oferta abundante e procura retraída. Assim, funcionam como indicadores, orientando o emprego de recursos para a produção de bens e serviços que satisfaçam, simultaneamente, às exigências manifestadas pelos consumidores e aos requisitos de resultados que animam os produtores. Pelo menos é o que deve ocorrer quando prevalecem as condições básicas das economias de mercado: a liberdade para empreender e alocar recursos, a concorrência e a fluidez das forças da oferta e da procura.
Quando, sob estas condições básicas, a estrutura de mercado se aproxima do modelo de concorrência perfeita, os preços são sinalizadores de última instância e alocadores eficientes de recursos. Os movimentos de preços, para cima e para baixo, em resposta a deslocamentos na procura e na oferta, simultâneos ou não, proporcionais ou não, atuam como fator de estimulação ou de desestímulo para produtores e de excitação ou retração dos consumidores.
Em estruturas perfeitamente competitivas, os movimentos dos preços e remunerações, resultantes da livre atuação das forças de mercado, seriam condições suficientes para movimentar a economia, ao menos em seus fluxos fundamentais. As bases para tal seriam as seguintes:
Os consumidores têm, permanentemente, necessidades de ampla variedade de bens e serviços. Porém, como seus recursos são escassos, eles se orientam por escalas de preferência, formadas em função de duas exigências: a maximização da satisfação e a restrição orçamentária. Em conseqüência, buscarão, para cada produto, os mais baixos preços possíveis, desde que satisfeitos outros requisitos, relacionados, por exemplo, à qualidade percebida dos produtos.
Os produtores reagem às sinalizações do mercado: os preços não são os que eles desejariam praticar, mas aqueles que equilibram suas pretensões com as reações dos consumidores. Dados os preços praticáveis, as quantidades que estarão dispostos a produzir podem atender ou não à exigências quantitativas do mercado. Na seqüência, resultam novos níveis de preços, desencadeando novas reações e decisões.
Os movimentos registrados no mercado de produtos transmitem-se para o de recursos. Nesse mercado de procura derivada, os padrões das remunerações serão definidos não só pelo entrechoque das forças de oferta e de procura por recursos, mas também por limitações definidas no mercado de produtos.
As remunerações pagas definem os níveis de renda da sociedade como um todo, para uma dada estrutura de propriedade e de qualificações de cada categoria de fator de produção. Dessa estrutura resulta outra: a da repartição da renda social.
Fechando o circuito desses fluxos fundamentais, os detentores de rendas, vistos sob a ótica de seu poder aquisitivo, sustentam, pelos seus dispêndios, os diferentes mercados existentes na economia, sinalizando sempre como os recursos serão empregados.
A confiança na automaticidade das forças da oferta e da procura guiadas por “mãos invisíveis” e atuando sob condições de concorrência perfeita em mercados interconectados, foi a base do pensamento clássico em economia. Oferta-procura-preços foi, nos anos formativos do conhecimento econômico, o trinômio de sustentação do equilíbrio geral. Essa confiança não se estremeceu durante longo período, pelo menos até a década de 1930. Excetuando-se alguns curtos intervalos de desequilíbrio, as economias guiadas pelos mecanismos dos preços e pelas forças dos mercados, mantiveram-se ativas e prósperas, seguindo o curso de um processo de expansão econômica aparentemente eficiente e ordenado.
Mas, descompassos, defasagens e imperfeições sinalizavam também - e de forma cada vez mais aguda - que o mercado tinha virtudes e imperfeições. As tecnologias mudaram. A estrutura de oferta de recursos também. O equilíbrio do mercado de produtos deixou de garantir o equilíbrio automático também no mercado de recursos. A hipótese ideal da concorrência perfeita iria chocar-se com a revelação de outras estruturas de mercado, oligopólicas ou de concorrência monopolística.
Na verdade, como frisou Richard Gill, “aprendemos, nos anos 30, que as economias de mercado, não reguladas, poderiam estar sujeitas a grandes crises e depressões. Nos anos 40, vimos uma extraordinária expansão do papel que o governo precisa desempenhar no cenário econômico, quando nos mobilizamos para a guerra e, mesmo depois, em tempos de paz. Nos anos 50, foi-nos ensinado que as economias altamente planejadas, como a da URSS, podiam não ser conduzidas ao caos econômico, mas a substanciais taxas de crescimento. E nos anos 60 testemunhamos o fato de que os interesses privados de determinados grupos poderiam conspirar contra os interesses públicos”.
Embora os comandos centrais, em substituição ao mercado, tenham-se mostrado pouco eficazes, os mercados passaram também a ser vistos por duas óticas - uma enfatizando suas virtudes; outra, seus vícios. E como resultado genérico, tornou-se comum a prática de intervenções regulatórias, com o objetivo de conciliar o interesse privado e o público.
Entre as virtudes do mercado podem ser relacionadas:
O mercado gera indicadores, transmitidos aos preços e às remunerações, orientando a alocação dos recursos escassos da sociedade.
O mercado é um centro de estimulação, que leva à maior qualificação dos recursos e dos produtos. As exigências impostas pela competitividade são, de um lado, fatores de impulsão das pessoas para investirem em si mesmas, aprimorando o capital humano; de outro lado impulsionam a diversidade dos produtos e seus padrões de desempenho e qualidade.
O mercado orienta as sociedades a conservarem seus recursos escassos. Os preços sinalizam o que deve ser conservado e estimulam a busca de tecnologias alternativas.
O mercado possibilita as trocas voluntárias. Concilia interesses e objetivos. Neste sentido, é uma alternativa a sistemas coercitivos.
O mercado viabiliza a liberdade de escolha econômica. Não obstante os graus dessa categoria de liberdade não se encontrarem igualmente distribuídos e serem desigualmente limitados por diferentes níveis de restrições orçamentárias, o processo de escolha é tolhido para todos, sempre que se suprime o mercado, centralizando-se decisões alocativas.
Em contrapartida, as principais imperfeições são:
O processo de alocação exclusivamente via mercado registra ineficiências, do ponto de vista social. Havendo consumidores dispostos e aptos a pagar por produtos rigorosamente supérfluos (rações para cães de estimação, por exemplo), esses produtos continuarão a ser produzidos, ainda que em detrimento de outros de maior utilidade.
O mercado não se estrutura apenas segundo as hipóteses da concorrência perfeita. Prevalecem, na realidade, estruturas imperfeitamente competitivas, que podem viabilizar práticas que conspirem contra o interesse público.
O mercado não garante, o tempo todo, o pleno emprego dos recursos. As instabilidades que muitas vezes decorrem de ajustamentos das forças de mercado, deixam recursos ociosos. Dificilmente o mercado leva a economia a operar sobre suas fronteiras de produção.
O mercado não é capaz de penalizar agentes econômicos que geram externalidades negativas, ao produzir ou ao consumir. A acumulação de externalidades, pode, no limite, inviabilizar o processo econômico como um todo.
O mercado não é adequado para gerar determinadas categorias de bens e serviços, de interesse difuso. O mercado é mais adequado para a produção de bens privados do que de bens públicos e semipúblicos.
Os mecanismos do mercado, limitados a preços, fragilizam-se diante do poder de outros mecanismos persuasórios e alocativos. A liberdade de mercado também para a comunicação social pode tornar-se mais forte que as próprias forças de mercado.
Intervenções do governo
Do balanceamento dessas virtudes e vícios, todosfortemente relacionados aos pontos fortes e fracos dos sistemas econômicos vistos sob prismas institucionais, decorreram diferentes categorias de intervenções regulatórias exercidas pelos governos. Altamente díspares quanto às suas eficácias sociais, as de maior relevância são:
Co-participação do governo no processo produtivo, originalmente para a geração de bens e serviços públicos e semipúblicos.
Controle de preços. Fixação de máximos e mínimos.
Fixação de quotas de produção. Limitação de acesso aos recursos.
Constituição de estoques reguladores.
Regulamentação de práticas operacionais em estruturas imperfeitamente competitivas.
Controle de externalidades, notadamente as que conduzem à degradação ambiental.
Implementação de mecanismos redistributivos de renda, de efeitos diretos e indiretos.
h) Repressão aos abusos do poder de mercado.
Preços
Quantidades
Preço de
Equilíbrio
X1
E
X2
X3
P
Y1
O
Y2
QO > QP
Y3
QO < QP
Preços
O
Quantidades
Procuradas
Pe
O
Qe
Preços
Y2
Y3
Quantidades 
ofertadas
 Y1
 X2
X1
X3

Outros materiais