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1.1 O Longo Prazo: Modelo “Clássico” 
 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
1 
Lembrando que o “Modelo Clássico” é o modelo que explica o funcionamento da 
economia no longo prazo, de acordo com todas as correntes marginalistas 
neoclássicas. A principal conclusão macroeconômica dele é que, em um ambiente de 
concorrência perfeita, os mercados de fatores de produção operam de modo a que 
tendam ao pleno emprego dos mesmos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados: 
 
Tecnologia; 
Preferências dos 
consumidores; 
Dotações de Fatores. 
 
Variáveis Endógenas: 
 
Emprego dos fatores; 
Preços relativos (dos bens e dos 
fatores); 
Produto e composição do mesmo. 
Determinam 
1.1 O Longo Prazo: Modelo “Clássico” 
 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
2 
Lembrando que, em um sistema de equilíbrio geral, todos os mercados operam 
simultaneamente, de modo que cada um dos mercados influencia, direta ou 
indiretamente, todos os outros. 
A lógica por trás do modelo, simplificadamente, é: 
1. A Tecnologia, que apresenta produto marginal decrescente, explica as curvas de 
demanda por cada fator e, dados os preços dos fatores, as curvas de oferta de cada 
indústria; 
2. As preferências dos consumidores, dadas as dotações de fatores, explicam as curvas 
de oferta de cada fator e as curvas de demanda em cada indústria; 
3. Os mercados se equilibram, com excesso de demanda nula em cada um dos 
mercados de bens e de fatores. 
1.1 O Longo Prazo: Modelo “Clássico” 
 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
3 
Do ponto de vista Macro, de especial interesse são os mercados de fatores: 
 
 W LD LS r I S 
 
 
 
 
 
 
 Mercado de Trabalho Mercado de Capital (Fluxo) 
 L ΔK 
LS: vem das preferências entre consumo e lazer 
LD: vem da produtividade marginal do trabalho 
S: vem das preferências entre consumo presente e consumo futuro 
I: vem do produto marginal do capital 
1.1 O Longo Prazo: Modelo “Clássico” 
 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
4 
Notem que a macroeconomia marginalista neoclássica de longo prazo não é a mesma 
coisa que a “Lei de Say”, embora muitos economistas (tanto marginalistas quanto 
heterodoxos) cometam este erro. 
Na Escola Clássica, segundo a “Lei de Say”, a demanda agregada e a oferta agregada 
são idênticas no longo prazo, isto é, são a mesma função. O emprego não vem, 
portanto, de seu equilíbrio, mas sim do ritmo de acumulação de capital, sendo a 
situação normal a existência de desemprego estrutural. 
Na macroeconomia marginalista neoclássica, demanda agregada e oferta agregada não 
possuem os mesmos determinantes. Assim, o emprego advém do equilíbrio entre as 
duas, sendo que, no longo prazo, esse equilíbrio se dará com plena utilização dos 
fatores de produção. 
 
1.1 O Longo Prazo: Modelo “Clássico” 
 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
5 
𝑂𝐴 = 𝐷𝐴 → ∆𝑒𝑠𝑡 = 0 → 𝐼 = 𝑆 (𝐼 = 𝐹𝐵𝐾𝐹) 
𝑆 = 𝑆𝑓𝑎𝑚 + 𝑆𝑓𝑖𝑟 + 𝑆𝐺 + 𝑆𝑒𝑥𝑡 
𝑆 = 𝑆𝑝𝑟𝑖 + 𝑆𝐺 + 𝑆𝑒𝑥𝑡 
𝑆 = (𝑌𝐷 − 𝐶) + (𝑇 − 𝐺) + (𝑀 − 𝑋) 
𝑌𝐷 + 𝑇 +𝑀 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + 𝑋 
𝑆𝑓𝑖𝑟 = 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑛ã𝑜 − 𝑑𝑖𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢í𝑑𝑜 
𝑆𝑓𝑎𝑚 = 𝑆𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜𝑠 + 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜𝑠 𝐷𝑖𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏 − 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 − 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 
𝑆𝑓𝑖𝑟 + 𝑆𝑓𝑎𝑚 = 𝑆𝑝𝑟𝑖 = 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑝𝑟𝑖𝑣𝑎𝑑𝑎 − 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 − 𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑡𝑜𝑠 
𝑟𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑝𝑟𝑖𝑣𝑎𝑑𝑎 = 𝑠𝑎𝑙𝑎𝑟𝑖𝑜𝑠 + 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜𝑠 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠 (𝑑𝑖𝑠𝑡 𝑒 𝑜𝑠 𝑛ã𝑜 − 𝑑𝑖𝑠𝑡) 
𝑌𝐷 = 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑝𝑟𝑖𝑣𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛𝑖𝑣𝑒𝑙 = 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑎 − 𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑙𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜𝑠 
𝑆𝑝𝑟𝑖 = 𝑌𝐷 − 𝐶, 𝑆
𝐺 = 𝑇 − 𝐺, 𝑆𝑒𝑥𝑡 = 𝑀 − 𝑋 
𝑒𝑥𝑒𝑚𝑝𝑙𝑜 𝑎𝑏𝑎𝑖𝑥𝑜: 𝐼 = 𝑆, 𝐼 = 𝑆𝑝𝑟𝑖 + 𝑇 − 𝐺, 𝐼 + 𝐺 = 𝑆𝑝𝑟𝑖 + 𝑇 
1.1 O Longo Prazo: Modelo “Clássico” 
 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
6 
Os impactos de políticas fiscais são observados de forma mais simples no mercado de 
capital enquanto fluxo (ou mercado de poupança e investimento): 
 𝑆 = 𝑆𝑝𝑟𝑖 + 𝑇 − 𝐺 
 r I+G1 Spri+T 
 
 I+G0 G1>G0 
 
 
 
 
 A B C 
 
 
A =I0+G0 – velho equilíbrio 
B = I1+G1 – novo equilíbrio, I1<I0 
C = I0 + G1 – seria equilíbrio sem crowding-out 
No exemplo ao lado, o governo fez uma 
política expansionista, elevando os gastos 
públicos sem alterar os tributos. Isso pressiona 
o mercado de bens, elevando a taxa de juros. A 
maior taxa de juros faz com que o investimento 
caia, contrabalançando parte do aumento dos 
gastos. A maior taxa de juros também reduz o 
consumo, contrabalançando o restante do 
aumento dos gastos governamentais. 
A =Spri0+ T – velho equilíbrio 
B = Spri1+ T – novo equilíbrio, Spri1>Spri0 
|Δ𝐺| = |Δ𝐼| + |Δ𝐶| → ∆𝑌 = 0 
1.1 O Longo Prazo: Modelo “Clássico” 
 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
7 
Acima vimos que políticas fiscais apenas alteram a composição do produto, mas não 
sua magnitude. Com a política monetária se dá algo semelhante: ela alterará apenas o 
nível de preços. Vemos isso através da TQM: 
 P 
 DA DA’ OA 
 
 .𝑀 ↑ 
 
 
 
 
 
 YPE Y 
𝐷𝐴: 𝑀𝑉 = 𝑃𝑌 → 𝑃 =
𝑀𝑉
𝑌
=
𝑀�̅�
𝑌
 , 𝐷𝐴′:𝑀′𝑉 = 𝑃𝑌, 𝑀′ > 𝑀 → 𝑃 =
𝑀′�̅�
𝑌
 
.
No exemplo ao lado, o governo fez uma 
política expansionista, elevando a oferta 
monetária. A renda agregada real está dada 
pelo pleno emprego, pois todos os fatores estão 
empregados. A velocidade de circulação de 
moeda está também dada. Portanto, o único 
impacto do aumento da oferta nominal de 
moeda é a elevação do nível de preços P. 
1.2 Oferta Agregada e Demanda Agregada 
 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
8 
No longo prazo, a D.A. advém diretamente da TQM, pois qualquer aumento em uma variável de gasto 
agregado irá apenas induzir um queda em outro gasto agregado, posto que a renda está dada no pleno 
emprego dos fatores. No curto prazo isso não é verdade. Assim, fora do longo prazo, a Demanda Agregada 
vem da soma dos gastos e, na macroeconomia marginalista, podemos calculá-la através do modelo IS-LM. 
Todas as correntes econômicas neoclássicas concordam que, no longo prazo, o Modelo Clássico explica o 
produto e o emprego. Elas discordam em relação ao curto prazo, notadamente em relação ao 
comportamento da Oferta Agregada. Esta é determinada, de acordo com as correntes: 
 
1. Caso “Clássico”: Produto dado no Pleno 
Emprego 
 
2. Síntese Neoclássica: Preços Rígidos (ad hoc) 
 
3. Monetarismo: Expectativas Adaptativas 
 
4. Novos-Clássico: Expectativas Racionais 
 
 
5. Novos-Keynesianos: Preços Rígidos 
(microfundamentos) 
 
6. Ciclos Reais: “Não Existe” Curto Prazo 
 
7. Novo Consenso: é uma exceção, pois a 
principal diferença em relação aos anteriores 
é uma explicação diferente para a Demanda 
Agregada
 
1.2 Oferta Agregada e Demanda Agregada 
 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
9 
 P P π 
 OA 
 DADA DA OA 
 
 P0 OA 
 
 
 
 
 YPE Y Y Y 
 Caso “Clássico” Síntese Neoclássica anos 40 Síntese Neoclássica anos 50 
No final dos anos 50, Alba Phillips encontrou uma relação empírica entre taxa de crescimento dos salários 
nominais e dos preços e taxa de desemprego que ia contra a idéia do modelo IS-LM de que mudanças nos 
preços ocorriam apenas no longo prazo. Isto alterou a Oferta Agregada na Síntese Neoclássica: 
 ↑ 𝑌 →↓ 𝑢 →↑ �̂� →↑ �̂� (= 𝜋)
2.1 Modelo Keynesiano Simples e Curva IS 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
10 
 D.A.d OA=DA(eq) 
 A+I+cYd 
 . pg 
 eq 
 I+G+CD2 
 
 I+G+CD1 S2>SD2 
 
 A+I OA2=DA2 
 S1>SD1 
 
 OA1=DA1 
 
 45º Y (Produto; OA; DA) 
Multiplicador na versão pós-
keynesiana “fundamentalista” 
2.1 Modelo Keynesiano Simples e Curva IS 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
11 
Multiplicador na versão pós-keynesiana “fundamentalista”: 
 No exemplo, c=0,5 e h=0 
t Y=C+I cY+I C cY I=S sY 
0 200 100 100 100 100 100 
1 300 350 100 150 200 150 
2 350 375 150 175 200 175 
3 375 388 175 188 200 188 
4 388 394 188 194 200 194 
5 394 397 194 197 200 197 
… … … … … 200 … 
n 400 400 200 200 200 200 
 
2.1 Modelo Keynesiano Simples e Curva IS 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
12 
 D.A. OA 
 DA 
 . pg 
 eq 
 
 DA2 
 Δest<0 
 DA1 
 A OA2 
 Δest<0 
 
 OA1 
 
 45º Y (Produto; OA) 
Multiplicador na versão 
keynesiana “tradicional” 
(compatível com contas 
nacionais) 
𝐴 = 𝐶𝐴 + 𝐼𝐴 + 𝐺 
2.1 Modelo Keynesiano Simples e Curva IS 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
13 
Multiplicador na versão keynesiana “tradicional” (compatível com contas nacionais): 
 No exemplo, c=0,5, CA=0, h=0, G=t=0 
t Y=DA+ΔEi DA=cY+I Produto ΔEi=Prod–DA C = cY I S=sY=I+ ΔEi 
0 200 200 200 0 100 100 100 
1 200 300 200 -100 100 200 100 
2 300 350 300 -50 150 200 150 
3 350 375 350 -25 175 200 175 
4 375 387.5 375 -12.5 187.5 200 187.5 
5 387.5 393.8 388 -6.25 193.8 200 193.8 
… … … … … … 200 … 
n 400 400 400 0 200 200 200 
 
2.1 Modelo Keynesiano Simples e Curva IS 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
14 
O modelo IS-LM observa os pontos Renda-Juros que são compatíveis com os equilíbrios no 
mercado de bens e serviços e no mercado de moeda e títulos. 
O equilíbrio no mercado de bens e serviços vem diretamente do modelo Keynesiano Simples, 
com a supressão da hipótese de investimento exógeno. O investimento é considerado como 
uma função da taxa de juros e pode ou não ser autônomo em relação à renda. Para uma 
economia fechada e com governo: 
𝑌 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 
𝐶 = 𝐶𝐴 + 𝑐𝑌𝑑 = 𝐶𝐴 + 𝑐(1 − 𝑡)𝑌 
𝑌 = 𝐶𝐴 + 𝑐(1 − 𝑡)𝑌 + 𝐼 + 𝐺 
𝐼 = 𝐼𝐴 + ℎ𝑌 − 𝑒𝑖 
𝑌 = 𝐶𝐴 + 𝑐(1 − 𝑡)𝑌 + 𝐼𝐴 + ℎ𝑌 − 𝑒𝑖 + 𝐺 
Resolvendo a equação para Y: 
𝑌 =
𝐶𝐴 + 𝐼𝐴 + 𝐺 − 𝑒𝑖
1 − 𝑐(1 − 𝑡) − ℎ
 
1 [1 − 𝑐(1 − 𝑡) − ℎ]⁄ é o multiplicador 
ℎ é a propensão marginal a investir 
𝑒 é a sensibilidade-juros do investimento 
[𝑐(1 − 𝑡) + ℎ] é a propensão marginal a 
gastar (pg) 
2.1 Modelo Keynesiano Simples e Curva IS 
 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
15 
Y i 
 
 
 
 2 i1 1 d1 
 i2 < i1 
 d IS 
 𝐴 − 𝑒𝑖2 
 1 2 
 i2 d2 
 𝐴 − 𝑒𝑖1 
 
 Y1 Ydes Y2 Y Y1 Ydes Y2 Y 
𝐴 = 𝐶𝐴 + 𝐼𝐴 + 𝐺 
Construção da Curva IS. 
Conforme os juros caem, o 
investimento aumenta e, via 
multiplicador, aumenta o 
produto 
2.1 Modelo Keynesiano Simples e Curva IS 
 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
16 
 
 
 𝑒 ↑ 𝑡 ↑ 
 
 
 
 
 
 
 ℎ ↑ 𝑐 ↑ 
 
 
 
 
Inclinação da IS 
2.1 Modelo Keynesiano Simples e Curva IS 
 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
17 
 
 
 i i 
 
 𝐺 ↑ 𝐶𝐴 ↑ , 𝐼𝐴 ↑ 
 
 
 
 
 
 Y Y 
 
 
Posicionamento e deslocamento da IS 
2.2 Mercado Monetário e Curva LM 
 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
18 
Como vimos acima, a taxa de juros é essencial para a determinação do investimento agregado 
(e dos outros gastos agregados que por ventura dependam da taxa de juros) e, via 
multiplicador, do produto agregado no modelo da Síntese Neoclássica. 
No modelo “Clássico”, a taxa real de juros é determinada no mercado de bens e serviços, i.e. 
no mercado de investimento vs poupança potencial. No curto prazo, porém, a macroeconomia 
marginalista reconhece que a taxa nominal de juros é determinada no mercado monetário. 
Este mercado está inserido em ummais amplo, o mercado de ativos financeiros. 
Por simplificação, o modelo IS-LM supõe haver apenas mais um ativo financeiro, qual seja 
um título do tesouro nacional, de forma que haja apenas uma única taxa de juros no modelo. 
A taxa de juros será, portanto, inversamente relacionada ao preço do título público: 
𝑃𝑇 =∑
𝑃𝑀𝑇𝑡
(1 + 𝑖)𝑡
𝑛
𝑡=1⏟ 
𝑡í𝑡𝑢𝑙𝑜𝑠 𝑒𝑚 𝑔𝑒𝑟𝑎𝑙
 𝑖 =
𝑃𝑀𝑇
𝑃𝑇⏟ 
𝑝𝑒𝑟𝑝𝑒𝑡𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠
 
 
2.2 Mercado Monetário e Curva LM 
 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
19 
O mercado monetário é, portanto, um “espelho” do mercado de títulos públicos e basta 
olharmos para o primeiro para encontrarmos a determinação da taxa de juros, sem 
necessidade de analisar separadamente o segundo. 
A demanda por moeda será composta por quatro subtipos de demanda, quais sejam: 
1. Demanda Transacional: É a demanda oriunda pela simples necessidade de meios de 
pagamentos para as transações econômicas cotidianas. Ela é proporcional aos gastos 
agregados. Este é o tipo de demanda por moeda que tradicionalmente é levado em 
consideração na TQM, por exemplo. 
𝑀𝑇
𝐷 = 𝑀𝑇
𝐷(𝑌) ; 
𝜕𝑀𝑇
𝐷
𝜕𝑌
> 0 
2. Demanda Precaucional: É a moeda retida pelos agentes devido ao fato de eles terem 
incerteza em relação aos acontecimentos futuros. Suporemos aqui que ela é exógena. 
 
 
2.2 Mercado Monetário e Curva LM 
 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
20 
3. Demanda por motivo Finance: É relativa à necessidade, por parte das firmas, de crédito 
para realizar seus investimentos. Será, aqui, ignorada. 
4. Demanda Especulativa: É oriunda das diferentes expectativas que os agentes possuem 
em relação ao movimento futuro nas taxas de juros (i.e. nos preços dos títulos). Quanto 
mais alta fora a taxa de juros (mais baixo o preço dos títulos), mais agentes pensarão que 
no futuro a taxa de juros será mais baixa do que hoje (preços dos títulos mais altos do 
que hoje), de modo que mais agentes comprarão títulos públicos hoje, diminuindo então 
a retenção de moeda. 
𝑀𝐸
𝐷 = 𝑀𝐸
𝐷(𝑖) ; 
𝜕𝑀𝐸
𝐷
𝜕𝑖
< 0 
Dessa forma, podemos ver que a Demanda Especulativa dá o formato (i.e. a inclinação) da 
Curva de Demanda por Moeda, enquanto a Demanda Precaucional e, principalmente, a 
Demanda Transacional dão a posição da Curva de Demanda por Moeda. 
 
2.2 Mercado Monetário e Curva LM 
 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
21 
Na Síntese Neoclássica, assim como em grande parte das corrente macroeconômicas 
marginalistas, a Oferta de Moeda é considerada exógena, i.e. não depende diretamente nem 
da taxa de juros nem do produto da economia. Especificamente ela será o múltiplo entre uma 
Base Monetária exógena e um Multiplicado Monetário paramétrico. 
A Base Monetária 𝐻 será toda a moeda física emitida pela autoridade monetária que está em 
poder dos agentes privados, i.e. o Papel Moeda em Poder do Público privado não-bancário 
𝑃𝑀𝑃𝑃 somado às Reservas dos bancos 𝑅: 
𝐻 = 𝑃𝑀𝑃𝑃 + 𝑅 
A Oferta de Moeda serão os meios de pagamento imediato na economia; tomaremos aqui 
como determinada pelo chamado 𝑀1, i.e. papel moeda em poder do público privado não-
bancário 𝑃𝑀𝑃𝑃 mais os Depósitos à Vista 𝐷𝑉: 
𝑀 = 𝑃𝑀𝑃𝑃 + 𝐷𝑉 = 𝛼𝐻 
 
2.2 Mercado Monetário e Curva LM 
 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
22 
O Multiplicado Monetário 𝛼 é superior à unidade pelos fatos de que, por um lado, o público 
privado não bancário não deseja reter toda a sua moeda em formato físico, desejando-a em 
parte na forma de Depósitos à vista nos bancos, de modo que haverá uma proporção 
𝑃𝑀𝑃𝑃 𝐷𝑉⁄ desejada. De outro lado, os bancos não necessitam ter todos os seus depósitos à 
vista coberto por reservas, de modo que haverá uma proporção 𝑅/𝐷𝑉 inferior à unidade e 
determinada em parte pela própria precaução dos bancos e em parte pelos regulamentos do 
Banco Central. O multiplicador monetário pode ser facilmente calculado: 
𝛼 =
𝑀
𝐻
=
𝑃𝑀𝑃𝑃 + 𝐷𝑉
𝑃𝑀𝑃𝑃 + 𝑅
 
𝛼 =
𝑃𝑀𝑃𝑃
𝐷𝑉
+
𝐷𝑉
𝐷𝑉
𝑃𝑀𝑃𝑃
𝐷𝑉
+
𝑅
𝐷𝑉
=
𝓅 + 1
𝓅 + 𝓇
 
Onde 𝓅 = 𝑃𝑀𝑃𝑃 𝐷𝑉⁄ e 𝓇 = 𝑅/𝐷𝑉. Como 𝓇 < 1 , temos que necessariamente 𝛼 > 1. 
 
2.2 Mercado Monetário e Curva LM 
 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
23 
 i MS i 
 LM 
 i2 i2 
 
 id MD(Y2) id 
 MD(Y1) 
 Y2>Y1 
 i1 i1 
 
 
 
 
 M M Y1 Y2 Y 
 
Construção da Curva 
LM. Conforme a renda 
aumenta, a Demanda 
Transacional aumenta. 
Isso causa MD>MS. A 
taxa de juros então é 
pressionada para cima, 
elevando-se e reduzindo 
a Demanda 
Especulativa, trazendo 
de volta equilíbrio entre 
MD e MS. 
2.2 Mercado Monetário e Curva LM 
 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
24 
 PT TS’ TS i MS MS’ i LM 
 
 LM’ 
 
 TD MD 
 
 
 T M Y 
O governo altera a Oferta de Moeda através de Operações de Mercado Aberto. No exemplo 
acima, ele diminui a oferta de títulos públicos, comprando de volta títulos que estava nas mãos 
do público privado. Ele dá moeda em troca desses títulos, de forma que a base monetária e a 
quantidade de moeda aumentam. Dada a Demanda por Moeda, isso diminui a taxa de juros. Ou 
seja, a uma mesma Renda Agregada, a Taxa de Juros é agora menor. Já aumentos na Demanda 
Precaucional deslocam a Demanda por Moeda para a Direita e, portanto, a LM para cima. 
Posicionamento e 
Deslocamento da LM 
2.2 Mercado Monetário e Curva LM 
 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
25 
 i i 
 
 
 
 
 
 Y Y 
 
 
 
 
 
 
 
𝜕𝑀𝑇
𝐷
𝜕𝑌
↑ 
|
𝜕𝑀𝐸
𝐷
𝜕𝑖
| ↑ 
Inclinação da LM 
Quando a sensibilidade da demanda 
transacional à renda é muito alta, aumentos 
na renda causam grandes elevações na 
demanda por moeda, de forma que a taxa 
de juros precisa subir bastante para causar 
grande redução na demanda especulativa, 
mantendo o equilíbrio 𝑀𝑆 = 𝑀𝐷. 
Quando a sensibilidade da demanda 
especulativa aos juros é alta, 
pequenos aumentos nos juros já 
causam grande queda na demanda 
especulativa, compensando aumentos 
na demanda transacional oriundos de 
aumentos na renda. 
2.2 Mercado Monetário e Curva LM 
 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
26 
 i i LM 
 
 
 
 LM 
 
 Y Y 
 Caso da Armadilha da Liquidez Caso Clássico 
O caso da Armadilha da Liquidez ocorre quando a taxa de juros é tão baixaque todos os 
agentes compartilham da mesma expectativa, a de que a taxa deverá aumentar no futuro. Assim, 
qualquer aumento na oferta de moeda será retido. 
O caso Clássico ocorre quando a demanda por moeda é explicada apenas pelo motivo 
transacional, sendo nula a demanda especulativa. 
 
Casos Especiais 
2.3 Modelo IS-LM e Eficácia de Políticas 
 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
27 
 i IS LM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Y 
 
 
 
 
O Modelo IS-LM, agora completo, nada mais 
é do que analisar o mercado de bens e serviços 
e os mercado de moeda e títulos 
simultaneamente. A curva IS mostra todos os 
pontos de equilíbrio no mercado de bens, 
enquanto a curva LM mostra todos os pontos 
de equilíbrio no mercado de ativos. Portanto o 
cruzamento entre as duas curvas mostra o 
ponto em que há equilíbrio simultâneo nos 
mercados de bens e de títulos. 
Dada a natureza de cada um desses mercados, usualmente se supõe que o equilíbrio no 
mercado de ativos (moeda e títulos) é alcançado bem antes do que o equilíbrio no mercado de 
bens, como vemos no gráfico acima. 
 
2.3 Modelo IS-LM e Eficácia de Políticas 
 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
28 
As Políticas Econômicas no modelo fechado são a Política Monetária e a Política Fiscal. A 
Política Monetária se dá através de alterações na Oferta Nominal de Moeda. O modelo supõe 
que essas alterações se dão, principalmente, através de operações de mercado aberto. Já a 
Política Fiscal pode se dar através de alterações tanto nos Gastos do Governo quanto na 
Tributação. Dado que, na prática, mudanças na política tributária são mais lentas e difíceis que 
na política de gastos, usualmente se considera que a política fiscal toma a forma de alterações 
nos gastos governamentais. 
 
 
 
 
 
 
 
Políticas Expansionistas: 
𝑡 ↓ 𝐺 ↑ 
𝑀𝑆 ↑ 
2.3 Modelo IS-LM e Eficácia de Políticas 
 
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29 
A política Fiscal se dá através da operação do multiplicador keynesiano tal qual visto em 
Macro1, com a adição de existência de crowding out parcial (ao contrário do crowding out total 
existente no Modelo “Clássico” e do crowding out nulo do Modelo Keynesiano Simples). 
 i IS’ LM 
 IS 
 
 iB B 
 
 iA A C 
 
 
 
 YA YB YC Y 
 
No Modelo Keynesiano Simples, frente a um 
aumento nos gastos do governo, a renda iria de YA 
para YC. Portanto, a distância YC –YA é o 
multiplicador keynesiano vezes a variação dos 
gastos. A renda, porém, só irá até YB. Isto porque 
quando a renda aumenta, a demanda transacional 
por moeda também aumenta, o que pressiona a taxa 
de juros para cima. A maior taxa de juros diminui o 
investimento. Assim, a Distância YB –YC é o 
multiplicador vezes a variação do investimento. 
Este é o crowding out dessa política fiscal de 
aumento de gastos. 
 
 
2.3 Modelo IS-LM e Eficácia de Políticas 
 
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A política Monetária se dá através de expansão ou contração da oferta de moeda, que leva à 
manipulação da taxa de juros, induzindo maior ou menor investimento agregado (ou qualquer 
gasto agregado que seja função dos juros). 
 
...i........... ...MS........MS’..................... .....i................... .......LM...... ....LM’ 
..........MD’ 
......MD....................................................... .... ..IS 
...i0.................................................... ....i0...... .......... .A 
...i1.................................................... ....i1........... ..................B 
 
.......................................... .....M....................... ...Y0..... ..Y1......... ........Y 
No gráfico à esquerda, a demanda por moeda se desloca devido ao aumento da renda, que eleva 
a demanda transacional por moeda. Assim, nem todo o aumento da oferta de moeda se torna 
aumento de demanda especulativa por moeda. 
 
2.3 Modelo IS-LM e Eficácia de Políticas 
 
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Assim, podemos resumir as duas políticas de forma esquemática. Exemplos expansionistas: 
 
Política Fiscal: 
𝐺 ↑ 
𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟
→ 𝑌 ↑ .(→ 𝑀𝑇𝐷 ↑ → 𝑖 ↑ → 𝐼 ↓ → 𝑌 ↓) 
 
Política Monetária: 
𝑀𝑆 ↑ → 𝑖 ↓ → 𝐼 ↑
𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟
→ 𝑌 ↑. (.→ 𝑀𝑇𝐷 ↑ → 𝑖 ↑ → 𝐼 ↓ → 𝑌 ↓) 
 
Nas duas políticas, há um aumento em um gasto autônomo (de forma direta na política fiscal, 
de forma induzida na política monetária). Dado o multiplicador, a renda aumenta. Esse aumento 
na renda eleva a taxa de juros (via demanda transacional), com impacto negativo no 
investimento, contrabalançando parcialmente o aumento da renda. 
efeito secundário 
efeito secundário 
2.3 Modelo IS-LM e Eficácia de Políticas 
 
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32 
A Eficácia de cada uma das políticas depende crucialmente de quatro parâmetros, quais sejam a 
sensibilidade-juros do investimento, o multiplicador keynesiano, a sensibilidade-juros da 
demanda especulativa por moeda e a sensibilidade-renda da demanda transacional por moeda. 
Uma regra de bolso às vezes encontrada diz que quanto mais horizontal (i.e. menos inclinada) 
for a LM, mais eficaz é a política fiscal e menos eficaz é a política monetária, ao passo que 
quanto mais horizontal for a IS, mais eficaz é a política monetária e menos eficaz é a política 
fiscal. Essa regra de bolso é, porém, enganosa, pois só seria válida se apenas a sensibilidade-
juros do investimento explicasse a inclinação da IS e se apenas a sensibilidade-juros da 
demanda especulativa por moeda explicasse a inclinação da LM. 
Vejamos o que afeta as eficácias das políticas: 
1. Multiplicador Keynesiano: Quanto maior for o multiplicador, mais eficazes são as políticas 
monetária e fiscal. A explicação é de que o impacto do aumento do gasto público (fiscal) ou do 
investimento (monetária) será tanto maior quanto maior for o multiplicador. 
2.3 Modelo IS-LM e Eficácia de Políticas 
 
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2. Sensibilidade-Renda da Demanda Transacional por Moeda: Quanto mais sensível à renda 
agregada for a demanda transacional por moeda, menos eficazes são as políticas monetária e 
fiscal. A explicação é de que quanto mais sensível, maior será o aumento da demanda 
transacional frente a um aumento na renda agregada, de forma que: i) no caso da política fiscal, 
mais elevará a taxa de juros, aumentando o crowding out; ii) no caso da política monetária, 
mais do aumento da oferta de moeda se tornará aumento de demanda transacional em vez de 
aumento de demanda especulativa, de forma que menor será a queda na taxa de juros e menor a 
indução ao aumento do investimento. 
3. Sensibilidade-Juros do Investimento Agregado: Quanto mais sensível for o investimento 
agregado à taxa de juros, mais eficaz será a política monetária e menos eficaz será a política 
fiscal. Isto porque a política monetária atua induzindo aumentos no investimento via queda nos 
juros; se o investimento for muito sensível, pequenas quedas nos juros induzirão grandes 
aumentos no investimento. Já no caso da política fiscal, se o investimento for muito sensível aos 
juros, então o crowding out será maior, reduzindo a eficácia da política. 
2.3 Modelo IS-LM e Eficácia de Políticas 
 
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34 
4. Sensibilidade-Juros da Demanda Especulativa por Moeda: Quanto mais sensível for a 
demandaespeculativa por moeda em relação à taxa de juros, mais eficaz será a política fiscal e 
menos eficaz será a política monetária. Isto porque a política monetária manipula a taxa de 
juros através de desequilíbrios entre oferta de e demanda por moeda. Quando a oferta de moeda 
aumenta, a demanda precisa aumentar para manter o equilíbrio; isso se dá, principalmente, com 
queda nos juros e aumento na demanda especulativa. Caso a demanda especulativa seja muito 
sensível aos juros, então pequenas quedas nos juros já serão suficientes para grande aumento na 
demanda especulativa, de forma que seriam necessárias grande expansões de oferta de moeda 
para induzir aumentos significativos no investimento. No caso da política fiscal, uma demanda 
especulativa por moeda muito sensível aos juros reduz o crowding out. Este vem do aumento 
dos juros devido ao aumento da demanda transacional. Quando esta aumenta, é necessário que 
os juros subam para reduzir a demanda especulativa e manter o equilíbrio 𝑀𝑆 = 𝑀𝐷. Se a 
demanda especulativa responde fortemente aos juros, os juros não precisarão subir muito para 
que a queda na demanda especulativa compense o aumento na demanda transacional. 
2.3 Modelo IS-LM e Eficácia de Políticas 
 
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35 
Podemos apresentar de forma esquemática a análise da eficácia de política fiscal (EPF) e da 
eficácia da política monetária (EPM): 
 
𝑚𝑢𝑡𝑖𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟 ↑ → 𝐸𝑃𝐹 ↑ , 𝐸𝑃𝑀 ↑ 
 
𝜕𝑀𝑇
𝐷
𝜕𝑌
↑ → 𝐸𝑃𝐹 ↓ , 𝐸𝑃𝑀 ↓ 
 
|
𝜕𝐼
𝜕𝑖
| ↑ → 𝐸𝑃𝐹 ↓ , 𝐸𝑃𝑀 ↑ 
 
|
𝜕𝑀𝐸
𝐷
𝜕𝑖
| ↑ → 𝐸𝑃𝐹 ↑ , 𝐸𝑃𝑀 ↓ 
2.4 Demanda Agregada 
 
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36 36 
Até agora, ignoramos a questão dos preços (i.e. do nível de preços). Se a levarmos em 
consideração, a primeira coisa a se notar é a alteração no mercado monetário. Isto porque a taxa 
de juros não vem, de fato, do balanceamento entre oferta nominal de moeda e demanda nominal 
de moeda, mas sim do balanceamento da oferta real e da demanda real. No caso da demanda, 
não há necessidade de alterações formais; mas, no caso da oferta, agora, ela não mais será 
representada simplesmente por 𝑀𝑆, mas sim por 𝑀𝑆 𝑃⁄ . 
Isso significa que, para dada oferta nominal de moeda, alterações de nível de preços levarão a 
mudanças na taxa de juros. Em termos do esquema IS-LM, isso quer dizer que alterações no 
nível de preços, dada a oferta nominal de moeda, levarão a deslocamentos da curva LM, como 
vemos no gráfico abaixo. 
Note que a renda agregada vista no eixo do esquema IS-LM é a renda real, ou produto real da 
economia, assim como todas as variáveis de gasto estão agora em termos reais. 
 
2.4 Demanda Agregada 
 
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37 37 
 i MS/P1 MS/P2 i LM1 LM2 
 
 P1 > P2 
 
 
 
 MD(Y1) MD(Y2) IS 
 
 M Y1 Y2 Y 
 
Acima, o nível de preços cai, fazendo com que a oferta real de moeda aumente. O aumento da 
oferta real de moeda leva à queda na taxa de juros, que, por sua vez, induz a um aumento no 
investimento agregado (e qualquer outro gasto agregado que seja função dos juros). O aumento 
no investimento, via multiplicador, eleva a Demanda Agregada, visto abaixo: 
2.4 Demanda Agregada 
 
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38 38 
 P i LM(P1) LM(P2) 
 
 
 P1 
 
 P2 
 DA IS 
 
 Y1 Y2 Y Y1 Y2 Y 
 
A isso, nós damos o nome de Efeito-Keynes, ou seja, o efeito de alterar-se a demanda agregada 
via modificações na taxa de juros induzidas por mudanças nos níveis de preços. 
 
 
2.4 Demanda Agregada 
 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
39 39 
Um outro efeito possível de mudanças no nível de preços sobre a demanda agregada ocorre via 
consumo. Parte do consumo autônomo é financiado por moeda retida. Se o nível de preços cai, 
esta moeda retida sobe de valor em termos reais, i.e. pode comprar mais bens e serviços. Isso 
equivale a um deslocamento na curva IS devido a esse aumento no consumo autônomo. É o 
chamado Efeito-Pigou. 
 P i LM(P1) LM(P2) 
 
 
 P1 
 IS(P1) 
 P2 
 DA IS(P2) 
 
 Y1 Y2 Y Y1 Y2 Y 
2.4 Demanda Agregada 
 
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40 40 
Atenção: O que explica o formato da curva de Demanda Agregada é o Efeito-Keynes 
juntamente com o Efeito-Pigou. A Demanda Agregada NÃO é negativamente relacionada ao 
nível de preços por causa da teoria do consumidor microeconômica. 
Deslocamentos da IS e da LM oriundos de mudanças no nível de preços explicam o formato 
(i.e. a inclinação negativa) da curva de Demanda Agregada. 
Já deslocamentos da IS e da LM por outros motivos levam a deslocamentos da curva de 
Demanda Agregada, sempre com expansões na IS e na LM levando a expansões na DA. 
Mudanças na inclinação da IS e da LM levam a mudanças na inclinação da DA, sempre 
mantendo-se negativamente inclinada. 
Exemplo: se o I se torna mais elástico em relação aos juros, a IS fica mais “horizontal”, logo 
deslocamentos da LM devido a mudança nos preços causam uma variação maior na renda 
agregada. Ou seja, a DA também se torna mais “horizontal”..................................................
3.1 Balança Comercial, Fluxo de Capitais e formato da curva BP 
 
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41 
Vimos que o modelo IS-LM indica o ponto de equilíbrio simultâneo dos mercados de ativos e 
de bens e serviços em uma economia. Porém, para economias abertas, não basta analisar estes 
dois mercados, pois caso haja desequilíbrio no Balanço de Pagamentos é de se esperar que 
muitas variáveis que antes estavam em equilíbrio sofram mudanças em seus valores. 
Ou seja, a economia só estará em equilíbrio caso haja também equilíbrio no Balanço de 
Pagamentos, i.e. quando 𝐵𝑃 = 0. Por simplificação, o modelo supõe que existem apenas dois 
componentes na BP, quais sejam a Balança Comercial (𝐵𝐶) e o Fluxo de Capitais (𝐹𝐾). 
O comportamento do Fluxo de Capitais depende crucialmente do grau de liberdade existente na 
mobilidade de capitais. A mobilidade de capitais pode ser Plena, Imperfeita ou Inexistente. 
Caso da Mobilidade Inexistente: 
𝐹𝐾 ≡ 0 
 
3.1 Balança Comercial, Fluxo de Capitais e formato da curva BP 
 
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42 
Caso não exista mobilidade de capitais, não haverá fluxo de capitais e, portanto, apenas a 
Balança Comercial importará na explicação da 𝐵𝑃. Caso haja algum grau de mobilidade, os 
fluxos de capitais dependem crucialmente do chamado diferencial de juros: 
 
Condição Mobilidade Imperfeita Mobilidade Plena 
𝑖 > 𝑖𝑀 +
∆𝐸𝑒
𝐸+ 𝜎 𝐹𝐾 > 0 𝐹𝐾 ≫≫ 0 
𝑖 < 𝑖𝑀 +
∆𝐸𝑒
𝐸
+ 𝜎 𝐹𝐾 < 0 𝐹𝐾 ≪≪ 0 
 
Ou seja, depende da comparação da taxa de juros nacional com a taxa de juros internacional, 
mais a expectativa de desvalorização cambial mais o risco-país. 
 
3.1 Balança Comercial, Fluxo de Capitais e formato da curva BP 
 
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43 
Quando a mobilidade é Plena, a Balança Comercial não tem importância na explicação da BP, 
pois as entradas e saídas de divisas frente a diferenciais de juros são maciças, de forma que 
apenas o Fluxo de Capitais explicará o comportamento do Balanço de Pagamentos. 
Quando a mobilidade é Imperfeita, supondo que o risco-país seja zero e que não haja 
expectativa de desvalorização cambial, o Fluxo de Capitais se torna: 
𝐹𝐾 = 𝐹𝐾(𝑖 − 𝑖𝑀) , 
𝜕𝐹𝐾
𝜕𝑖
> 0 
Já a Balança Comercial depende das seguintes equações: 
𝐵𝐶 = 𝑋 −𝑀 
𝑋 = 𝑋(𝑌𝑀 , 𝜀) , 
𝜕𝑋
𝜕𝑌𝑀
> 0 , 
𝜕𝑋
𝜕𝜀
> 0 
𝑀 = 𝑀(𝑌 , 𝜀) , 
𝜕𝑀
𝜕𝑌
> 0 , 
𝜕𝑀
𝜕𝜀
< 0 
3.1 Balança Comercial, Fluxo de Capitais e formato da curva BP 
 
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44 
As exportações dependem positivamente da Renda do resto do mundo, enquanto as importações 
dependem positivamente da Renda nacional. Exportações e Importações dependem 
(negativamente e positivamente, respectivamente) da Taxa Real de Câmbio: 
𝜀 =
𝐸𝑃𝑀
𝑃
 
A taxa real de câmbio depende da taxa nominal de câmbio , do nível de preços doméstico e do 
nível de preços internacional. Enquanto a taxa nominal de câmbio indica quantas unidades de 
moeda doméstica uma moeda internacional consegue comprar (ou simplificadamente, o “preço 
do dólar”), a taxa real de câmbio indica quantas unidade de bens domesticamente produzidos 
uma unidade de bem internacionalmente produzido conseguiria “comprar”. 
Portanto, se a taxa real de câmbio sobe, a moeda nacional se desvaloriza em termos reais, de 
modo que os bens nacionais ficam relativamente mais baratos que os estrangeiros, assim 
aumentando as exportações e diminuindo as importações. 
 
3.1 Balança Comercial, Fluxo de Capitais e formato da curva BP 
 
UFRRJ / IM / 2020.2 – Macroeconomia 2 – Professor Leandro Fagundes 
 
45 
A fórmula da BP pode ser, então, expressa como: 
𝐵𝑃 = 𝑋(𝑌𝑀 , 𝜀) − 𝑀(𝑌 , 𝜀) + 𝐹𝐾(𝑖 − 𝑖𝑀) 
Caso a Mobilidade de Capitais seja Inexistente: 
 
 i 𝐵𝑃 = 0 
 
 
 𝐵𝑃 > 0 𝐵𝑃 < 0 
 
 
 
 Ybc Y 
 
 
Dadas a renda do resto do mundo e a taxa 
de câmbio, a BP dependerá se a renda 
nacional induzirá importações maiores, 
menores ou iguais às exportações. No 
exemplo ao lado, o PIB no valor de Ybc 
induz importações em valor 𝑀 = 𝑋. 
Rendas maiores do que essa causam 
𝑀 > 𝑋, rendas menores causam 𝑀 < 𝑋. 
3.1 Balança Comercial, Fluxo de Capitais e formato da curva BP 
 
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46 
Caso a Mobilidade de Capitais seja Plena: 
 
 i 
 
 𝐵𝑃 ≫ 0 
𝑖𝑀 +
∆𝐸𝑒
𝐸
+ 𝜎 𝐵𝑃 ≅ 0 
 𝐵𝑃 ≪ 0 
 
 Y 
 
 
 
 
 
Se a taxa de juros doméstica for superior à 
taxa internacional (mais expectativas de 
desvalorização e risco-país), então haverá 
uma entrada maciça de divisas, tornando a 
BP positiva. Mesmo que a renda aumente, 
elevando as importações, a BP se manteria 
muito positiva, pois os fluxos de capital são 
muito mais fortes que a corrente de 
comércio. Se a taxa de juros doméstica fosse 
Inferior, aconteceria o oposto, com a BP se tornando muito negativa pelas saídas maciças de 
divisas, independentemente do valor da renda, das importações e das exportações. Apenas 
quando a paridade é satisfeita não haverá um fluxo maciço de capitais. 
3.1 Balança Comercial, Fluxo de Capitais e formato da curva BP 
 
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47 
Caso a Mobilidade de Capitais seja Imperfeita: 
 
 i 𝐵𝑃 = 0 
 
 𝐵𝑃 > 0 
 𝐵𝑃 < 0 
 
 
 
 Y 
 
 
 
 
Quando a mobilidade é imperfeita, tanto o Fluxo 
de Capitais quanto a Balança Comercial importam 
na explicação da BP. Dada a taxa de juros, 
partindo de uma situação de equilíbrio na BP, caso 
a renda aumente, as importações aumentam, 
causando 𝐵𝑃 < 0; caso a renda caia, as 
importações caem, causando 𝐵𝑃 > 0. Dada a 
renda agregada e partindo de uma situação de 
equilíbrio, caso os juros subam, o fluxo de capitais 
se tornará mais positive (ou menos negativo), de forma que 𝐵𝑃 > 0; caso os juros caiam, o 
fluxo de capitais se tornará mais negativo (ou menos positivo), de forma que 𝐵𝑃 < 0.

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