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Ictiofauna e Canal da Piracema ITAIPU BINACIONAL

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ECOSSISTEMA MODELO DE GESTÃO POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE PRÊMIOS
Ações socioambientais
Paraguay Bio
Cuidados com a água
Proteção da fauna e flora
ICTIOFAUNA E CANAL DA PIRACEMA
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Os estudos da ictiofauna na área de influência de Itaipu tiveram início em 1977, cinco
anos antes da formação do reservatório. A iniciativa envolveu universidades, institutos
de pesquisa e entidades governamentais. Desde então, 221 espécies de peixes já
foram identificadas no rio Paraná e seus afluentes entre Foz do Iguaçu e Guaíra, dando
início a uma série de projetos para compreender a ecologia e possibilitar o manejo
deste componente fundamental da biodiversidade neotropical.
Estudos de marcação e recaptura, mantidos desde 1997 em parceria com várias
entidades, revelaram que ao menos 20 espécies de peixes ocupam extensas áreas
para completar seu ciclo de vida, e são capazes de migrar centenas de quilômetros
em busca de áreas apropriadas para a reprodução; é o caso de espécies
emblemáticas da região e fundamentais para a pesca, como o dourado (Salminus
brasiliensis), o pintado (Pseudoplatystoma corruscans), a curimba (Prochilodus
lineatus), o pacu (Piaractus mesopotamicus) e a piapara (Leporinus elongatus).
Em 31 anos de pesquisas, mais de 51 mil peixes receberam implantes de marcas
externas com numeração individual, o que permite apurar seus dados de
deslocamento e determinar suas áreas de vida e suas necessidades em termos de
habitat, em cada fase de seu desenvolvimento. Tal comportamento revelou a
necessidade de manter a conectividade do curso principal do rio Paraná, motivando a
criação do Canal da Piracema.
Canal da Piracema
Inaugurado em dezembro de 2002, o sistema de 10,3Km de extensão funciona como
um corredor ecológico, permitindo que os peixes migradores superem os 120 metros
de desnível médio da barragem de Itaipu e alcancem as áreas de reprodução na
planície do Alto Rio Paraná e Parque Nacional de Ilha Grande.
Estudos da distribuição de ovos e larvas de peixes na região, conduzidos em parceria
com a Unioste, já evidenciaram sua importância como área de desova e
desenvolvimento inicial de espécies nativas. Os estudos de reprodução dos peixes são
realizados de forma contínua há 17 anos, indicando quais são as principais áreas de
berçários para os peixes no reservatório e rio Paraná à montante.
Cerca de 2/3 da extensão do Canal correspondem ao leito do antigo rio Bela Vista, um
pequeno afluente do rio Paraná que deságua 4 km à jusante da barragem. Para
conectá-lo ao reservatório foram construídos segmentos do tipo escadas, canais de
concreto e 4 lagos artificiais.
Desde 2004, a Itaipu realiza inventários periódicos no sistema para identificar as
espécies de peixes presentes e sua abundância, aproveitando para marcar os
indivíduos migratórios que são capturados. Graças a estes levantamentos, já foram
identificadas 186 espécies. Além daquelas que o utilizam como um corredor de
biodiversidade, muitas outras (chamadas sedentárias) desenvolvem todo o seu ciclo
de vida no Canal e seu entorno, aproveitando a grande diversidade de ambientes
encontrados ao longo do sistema. Muitas dessas espécies são raras, o que também
indica que o Canal, sendo uma área protegida, oferece um refúgio para os peixes
nativos.
Para compreender melhor de que forma as espécies migratórias aproveitam o Canal
como corredor de transposição a Itaipu realiza, desde 2009, o monitoramento
eletrônico da ictiofauna utilizando marcas do tipo PIT-Tag (Passive Integrated
Transponder). Quatro conjuntos de antenas instaladas em seções ao longo do Canal
operam por 24 horas, registrando data e hora de passagem dos peixes marcados. As
marcas, contidas em cápsulas de vidro que têm 23 mm de comprimento e tem
formato alongado, são implantadas, com auxílio de uma pequena incisão, na cavidade
abdominal dos peixes capturados no interior do Canal. Sempre que se aproximar de
uma antena o peixe será registrado, já que a vida útil das marcas é ilimitada.
Quase cinco mil peixes já foram marcados; graças a esta tecnologia, foi possível
registrar, pela primeira vez, a passagem de peixes marcados nos elevadores para
peixes da usina hidrelétrica Entidad Binacional Yacyretá, a próxima barragem à jusante
da Itaipu, no rio Paraná. Um dourado e um pintado venceram os mais de 400 km entre
as duas barragens, encontraram a entrada do Canal e o deixaram em direção ao
reservatório, comprovando que mesmo peixes vindo de muito longe são capazes e
transpor a barragem pelo Canal da Piracema.
As pesquisas mais recentes, realizadas em parceria com a Universidade Federal da
Integração Latino-Americana (Unila), pretendem empregar ferramentas de biologia
molecular para verificar se os peixes das espécies pintado e dourado que estão
transitando pelo Canal estão efetivamente reproduzindo no reservatório e nos trechos
a montante, garantindo o fluxo gênico necessário para conservação das espécies. E
um convênio com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) deve viabilizar pesquisas
que têm por objetivo realizar inventários da ictiofauna a partir de células liberadas pela
pele dos peixes para a água e o sedimento, evitando a necessidade de captura dos
indivíduos. Desta forma, o monitoramento se tornará mais eficaz, econômico e não-
invasivo.
Concebido como um autêntico elo da vida, o Canal da Piracema tem ainda outra
finalidade: a promoção do esporte. Um pequeno segmento central, chamado Canal de
Itaipu, serve para a prática de esportes náuticos de competição, como canoagem
slalom e rafting. Com 430 metros de extensão e desnível de 7,2 metros, o Canal de
"Com 10 km de extensão,
Canal da Piracema é um
autêntico elo da vida"
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