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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS DA TERRA E DO MAR - CTTMAR CURSO DE CONSTRUÇÃO NAVAL TROCADORES DE CALOR Trabalho de pesquisa submetido à Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, para obtenção da media semestral da matéria de Fenômenos de Transportes. SUELLEN FRANCINI PASIANI Profª Simone Cavenati Itajaí (SC), dezembro de 2018. TROCADORES DE CALOR 1 – Forma introdutória de trocador de calor Um trocador de calor ou permutador de calor é um dispositivo para transferência de calor eficiente de um meio para outro. Tem a finalidade de transferir calor de um fluido para o outro, encontrando-se estes a temperaturas diferentes. Os meios podem ser separados por uma parede sólida, tanto que eles nunca misturam- se, ou podem estar em contato direto. Um permutador de calor é normalmente inserido num processo com a finalidade de arrefecer (resfriar) ou aquecer um determinado fluido. São amplamente usados em aquecedores, refrigeração, condicionamento de ar, usinas de geração de energia, plantas químicas, plantas petroquímicas, refinaria de petróleo, processamento de gás natural, e tratamento de águas residuais. Em muitos textos em inglês é abreviado para HX (heat exchanger). Os trocadores de calor são equipamentos de extrema importância para a engenharia. Foram desenvolvidos muitos tipos de trocadores de calor para diversos campos da indústria, como usinas elétricas, usinas de processamento químico, ou em aquecimento e condicionamento de ar. Existem também aplicações domésticas bastantes comuns como em geladeiras e ar condicionados, ou seja, O trocador de calor é um equipamento que induz a troca de calor entre dois fluidos de diferentes temperaturas, sendo aplicada em diversas áreas da engenharia, permitindo aquecimento da água, conversão de energia, condicionamento de ar, conservação de alimentos, sistemas de resfriamento, eliminação de poluentes Esse equipamento foi projetado para trocar calor entre fluidos, segundo as leis da termodinâmica, e, portanto proporcionar o reaproveitamento da energia térmica presente nos fluidos quentes. Dessa forma, ao conservar a energia, os trocadores de calor tornam-se importantes ferramentas para a preservação do meio ambiente. Esse trocador foi introduzido no mercado na década de 30 para atender às exigências de limpeza e higiene das empresas de alimentos e medicamentos, pelo fato de serem facilmente desmontáveis, limpáveis e inspecionáveis. Quanto à transferência, os trocadores de calor podem ser divididos em Recuperadores (onde o contato é direto) e Regeneradores (onde a transferência de calor é indireto), além de o contato poder ser Direto ou Indireto, podem ter 2, 3 ou n correntes. Quanto à razão área de troca e volume, os trocadores podem ser Micro Trocador (≥10000m3/m2), Trocador Laminar (≥3000m3/m2), Trocador Compacto (≥700m3/m2), Trocador Não-Compacto (<700m3/m2). Quanto à construção eles são classificados em: Tubular, Placas, Aletados e Regenerativos, falarei aqui sobre o de placas. O trocador de calor do tipo de placas é dotado de uma série de placas corrugadas, formado por duas passagens, uma com meio frio e outra com meio quente, passando um de cada lado das placas, um em oposição ao outro. Esse tipo de trocador não suporta altas pressões e temperaturas (até 1,5MPa e 150°C), porém possui uma grande capacidade de transmissão de calor, além de não ocupar grandes espaços físicos, permitindo pequenas vazões e grandes variações de temperaturas, radiadores de automóveis são exemplos de trocadores de calor de placas. São formados por várias placas metálicas de material dúctil, laminado e prensado e com grande resistência à corrosão, prensadas em um pedestal (em aço carbono com pintura anti corrosiva), essas placas possuem orifícios nos cantos que dá acesso à passagem dos fluidos e são seladas nas extremidades por juntas de elastômeros. O conjunto de placas é onde ocorrem as trocas de calor, enquanto nas rugas há turbulência, evitando regiões de incrustação. As juntas vedam as folgas entre as placas e delimitam os caminhos por onde as correntes devem passar. As placas podem ser de aço inox, titânio, e, se tiver probabilidade de ocorrer corrosão severa, podem ser de grafite ou polímeros. O fluxo do líquido dentro das placas se dá na forma de “passes”, que mudam toda vez que o líquido muda de sentido. O trocador de calor do tipo de placas tem como vantagens a limpeza, o rendimento térmico, a economia, a flexibilidade, a turbulência (que reduz as incrustações) e a prevenção de vazamentos. Porém, como desvantagem, não aguenta altas pressões e temperaturas, a perda de carga por atrito é alta, não são recomendados para gases e vapores e a dificuldade de dimensionamento. Um exemplo comum de trocador de calor é o radiador em um carro, no qual a fonte de calor, a água, sendo um fluido quente de refrigeração do motor, transfere calor para o ar fluindo através do radiador (i.e. o meio de transferência de calor). Em outras aplicações são usados para refrigeração de fluidos, sendo os mais comuns, óleo e água e são construídos em tubos, onde, normalmente circula o fluido refrigerante (no caso de um trocador para refrigeração). O fluido a ser refrigerado circula ao redor da área do tubo, isolado por outro sistema de tubos (similar a uma Serpentina (duto)) que possui uma ampla área geometricamente favorecida para troca de calor. O material usado na fabricação de trocadores de calor, geralmente possui um coeficiente de condutibilidade térmica elevado. Sendo assim, são amplamente utilizados o cobre e o alumínio e suas ligas. Dentro da teoria em engenharia, é um volume de controle, sendo que este equipamento normalmente opera em regime permanente, onde as propriedades da seção de um fluido não se altera com o tempo. A eficiência de um trocador de calor depende principalmente: Do material utilizado para construção; Da característica geométrica e Do fluxo, temperatura e coeficiente de condutibilidade térmica dos fluidos em evidência. Genericamente, para melhorar a troca de calor, são colocados aletas em toda a área da tubulação. Estas aletas fazem com que o fluido se disperse em áreas menores, assim, facilitando a troca de calor. Aletas, consistem em células interligadas entre si, onde circula fluido. São construídas em materiais de excelente condutibilidade térmica. Seu uso, acarreta uma grande desvantagem em um sistema termodinâmico, pois reduzem drasticamente a pressão com relação a entrada e saída. A maioria dos trocadores de calor, utilizam tubos com geometrias que favorecem a troca de calor, onde internamente, há em sua área aletas. 2 - O Trocador de Calor 2.1 – Objetivo: O trocador de calor é um equipamento com a finalidade de realizar o processo de troca térmica entre dois sistemas, fluído quente e fluído frio. Essa troca pode ser feita entre sistemas separados ou misturando os fluídos. Este processo é amplamente aplicado em diversos setores da engenharia, como, por exemplo, em aquecedores, refrigeração, condicionamento de ar, recuperação de calor, usinas de geração de energia, plantas químicas, plantas petroquímicas, refinaria de petróleo, processamento de gás natural e tratamento de águas residuais. 2.2 – Funcionamento: Existem três princípios diferentes em que se baseiam os trocadores de calor, sendo o último o mais comum na indústria, pois não há contato entre os dois fluídos, e assimpodem ser reaproveitados. Os demais possuem aplicações específicas. 2.2.1 - Pela mistura de fluidos: Dois fluidos de temperaturas diferentes se misturam num único sistema, alcançando uma mesma temperatura final. Pode ocorrer tanto em ambiente aberto, quanto em sistema fechado. 2.2.2 - Com armazenagem intermediária: Os fluidos quente e frio são escoados alternadamente na mesma passagem. Quando o fluido quente atravessa a passagem, o calor é armazenado na parede e no enchimento do trocador, em seguida o fluido frio atravessa o trocador de calor e absorve o calor armazenado. Geralmente esse método é usado em gases. 2.2.3 - Através de uma parede que separa os fluidos: Os fluidos escoam no trocador sem contato direto, através de tubulações distintas, separadas por paredes de alta condutibilidade térmica. Geralmente essas paredes são feitas de metais, como o cobre e o alumínio, ou ligas metálicas. O escoamento pode ser dado de duas formas, em correntes paralelas, em que os dois fluidos entram do mesmo lado do trocador e fluem no mesmo sentido, ou entram em lados opostos e fluem em sentido contrário; ou em correntes cruzadas, onde os fluidos escoam perpendicularmente. De modo geral, o escoamento em corrente cruzada é bastante aplicado em aquecimento de gases e sistemas de refrigeração. 2.3 - Figuras do Equipamento: Figura 2.3.1 - Trocadores de calor do tipo casco e tubo modelo Basco Type 500 Fonte: API Heat Transfer Figura 2.3.2 - Trocadores de calor de placas modelo Schmidt Gasketed Fonte: API Heat Transfer Figura 2.3.3 - Trocadores de calor do tipo duplo tubo modelo Basco Hairpin 2.4 - Representação esquemática em fluxograma: Figura 2.4.1 - Representação esquemática de um trocador de calor em fluxograma Fonte: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo composto por dois tubos concêntricos, um inserido no outro. Tanto o fluido quente quanto o fluido frio pode escoar no tubo interno. As principais vantagens desse tipo são a facilidade de construção e de montagem, ampliação de área, facilidade de manutenção e de acesso para limpeza. O trocador de calor tipo casco e tubo também segue o princípio de funcionamento no qual não há contato direto entre fluidos. Este equipamento possui tubos em seu interior, onde circula um dos fluidos, enquanto o outro circula entre o casco e as paredes dos tubos. Para garantir uma maior transferência de calor, o fluido que circula externamente é desviado por placas dispostas de modo transversal no interior da carcaça, como mostra a figura 2.5.1. Este tipo de trocador é de amplo uso na indústria de processos químicos, além disso, é de fácil limpeza e de menor custo. O trocador de calor deste tipo é formado por placas de metal enfileiradas, que são unidas por compressão, e sustentadas por barras. Essas placas possuem aberturas, tanto na parte superior quanto na inferior, para o escoamento dos fluidos, onde um dos fluidos circula pelo lado direito e o outro pelo esquerdo, em corrente em sentidos opostos. Entre as placas existem gaxetas – borrachas de vedação – que formam uma espécie de tubo por onde os fluidos escoam. Essas gaxetas estão dispostas de forma que permitam a passagem alternada dos fluidos entre as placas. Existem placas dos tipos planas, aletadas, espirais, entre outros. 2.5 - Principais Tipos de Trocadores de Calor: Na indústria de processos químicos, o princípio mais aplicado é o de troca de calor sem contato direto entre os fluidos. O trocador de calor tipo duplo tubo segue o princípio de funcionamento com fluidos sem contato direto, pode ser tanto corrente paralela ou correte cruzada. Figura 2.5.1 - Esquema de trocador de calor do tipo casco e tubo 2.6 - Aplicações na Indústria: Os trocadores de calor são fundamentais na indústria e nas pesquisas científicas. São exemplos de trocadores de calor, as torres de refrigeração de água, refrigeração em geral, recuperadores, condensadores e caldeiras. Também é utilizado na produção de bebidas destiladas. As torres de refrigeração são utilizadas para o resfriamento de água para a indústria. A água quente goteja da parte superior da torre e encontra uma corrente de ar em temperatura ambiente. O ar flui em corrente contrária devido a um exaustor no topo da torre. A troca de calor ocorre por contato direto entre o ar e a água. Assim a água é resfriada e pode ser reaproveitada. Na refrigeração em geral, usa-se dois trocadores de calor em sistema fechado, com um único gás, o fréon (um fluorcarboneto não inflamável qualquer). Inicialmente, o gás frio passa por um compressor e se torna um gás de alta pressão, e assim sua temperatura aumenta. Então ele passa pelo primeiro trocador de calor, no qual ele perde calor para o meio externo. Em seguida, ele passa por Figura 2.5.2 - Esquema de trocador de calor de placas Fonte: Almathi Figura 2.6.1 - Esquema de torre de refrigeração Fonte: MPSC Engenharia uma válvula e se expande, fazendo com que sua temperatura diminua e fique menor do que antes de ser comprimido. Esse gás frio, passa pelo segundo trocador de calor, resfriando um determinado ambiente. Após atravessar o trocador, ganha temperatura e retorna ao compressor, dando continuidade ao ciclo. Os recuperadores baseiam-se em um trocador de calor tipo duplo tubo. Em um dos tubos existe um fluido quente e no outro um fluido que necessita ser aquecido. Assim o trocador de calor aproveita a energia térmica para aquecer o outro fluido. Os condensadores são empregados em processos de separação de misturas por destilação, eles são responsáveis, pela condensação de vapores de substâncias que foram separadas no processo de destilação. Esse método é comum na extração de óleos e na purificação de líquidos. 2.7 – Manutenção: Para que a integridade do trocador de calor seja mantida, é preciso que haja uma frequente inspeção de suas peças. Para verificar se as paredes do trocador estão em bom estado usa-se dois métodos, o método do gás hélio e o método da corrente parasita. O método do gás hélio consiste em encher o trocador com o gás e verificar se ocorreu vazamento, através de um espectrômetro de massa, que mede a concentração do gás. Esse método é capaz de detectar e medir micro vazamentos. O método da corrente parasita baseia-se em aplicar um forte campo eletromagnético no trocador de calor, gerando correntes de Foucault (correntes circulares formadas nas paredes do trocador). Essas correntes são medidas e, se estiverem abaixo do padrão, indicam um dano na estrutura metálica. Outro problema frequente com trocadores de calor é a incrustação, ou seja, a precipitação de impurezas na superfície dos tubos quando ocorre a passagem dos fluidos. Ela pode ser agravada pela falta de limpeza regular do trocador e/ou do seu uso frequente. A incrustação prejudica o rendimento do trocador de calor ao diminuir o contato entre fluido e a parede do trocador. Para retirar a incrustação é necessário o uso de produtos químicos capazes de reagir com ela. Como esses produtos Figura 2.6.2 - Diagrama do ciclo de refrigeração Fonte: How Stuff Works químicos podem corroer o equipamento e também contaminar o fluido, é melhor manter a limpeza regular do trocador. Trocadores de calor de placas precisam ser desmontados e limpos periodicamente. Trocadores de calor tubulares podem ser limpos por métodos como a limpeza ácida, jateamento e jato deágua de alta pressão. 2.8 - O que um Engenheiro Precisa Saber O engenheiro que vai projetar ou avaliar um trocador de calor deve ter conhecimento sobre algumas variáveis envolvidas no processo. As principais variáveis de processo num equipamento de troca térmica são: A natureza dos fluidos que percorrem o trocador: por exemplos, eles podem ser corrosivos, tóxicos, ou alimentícios, cada um com um tratamento específico. As temperaturas dos fluidos na entrada e na saída do trocador: elas determinam o valor do potencial térmico do trocador. As pressões de operação: cada processos necessita de uma pressão específica, como para a condensação de determinados fluidos. Essa pressão precisa ser suportada pelo equipamento; A velocidade de escoamento: se a velocidade de escoamento for alta, a turbulência do fluido será maior, e, portanto a área do trocador necessária para uma dada carga térmica será menor. Por outro lado, essa turbulência provoca um atrito maior e assim uma perda da carga maior. A sujeira: o depósito de materiais indesejáveis no trocador dificulta a troca de calor. Caso haja muita sujeira, deve-se escolher um modelo de trocador de fácil limpeza; Localização dos fluidos: para um trocador tipo casco e tubos, a localização dos fluidos se relaciona com a limpeza e manutenção do equipamento. O fluido mais “sujo” deve escoa no tubo, onde o trecho é reto e assim a turbulência é menor, evitando as incrustações. 3 - Conclusão: Os trocadores de calor não apenas realizam trocas térmicas, mas também são responsáveis pelo melhor aproveitamento energético nas indústrias. Um trocador bem projetado e adequadamente dimensionado para a sua operação, e com manutenção em dia, é capaz de realizar um processo de troca térmica mais eficiente, e, portanto, mais atrativo do ponto de vista econômico. Assim aumenta-se a competitividade do produto final. Além disso, do ponto de vista ambiental, o uso de trocadores de calor favorece o meio ambiente no momento em que se evita o descarte de fluidos em temperaturas elevadas ou então quando possibilita o reaproveitamento desse mesmo fluido para algum outro processo na indústria. Referências Bibliográficas: http://www.hottopos.com/regeq11/gut.htm http://www.dequi.eel.usp.br/~felix/Trocadores.pdf http://www.geadobrasil.com.br/Trocadores-de-Calor-a-Placas.577.0.html http://www.ufjf.br/washington_irrazabal/files/2014/05/Aula-23_Trocadore https://pt.wikipedia.org/wiki/Trocador_de_energia_t%C3%A9rmica HOLMAN, J. P. Transferencia de Calor. 8ª edição. Madrid: Concepción Fernández Madrid, 1998. MARTINELLI JÚNIOR, L. C. Transferência de Calor Parte V: Trocadores de Calor. 2000. Trabalho Acadêmico – Unijuí, Ijuí. DE OLIVEIRA, G. A. Dimensionamento de um Trocador de Calor Tipo CASCO E TUBOS. 2010. Trabalho Acadêmico (Graduação em Engenharia Mecânica) – Faculdade de Engenharia Mecânica, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia