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FICHAMENTO DE MÉTODOS DE PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL

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FICHAMENTO
UFF- Universidade Federal Fluminense
Serviço Social
Professora: Juliana Bastituta Vale.
Disciplina: Oficina do Conhecimento
Aluno: Vitor de Oliveira Mello 
Turma: l2 (Noturno)
Para quê, para quem, como? Alguns desafios do cotidiano da pesquisa em serviço social 
Questões introdutórias
O artigo pauta-se em um elemento central que consiste no questionamento diante de alguns desafios que transitam no cotidiano da pesquisa, bem como apresentar alguns instrumentos que são propostos para a gestão de tal processo, no contexto da formação profissional em Serviço Social. Há a defesa da legitimação do ato de pesquisa como estratégia de conhecimento e ação, portanto, integrada no espaço do trabalho de assistente social, corroborando que são essenciais tanto as descobertas no campo teórico, quanto às estratégias práticas de intervenção social nele articulada.
Através de fontes especializadas e versões de profissionais sobre o assunto, os autores iniciam indagando sobre o fazer cotidiano do Assistente Social. É relatada que no ambiente da profissão se discute uma forma de se realizar pesquisa, entretanto, nem sempre se alcança isso na prática da maneira planejada.
Os motivos para esta ineficácia são citados, tais como falta de pessoal, sobrecarga de atribuições ao profissional e falta de recursos. Atrelados a isto, surge outro dilema: como associar a prática da investigação a um mundo de regras tidas como sofisticadas, onde se destacaram falas que os autores classificaram como equivocadas, coma premissa de que pesquisa só se faz no âmbito da universidade, que seria uma coisa para “intelectual”, contrapondo-se aos que estão de maneira direta ligada à realidade social.
Todavia, perante as exigências dos cursos de pós-graduação que frequentavam, os autores ressaltam que os profissionais deveriam construir e realizar projetos e que em alguns casos, predominavam o pensamento de quando se fala em pesquisa, tinha que se pensar em prazos e normas, era um peso e ser carregado, quase que uma obrigação de fazer. 
Os autores mantêm um ponto de vista de que há certa burocratização e elitização da pesquisa. Por outro lado, defendem que a classe não quer banalizar a pesquisa, nem enfraquecer seu rigor científico.
Nesse sentido, reforçam o papel realizado dentro da universidade, concernente à produção do conhecimento, ou mesmo na validade e a seriedade dos vários projetos realizados nestas instituições. Mas alertam que a classe dos Assistentes Sociais deve pensar melhor o sentido da pesquisa, e recuperá-los em nosso cotidiano profissional, uma vez que a prática, no entendimento da classe, deve ser construída de forma artesanal. 
Devem realizar a prática com fome de descobertas, atrelando razão e sensibilidade, rigor e criatividade, entre outras.
Ocorre uma citação a Humberto Eco que diz a necessidade de encarar uma pesquisa como um desafio, uma caça ao tesouro, algo feito com gosto, percepção que está diretamente relacionada a algumas indagações anteriormente ditas: Para que pesquisamos? Para quem? Como? 
Este pensamento é que vai nortear os propósitos da atuação profissional, processo indispensável no campo de atual do Assistente Social, pensar assim, não se trata apenas de avançar nesse sentido, e sim na perspectiva de garantir a unidade entre o saber, o fazer, o saber fazer, e o fazer, apoiado em uma clara concepção do tipo de sociedade que queremos construir.
ALGUNS SENTIDOS DA PESQUISA: Usos e abusos
Diante do turbilhão de informações e pesquisas do mundo globalizado. A questão indispensável é: tipo de resultado as pesquisas produzem? A quem interessam estes resultados? Que uso se faz deles? Em última análise, qual é o sentido da pesquisa? Para quê e para quem se faz pesquisa? Como se pesquisa?
O que está em discussão em um primeiro momento, é uma questão ética. A qual confronta diretamente com a ideologia silenciosa do “Todo Conhecimento é bom”.
Ao perguntar “pesquisa: para quê”, há a intenção de problematizar a função social do conhecimento produzido, o resultado social das investigações dos pesquisadores. Destaca, assim, a importância de considerarmos a que e a quem se destina tal conhecimento e de que forma ele pode ser apropriado por tais sujeitos. 
A linguagem possui uma premissa de interferência externa no mundo social e, portanto, não pode ficar aprisionada no seio da comunidade científica; ela precisa ser um canal de interlocução efetiva.
As pesquisas, e mais particularmente os números, vêm se configurando como poderosos elementos de persuasão, uma vez que agregam credibilidade a uma informação, dando-lhe um senso de racionalidade. Diante desta face objetiva, o risco da ‘’Corrupção da Informação” torna-se real, já que conclusões de muitas pesquisas podem refletir, acima de tudo, os interesses de quem as encomendam. Uma clara tentativa de legitimação do conhecimento através de pesquisas que não passam de meros levantamentos de dados e tratam de temáticas banais.
A questão não é ignorar ou menosprezar o valor dos dados estatísticos que usualmente acompanham as pesquisas. Órgãos como o IBGE possuem a sua utilidade. O problema não está, portanto, na pesquisa propriamente dita, mas no uso indiscriminado de tal termo, ou seja, a sua banalização.
O que merece ser destacado é a demanda por observação dos procedimentos utilizados para sua produção, as análises, devidamente sustentadas, de seus possíveis significados, no contexto de uma sociedade que tem uma história, que pulsa a cada dia para várias direções, por vezes, contraditória. 
Deve ser questionada a finalidade da produção de tantos dados. Estatísticas que classificam, rotulam e correm o risco de ficarem isolados em cadastros, arquivos ou relatórios. Não basta juntar informações sem problematizar suas causas e possíveis significados.
É necessária uma concepção de pesquisa, onde há um espaço garantido para a indagação inacabada, para movimentos de aproximação sucessiva, onde teoria e dados dialoguem, permanentemente. De maneira cuidadosa e criteriosa, a profissão precisa estar afinada com a ultrapassagem do imediatismo e a sacralização do exercício profissional, retendo o desafio de operacionalizar seu projeto ético-político.
Familiaridade e estranhamento
Essa dualidade remete a algumas indagações: o que vemos, o que deixamos de ver em nosso cotidiano? Que dimensões este ver deve assumir em nossa prática profissional?
Em nome de uma suposta experiência acumulada durante os anos de trabalho, os desafios são preteridos. Segundo Lefebvre, é preciso revelar a riqueza escondida sob a aparente pobreza do cotidiano, descobrir a profundeza sob a trivialidade, atingir o extraordinário do ordinário.
 Se não há como retirar o valor da experiência empírica e do saber que pode ser acumulado através dos anos, uma coisa não deve ser esquecida: a experiência pode cegar, pode dificultar novas percepções, novas análises, novas buscas de relações, limitando, consequentemente, o processo de reconstrução permanente, tão importante para a profissão.
Não se trata de decretar a falência do rigor científico, mas sim de assumir a importância de percebê-lo, dentro de um contexto de objetividade relativa, o que remete à questão da subjetividade, sempre presente em processos de investigação, e à impossibilidade de resultados imparciais ou neutros. Da mesma forma de que não se pode abrir mão de eixos teóricos em uma pesquisa, também é inviável ignorar que as interpretações do pesquisador precisam ser sempre revistas e confrontadas.
Para que tal postura se efetive, é necessário estranhar mais o que aparenta ser familiar e familiarizar-se mais com aquilo que aparenta ser estranho. Pesquisar na perspectiva qualitativa, sempre em articulação quantitativa, aperfeiçoando uma ótica crítica e cuidadosa, afim de um desvendamento crítico da realidade em análise, com vistas a uma intervenção mais qualificada.
Projetos de pesquisa: ferramentas em discussão
Não possuem a intenção de serem seguidos rigorosamente a risca. Pelo contrário, oque se pretende é trabalhar com uma proposta simples, que indique alguns movimentos iniciais e seu aprofundamento e detalhamento progressivo.
São cinco ferramentas que se inter-relacionam, mas são apresentadas e trabalhadas, distintamente, a partir do desafio que cada uma contém. Indicam os passos iniciais, as possíveis indagações a serem formuladas e as respostas preliminares elaboradas pelos pesquisadores. Tal processo permite que seja feito um mapeamento inicial do que se pretende, sinalizando elementos para a redação posterior do projeto propriamente dito.
A Ferramenta 1: em busca de um tema 
Local de onde surge um tema de pesquisa
 Nele é definido o assunto para se investigar
Intenção de provocar observações iniciais.
Fase preparatória para a condução do projeto.
Seleção de um tema provável, ainda em estado bruto, a ser problematizado e delimitado na Ferramenta 2.
 Ferramenta 2: Recorte de um objeto de pesquisa 
Uma etapa onde diversos movimentos são feitos no sentido da delimitação do tema. 
Fase exploratória de uma pesquisa, buscando maior aproximação com o campo inserido, realizando revisão de literatura, discutindo a relevância social e científica do assunto e definindo seus objetivos.
Enunciando o objeto com clareza.
  Ferramenta 3: Escolhas teóricas 
Reflete os movimentos anteriores, envolvendo a elaboração das questões norteadoras, hipóteses ou pressupostos e os eixos teóricos que orientarão a pesquisa.
  Ferramenta 4: Escolhas metodológicas
Trabalha com os caminhos a serem percorridos, em estreita sintonia com os eixos teóricos escolhidos. 
Nesse momento foca-se nos métodos, nos instrumentos para coleta de dados, nos sujeitos a serem pesquisados, na análise e interpretação do material empírico, na devolução do conhecimento construído...
 Ferramenta 5: Recursos, tempo e normas,
Não basta apenas delimitar bem um tema, desenhando-o em um contexto teórico-metodológico. 
Deve-se também pensar nos diferentes recursos necessários para a viabilização do projeto, além de planejar o uso do tempo. 
Necessidade de recorrer às normas técnicas para a elaboração de trabalhos científicos.
Gradativamente, o exercício que acontece passo a passo, sem perder a perspectiva do todo, tem propiciado o desenvolvimento de reflexões, questionamentos e sistematizações, por meio de uma expressiva interatividade entre os atores da pesquisa. É necessário salientar a importância do diálogo entre a realidade empírica e os eixos teóricos selecionados, numa via de mão dupla, bem como se identifica e valoriza a estreita relação entre o saber e o fazer.
Mesmo assim, tais ferramentas encontram-se em permanente observação, comportando alterações de acordo com as temáticas e sujeitos trabalhados, não cabendo seu entendimento como modelo totalmente definido.
Palavras finais
São longos os caminhos a serem trilhados, é fundamental salientar que tão importante quanto pensar é decidir o que fazer com as reflexões. Localizar onde se está e aonde se quer chegar, conhecer para mudar — este é o ponto crucial. Torna-se indissociável que a pesquisa seja assumida como movimento fundamental e permanente, tanto durante a formação profissional, quanto durante o exercício profissional do assistente social.
O assistente social é autor e ator de toda a trajetória já percorrida. Não há como não admitir, portanto, a responsabilidade, não só em torno do ser, mas também no que se refere ao vir a ser do Serviço Social.
A Teoria e prática necessitam atuar em consonância, ambas possuem uma relação mútua, ou seja, precisam do conjunto para se alcançar de maneira efetiva os objetivos traçados.
não vale sacralizar a prática. Teoria e prática detêm a mesma relevância científica e constituem no fundo um todo só. Uma não substitui a outra e cada qual tem sua lógica própria. Nos extremos, os vícios do teoricismo e do ativismo causam os mesmos males. Não se pode realizar prática criativa sem retorno constante à teoria, bem como não se pode fecundar a teoria sem confronto com a prática. (Demo, 1991, p. 27)
A pesquisa é um dos procedimentos teórico-metodológicos imprescindíveis ao cotidiano do Serviço Social, torna o profissional capaz de se reinventar, reconstruir e até construir uma revolução para a Profissão, mediante a eliminação da consciência acomodada e adormecida. Imprimindo, assim, a marca da competência no exercício profissional.

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