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Aula 2 Origem e importância das abelhas

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16/08/2014
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Prof. GIL IGNACIO LARA CANIZARES
Universidade do Estado de Santa Catarina
Centro de Ciências Agroveterinárias – CAV
Lages - SC
� Pesquisas arqueológicas mostram que as abelhas sociais
já produziam e estocavam mel há 20 milhões de anos,
antes mesmo do surgimento do homem na Terra.
� A evolução das abelhas estão ligadas de perto com o
aparecimento das plantas angiospermas, plantas que
produzem flores com odor, forma e cor, bem como néctar
em excesso e pólen.
Colmeia fabricada com palha e
argila do século X a.C.
descoberta em Tel Rehov –
Israel. Fonte: The Hebrew
University of Jerusalem
(http://www.huji.ac.il/)
� As plantas oferecem comida para atrair as abelhas
(recompensa)
� (Em troca) As abelhas fornecem um mecanismo de
transferência de Pólen entre as plantas.
Polinização
� No início, o homem promovia uma verdadeira "caçada ao
mel", procurando e localizando os enxames, que muitas
vezes nidificavam em locais de difícil acesso e de grande
risco para os coletores.
� As abelhas provavelmente surgiram na África Tropical e
foram levadas para a Europa, Leste da Índia e para a
China.
� Foram trazidas para o continente americano pelos
colonizadores.
� Agora estão espalhadas pelo mundo inteiro.
� Naquela época, o alimento ingerido era uma mistura de
mel, pólen, crias e cera, pois o homem ainda não sabia
como separar os produtos do favo.
� Os enxames, muitas vezes, morriam ou fugiam, obrigando
o homem a procurar novos ninhos cada vez que
necessitasse retirar o mel para consumo.
� Há, aproximadamente, 2.400 anos a.C., os egípcios
colocavam as abelhas em potes de barro e a retirada do
mel era muito similar à "caçada" primitiva, entretanto, os
enxames podiam ser transportados e colocados próximo à
residência do produtor.
� A palavra colmeia vem do grego, pois os gregos
colocavam seus enxames em recipientes com forma de
sino feitos de palha trançada chamada de colmo.
A Apicultura
começa com a
domesticação
de colônias de
abelhas pelos
egípcios.
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� Com o tempo, as abelhas passaram a assumir grande
importância econômica e a ser consideradas um símbolo
de poder para reis, rainhas, papas, cardeais, duques,
condes e príncipes, fazendo parte de brasões, cetros,
coroas, moedas, mantos reais, entre outros.
� Na Idade Média, em algumas regiões da Europa, as
árvores eram propriedade do governo, sendo proibido
derrubá-las, pois elas poderiam servir de abrigo a um
enxame no futuro.
� Para evitar matar as
abelhas e coletar o
mel, na idade
média, vários
estudos iniciaram-se
nesse sentido
� Os enxames eram registrados em
cartório e deixados de herança por
escrito, o roubo de abelhas era
considerado um crime imperdoável,
podendo ser punido com a morte.
� O uso de recipientes horizontais e com comprimento
maior que o braço do produtor foi uma das primeiras
tentativas.
� O apicultor jogava fumaça na entrada da caixa, as
abelhas ficavam no fundo, inclusive a rainha, e depois
retirava-se somente os favos da frente, deixando uma
reserva para as abelhas.
Colmeia natural (esquema)
Mel
Pólen
Cria
Espaço 
abelha
� Alguns anos depois, surgiu a ideia de se trabalhar com
recipientes sobrepostos, em que o apicultor removeria a
parte superior, deixando reserva para as abelhas na caixa
inferior.
Colmeias com quadros móveis
Tronco de árvore Caixa Caixa e sobre caixa
Evolução da colmeia
� Em 1851, o Reverendo Lorenzo Lorraine Langstroth
verificou que as abelhas depositavam própolis em
qualquer espaço inferior a 4,8 mm e construíam favos em
espaços superiores a 9,5 mm.
� A medida entre esses dois espaços Langstroth chamou
de "espaço abelha", que é o menor espaço livre existente
no interior da colmeia e por onde podem passar duas
abelhas ao mesmo tempo
Lorenzo Lorraine Langstroth
Espaço abelha
� Langstroth criou, os quadros móveis que podem ser
retirados das colmeias pelo topo e movidos lateralmente
dentro da caixa.
� Assim, a colmeia de quadros móveis permitiu a criação
racional de abelhas, favorecendo o avanço tecnológico da
atividade como a conhecemos hoje.
� Essa descoberta simples foi uma das chaves para o
desenvolvimento da apicultura racional
Colmeia LangstrothNinho ou caixa Melgueira
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HISTÓRIA DA APICULTURA NO BRASIL
� As abelhas domésticas foram introduzidas do continente
europeu pelos imigrantes que vieram ao Brasil trazendo
consigo alguns enxames.
� Em 1839, o Padre Antônio Carneiro conseguiu, com
autorização do rei D. Pedro II mediante Decreto n 72, de
12 de julho de 1839, importar para o estado d Rio de
Janeiro algumas famílias de abelhas da espécie Apis
Mellifera Mellifera (abelhas pretas).
� No Rio Grande do sul, O imigrante Frederico augusto
Hanemann, no ano de 1879, importou da Alemanha para
o Rio Grande do Sul algumas famílias de abelhas
italianas Apis Mellifera Ligústica.
� Outros imigrantes também trouxeram com eles famílias
de abelhas das raças cárnicas, caucasianas e italianas,
que deram origem à sua disseminação pelo território
brasileiro.
Apis melífera ligústica Apis melífera cárnica
Lei no 7.723 de setembro de 1989
Dispõe sobre a abelha e a flora melífera
O Governado do Estado de santa Catarina. Faço saber a todos os
habitantes deste Estado que a Assembleia Legislativa decreta e eu
sanciona a seguinte Lei:
Art. 1º Fica declarada a abelha inseto útil e a flora melífera do
interesse público.
Art. 2º A abelha, como inseto útil, e a flora melífera, como
riqueza estadual, serão objetos de proteção e de medidas preventivas
que evitem a sua destruição.
Art. 3º Decreto governamental regulamentará a presente Lei,
ouvidos a Secretaria da Agricultura, do abastecimento e da Irrigação e da
Federação das Associações de Apicultura de Santa Catarina.
Art. 4º Esta lei entra em vigor na data da sua publicação.
Art. 5º Revogam-se as disposições em contrário.
Florianópolis, 13 de setembro de 1989
� Em Santa Catarina as abelhas são protegida pelo estado.
� A apicultura está difundida em todas as regiões do Brasil, 
obtendo-se mel:
Amazônia
Mata Atlântica
Pantanal
Cerrado
Caatinga
Pampa Gaúcho
� A produção de mel no
Brasil cresceu
significativamente nas
últimas décadas
� O Brasil possui características favoráveis à produção
apícola:
- Uma das características positivas para a apicultura
refere-se às abelhas africanizadas, permitindo que seja
produzido um mel bastante higiênico e com alta
produtividade, com uma produção superior ao das
espécies nativas e europeias.
- Outra é a biodiversidade da flora e as características
do clima. (PICOLLI, 2004)
Mel de abelha
� No entanto, apesar das características positivas,
produtividade média anual por colmeia no Brasil está em
torno de 15 quilogramas.
� Esta produtividade é considerada muito baixa quando
comparada à produtividade de outros países. (REIS, 2003)
Abelha africana
Produção de Mel Natural no Mundo em 2012 
(1.592.701 ton)
<=1.250
10.500
29.440
64.898
451.600
>=451.600
tonnes
Fonte: FAOSTAT
• O Brasil não está entre os maiores produtores mundiais de mel, embora a 
produção tenha aumentado significativamente nos últimos anos. 
• O aumento da produção nacional deve-se principalmente ao aumento na 
demanda externa pelo mel brasileiro.
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Produção de Mel por continente/2012
320.807 ton
164.239 ton
21.760 ton
348.413 ton
737.481,74 ton Fonte: FAOSTAT
Média de produção Mundial de Mel 
entre 2002 a 2012 
Fonte: FAOSTAT
1.289.770 ton
1.592.700 ton
Maiores Produtores de Mel/2012
Fonte: FAOSTAT
� China apresenta condições
propícias que lhe conferem o
status de grande produtor
apícola mundial. Este possui de
6 a 7 milhões de colônias de
abelhas.
(PAULA NETO; ALMEIDA NETO; 2005)
0
2.000.000
4.000.000
6.000.000
8.000.00010.000.000
12.000.000
14.000.000
16.000.000
18.000.000
Sul
Nordeste
Sudeste
Centro-Oeste
Norte
16.659.224
7.700.032
7.084.499
1.561.599
926.149
Fonte:IBGE
Total: 33.931.500 kg
Produção de mel por Região no Brasil 
(quilogramas)/2012
• A região Sul possui maior participação na
produção brasileira de mel, com 49,09% da
produção nacional.
Evolução da produção de mel 
(quilogramas) Regiões no Brasil 2005/2012
0
2.000.000
4.000.000
6.000.000
8.000.000
10.000.000
12.000.000
14.000.000
16.000.000
18.000.000
2005 2006 2006 2008 2009 2010 2011 2012
Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-
Oeste
Fonte:IBGE
Participação dos principais estados na 
produção de mel brasileiro
(33.931,5 ton/2012)
3º 
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5
Produção Mel (quilogramas) região Sul
0
2.000.000
4.000.000
6.000.000
8.000.000
10.000.000
12.000.000
14.000.000
16.000.000
18.000.000
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Sul
Paraná
Santa Catarina
Rio Grande do Sul
Fonte:IBGE
FONTE: TRADE MAP
Posição Pais Toneladas exportada 2013
World 587.901
1 China 124.901
2 Argentina 65.180
3 Vietnan 35.313
4 México 33.458
5 Índia 30.099
6 Alemanha 22.628
7 Bélgica 22.020
8 Ucrânia 21.674
9 Espanha 21.284
10 Hungria 20.724
11 Brasil 16.181
Exportadores de Mel 
Países exportadores (ton)/2013
Exportação brasileira de mel de jun/13 a jun/14 (kg)
Fonte: ABEMEL, 2014
Exportação em 2014: 14.524.233 kg
Exportação brasileira de mel de jun/13 a jun/14 
(US$)
Fonte: ABEMEL, 2014
Exportação em 2014: 55.198.718 US$
* Valor pago pelo mel: 3,80 US$/kg
- Alemanha
- Estados Unidos
- Japão
Países importadores de mel
300 mi ton/ano
� Vários fatores contribuem para o destaque de um país na
produção de mel.
� Um fator importante é a produtividade por colmeia, que é
determinada pela:
- qualidade da flora apícola disponível no país e o bom
aproveitamento desta flora;
- qualificação dos apicultores e;
- adoção de práticas corretas no manejo apícola.
- França
- Reino Unido.
Produção Mel(quilogramas) Macrorregiões de SC 
2012- IBGE: PAM
1º 
Total SC: 4.388.589 kg
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6
0 200.000 400.000 600.000 800.000 1.000.000 1.200.000
Campos de Lages - SC
Criciúma - SC
Canoinhas - SC
Chapecó - SC
Concórdia - SC
São Miguel do Oeste - SC
Rio do Sul - SC
Joaçaba - SC
Tabuleiro - SC
Tubarão - SC
Blumenau - SC
Xanxerê - SC
Tijucas - SC
Curitibanos - SC
Ituporanga - SC
Florianópolis - SC
Joinville - SC
Araranguá - SC
São Bento do Sul - SC
Itajaí - SC
1.077.400
628.000
324.300
290.840
287.730
228.300
218.500
217.350
215.600
155.903
149.020
118.362
106.000
83.000
75.000
55.077
55.075
49.700
39.422
14.010
Produção Mel (kg) por microrregião 
SC/2012-IBGE-PAM
1º 
Microrregiões
1º 
Produção de mel(KG) por município na microrregião
Campus de Lages/2012- SC – IBGE- PAM
0 50.000 100.000150.000200.000250.000300.000350.000400.000450.000500.000
Bom Retiro - SC
São Joaquim - SC
Bom Jardim da Serra - SC
Urubici - SC
Lages - SC
Palmeira - SC
São José do Cerrito - SC
Bocaina do Sul - SC
Anita Garibaldi - SC
Urupema - SC
Campo Belo do Sul - SC
Otacilio Costa
Painel - SC
Rio Rufino - SC
Cerro Negro - SC
Capão Alto - SC
Correia Pinto - SC
Celso Ramos - SC
500.000
205.000
78.400
50.000
37.500
36.000
32.000
25.000
17.000
16.000
15.000
15.000
13.200
12.000
9.000
7.300
6.500
2.500
5º 
País Consumo Habitante/Ano
Suíça 1500g
Alemanha 960g
Estados Unidos 960g
Brasil 60g
Região Sul 200 a 300 gramas per capita
Mundo 220g
Consumo de mel per capita de mel.
� O consumo per capita anual brasileiro de mel é muito pequeno (abaixo
de 300 g), principalmente quando comparado com o dos Estados
Unidos e da Comunidade Europeia, que podem chegar a mais de 1
kg/ano.
� As razões são o baixo nível de renda e a falta de hábito de consumo
da população brasileira, decorrente do desconhecimento das
propriedades do produto, além da falta de propaganda.
(Zandonadi & Silva 2005)
Produção em toneladas de Cera de 
abelha no Mundo/2012
� Produção Mundial de cera - 64.688,22 ton
Fonte: FAOSTAT
<=180
320
1.600
1.850
5.000
>=5.000
Produção de cera por continente/2012
15.982 ton
13.731 ton
560 ton
3.448 ton
30.967,2 ton
Fonte: FAOSTAT
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Maiores Produtores de Cera/2012
Fonte: FAOSTAT

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