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Diversidade Botânica Conservação da Diversidade Botânica no Brasil Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profª. Ms. Cristine Gobbo Menezes Revisão Textual: Profª. Ms. Fatima Furlan 5 • Conceito de espécie • O que é biodiversidade e para quê medi-la • Como as espécies se distribuem? Discutiremos sobre como evitar que as atividades humanas e suas consequências acelerem a extinção e perda de diversidade biológica. Sobre o que significa diversidade — um conceito muito utilizado desde a ecologia ao discurso político. Medi-la pode nos ajudar a ter um retrato dos ambientes, auxiliando em políticas de manejo e conservação. Espero que vocês aproveitem não apenas o conteúdo teórico, mas todas as fontes de referências disponibilizadas no “Material Complementar” para aprofundamento dos estudos. Não se esqueçam de acessar o link “Materiais Didáticos”, onde encontrarão o conteúdo e as atividades propostas para esta Unidade. Em caso de dúvidas, coloquem-nas no fórum de discussão “Sanando Dúvidas”. Haverá um tutor em contato permanente com vocês por meio do ambiente de aprendizagem virtual Blackboard. Nesta unidade vamos discutir o que de fato significa “Diversidade Botânica”. Sendo muito simplista, diversidade significa quantidade, ou seja quantidade de espécies diferentes em um determinado lugar. Contudo o termo pode ser empregado com esse mesmo significado para outras coisas como diversidade étnica, diversidade cultural ou mesmo diversidade de produtos de uma loja. Dito isso, talvez fique fácil perceber que o uso amplo e genérico de um termo pode criar uma verdadeira Torre de Babel, por isso neste capítulo iremos discutir conceitos e premissas para o estudo da diversidade botânica. Conservação da Diversidade Botânica no Brasil • Introdução 6 Unidade: Conservação da Diversidade Botânica no Brasil Contextualização As atividades humanas têm transformado nosso planeta sob muitos aspectos, o que também infelizmente tem reflexos negativos sobre diversidade biológica. Conservar e tentar recuperar parte da diversidade perdida é desafiador, mas deve ser considerado meta para minimizarmos as alterações climáticas. O texto abaixo são trechos de uma reportagem publicada pela Revista Fapesp em função de um encontro com especialistas da área florestal durante o Workshop on Monitoring Forest Dynamics: carbon stocks, greenhouse gas fluxes and biodiversity, realizado entre os dias 2 e 4 de setembro [de 2014] na Universidade de Brasília (UnB). Degradação florestal no Brasil preocupa especialistas (...) De acordo com os participantes do encontro, a degradação florestal difere do desmatamento, que se caracteriza pelo corte raso de árvores e responsável pela alteração significativa da paisagem da Amazônia brasileira, quando parcelas da floresta são convertidas em áreas de pastagem. Já a degradação é definida pela perda da capacidade da floresta de realizar suas funções originais, como contribuir para o balanço climático, hídrico e de carbono, em razão do corte seletivo de árvores de interesse comercial e de queimadas intencionais, entre outros fatores. (...) “Uma floresta degradada já não possui o mesmo estoque de carbono e a biodiversidade que tinha antes de ser afetada, mas, se for feito um manejo bem feito no prazo de 20 a 30 anos, ela pode se regenerar e até mesmo se aproximar de suas características originais”, explicou. Outra diferença significativa entre os dois processos, segundo os pesquisadores, é que o desmatamento é mais evidente e inequívoco e pode ser observado mais facilmente pelos satélites usados no monitoramento ambiental. A degradação, por sua vez, é mais sutil. Trata- se de um processo de longo prazo e deve ser acompanhada continuamente para que suas causas sejam identificadas. “É preciso o acompanhamento de longo prazo não só das mudanças na cobertura da floresta, mas dos processos que causam essas alterações ambientais”, disse Bustamante. “Sem isso, não é possível estimar qual será a trajetória das florestas degradadas e comparar com informações de estudos em campo para avaliar se vão se regenerar, se ganharão ou perderão carbono ou se podem evoluir para o desmatamento”. Elton Alisson, set/2014, Revista Fapesp. Disponível em http://agencia.fapesp.br/degradacao_florestal_no_brasil_preocupa_especialistas/19759/ 7 Introdução Segundo Melo (2008), diversidade e biodiversidade são palavras que são usadas para expressar tantos significados que se tornaram genéricas e superficiais. No contexto deste capítulo, utilizaremos diversidade como sinônimo de diversidade de espécies, o que ainda continua sendo bastante abrangente como veremos mais adiante. Antes de discutirmos sobre diversidade, precisamos entender o que é uma espécie e como conceitos de espécies distintos podem interferir em estratégias de conservação. Afinal, qualquer plano de conservação de uma área, listas de espécies ameaçadas ou ações relacionadas ao licenciamento ambiental se basearão justamente nesse nível taxonômico. Conceito de espécie Numa revisão feita por MAYDEN (1997), foram levantados pelo menos 24 conceitos de espécies distintos. Desses, o conceito biológico de espécies (CBE) é certamente o mais didático.O CBE foi proposto na década de 1940 e defendido por renomados cientistas como Ernst Mayr e Theodosius Dobzhansky. Segundo o CBE, um grupo de populações com potencial de se intercruzar e que estejam reprodutivamente isoladas de outros grupos é considerado uma espécie. Embora no meio acadêmico não exista consenso entre o conceito de espécie mais adequado, o CBE tem sido utilizado para ensinar o público em geral. Outras propostas mais recentes buscam integrar a informação evolutiva ao conceito de espécie, desta forma uma espécie seria uma linhagem monofilética, ou seja, organismos compartilhando um ancestral comum próximo. Explore Para saber mais sobre os diferentes conceitos de espécies e suas implicações para a conservação leia os artigos de QUEIROZ, K. 2007. Species Concepts and Species Delimitation. Syst. Biol., 56(6): 879-886. Disponível em: » http://sysbio.oxfordjournals.org/content/56/6/879.full.pdf+html; e ALEIXO, A. 2009. Conceitos de Espécies e suas Implicações para a Conservação. Megadiversidade, 5(1-2): 87-95. Disponível em: » http://www.conservation.org.br/publicacoes/files_mega5/Conceitos_de_especie. Por outro lado, a descrição de espécies novas é tema exclusivo da Taxonomia que possui regras baseadas no conceito de arquétipos dos antigos gregos. Isto porque ao descrever uma nova espécie o autor deve, obrigatoriamente, eleger pelo menos uma amostra — no caso de plantas, uma exsicata — como espécime-tipo. A ideia embutida nessa prática é a de que esse espécime sirva de referência para a identificação da nova espécie descrita, ou seja, um ou poucos espécimes de uma espécie deve representar toda a diversidade morfológica observada naquela espécie. 8 Unidade: Conservação da Diversidade Botânica no Brasil Para Pensar Se você nunca, em momento algum da sua vida, tivesse visto um cachorro doméstico e ao se deparar com alguns cachorros assumisse a tarefa de descrever a espécie, como você faria? Você incluiria as diferentes “raças” em uma única espécie? Como definiria o espécime-tipo? Mais recentemente, tem sido defendida a ideia de que ao invés de buscarmos conservar espécies deveríamos nos concentrar em Unidades Evolutivamente Significativas (UES). Essa ideia baseia-se na dinâmica evolutiva das espécies que se reflete na capacidade dos organismos responderem de modos distintos a pressões e desastres ambientais. Portanto, conservar UES significa na prática reconhecer linhagens divergentes dentro do que antes era considerado uma espécie — linhagens que poderiam divergir e formar novas espécies — e assim garantirque os processos evolutivos em curso sejam protegidos. Portanto, uma proposta em total oposição ao pensamento de arquétipo imutável. Porém, essa proposta sofre com uma questão prática: uma UES não é um táxon formal, portanto não poderia integrar listas de espécies ameaçadas ou estar sujeita aos planos de conservação. Alguns autores, dentre eles ALEIXO (2009), propõem que os taxonomistas busquem identificar as Unidades Evolutivamente Significativas dentro de cada espécie, descrevendo-as como espécies ou, alternativamente, como subespécies para que dessa forma possam ser consideradas na produção de listas de espécies ameaçadas e outras ações visando à conservação. Essa discussão merece ser aprofundada através da literatura sugerida para que não fujamos ao escopo do capítulo. Mas, aproveito para ressaltar alguns pontos que talvez não tenham ficado claros até aqui: I. A nomenclatura botânica visa estabilidade dos nomes, por isso existem muitas regras para a descrição das espécies e manutenção de registro-testemunho, como por exemplo um espécime-tipo. Porém, isso não significa que as espécies sejam imutáveis, na verdade observamos exatamente o contrário. II. Um nome de uma espécie representa uma entidade observada em um momento da história e em um local definido. É como uma “fotografia” que descreve um momento na evolução daquela linhagem de organismos. III. Ao empregar um nome científico em qualquer publicação, seja científica, técnica, de divulgação ou didática se deve utilizar, ao menos uma vez no texto, o binômio (ou seja, gênero seguido de epíteto específico) seguido do nome do autor da espécie. O nome do autor identificará a qual das “fotografias” você está se referindo, já que a descrição das espécies também se altera ao longo do tempo, por meio de revisões taxonômicas. IV. Não existe em taxonomia “espécie correta” ou “incorreta”, existem definições diferentes para uma mesma “entidade”, algumas mais amplamente aceitas que outras. Cabe à quem pretenda utilizar um binômio conhecer as opções e escolher conscientemente entre elas. V. Além disso, a quantidade de espécies varia em função dos critérios ou conceitos empregados para descrevê-las. Um efeito frequentemente associado à identificação de UES é o aumento de espécies descritas. 9 O que é biodiversidade e para quê medi-la Biodiversidade foi um termo adotado após o National Forum on BioDiversity que ocorreu em 1986 na cidade de Washington (EUA) em referência à diversidade de espécies, contudo tem um significado bastante genérico. Nos últimos 30 anos, a biodiversidade, sua conservação e métodos para estimá-la tem sido alvo tanto da biologia da conservação quanto de preocupações governamentais e acordos internacionais. A biodiversidade é medida por meio de índices de diversidade, que tentam estimar a diversidade total de espécies através de uma amostra. Isso porque para conhecer toda a diversidade de um determinado local seria necessário realizar um “censo” com todos os indivíduos de todas as espécies daquele local. Além disso, informações sobre espécies raras e frequentes podem ser incluídas no cálculo dos índices, tornando-os ferramentas úteis para ações de planejamento de áreas para proteção e seu monitoramento. Diálogo com o Autor Saber a diversidade de espécies numa área é fundamental para a compreensão da natureza e, por extensão, para otimizar o gerenciamento da área em relação a atividades de exploração de baixo impacto, conservação de recursos naturais ou recuperação de ecossistemas degradados. O reconhecimento da importância de se conhecer a diversidade tem estimulado a criação nos últimos anos de diversos tipos de inventários. Em áreas de difícil acesso e/ou em iminente perigo de destruição, governos e organizações não-governamentais (ONGs) têm empregado inventários rápidos na avaliação de diversidade. De forma mais detalhada, instituições de pesquisa têm implementado e acompanhado por vários anos (ou mesmo décadas) inventários de plantas (principalmente árvores) em grandes parcelas permanentes. (...) No Brasil, o Programa Biota-Fapesp implantou e mantém quatro parcelas de 10,24 ha em diferentes formações florestais em São Paulo (http://www.biota.org. br/projeto/index?show+212). MELO (2008). Índices de riqueza e diversidade Um problema de medir a riqueza (quantidade absoluta) de espécies de um lugar é que o valor obtido dificilmente poderá ser comparado com a riqueza observada em outros lugares. Isso porque a riqueza de espécies é altamente influenciada pela área estudada: uma ilha em geral tem menor riqueza que uma área continental. Mas, se estudarmos duas áreas continentais de igual tamanho poderíamos utilizar a riqueza de espécies para comparação? Nesse caso, ainda precisamos nos certificar de que o esforço de coleta foi equivalente ou que as áreas sejam equivalentes (p.e.: apresentam a mesma formação fitogeográfica). Digamos que uma dessas áreas foi visitada apenas uma vez no ano e que a outra, foi visitada uma vez por mês durante um ano. É fácil perceber que a segunda área terá um levantamento da riqueza mais preciso, porque abrangerá espécies de vida curta, por exemplo, que poderiam estar ausentes naquela primeira visita. Precisamos considerar ainda o cenário pouco provável de que em cada visita todos os indivíduos de todas as espécies foram incluídos no levantamento para que a riqueza da área fosse obtida. 10 Unidade: Conservação da Diversidade Botânica no Brasil Uma maneira de tentar relativizar os valores de riqueza observados e assim torná-los mais facilmente comparáveis é calcular o índice de riqueza de espécies. O índice de riqueza de espécies normaliza a quantidade de espécies observadas (S) pela área amostrada, ou mais frequentemente diretamente pelo número total de indivíduos observados (N) ou alguma transformação de N, por exemplo: 1 , ln S S N N − ou ainda, 2S N . Também é possível utilizar de métodos de rarefação ou padronização do tamanho da amostragem para tornar os resultados mais facilmente comparáveis. Um meio de fazer essa padronização é empregando a fórmula: E(S)= 1 1 S i N Ni n N n = − − ∑ onde E(S) é o número esperado de espécies em uma amostragem aleatória, S é o número total de espécies registradas, N é o número total de indivíduos registrados, Ni é o número total de indivíduos registrados para a espécie i, e n é o tamanho padronizado da amostra, por exemplo, o tamanho da menor amostra. Explore Um exemplo prático do cálculo de curvas de rarefação, assim como uma revisão teórica compreensível sobre índices de diversidade foi elaborada por Ronald S. M Barros, “Medidas de Diversidade Biológica” e está disponível em: » http://www.ufjf.br/ecologia/files/2009/11/Estagio_docencia_Ronald1.pdf Índices de diversidade, contudo, levam em conta a riqueza de espécies e também sua equabilidade (quão parecida é a distribuição das espécies no ambiente) e podem incluir informações filogenéticas, morfológicas, ecológicas ou distribuição de frequências de determinados grupos. Diálogo com o Autor Para entendermos o componente de equabilidade, imagine duas florestas ambas com 100 árvores distribuídas em 10 espécies. Na primeira, suponha que cada espécie esteja representada por 10 indivíduos. Na segunda, uma das espécies teria 91 indivíduos e as espécies restantes teriam cada uma um indivíduo. Embora a riqueza de espécies seja a mesma (10), na segunda teremos uma ‘sensação’ de menor diversidade ou de maior monotonia; sempre veremos uma mesma espécie e apenas raramente veríamos outras. MELO (2008). Os índices de diversidade mais comuns são os chamados não-paramétricos, porque não se baseiam numa distribuição de frequências, e empregam valores de riqueza de espéciese equabilidade em diferentes fórmulas. Como esses índices variam quanto ao peso dado tanto à riqueza, quanto à sua abundância e equabilidade, é impossível comparar os resultados obtidos por diferentes índices, assim como sua interpretação não é direta, dependendo sempre da comparação com outras áreas. 11 O índice de Simpson, contudo, possui uma interpretação mais direta, pois mede a probabilidade de que dois indivíduos retirados ao acaso pertençam à mesma espécie. Portanto, quanto mais diversa a área, menor será o valor de D obtido e maior a probilidade expressa por 1-D. Onde D=∑ 2pi e pi= proporção de indivíduos da área amostrada que pertençam à espécie i. Como dito até aqui, os índices de diversidade podem sintetizar informações do ambiente estudado, contudo sua interpretação dependerá também de informações qualitativas. Melo (2008) em sua revisão sugeriu alternativas como o uso dos índices de riqueza — desde que o esforço amostral e áreas sejam comparáveis —, emprego do diagrama de Whittaker, diagramas de dispersão de riqueza de espécies e equabilidade ou o uso de perfis de diversidade. Explore A revisão em linguagem simples sobre o uso, vantagens e desvantagens dos índices de diversidade feita por Melo (2008). O que ganhamos ‘confundindo’ riqueza de espécies e equabilidade em um índice de diversidade? Biota Neotrop. 2008, 8(3): 021-027. Disponível em: http://www.biotaneotropica.org.br/v8n3/pt/ fullpaper?bn00108032008+pt Como as espécies se distribuem? Como já discutimos a diversidade botânica não se distribui de modo homogêneo — cerca de 60% da diversidade de plantas e animais se distribui em 1,4% da superfície terrestre — e isso se deve tanto à variabilidade ambiental e condições microclimáticas quanto às condições intrínsecas às espécies como sua história evolutiva, requerimentos nutricionais e sucesso reprodutivo. Assim, chamamos de nativas todas as espécies naturais de uma determinada região/ habitat/ bioma, onde surgiram e se distribuíram sem interferência do homem. Por outro lado, se essas espécies possuírem área de distribuição extremamente restritas — as classificações variam entre 10.000 km² e 50.000km² —, são chamadas de raras. Plantas endêmicas, são também exclusivas de uma determinada região ou área, contudo, não necessariamente são raras. Sendo assim, essas três classificações são complementares e não-excludentes. Podemos utilizar a família Bromeliaceae — tipicamente neotropical — para exemplificar: i) uma espécie pode ser nativa, endêmica e rara, como Vriesea artropurpurea Silveira; ii)) nativa e endêmica, mas não rara como Vriesea altodaserrae L.B.Sm., ou ainda iii) nativa, mas não-endêmica como Vriesea simplex (Vell.) Beer (FORZZA et al, 2014b). Utilize o sistema de busca da Lista de Espécies da Flora Brasileira (disponível em: http:// floradobrasil.jbrj.gov.br/) utilizando os campos da seção “Abrangência Geográfica” para explorar espécies nativas, endêmicas ou naturalizadas (introduzidas pelo Homem) presentes na Flora Brasileira. Fonte: FORZZA et al. (2014a). 12 Unidade: Conservação da Diversidade Botânica no Brasil A maneira como as espécies se distribuem está relacionada às ameaças que enfrentarão, sendo que espécies endêmicas e raras estão mais vulneráveis à fragmentação dos seus habitats, assim como eventos ambientais imprevisíveis — também chamados estocásticos — como enchentes, incêndios ou estiagem prolongada. Suas populações também podem ser alteradas por fatores ecológicos que influenciem sua reprodução ou estabelecimento de sua prole, como a redução da diversidade genética ou redução da população de seus polinizadores e dispersores. Por essas razões, frequentemente a identificação de espécies endêmicas e raras estão incluídas no planejamento de áreas prioritárias para a conservação, como veremos adiante. Em 1988, o Dr. Norman Myers criou o conceito de Hotspots, ou seja, áreas que concentram alto grau de endemismo e que já perderam mais de 75% de sua área original. Atualmente, são reconhecidos 25 hotspots e dois desses localizam-se no Brasil: Mata Atlântica e Cerrado (MYERS, et al., 2000; MITTERMEYER, et al., 1998). Esses são ambientes altamente ameaçados por atividades humana e mais vulneráveis aos eventos estocásticos. Contudo, considerando o acelerado processo de degradação ambiental, tem sido defendida como medida complementar à conservação dos hotspots, a identificação de áreas conservadas (com 75% ou mais da sua área original intacta) e com baixa densidade populacional (menos que 5 pessoas/ km²) como prioritárias para conservação. Essas áreas são chamadas de Tropical Wilderness Areas e a porção brasileira da Floresta Amazônica está incluída nessa lista (MITTERMEYER, et al., 1998). O emprego das duas estratégias permitiria a conservação tanto de espécies endêmicas e altamente ameaçadas, quanto de locais bem conservados que abrigam espécies ameaçadas ou não, mas com condições melhores para sua permanência. Diálogo com o Autor As principais áreas tropicais naturais (Tropical Wilderness Areas) representam um importante estoque de biodiversidade e das principais bacias hidrográficas, funcionando como um controle contra o qual podemos comparar os hotspots mais degradados, além de terem um papel fundamental na estabilidade do clima. Frequentemente essas áreas são os últimos lugares onde populações indígenas podem manter seu estilo de vida tradicional. Elas estão assumindo valor recreativo, estético e espiritual crescentes em um planeta cada vez mais superlotado. (tradução livre a partir de MITTERMEYER et al. 1998) Figura 1. Distribuição global dos 25 hotspots (em vermelho). Fonte: MYERS et al. (2000). Fonte: Wikimedia Commons 13 Figura 1. Pode ser questionável a priorização de áreas para conservação baseado em alto grau de endemismo. Isso porque muitas espécies endêmicas, e recém-descritas, entram para a lista de espécies ameaçadas por ocorrerem em área restrita. Outras propostas baseiam-se na biodiversidade ou, mais frequentemente, na riqueza de espécies, dessa forma pode-se identificar hotspots usando critérios diferentes. Um estudo semelhante foi realizado por Orme e colaboradores (2005; Figura 2) que compararam a congruência entre hotspots baseados na riqueza de espécies, riqueza de espécies ameaçadas e riqueza de espécies endêmicas de aves. Embora tenham encontrado incongruência entre os resultados das suas simulações, a identificação de hotspots a partir de espécies endêmicas abrangeu, além de 60% de todas as espécies endêmicas, também 58% da riqueza de espécies e 41% das espécies ameaçadas. O uso de grau de endemismo para identificação de hotspots, ou ainda o uso dessa metodologia para identificação de áreas prioritárias para conservação ainda é questionável. Especialmente porque seus resultados podem variar em função do grupo de organismos utilizado como modelo: se plantas, vertebrados ou exclusivamente aves. Contudo, áreas com alto grau de endemismo parecem refletir áreas de refúgios, onde as espécies puderam se manter durante períodos de mudanças climáticas passadas, e por esse motivo conseguem captar maior riqueza de espécies. Figura 2. Distribuição geográfica de três aspectos da diversidade (à esquerda) e Hotspots de biodiversidade para três aspectos da diversidade (à direita). a) Riqueza total de espécies (à esquerda) e Hotspot de riqueza de espécies (à direita); b) Riqueza total de espécies ameaçadas (à esquerda) e Hotspot de riqueza de espécies ameaçadas (à direita); c) Riqueza total de espécies endêmicas (à esquerda) e Hotspot de riqueza de espécies endêmicas (à direita). A escala colorida sobre os mapas à esquerda se referem à riqueza máxima em cada simulação. Fonte: ORME et al. (2005) 14 Unidade: Conservação da Diversidade Botânica no BrasilDiálogo com o Autor Conservacionistas estão distantes de conseguir proteger todas as espécies sob ameça, mesmo que apenas por falta de investimento. Isso exige prioridades: como podemos proteger a maioria das espécies com o menor custo? Uma maneira é identificar “hotspots de biodiversidade”, onde há excepcional concentração de espécies endêmicas passando por perda excepcional de habitat. Cerca de 44% das plantas vasculares e 35% de todas as espécies de vertebrados estão confinadas a 25 hotspots que se estendem por apenas 1,4% da superfície da Terra. Fonte: MYERS et al. (2000) Como vimos, esses critérios nos ajudam a reconhecer áreas relevantes para conservação em escala global. E podem, claramente, guiar ações dos governos locais para proteção e conservação da biodiversidade. ExploreNavegue na página da IUCN (www.iucn.org) e leia o texto (em inglês) Scientists identify the world’s most irreplaceable protected areas (Cientistas identificam as áreas protegidas mais insubstituíveis do mundo) em que os autores fazem um ranking das áreas protegidas que concentram mais da metade das espécies globalmente ameaçadas. Listas brasileiras de espécies ameaçadas Diálogo com o Autor As listas são o resultado de um processo científico que permite a classificação das espécies de acordo com seu risco de extinção. Elas exercem o importante papel de fornecer aos dirigentes informações documentadas, com o intuito de respaldar o processo de estabelecimento de prioridades de conservação por parte da sociedade. Dessa forma, ajudam a garantir que os dados científicos adequados sejam considerados quando da elaboração de políticas. Assim sendo, as listas vermelhas podem atuar como o elo que faltava e que irá exercer o papel de ponte entre a ciência e a política, suscitando planos de conservação mais realistas e ações mais eficazes. Fonte: MORAES e MARTINELLI (2013). A lista de flora ameaçada produzida para o Livro Vermelho da Flora do Brasil baseia-se nas classificações (Figura 3) e critérios de avaliação empregados pela IUCN versão 3.1. Os critérios levam em conta questões relativas à dinâmica das populações, número de indivíduos maduros, como a redução da população diretamente mensurada ou estimada, por exemplo, pela reconhecida fragmentação dos ambientes onde se distribuem. 15 Figura 3. Classificação de ameaça dos táxons avaliados pelos critérios da IUCN versão 3.1. Essa classificação também é empregada pelas avaliações brasileiras. Extinto (EX) Extinto na natureza (EW) Criticamente em perigo (CR) Em perigo (EN)AmeaçadoDados Su�cientes Vulnerável (VU) Quase ameaçado (NT) Pouco preocupante (LC) Dados insu�cientes (DD) Não avaliado (NE) Avaliado Para saber mais: As definições de cada categoria de risco utilizadas pela IUCN são: · Extinta (EX)-EXTINCT: Um táxon é considerado “Extinto” quando não restam quaisquer dúvidas de que o último indivíduo morreu. Um táxon está presumivelmente Extinto quando falharam todas as tentativas exaustivas para encontrar um indivíduo em habitats conhecidos e potenciais, em períodos apropriados (do dia, estação e ano), realizadas em toda a sua área de distribuição histórica. As prospecções devem ser feitas durante um período de tempo adequado ao ciclo de vida e forma biológica do táxon em questão. · Extinto na Natureza (EW)-EXTINCT IN THE WILD: Um táxon é considerado “Extinto na Natureza” quando é dado como apenas sobrevivendo em cultivo, cativeiro ou como uma população (ou populações) naturalizada fora da sua anterior área de distribuição. Um táxon está presumivelmente Extinto na Natureza quando falharam todas as tentativas exaustivas para encontrar um indivíduo em habitats conhecidos e potenciais, em períodos apropriados (do dia, estação e ano), realizadas em toda a sua área de distribuição histórica. As prospecções devem ser feitas durante um período de tempo adequado ao ciclo de vida e forma biológica do táxon em questão. · Criticamente em Perigo (CR)-CRITICALLY ENDANGERED: Um táxon é considerado “Criticamente em Perigo” quando as melhores evidências disponíveis indicam que se cumpre qualquer um dos critérios A a E para Criticamente em Perigo, pelo que se considera como enfrentando um risco de extinção na natureza extremamente elevado. · Em Perigo (EN)-ENGANGERED: Um táxon é considerado “Em Perigo” quando as melhores evidências disponíveis indicam que se cumpre qualquer um dos critérios A a E para Em Perigo (ver secção III), pelo que se considera como enfrentando um risco de extinção na natureza muito elevado. · Vulnerável (VU)–VULNERABLE: Um táxon é considerado “Vulnerável” quando as melhores evidências disponíveis indicam que se cumpre qualquer um dos critérios A a E para Vulnerável (ver secção III), pelo que se considera como enfrentando um risco de extinção na natureza elevado. 16 Unidade: Conservação da Diversidade Botânica no Brasil · Quase Ameaçado (NT)–NEAR THREATENED: Um táxon é considerado “Quase Ameaçado” quando, tendo sido avaliado pelos critérios, não se qualifica atualmente como Criticamente em Perigo, Em Perigo ou Vulnerável, sendo, no entanto provável que lhe venha a ser atríbuida uma categoria de ameaça num futuro próximo. · Pouco Preocupante (LC)–LEAST CONCERN: Um táxon é considerado “Pouco Preocupante” quando foi avaliado pelos critérios e não se qualifica como nenhuma das categorias Criticamente em Perigo, Em Perigo, Vulnerável ou Quase Ameaçado. Taxa de distribuição ampla e abundantes são incluídos nessa categoria. · Dados Insuficientes (DD)–DATA DEFICIENT: Um táxon é considerado com “Dados Insuficientes” quando não há informação adequada para fazer uma avaliação direta ou indireta do seu risco de extinção, com base na sua distribuição e/ou estatuto da população. Um táxon nessa categoria pode até estar muito estudado e a sua biologia ser bem conhecida, mas faltaram dados adequados sobre a sua distribuiçãp e/ou abundância. Não constitui por isso uma categoria de ameaça. Classificar um táxon nessa categoria indica que é necessária mais informação e que se reconhece que investigação futura poderá mostrar que uma classificação de ameaça seja apropriada. É importante que seja feito uso de toda a informação disponível. Em muitos casos deve-se ser muito cauteloso na escolha entre DD e uma categoria de ameaça. Quando se suspeita que a área de distribuição de um táxon é relativamente circunscrita e se decorreu um período de tempo considerável desde a última observação de um indivíduo desse táxon, pode-se justificar a atribuição de uma categoria de ameaça. · Não Avaliado (NE)–NOT EVALUATED: Um táxon é considerado “Não Avaliado” quando ainda não foi avaliado pelos presentes critérios. A lista de espécies ameaçadas publicada na última edição do Livro Vermelho da Flora do Brasil está longe de abranger toda a flora do Brasil, pois apenas 4.617 táxons foram reavaliados — táxons que haviam sido avaliados pelas listas anteriores — a partir dos critérios da IUCN versão 3.1. Desses cerca de 50% foram classificados em alguma categoria de risco. Essa reavaliação de espécies abrangidas pelas listas anteriores foi o primeiro passo para uma avaliação completa da Flora do Brasil. Explore Faça o download do Livro Vermelho da Flora do Brasil e explore seu conteúdo, gráficos e discussões. Disponível em: http://cncflora.jbrj.gov.br/LivroVermelho.pdf 17 Figura 4. Distribuição da riqueza de espécies ameaçadas utilizando-se de quadrículas com células de 0.6 graus. As células mais escuras representam maior riqueza. Fonte: MARTINELLI et al. (2013) Apesar da baixa amostragem, foi possível observar que as áreas mais densamente povoadas do Sudeste apresentam maior riqueza de espécies ameaçadas, o que é justificável pela pressão causada pela expansão da infraestruturaurbana (Figura 4). Mas, também o esforço de coleta tem sido desigual entre as regiões (Figura 5). Portanto, áreas com menor riqueza de espécies ameaçadas podem somente refletir o desconhecimento ou esforço de coleta inferior e inadequado para um inventário completo. 18 Unidade: Conservação da Diversidade Botânica no Brasil Figura 5. Distribuição do esforço de coleta de espécimes da Flora do Brasil. As áreas mais escuras representam maior esforço (mais espécimes coletados). Observe que as manchas escuras localizam-se próximo à áreas ricas em Universidades e Institutos de Pesquisa, especialmente entre Paraná e Rio de Janeiro. Em Minas Gerais, as regiões coincidem com a Cadeia do Espinhaço (região com alto endemismo e três importantes Parques Nacionais: Serra da Canastra, Serra da Caraça e Serra do Cipó), assim como na Bahia coincide com a região da Chapada Diamantina. Essas áreas têm sido muito exploradas por botânicos há anos. Fonte: MARTINELLI et al. (2013). Além disso, também identificou-se que das 4.617 espécies reavaliadas, as Pteridófitas (Figura 6) possuem o maior percentual de espécies ameaçadas entre os demais grupos de plantas, apesar de 94,87% das espécies reavaliadas serem Angiospermas. Observou-se também uma correlação positiva entre a quantidade de espécies avaliada e a quantidade de espécies ameaçadas. Ou seja, as estimativas de espécies ameaçadas devem crescer conforme o processo de avaliação das Espécies da Flora do Brasil avance. 19 Figura 6. Proporções relativas de espécies ameaçadas e (em qualquer categoria de risco), não- ameaçadas e com insuficiência de dados em cada grupo taxonômico. 50% Angiosperma Ameaçadas DD Não ameaçadas Brió�ta Gimnosperma Pteridó�ta 0% Fonte: MARTINELLI et al. (2013). Um exame mais detalhado (Figura 7) mostra que Asteraceae, Bromeliaceae e Orchidaceae, famílias com espécies muito ornamentais, concentram grande parte das espécies classificadas como “Criticamente em Perigo” (CR) e “Em Perigo” (EN). Figura 7. Número de espécies em cada uma das três categorias (CR, EN e VU) que constituem a situação “ameaçadas de extinção”. Fonte: MARTINELLI et al. (2013). 160 140 120 100 80 60 40 20 0 As ter ac ea e Br om eli ac ea e Or ch ida ce ae Fa ba ce ae My rta ce ae Ca cta ce ae Me las to ma tac ea e Po ac ea e Ma lpi gh iac ea e Ru bia ce ae CR EN VU Fonte: MARTINELLI et al. (2013) 20 Unidade: Conservação da Diversidade Botânica no Brasil Muitas ameaças foram identificadas nessa revisão (5.642 no total), contudo àquelas relativas ao critério B, que envolvem perda e fragmentação de habitat, corresponderam a 87,35% das ameaças incidentes entre as espécies classificadas em alguma categoria de risco (MARTINELLI et al., 2013). Se por um lado, isto é um forte indício de degradação ambiental generalizada entre os Biomas Brasileiros, por outro é decorrente do uso excessivo do critério B, devido à ausência de informações quanto à dinâmica e tamanho populacional, entre outros dados requeridos pelos demais critérios. Explore Veja os critérios adotados pela IUCN versão 3.1 no link: http://www.iucnredlist.org/documents/2001RedListCats_Crit_Portugu%C3%AAs.pdf A agricultura é o fator predominante em todos os biomas, seguida pela extração de recursos naturais, pela perda e degradação de habitats. Contudo, foi possível observar particularidades em cada Bioma quanto às causas regionais: na Amazônia, a extração de recursos vegetais e agricultura somam 80% das causas; na Caatinga, a agricultura é o fator mais importante; no Pampa, as espécies invasoras são mais importantes que em qualquer outro bioma, e na Mata Atlântica e Cerrado — ambos reconhecidos como Hotspots e com maior riqueza de espécies ameaçadas — sofrem mais que os demais biomas com a pressão pela infraestrutura e desenvolvimento urbanos. Uma importante conclusão desse levantamento nacional, publicado na forma do Livro Vermelho da Flora do Brasil, assim como de levantamentos regionais, é a identificação de lacunas de informação. Em longo prazo, esse trabalho servirá de referência para políticos, organizações não governamentais e sociedade civil, mas imediatamente é possível identificar necessidades como: I) priorizar a formação de taxonomistas para estudar a Flora do Brasil adequadamente, assim como II) estimular e financiar estudos de médio a longo prazo para conhecer a dinâmica e estrutura das populações de uma quantidade maior de espécies. Essas ações devem permitir a coleta de dados mais acurados para as avaliações de risco, especialmente para as espécies listadas com “Dados Insuficientes”. Em resumo: A conservação da diversidade botânica, de todos os grupos taxonômicos, dependerá sempre do esforço de botânicos e taxonomistas em compreender essa diversidade e sua distribuição, empregando os conceitos e definições mais adequados para espécies ou outra unidade importante para conservação. Por outro lado, cabe ao governo fomentar e manter pesquisas que visem avaliar a diversidade botânica por meio dos recursos disponíveis — métodos e índices de diversidade — assim como a dinâmica das populações e os riscos a que estão submetidas. Além disso, as informações coletadas e mantidas por toda a comunidade de botânicos, devem ter livre acesso para consulta pública pela sociedade, de modo a construir o elo entre governo–cientista–sociedade civil, que contribuirá significativamente para avanços na conservação da diversidade botânica brasileira. 21 Material Complementar DICAS/LINKS: Ampliando Conhecimentos: O texto do link abaixo, publicado pelo Scientific American Brasil, explica em linguagem bastante simples o que é uma espécie e o impacto da sua definição. O exemplo dos lobos canadenses e sua hibridação com coiotes e outras espécies de lobos é utilizado para discutir a implicação do conceito de espécie para conservação. http://www2.uol.com.br/sciam/aula_aberta/o_que_e_uma_especie_.html A IUCN (International Union for Conservation of Nature) é uma das principais organizações não-governamentais de atuação internacional na área da conservação da natureza e há 50 anos produz listas vermelhas de espécies globalmente ameaçadas. Sua experiência e critérios objetivos na produção de listas tem sido aproveitada por muitos países, inclusive o Brasil, adotando seus critérios para identificação de espécies localmente ameaçadas. No link abaixo, é possível obter os critérios de identificação de espécies ameaçadas (o IUCN versão 3.1) que foi empregada para o mais recente Livro Vermelho da Flora do Brasil. http://www.iucnredlist.org/documents/2001RedListCats_Crit_Portugu%C3%AAs.pdf Livro Vermelho da Flora do Brasil http://cncflora.jbrj.gov.br/LivroVermelho.pdf Listas regionais de espécies ameaçadas SP – Resolução 48 da Secretaria de Meio Ambiente (2004) http://botanica.sp.gov.br/files/2014/02/resolu%C3%A7%C3%A3o_-sma48.pdf MG – Lista preliminar elaborada pela Biodiversitas http://www.biodiversitas.org.br/listas-mg/ RS – Lista preliminar elaborada pela Biodiversitas http://www.biodiversitas.org.br/florabr/rs-especies-ameacadas.pdf Lista de Espécies da Flora do Brasil, mantida pelo sistema Reflora e vinculada ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro, mantém uma lista atualizada constantemente com as espécies, área de ocorrência e status de ameaça. http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ A Revista Fapesp publicou recentemente um artigo discutindo o avanço da degradação florestal no Brasil, que diferente do desmatamento, é mais difícil de ser detectada e, embora não transforme a floresta em pastagem impede que muitas funções e serviços vitais da floresta possam ocorrer. http://agencia.fapesp.br/degradacao_florestal_no_brasil_preocupa_especialistas/19759/22 Unidade: Conservação da Diversidade Botânica no Brasil Referências ALEIXO, A. 2009. Conceitos de Espécies e suas Implicações para a Conservação. Megadiversidade, 5(1-2): 87-95. Disponível em http://www.conservation.org.br/publicacoes/files_mega5/Conceitos_ de_especie.pdf. Acesso em: Setembro de 2014. BARROS, R.S.M. 2009. “Medidas de Diversidade Biológica”. Disponível em http://www.ufjf.br/ ecologia/files/2009/11/Estagio_docencia_Ronald1.pdf. Acesso em: Setembro de 2014 FORZZA, R.C.; COSTA, A.; WALTER, B.M.T.; PIRANI, J.R.; MORIM, M.P.; QUEIROZ, L.P.; MARTINELLI, G.; PEIXOTO, A.L.; COELHO, M.A.N.; BAUMGRATZ, J.F.A.; STEHMANN, J.R.; LOHMANN, L.G. 2014a. Angiospermas in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/ FB128482. Acesso em: Agosto de 2014 FORZZA, R.C.; COSTA, A.; SIQUEIRA FILHO, J.A.; MARTINELLI, G.; MONTEIRO, R.F.; SANTOS- SILVA, F.; SARAIVA, D. P.; PAIXÃO-SOUZA, B.; LOUZADA, R.B.; VERSIEUX, L. 2014b. Bromeliaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http:// floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB6417. Acesso em: Setembro de 2014. MARTINELLI, G.; VALENTE, A.S.M.; MAURENZA, D.;KUTSCHENKI, D.C.; JUDICE, D.M.; SILVA, D.S.; FERNANDEZ, E.P.; MARTINS, E. M; BARROS, F.S.M.; SFAIR, J.C.; FILHO, L.A.S.; ABREU, M.B.; MORAES, M.A.; MONTEIRO, N.P.; PIETRO, P.V.; FERNANDES, R.A.; HERING, R.L.O.; MESSINA, T. e PENEDO, T.S.A. Avaliações de risco de extinção de espécies da flora brasileira, cap. 5, p. 60-102. In MARTINELLI, G. e MORAES, M.A (eds.). Livro Vermelho da Flora do Brasil, Andrea Jakobsson: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, pp.1102. MAYDEN, R. L. 1997. A hierarchy of species concepts: The denouement in the saga of the species problem. In Claridge, M. F.; Dawah, H. A. e Wilson, M. R. (eds.). Species: The units of biodiversity. Chapman and Hall, London, p. 381–424. MELO, A.S. 2008. O que ganhamos ‘confundindo’ riqueza de espécies e equabilidade em um índice de diversidade? Biota Neotropica, 8(3): 021-027. Disponível em: http://www.biotaneotropica.org.br/ v8n3/en/abstract?point-of-view+bn00108032008. Acesso em: Setembro de 2014. MYERS, N.; MITTERMEYER, R.A.; MITTERMEYER, C.G.; FONSECA, G.A.B.; KENT, J. 2000. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, 403: 853-858. MITTERMEYER, R.A.; MYERS, N.; THOMSEN, J.B. 1998. Biodiversity Hotspots and Major Tropical Wilderness Areas: Approaches to Setting Conservation Priorities. Conservation Biology, 12(3): 516-520. MORAES, M.A, e MARTINELLI, G. 2013. A importância de listas vermelhas nos processos de conservação da biodiversidade, cap. 4, p.53-57. In MARTINELLI, G. e MORAES, M.A (eds.). Livro Vermelho da Flora do Brasil, Andrea Jakobsson: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, pp.1102. 23 ORME, C.D.L.; DAVIES, R.G.; BURGESS, M.; EIGENBROD, F.; PICKUP, N.; OLSON, V.A.; WEBSTER, A.J.; DING, T.S.; RASMUSSEN, P.C.; RIDGELY, R.S.; STATTERFIELD, A.J.; BENNETT, P.M.; BLACKVURN, T.M.; GASTON, K.J.; OWENS, I.P.F. 2005. Global hotspots of species richness are not congruent with endemism or threat. Nature, 436: 1016-1019. Doi: 10.1038/nature03850. QUEIROZ, K. 2007. Species Concepts and Species Delimitation. Systematic Biology, 56(6): 879-886. Disponível em <http://sysbio.oxfordjournals.org/content/56/6/879.full.pdf+html>. Acesso em: Setembro de 2014. 24 Unidade: Conservação da Diversidade Botânica no Brasil Anotações www.cruzeirodosulvirtual.com.br Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, 868 CEP 01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000
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