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Aula Aglomerante MAT I

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Aglomerantes 
Guanambi 
 2018 
 
Professor: Otacisio Gomes Teixeira 
otacisiogteixeira@hotmail.com 
 
Materiais de construção civil I 
Aglomerantes 
• Aglomerante é o material fino ligante de uma pasta, 
responsável por promover a união entre grãos dos 
agregados. 
 
 
AGLOMERANTE ÁGUA PASTA + = 
ARGAMASSA + = AGREGADO MIÚDO 
CONCRETO 
= 
AGREGADO GRAÚDO 
AGLOMERANTE ÁGUA + 
+ AGREGADO MIÚDO AGLOMERANTE ÁGUA + + 
= 
2 
3 
Terminologias 
4 
Terminologias 
• Classificação: 
• Quimicamente inertes 
• Endurecem por simples secagem. Ex: argilas; 
• Quimicamente ativos 
• Endurecem pela ação de reações químicas. Ex: cimento Portland. 
 
• Quimicamente ativos: 
• Aéreos: necessitam da presença do ar e da água para endurecer; 
• Depois de endurecidos, não resistem bem quando imersos na água. 
• Devem ser usados apenas em contato com o ar. 
• Ex.: Cal aérea; 
• Hidráulicos: não necessitam da presença do ar para endurecer. 
• Depois de endurecidos, resistem bem a água. 
• O endurecimento dos aglomerantes hidráulicos se dá por ação exclusiva 
da água (reação de hidratação). 
• Ex.: Cimento Portland; 
 
• Poliméricos: reação de polimerização. 
5 
Principais aglomerantes 
 
•Gesso 
 
• Cal 
 
• Cimento 
 6 
Aglomerantes 
GESSO 
• Brasil é o maior 
produtor da América 
do sul; 
 
• Entre os 10 maiores do 
mundo. 
Gesso 
8 
Fonte: Tese Sayonara Pinheiro, 2011. 
Fonte: Tese Sayonara Pinheiro, 2011. 
9 
Produção 
10 
Gesso 
• Produto da desidratação parcial da gipsita - (CaSO4. 2H20); 
 
• Gipso – rocha; 
• Gipsita – mineral; 
 
 
Dihidrato Hemihidrato 
 Hemihidrato Água Dihidrato 
Calor 
+ 
11 
Tipos 
 
• Gesso α - produzidos em autoclaves sob 
pressão de vapor. Gesso odontológico. 
 
 
 
• Gesso β - produzido em fornos com pressões 
inferiores a 1 atm. Gesso da construção civil. 
 
 
12 
Propriedades 
• Não resiste ao contato com a água após endurecido 
(solúvel em água após endurecido); 
 
• Baixa condutibilidade térmica (isolante); 
 
• É corrosivo ao aço; 
 
• Pega rápida (aditivos); 
 
• Elevada geração de resíduos – a perda estimada pode 
chegar a quase 50%. 13 
Relação a/g e tempo de pega 
14 
Normas - gesso 
• NBR 13207 - Gesso para construção civil – Especificações 
• NBR 12127 - Gesso para construção - Determinação das propriedades 
do pó 
• NBR 12128 - Gesso para construção - Determinação das propriedades 
físicas da pasta 
• NBR 12129 - Gesso para construção - Determinação das propriedades 
mecânicas 
• NBR 12130 - Gesso para construção - Determinação da água livre e de 
cristalização e teores de cálcio e anidrido sulfúrico 
• NBR 13207 - Gesso para construção civil 
• NBR 13867 - Revestimento interno de paredes e tetos com pastas de 
gesso - materiais, preparo, aplicação e acabamento 
 
15 
Impactos ambientais 
Contras 
• Gera quantidade significativa de resíduos; 
 
 
Prós 
• Consumo de energia – o menor entre os aglomerantes; 
 
• Sua reação libera água e não dióxido de carbono; 
 
• É possível de ser reciclado. 
16 
Reciclagem de gesso 
• Resolução CONAMA 431/2011 - "Estabelece diretrizes, 
critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da 
construção civil". 
 
• Classe B - são os resíduos recicláveis para outras 
destinações, tais como: plásticos, papel, papelão, metais, 
vidros, madeiras e gesso; 
 
• Proibido o lançamento de resíduos em aterros sanitário; 
 
• Reciclagem. 
17 
Aglomerantes 
CAL 
Cal 
O calcário é um minério. É a matéria prima para a 
produção do aglomerante cal. 
 
Composição Química 
 
CaCO3 – carbonato de cálcio 
MgCO3 – carbonato de magnésio 
 
19 
Cal aérea 
• Matéria-prima: calcário (CaCO3); 
• Produto da calcinação de pedras calcárias; 
• Transformação do carbonato em óxido. 
 
 
 
56% 44% 
Cal viva – extremamente reativa. Não é aglomerante ainda. 
20 
Extração com uso de explosivos 
Produção 
21 
Extração manual da rocha e com uso de explosivos 
ANDRADE, J.K.C., 2005 
22 
Afloramentos de rocha calcária 
ANDRADE, J.K.C., 2005 
23 
Forno de Campanha para Cal 24 
Forno Meda para Fabricação de Cal 
25 
ANDRADE, J.K.C., 2005 
Etapas do processo de 
arrumação da caieira 
26 
Espaço vazio deixado no interior da caieira para 
contato da rocha com o fogo ANDRADE, J.K.C., 2005 
27 
Etapa de calcinação 
ANDRADE, J.K.C., 2005 
28 
Etapa de calcinação 
ANDRADE, J.K.C., 2005 
29 
Retirada da rocha após a calcinação 
ANDRADE, J.K.C., 2005 
30 
Forno rotativo (Klabin) – 1000 t/d 
31 
Cal virgem (CaO)– aplicações 
 
Sua maior aplicação é na obtenção da cal hidratada. 
 
Usada no tratamento de água das cidades. 
 
Usada na purificação da sacarose (cal cálcica). 
 
Usada na obtenção do carboreto e acetileno. 
 
Usada na correção da acidez do solo. 
 
Embalagem deve ser sempre de plástico. 
 32 
Hidratação (extinção da cal) 
 
• Objetivo: transformar os óxidos de cálcio e 
magnésio em hidróxidos, pela adição de água; 
• A cal viva reage energicamente com a água; 
• Reação exotérmica; 
 
Aprox.: 400 °C 
33 
Hidratação da cal virgem 
Tanque de Extinção de Cal Virgem 
34 
Etapa de hidratação (“aguação”) 
ANDRADE, J.K.C., 2005 
35 
Moagem da cal 
ANDRADE, J.K.C., 2005 
36 
Empacotamento e costura dos sacos 
37 
Armazenamento 
38 
Endurecimento da cal 
Ocorre com lentidão. 
 
Ocorre de fora para dentro, exigindo certa 
porosidade para permitir a evaporação da 
água em excesso e a penetração do gás 
carbônico da atmosfera. 
 
REAÇÃO DE CARBONATAÇÃO 
 Ca(OH)2 + CO2 CaCO3 + H2O 
 
UR abaixo de 50% - carbonatação é muito lenta. 
39 
Ciclo da cal 
40 
Classes 
• ABNT NBR 7175/03; 
 
• CHI, CHII e CHIII; 
 
• Exigências químicas e físicas pra cada um dos tipos; 
 
• No geral, quanto maior a classe, pior a cal; 
 
• CH III é mais carbonatada. 
 
 
 
41 
42 
Propriedades da cal nas 
argamassas 
• Melhora a trabalhabilidade e plasticidade; 
 
• Melhora a capacidade de retenção de água; 
 
• Diminuição da exsudação e da retração por 
secagem; 
 
• Proporciona maior permeabilidade. 
 
 
43 
Impactos ambientais 
• Gera uma quantidade significativa de dióxido de 
carbono (parte é reabsorvido na 
recarbonatação); 
 
• Demanda energia, Temperatura de calcinação 
maior que da cal aérea; 
 
 
 
44 
Aglomerantes 
CIMENTO PORTLAND 
 
Cimento 
O cimento é um material aglomerante na forma de um pó fino, 
com dimensões médias da ordem dos 45 µm, que resulta da 
mistura de clínquer com outros materiais, tais como o gesso, 
pozolanas, ou escórias silicosas, em quantidades que 
dependem do tipo de aplicação e das características 
procuradas para o cimento. 
46 
Cimento Portland 
• Amplamente empregado no planeta; 
 
• O concreto é o 2° material mais consumido no mundo 
(1° é a água); 
 
• 71 milhões de toneladas consumidas no Brasil em 
2013; (SNIC, 2016). 
 
 
PORTLAND: 
• “(...) recebeu esse nome por apresentar cor e propriedades de 
durabilidade e solidez semelhantes às rochas da ilha britânica de 
Portland.” (ABCP, 2016). 
47 
Fonte: 
Google 
Maps 
48 
49 
50 
(2013) 
51 
52 
Produção 
• Matérias-primas: 
• Calcário (80%) – CaO 
• Argila (20%)– SiO2; Al2O3; Fe2O3 
 
• Após a calcinação: 
• Gipsita (CaSO4 . 2H2O) 
• Adições. 
 
 
Regularização da pega 
53 
Produção 
54 
• Calcários 
• Constituídos basicamente de carbonato de cálcio CaCO3 
e podem conter várias impurezas, como magnésio, 
silício, alumínio ou ferro; 
• O carbonato de cálcio é conhecido desde épocas muito 
remotas, sob a forma de minerais tais como o calcário e 
o mármore; 
• O calcário é um rocha sedimentar, sendo a terceira 
rocha mais abundante na crosta terrestre e somente o 
xisto e o arenito são mais encontrados; 
• O elemento cálcio ( 40% do calcário), é o quinto mais 
abundante na crosta terrestre, após o oxigênio, silício, 
alumínio e o ferro. 
• 75-80% de calcário 
 
55 
• Argila 
• Silicatos complexos contendo alumínio e ferro como cátions 
principais e potássio, magnésio, sódio, cálcio, titânio e 
outros; 
 
• A escolha da argila envolve disponibilidade, distância, 
relação sílica/alumínio/ferro e elementos menores como 
álcalis; 
 
• A argila fornece os componentes Al2O3, Fe2O3 e SiO2. 
Podendo ser utilizado bauxita, minério de ferro e areia para 
corrigir, respectivamente, os teores dos componentes 
necessários, porém são pouco empregados. 
 
• 20-25% de argila 
 
56 
• Gesso 
 
• É o produto de adição final no processo de fabricação do 
cimento, com o fim de regular o tempo de pega por ocasião 
das reações de hidratação. É encontrado sob as formas de 
gipsita (CaSO4. 2H2O), hemidratado ou bassanita 
(CaSO4.0,5H2O) e anidrita (CaSO4). Utiliza-se também o 
gesso proveniente da indústria de ácido fosfórico a partir 
da apatita: 
 
Ca3(PO4)2 + 3H2SO4 + 6H2O → 2H3PO4 + 3(CaSO. 2H2O) 
 
• O gesso é destinado ao controle do tempo de pega do 
cimento, para propiciar o manuseio ao adicionar água; 
• O teor de gesso varia em torno de 3% no cimento. 
57 
58 
Composição química - 
simbologia 
59 
Composição química 
60 
Reações no forno 
• 5CaCO3 + 2SiO2 ----- 3CaO . SiO2 + 2CaO . SiO2 + 5CO2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Outros componentes em menor quantidade: Na2O, MnO, K2O, 
magnésio, enxofre, fósforo. 
 
 
Composto Fórmula Símbolo Teor (%) 
Silicato Tricálcico 3CaO . SiO2 C3S 50 – 60 
Silicato Dicálcico 2CaO . SiO2 C2S 20 – 25 
Aluminato Tricálcico 3CaO.Al2O3 C3A 6 – 12 
Ferroaluminato Tetracálcico 4CaO. Al2O3.Fe2O3 C4AF 8 – 12 
61 
Compostos anidros 
C3S – Aparece como cristais 
em placas hexagonais; 
 
C2S – Aparece como grãos 
arredondados; 
 
C4AF e C3A – Intersticiais. 
C3S 
C2S 
C3A 
C4AF 
62 
Principais compostos do 
cimento 
• C3S: É responsável pela resistência nos primeiros dias de idade 
da pasta. Hidrata com velocidade mediana e não libera muito 
calor; 
 
 
• C2S: reage mais lentamente com a água porém, após períodos 
maiores (aproximadamente um ano), atinge a mesma 
resistência mecânica que a alita (C3S). Intensidade de sua 
reação é lenta, sendo pequeno o calor desenvolvido; 
 
63 
Principais compostos do 
cimento 
• C3A: pega quase instantânea com intensidade rápida de 
reação com grande produção de calor. Tem pequena 
resistência mecânica. Importância ao cimento Portland é 
tornar possível menores temperaturas do forno; 
 
 
• C4AF: apresenta taxas inicialmente altas de reatividade com a 
água. Em idades mais avançadas: taxas baixas ou muito baixas 
 contribui pouco para a resistência mecânica. 
 
64 
Propriedades dos compostos 
dos cimentos 
65 
Reação de hidratação 
• Endurecimento da massa; 
 
• Exotérmica; 
 
• Compostos anidros + água -------- Compostos hidratados 
 
• O tamanho dos grãos (finura) influência na reatividade; 
 
• Grãos maiores demandam mais tempo para se 
hidratarem. 
66 
Reação de hidratação 
• Os compostos cristalizam e “se colam” uns aos outros 
formando um conjunto com elevada resistência; 
 
• O grão se hidrata de “fora pra dentro”. 
67 
Reação de hidratação 
Hidratação da fase silicato 
Hidratação da fase aluminato 
68 
CH – Cristais hexagonais CSH – Estruturas fibrilares 
Etringita – Cristais porosos e de baixa 
resistência 
69 
Relação água/cimento 
• Quantidade de água da mistura medida em 
relação à massa de cimento; 
• A água necessária para 
hidratar o cimento é em 
torno de 20% da 
quantidade; 
 
• Água adicional – 
Trabalhabilidade. 
70 
Exemplos de relação 
água/aglomerante baixa. 
Trabalhabilidade? 
71 
72 
Lei de Abrams 
Relação a/c X resistência à compressão 
73 
Impactos Ambientais 
 
• Elevado consumo de energia – térmica e elétrica; 
 
 
• 1 ton -------------- 1 ton de CO2; (KHALE, CHAUDHARY, 2007). 
 
 
• 1 ton -------------- 2,8 ton de matérias-primas; (KHALE, CHAUDHARY, 2007). 
 
 
• 5 a 8% das emissões antrópicas de CO2. (VAN DEVENTER et al, 2012). 
 
 
Calcinação Moagem 
Queima de 
combustíveis 
Calcinação do 
calcário 
74 
Adições minerais 
• As adições são matérias-primas que, misturadas ao clínquer na fase 
de moagem, permitem a fabricação dos diversos tipos de cimento 
Portland hoje disponíveis no mercado. 
 
•Escória granulada de alto forno; 
 
•Pozolanas; 
 
•Filler. 
75 
Escória granulada de alto 
forno 
• Composição semelhante ao CP; 
• Propriedades hidráulicas latentes; 
• Ativação química e física; 
 
 
• Resfriamento brusco; 
• Reação lenta. 
 
pH elevado Finura 
Fonte Imagem: Notas de aula Prof.Eduardo C. S. Thomaz - IME 
76 
 
Vantagens conferidas ao concreto 
• Melhor trabalhabilidade; 
• Desprendimento de calor de forma lenta; 
• Microestrutura mais densa da pasta; 
• Durabilidade. 
Desvantagens 
Perda rápida de abatimento; 
Retardamento de pega em temperaturas normais; 
Sensível a variações de água. 
77 
• Materiais silicosos ou sílico-aluminosos; 
 
• Pouca ou nenhum valor cimentício; 
 
• Quando finamente subdivididos e na presença de umidade, reagem 
quimicamente com o hidróxido de cálcio à temperatura ambiente 
formando compostos com propriedades cimentícias. 
 
POZOLANA + CH + H --------- C-S-H 
 
Materiais mais comumente encontrados: 
 
• Cinzas vulcânicas – pozolana original; 
• Pumicita; 
• Opalina; 
• Micas e calcedônias; 
• Terras diatomáceas calcinadas; 
• Argila calcinada. 
78 
Pozolanas 
Metacaulim 
Filler 
• Material carbonático (CaCO3); 
 
• Não reativo; 
 
• Material finamente dividido que em 
decorrência de sua ação física melhora as 
propriedades do concreto; 
 
• Usado para enchimento. 
79 
Tipos de Cimento Portland no Brasil 
Tipo 
Classe 
Resist. (MPa) 
Composição 
Norma 
Brasileira Clínquer 
+ Sulfatos de 
cálcio 
Escória 
Alto Forno 
Pozolana 
Materiais 
Carbonáticos 
CP I 
CPI- S 
25 
32 
40 
100 
 
95 - 99 
0 
 
1 - 5 
NBR 5732 
CP II - E 
CP II - Z 
CP II - F 
25 
32 
40 
56 - 94 
76 - 94 
90 - 94 
6 - 34 
6 - 14 
0 - 10 
0 - 10 
6 - 10 
NBR 11578 
CP III 
25 
32 
40 
25 - 65 35 - 70 0 0 - 5 NBR 5735 
CP IV 
25 
32 
45 - 85 0 15 - 40 0 - 5 NBR 5736 
CP V - ARI 95 - 100 0 0 0 - 5 NBR 5733 
CP V - ARI - RS 95 - 100 * * 0 - 5 NBR 5737 
80 
CP I – “Aglomerante hidráulico obtido pela moagem de clínquer 
Portland ao qual se adiciona, durante a operação, a quantidade 
necessária de uma ou mais formas de sulfato de cálcio” NBR 5732/91 
CP II – Cimento Portland Composto: Adição de Escória de Alto Forno, 
Material Pozolânico, Material Carbonático e porcentagens pré-
estabelecidas. 
CP III - Cimento Portland de alto-forno“Aglomerante hidráulico obtido pela mistura homogênea de clínquer 
Portland e escória granulada de alto-forno, moídos em conjunto ou em 
separado” – NBR 5735. 
CP IV - Cimento Portland Pozolânico 
“Aglomerante hidráulico obtido pela mistura homogênea de clínquer 
Portland e materiais pozolânicos moídos em conjunto ou em separado” 
– NBR 5736/1991. 
81 
Qual a diferença entre estes cimentos? 
82 
Aplicações 
83 
Aplicações 
84 
Aplicações 
85 
Pega e endurecimento 
• Pega: período inicial de solidificação pasta (passagem do 
estado plástico para o sólido); 
• Endurecimento: período de tempo em que o material ganha 
resistência, mesmo após o final de pega; 
• Início de pega: tempo que decorre desde a adição de água até 
o início das reações com os compostos de cimento (momento 
que a pasta começa a endurecer); 
• Fim de pega: situação em que a pasta não sofre mais 
nenhuma deformação em função de pequenas cargas e se 
torna um bloco rígido (momento que a pasta já está 
completamente sólida). 
86 
Aglomerantes 
 
De pega rápida (gesso) – Início de pega: 8 min; 
De pega semi-lenta (alguns cimentos) - Início de pega: de 8 a 30 
minutos; 
De pega lenta (cal aérea) - Início de pega: de 30 minutos a 6 horas. 
 
87 
ABNT NBR NM 65:2003 - Cimento 
Portland - Determinação do tempo 
de pega 
88 
Pasta de Consistência Normal 
 
O tempo de pega é determinado por ensaio no 
aparelho de Vicat, utilizando a pasta de cimento 
misturada em proporção que conduz a uma 
consistência denominada normal. 
 
A consistência normal é verificada no mesmo aparelho 
de Vicat, utilizando-se a chamada sonda de Tetmajer, 
um corpo cilíndrico, metálico, liso, de 10 mm de 
diâmetro e com extremidade em seção reta. 
A sonda é posta a penetrar verticalmente em pasta 
fresca por ação de um peso total (incluindo a sonda) 
de 300 g . 
89 
No ensaio de consistência da pasta, a sonda penetra e 
estaciona a uma certa distância do fundo do aparelho. 
Essa distância, medida em milímetros, é denominada 
índice de consistência. A pasta, preparada para 
ensaios de pega, deve ter uma consistência 
normal de 6 mm, isto é, a sonda de Tetmajer 
deve estacionar à distância de 6 mm do fundo 
da amostra. 
90 
Propriedades Físicas: 
 
PREPARAÇÃO DO EQUIPAMENTO: 
• Descer a agulha até que 
sua extremidade inferior 
repouse sobre a placa de 
vidro. O indicador (F) deve 
ser colocado no zero da 
escala graduada e fixado 
pelo parafuso (E). 
 
 
 
91 
Propriedades Físicas: 
 
MEDIDA DO INÍCIO E FIM DE PEGA: 
 
1)Preparar uma Pasta de Consistência Normal; 
 
2)Considera-se como Início de Pega o momento 
em que a agulha descendo sobre a pasta de 
consistência normal, sem velocidade inicial, 
estacionar a 1 mm da placa de vidro, sendo 
esta leitura feita 30s após o início da 
penetração da agulha na pasta; 
 
 
92 
Propriedades Físicas: 
 
MEDIDA DO INÍCIO E FIM DE PEGA: 
 
Caso não seja constatado o início de pega, levante a 
haste com a agulha, limpe-a e volte a descê-la até a 
superfície da pasta. 
 
Até a constatação do início de pega fazer a leitura a 
cada 10 min. 
93 
Propriedades Físicas: 
 
MEDIDA DO FIM DE PEGA: 
 
1) Inverter o molde cheio, de forma que os ensaios 
sejam feitos na face oposta (que estava em 
contato com a base), e efetuar as medidas conforme 
anteriormente. 
2) O fim de pega é constatado quando a agulha 
penetrar pela primeira vez 0,5mm na pasta após 3 
leituras consecutivas iguais. 
94 
95 
Blaine: o ensaio mede a superfície específica dos grãos 
de cimento, com resultado expresso em cm2/g. Quanto 
maior o valor de Blaine, mais fino é o cimento. Os 
cimentos mais finos, desde que de mesma qualidade, 
hidratam-se mais facilmente e atingem maiores 
resistências, especialmente nos primeiros dias. Há valores 
mínimos estabelecidos para cada tipo. 
96 
Exigências físicas 
Tipos 
Classe 
(MPa) 
Finura Tempo de Pega Expansibilidade Resistência à Compressão 
# 200 
(75 
um) 
Blaine 
(m²/Kg
) 
Início 
(h) 
Fim 
(h) 
A Frio 
(mm) 
A 
quente 
(mm) 
1 Dia 
(MPa) 
3 Dia 
(MPa) 
7 Dias 
(MPa) 
28 
Dias 
(MPa
) 
CP I 
CP I - S 
25 
32 
40 
< 12,0 
< 12,0 
< 10,0 
> 240 
> 260 
> 280 > 1 < 10,0 z< 5,0 < 5,0 - 
> 8,0 
> 10,0 
> 15,0 
> 15,0 
> 20,0 
> 25,0 
> 
25,0 
> 
32,0 
> 
40,0 
CP II - 
E 
CP II - 
Z 
CP II - F 
25 
32 
40 
< 12,0 
< 12,0 
< 10,0 
> 240 
> 260 
> 280 > 1 < 10,0 < 5,0 < 5,0 - 
> 8,0 
> 10,0 
> 15,0 
 
> 15,0 
> 20,0 
> 25,0 
> 
25,0 
> 
32,0 
> 
40,0 
 
CP III 
25 
32 
40 
< 8,0 - > 1 < 12,0 < 5,0 < 5,0 - 
> 8,0 
> 10,0 
> 12,0 
 
> 15,0 
> 20,0 
> 23,0 
 
> 
25,0 
> 
32,0 
> 
40,0 
 
CP IV 
25 
32 
< 8,0 
- > 1 < 12,0 < 5,0 < 5,0 - 
> 8,0 
> 10,0 
 
> 15,0 
> 20,0 
> 
25,0 
> 
32,0 
 
CP V - ARI < 6,0 > 300 > 1 < 10,0 < 5,0 < 5,0 > 14,0 > 24,0 
> 34,0 
- 
CP V - ARI - RS < 6,0 > 300 > 1 < 10,0 < 5,0 < 5,0 > 11,0 > 24,0 
> 34,0 
- 
97 
 
Exigências químicas 
Tipos 
Resíduo Insolúvel Perda ao Fogo MgO SO3 CO2 
% % % % % 
CP I < 1,0 < 2,0 
< 6,5 < 4,0 
< 1,0 
CP I - S < 5,0 < 4,5 < 3,0 
CP II - E < 2,5 
< 6,5 < 6,5 < 4,0 < 5,0 CP II - Z < 16,0 
CP II - F < 2,5 
CP III < 1,5 < 4,5 - - - < 4,0 < 3,0 
CP IV - - - < 4,5 < 6,5 < 4,0 < 3,0 
CP V - ARI < 1,0 < 4,5 < 6,5 * * < 3,0 
CP V - ARI - RS - - - < 4,5 < 6,5 * * < 3,0 
* * < 3,5% para C3A < 8,0% e < 4,5% para C3A > 8,0% 
98 
Leitura recomendada 
 
• JOHN, V. M.; CINCOTTO, M. A. Alternativas de gestão dos resíduos 
de gesso. São Paulo. 2003. 9 p. Disponível em: 
<http://www.reciclagem.pcc.usp.br>. 
 
• JOHN, V. M.; CINCOTTO, M. A. Gesso de construção civil. In: ISAIA, G. 
C. Materiais de construção civil. São Paulo: Ibracon, 2007. p. 727-
760. 
 
• PINHEIRO, S. M. de M. Gesso Reciclado: avaliação de propriedades 
para uso em componentes. 2011. 303 p. Tese (Doutorado em 
Engenharia Civil) – Faculdade de Engenharia Civil, Universidade 
Estadual de Campinas, Campinas, 2011. 
 
 
99 
Leitura recomendada 
 
• MEHTA, P. K. e MONTEIRO, J. M. Concreto: estrutura, propriedades e 
materiais. Ed. Pini, São Paulo, 1994. Capítulo 6. 
 
 
• PETRUCCI, E. G. R. Concreto de cimento Portland, Ed. Globo, Porto 
Alegre – Rio de Janeiro, 1992. Capítulo 3. 
100

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