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Aglomerantes Inorgânicos - Aulas 7 e 9

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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
AULA 07 (08/04/2021) 
AULA 09 (22/04/2021) 
Assunto: Aglomerantes Inorgânicos
PROFESSORA RACHEL PIRES
SEMESTRE: 2021.1
2
CONCEITO
Aglomerante é um material ligante capaz de
endurecer com o tempo e de aglutinar outros
materiais (agregados), conferindo resistência ao
conjunto.
Exemplo: Cal, cimento e gesso.
O aglomerante é denominado de material ativo
enquanto os agregados de materiais inertes.
Os aglomerantes, particularmente os
quimicamente ativos, também podem ser
chamados de materiais cimentícios.
Quanto ao processo de endurecimento:
Aéreos
Quimicamente ativos
Aglomerantes Hidráulicos
Quimicamente inertes
- Aglomerantes quimicamente ativos: endurecem por reação
química.
Exemplos: cal e cimento Portland.
- Aglomerantes quimicamente inertes: endurecem por secagem.
Exemplos: asfalto e argila.
CLASSIFICAÇÃO DOS AGLOMERANTES
3
4
- Aglomerantes aéreos (quimicamente ativos): não
resistem satisfatoriamente à água quando sólidos e,
dentro da água não conseguem endurecer. Utilizáveis
em ambientes secos.
Exemplos: cal e gesso.
- Aglomerantes hidráulicos (quimicamente ativos):
resistem à água quando sólidos e o endurecimento se
processa através de reação com a água. Utilizáveis em
ambientes externos ou úmidos.
Exemplos: cimento Portland e cimento aluminoso.
CLASSIFICAÇÃO DOS AGLOMERANTES
5
Classificação dos aglomerantes quimicamente ativos 
quanto à composição:
- Aglomerantes simples: um único produto.
Exemplos: cal e cimento Portland comum.
- Aglomerantes compostos: mistura de aglomerante simples
com adições ativas.
OBS: Adições ativas são materiais que têm comportamento
aglomerante quando na presença de substâncias adequadas.
Exemplos: cimento Portland de alto forno e Pozolânico.
6
Classificação dos aglomerantes quimicamente ativos 
quanto à composição:
- Aglomerantes mistos: misturas de aglomerantes simples.
Exemplo: mistura de cal e cimento Portland (usados
simultaneamente em argamassa de revestimento).
- Aglomerantes com adições: aglomerantes simples com
adições substanciais.
Exemplo: cimento colorido (tem adição de pigmentos
apropriados).
7
Aglomerantes minerais ou inorgânicos:
São Aglomerantes cuja composição química é
de substâncias minerais.
Exemplos: argila, cal e cimento Portland.
OBS: O asfalto não é um aglomerante mineral.
8
Pega de um aglomerante mineral:
A pega é o período inicial de solidificação.
Início de pega: Instante em que começa a se solidificar.
Fim de pega: Instante em que se torna sólido.
Endurecimento de um aglomerante mineral:
Período, após o fim de pega, em que as resistências a
esforços mecânicos vão aumentando.
9
Classificação dos aglomerantes minerais 
quimicamente ativos quanto ao tempo de pega:
De pega rápida: Menos de 8 minutos
Exemplo: certos tipos de gesso
De pega normal: Entre 8 minutos e 6 horas
Exemplo: cimento Portland
De pega lenta: Maior que 6 horas
Exemplo: cal
10
AGLOMERANTES MINERAIS AÉREOS
11
Principais aglomerantes minerais aéreos:
Serão estudados a cal e o gesso
13
- Cal Virgem (ou cal viva):
Também didaticamente conhecida como cal aérea, é um
aglomerante aéreo utilizado desde a antiguidade (possui cor
branca).
É apresentado para uso como cal hidratada (substância
química de base hidróxido de cálcio – Ca (OH)2) ou como cal
virgem (substância química de base - óxido de cálcio – CaO).
A cal virgem é resultante da calcinação de rochas calcárias.
14
OBS: Se a temperatura for baixa, haverá resíduo do
calcário e, se muito alta, teremos a cal super cozida de
extinção mais lenta e que deixa resíduos após a
extinção.
A extinção é a transformação química da cal virgem em
cal hidratada, através da reação com a água.
15
- Cal Extinta (ou cal hidratada):
A cal virgem não é usada diretamente como aglomerante
na obra.
Para uso como aglomerante, a cal deve se apresentar
predominantemente na forma Ca(OH)2 (hidróxido de
cálcio).
A transformação química da cal virgem em cal diretamente
utilizável, chama-se extinção.
16
A cal extinta ou hidratada pode ser usada pura ou
misturada com água (pasta de cal, ou, com muita água,
leite de cal).
Para uma dada consistência da pasta de cal, quanto maior
o volume de pasta obtida para a mesma massa de cal, diz-
se que a cal tem maior rendimento, ou é mais gorda.
17
Endurecimento da Cal:
A cal endurece pela carbonatação ao reagir com o CO2 do ar.
O uso de CO2 puro não melhora o endurecimento da cal, pois se
formam cristais muito pequenos, decorrendo perda de resistência.
O uso de cal pura não é ideal para melhorar o poder aglomerante,
pois o endurecimento da superfície externa dificulta a entrada de
CO2 para continuidade da reação.
O ideal é usar argamassa (cal + areia + água). A areia possibilita o
acesso do CO2 para a reação e também reduz a retração.
18
Endurecimento da Cal:
OBS:
Pasta é a mistura do aglomerante com a água.
Argamassa é a mistura do aglomerante com areia
(agregado miúdo).
Concreto é a mistura de aglomerante, areia, agregado
graúdo e água.
19
Principais aplicações de cal na construção civil:
A cal é usada no preparo de argamassas, tanto nas feitas na
obra como em algumas argamassas industrializadas.
É utilizada também na forma de leite da cal (pasta fluida de
cal) com eventuais adições, como tinta de baixo custo.
Outro uso da cal é na estabilização de solos para adequar
características geotécnicas. Este uso pode ser estendido à
agricultura, na correção do pH do solo, reduzindo sua acidez,
onde também se usa o calcário em pó.
20
Principais aplicações de cal na construção civil:
Registra-se também o uso da cal como aditivo em
concretos asfálticos para pavimentação.
Na fabricação de blocos de concreto celular e dos blocos
sílico-calcários para alvenarias, a cal é uma das matérias-
primas.
Fora da construção civil, a cal tem uma utilização mais
intensa. É utilizada na siderúrgica, no tratamento da água
e em muitas outras aplicações.
22
Conceito:
O gesso é o aglomerante mineral aéreo, de cor branca e
em forma de pó, obtido da calcinação da gipsita seguida
de moagem.
É constituído, predominantemente, por sulfato de cálcio
(CaSO4), podendo conter aditivos controladores do
tempo de pega.
23
Observações:
- A gipsita é o mineral que dá origem ao gesso. O minério chama-
se gipso.
- No Pará e Nordeste (particularmente em Pernambuco) estão
concentradas cerca de 90 % das jazidas de gipsita. É muito
comum por aqui o uso de gesso industrializado produzido nesta
região.
- No Sudeste também há produção de gesso usando o resíduo
industrial conhecido como o fosfogesso, subproduto do
processo de fabricação do ácido fosfórico e de fertilizantes.
24
Endurecimento do gesso:
O gesso endurece por reação com a água.
O calor gerado provoca dilatação da pasta de gesso
e, por esta razão, o gesso é muito empregado em
serviços de modelagem (preenche bem os moldes).
Na hidratação há cristalização.
25
Endurecimento do gesso:
A pega é muito rápida, podendo iniciar em cerca de 2 minutos,
mas, geralmente, em tempo maior, até porque o fabricante
frequentemente adiciona retardadores de pega para se adequar
ao uso e às exigências da norma NBR 13207:2017, a qual exige
tempo de início de pega mínimo de 10 minutos.
O aumento de temperatura ou o uso de água quente acelera a
pega.
Alguns produtos como o sulfato de alumínio aceleram a pega.
26
Endurecimento do gesso:
A queratina (produto obtido de chifres e cascos de animais), a
cola animal, o bórax, o açúcar, o sulfato de sódio e o álcool
retardam a pega.
A pega também é retardada pelo aumento da relação
água/gesso na pasta.
Os gessos de uso na obra podem conter retardadores de pega,
proporcionando tempo de pega maior que 10 minutos, como
comentado anteriormente.
27
O Gesso na Construção Civil:
O gesso para construção civil deve atender às exigências da
norma NBR 13207 da ABNT.
O gesso corrói o aço e, por isso, em placas de gesso armadas
com aço e em tirantespara suportes de placas de gesso, deve-
se usar aço galvanizado ou outro metal adequado.
Um uso de gesso é a proteção contra incêndio. Revestindo-se a
peça a proteger com pasta de gesso, esta funcionará como
camada de sacrifício. O calor é desviado para a eliminação da
água de cristalização do gesso.
28
O Gesso na Construção Civil:
As pastas de gesso usadas como revestimento são
chamadas de estuque.
Na construção civil o gesso comumente é utilizado em
placas para uso em tetos, divisórias ou painéis de
revestimento de colunas e paredes. Estas placas são
fornecidas prontas.
29
AGLOMERANTES MINERAIS HIDRÁULICO
30
Aglomerantes minerais hidráulicos:
Conceito:
As hidraulites ou adições ativas não são aglomerantes
propriamente ditos, mas se transformam em
aglomerantes na presença de determinadas substâncias.
Estas substâncias podem estar presentes ou serem
liberadas na hidratação de outros aglomerantes.
Decorre que as hidraulites são adições ativas usadas para
formar aglomerantes compostos.
31
Aglomerantes minerais hidráulicos:
As hidraulites são, portanto, materiais cuja hidraulicidade é
desperta na presença de certas substâncias, particularmente na
presença de outro aglomerante.
Para serem eficientes, as hidraulites devem se apresentar como
pó muito fino, sendo desejável que seja mais fino que o
aglomerante a sofrer sua adição.
As principais hidraulites são:
- a escória granulada de alto forno e
- as pozolanas.
32
Aglomerantes minerais hidráulicos:
- Escória Granulada de Alto Forno
A escória é formada com a contribuição da ganga (impurezas
do minério), das cinzas do coque e dos fundentes.
Se a escória for resfriada lentamente, ela se cristaliza,
resultando a escória bruta de alto forno. Se for resfriada
bruscamente, se torna amorfa, resultando na escória
granulada de alto forno, que tem aparência semelhante à da
areia.
33
Aglomerantes minerais hidráulicos:
A escória granulada de alto forno endurece muito
lentamente na presença de água.
Para uso como aglomerante de endurecimento normal,
precisa ser pulverizada e ter um ativador (funciona como
catalisador, acelerando a hidratação da escória).
Como ativadores da escória granulada de alto forno, tem-
se a soda, a cal e os sulfatos.
34
Aglomerantes minerais hidráulicos:
Os ativadores solubilizam a escória, permitindo a
cristalização da fase aquosa.
O principal ativador da escória é a cal gerada na
hidratação do cimento Portland, formando um
aglomerante composto muito comum
Ex.: Cimento Portland de alto forno - CPIII.
35
Aglomerantes minerais hidráulicos:
- Pozolanas ou Materiais Pozolânicos
As pozolanas são materiais silicosos ou sílico-aluminosos
que, por si só, possuem pouca ou nenhuma atividade
aglomerante, mas, quando finamente divididos e em
presença da água, reagem com o hidróxido de cálcio – Ca
(OH)2) à temperatura ambiente para formar compostos
com propriedades aglomerantes.
36
Aglomerantes minerais hidráulicos:
As pozolanas podem ser naturais, geralmente
requerendo moagem (cinzas vulcânicas, terras
diatomáceas etc.) ou artificiais (argila calcinada, cinzas
volantes, sílica ativa, cinzas de casca de arroz,
metacaulim, etc.).
37
Aglomerantes minerais hidráulicos:
- Argilas Calcinadas: São obtidas por calcinação de
argilas à temperatura de 600ºC a 900ºC. São fabricadas
no Brasil, com destaque para o Nordeste.
- Cinzas Volantes: São os resíduos pulverulentos mais
finos arrastados pelos gases resultantes da queima do
carvão pulverizado em centrais termelétricas. São
subprodutos disponíveis em larga escala no Sul do Brasil.
38
Aglomerantes minerais hidráulicos:
- Sílica ativa: A sílica ativa (“sílica fume”), também
conhecida como microssílica, é um pó finíssimo de cor
acinzentada, constituída por 75 a 99 % de sílica amorfa,
subproduto da fabricação de ligas de ferro-sílico
metálico.
As pozolanas são usadas na fabricação de aglomerantes
compostos (Ex: cimento Portland pozolânico) ou como
componentes no preparo de concreto de cimento Portland
(comum na construção de grandes barragens).
39
Principal aglomerante mineral hidráulico
Será estudado o Cimento Portland
40
CIMENTO PORTLAND
41
Cimento Portland - Histórico:
Aglomerante hidráulico, é o mais importante entre todos
os aglomerantes, patenteado em 1824, por Joseph
Aspdin.
Com temperaturas de cozimento e características
semelhantes às atuais se deve a Isaac Johnson, em 1845.
O nome Portland se deve a semelhança com certas rochas
procedentes da ilha de Portland, na Inglaterra.
42
Cimento Portland - Histórico:
No Brasil é produzido desde 1898, sendo o cimento
Santo Antônio da usina Rodovalho, o pioneiro.
Atualmente, o Brasil é o nono maior produtor mundial
de cimento Portland.
OBS: Costuma-se escrever cimento Portland, pois
tomamos a liberdade de adotar “histórico” cimento
Portland, a exemplo da expressão óleo diesel.
43
Cimento Portland - Conceito:
Cimento Portland é um material pulverulento de cor cinza
ou branca, constituído, principalmente, por silicatos e
aluminatos de cálcio, que, misturados com água,
hidratam-se com efeitos aglomerantes.
Resulta da moagem do clínquer Portland, com adições de
gesso para regular a pega, eventuais hidraulites e
materiais carbonáticos em teores limitados.
44
Cimento Portland - Fabricação:
• Extração das matérias-primas (calcário e argila);
• Britagem do calcário (Dmax = 30 mm);
• Dosagem da mistura crua, moagem e homogeneização;
• Moagem da mistura crua no moinho de bolas (obtendo-se 80 a 90
% de material passando na peneira ABNT de abertura de 0,075
mm);
• Correção da farinha crua (adições de minério de ferro, bauxita,
areia etc., para adequar a composição através de faixa de valores
ideais para os módulos, que são calculados com base nela);
45
Cimento Portland - Fabricação:
• Cozimento em fornos rotativos por cerca de 2 a 3 horas em uma
temperatura gradativamente crescente ao longo do forno até
cerca de 1400ºC, obtendo-se bolas escuras chamadas clínquer;
• Resfriamento e estocagem do clínquer;
• Moagem do clínquer com suas adições (ou moagem das adições
separadamente);
• Estocagem em silos;
• Empacotamento ou fornecimento a granel.
46
Cimento Portland
Pega e Endurecimento:
Ao adicionarmos água ao cimento ele começa a enrijecer
depois de um certo tempo.
O instante que este processo começa chama-se início de
pega.
Quando se obtém solidez, tem-se o fim da pega.
A partir do fim de pega inicia-se o endurecimento com a
resistência mecânica crescendo com o passar do tempo
devido à contínua hidratação do cimento.
47
Cimento Portland
Pega e Endurecimento:
A velocidade de crescimento da resistência é
continuamente decrescente, mas, dependendo das
condições, pode durar mais de 50 anos (condições ideais
em laboratório).
Durante a pega há forte liberação de calor. O calor de
hidratação continua a ser liberado após o fim de pega e
com velocidade cada vez menor.
48
Cimento Portland
Pega e Endurecimento:
Quanto maior a temperatura, mais rápida é a pega
(influência mais forte).
O aumento de temperatura também acelera o
endurecimento.
Na prática se tira partido deste fenômeno na cura térmica
do concreto, que permite a obtenção de resistências
maiores nas primeiras idades.
49
Cimento Portland
Pega e Endurecimento:
Quanto mais água, mais lenta é a pega (influência mais
fraca).
Os tempos de início e de fim de pega podem ser
determinados pelo aparelho de Vicat, através do método
de ensaio da norma NBR 16607:2017 (Determinação do
tempo de paga).
50
Cimento Portland
Pega e Endurecimento:
Aparelho de Vicat
51
Cimento Portland
Pega e Endurecimento:
Esquema do aparelho de Vicat
No ensaio de consistência da pasta, a sonda penetra e estaciona
a uma certa distancia do fundo do aparelho. Essa distância,
medida em milímetros, é denominada índice de consistência.
A pasta, preparada para ensaios de tempo de pega, deve ter uma
consistência normal de 6mm, istoé, a sonda de Tetmajer deve
estacionar à distância de 6mm do fundo da amostra.
52
Cimento Portland
Pega e Endurecimento:
Esquema do aparelho de Vicat
Essa amostra de consistência normal é ensaiada nesse mesmo
aparelho à penetração de uma agulha corpo cilíndrico circular,
com 1mm² de área de seção e terminando em seção reta. A
amostra é ensaiada periodicamente à penetração pela agulha de
Vicat, determinando-se o tempo de início da pega quando esta
deixa de penetrar até o fundo da pasta, ou melhor, ao ficar
distanciada do fundo 1mm.
53
Cimento Portland
Pega e Endurecimento:
Esquema do aparelho de Vicat
Na obra procede-se – quando necessário, por exemplo, para
eliminar a suspensão de um cimento geralmente em
processo muito lento de pega – a um ensaio grosseiro, que
consiste na moldagem de uma série de pequenas bolas com
pastas de consistência semelhante à normal de laboratório.
54
Cimento Portland
Pega e Endurecimento:
Qualquer que seja o tipo de cimento Portland, o tempo de
início de pega não se pode dar em menos de 1 hora,
conforme as normas da ABNT, para assegurar um tempo
razoável de trabalho com as pastas, argamassas e concretos,
sem riscos.
O fim de pega costuma ocorrer cerca de pouco mais de uma
hora a duas horas depois do início de pega.
55
Cimento Portland
Pega e Endurecimento:
As normas da ABNT recomendam valores máximos para o
tempo de fim de pega, variáveis com o tipo de cimento
Portland.
Falsa pega – Fenômeno que pode acontecer e é devido à
desidratação do gesso (ao ter contato com o clínquer quente)
e se hidrata com a água adicionada. Desaparece com
remistura.
56
Cimento Portland - Finura:
Quanto mais fino for o cimento, mais superfície por
unidade de volume (ou por unidade de massa) está
habilitada a ser hidratada pela água. Decorre maiores
resistências mecânicas iniciais das pastas, argamassas e
concretos.
A finura é determinada indiretamente pela área
específica dos grãos e diretamente por peneiramento.
57
Cimento Portland - Massa Específica:
A massa específica é determinada no frasco de Lê Chatelier, conforme a
norma NBR 16605:2017.
58
Cimento Portland - Massa Específica:
A massa específica refere-se aos grãos de cimento.
Se considerarmos os vazios entre os grãos de cimento
também como volume no denominador, a massa
específica passa a se chamar massa unitária, de valor
menor e variável com o grau de compactação do
cimento (quanto maior o grau de compactação, maior é
a massa unitária).
59
Cimento Portland - Expansabilidade:
O cimento não deve ser expansivo para não provocar
tensões, fissuração e aumento prejudicial de volume.
Os principais responsáveis pela expansão são o CaO (óxido
de cálcio) e o MgO (óxido de magnésio).
As normas fixam limites máximos para a expansão (a frio
ou a quente) com as agulhas de Le Chatelier, conforme a
norma NBR 11582:2016.
60
Cimento Portland
Resistência à Compressão:
Mede-se a resistência à compressão do cimento
através de uma argamassa padrão de uma parte
de cimento e 3 partes de areia padronizada (areia
normal), em peso, obtida pela mistura de quatro
faixas granulométricas.
61
Cimento Portland
Resistência à Compressão:
Para a medida da resistência à compressão são usados
corpos de prova cilíndricos de 5 cm de diâmetro e 10 cm
de altura, conforme NBR 7215:2019.
As normas fixam valores mínimos para as resistências nas
idades de 3, 7 e 28 dias e, em alguns casos, para 1 dia e
para 90 dias.
62
Cimento Portland
Resistência à Compressão:
A maioria dos tipos de cimento Portland é identificada por
uma sigla que inclui um número no final.
Este número indica a resistência mínima em MPa que o
cimento deve ter, no ensaio pela NBR 7215, na idade de 28
dias, conforme as exigências da norma correspondente ao
tipo de cimento.
Exemplo: CPII-F-32, CPII-E-40 (32MPa e 40MPa,
respectivamente).
63
TIPOS DE CIMENTO PORTLAND
64
Tipos de Cimento Portland:
1) Cimento Portland Comum (normalizado pela NBR
16697:2018):
O CPI não contém adições e o CP I-S contém adição de 1 a 5 % de
materiais carbonáticos, escória granulada de alto forno ou matérias
pozolânicos.
Classes de resistência: CP I-25, CP I-32 e CP I-40, CP I-S-25,
CP I-S-32 e CP I-S-40.
O cimento Portland comum já foi o de maior produção no Brasil e
hoje em dia é de produção reduzida, sendo substituído pelo cimento
Portland composto (CP II).
Designação: CP I e CP I-S 
65
Tipos de Cimento Portland:
2) Cimento Portland Composto (normalizado pela NBR
11578:1997):
Designação: CP II-E, CP II-Z e CP II-F.
CPII-E → 6 a 34 % de escória granulada de alto forno e 0 a 10 %
de materiais carbonáticos;
CPII-Z → 6 a 14 % de materiais pozolânicos e 0 a 10 % de
materiais carbonáticos;
CPII-F→ 6 a 10 % de material carbonático.
Classes de resistência: 25,32 e 40.
Exemplo: CPII-F-32.
66
Tipos de Cimento Portland:
3) Cimento Portland de Alto Forno (normalizado pela
NBR 16697:2018):
Designação: CP III.
Classes de resistência: CP III-25, CP III-32 e CP III-40.
Características: resistências iniciais (até 7 dias) mais baixas,
resistências finais mais altas e maior resistência química.
Teores permitidos de adições:
- Escória granulada de alto forno: 35 a 70 %;
- Materiais carbonáticos: 0 a 5 %.
67
Tipos de Cimento Portland:
4) Cimento Portland Pozolânico (normalizado pela NBR
5736:1986):
Designação: CP IV.
Classes de resistência: CP IV-32.
Características: resistências iniciais (até 7 dais) mais baixas,
resistências finais mais altas e maior resistência química.
Teores permitidos de adições:
- Materiais pozolânicos: 15 a 50 %;
- Materiais carbonáticos: 0 a 5 %.
68
Tipos de Cimento Portland:
5) Cimento Portland de Alta Resistência Inicial
(normalizado pela NBR 16697:2018):
Designação: CPV-ARI
Características: resistências iniciais (até 28 dias) mais altas
que o de classe 40.
Teores permitidos de adições:
- Materiais carbonáticos: 0 a 5 %.
69
Tipos de Cimento Portland:
Tipos especiais de CPV-ARI:
ARI-PLUS → Resistências iniciais mais altas que o CPV-ARI.
Proporciona melhor custo x benefício em aplicações que demandam
elevadas resistências mecânicas.
ARI-RS → CPV-ARI resistente aos sulfatos, por conter adição de até
cerca de 25 % de escória granulada de alto forno. Maior durabilidade
em meios agressivos.
Indicado para todos os tipos de obras – altas resistências inicial e
final.
70
Tipos de Cimento Portland
6) Cimento Portland Resistente a Sulfatos (normalizado pela
NBR 16697:2018):
Designação: É qualquer outro tipo de cimento, desde que
atenda às exigências da NBR 16697.
Assim, a designação é: CPV-ARI-RS, CP III-32-RS etc.
OBS: A abreviação RS significa “resistente aos sulfatos”.
Características: maior resistência aos sulfatos habilitados a
fornecerem sulfoaluminatos de cálcio hidratados expansivos
(sal de Candlot ou bacilo do cimento).
71
Tipos de Cimento Portland
7) Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação
(normalizado pela NBR 16697:2018):
Designação: É qualquer tipo de cimento, desde que
atenda às exigências da NBR 16697.
Assim, a designação é: CP III-32-BC, CP IV-32-BC etc.
OBS: A abreviação BC significa “baixo calor”.
Características: gera menor quantidade de calor de
hidratação.
72
Tipos de Cimento Portland
8) Cimento Portland Branco (normalizado pela 16697:2018):
Designação: CP B.
Classes de resistência: CPB-40
Características: Pó de cor branca usado em concretos aparentes mais
claros ou coloridos (adição de pigmentos) e em estucagem de
estruturas de concreto aparente.
O tipo não estrutural CPB é muito usado em rejuntamento de azulejos.
Teores permitidos de adições:
- Materiais carbonáticos: 0 a 25 % no estrutural e 26 a 50 % no CPB.
73
Tipos de Cimento Portland:
Cimento Aluminoso:
- Definição: São cimentos de aluminato de cálcio. O tipo usado
na construção civil tem cor cinza, quase preta, finura semelhante
a do Portland e com teor de aluminato de cálcio em torno de
40%, sendo obtido pela fusãocompleta de uma mistura de
bauxita (minério de alumínio) e calcário.
Por ocorrer fusão completa na obtenção do clínquer aluminoso, o
cimento aluminoso também é chamado de cimento fundido.
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Tipos de Cimento Portland:
Características do Cimento aluminoso:
O custo do cimento aluminoso é cerca de seis vezes maior
que o do cimento Portland e gera calor de hidratação da
mesma ordem de grandeza que o cimento Portland, mas
em velocidade muito maior, podendo provocar
superaquecimento das argamassas e concretos.
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Tipos de Cimento Portland
Observações:
O cimento é um dos materiais mais comuns e fundamentais na
construção civil. O mercado brasileiro comercializa 11 tipos
diferentes de cimento, que, devido às suas características e
propriedades diferentes, são destinados a aplicações
específicas.
A diferença básica está relacionada às adições que são feitas
no processo de moagem. Mas também existem outras
características que distinguem os tipos de cimento entre si.
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Tipos de Cimento Portland
Observações:
1. CP I – Cimento Portland comum
É o tipo mais básico disponível no mercado. Possui somente o
gesso como aditivo, que funciona como retardador da pega, e
isso possibilita um maior tempo de aplicação.
É utilizado em construções em geral, onde não são exigidas
propriedades especiais do cimento.
Possui alto custo e menor resistência, além de toda sua
produção ser direcionada à indústria.
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Tipos de Cimento Portland
Observações:
2. CP I-S – Cimento Portland comum com adição
Tem a mesma composição que o CP I, porém com
uma pequena adição de material pozolânico. Isso
garante menor permeabilidade ao material.
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Tipos de Cimento Portland
Observações:
3. CP II-E – Cimento Portland com adição de escória de alto-
forno
Os cimentos CP II são chamados de compostos porque recebem a
adição de outro material. Isso confere a esse cimento um menor
calor de hidratação, ou seja, faz com que ele libere menos calor
quando em contato com a água.
O CP II-E é uma composição intermediária entre o Cimento
Portland comum e o Cimento Portland com adições. Contém
adição de escória granulada de alto-forno e é recomendado para
estruturas que exijam um desprendimento de calor
moderadamente lento.
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Tipos de Cimento Portland
Observações:
4. CP II-Z – Cimento Portland com adição de material
pozolânico
O CP II-Z é fabricado com adição de pozolana, o que
confere ao cimento menor permeabilidade. Por isso,
esse tipo de material é ideal para obras subterrâneas e
locais que estejam em contato com água.
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Tipos de Cimento Portland
Observações:
5. CP II-F – Cimento Portland com adição de material
carbonático – fíler
Possui adição de 6% a 10% de material carbonático em sua
composição. É utilizado em aplicações gerais como concreto
simples, armado, protendido, elementos pré-moldados,
pisos e pavimentos de concreto etc.
Sua aplicação não é muito indicada em meios muito
agressivos.
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Tipos de Cimento Portland
Observações:
6. CP III – Cimento Portland de alto-forno
Possui adição maior de escória, chegando a um teor de até 70%
em massa. Isso garante alta impermeabilidade e durabilidade,
baixo calor de hidratação, alta resistência à expansão e
resistência a sulfatos.
É recomendado tanto para aplicações gerais quanto para
estruturas de grande porte e agressividade, como barragens,
fundações de máquinas e esgotos e afluentes industriais.
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Tipos de Cimento Portland
Observações:
7. CP IV – Cimento Portland pozolânico
Possui entre 15% e 50% de material pozolânico em sua
composição. O alto teor de pozolana confere alta
impermeabilidade e maior durabilidade ao material. Assim,
proporciona estabilidade em ambientes de ataque ácido,
especialmente os atacados por sulfato.
Por ser pouco poroso, é especialmente indicado para obras
expostas à ação de água corrente.
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Tipos de Cimento Portland
Observações:
8. CP V – Cimento Portland de alta resistência inicial
Assim como o cimento comum, não é fabricado com
adições.
A diferença é o processo de dosagem e fabricação do
clínquer, elemento presente em todo tipo de cimento. O
clínquer utilizado aqui possui quantidades diferenciadas de
calcário e argila, além de uma moagem mais fina.
Possui alta reatividade nas primeiras horas de sua aplicação
e atinge resistências maiores que os cimentos
convencionais. Por isso, é recomendado para fabricação de
concreto.
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Tipos de Cimento Portland
Observações:
9. RS – Cimento Portland resistente a sulfatos
Os tipos anteriores de cimento podem ser
classificados como resistentes a sulfatos desde que se
enquadrem em exigências específicas. Muito presente
em redes de esgoto, ambientes industriais e em
construções em contato com água do mar.
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Tipos de Cimento Portland
Observações:
10. BC – Cimento Portland de baixo calor de hidratação
Também diz respeito a uma categoria extra que os
cimentos anteriores podem alcançar se tiverem baixo
calor de hidratação. Tem a propriedade de retardar o
desprendimento de calor em grandes peças, evitando o
aparecimento de fissuras de origem térmica.
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Tipos de Cimento Portland
Observações:
11. CP B – Cimento Portland branco
Sua principal característica é ser da cor branca. A
coloração é atingida pela utilização de matérias-primas
com baixo teor de manganês e ferro, além de caulim no
lugar da argila.
Pode ser usado como cimento estrutural ou não estrutural
em rejuntes de cerâmicas.

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