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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO AULA 07 (08/04/2021) AULA 09 (22/04/2021) Assunto: Aglomerantes Inorgânicos PROFESSORA RACHEL PIRES SEMESTRE: 2021.1 2 CONCEITO Aglomerante é um material ligante capaz de endurecer com o tempo e de aglutinar outros materiais (agregados), conferindo resistência ao conjunto. Exemplo: Cal, cimento e gesso. O aglomerante é denominado de material ativo enquanto os agregados de materiais inertes. Os aglomerantes, particularmente os quimicamente ativos, também podem ser chamados de materiais cimentícios. Quanto ao processo de endurecimento: Aéreos Quimicamente ativos Aglomerantes Hidráulicos Quimicamente inertes - Aglomerantes quimicamente ativos: endurecem por reação química. Exemplos: cal e cimento Portland. - Aglomerantes quimicamente inertes: endurecem por secagem. Exemplos: asfalto e argila. CLASSIFICAÇÃO DOS AGLOMERANTES 3 4 - Aglomerantes aéreos (quimicamente ativos): não resistem satisfatoriamente à água quando sólidos e, dentro da água não conseguem endurecer. Utilizáveis em ambientes secos. Exemplos: cal e gesso. - Aglomerantes hidráulicos (quimicamente ativos): resistem à água quando sólidos e o endurecimento se processa através de reação com a água. Utilizáveis em ambientes externos ou úmidos. Exemplos: cimento Portland e cimento aluminoso. CLASSIFICAÇÃO DOS AGLOMERANTES 5 Classificação dos aglomerantes quimicamente ativos quanto à composição: - Aglomerantes simples: um único produto. Exemplos: cal e cimento Portland comum. - Aglomerantes compostos: mistura de aglomerante simples com adições ativas. OBS: Adições ativas são materiais que têm comportamento aglomerante quando na presença de substâncias adequadas. Exemplos: cimento Portland de alto forno e Pozolânico. 6 Classificação dos aglomerantes quimicamente ativos quanto à composição: - Aglomerantes mistos: misturas de aglomerantes simples. Exemplo: mistura de cal e cimento Portland (usados simultaneamente em argamassa de revestimento). - Aglomerantes com adições: aglomerantes simples com adições substanciais. Exemplo: cimento colorido (tem adição de pigmentos apropriados). 7 Aglomerantes minerais ou inorgânicos: São Aglomerantes cuja composição química é de substâncias minerais. Exemplos: argila, cal e cimento Portland. OBS: O asfalto não é um aglomerante mineral. 8 Pega de um aglomerante mineral: A pega é o período inicial de solidificação. Início de pega: Instante em que começa a se solidificar. Fim de pega: Instante em que se torna sólido. Endurecimento de um aglomerante mineral: Período, após o fim de pega, em que as resistências a esforços mecânicos vão aumentando. 9 Classificação dos aglomerantes minerais quimicamente ativos quanto ao tempo de pega: De pega rápida: Menos de 8 minutos Exemplo: certos tipos de gesso De pega normal: Entre 8 minutos e 6 horas Exemplo: cimento Portland De pega lenta: Maior que 6 horas Exemplo: cal 10 AGLOMERANTES MINERAIS AÉREOS 11 Principais aglomerantes minerais aéreos: Serão estudados a cal e o gesso 13 - Cal Virgem (ou cal viva): Também didaticamente conhecida como cal aérea, é um aglomerante aéreo utilizado desde a antiguidade (possui cor branca). É apresentado para uso como cal hidratada (substância química de base hidróxido de cálcio – Ca (OH)2) ou como cal virgem (substância química de base - óxido de cálcio – CaO). A cal virgem é resultante da calcinação de rochas calcárias. 14 OBS: Se a temperatura for baixa, haverá resíduo do calcário e, se muito alta, teremos a cal super cozida de extinção mais lenta e que deixa resíduos após a extinção. A extinção é a transformação química da cal virgem em cal hidratada, através da reação com a água. 15 - Cal Extinta (ou cal hidratada): A cal virgem não é usada diretamente como aglomerante na obra. Para uso como aglomerante, a cal deve se apresentar predominantemente na forma Ca(OH)2 (hidróxido de cálcio). A transformação química da cal virgem em cal diretamente utilizável, chama-se extinção. 16 A cal extinta ou hidratada pode ser usada pura ou misturada com água (pasta de cal, ou, com muita água, leite de cal). Para uma dada consistência da pasta de cal, quanto maior o volume de pasta obtida para a mesma massa de cal, diz- se que a cal tem maior rendimento, ou é mais gorda. 17 Endurecimento da Cal: A cal endurece pela carbonatação ao reagir com o CO2 do ar. O uso de CO2 puro não melhora o endurecimento da cal, pois se formam cristais muito pequenos, decorrendo perda de resistência. O uso de cal pura não é ideal para melhorar o poder aglomerante, pois o endurecimento da superfície externa dificulta a entrada de CO2 para continuidade da reação. O ideal é usar argamassa (cal + areia + água). A areia possibilita o acesso do CO2 para a reação e também reduz a retração. 18 Endurecimento da Cal: OBS: Pasta é a mistura do aglomerante com a água. Argamassa é a mistura do aglomerante com areia (agregado miúdo). Concreto é a mistura de aglomerante, areia, agregado graúdo e água. 19 Principais aplicações de cal na construção civil: A cal é usada no preparo de argamassas, tanto nas feitas na obra como em algumas argamassas industrializadas. É utilizada também na forma de leite da cal (pasta fluida de cal) com eventuais adições, como tinta de baixo custo. Outro uso da cal é na estabilização de solos para adequar características geotécnicas. Este uso pode ser estendido à agricultura, na correção do pH do solo, reduzindo sua acidez, onde também se usa o calcário em pó. 20 Principais aplicações de cal na construção civil: Registra-se também o uso da cal como aditivo em concretos asfálticos para pavimentação. Na fabricação de blocos de concreto celular e dos blocos sílico-calcários para alvenarias, a cal é uma das matérias- primas. Fora da construção civil, a cal tem uma utilização mais intensa. É utilizada na siderúrgica, no tratamento da água e em muitas outras aplicações. 22 Conceito: O gesso é o aglomerante mineral aéreo, de cor branca e em forma de pó, obtido da calcinação da gipsita seguida de moagem. É constituído, predominantemente, por sulfato de cálcio (CaSO4), podendo conter aditivos controladores do tempo de pega. 23 Observações: - A gipsita é o mineral que dá origem ao gesso. O minério chama- se gipso. - No Pará e Nordeste (particularmente em Pernambuco) estão concentradas cerca de 90 % das jazidas de gipsita. É muito comum por aqui o uso de gesso industrializado produzido nesta região. - No Sudeste também há produção de gesso usando o resíduo industrial conhecido como o fosfogesso, subproduto do processo de fabricação do ácido fosfórico e de fertilizantes. 24 Endurecimento do gesso: O gesso endurece por reação com a água. O calor gerado provoca dilatação da pasta de gesso e, por esta razão, o gesso é muito empregado em serviços de modelagem (preenche bem os moldes). Na hidratação há cristalização. 25 Endurecimento do gesso: A pega é muito rápida, podendo iniciar em cerca de 2 minutos, mas, geralmente, em tempo maior, até porque o fabricante frequentemente adiciona retardadores de pega para se adequar ao uso e às exigências da norma NBR 13207:2017, a qual exige tempo de início de pega mínimo de 10 minutos. O aumento de temperatura ou o uso de água quente acelera a pega. Alguns produtos como o sulfato de alumínio aceleram a pega. 26 Endurecimento do gesso: A queratina (produto obtido de chifres e cascos de animais), a cola animal, o bórax, o açúcar, o sulfato de sódio e o álcool retardam a pega. A pega também é retardada pelo aumento da relação água/gesso na pasta. Os gessos de uso na obra podem conter retardadores de pega, proporcionando tempo de pega maior que 10 minutos, como comentado anteriormente. 27 O Gesso na Construção Civil: O gesso para construção civil deve atender às exigências da norma NBR 13207 da ABNT. O gesso corrói o aço e, por isso, em placas de gesso armadas com aço e em tirantespara suportes de placas de gesso, deve- se usar aço galvanizado ou outro metal adequado. Um uso de gesso é a proteção contra incêndio. Revestindo-se a peça a proteger com pasta de gesso, esta funcionará como camada de sacrifício. O calor é desviado para a eliminação da água de cristalização do gesso. 28 O Gesso na Construção Civil: As pastas de gesso usadas como revestimento são chamadas de estuque. Na construção civil o gesso comumente é utilizado em placas para uso em tetos, divisórias ou painéis de revestimento de colunas e paredes. Estas placas são fornecidas prontas. 29 AGLOMERANTES MINERAIS HIDRÁULICO 30 Aglomerantes minerais hidráulicos: Conceito: As hidraulites ou adições ativas não são aglomerantes propriamente ditos, mas se transformam em aglomerantes na presença de determinadas substâncias. Estas substâncias podem estar presentes ou serem liberadas na hidratação de outros aglomerantes. Decorre que as hidraulites são adições ativas usadas para formar aglomerantes compostos. 31 Aglomerantes minerais hidráulicos: As hidraulites são, portanto, materiais cuja hidraulicidade é desperta na presença de certas substâncias, particularmente na presença de outro aglomerante. Para serem eficientes, as hidraulites devem se apresentar como pó muito fino, sendo desejável que seja mais fino que o aglomerante a sofrer sua adição. As principais hidraulites são: - a escória granulada de alto forno e - as pozolanas. 32 Aglomerantes minerais hidráulicos: - Escória Granulada de Alto Forno A escória é formada com a contribuição da ganga (impurezas do minério), das cinzas do coque e dos fundentes. Se a escória for resfriada lentamente, ela se cristaliza, resultando a escória bruta de alto forno. Se for resfriada bruscamente, se torna amorfa, resultando na escória granulada de alto forno, que tem aparência semelhante à da areia. 33 Aglomerantes minerais hidráulicos: A escória granulada de alto forno endurece muito lentamente na presença de água. Para uso como aglomerante de endurecimento normal, precisa ser pulverizada e ter um ativador (funciona como catalisador, acelerando a hidratação da escória). Como ativadores da escória granulada de alto forno, tem- se a soda, a cal e os sulfatos. 34 Aglomerantes minerais hidráulicos: Os ativadores solubilizam a escória, permitindo a cristalização da fase aquosa. O principal ativador da escória é a cal gerada na hidratação do cimento Portland, formando um aglomerante composto muito comum Ex.: Cimento Portland de alto forno - CPIII. 35 Aglomerantes minerais hidráulicos: - Pozolanas ou Materiais Pozolânicos As pozolanas são materiais silicosos ou sílico-aluminosos que, por si só, possuem pouca ou nenhuma atividade aglomerante, mas, quando finamente divididos e em presença da água, reagem com o hidróxido de cálcio – Ca (OH)2) à temperatura ambiente para formar compostos com propriedades aglomerantes. 36 Aglomerantes minerais hidráulicos: As pozolanas podem ser naturais, geralmente requerendo moagem (cinzas vulcânicas, terras diatomáceas etc.) ou artificiais (argila calcinada, cinzas volantes, sílica ativa, cinzas de casca de arroz, metacaulim, etc.). 37 Aglomerantes minerais hidráulicos: - Argilas Calcinadas: São obtidas por calcinação de argilas à temperatura de 600ºC a 900ºC. São fabricadas no Brasil, com destaque para o Nordeste. - Cinzas Volantes: São os resíduos pulverulentos mais finos arrastados pelos gases resultantes da queima do carvão pulverizado em centrais termelétricas. São subprodutos disponíveis em larga escala no Sul do Brasil. 38 Aglomerantes minerais hidráulicos: - Sílica ativa: A sílica ativa (“sílica fume”), também conhecida como microssílica, é um pó finíssimo de cor acinzentada, constituída por 75 a 99 % de sílica amorfa, subproduto da fabricação de ligas de ferro-sílico metálico. As pozolanas são usadas na fabricação de aglomerantes compostos (Ex: cimento Portland pozolânico) ou como componentes no preparo de concreto de cimento Portland (comum na construção de grandes barragens). 39 Principal aglomerante mineral hidráulico Será estudado o Cimento Portland 40 CIMENTO PORTLAND 41 Cimento Portland - Histórico: Aglomerante hidráulico, é o mais importante entre todos os aglomerantes, patenteado em 1824, por Joseph Aspdin. Com temperaturas de cozimento e características semelhantes às atuais se deve a Isaac Johnson, em 1845. O nome Portland se deve a semelhança com certas rochas procedentes da ilha de Portland, na Inglaterra. 42 Cimento Portland - Histórico: No Brasil é produzido desde 1898, sendo o cimento Santo Antônio da usina Rodovalho, o pioneiro. Atualmente, o Brasil é o nono maior produtor mundial de cimento Portland. OBS: Costuma-se escrever cimento Portland, pois tomamos a liberdade de adotar “histórico” cimento Portland, a exemplo da expressão óleo diesel. 43 Cimento Portland - Conceito: Cimento Portland é um material pulverulento de cor cinza ou branca, constituído, principalmente, por silicatos e aluminatos de cálcio, que, misturados com água, hidratam-se com efeitos aglomerantes. Resulta da moagem do clínquer Portland, com adições de gesso para regular a pega, eventuais hidraulites e materiais carbonáticos em teores limitados. 44 Cimento Portland - Fabricação: • Extração das matérias-primas (calcário e argila); • Britagem do calcário (Dmax = 30 mm); • Dosagem da mistura crua, moagem e homogeneização; • Moagem da mistura crua no moinho de bolas (obtendo-se 80 a 90 % de material passando na peneira ABNT de abertura de 0,075 mm); • Correção da farinha crua (adições de minério de ferro, bauxita, areia etc., para adequar a composição através de faixa de valores ideais para os módulos, que são calculados com base nela); 45 Cimento Portland - Fabricação: • Cozimento em fornos rotativos por cerca de 2 a 3 horas em uma temperatura gradativamente crescente ao longo do forno até cerca de 1400ºC, obtendo-se bolas escuras chamadas clínquer; • Resfriamento e estocagem do clínquer; • Moagem do clínquer com suas adições (ou moagem das adições separadamente); • Estocagem em silos; • Empacotamento ou fornecimento a granel. 46 Cimento Portland Pega e Endurecimento: Ao adicionarmos água ao cimento ele começa a enrijecer depois de um certo tempo. O instante que este processo começa chama-se início de pega. Quando se obtém solidez, tem-se o fim da pega. A partir do fim de pega inicia-se o endurecimento com a resistência mecânica crescendo com o passar do tempo devido à contínua hidratação do cimento. 47 Cimento Portland Pega e Endurecimento: A velocidade de crescimento da resistência é continuamente decrescente, mas, dependendo das condições, pode durar mais de 50 anos (condições ideais em laboratório). Durante a pega há forte liberação de calor. O calor de hidratação continua a ser liberado após o fim de pega e com velocidade cada vez menor. 48 Cimento Portland Pega e Endurecimento: Quanto maior a temperatura, mais rápida é a pega (influência mais forte). O aumento de temperatura também acelera o endurecimento. Na prática se tira partido deste fenômeno na cura térmica do concreto, que permite a obtenção de resistências maiores nas primeiras idades. 49 Cimento Portland Pega e Endurecimento: Quanto mais água, mais lenta é a pega (influência mais fraca). Os tempos de início e de fim de pega podem ser determinados pelo aparelho de Vicat, através do método de ensaio da norma NBR 16607:2017 (Determinação do tempo de paga). 50 Cimento Portland Pega e Endurecimento: Aparelho de Vicat 51 Cimento Portland Pega e Endurecimento: Esquema do aparelho de Vicat No ensaio de consistência da pasta, a sonda penetra e estaciona a uma certa distancia do fundo do aparelho. Essa distância, medida em milímetros, é denominada índice de consistência. A pasta, preparada para ensaios de tempo de pega, deve ter uma consistência normal de 6mm, istoé, a sonda de Tetmajer deve estacionar à distância de 6mm do fundo da amostra. 52 Cimento Portland Pega e Endurecimento: Esquema do aparelho de Vicat Essa amostra de consistência normal é ensaiada nesse mesmo aparelho à penetração de uma agulha corpo cilíndrico circular, com 1mm² de área de seção e terminando em seção reta. A amostra é ensaiada periodicamente à penetração pela agulha de Vicat, determinando-se o tempo de início da pega quando esta deixa de penetrar até o fundo da pasta, ou melhor, ao ficar distanciada do fundo 1mm. 53 Cimento Portland Pega e Endurecimento: Esquema do aparelho de Vicat Na obra procede-se – quando necessário, por exemplo, para eliminar a suspensão de um cimento geralmente em processo muito lento de pega – a um ensaio grosseiro, que consiste na moldagem de uma série de pequenas bolas com pastas de consistência semelhante à normal de laboratório. 54 Cimento Portland Pega e Endurecimento: Qualquer que seja o tipo de cimento Portland, o tempo de início de pega não se pode dar em menos de 1 hora, conforme as normas da ABNT, para assegurar um tempo razoável de trabalho com as pastas, argamassas e concretos, sem riscos. O fim de pega costuma ocorrer cerca de pouco mais de uma hora a duas horas depois do início de pega. 55 Cimento Portland Pega e Endurecimento: As normas da ABNT recomendam valores máximos para o tempo de fim de pega, variáveis com o tipo de cimento Portland. Falsa pega – Fenômeno que pode acontecer e é devido à desidratação do gesso (ao ter contato com o clínquer quente) e se hidrata com a água adicionada. Desaparece com remistura. 56 Cimento Portland - Finura: Quanto mais fino for o cimento, mais superfície por unidade de volume (ou por unidade de massa) está habilitada a ser hidratada pela água. Decorre maiores resistências mecânicas iniciais das pastas, argamassas e concretos. A finura é determinada indiretamente pela área específica dos grãos e diretamente por peneiramento. 57 Cimento Portland - Massa Específica: A massa específica é determinada no frasco de Lê Chatelier, conforme a norma NBR 16605:2017. 58 Cimento Portland - Massa Específica: A massa específica refere-se aos grãos de cimento. Se considerarmos os vazios entre os grãos de cimento também como volume no denominador, a massa específica passa a se chamar massa unitária, de valor menor e variável com o grau de compactação do cimento (quanto maior o grau de compactação, maior é a massa unitária). 59 Cimento Portland - Expansabilidade: O cimento não deve ser expansivo para não provocar tensões, fissuração e aumento prejudicial de volume. Os principais responsáveis pela expansão são o CaO (óxido de cálcio) e o MgO (óxido de magnésio). As normas fixam limites máximos para a expansão (a frio ou a quente) com as agulhas de Le Chatelier, conforme a norma NBR 11582:2016. 60 Cimento Portland Resistência à Compressão: Mede-se a resistência à compressão do cimento através de uma argamassa padrão de uma parte de cimento e 3 partes de areia padronizada (areia normal), em peso, obtida pela mistura de quatro faixas granulométricas. 61 Cimento Portland Resistência à Compressão: Para a medida da resistência à compressão são usados corpos de prova cilíndricos de 5 cm de diâmetro e 10 cm de altura, conforme NBR 7215:2019. As normas fixam valores mínimos para as resistências nas idades de 3, 7 e 28 dias e, em alguns casos, para 1 dia e para 90 dias. 62 Cimento Portland Resistência à Compressão: A maioria dos tipos de cimento Portland é identificada por uma sigla que inclui um número no final. Este número indica a resistência mínima em MPa que o cimento deve ter, no ensaio pela NBR 7215, na idade de 28 dias, conforme as exigências da norma correspondente ao tipo de cimento. Exemplo: CPII-F-32, CPII-E-40 (32MPa e 40MPa, respectivamente). 63 TIPOS DE CIMENTO PORTLAND 64 Tipos de Cimento Portland: 1) Cimento Portland Comum (normalizado pela NBR 16697:2018): O CPI não contém adições e o CP I-S contém adição de 1 a 5 % de materiais carbonáticos, escória granulada de alto forno ou matérias pozolânicos. Classes de resistência: CP I-25, CP I-32 e CP I-40, CP I-S-25, CP I-S-32 e CP I-S-40. O cimento Portland comum já foi o de maior produção no Brasil e hoje em dia é de produção reduzida, sendo substituído pelo cimento Portland composto (CP II). Designação: CP I e CP I-S 65 Tipos de Cimento Portland: 2) Cimento Portland Composto (normalizado pela NBR 11578:1997): Designação: CP II-E, CP II-Z e CP II-F. CPII-E → 6 a 34 % de escória granulada de alto forno e 0 a 10 % de materiais carbonáticos; CPII-Z → 6 a 14 % de materiais pozolânicos e 0 a 10 % de materiais carbonáticos; CPII-F→ 6 a 10 % de material carbonático. Classes de resistência: 25,32 e 40. Exemplo: CPII-F-32. 66 Tipos de Cimento Portland: 3) Cimento Portland de Alto Forno (normalizado pela NBR 16697:2018): Designação: CP III. Classes de resistência: CP III-25, CP III-32 e CP III-40. Características: resistências iniciais (até 7 dias) mais baixas, resistências finais mais altas e maior resistência química. Teores permitidos de adições: - Escória granulada de alto forno: 35 a 70 %; - Materiais carbonáticos: 0 a 5 %. 67 Tipos de Cimento Portland: 4) Cimento Portland Pozolânico (normalizado pela NBR 5736:1986): Designação: CP IV. Classes de resistência: CP IV-32. Características: resistências iniciais (até 7 dais) mais baixas, resistências finais mais altas e maior resistência química. Teores permitidos de adições: - Materiais pozolânicos: 15 a 50 %; - Materiais carbonáticos: 0 a 5 %. 68 Tipos de Cimento Portland: 5) Cimento Portland de Alta Resistência Inicial (normalizado pela NBR 16697:2018): Designação: CPV-ARI Características: resistências iniciais (até 28 dias) mais altas que o de classe 40. Teores permitidos de adições: - Materiais carbonáticos: 0 a 5 %. 69 Tipos de Cimento Portland: Tipos especiais de CPV-ARI: ARI-PLUS → Resistências iniciais mais altas que o CPV-ARI. Proporciona melhor custo x benefício em aplicações que demandam elevadas resistências mecânicas. ARI-RS → CPV-ARI resistente aos sulfatos, por conter adição de até cerca de 25 % de escória granulada de alto forno. Maior durabilidade em meios agressivos. Indicado para todos os tipos de obras – altas resistências inicial e final. 70 Tipos de Cimento Portland 6) Cimento Portland Resistente a Sulfatos (normalizado pela NBR 16697:2018): Designação: É qualquer outro tipo de cimento, desde que atenda às exigências da NBR 16697. Assim, a designação é: CPV-ARI-RS, CP III-32-RS etc. OBS: A abreviação RS significa “resistente aos sulfatos”. Características: maior resistência aos sulfatos habilitados a fornecerem sulfoaluminatos de cálcio hidratados expansivos (sal de Candlot ou bacilo do cimento). 71 Tipos de Cimento Portland 7) Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação (normalizado pela NBR 16697:2018): Designação: É qualquer tipo de cimento, desde que atenda às exigências da NBR 16697. Assim, a designação é: CP III-32-BC, CP IV-32-BC etc. OBS: A abreviação BC significa “baixo calor”. Características: gera menor quantidade de calor de hidratação. 72 Tipos de Cimento Portland 8) Cimento Portland Branco (normalizado pela 16697:2018): Designação: CP B. Classes de resistência: CPB-40 Características: Pó de cor branca usado em concretos aparentes mais claros ou coloridos (adição de pigmentos) e em estucagem de estruturas de concreto aparente. O tipo não estrutural CPB é muito usado em rejuntamento de azulejos. Teores permitidos de adições: - Materiais carbonáticos: 0 a 25 % no estrutural e 26 a 50 % no CPB. 73 Tipos de Cimento Portland: Cimento Aluminoso: - Definição: São cimentos de aluminato de cálcio. O tipo usado na construção civil tem cor cinza, quase preta, finura semelhante a do Portland e com teor de aluminato de cálcio em torno de 40%, sendo obtido pela fusãocompleta de uma mistura de bauxita (minério de alumínio) e calcário. Por ocorrer fusão completa na obtenção do clínquer aluminoso, o cimento aluminoso também é chamado de cimento fundido. 74 Tipos de Cimento Portland: Características do Cimento aluminoso: O custo do cimento aluminoso é cerca de seis vezes maior que o do cimento Portland e gera calor de hidratação da mesma ordem de grandeza que o cimento Portland, mas em velocidade muito maior, podendo provocar superaquecimento das argamassas e concretos. 75 Tipos de Cimento Portland Observações: O cimento é um dos materiais mais comuns e fundamentais na construção civil. O mercado brasileiro comercializa 11 tipos diferentes de cimento, que, devido às suas características e propriedades diferentes, são destinados a aplicações específicas. A diferença básica está relacionada às adições que são feitas no processo de moagem. Mas também existem outras características que distinguem os tipos de cimento entre si. 76 Tipos de Cimento Portland Observações: 1. CP I – Cimento Portland comum É o tipo mais básico disponível no mercado. Possui somente o gesso como aditivo, que funciona como retardador da pega, e isso possibilita um maior tempo de aplicação. É utilizado em construções em geral, onde não são exigidas propriedades especiais do cimento. Possui alto custo e menor resistência, além de toda sua produção ser direcionada à indústria. 77 Tipos de Cimento Portland Observações: 2. CP I-S – Cimento Portland comum com adição Tem a mesma composição que o CP I, porém com uma pequena adição de material pozolânico. Isso garante menor permeabilidade ao material. 78 Tipos de Cimento Portland Observações: 3. CP II-E – Cimento Portland com adição de escória de alto- forno Os cimentos CP II são chamados de compostos porque recebem a adição de outro material. Isso confere a esse cimento um menor calor de hidratação, ou seja, faz com que ele libere menos calor quando em contato com a água. O CP II-E é uma composição intermediária entre o Cimento Portland comum e o Cimento Portland com adições. Contém adição de escória granulada de alto-forno e é recomendado para estruturas que exijam um desprendimento de calor moderadamente lento. 79 Tipos de Cimento Portland Observações: 4. CP II-Z – Cimento Portland com adição de material pozolânico O CP II-Z é fabricado com adição de pozolana, o que confere ao cimento menor permeabilidade. Por isso, esse tipo de material é ideal para obras subterrâneas e locais que estejam em contato com água. 80 Tipos de Cimento Portland Observações: 5. CP II-F – Cimento Portland com adição de material carbonático – fíler Possui adição de 6% a 10% de material carbonático em sua composição. É utilizado em aplicações gerais como concreto simples, armado, protendido, elementos pré-moldados, pisos e pavimentos de concreto etc. Sua aplicação não é muito indicada em meios muito agressivos. 81 Tipos de Cimento Portland Observações: 6. CP III – Cimento Portland de alto-forno Possui adição maior de escória, chegando a um teor de até 70% em massa. Isso garante alta impermeabilidade e durabilidade, baixo calor de hidratação, alta resistência à expansão e resistência a sulfatos. É recomendado tanto para aplicações gerais quanto para estruturas de grande porte e agressividade, como barragens, fundações de máquinas e esgotos e afluentes industriais. 82 Tipos de Cimento Portland Observações: 7. CP IV – Cimento Portland pozolânico Possui entre 15% e 50% de material pozolânico em sua composição. O alto teor de pozolana confere alta impermeabilidade e maior durabilidade ao material. Assim, proporciona estabilidade em ambientes de ataque ácido, especialmente os atacados por sulfato. Por ser pouco poroso, é especialmente indicado para obras expostas à ação de água corrente. 83 Tipos de Cimento Portland Observações: 8. CP V – Cimento Portland de alta resistência inicial Assim como o cimento comum, não é fabricado com adições. A diferença é o processo de dosagem e fabricação do clínquer, elemento presente em todo tipo de cimento. O clínquer utilizado aqui possui quantidades diferenciadas de calcário e argila, além de uma moagem mais fina. Possui alta reatividade nas primeiras horas de sua aplicação e atinge resistências maiores que os cimentos convencionais. Por isso, é recomendado para fabricação de concreto. 84 Tipos de Cimento Portland Observações: 9. RS – Cimento Portland resistente a sulfatos Os tipos anteriores de cimento podem ser classificados como resistentes a sulfatos desde que se enquadrem em exigências específicas. Muito presente em redes de esgoto, ambientes industriais e em construções em contato com água do mar. 85 Tipos de Cimento Portland Observações: 10. BC – Cimento Portland de baixo calor de hidratação Também diz respeito a uma categoria extra que os cimentos anteriores podem alcançar se tiverem baixo calor de hidratação. Tem a propriedade de retardar o desprendimento de calor em grandes peças, evitando o aparecimento de fissuras de origem térmica. 86 Tipos de Cimento Portland Observações: 11. CP B – Cimento Portland branco Sua principal característica é ser da cor branca. A coloração é atingida pela utilização de matérias-primas com baixo teor de manganês e ferro, além de caulim no lugar da argila. Pode ser usado como cimento estrutural ou não estrutural em rejuntes de cerâmicas.
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