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UNIVERSIDADE TIRADENTES IGOR MENEZES DOS SANTOS LAYANE KAROLYNE CARVALHO SANTANA CLAREAMENTO DENTAL, UMA ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DA INJESTÃO DE ALIMENTOS COM POTENCIAL DE PIGMENTAÇÃO DURANTE O TRATAMENTO: REVISÃO DE LITERATURA. Aracaju 2017 IGOR MENEZES DOS SANTOS LAYANE KAROLYNE CARVALHO SANTANA CLAREAMENTO DENTAL, UMA ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DA INJESTÃO DE ALIMENTOS COM POTENCIAL DE PIGMENTAÇÃO DURANTE O TRATAMENTO: REVISÃO DE LITERATURA. Trabalho de conclusão de curso apresentado à Coordenação do curso de Odontologia da Universidade Tiradentes como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em odontologia. Profª Drª. GIULLIANA PANFIGLIO SOARES Aracaju 2017 IGOR MENEZES DOS SANTOS LAYANE KAROLYNE CARVALHO SANTANA CLAREAMENTO DENTAL, UMA ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DA INJESTÃO DE ALIMENTOS COM POTENCIAL DE PIGMENTAÇÃO DURANTE O TRATAMENTO: REVISÃO DE LITERATURA. Trabalho de conclusão de curso apresentado à Coordenação do curso de Odontologia da Universidade Tiradentes como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em odontologia. Aprovado em ___/___/___ Banca Examinadora Banca examinadora ___________________________________________________ Orientadora: Profa. Dra Giulliana Panfiglio Soares ___________________________________________________ 1º Examinador:__________________________ ___________________________________________________ 2º Examinador: __________________________ AUTORIZAÇÃO PARA ENTREGA DO TCC Eu, Giuliana Panfiglio Soares orientadora dos discentes Igor Menezes dos Santos e Layane Karolyne Carvalho Santana atesto que o trabalho intitulado: “Clareamento dental, uma análise da influência da ingestão de alimentos com potencial de pigmentação durante o tratamento: Revisão de literatura”. está em condições de ser entregue à Supervisão de Estágio e TCC, tendo sido realizado conforme as atribuições designadas por mim e de acordo com os preceitos estabelecidos no Manual para a Realização do Trabalho de Conclusão do Curso de Odontologia. Atesto e subscrevo, __________________________________ Profa Dra Giulliana Panfiglio Soares “O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisa admiráveis.” José de Alencar 1 1 CLAREAMENTO DENTAL, UMA ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DA INJESTÃO DE ALIMENTOS COM POTENCIAL DE PIGMENTAÇÃO DURANTE O TRATAMENTO: REVISÃO DE LITERATURA. Igor Menezes dos Santos ( ª ) , Layane Karolyne Carvalho Santana (a) , Giulliana Panfiglio Soares (b) (a)Graduando em Odontologia − Universidade Tiradentes; (b) DDS, MSc, PhD, Professor Titular I do Curso de Odontologia − Universidade Tiradentes. ____________________________________________________________________________________ Resumo: Na odontologia, o clareamento dental tem sido o tratamento mais conservador e rápido para a maioria dos casos de alteração de cor nos dentes. As alterações causadas pelo agente clareador na superfície do esmalte podem fornecer potencial penetração de bactérias, substâncias químicas e substâncias corantes. Com isso, surgem também dúvidas entre os cirurgiões dentistas sobre a ingestão de alimentos e bebidas com pigmentação durante o tratamento clareador. O presente trabalho de revisão de literatura tem por objetivo ressaltar se este tipo de dieta interfere ou não nos resultados obtidos no clareamento dental. Acredita-se que os pigmentos consumidos através da alimentação, durante o período do tratamento clareador, podem levar a uma coloração da estrutura de um esmalte possivelmente mais poroso. De acordo com alguns achados obtidos, pôde-se concluir que ainda existe uma grande divergência relacionada ao tema tendo a necessidade de realizar pesquisas adicionais. Palavras-chaves: estética dental; clareamento dental; clareadores. _____________________________________________________________________________________ Abstract: In dentistry, tooth whitening has been the most conservative and fast treatment for most cases of tooth color change. Changes caused by the whitening agent on the enamel surface can provide potential penetration of bacteria, chemicals and coloring substances. With this, there are also doubts among dentist surgeons about the intake of pigmented foods and drinks during the bleaching treatment. The present literature review aims to highlight if this type of diet interferes or not in the results obtained in dental bleaching. The pigments consumed through the feed during the bleaching treatment period may lead to a staining of a more porous enamel structure. According to some resources, it can be concluded that there is still a great divergence related to the subject and the need to carry out further additional research. Keywords: esthetics dental, tooth bleaching; bleaching agents. 1. Introdução: O valor colocado sobre a estética, pela sociedade, está aumentando a cada dia, isso se deve ao fato das pessoas desejarem uma aparência melhor e a mídia tem desempenhado um papel importante na determinação de uma harmoniosa aparência dental (TRUIZ, 2012). Nos últimos anos, a estética tem obtido bastante êxito na procura pelos pacientes, pois além de proporcionar uma saúde bucal adequada, promove satisfação ao paciente diante do seu sorriso (SILVA, et al., 2015). A busca pelo clareamento dentário como ferramenta estética para um sorriso harmônico cresceu acentuadamente na última década, comprovando a necessidade do paciente de se sentir belo, admirado e aceito, auxiliando no encontro do bem-estar com a sua autoimagem e autoestima (OLIVEIRA, 2 et al., 2014). O fator estético ocupa um lugar de grande relevância na odontologia moderna, onde os pacientes almejam um sorriso esteticamente agradável cujos dentes são claros e alinhados, pois a odontologia estética é dedicada a imitar a natureza, mantendo tamanho, forma, cor e simetria (BECERRA, et al., 2015). O clareamento dental passou a ser o tratamento estético mais comumente usado em adultos (CAVALCANTE, 2015). E tem sido uma opção conservadora e como medida corretiva para o tratamento das pigmentações dentárias (TRUIZ, 2012; ATTIA, et al., 2010). Quando realizado atendendo todas as exigências da técnica, é o tratamento mais simples, menos invasivo e menos oneroso para devolver a harmonia de cor em dentes vitalizados e desvitalizados ou eliminar eventuais manchas (TÉO, et al., 2010). As alterações da coloração dental podem ser discretas ou não, bem como podem ocorrer em uma única unidade dentária ou em todas as unidades. Em virtude de tais fatos, há muitos anos tem se estudado, na área odontológica, diferentes formas de se promover o branqueamento dental eficaz e seguro de dentes escurecidos. Assim dá- se origem a diferentes métodos de clareamento dental descritos na literatura e utilizados pelos cirurgiões-dentistas na atualidade (SOSSAI; VERDINELLI; BASSEGIO, 2011; CANDIDO, 2005; DIAS; BADINI, 2007). Classificam-se as técnicas de clareamento associadas aos dentes vitais em clareamento caseiro, que tem como agentes clareadores o peróxido de carbamida em concentrações de 10 a 22% ou peróxido de hidrogênio em concentraçõesde 2 a 9,5%, porém, supervisionada pelo cirurgião dentista; o clareamento de consultório utilizando peróxido de hidrogênio de 20 a 38% ou peróxido de carbamida 18 a 35% (FARINELLI; PAULO; GERALDO- MARTINS, 2013) e clareamento associado às duas técnicas, indicado em casos mais resistentes ao clareamento ou quando se deseja encurtar o tempo de tratamento (SOARES, et al., 2008). O uso de substâncias clareadoras no interior da câmara pulpar mostra-se uma manobra conservadora nas alterações cromáticas de dentes desvitalizados. O clareamento interno pode ser realizado da forma mediata, imediata ou mista e os produtos que têm sido utilizados, atualmente, são: o perborato de sódio, o peróxido de hidrogênio a 35% e 37% e o peróxido de carbamida também com a apresentação de 35% e 37% (KAISER, BEUX, 2013). Apesar de sua popularidade, um dos grandes inconvenientes das técnicas clareadoras para os pacientes tem sido as restrições alimentares, no que tange aos alimentos corantes. Café, chá preto, vinho tinto, refrigerantes a base de cola e achocolatados são exemplos de bebidas com alto potencial de pigmentos em sua composição (TÉO, et al., 2010). Como as dietas não brancas têm corantes que causam manchas extrínsecas, é de extrema importância saber se este tipo de dieta pode ou não influenciar na eficácia do clareamento (MATIS, et al., 2015). Baseando-se na literatura, esse estudo tem como objetivo avaliar se a dieta com alimentos corantes influencia ou não na efetividade do tratamento clareador dental. 2. Revisão de Literatura e Discussão 2.1. Etiologia das alterações cromáticas Os pontos mais importantes para os clínicos na prática das técnicas clareadoras dentais são o conhecimento acerca dos diversos tipos de manchamentos e o diagnóstico preciso das alterações cromáticas para aplicação das técnicas corretas e para que seja obtido resultados eficazes (TEDESCO; MAIA; BORGES, 2015). Devido a variedade de técnicas disponíveis para o clareamento de dentes polpados e despolpados é de suma importância que o profissional saiba diagnosticar adequadamente as alterações de cor, para indicar o melhor procedimento a ser utilizado ou até mesmo a associação de uma ou mais técnicas (CAVALCANTE, 2015). 3 A alteração cromática dos dentes ocorre devido ao escurecimento fisiológico e a fatores intrínsecos e extrínsecos (TEDESCO; MAIA; BORGES, 2015). As alterações de origem intrínseca podem ocorrer devido a doenças sistêmicas, alterações na formação do dente, trauma dental, necrose pulpar, uso de fármacos, excesso de flúor e pelo próprio processo de envelhecimento dental (REZENDE, et al., 2014). Sua localização e severidade estão diretamente relacionadas com o tempo em que estas substâncias entraram em contato com os tecidos dentais em formação (CAVALCANTE, 2015). As pigmentações intrínsecas são mais complicadas de serem removidas, podem ser de etiologia tanto pré- eruptiva quanto pós-eruptiva, envolvendo esmalte, dentina ou ambos. São incorporadas diretamente à estrutura do dente, sendo removidas apenas com clareamento, ou com técnicas mais invasivas como restaurações (BECK, 2015). Entre os fatores extrínsecos estão o tabagismo, medicamentos como a clorexidina, acúmulo de placa bacteriana, e principalmente a ingestão de alimentos e bebidas que contenham corantes como refrigerantes à base de cola, café, vinho tinto e chá preto (REZENDE, et al., 2014; VAN LEEUWEN; SLOT; VAN DER WEIJDEN, 2014). São oriundas das ligações iônicas (pontes de cálcio, magnésio e/ou hidrogênio) entre as estruturas moleculares pigmentadas de fontes naturais e/ou artificiais e a película adquirida, biofilme e/ou placa bacteriana (TEDESCO; MAIA; BORGES, 2015). Estes manchamentos se depositam sobre a superfície dental e película adquirida, e podem ser removidos através de profilaxia profissional, manutenção de higiene oral adequada e redução do uso desses agentes pigmentantes (CAVALCANTE, 2015). 2.2. Classificação do clareamento dental De acordo com a literatura, o clareamento caseiro supervisionado é considerado de primeira escolha para o clareamento de dentes vitais, sendo biologicamente seguro e apresentando excelente eficácia terapêutica. Porém esta técnica, que também é conhecida como técnica clareadora de auto aplicação depende diretamente da assiduidade de uso e disciplina dos pacientes (BECK, 2015). Os géis utilizados no clareamento caseiro são a base de peróxido de hidrogênio em concentrações baixa, o qual pode ser utilizado de 2 a 9,5%, o tempo de uso do gel nesse caso pode variar de 30 a 90 minutos. Também são utilizados géis a base de peróxido de carbamida de 10 a 22%. Com o aumento da concentração do gel o clareamento inicial é obtido com maior rapidez, dispensando o uso prolongado por mais de 2 horas, enquanto que o uso em concentrações menores deve ser de 2 a 4 horas (TEDESCO; MAIA; BORGES, 2015). Na técnica realizada em consultório, é comum o uso de concentrações de peróxido de hidrogênio que variam de 20% a 38% com aplicações seriadas de 8 a 15 minutos ou aplicações únicas de até 40 minutos (TEDESCO; MAIA; BORGES, 2015). Pode ser utilizado também o peróxido de carbamida de 18 a 35%, controlado pelo dentista. No entanto, o produto mais utilizado nessa técnica é o peróxido de hidrogênio, sendo aplicado com o isolamento das margens gengivais para a proteção do paciente contra seus efeitos cáusticos (BARBOSA, et al., 2015). O clareamento interno pode ser realizado da forma mediata, imediata ou mista. Na primeira, o paciente permanece com o agente clareador no interior da câmara pulpar, por um período de três a sete dias, podendo ser necessária a troca do produto em até cinco vezes (ABBOTT; HEAH, 2009). Na técnica imediata, o agente clareador é aplicado no interior da câmara pulpar e sobre a superfície vestibular do dente numa sessão curta e removido logo após o tempo definido pelo fabricante do produto (KAISER; BEUX, 2013). Já na técnica mista, une-se à técnica mediata à imediata. Seja qual for a técnica escolhida antes do início do procedimento deverá ser realizado um 4 tampão cervical e após o término da sessão deve-se realizar um selamento temporário vedando hermeticamente a cavidade entre as sessões do procedimento. Estas técnicas empregam diversos agentes clareadores, sendo os principais, o perborato de sódio, peróxido de hidrogênio, peróxido de carbamida e peróxido de ureia (CHAVES, et al., 2015). 2.3. Mecanismo de ação dos agentes clareadores O clareamento dental ocorre por meio de uma reação de óxido-redução mediada pelo peróxido de hidrogênio, seja em sua forma pura, ou na forma de um de seus precursores, como o peróxido de carbamida (FREIRE, et al., 2016). As soluções de peróxido de carbamida são muito instáveis e decompõem-se em peróxido de hidrogênio e ureia, assim que entram em contato com os tecidos dentais e a saliva. Já o peróxido de hidrogênio decompõe-se, ainda mais, em oxigênio e água, e a ureia, em amônia e dióxido de carbono (BECK, 2015). Pode-se encontrar o peróxido de hidrogênio e peróxido de carbamida nos agentes clareadores em diferentes concentrações, combinados com outras substâncias, tais como, modificadores de consistência, estabilizadores e dessensibilizantes (AKAL, et al., 2001). A presença do carbopol, um modificador de consistência, além das demais características, promove a liberação lenta de oxigênio, permitindo seu uso noturno (SOARES, et al., 2008). Caso seja escolhido um clareador sem carbopol, este irá apresentar uma liberação de oxigênio mais rápida (AKAL, et al., 2001). Cada sistema tem sua fórmula, característicae protocolo específicos por isso é importante ler as instruções para o uso do produto. Existem vários fatores que determinam o protocolo de utilização de um tipo de clareamento dentário, estes incluem o tipo de peróxido, a concentração e o ph do produto. Devido a estes fatores não se pode assumir que todos os géis de clareamento dental caseiro são equivalentes e utilizados da mesma forma (BISPO, 2011; FEITOSA, 2016). De um modo geral, os agentes clareadores são produtos à base de peróxido de hidrogênio no momento que atuam na superfície dentária, muito embora em suas formulações e apresentações possam ser chamados de peróxido de carbamida, peróxido de ureia e perborato de sódio (CONSOLARO; FRANCISCHONE; CONSOLARO, 2011). O peróxido de hidrogênio é uma molécula extremamente instável. Quando em contato com os fluídos orgânicos se dissocia seguindo diferentes caminhos, podendo formar os seguintes tipos de íons: moléculas de água (H2O) + íons oxigênio (O2), considerados os mais fracos; somente íon hidrogênio; íons hidroxila (OH-) e finalmente os íons peridroxila (HOO-), considerados os mais fortes. Esses radicais livres penetram na superfície do esmalte atingindo a dentina e reagindo com as macromoléculas dos pigmentos, impregnadas nestas estruturas, oxidando e reduzindo-as em moléculas menores e menos pigmentadas, promovendo o clareamento do dente (ALMEIDA, 2011; TRAVASSOS, et al., 2010). O perborato de sódio é um agente oxidante livre disponível em forma de pó. Enquanto seco, permanece estável; contudo, em presença de ácido, água ou ar quente, entra em decomposição química para produzir metaborato de sódio, peróxido de hidrogênio e oxigênio livre (SUSSENBACH, 2010). 2.4. Efeitos adversos durante o clareamento dental A maioria dos efeitos adversos constatados durante o tratamento é a sensibilidade dental e gengival, causadas porque o peróxido de carbamida e de hidrogênio são cáusticos quando em contato com a mucosa. Caso os agentes clareadores mantiverem em contato com a gengiva por um determinado período de tempo podem provocar queimadura localizada ou úlcera (CONSOLARO; FRANCISCHONE; CONSOLARO, 2010). Outros efeitos indesejáveis são a inflamação pulpar, reabsorção cervical externa, toxicidade, sensibilidade 5 gástrica, alterações do pH dental, desmineralização, aumento das rachaduras do esmalte, por isso a necessidade da utilização e indicação correta da técnica de clareamento dental (SOSSAI; VERDINELLI; BASSEGIO, 2011). 2.5. Influência dos alimentos com alto potencial de pigmentação O mecanismo de como as pigmentações extrínsecas se formam na superfície dental ainda não foi completamente entendida. Supõe-se que polifenois aniônicos achados em comidas e bebidas bem pigmentadas, reajam com as partículas salivares, formando uma camada de manchamento que adere a superfície dental e que forças físicas e químicas permitam que os cromógenos fiquem unidos ao dente. Além dos manchamentos por substâncias corantes há ainda o biofilme, detritos de comidas, e compostos metálicos que também influenciam no manchamento extrínseco (AZER; HAGUE; JOHNSTON, 2011). Apesar de sua popularidade e da eficácia da técnica de clareamento dental, alguns autores relatam que este procedimento pode causar um aumento na permeabilidade dos tecidos e desmineralização da superfície do esmalte (REZENDE, et al., 2013), além disto, tem se discutido que as técnicas clareadoras podem promover alterações da micromorfologia superficial dos tecidos dentários que seriam responsáveis por alterações na rugosidade superficial do esmalte (ANARAKI, et al., 2015). Essa rugosidade aumentada do esmalte associada ao clareamento ocorre principalmente, devido à perda mineral temporária de cálcio e fósforo associada à mudança proteica no esmalte superficial, aumentando a permeabilidade e ao mesmo tempo podendo aumentar a susceptibilidade à pigmentação (SPALDING; TAVIERA; ASSIS, 2003). Cavalcante (2015) relata que caso essas alterações ocorram, sobretudo com relação ao aumento da rugosidade superficial, haverá uma facilidade de manchamento dentário se durante a realização do clareamento houver a ingestão de alimentos ou bebidas com alto teor de pigmentação extrínseca. Sendo assim, é possível que a superfície do esmalte clareado seja mais suscetível a pigmentação (BERGER, et al., 2008). Por esta razão, enquanto o tratamento clareador estiver sendo realizado, é comum os profissionais solicitarem a seus pacientes que evitem a ingestão de alimentos e bebidas ricas em corantes, como café, molhos vermelhos, vinho tinto, chocolate, chá, beterraba, açaí, pois possuem potencial de coloração podendo pigmentar a superfície do esmalte clareado (REZENDE, et al., 2013). Algumas bebidas são soluções ácidas que podem aumentar a desmineralização, enquanto outras contêm etanol ou pigmentos (BERGER, et al., 2008). Com relação aos alimentos e bebidas, alguns autores mostraram que o processo clareador é afetado quando o dente é exposto à substâncias como o café (ATTIA, et al., 2009). Rezende et al. (2013) relataram que o café é capaz de causar manchamento dental por causa de sua cor e do seu pH ácido, o que poderia causar o aumento da permeabilidade e penetração na estrutura dental durante o clareamento, podendo interferir no resultado final. Em contrapartida, Mori (2015) e Liporoni et al. (2010) afirmaram em seus trabalhos que o café não interfere significativamente no efeito do clareamento, pois foi demonstrado que as substâncias do café que causam o manchamento extrínseco, tratam-se de compostos constituídos por cadeias macromoleculares, incapazes de penetrar pelo esmalte, o qual funciona como uma membrana semipermeável, que permite apenas a passagem de íons e de pequenas moléculas, já que o processo de clareamento ocorre internamente, atingindo a estrutura orgânica da dentina. No entanto sugere-se que o vinho tem um potêncial maior de pigmentação comparado ao café, por que é uma substância ácida, possui coloração e alcóol em sua composição 6 (BERGER, 2008; LIPORONI, et al., 2010). O acúmulo de pigmentos e corantes pode ser exacerbado por irregularidades deixada na superfície clareada do esmalte (BERGER, et al., 2008) porque o clareamento em dentes vitais envolve o contato direto entre a superfície do dente e o agente de branqueamento por um longo período de tempo. Para evitar esta rugosidade aumentada é recomendado um polimento do esmalte ao final do clareamento dental (CÔRTES, et al., 2013). Porém, a susceptibilidade a coloração do esmalte está relacionada não só a rugosidade da superfície, mas também a composição do esmalte, tal como a taxa de absorção de água, devido a alterações na permeabilidade (BERGER, et al., 2008). Tem sido relatado que agentes clareadores só provocam alterações na rugosidade quando combinados com uso de dentifrícios abrasivos (ÖZKAN, et al., 2013). Estudos in vitro também suportam que o clareamento, mesmo quando realizado por agentes clareadores de altas concentrações e por repedidas vezes, não é capaz de produzir alterações permanentes na superfície do esmalte (CADENARO, et al., 2010), pois a saliva humana poderia ser capaz de eliminar os efeitos dessa desmineralização (CAVALCANTE, 2015). Nesse sentido, a saliva exerce um importante papel, pois apresenta alto potencial remineralizador (WORSCHECH, et al., 2003). Logo, alguns estudos afirmam que o manchamento durante o clareamento pode ser evitado pelo contato prolongado do dente com a saliva, que tem capacidade de reverter a perda mineral e porosidade do esmalte causados pelo clareamento(CÔRTES, et al., 2013, SPALDING; TAVIERA; ASSIS, 2003). Foi observado que esmaltes clareados não são susceptíveis a manchamento por pigmentos como chá, após contato com a saliva (CANAPPELE, et al., 2009). Canappele et al. (2009) avaliaram a associação de clareamento dental com peróxido de carbamida a 16% com bebidas de alto grau de pigmento (café, vinho e refrigerante a base de cola) e observaram que o resultado do tratamento clareador não foi afetado quando comparado ao grupo controle. Outros autores avaliaram a capacidade de pigmentação de corantes com e sem açúcar durante o clareamento supervisionado, ao final das pesquisas ambos os clareamentos foram eficientes (REZENDE, et al., 2014). Tanto o trabalho de Canapelle (2009) quanto o de Rezende (2014) enfatizaram o poder de remineralização da saliva atuando como um barreira impedindo a penetração de pigmentos na superfície dental. Embora os efeitos como a diminuição superficial da microdureza, redução da concentração de cálcio e fosfato, bem como o aumento da porosidade e rugosidade do esmalte têm sido relatados na literatura, o manchamento dental durante o processo de clareamento ainda não é totalmente compreendido, dessa forma não há um protocolo a seguir permitindo ao clínico recomendar com segurança aos seus pacientes que evitem ou não o uso de corantes em sua dieta durante o tratamento (BODAZENI, et al.; 2011; PIMENTEL, 2015). No entanto, pode- se observar que quando foram realizados estudos clínicos, os resultados mostraram que independente do contato ou não com soluções corantes, o tratamento clareador foi satisfatório (MEIRELLES, et al., 2008; ATTIA et al., 2010). 3. Considerações Finais: Atualmente, as técnicas convencionais de clareamento têm-se mostrado muito eficazes sobre os tecidos dentais, porém, pode-se dizer que a dieta com alimentos corantes durante o tratamento é uma grande dúvida entre os cirurgiões dentistas no sentido de atrapalhar ou não estes resultados. De acordo com os achados obtidos neste trabalho de revisão de literatura, foi possível perceber que nos dias de hoje ainda existe uma grande divergência entre os autores pesquisadores do assunto, tendo a necessidade de se realizar pesquisas clínicas e laboratoriais adicionais. 7 Referências:E 1. ABBOTT, P., HEAH, S.Y.S. Internal bleaching of teeth: an analysis of 255 teeth. Australian Dental Journal. V.54, p.326–333, 2009. 2. AKAL, N., OVER, H., OLMEZ, A., BODUR, H. Effects of carbamide peroxide containing bleaching agents on the morphology and subsurface hardness of enamel. J. Clin. Pediatr. Dent., São Paulo, v.25, n.4, p.293- 2966, 2001. 3. 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