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Trabalho OK 08 08 2018. 2

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Pós-graduação em Direito e Processo do Trabalho e Previdenciário 
Resenha de Caso “FACEBOOK FOLLY AT NORTHEAST BMW (A)”
 
Nome do aluno (a): Amanda Maria Nascimento Silva
Trabalho da disciplina: TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO – NPG1096
Tutor: Prof. VIVIANI DE OLIVEIRA RODRIGUES
ARACAJU
2018
Resenha do caso: FACEBOOK FOLLY AT NORTHEAST BMW (A)
FACEBOOK FOLLY AT NORTHEAST BMW (A)
REFERÊNCIA: LOPIANO, Gabrielle R. FACEBOOK FOLLY AT NORTHEAST BMW (A Disponível em: <http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS484/docs/estudo_de_caso_01.pdf > acesso em: 08 ago. 2018.
O estudo de caso se inicia com um questionamento a respeito de quais medidas devem ser tomadas pelo vice-presidente e gerente geral da Northeast BMW em relação a determinado funcionário que realizou comentários difamatórios em sua página no facebook. Desta forma, se trata de uma situação em que iremos abordar sobre os poderes do empregador.
Conforme previsto no artigo 2º da CLT, o empregador assume o risco da atividade empresarial. Assim, ele será detentor do poder de direção, sendo que estão relacionados a tal poder, os poderes de organização, de controle e poder disciplinar. Iremos focar especificamente neste último. 
O empregador como já assinalado, detém o chamado poder disciplinar. Tal poder, consiste basicamente na prerrogativa que dispõe o empregador de aplicar penalidades disciplinares aos seus empregados. A existência do poder disciplinar está implícita no contrato individual de trabalho tendo em vista que quem assume o risco pelo empreendimento é o empregador. Desta forma, há de ser reconhecer que além da obrigação do empregado de prestar trabalho, ele deve respeitar os direitos da empresa empregadora, inclusive, o direito à imagem.
No caso em estudo, é possível verificar um conflito de direitos, quais sejam, o direito à liberdade de expressão e o dever de respeito a imagem do empregador. Considerando que o conflito de direitos em razão do conteúdo que o empregado postou em seu perfil na rede social acaba que violando a imagem do seu empregador, é possível e adequado, aplicar uma sanção disciplinar, como a advertência, a suspensão ou até mesmo uma despedida por justa causa. Entretanto, é cumpre resguardar também o direito a liberdade de expressão do empregado. 
Deverá os empregadores analisar o caso concreto e tentar assegurar que a sanção imposta seja proporcional a ação praticada. Nota-se que é bastante comum as pessoas terem em mente que para a demissão por justa causa ser considerada válida, é preciso previamente no mínimo, a aplicação de uma suspensão e três advertências. Porém, tal requisito não está previsto em lei, ficando tal responsabilidade a critério do empregador.
No entanto, cumpre asseverar que ao ser acionado, cabe ao Poder Judiciário reaver as penalidades impostas toda vez que estas forem consideradas ilegais/desproporcionais às faltas cometidas devendo assim, os conflitos serem resolvidos por intermédio do princípio da proporcionalidade, com a finalidade de buscar a solução mais justa ao caso concreto.
Portanto, é necessário regular, no contrato de trabalho, a forma de solucionar conflitos decorrentes dos comentários que atentam contra a imagem da empresa, quando expostas por seus empregados em redes sociais. Tal conflito ocorre em razão da linha tênue existente entre o direito à liberdade de expressão do empregado e o direito à imagem da empresa, e a necessidade de sua ponderação. Embora o empregado possua o direito à livre manifestação do pensamento, deve evitar o mau uso das ferramentas digitais contra o seu empregador. Desta forma, o princípio da boa-fé que envolve o contrato de trabalho pressupõe, necessariamente, que exista entre os sujeitos da relação empregatícia, um dever de respeito mútuo.
Por fim, concluímos que o poder punitivo do empregador deve ser repensado em face das relações informacionais de forma a possibilitar um ambiente de trabalho sadio, no qual os direitos fundamentais dos empregados sejam garantidos, buscando assim um meio adequado para coibir a utilização das redes sociais para difamar a empresa no meio virtual. Uma possível solução pode ser encontrada com a criação de uma norma que vise à proteção do direito à imagem das pessoas jurídicas perante as relações de trabalho, ou ainda, com a extensão das previsões da CLT, sobre a relação disciplinar entre os sujeitos da relação de emprego.

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