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1 FORMAÇÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO DOCENTE UNIDADE DE ESTUDO 09 DIVERSIDADE CULTURAL Profa. Dra. Maria Cristina Elias Esper Stival Vamos estudar agora, a articulação do trabalho pedagógico a ser desenvolvido pelas equipes gestoras que atuam em diversos momentos pedagógicos da educação integral, considerando uma ampliação de oportunidades e situações especialmente planejadas aos estudantes, com a finalidade de promover aprendizagens significativas e emancipadoras. Atender à diversidade cultural e respeitar as diferenças no contexto da escola e da sala de aula. Tal debate se faz necessário no espaço educativo de respeitar as experiências do cotidiano que os estudantes têm na condição de brancos, negros, homens, mulheres, homossexuais, trabalhadores, pobres, e que não é possível atuar com todos os estudantes da mesma maneira. A diversidade cultural diz respeito, basicamente, à realidade concreta da diferença entre as pessoas, a partir de uma concepção de igualdade que não incorpore o tema de reconhecimento das diferenças, o que supõe lutas contra todas as formas de preconceito e discriminação. Investigar na atualização científica, técnica e cultural, como ingredientes do processo de formação continuada: Essa atitude implica saber discutir soluções para problemas a partir de diferentes enfoques (interdisciplinaridade), contextualizar o objeto de estudo em sua dimensão ética e sociocultural, ter capacidade de trabalhar em equipe. Todas as disciplinas do currículo precisam estar interligadas aos conteúdos e valores sociais que desafiam a atuação dos cidadãos: a educação ambiental, a educação para o capacitar para lidar praticamente com noções e problemas surgidos nas mais variadas situações, tanto do trabalho quanto sociais, culturais, éticas para superar o senso comum. 2 Integrar no exercício da docência a dimensão afetiva: A aprendizagem de conceitos, habilidades e valores envolve sentimentos e emoções, ligadas às relações familiares, escolares e aos outros ambientes em que os estudantes vivem. Proporcionar ao estudante uma aprendizagem significativa supõe da parte do docente conhecer e compreender motivações, interesses, necessidades de estudantes diferentes entre si, capacidade de comunicação com o mundo do outro, sensibilidade para situar à relação docente no contexto físico, social e cultural do estudante. Desenvolver comportamento ético e saber orientar os alunos em valores e atitudes em relação à vida, ao ambiente, às relações humanas, a si próprios. O tratamento da questão ética na escola ainda depende de investigações mais consolidadas, mas constitui-se um desafio aos docentes prepararem-se para ajudar os estudantes nos problemas morais, tais como a luta pela vida, a solidariedade, a democracia, a justiça, a convivência com as diferenças, o direito de todos à felicidade e autorrealização. A sociedade brasileira, permeada por conflitos, manifesta um quadro de injustiças sociais, disparidades econômicas, exclusão e falta de oportunidades que afeta a maioria da população. Essa situação, que se busca ocultar sob a aparência de naturalidade ou inevitabilidade, perpassa o espaço escolar. Os impactos mais visíveis da insegurança urbana, a escola também processa em seu interior, de discriminação e de exclusão geradas na sua dinâmica interna. Tal situação gera a necessidade de interferência legal do Estado. A escola que deveria ser palco de vivência de respeito pelo outro, torna-se centro de casos de conflitos (depredações, violência física e moral), que é necessário superar para a totalidade do ser humano dentro deste espaço de formação humana. A escola está voltada a um paradigma de modelo ideal, tendo o conhecimento necessário para sua atuação na própria sociedade. Considera-se ainda, que tratar da violência e da escola ao mesmo tempo se torna algo delicado, polêmico. No contexto social, há uma cultura do medo, da desconfiança, da competitividade e insegurança; da representação do outro como inimigo, ou seja, uma percepção de relações sociais 3 violentas. A reflexão sistemática sobre as relações sociais entre os homens constitui uma perspectiva histórica de sociedade produzindo elementos que permeiam a compreensão do homem que interfere na produção da realidade humana e histórica. Ao analisar aspectos de teorias que fundamentaram as interpretações da estrutura social e política burguesa, que servem de referência para análise das diversas manifestações que retrataram a instabilidade social, bem como a perda de valores e as situações vivenciadas pelo indivíduo numa sociedade capitalista. Assim, a necessidade de desenvolver novas formas de organização do trabalho escolar tem sido debatida como ponto comum entre diversas instâncias do processo educacional, bem como as tendências orientadoras que aparecem ao indicar a condução para os problemas educacionais historicamente instalados na sociedade brasileira. Neste contexto, o Projeto Político-Pedagógico1 apresenta-se como ação norteadora desta realidade que exige um urgente processo de reflexão. Portanto, a construção de um projeto político-pedagógico precisa apresentar elementos de análise que orientem as ações a serem desenvolvidas: o compromisso com a diminuição das desigualdades sociais; articulação das propostas educacionais com o desenvolvimento econômico, social, político e cultural da sociedade, a educação básica e a escola de qualidade, como direitos fundamentais do cidadão, vislumbrando a compreensão dos profissionais da educação como sujeitos transformadores e intelectuais. Caros Alunos, finalizamos nossa última unidade de estudo. Apesar de todos os temas abordados, os estudos na área da formação docente não se esgotam aqui. Por isso, continuem as leituras, as pesquisas e aprofundem permanentemente seus conhecimentos na área. Até uma próxima! 1 O projeto aponta para uma direção. É uma ação intencional, com sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é também, um projeto político por estar articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos. 4 REFERÊNCIAS ARROYO, M. G. Ofício de mestre: imagens e autoimagens. 11ª ed. Petrópolis: Vozes, 2009. ENS, Romilda Teodora; BEHRENS, Marilda Aparecida. Formação do Professor: profissionalidade, pesquisa e cultura escolar. 1ª reimpressão. Ed. Curitiba: Champagnat, 2012. Vol. 1, p.269. LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. (Magistério) ____________. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5ª ed. Goiânia: Alternativa, 2004. ____________ Adeus professor, adeus professora? 11ª ed. São Paulo: Cortez Editora, 2009. Vol. 1, p.103.
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