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TEXTO- LIBERDADE DE EXPRESSÂO

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LIBERDADE, QUALIDADE E RESPEITO A SERVICO DA INFORMACAO
Manter-se atualizado é uma medida extremamente necessária para compreendermos os aspectos políticos, sociais e econômicos da sociedade contemporânea. No entanto, ao entrarmos em contato com os meios de comunicação como o radiofônico ou o televisivo, nos confrontamos com programas extremamente abusivos. Dessa forma, a liberdade de informação que esses meios possuem entram em questionamento, já que esses abusos não podem ser permitidos. Assim, precisamos encontrar formas de conciliar esses dois aspectos.
 O papel primordial de qualquer meio de comunicação é informar os seus usuários. Entretanto, redes televisivas literalmente invadem lares menos abastados da sociedade brasileira e utilizam a imagem de seus moradores para atrair a audiência do maior número possível de telespectadores, os quais são levados pelo sensacionalismo e sentimentalismo impostos pela situação.
 A partir do caso exemplificado, podemos analisar pelo menos dois pontos a serem discutidos. O primeiro é que a mídia ao executar esse tipo de ação desrespeita direitos assegurados pela própria Constituição brasileira como a violação da intimidade, da honra e da imagem dos cidadãos. O segundo trata-se da responsabilidade social que o produto jornalístico possui, já que é um serviço público, como afirmado por membros do Observatório da Imprensa é entidade civil, que visa o acompanhamento do desempenho da mídia brasileira. Ou seja, toda informação veiculada, por qualquer veículo comunicativo, deve ter uma finalidade de atualização, tendo em vista as aplicações sociais que ela terá quando receptada pelos telespectadores.
 Por fim, é de estrema importância deixarmos claro que em hipótese alguma podemos apoiar a volta da censura, medida tão utilizada durante a ditadura militar no Brasil. Vivemos em um país democrático e devemos ter a liberdade de nos expressar, o que também já é assegurado pela Constituição federal. No entanto, precisamos ter qualidade naquilo a que assistimos, lemos ou ouvimos, sem necessitarmos para isso de abusar dos direitos humanos alheios. Para que essa qualidade seja garantida, órgãos de controle dos meios midiáticos devem ser criados, como já acontece na Suécia e Grã-Bretanha, e também como o próprio Observatório da Imprensa, já mencionado anteriormente. Dessa maneira, esses órgãos terão o papel de limitar a ação da mídia sem infringir o direito à liberdade de informação e garantir a proteção da imagem do ser humano, visando sempre a melhor qualidade daquilo que é veiculado.
Os programas sensacionalistas do rádio e os programas policiais de final da tarde em televisão saciam curiosidades perversas e até mórbidas tirando sua matéria-prima do drama de cidadãos humildes que aparecem nas delegacias como suspeitos de pequenos crimes. Ali, são entrevistados por intimidação. As câmeras invadem barracos e cortiços, e gravam sem pedir licença a estupefação de famílias de baixíssima renda que não sabem direito o que se passa: um parente é suspeito de estupro, ou o vizinho acaba de ser preso por tráfico, ou o primo morreu no massacre de fim de semana no bar da esquina. A polícia chega atirando; a mídia chega filmando.
Quem fiscaliza [a imprensa]? Trata-se de tema complexo porque remete para a questão da responsabilidade não só das empresas de comunicação como também dos jornalistas. Alguns países, como a Suécia e a Grã-Bretanha, vêm há anos tentando resolver o problema da responsabilidade do jornalismo por meio de mecanismos que incentivam a auto-regulação da mídia.
No Brasil, entre outras organizações, existe o Observatório da Imprensa – entidade civil, não-governamental e não partidária –, que pretende acompanhar o desempenho da mídia brasileira. Em sua página eletrônica , lê-se: 
Os meios de comunicação de massa são majoritariamente produzidos por empresas privadas cujas decisões atendem legitimamente aos desígnios de seus acionistas ou representantes. Mas o produto jornalístico é, inquestionavelmente, um serviço público, com garantias e privilégios específicos previstos na Constituição Federal, o que pressupõe contrapartidas em deveres e responsabilidades sociais.
Incisos do Artigo 5º da Constituição Federal de 1988:
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
Obviamente, esta charge é uma crítica explícita à televisão, mas poderia refletir sobre o papel dos telespectadores, já que estes possuem o direito de escolher o que irão assistir e o direito de não assistir, de desligar o aparelho. Neste ponto é importante tomar cuidado para não cair no senso comum e afirmar que a culpa de todos os males é a mídia televisiva; claro que ela possui sua culpa, que tende a manipular, incentivar as pessoas, mas estas são seres pensantes que podem e devem responder ativamente, aceitando ou não, o que veem. Bom senso, sem generalizações e ponderação são essenciais. Aliás, esta colocação pode ser a proposta de intervenção social: senso crítico por parte dos telespectadores. Como formá-lo? 
Aqui, pode-se discutir os meios que o jornalismo usa para produzir notícias e reportagens. Usar uma imagem sem autorização, invadir a vida privada de uma pessoa a fim de obter imagens ou informações, manipular entrevistas e declarações, utilizar outros textos para fazer um “novo”, manipulação de imagens dentre outras estratégias são atitudes questionáveis, mas praticadas por alguns meios de comunicação como jornais (impressos ou televisionados) e revistas.
Como ter a liberdade de expressão e de comunicação dos meios de comunicação garantida se há sérios abusos? Uma auto-regulação, uma fiscalização por parte do governo é a volta da censura da ditadura? Aliás, a imprensa na época do AI-5 é algo histórico que pode ser relacionado a este tema; o debate entre censura, liberdade, democracia e fiscalização é uma questão muito interessante e produtiva, já que os limites são muito tênues.
Este tema provoca muitos questionamentos e reflexões e, consequentemente, muitos caminhos para o seu desenvolvimento, mas reconhecer os abusos e como combatê-los é o principal neste texto. Por onde você iria?

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