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Aspectos do manejo e melhoramento da pastagem nativa

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Universidade Federal de Pelotas
Medicina Veterinária
Disciplina de Agrostologia
Aspectos do manejo e melhoramento da pastagem nativa
 Winnie Santos
Introdução
Os processos de crescimento e desenvolvimento vegetais são regidos pelas condições climáticas, que influênciam direta e indiretamente na produção, qualidade e persistência das espécies forrageiras. 
As condições de solo (físicas, químicas e biológicas) são determinantes para estabelecer o nível de eficiência biológica de plantas e animais de um sistema de produção. 	
Clima e solo interagem com o manejo das plantas e dos animais, num processo dinâmico e integrado. Sendo o solo a base da produção vegetal e animal, maiores cuidados devem ser relacionados a ele. 
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Manejo 
Práticas de manejo devem ser determinadas em função das características morfológicas e fisiológicas das plantas forrageiras.
A forragem produzida deve ser de alta qualidade como alimento para os animais.
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Fotossíntese x Respiração 
Fotossíntese: vai na direção da síntese de compostos energéticos.
Respiração: libera energia para o crescimento e desenvolvimento das plantas.
O balanço entre elas determina o desenvolvimento de uma pastagem na questão de acúmulo de matéria seca.
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Fotossíntese x Respiração
Resíduo alto
 	Mais CO2 absorvido pela fotossíntese do que desprendido na respiração(superávit), favorável para o pastejo de animais, pois a rebrota das plantas acontece sem a necessidade da utilização de reservas.
Resíduo baixo
	Menos CO2 absorvido pela fotossíntese do que desprendido na respiração(déficit) , desfavorável, menor oferta de forragem para os animais.
Resíduo intermediário
	Equilíbrio, podendo evoluir para uma condição favorável ou desfavorável.
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Manejo estratégico 
Sazonalidade das pastagens.
Preparo para o período frio: Roçar e adubar pastagens nativas e melhoradas meadas de verão e início de outono para estimular a produção de forragem.
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Crescimento e Desenvolvimento
	A semente colocada a uma certa profundidade no solo e na época apropriada, recebendo suprimento necessário, depois de algumas reações bioquímicas, inicia sua germinação, seguida da emergência, passando então por diversas fases de crescimento.
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Manejo
A qualidade de uma forragem varia com o tempo e o espaço. O aproveitamento do animal vai depender da genética de cada um, determinando maior ou menor eficiência de uso de uma forrageira ou pastagem. O fundamento do manejo está no equilíbrio entre produção e qualidade.
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Suporte
	A capacidade de suporte de uma pastagem nativa pode ser entendida como “a carga animal máxima que uma pastagem pode tolerar para que se obtenha rendimento máximo, sem danos ao ambiente natural”.
 		Boa oferta de forragem resulta em maiores ganhos diários por animal . A relação entre oferta ótima e resíduo de forragem assegura maior eficiência fotossintética, maior taxa de crescimento forrageiro e maior acúmulo de massa forrageira, aumentando a eficiência do sistema planta-animal.
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Suporte
	Com a correção e adubação do solo, é possível duplicar a produção de forragem seca das mesmas pastagens.
 		Na região dos Campos de Cima da Serra, RS, Jacques(1997) obteve um ganho diário de 583 gramas por animal, suplementando a pastagem nativa durante o período frio, com acesso dos animais a uma pastagem nativa melhorada.
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SUPORTE
	Ainda na região dos Campos de Cima da Serra, RS, Heringer & Jacques (2002a, b, c) avaliaram pastagem nativa e pastagem nativa melhorada. 
	
	As áreas de estudo eram pastejadas de acordo com os seguintes critérios de manejo: 
Sem queima e sem roçada; 
Sem queima e roçado; 
Melhorado há 24 anos;
Melhorado há 7 anos;
Queima (bienal) há mais de 100 anos
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Suporte
Resultados: 
 		A queima resultou em maior acidez potencial do solo, enquanto a prática da roçada diminuiu essa acidez e aumentou a fertilidade do solo;
		A correção e adubação do solo e a roçada favoreceram as espécies nativas de estação quente, de maior valor forrageiro, como a grama-forquilha e o capim-coqueirinho ; bem como as espécies de estação fria como trevo-riograndense e ervilhacas nativas;
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Suporte
A queima diminuiu a infiltração de água no solo, agravando os efeitos da compactação, e reduziu a produção de forragem a quase um terço da produção de área não queimada;
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Suporte
	A qualidade da forragem da vegetação queimada há mais de 100 anos tendeu a ser inferior à sem queima e sem roçada e só pastejada, ocasionando maior teor de proteína bruta e de digestibilidade nas áreas sem queima e sem roçada.
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Suporte
A conclusão foi de que a queima na região dos campos de altitude sul-brasileiros deve ser evitada como prática de manejo, pois deteriora as características do solo e reduz o potencial produtivo da vegetação nativa. 
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Melhoramento
Qualquer prática que aumente a produtividade e a produção de uma pastagem nativa, sem causar danos ao ambiente, pode ser caracterizada como melhoramento.
Existes várias práticas de manejo e melhoramento de pastagens naturais: 
De baixo custo (ajuste de carga, roçada, diferimento, sobressemeadura de espécies de estação fria, suplementação protéica);
De alto custo (introdução de espécies cultivadas de estação fria com uso de máquinas apropriadas a aviação agrícola).
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Melhoramento
Primeiramente : correção e adubação do solo.
Aplicação de calcário 4-5 meses antes da introdução das espécies de estação fria;
Preparo superficial com grade, e dependendo da situação, mais de uma gradagem para que a semeadura tenha maior êxito;
Pós semeadura e adubação, recomenda-se passar um rolo compactador ou uma parcagem.
- Renovadora: abre o sulco, semeia e aduba numa única operação, dispensando a gradagem. Vantagem da adubação em linha que favorece especificamente as espécies introduzidas.
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Melhoramento
Além disso, deve ser levado em conta para a prática de produção:
A época(o momento próprio é quando diminui a competição da pastagem nativa pelo efeito de temperaturas mais baixas);
A quantidade de sementes a ser utilizada(considerando que as novas plantas introduzidas vão competir com as nativas e bem adaptadas).
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Melhoramento
Leguminosas 
	Espécies escolhidas de acordo com o interesse e a situação de cada região.
Trevo branco: excelente qualidade e boa distribuição de produção durante o ano;
Trevo vermelho: produtivo e com crescimento inicial rápido, desejável para introdução sobre campo nativo;
Trevo vesiculoso: produtivo e se mantém com bom manejo para ressemeadura;
Trevo-carretilha: ciclo de produção curto, mas bem adaptado a solos relativamente rasos(região da Campanha)
Cornichão: excelente adaptação às regiões da Campanha, Depressão Central e Planalto Médio. Vantagem de não provocar timpanismo e oferecer forragem de muito boa qualidade.
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Melhoramento
Além do aumento da qualidade da forragem, a introdução de leguminosas de estação fria sobre a pastagem natural proporciona a fixação do nitrogênio simbiótico.
Alguns trevos podem fixar até 200kg de nitrogênio/há/ano, desde que a semente da leguminosa tenha sido inoculada e peletizada. 
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Comentários finais
O manejo adequado das pastagens nativas pode produzir resultados cada vez melhores, tanto no período quente como no período frio. 	
Mesmo com as limitações das espécies forrageiras nativas no período frio, é possível suplementá-las de forma a atender as necessidades biológicas dos animais e expectativas econômicas dos produtores.
Ou seja, sendo bem manejadas, as pastagens nativas atravessam tempos normais e tempos de adversidades climáticas.
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