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Sistemas de Comunicações COMUNICAÇÕES VIA SATÉLITE Fernando Pereira Paula Queluz Instituto Superior Técnico Sistemas de Comunicações Estrutura de um Sistema de Comunicação Via Satélite Rede Terrestre Rede Terrestre Interface Terrestre Interface de Utente Utente Estação de Terra Estação de Terra Sistemas de Comunicações Comunicações Via Satélite: Serviços Telecomunicações Comunicações pessoais Difusão Posicionamento (GPS -Global Positioning System) Detecção remota Estudo da Terra Meteorologia Apoio à agricultura Espionagem Sistemas de Comunicações Serviços Móveis, Fixos e de Difusão Serviços fixos por satélite (Fixed Satellite Services, FSS), p.e. INTELSAT, EUTELSAT Serviços móveis por satélite (Mobile Satellite Services, MSS), p.e. INMARSAT Serviços de difusão por satélite (Broadcast Satellite Services, BSS), p.e. EUTELSAT, ASTRA Sistemas de Comunicações Competindo com a Fibra Óptica … Sistemas de Comunicações Comunicações Via Satélite Vantagens Ligações a grande distância utilizando um único repetidor (o satélite). Vastidão da zona de cobertura (continente, país, ou região de um país). Ausência de condutas, postes ou outros requisitos logísticos. Cobertura de zonas de difícil acesso, onde instalações fixas são impraticáveis ou onde as infra-estruturas de telecomunicações são inexistentes. Comunicações móveis sem fios, independentemente da localização (aéreas, marítimas ou pessoais); serviços únicos de apoio à navegação e à aeronáutica. Baixo custo por receptor adicionado. Desvantagens Grande atraso introduzido (~ 300 ms por salto, para os satélites GEO) Custo do satélite e do seu lançamento. Difícil manutenção. Sistemas de Comunicações Breve Resenha Histórica (1) 1945 – Arthur C. Clarke sugere, num artigo publicado na revista Wireless World, a possibilidade de comunicações “globais” através do uso de 3 satélites em órbita geoestacionária; 1954 – A Lua é utilizada como repetidor passivo, mantendo-se um serviço regular para transmissão de voz entre o Haway e Maryland, no período 1956- 1962; 1957 – É lançado o Sputnik I, o primeiro satélite Russo, com órbita a 950 km de altura. Manteve-se operacional durante 62 dias. EUA “aceleram” programa espacial; 1958 – É lançado o Explorer I, o primeiro satélite americano. Manteve-se operacional durante 5 meses; 1964 – Estabelece-se a International Telecommunications Satellite (INTELSAT), organização internacional na qual Portugal esteve representado através da Marconi. 1965 – É lançado o primeiro satélite da INTELSAT, conhecido como Early Bird ou Intelsat I; (...) Sistemas de Comunicações Breve Resenha Histórica (2) A concorrência Rússia-EUA levou à intensificação das investigações e ao lançamento de novos satélites. Em 1975, existem várias redes de satélites para comunicações comerciais: INTELSAT, MARISAT, INMARSAT, .... (...) 1998 – Aparecem as primeiras redes de satélite com cobertura global: IRIDIUM (66 satélites) e GLOBALSTAR (48 satélites). Torna-se possível a comunicação entre quaisquer dois pontos da Terra, utilizando terminais portáteis. Sistemas de Comunicações Projecto de um Satélite O lançamento de um satélite em órbita geoestacionária implica que este deva ser acelerado até uma velocidade de 3070 m/s numa órbita equatorial a 42242 km do centro da Terra. Existem essencialmente 2 tecnologias para lançar um satélite: Foguetões, tipo Ariane (Europa) Veículos tripulados, tipo Space Shuttle (EUA) O custo e as limitações do lançamento levam a que este seja normalmente feito usando 2 passos. A latitude do local de lançamento determina a inclinação da órbita de transferência e logo o gasto de energia na correcção da inclinação. O peso do satélite determina fortemente o seu tempo de vida e a sua capacidade de transmissão. A forma do satélite é fortemente determinada pelo esquema de correcção da órbita e pela área mínima de painéis solares. O Space Shuttle tem as vantagens e desvantagens de um veículo tripulado: intervenção no espaço, limitações físicas no lançamento, veículo recuperável, maior capacidade de transporte. A duração dos eclipses do satélite pode atingir 70 minutos por dia o que põe problemas à potência de emissão no satélite. Sistemas de Comunicações Evolução das Comunicações Via Satélite Peso, Tamanho Sistemas de Comunicações Evolução dos Satélites INTELSAT Sistemas de Comunicações Evolução dos Satélites INTELSAT (cont.) Sistemas de Comunicações Arquitectura dum satélite de comunicações Sistemas de Comunicações Arquitectura (cont.) Sistemas de Comunicações Exemplo: Intelsat VI Telecommunications satellites have simplified the placement of transoceanic calls, and that simplicity has resulted in such an increase in overseas calls that the size and Sistemas de Comunicações Exemplo: “Kizuna” Satélite de comunicações Japonês, lançado em 2008 Sistemas de Comunicações Bandas de Frequência Utilizadas As bandas de frequência a utilizar nas comunicações por satélite são definidas pela ITU-R e atribuídas aos vários serviços pela WARC (World Administrative Radio Conference), um sub-grupo da ITU-R. As bandas de frequência do espectro radioelétrico mais favoráveis para as comunicações via satélite, situam-se entre 1 GHz e 10 GHz, já que: a absorção pelos gases da atmosfera, ou pela chuva, tem pouca importância nesta faixa de frequências; o ruído, quer galáctico quer produzido pelo Homem, é mais intenso para frequências mais elevadas; bom desenvolvimento tecnológico para estas frequências (tecnologia madura); atenuação em espaço livre inferior à verificada para frequências mais elevadas. Sistemas de Comunicações O elevado número de serviços terrestres na faixa 1-10 GHz e a ocupação desta faixa por vários serviços de satélite, conduziu à utilização de bandas de frequências superiores aos 10 GHz, existindo actualmente serviços comerciais nas bandas Ku e Ka. De notar que, devido às limitações de potência no satélite, o percurso descendente é mais crítico que o ascendente, justificando que lhe sejam usualmente atribuídas bandas de frequências mais baixas que as utilizadas para o percurso ascendente. Nome da Banda Gama de Frequência HF-band 1.8-30 MHz VHF-band 50-146 MHz P-band 0.230-1.000 GHz UHF-band 0.430-1.300 GHz L-band 1.530-2.700 GHz S-band 2.700-3.500 GHz C-band Downlink: 3.700-4.200 GHz Uplink: 5.925-6.425 GHz X-band Downlink: 7.250-7.745 GHz Uplink: 7.900-8.395 GHz Ku-band (Europe) Downlink: FSS: 10.700-11.700 GHz DBS: 11.700-12.50 0 GHz Uplink: FSS: 14.000-14.800 GHz; DBS: 17.300-18.100 GHz Ku-band (America) Downlink: FSS: 11.700-12.200 GHz DBS: 12.200-12.700 GHz Uplink: FSS: 14.000-14.500 GHz DBS: 17.300-17.800 GHz Ka-band Roughly 18-31 GHz Sistemas de Comunicações Órbitas Típicas para Satélites de Comunicação Órbitas circulares: GEO – geostationary Earth orbit ( 36 000 km de altitude) MEO – medium Earth orbit ( 5 000 a 15 000 km de altitude) LEO – low Earth orbit (700 a 900 km de altitude) Órbitas elípticas: HEO – high elliptical orbit Sistemas de Comunicações Cinturas de Van Allen Existem duas zonas de elevada radiação – cinturas de Van Allen – à distância da Terra de 1500-5000 km e 15000-20000 km. A radiação existente nestas zonas deteriora fortementeo equipamento dos satélites, impossibilitando a utilização de satélites em órbita nessas zonas. Abaixo dos 200 km não é tecnicamente possível a manutenção de um satélite, devido ao seu baixo tempo de vida por deterioração e aquecimento. Sistemas de Comunicações Características das Órbitas GEO, LEO e HEO Sistemas de Comunicações A Órbita (versão simplificada para órbitas circulares) Considerando que estão em presença a Terra e o satélite, deve ter-se em conta FORÇA DE ATRACÇÃO entre 2 corpos (Lei de Newton) fa = k M m / r 2 onde k é a constante de gravitação, M a massa da Terra, m a massa do satélite e r a distância entre os 2 centros de massa (raio da órbita) FORÇA CENTRÍFUGA provocada pelo movimento de translacção fc = m 2 r onde é a velocidade angular da órbita (rad. s-1) Sistemas de Comunicações A Órbita (versão simplificada para órbitas circulares) Para que a órbita seja estável, é necessário que as 2 forças em presença se equilibrem ou seja fa = fc o que implica que r3 = k M / 2 ou r3 (km) = 5075, 6277 T 2 (hora) r (km) = 5075, 6277 T 2/3 (hora) que corresponde ao enunciado da 3ª Lei de Kepler: o cubo do raio da órbita é proporcional ao quadrado do respectivo período. Sistemas de Comunicações Satélite Geosíncrono Um satélite diz-se geosíncrono quando tem um período orbital igual ao período de rotação da Terra ou seja T = 23 h 56 min 4.1 s. O período de rotação da Terra vale T = (360 o + ) / 24 com = 360o /365.25 => T = 360o / T 23.9345 h Como r (km) = 5075, 6277 T 2/3 (hora) então: T= 12 h r = 26604 km Alt. = 22231 km T= 23.9345 h r = 42154 km Alt. = 35781 km T= 24 h r = 42231 km Alt. = 35858 km Sistemas de Comunicações Satélite Geoestacionário No contexto das órbitas possíveis, tem especial interesse para as Telecomunicações a órbita geoestacionária que É geosíncrona ou seja tem uma duração igual ao período de rotação da Terra É equatorial ou seja situa-se no plano do Equador Os satélites com órbita geoestacionária têm a propriedade de, observados a partir da Terra, parecerem imóveis no espaço. Sistemas de Comunicações Ângulo de fogo da antena de Terra O ângulo de fogo com que a estação de Terra „olha‟ o satélite deve ser superior a 0o (Intelsat especifíca > 5o) para que: A Terra não obstrua a visão do satélite O percurso na atmosfera seja minimizado A contribuição da presença da Terra no ruído do receptor na estação de Terra seja limitada )sin( /)cos( arctan l rrl T : ângulo de fogo l : latitude da estação rT : raio da Terra r : raio da órbita o ol 7.8 3.81 0 Sistemas de Comunicações Cobertura da Terra por Satélite Um satélite em órbita geoestacionária pode comunicar com estações de Terra situadas numa zona correspondente à intersecção de um cone com vértice no satélite e semiabertura de = 8.7o e a própria Terra. Zona coberta na Terra entre 81.3o N e 81.3o S. Se se excluirem as zonas polares, é possível com 3 satélites em órbitas geoestacionárias cobrir praticamente toda a superfície da Terra. Sistemas de Comunicações Cobertura da Terra por Satélite: INMARSAT Sistemas de Comunicações Sistemas de Comunicações Rede Intelsat 10-02 @ 3590 E Sistemas de Comunicações 10-02 @ 3590 E Sistemas de Comunicações Ku-band Spot 1 Sistemas de Comunicações Especificações (Intelsat) EIRP do satélite Factor de Mérito da estação de Terra Densidade de potência a colocar no satélite Sistemas de Comunicações Parâmetros Relevantes Satélite – Potência Isotrópica Equivalente Radiada ou Equivalent Isotropic Radiate Power (EIRP) EIRP = Ps + Gs [dBm, dBW] equivale à potência radiada por uma antena isotrópica Estação de Terra – Densidade de potência a colocar no satélite = PT + GT – 10 log10 (4 d 2) [dBW/m 2] Estação de Terra - Factor de Mérito (G/T) (G/T) = 10 log10 (gT /Teq) [dB/K] onde Teq é a temperatura equivalente de ruído da estação de Terra e gT é o ganho da antena da estação de Terra. Sistemas de Comunicações Temperatura equivalente de ruído Considere-se o quadripolo onde g – ganho de potência BW – largura de banda equivalente de ruído F – factor de ruído Ti – temperatura da fonte de ruído (térmico) na entrada Tem-se so=g si ni = k Ti BW (k=1.3810 -23 J/K – constante de Boltzman) no=g ni+nint onde nint é o ruído gerado pelo quadripolo F = (s/n)i / (s/n)o = 1+ nint /(gni) = 1+ nint /(gk Ti BW )=1+Te /Ti F=1+ Te /Ti , onde Te é a temperatura equivalente de ruído do quadripolo e Te= nint /(gkBW ) Ti g, Bw, F so ,nosi ,ni Dimensão: Kelvin Sistemas de Comunicações Temperatura equivalente de ruído (cont.) F=1+ Te /Ti : factor de ruído; Fo=1+ Te /To : factor de ruído padrão Como no=g ni+nint no=g k Ti BW + g k Te BW = g k BW (Ti +Te) Ti g, Bw, F g, Bw ideal Ti Te Associação em cadeia de quadripolos Ti g1, F1 g2, F2 g3, F3 g1 g2 g3 Ti Tcadeia= ideais 21 3 1 2 1 gg T g T T eee Temperatura padrão (290 K) Sistemas de Comunicações Temperatura Equivalente de Ruído da Estação de Terra Para avaliar o desempenho da ligação no percurso descendente, é necessário calcular o ruído térmico total introduzido pela cadeia de elementos activos e/ou passivos da estação receptora, bem como o ruído térmico captado pela antena. Para isso, define-se a Temperatura equivalente de ruído da estação, Teq Ta – temperatura de ruído captada pela antena F – factor de ruído da cadeia de quadripolos que constituem a estação Ter – temperatura equivalente de ruído da cadeia de quadripolos, referida aos terminais de entrada da cadeia Bw – largura de banda equivalente de ruído da cadeia (s/n)i, (s/n)o– relação sinal-ruído à entrada e à saída da cadeia gT – ganho da antena da estação de Terra gc – ganho da cadeia Teq = (Ta + Ter) – temperatura equivalente de ruído da estação de Terra Guia Receptor Ta F, T er , B w , gc gT Pré - amplificador (G/T) = 10 log10 (gT /Teq) (dB/K) Factor de mérito Sistemas de Comunicações Temperatura Equivalente de Ruído da Estação de Terra (cont.) Como atrás se deduziu: no = gc k Teq Bw Nota: k=1.3810-23 J/K – constante de Boltzman A temperatura equivalente de ruído da estação é Teq=Ta+Ter e o ruído na recepção, referido aos terminais de entrada, pode ser calculado por: n = k Teq Bw O parâmetro (G/T) = 10 log10 (gT /Teq) (dB/K) permite caracterizar o desempenho da estação de Terra, sendo designado por Factor de Mérito da estação. Sistemas de Comunicações O Percurso Ascendente - Uplink O percurso ascendente é o percurso entre a estação de Terra emissora e o satélite, receptor. Este percurso é menos crítico que o percurso descendente e por isso funciona normalmente a uma frequência mais elevada, p.e. 6/4 GHz ou 14/11 GHz. A densidade de potência colocada no satélite pela estação de Terra é = PT + GT – 10 log10 (4 d 2) [dBW/m 2] Do ponto de vista do ruído, o satélite comporta-se como um simples amplificador com um certo ganho e factor de ruído. Para cada satélite e gama de frequência, a INTELSAT especifica a densidade de potência a colocar no satélite. ascendente descendente Sistemas de Comunicações Especificações (Intelsat) EIRP do satélite Factor de Mérito da estação de Terra Densidade de potência a colocar no satélite Sistemas de Comunicações O Percurso Descendente - Downlink O percurso descendente é o percurso entre o satélite emissor e a estação de Terra, receptora. Este percurso é o mais crítico devido às limitações de potência no satélite. A relação sinal-ruído na estação de Terra (considerando apenas o percurso descendente) vem: C/N=PS + GS + GT – Lfs - 10 log10 (KTeqBw)=EIRP + G/T - Lfs - 10 log10 (KBw) A atenuação do percurso é normalmente calculada para a situação mais desfavorável ou seja para os ângulos de fogo mais baixos. A INTELSAT especifica um ângulo de fogo mínimo de 5o para o qual se tem d=41118 km. Sendo EIRP e G/T especificados pela INTELSAT para cada gama de frequência, C/N fica essencialmente dependente da largura de banda. Nas comunicações via satélite, o desvanecimento deixa de ser importante devido ao ângulo com que se atravessa a atmosfera mas a atenuação da chuva continua a ser relevante. Para ligações via satélite digitais, a qualidade de referência é normalmente uma taxa de erros de 10-6. Sistemas de Comunicações Relação C/N Global do Sistema A relação sinal-ruído do sistema global, (c/n)T, e que determina a taxa de erros binários (BER) na estação de Terra, pode-se relacionar com as relações sinal-ruído para cada um dos percursos considerados de forma independente: (c/n)a – relação sinal-ruído no percurso ascendente; (c/n)d – relação sinal-ruído no percurso descendente, calculada como atrás exposto, i.e., de forma independente do percurso ascendente; (c/n)T – relação sinal-ruído global na estação de Terra, i.e., considerando o efeito combinado dos dois percursos. Uma vez que a relação sinal-ruído do sistema resulta do “paralelo” das relações sinal-ruído em cada um dos percursos, o desempenho global do sistema é normalmente condicionado pelo percurso com a relação sinal-ruído mais baixa. 1 11 )()()( daT n c n c n c Sistemas de Comunicações Porquê o paralelo das relações c/n ? na – potência do ruído introduzido no percurso ascendente pra – potência do sinal recebido no percurso ascendente nd – potência do ruído introduzido no percurso descendente prd – potência do sinal recebido no percurso descendente nT – potência do ruído total na estação de Terra g – ganho do amplificador do satélite gS – ganho da antena emissora do satélite gT – ganho da antena receptora da estação de Terra lfs – a atenuação em espaço livre no percurso descendente g R pra ; na gS gT lfs prd ; nT Sistemas de Comunicações a ra a n p n c )( fs TS ra fs TS rard l gg L gLp l gg gpp com d ra d rd d n gLp n p n c )( 1 11 )()( // 1 )/()( 1 )( da radraa rada da ra T rd T n c n c gLpnpn gLpngLn ngLn gLp n p n c Relação sinal-ruído no percurso ascendente: Potência de sinal recebido no percurso descendente: Relação sinal-ruído no percurso descendente: Relação sinal-ruído do sistema global: g R p ra ; na gS gT lfs p rd ; nT Sistemas de Comunicações Níveis de Potência de Sinal Link Power Budget Exemplo para um satélite INTELSAT Saída da Terra Chegada ao satélite Saída do satélite Chegada à Terra Sistemas de Comunicações O Sistema de Comunicações O sistema de comunicações é a componente principal de um satélite de comunicações ainda que possa não constituir a parcela maior em termos de peso e volume. O sistema de comunicações é basicamente constituído por uma ou mais antenas e um conjunto de receptores e emissores que recebem, amplificam e retransmitem os sinais. As unidades básicas de recepção- emissão são conhecidas como transpositores (transponders). INTELSAT V Sistemas de Comunicações Arquitectura de um Transpositor Existem vários transpositores por satélite, cada um a operar numa fracção da banda disponível. Por exemplo, o INTELSAT IV tem 12 transpositores de 36 MHz cada. Transpositor (transponder) Front end Translacção de frequência Amplificador fa fd G 80 – 100 dB (vários andares de amplificação) Sistemas de Comunicações O Acesso Múltiplo O acesso múltiplo corresponde à possibilidade de um elevado número de estações de Terra comunicarem simultaneamente através do mesmo satélite. O acesso múltiplo influencia todos os blocos do sistema, determina a sua capacidade e flexibilidade e é fundamental para o seu custo e rentabilidade. O problema básico em questão é como permitir a um grupo variável no tempo de estações o uso simultâneo dos recursos do satélite de modo a optimizar: Capacidade do satélite Utilização do espectro Potência do satélite Interconectividade Flexibilidade Adaptabilidade a ‘misturas’ de tráfego Custo Aceitação do utente Como a optimização simultânea de todas estas variáveis é impossível, trata-se de encontrar o compromisso possível entre elas ! Sistemas de Comunicações Técnicas de Acesso Múltiplo O acesso múltiplo corresponde à possibilidade de um elevado número de estações de Terra comunicarem simultaneamente através do mesmo satélite. Existem 3 técnicas principais de acesso múltiplo: Acesso múltiplo por divisão na frequência (Frequency Division Multiple Access, FDMA) – todas as estações usam o satélite ao mesmo tempo mas cada uma usa uma gama de frequência diferente (comum em transmissão analógica). Acesso múltiplo por divisão no tempo (Time Division Multiple Access, TDMA) – as estações transmitem à vez (numa dada gama de frequência) usando os „slots‟ no tempo que lhe foram atribuídos (comum em transmissão digital). Acesso múltiplo por divisão no código (Code Division Multiple Access, CDMA) – várias estações transmitem simultaneamente na mesma frequência sinais „espalhados no espectro‟, codificados ortogonalmente; a recuperação de um sinal implica o conhecimento do código usado para „espalhar‟ o sinal no espectro. Sistemas de Comunicações FDMA, TDMA e CDMA Sistemas de Comunicações FDMA Sistemas de Comunicações TDMA Sistemas de Comunicações CDMA Sistemas de Comunicações CDMA (cont.) Sistemas de Comunicações Notas finais Os satélites têm vindo a assumir um papel cada vez mais variado em termos de serviços prestados, p.e. comunicações fixas, móveis e de difusão. Este papel tem variado ao longo do tempo e dependerá sempre das alternativas terrestres, guiadas ou não guiadas, que existirem em cada momento (e das suas características). Os satélites permitem facilmente coberturas vastas e em zonas de difícil acesso mas têm a desvantagem do atraso devido às grandes distâncias percorridas. A tecnologia para lançamento de satélites é cara e complexa mas existem cada vez mais países capazes de o fazer. Sistemas de Comunicações E no futuro ... http://telecom.esa.int/telecom/www/object/index.cfm?fobjectid=29325 Sistemas de Comunicações Bibliografia Principles of Communications Satellites, Gary D. Gordon, Walter L. Morgan, John Wiley & Sons, 1993
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