Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

SUMÁRIO 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO .................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
2 REMOÇÃO DE CONTEÚDO ........................................................................................... 2 
2.1 LIBERDADE DE EXPRESSÃO E INFORMAÇÃO VS. REMOÇÃO DE 
CONTEÚDO ...................................................................................................................... 2 
2.2 VIOLAÇÃO À AUTORIA ............................................................................................... 8 
2.3 REVENGE PORN ............................................................................................................. 8 
3 QUESTÕES PROCESSUAIS ............................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
3.1 PROVA DE AUTORIA ................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
3.2 PROVAS .......................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
3.3 REQUISIÇÃO DE REGISTROS DE ACESSO À APLICAÇÕESERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
4 RESPONSABILIDADE CIVIL .......................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
4.1 REPONSABILIDADE CIVIL DOS BUSCADORESERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
4.2 RESPONSABILIDADE CIVIL DOS PROVEDORES DE CONTEÚDOERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
4.3 REPONSABILIDADE CIVIL DOS PROVEDORES DE APLICAÇÕES 
(REDES SOCIAIS, ETC) .............................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
4.4 RESPONSABILIDADE CIVIL DOS PROVEDORES DE HOSPEDAGEMERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
4.5 IMPOSSIBILIDADE DE CONTROLE PRÉVIOERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
5 HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS ................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
6 DIVERSOS ........................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
2 
 
1 Remoção de Conteúdo 
 
1.1 Liberdade de expressão e informação vs. Remoção de conteúdo 
 
Ofensa e abuso do direito de informar 
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. RESPONSABILIDADE 
CIVIL. DANOS MORAIS. IMAGEM. IMPRENSA. PROGRAMA JORNALÍSTICO. 
DEVER DE INFORMAÇÃO. LIBERDADE DE IMPRENSA. LIMITES. ATO 
ILÍCITO. COMPROVAÇÃO. REPORTAGEM COM CONTEÚDO OFENSIVO. 
REGULAR EXERCÍCIO DE DIREITO. NÃO CONFIGURAÇÃO. 
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DA EMISSORA E DOS JORNALISTAS. 
SÚMULA Nº 221/STJ. CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO OCORRÊNCIA. 
MAGISTRADO COMO DESTINATÁRIO DAS PROVAS. INDEPENDÊNCIA DAS 
INSTÂNCIAS CÍVEL E CRIMINAL. QUANTIFICAÇÃO DO DANO 
EXTRAPATRIMONIAL. DESPROPORCIONALIDADE. NÃO CONFIGURAÇÃO. 
REEXAME DE PROVAS. INADMISSIBILIDADE. SÚMULA Nº 7/STJ. 1. Enquanto 
projeção da liberdade de manifestação de pensamento, a liberdade de imprensa não se 
restringe aos direitos de informar e de buscar informação, mas abarca outros que lhes são 
correlatos, tais como os direitos à crítica e à opinião. Por não possuir caráter absoluto, 
encontra limitação no interesse público e nos direitos da personalidade, notadamente à 
imagem e à honra, das pessoas sobre as quais se noticia. 2. Diferentemente da imprensa 
escrita, a radiodifusão consiste em concessão de serviço público, sujeito a regime 
constitucional específico, que determina que a produção e a programação das emissoras de 
rádio e televisão devem observar, entre outros princípios, o respeito aos valores éticos e 
sociais da pessoa e da família (art. 221, IV, da CF). 3. A liberdade de radiodifusão não impede 
a punição por abusos no seu exercício, como previsto no Código Brasileiro de 
Telecomunicações, em disposição recepcionada pela nova ordem constitucional (art. 52 da 
Lei nº 4.117/1962). 4. Em se tratando de matéria veiculada pela imprensa, a responsabilidade 
civil por danos morais exsurge quando fica evidenciada a intenção de injuriar, difamar ou 
caluniar terceiro. 5. No caso vertente, a confirmação do entendimento das instâncias 
ordinárias quanto ao dever de indenizar não demanda o reexame do conjunto probatório, mas 
apenas a sua valoração jurídica, pois os fatos não são controvertidos. 6. Não configura regular 
3 
exercício de direito de imprensa, para os fins do art. 188, I, do CC/2002, reportagem 
televisiva que contém comentários ofensivos e desnecessários ao dever de informar, apresenta 
julgamento de conduta de cunho sensacionalista, além de explorar abusivamente dado 
inverídico relativo à embriaguez na condução de veículo automotor, em manifesta violação da 
honra e da imagem pessoal das recorridas. 7. Na hipótese de danos decorrentes de publicação 
pela imprensa, são civilmente responsáveis tanto o autor da matéria jornalística quanto o 
proprietário do veículo de divulgação (Súmula nº 221/STJ). Tal enunciado não se restringe a 
casos que envolvam a imprensa escrita, sendo aplicável a outros veículos de comunicação, 
como rádio e televisão. Precedentes. 8. O destinatário final da prova é o juiz, a quem cabe 
avaliar quanto à sua efetiva conveniência e necessidade, advindo daí a possibilidade de 
indeferimento das diligências inúteis ou meramente protelatórias, em consonância com o 
disposto na parte final do art. 130 do CPC/1973. 9. A jurisprudência desta Corte é no sentido 
de que compete às instâncias ordinárias exercer juízo acerca da necessidade ou não de dilação 
probatória, haja vista sua proximidade com as circunstâncias fáticas da causa, cujo reexame é 
vedado no âmbito de recurso especial, a teor da Súmula nº 7/STJ. 10. O ônus da prova de fato 
impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor compete aos réus (art. 333, II, do 
CPC/1973). Não configura cerceamento de defesa o indeferimento de diligência se lhes era 
plenamente possível carrear aos autos, por sua própria iniciativa, os elementos probatórios 
que julgavam necessários ao deslinde da causa. 11. A sentença absolutória na seara criminal 
possui efeito vinculante sobre o juízo cível apenas quando restam negadas a materialidade ou 
a autoria do fato. O mesmo não ocorre no julgamento de improcedência da ação penal por 
ausência de justa causa, seja porque vigora o princípio da independência das instâncias, seja 
porque o juízo acerca da configuração típica dos crimes contra a honra difere da apreciação 
feita no âmbito cível quanto aos requisitos caracterizadores do dano moral, que também 
admite a modalidade culposa. 12. É possível a revisão do montante fixado a título de 
indenização por danos morais apenas quando irrisório ou abusivo, em face do quadro fático 
delineado nas instâncias locais, sob pena de afronta à Súmula nº 7/STJ. 13. A quantificação 
do dano extrapatrimonial deve levar em consideração parâmetros como a capacidade 
econômica dos ofensores, as condições pessoais das vítimas e o caráter pedagógico e 
sancionatório da indenização, critérios cuja valoração requer o exame do conjunto fático-
probatório. 14. Indenização arbitrada em R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) para cada vítima, 
que não se revela desproporcional ante a abrangência do dano decorrente de reportagem 
televisionada e disponibilizada na internet. 15. Recursos especiais não providos. (REsp 
4 
1652588/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, 
julgado em 26/09/2017, DJe 02/10/2017) 
 
Reformou sentença que suspendeu conteúdo, privilegiando liberdade de 
expressão e informação 
DIREITO CONSTITUCIONAL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. 
DIVULGAÇÃO DE CONTEÚDO NA INTERNET. LEI 12.965/2014. DIREITOS 
FUNDAMENTAIS. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. RESTRIÇÃO DE 
ACESSO. ILICITUDE NÃO DEMONSTRADA. CENSURA PRÉVIA À LIBERDADE 
DE EXPRESSÃO E CERCEIO AO DIREITO À INFORMAÇÃO. FATOS 
SUPOSTAMENTE CRIMINOSOS. INTERESSE SOCIAL QUANTO À APURAÇÃO. 
AUSÊNCIA DE PROVA INEQUÍVOCA. I. A liberdade de informação e os direitos da 
personalidade coabitam o texto constitucional sem qualquer relação de preeminência ou 
subordinação. São valores e princípios constitucionaisque não se excluem nem se sobrepujam 
no plano normativo, de maneira que, em caso de colisão ou atrito no caso concreto, devem ser 
ponderados para que se estabeleça aquele que deve prevalecer ocasionalmente. II. À luz das 
particularidades das situações específicas e com as ferramentas hermenêuticas do princípio da 
proporcionalidade, incumbe ao juiz solucionar os conflitos de interesses com extrema cautela 
e sob a lente do conjunto de direitos fundamentais catalogados na Lei Maior, de modo a 
extrair o direito fundamental que, em dado litígio, deve episodicamente subjugar o outro que 
com ele rivaliza. III. No campo específico da internet, a Lei 12.965/2014 prioriza as 
liberdades de expressão, de comunicação e de manifestação de pensamento, no pressuposto de 
que atendem ao bem comum e ao interesse público, consoante se depreende dos seus artigos 
2º, 3º, inciso I, e 4º, inciso II. IV. Se o exercício da liberdade de expressão ou de manifestação 
do pensamento exorbita as raias da legalidade, o artigo 19, § 1º, da Lei 12.965/2014, permite 
que o conteúdo respectivo seja tornado indisponível pelo provedor de aplicações de internet, 
isto é, seja suprimido do ambiente virtual. V. Não parece lícito nem juridicamente razoável 
admitir a censura prévia a todos os conteúdos que versem sobre determinado fato ou assunto, 
de maneira a asfixiar os bens jurídicos mais preciosos tutelados pela Lei 12.695/2014: as 
liberdades de expressão e de manifestação do pensamento e o direito à informação. VI. No 
vasto domínio da internet, direitos individuais transitam ao lado de direitos difusos e 
coletivos. Se, por um lado, é juridicamente viável eliminar ou indisponibilizar conteúdos que 
agridem direitos individuais, de outro não se revela lícito impedir, de forma ampla e 
5 
indiscriminada, que os usuários se manifestem sobre fatos de interesse público ou privado e, 
mais do que isso, privar os usuários do acesso às informações do seu interesse. VII. Sem que 
seja possível verificar, de plano, a ilicitude de conteúdos de áudio e de vídeo relativos a fatos 
graves ocorridos nas dependências de estabelecimento educacional, não se pode exigir de 
provedores a sua remoção da internet, haja vista o interesse social que permeia o seu conteúdo 
e a sua divulgação. VIII. Deve ser reformada a decisão judicial que determina o bloqueio 
genérico de acesso a conteúdos que simplesmente façam menção aos fatos que determinada 
sociedade empresária almeja simplesmente banir da internet, máxime à falta de prova 
inequívoca a respeito da natureza unicamente difamatória dos conteúdos postados ou de sua 
prévia edição. IX. Recurso conhecido e provido. (TJ-DF - AGI: 20150020218878, Relator: 
JAMES EDUARDO OLIVEIRA, Data de Julgamento: 25/11/2015, 4ª Turma Cível, Data 
de Publicação: Publicado no DJE : 15/12/2015 . Pág.: 193) 
 
Abuso e excesso no direito de informar. Notícia da prática de crime. 
Poder Judiciário da União TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO 
FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS Gabinete do Des. Rômulo de Araújo Mendes 
Número do processo: 0703723-24.2017.8.07.0000 Classe judicial: AGRAVO DE 
INSTRUMENTO (202) AGRAVANTE: GOOGLE BRASIL INTERNET LTDA. 
AGRAVADO: CHARLES GUTEMBERG DE MELO COSTA EMENTA AGRAVO DE 
INSTRUMENTO. DIREITO CIVIL. DIREITO CONSTITUCIONAL. PUBLICAÇÃO 
DE CONTEÚDO OFENSIVO EM PROVEDOR DE HOSPEDAGEM (GOOGLE). 
LIBERDADE DE EXPRESSÃO. EXERCÍCIO ABUSIVO. PRESERVAÇÃO DO 
DIREITO À HONRA, À IMAGEM E À VIDA PRIVADA. DETERMINAÇÃO DE 
INDISPONIBILIDADE DO CONTEÚDO INFRINGENTE (ART. 19 DA LEI 
12.965/2014). CABIMENTO. MULTA COMINATÓRIA FIXADA 
ADEQUADAMENTE. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. DECISÃO 
MANTIDA. 1. Trata-se de Agravo de Instrumento com pedido de efeito suspensivo 
interposto por GOOGLE BRASIL INTERNET LTDA em face da decisão interlocutória 
proferida pelo Juízo da Vigésima Quinta Vara Cível de Brasília, nos autos da Ação de 
Obrigação de Fazer com Pedido de Antecipação de Tutela, que determinou à agravante a 
remoção de conteúdos reputados ofensivos à pessoa do autor, ora agravado, publicados 
naquele provedor de hospedagem, sob pena de multa diária, pretendendo o agravante o 
provimento do recurso para que seja exonerada ?da obrigação de remover as URLs indicadas 
6 
pelo agravado na decisão agravada?. 2. O agravante entende que não se poderia 
excluir/bloquear o conteúdo postado, basicamente, com fundamento nas teses de que 
representariam exercício regular da liberdade de expressão e garantia do direito à informação, 
bem como se trataria de matéria de interesse público, pois denunciam supostos crimes 
cometidos pelo Sr. Charles servindo para ?alertar a população acerca de um suposto esquema 
de crimes, tais como estelionato, associação criminosa, falsidade de documento público, uso 
de documento falso, entre outros?. 3. A liberdade de expressão e o direito à informação, assim 
como os demais direitos assegurados na Constituição não têm caráter absoluto, de modo que 
não está autorizado seu uso abusivo, com escopo de violar direito também 
constitucionalmente protegido, eis que, se, de um lado, há a liberdade de informação (art. 5º, 
IV, IX e XIV da CF), de outro, há a tutela dos direitos da personalidade (art. 5º, V e X da CF), 
que inclui a proteção à honra, à imagem e à vida privada. 4. Os princípios contidos na Carta 
Magna consagradores da liberdade de expressão e direito à informação, não são absolutos, 
pois devem se harmonizar com os demais direitos fundamentais presentes no texto 
constitucional, principalmente no que dizem respeito ao direito à intimidade, honra e vida 
privada, tanto assim que o parágrafo primeiro do artigo 220 dispõe que não pode haver 
embaraço à plena liberdade de informação jornalística, mas que se deve observar, em suma, a 
vedação ao anonimato, a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da 
imagem das pessoas e o direito de resposta proporcional ao agravo. 5. Assim, em que pese 
não se poder exigir que a agravante proceda a uma análise prévia do conteúdo postado nas 
ferramentas que disponibiliza na rede mundial de computadores (Google Plus e Google Sites), 
até mesmo pelas tremendas dificuldades operacionais que isso exigiria ou mesmo 
impossibilidade material, é evidente que, uma vez constatado o abuso praticado por algum 
usuário, que tenha extrapolado o exercício da liberdade de expressão ou do direito à 
divulgação de alguma notícia de interesse público, impõe-se o afastamento da conduta ilícita 
praticada por esses meios eletrônicos, com o bloqueio ou exclusão dos conteúdos 
impropriamente postados, tal como previsto no art. 19 e parágrafos, da Lei 12.965/2014 
(Marco Civil da Internet). 6. No caso específico, os textos transcritos na decisão agravada, 
bem assim dezenas de outros que podem ser encontrados nos documentos de instruíram 
o presente recurso, não deixam margem para dúvidas acerca da extrapolação, do abuso, 
pelo usuário das ferramentas disponibilizadas pelo agravante, do exercício regular e 
sadio da liberdade de expressão, não se constituindo os conteúdos impugnados, 
outrossim, em mera disponibilização de informação de interesse público, mas 
instrumento para veicular claras ofensas pessoais ao agravado, tudo feito sob 
7 
anonimato, condição que é vedada expressamente pela Carta Constitucional. 7. A 
decisão agravada expressa providência legalmente cabível, lastreada em robusta 
demonstração de violação dos direitos da personalidade do agravado, sendo também evidente 
que houve a análise fundamentada quanto ao conteúdo postado na ferramenta disponibilizada 
pelo agravante, não se podendo falar, pois, em violação à determinação de fundamentação das 
decisões judiciais (IX do art. 93 da Constituição Federal e o inciso III do § 1º do art.489 do 
Código de Processo Civil). 8. Quanto à alegação de que a decisão teria violado o disposto no 
§ 1º do art. 19 do Marco Civil da Internet (?A ordem judicial de que trata o caput deverá 
conter, sob pena de nulidade, identificação clara e específica do conteúdo apontado como 
infringente, que permita a localização inequívoca do material?), requisito que estaria ausente 
na decisão agravada, também não tem razão a agravante, haja vista que o referido preceito 
visa apenas tornar exeqüível a determinação judicial, especialmente no que tange à 
localização do material que será objeto da determinação judicial para ?tornar indisponível o 
conteúdo apontado como infringente?, o que foi devidamente atendido pela decisão agravada, 
que, deferindo parcialmente o pedido de antecipação de tutela formulado pelo agravado, 
especificou as duas URL?s necessárias à identificação do material reputado ofensivo. 9. 
Repisa-se que, embora não se possa exigir do agravante a análise prévia do conteúdo 
publicado nas suas redes sociais, de modo que lhe incumbisse bloquear a postagem de 
material ilícito, tampouco se esteja aqui cogitando de sua responsabilidade civil por eventuais 
danos causados por essas publicações, até mesmo porque o próprio Marco Civil da Internet, 
no art. 18, veda essa responsabilização (exceto , não se pode permitir que, estando 
demonstrada a violação de direitos pelo terceiro autor das postagens, continue o material a 
ficar disponível na rede mundial de computadores, estendendo a potencialidade danosa dos 
escritos ofensivos. 10. Quanto ao pedido de revogação da multa cominatória ou sua redução, 
verifica-se que a fixação está perfeitamente apropriada ao caso concreto, como meio de 
coerção do agravante ao cumprimento da determinação que lhe foi imposta, não se tratando de 
cominação excessiva (R$ 1.000,00 por dia de descumprimento), tampouco foi demonstrada 
pelo agravante justa causa para o descumprimento da determinação, além de ter sido 
estabelecido o limite razoável de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). Nesse passo, os próprios 
dispositivos legais invocados pelo agravante (incisos I e II do § 1º do art. 537, do CPC) dão 
fundamento à fixação das astreintes, tal como feita na decisão agravada. 11. Recurso 
conhecido e não provido. Decisão agravada mantida. (TJ-DF 07037232420178070000 DF 
0703723-24.2017.8.07.0000, Relator: ROMULO DE ARAUJO MENDES, Data de 
8 
Julgamento: 29/06/2017, 1ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE : 
10/07/2017 . Pág.: Sem Página Cadastrada.) 
 
1.2 Violação à autoria 
 
Violação de direitos autorais / Competência territorial / autor pode escolher o 
foro 
RECURSO ESPECIAL. PROCESSO CIVIL. AÇÃO COMINATÓRIA E 
INDENIZATÓRIA.REPARAÇÃO DE DANOS FUNDAMENTADA EM VIOLAÇÃO 
DE DIREITO AUTORAL OCORRIDA PELA INTERNET. COMPETÊNCIA. 
DOMICÍLIO DO AUTOR OU LOCAL DO FATO. DANO DE ABRANGÊNCIA 
NACIONAL. OPÇÃO DO AUTOR. ART. 100, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC/1973. 
1- Ação distribuída em 17/12/2014. Recurso especial interposto em 12/11/2015 e atribuído à 
Relatora em 25/8/2016. 2- O propósito recursal é definir o juízo competente para processar e 
julgar ação cominatória e de reparação por danos materiais fundamentada em violação de 
direitos autorais. 3- Hipótese concreta em que a pretensão deduzida em juízo fundamenta-se 
na ocorrência de violação de direito autoral causada em razão do envio, por meio da internet, 
de material didático voltado à preparação de candidatos para obtenção da certificação de 
planejador financeiro (CFP - Certified Financial Planner).4- O autor da ação que objetiva a 
reparação dos danos sofridos em virtude de violação a direito autoral possui a faculdade 
de escolher o foro de seu domicílio ou o do local do fato. 5- Recurso especial não provido. 
(REsp 1685558/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado 
em 03/10/2017, DJe 09/10/2017) 
 
 
1.3 Revenge Porn 
 
Fundamentos do dano moral em divulgação de vídeo íntimo. Parâmetros do valor 
indenizatório. 
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DIVULGAÇÃO DE VÍDEO 
ÍNTIMO. "REVENGE PORN'. PEDIDO DE INDENIZAÇÃO DE DANOS MORAIS. 
PROCEDÊNCIA. INCONFORMISMO DO RÉU. PRETENSÃO RECURSAL DE 
EXCLUSÃO OU REDUÇÃO DOS DANOS MORAIS. RECURSO ADESIVO DA 
9 
PARTE AUTORA. PEDIDO DE ALTERAÇÃO DA DATA DE FLUÊNCIA DOS 
ENCARGOS LEGAIS E FIXAÇÃO DE JUROS MORATÓRIOS NA FORMA 
COMPOSTA. Pedido autoral de pagamento de indenização de danos morais decorrentes da 
divulgação de vídeo capturando um momento de intimidade sexual entre as partes. Sentença 
de procedência. Condenação ao pagamento de indenização no valor de R$ 50.000,00 
(cinquenta mil reais) para compensar os danos morais sofridos pela parte autora. Pedido 
recursal de exclusão da condenação ou, ainda, sua redução. Réu/apelante que insiste em 
negar a autoria do envio do vídeo para o grupo na rede social conectada pelo aplicativo 
"Whatsapp". Recorrente que admite ter a mensagem partido de seu aparelho celular, apesar 
de não ter visto ninguém além da autora na ocasião em que a mensagem foi enviada. 
Elementos de prova conclusivos no sentido de que o apelante empreendeu esforços para 
tentar camuflar a realidade e assim esquivar-se de sua responsabilidade, chegando a noticiar 
falsamente - como depois veio a admitir - o roubo de seu celular (responde o apelante pelo 
crime de falsidade ideológica nos autos do Processo nº. 0000302-66.2016.8.19.0033). 
Autoria suficientemente demonstrada. Presentes os demais elementos da responsabilidade 
civil subjetiva, notadamente a lesão, que na espécie é eminentemente extrapatrimonial. 
Recorrida que se viu submetida a intensa exposição, consequência que se exaspera, tendo 
em vista que a autora trabalha no comércio (ou seja, com atendimento ao público) numa 
cidade pequena, onde sobra pouco espaço para o anonimato e os vínculos com a coletividade 
tendem a assumir importância maior. Prova oral convincente no sentido de que o vídeo foi 
compartilhado até entre grupos de adolescentes, gerando irreversível processo difamatório 
de repercussão devastadora na vida da apelada. Sob muitos aspectos, ainda se vive uma 
realidade em que o sensacionalismo machista atua como mecanismo de pressão social difusa 
na censura à liberdade sexual da mulher. Tal espécie de sanção social (em si mesma 
antijurídica, porque a liberdade sexual é uma expressão da dignidade humana) 
definitivamente lesou a recorrida, que se viu prejudicada em inúmeros setores de sua vida 
pessoal, do familiar ao profissional. Nexo de causalidade do dano que remonta à conduta 
ilícita do apelante. Reprovabilidade do ato que se acentua na medida em que o recorrente, no 
intuito único de dar vazão à sua fanfarronice, traiu a confiança depositada pela recorrida ao 
se deixar registrar num momento de intimidade, destruindo a reputação dela com a 
divulgação do vídeo. Verba arbitrada que, além de compensar o sofrimento da vítima, deve 
estabelecer parâmetro exemplar de punição a quem por mero capricho se revelou capaz de 
arruinar a vida pessoal de sua parceira sexual. Recurso adesivo da autora. Pedido de 
alteração do termo inicial de juros e correção monetária para a data do evento danoso, bem 
10 
como a reforma no cálculo dos juros moratórios, substituindo-se a forma simples pela 
composta. Atualização monetária de dano moral. A correção monetária é mecanismo de 
proteção do patrimônio da parte credora contra os efeitos corrosivos da inflação; daí, não há 
que se falar em atualização de indenização em período anterior a data do julgado, pois é 
somente a partir da realidade econômica daquele momento que a verba compensatória é 
mensurada. Súmula 362 do STJ. Termo inicial dos juros moratórios. Data do evento danoso. 
Súmula54 do STJ. Reforma que se impõe. Juros moratórios compostos. Inaplicabilidade nas 
hipóteses de ilícito civil. A prática perpetrada pelo recorrido-adesivo - ainda - não constitui 
ilícito penal, razão pela qual é descabido falar em juros compostos. "Nas indenizações por 
ato ilícito, os juros compostos somente são devidos por aquele que praticou o crime." 
Súmula 186 do STJ. DESPROVIMENTO DO RECURSO DO RÉU. PROVIMENTO 
PARCIAL DO RECURSO ADESIVO DA AUTORA. (TJ-RJ - APL: 
00004458920158190033 RIO DE JANEIRO MIGUEL PEREIRA VARA UNICA, 
Relator: ANDRE EMILIO RIBEIRO VON MELENTOVYTCH, Data de Julgamento: 
22/08/2017, VIGÉSIMA PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 
25/08/2017) 
 
 
11 
 
Para baixar o arquivo completo acesse o link: https://goo.gl/oJHtjt 
Ou envia um direct no instagram @direito.digital

Mais conteúdos dessa disciplina