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Você encontrará nos próximos capítulos, questões comentadas e atualizadas dos últimos concursos de Residência Médica. Leia cada questão com muita atenção e aproveite ao máximo os comentários. Se necessário, retorne ao texto de sua apostila. Sugerimos que você utilize esta área de treinamento fazendo sua autoavaliação a cada 10 (dez) questões. Dessa forma, você poderá traçar um perfil de rendimento ao final de cada treinamento e obter um diagnóstico preciso de seu desempenho. Estude! E deixe para responder as questões após domínio dos temas. Fazê-las imediatamente pode causar falsa impressão. O aprendizado da Medicina exige entusiasmo, persistência e dedicação. Não há fórmula mágica. Renove suas energias e se mantenha cronicamente entusiasmado. Boa sorte! Você será Residente em 2019! Atenciosamente, Equipe SJT Reforçando o aprendizado 607 Sumário 1 Questões para treinamento –Pré-operatório ..............................................................................5 2 Gabarito comentado ....................................................................................................................................21 3 Questões para treinamento – Resposta metabólica ao trauma e cirurgia ........39 4 Gabarito comentado ...................................................................................................................................43 5 Questões para treinamento – Pós-operatório .........................................................................49 6 Gabarito comentado ...................................................................................................................................67 7 Questões para treinamento – Cicatrização de feridas e infecção em cirurgia ................................................................................................................................87 8 Gabarito comentado .................................................................................................................................101 9 Questões para treinamento – Hérnias e abdome agudo.............................................. 117 10 Gabarito comentado .................................................................................................................................153 11 Questões para treinamento – Queimaduras .......................................................................... 193 12 Gabarito comentado ................................................................................................................................ 201 UFPR – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 1. Em pacientes que necessitam antibioticoprofila- xia cirúrgica, quando deve-se iniciar o seu uso? a) 24 horas antes da operação b) na manhã da operação c) quando for chamado para o centro cirúrgico d) na indução da anestesia e) após certificar-se da sua necessidade durante a operação UFPI – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 2. Em pacientes desnutridos, a adequação do re- gime nutricional pode ser avaliada pela dosa- gem de proteínas plasmáticas. Das proteínas abaixo, a que é mais sensível por apresentar uma meia vida mais curta é: a) pré-albumina b) albumina c) globulina d) proteína ligadora do estradiol e) transferrina UFPI – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 3. São indicações de terapia nutricional, EXCETO: a) duração do jejum pré-operatório, superior a 7 dias b) pacientes com doenças catabólicas (sepse, grande queimado) c) perda superior a 10 % do peso corporal quan- do da internação d) valor de albumina sérica inferior a 3,5 g/dL me- dida na ausência de estado inflamatório e) ingestão oral inferior a 50% das necessidades energéticas totais UFPI – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 4. Fazem parte do cuidado no pré-operatório, os seguintes procedimentos, EXCETO: a) administrar prasozin associado a betablo- queadores duas semanas antes da retirada de um feocromocitoma b) não administrar hipoglicemiantes orais na vés- pera do procedimento cirúrgico c) não suspender betabloqueadores, em uso pelo paciente, na véspera da cirurgia d) suspender os anticoagulantes orais, por exem- plo, a rivaroxabana, entre 5-7 dias antes do procedimento cirúrgico e) nos pacientes portadores de Diabetes Mellitus, é ideal manter os níveis glicêmicos (glicemia de jejum) entre 120 e 180 mg/dL, porém, são acei- táveis níveis glicêmicos entre 200 e 250 mg/dL UFPA – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 5. Paciente 50 anos, sexo feminino, diabética tipo 2 e hipertensa, em uso de hipoglicemiante oral e anti- -hipertensivo, iniciou quadro de dor em hipocôn- drio direito acompanhado de náuseas, procurou atendimento médico ambulatorial sendo diagnos- ticada colelitíase por meio de USG de ABDOME total. Foi encaminhada ao cirurgião geral e iniciou o pré-operatório. Sobre os cuidados pré-operató- rios desta paciente, é INCORRETO afirmar: a) a glicemia capilar desta paciente até 2 horas antes do procedimento deve estar < 180 mg/dL b) deve suspender o hipoglicemiante oral 48 ho- ras antes da cirurgia e manter glicemia capilar 6/6 horas com insulina regular suplementar QUESTÕES PARA TREINAMENTO Pré-operatório1 c) deve fazer uso do anti-hipertensivo até o dia da cirurgia d) de acordo com a classificação da American Society of Anesthesiology (ASA), esta pacien- te enquadra-se no estágio II e) deve realizar exames complementares, tais como hemograma, glicemia jejum, ureia, crea- tinina, coagulograma, raio X de tórax e ECG UFMA – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 6. Paciente submetido à cistoscopia diagnósti- ca deverá receber profilaxia antibiótica caso apresente qualquer dos fatores de risco abai- xo, EXCETO: a) desnutrição b) tabagismo c) hipertensão d) idade avançada e) imunodeficiência UFMA – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 7. O emprego do suporte nutricional periopera- tório é uma estratégia terapêutica que pode trazer importante contribuição nos resultados cirúrgicos. Em relação a esse tema, assinale a alternativa INCORRETA: a) o suporte nutricional pós-operatório precoce (dentro das 24 horas iniciais) está proscrito nos pacientes submetidos a grandes cirurgias oncológicas gastrointestinais devido ao alto risco de pneumonia broncoaspirativa associa- da ao íleo paralítico e vômitos pós-operatórios b) o emprego do suporte nutricional especializa- do pode envolver a administração de prepara- dos enterais e a nutrição parenteral. c) o emprego do suporte nutricional enteral pe- rioperatório é uma opção terapêutica mais fi- siológica, com menor custo e menor risco de infecção de corrente sanguínea em compara- ção à nutrição parenteral d) as dietas imunomoduladoras comumente es- tão compostas por combinações de compo- nentes tais como a arginina, glutamina, ácidos graxos ômega 3, as quais podem modular a resposta inflamatória e) o suporte nutricional pré-operatório não está recomendado em todos os casos, portanto de- veria ser reservado para um grupo específico de pacientes, nos quais o prognóstico pós-ope- ratório fosse influenciado pela desnutrição UFG – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 8. O fio de polipropileno, comumente utilizado em cirurgias gerais, é do tipo: a) absorvível, monofilamentar, alta capilaridade, baixa reação tissular, dotado de memória b) inabsorvível, multifilamentar, baixa capilarida- de, alta reação tissular, não dotado de memória c) inabsorvível, monofilamentar, baixa capilarida- de, baixa reação tissular, dotado de memória d) absorvível, multifilamentar, baixa capilaridade, alta reação tissular, não dotado de memória UFG – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 9. Quanto à nutrição em pacientes cirúrgicos: a) a relação caloria:nitrogênio ofertada deve ser de 150:1, para que as proteínas oferecidas não sejam utilizadas como fonte calórica b) a oferta de aminoácidos aromáticos deve ser aumentada e diminuída a oferta de aminoáci- dos de cadeia ramificada, nos pacientes com insuficiência hepátic c) a nutrição parenteral dá menos possibilidade de translocação bacteriana do que a nutrição enteral d) os pacientes com insuficiência pulmonar de- vem ter a carga de lipídios diminuída e aumen- tada a de carboidratos UFRN – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 10. O adequado suporte nutricional em pacientes candidatos à cirurgia é essencial para otimizar o resultado e prevenir complicações. Sobre avaliação e terapia nutricional em pacientes cirúrgicos, é CORRETO afirmar: a) em pacientes candidatos à cirurgia, a terapia nutricional na forma de nutrição enteral deve- ria ser iniciada imediatamente no pós-operató- rio, em pacientes de alto risco nutricional e in- capazes de manter a nutrição via oral, quando os níveis séricos de albumina forem menores que 3,0 mg/dL e houver edema periférico ou história de câncer b) os pacientes candidatos à cirurgia do apare- lho digestivo necessitam de avaliação nutricio- nal rotineira, à exceção de pacientes que se submeterão a colecistectomia ou correção de doença do refluxo gastroesofágico c) a terapia nutricional especializada não precisa ser iniciada em pacientes que vão se subme- ter a cirurgia do aparelho digestivo, ainda que de grande porte, se eles estão em baixo risco nutricional, parecem bem nutridos e espera-se que retomem a alimentação em tempo menor que 5 dias após a internação d) os métodos mais eficazes e reprodutíveis para definir quais pacientes estão em risco nutricio- nal aumentado são as dosagens de albumina, pré-albumina e medidas como índice de mas- sa corporal e dobras cutâneas de pele 6 Cirurgia geral | Questões para treinamento SJT Residência Médica UFRN – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 11. A escolha da via de suporte nutricional é im- prescindível para otimizar resultado e prevenir complicações em pacientes cirúrgicos. Em re- lação às diferentes vias para fornecer terapia nutricional, é CORRETO afirmar: a) o uso de alimentação por sonda nasogástrica apresenta como vantagens a inserção mais fácil, início mais precoce da dieta e o menor preço da dieta quando comparado com a ali- mentação por sonda nasoenteral b) apesar do risco aumentado de isquemia intes- tinal associada à alimentação enteral em pa- cientes com uso de drogas vasoativas, quando estas estão em doses baixas estáveis, a dieta enteral pode ser utilizada e o seu início preco- ce pode diminuir a mortalidade nesse cenário c) em pacientes criticamente doentes, internados em unidade de terapia intensiva, a dieta deve ser prescrita por sonda nasoenteral posiciona- da pós-pilórica, pois existe alto risco de aspira- ção se a dieta for infundida no estômago d) a dieta parenteral deve ser infundida preferen- cialmente em pacientes em terapia intensiva, com os ruídos intestinais diminuídos ou au- sentes, pois isso geralmente está associado com a disfunção do trato gastrintestinal, im- possibilitando a nutrição pelo trato digestivo UFRN – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 12. Durante a avaliação nutricional de pacientes cirúrgicos, é importante identificar indivíduos que podem apresentar deficiências vitamíni- cas. Em relação às vitaminas e ao período pe- rioperatório, é CORRETO afirmar: a) quando há necessidade de reposição de vitamina B12 após cirurgias, esta deve ser necessariamen- te parenteral, pois pacientes no pós-operatório geralmente têm deficiência dessa vitamina, em decorrência de insuficiência de fator intrínseco b) pacientes que permanecem em dieta zero por mais de 5 dias no pré-operatório e vão se sub- meter a cirurgia de grande porte devem fazer sua reposição de vitamina K profilática, pelo risco aumentado de sangramento no período perioperatório c) as principais vitaminas associadas a alterações neurológicas, incluindo manifestações como neuropatias, convulsões, perda de memória e demência, são a tiamina (B1), niacina (B3), piri- doxina (B6), cobalamina (B12) e a vitamina E d) antes de iniciar o tratamento para deficiência de tiamina, o diagnóstico deve ser confirmado com a ativação da transcetolase eritrocitária ou com a medida do difosfato de tiamina no eritrócito, para evitar reposição inadequada UFRN – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 13. Para a adequada avaliação do resultado da terapia nutricional, é importante a definição de metas baseadas em critérios clínicos e exames complementares. Sobre as metas nu- tricionais em pacientes críticos, é CORRETO afirmar que: a) pacientes que não podem manter a ingestão nos primeiros 5 dias de internação em unidade de terapia intensiva necessitam de terapia nu- tricional especializada independente do risco nutricional, do estado nutricional prévio ou da gravidade da doença b) a meta de ingestão proteica deve estar por vol- ta de 1,2-1,5g/kg por dia ou 20% das necessi- dades calóricas por dia, sendo dosagens mais elevadas desaconselháveis c) a calorimetria indireta é o método mais caro e menos disponível, apresentando a mesma acurácia no cálculo das necessidades ca- lóricas, quando comparado a fórmulas com equações preditivas d) o cálculo da ingestão de proteínas deve ser determinado independente do cálculo das ne- cessidades calóricas AMRIGS – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 14. Paciente feminina, 45 anos, foi diagnosticada com hérnia inguinal esquerda. É hipertensa e diabética. Quais os exames que devem cons- tar na avaliação pré-operatória? a) coagulograma, ureia e colesterol total e frações b) hemograma, bilirrubina e glicemia c) coagulograma, ureia e triglicerídeos d) hemograma, tempo de protrombina e potássio e) hemograma, creatinina e glicemia CERMAM – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 15. A Classificação de Child reúne critérios de ava- liação prognóstica clínica e cirúrgica. Qual dos itens abaixo NÃO é utilizado como critério? a) ascite b) albumina sérica c) transaminase d) bilirrubina HAE – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 16. Um senhor de 70 anos tem hérnia inguinal direita, sempre redutível, há 2 anos. É obeso (IMC = 40 kg/m2), hipertenso e diabético. Tem apneia do sono grave e queixas urinárias que sugerem prostatismo moderado. Melhor con- duta no pré-operatório: a) estimular o uso de CPAP, manter a hemoglobi- na glicada abaixo de 7%, fazer dieta orientada e procurar avaliação com urologista 71 Pré-operatório SJT Residência Médica b) manter a hemoglobina glicada abaixo de 10%, usar CPAP (continuous positive airway pressu- re) e reduzir a ingestão de carboidratos c) fazer fisioterapia e utilizar suplemento de pro- teína d) manter a hemoglobina glicada abaixo de 7%, fazer fisioterapia, manter a pressão sistólica abaixo de 100 mmHg e usar tansulosina e) fazer dieta orientada com nutricionista, operar apenas quando IMC < 30 kg/m2 e usar tansu- losina HAE – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 17. Fator de coagulação que, junto com a trombo- plastina tecidual e o cálcio, é responsável por ativar a via extrínseca da coagulação: A) X B) II C) V D) VII E) IX INCA – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 18. Sobre a avaliação e os cuidados no pré-ope- ratório, qual das afirmativas, a seguir, é verda- deira? a) idade acima de 50 anos e perda ponderal aci- ma de 5% nos últimos 6 meses são fatores de risco para complicações pulmonares pós- operatórias b) as classificações de Goldman e Detsky são utilizadas para avaliação do risco de complica- ções pulmonares c) os pacientes em uso de terapia antirretroviral devem suspender os inibidores de proteases 48 horas antes das cirurgias eletivas d) os pacientes com hipertireoidismo, em uso de Metimazol ou Propiltiouracil devem utilizar a dose habitual da medicação no dia da cirurgia INCA – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 19. Em relação à antibioticoprofilaxia e às infec- ções da ferida operatória, qual das afirmativas, a seguir, está INCORRETA? a) os antibióticos devem ser administrados 60 minutos antes do início da cirurgia, com exce- ção das fluoroquinolonas e vancomicina (120 minutos antes) b) os pacientes que serão submetidos a cirurgias potencialmente contaminadas devem receber profilaxia por 48 horas c) as cirurgias ortopédicas eletivas de mão ou pé, sem colocação de próteses, não necessi- tam de antibioticoprofilaxia d) a dose inicial de cefazolina para profilaxia em adultos é de 2 g INCA – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 20. Um paciente de 63 anos, submetido a uma angioplastia com stent farmacológico há 2 semanas, passa em consulta pré-operatória para orientações sobre a realização de uma herniorrafia inguinal eletiva (sem sinais de estrangulamento ou encarceramento). Encon- trase em uso de AAS e Clopidogrel. Qual é a recomendação que deve ser dada ao paciente nesse caso? a) adiar a cirurgia até completar pelo menos 30 dias do procedimento e suspender apenas o AAS antes da cirurgia b) informar que não há risco aumentado de inter- venção cirúrgica nesse paciente, contanto que sejam mantidas as duas medicações c) adiar a cirurgia até completar um ano da colo- cação do stent farmacológico d) a cirurgia deve ser realizada após 180 dias do procedimento e suspender ambas as drogas antes da cirurgia PSU-CE – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 21. Sr. Antônio, 65 anos, sem comorbidades, agendado para colecistectomia videolaparos- cópica, foi prescrito jejum desde 22 horas do dia anterior. Às 10h do dia da cirurgia ingeriu 200 mL de água de coco, inadvertidamente. Foi encaminhado ao Centro Cirúrgico às 12 horas para realização do procedimento cirúr- gico. Diante do exposto, qual a conduta mais apropriada para esse paciente? a) cancelar a cirurgia e reagendar para o dia se- guinte b) realizar a anestesia e cirurgia normalmente no horário de 12h c) aguardar completar 4 horas de jejum para rea- lizar o procedimento d) aguardar completar 6 horas de jejum para rea- lização do procedimento PSU-CE – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 22. Sr. Otávio, 69 anos, com diagnóstico de obs- trução intestinal, apresenta quadro de vômi- tos que perduram há dois dias. Está indicado laparotomia exploradora. Diante do exposto, qual das estratégias abaixo descritas é a me- lhor indicada com o objetivo de reduzir o risco de aspiração pulmonar durante o procedimen- to anestésico-cirúrgico? a) evitar uso de sonda nasogástrica b) sedar previamente para diminuir a ansiedade c) promover a intubação traqueal do paciente acordado d) induzir a anestesia, ventilar os pulmões com máscara sob manobra de Sellick 8 Cirurgia geral | Questões para treinamento SJT Residência Médica PSU-CE – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 23. A Organização Mundial da Saúde (OMS) ela- borou um protocolo de Cirurgia Segura, de- vido as complicações cirúrgicas evitáveis representarem uma grande proporção de le- sões e mortes, no nível mundial. No Brasil, assim como em outros países em desenvol- vimento, segurança cirúrgica não tem sido reconhecida como um problema de saúde pública significativo. A despesa frequente- mente elevada dos cuidados cirúrgicos tem sido considerada de pouco relevância nos países pobres e em desenvolvimento. Como base no texto e nos seus conhecimentos so- bre o Protocolo de Cirurgia Segura da OMS, é ERRADO afirmar: a) o “time out” é uma pausa breve antes da inci- são, para confirmar a identificação do doente, o procedimento e o local cirúrgico b) o cirurgião deve referir, em voz alta, o nome do doente, a operação a ser realizada, o lado e o local da cirurgia. O enfermeiro e o profissional de anestesia devem confirmar que a informa- ção está correta c) o cirurgião que vai executar a cirurgia deve marcar o local com apenas uma marcação de caneta, mesmo casos que estruturas múltiplas ou níveis (por exemplo, um dedo da mão ou do pé, lesão da pele, vértebra) d) antes da indução da anestesia, um membro da equipa deve confirmar que o doente está corretamente identificado, geralmente de for- ma verbal com o doente ou um membro da família e com uma pulseira de identificação ou outros meios adequados de identificação físi- ca. A identidade deve ser confirmada a partir não só do nome, mas também de um segundo identificador (por exemplo, data de nascimen- to, endereço, número hospitalar) PUC-PR – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 24. Determinados medicamentos têm efeitos ad- versos com implicações importantes para o cirurgião. Seu conhecimento é fundamental para indicação de tratamentos e cuidados no pós-operatório. Assinale a alternativa que cor- relaciona os medicamentos a seus efeitos co- laterais listados a seguir, com implicações no paciente cirúrgico. I. Ibuprofeno, Naproxeno, Diclofenaco. II. Metronidazol. III. Clindamicina. IV. Ranitidina, Cimetidina, Omeprazol. V. Nimesulida, Cetoprofeno. ( ) Insuficiência renal pós nefrectomia total. ( ) Hemorragia digestiva alta. ( ) Colite pseudomembranosa por Clostridium difficile. ( ) Ginecomastia. ( ) Rubor, calor, vômitos e taquicardia após consumo de bebida alcoólica. a) V, I, II, III, IV b) I, V, II, IV, III c) IV, V, I, II, II d) V, IV, III, II, I e) I, V, III, IV, II SES-GO – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 25. No pré-operatório de pneumopatas e não pneumopatas que serão submetidos à cirur- gia envolvendo tórax ou abdome superior, a avaliação mínima da função respiratória inclui a realização de um espirograma e a análise dos gases arteriais, em repouso. Os parâme- tros espirométricos mais importantes para essa avaliação são o volume expiratório força- do no primeiro segundo (VEF1), a capacidade vital forçada (CVF) e a relação VEF1 / CVF. Em princípio, o paciente que apresente um VEF1 maior do que 2L pode ser considerado apto, do ponto de vista de função pulmonar. Para uma taxa de mortalidade pós-operatória infe- rior a 5%, a porcentagem do VEF1 (%) no pré- -operatório deve ser superior a: a) 20% b) 40% c) 60% d) 80% UNITAU – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 26. São contraindicações de autotransfusão, EXCETO: a) angina pectoris instável b) peso abaixo de 50 kg c) pacientes com antecedente de reações trans- fusionais graves d) doenças infecciosas (endocardites, absces- sos) e) pacientes com peso abaixo de 40 kg UNICAMP – R3 Clínica Cirúrgica – 2018 27. O logaritmo MELD (Model for End Liver Dise- ase), utilizado na legislação vigente para alo- cação de pacientes em lista de transplante hepático, leva em consideração os parâmetros bilirrubina, creatinina e coagulograma, porém, com pesos diferentes em relação a sua partici- pação no cálculo final do valor. Em ordem cres- cente, qual é essa sequência de importância: 91 Pré-operatório SJT Residência Médica a) creatinina, RNI e bilirrubina b) bilirrubina, RNI e creatinina c) bilirrubina, creatinina e RNI d) RNI, creatinina e bilirrubina UNAERP – 2018 28. Dentro do que preconiza o tratado da cirurgia Sabiston para a solicitação de exames subsi- diários de rotina para avaliação pré-anestési- ca de um indivíduo hígido de 40 anos de idade para correção eletiva de hérnia inguinal unila- teral por técnica convencional (não videolapa- roscópica)? a) hematócrito ou hemoglobina, glicemia e ele- trocardiograma b) hematócrito ou hemoglobina, glicemia, eletro- cardiograma e creatinina c) hematócrito ou hemoglobina, glicemia, eletro- cardiograma, creatinina e radiografia de tórax d) apenas hematócrito ou hemoglobina e) nenhum exame de rotina PUC-PR – 2017 29. Paciente adulto, com menos de 40 anos e sem comorbidades, será submetido a um procedi- mento cirúrgico sem risco de sangramento. Com relação à avaliação pré-operatória, assi- nale a alternativa CORRETA: a) é necessário solicitar eletrocardiograma, ra- diografia de tórax, ureia e creatinina, glicemia e hemograma b) é necessário solicitar eletrocardiograma e ra- diografia de tórax c) é necessário solicitar ureia e creatinina, glice- mia e hemograma d) é necessário solicitar eletrocardiograma, ra- diografia de tórax, ureia e creatinina, glicemia e hemograma e coagulograma e) não é necessário fazer exame algum pré-ope- ratório PSU-CE – 2017 30. Mulher de 64 anos, diabética, em uso de me- tformina, 1 comprimido (850 mg) 2 vezes ao dia, às refeições. Internou-se para realiza- ção de colecistectomia videolaparoscópica, agendada para 14 horas. Não apresenta outras comorbidades. Os exames pré-operatórios mostram glicemia em jejum 118 mg/dL, hemo- globina glicada 6,8%, demais exames normais. Diante do exposto, em relação ao diabetes, qual a conduta recomendada para essa pa- ciente, no dia da cirurgia? a) suspender o uso da metformina b) substituir a metformina por sulfonilureia c) administrar insulina regular pela manhã e soro glicosado d) administrar insulina de longa duração no pe- ríodo da manhã AMP – R3 Clínica Cirúrgica – 2016 31. Paciente masculino, 60 anos, renal crônico, hemodialítico, em pré-operatório para corre- ção de hérnia umbilical e colocação de cateter para diálise peritoneal. Sem outras comorbi- dades e sem alterações significativas no exa- me físico. Assinale a alternativa que contenha medida a ser realizada para este paciente no pré ou no perioperatório. a) aumento da hidratação no pré-operatório com intuito de correção da hiponatremia b) solicitação de radiografia de tórax, exame de urina e análise dos eletrólitos urinários c) correção com bicarbonato de sódio dos qua- dros de acidose metabólica associados a hi- poperfusão d) realização de hemodiálise antes da operação para equilibrar seu volume intravascular e con- trolar o nível de potássio e) a anemia quando presente é de caráter con- servado, não sendo necessário tratamento es- pecífico pois sua correção é realizada durante a hemodiálise pré-operatória AMP – R3 Clínica Cirúrgica – 2016 32. Paciente masculino 60 anos, em avaliação pré- -operatória de artroplastia de joelho. Ex-tabagis- ta, apresentando atualmente, bronquite crônica em uso de terapia broncodilatadora. Analise as medidas abaixo e assinale aquelas que podem diminuir as complicações pulmonares no perío- do pós-operatório deste paciente. I. Uso de anestesia peridural. II. Terapia continuada com broncodilatador no período perioperatório. III. Fisioterapia pré e pós-operatória. IV. Uso de antibioticoterapia de amplo espectro. Estão CORRETAS: a) I e III apenas b) III e IV apenas c) I, II e III apenas d) I, III e IV apenas e) todas estão corretas AMRIGS – R3 Clínica Cirúrgica – 2016 33. Em relação ao manejo das medicações de uso contínuo pelos pacientes no período pré-ope- ratório, é CORRETO afirmar que: a) hipoglicemiantes orais devem ser administra- dos em dose reduzida (metade) no dia da ci- rurgia b) warfarin deve ser suspenso de 7 a 10 dias an- tes da cirurgia, em todos os casos 10 Cirurgia geral | Questões para treinamento SJT Residência Médica c) medicações para a asma devem ser suspen- sas 2 dias antes da cirurgia d) aspirina deve ser sempre suspensa 7 dias an- tes da cirurgia e) estatinas devem ser continuadas mesmo no dia da cirurgia AMRIGS – R3 Clínica Cirúrgica – 2016 34. Paciente de 50 anos, feminina, sem comorbi- dades, vai ser submetida a uma colecistecto- mia videolaparoscópica por colelitíase. Que exame(s) deveria(m) ser solicitado(s), entre outros, com vistas a avaliação pré-operatória? a) hemograma e glicose de jejum b) ecocardiograma c) antígeno carcinoembriônico d) polissonografia e) colesterol e triglicerídeos AMRIGS – R3 Clínica Cirúrgica – 2016 35. NÃO é considerada cirurgia de risco cardíaco intermediário (1-5%): a) endarterectomia de carótida b) cirurgia intraperitoneal c) cirurgia de próstata d) cirurgia de mama e) cirurgia ortopédica HAC – R3 Clínica Cirúrgica – 2016 36. Segundo a classificação da Sociedade Ameri- cana de Anestesistas (ASA). Um paciente em pré-operatório que apresenta risco ASA III é: a) paciente com doença sistêmica moderada b) paciente com doença que o deixa incapacita- do e que é uma ameaça constante à vida c) paciente com doença sistêmica grave que limita atividades, mas não o deixa incapacitado d) paciente normal e saudável e) paciente moribundo, que não tem expectativa de vida de 24h com ou sem operação HAC – R3 Clínica Cirúrgica – 2016 37. Com relação à transfusão de plaquetas. Assi- nale a alternativa CORRETA: a) indicada para contagem de plaquetas recente < 30000/mm³ b) após transfusão o número de plaquetas au- menta no mínimo 50000 mm³ c) indicada em caso de hipotermia com sangra- mento d) transfusões repetidas nunca alteram resposta a transfusão e) indicada profilaticamente em cirurgias de grande porte em paciente com leucemia com 50.000 plaquetas/mm³ HAC – R3 Clínica Cirúrgica – 2016 38. Sobre os fios utilizados para sutura, pode-se afirmar que: a) o fio de poliglactina 910 (vicryl) é totalmente ab- sorvido num prazo máximo de 45 dias da sutu- ra na aponeurose da parede abdominal b) o fio de seda é um fio de absorção lenta, es- tando ainda intacto após 6 meses de seu uso em suturas intestinais c) fio de polidioxanona (PDS) tem sua absorção iniciada após 90 dias e é completamente ab- sorvido após 6 meses d) o fio de algodão tem mais resistência e menor tendência a floculação quando comparado ao fio de seda e) o fio de Nylon é o fio mais utilizado para sutu- ras da pele por ser multifilamentar, o que con- fere resistência a grandes tensões INCA – R3 Clínica Cirúrgica – 2016 39. O paciente com cirrose pode ser avaliado uti- lizando-se a classificação de Child-Pugh, que estratifica o risco cirúrgico de acordo com, EXCETO: a) níveis alterados de albumina b) níveis alterados de bilirrubina c) grau de ascite d) níveis alterados de fosfatase alcalina PUC-PR – R3 Clínica Cirúrgica – 2016 40. Já se foram os tempos em que o cirurgião se restringia aos aspectos técnicos apenas do ato operatório. Hoje, um bom cirurgião deve estar envolvido em todas as fases relaciona- das à cirurgia. Em relação ao pré, per e pós- -operatório, assinale a alternativa CORRETA. a) a tricotomia, quando possível, deve ser feita em ambiente domiciliar pelo próprio paciente, 24 horas antes do ato operatório. Essa técnica reduz o ingresso de micro-organismos no sítio cirúrgico, reduzindo, assim, o risco de desen- volvimento de infecções da ferida operatória b) paciente ASA II é o paciente que apresenta distúrbio sistêmico de grau leve, como conse- quência do processo que motivou a operação ou de doenças associadas. Ou seja, alteração sistêmica leve ou moderada relacionada com patologia cirúrgica ou enfermidade geral c) embolia gasosa é uma complicação grave no pós-operatório. O quadro clínico simula uma embolia pulmonar e pode ocorrer nas infusões venosas com frascos de vidro, principalmente se sob pressão. Uma das medidas de profila- xia é, ao introduzir ou retirar cateteres na veia cava superior, fazer essa retirada com o pa- ciente na posição sentada 111 Pré-operatório SJT Residência Médica d) a colecistite aguda alitiásica representa cerca de 5 a 10% do total das colecistites. Ocorre com menos frequência em pacientes trauma- tizados e sua incidência é maior em pacientes jovens, do sexo feminino e com uma taxa de mortalidade menos elevada e) nos pacientes submetidos à raquianestesia existe uma vasoconstrição na região aneste- siada e um consequente aumento relativo da volemia, que causa, em geral, picos hiperten- sivos logo após a indução anestésica UERJ – R3 Clínica Cirúrgica – 2016 41. O manejo perioperatório do paciente diabéti- co é fundamental para um bom resultado da cirurgia. Em relação a um paciente com dia- betes tipo 2, é CORRETO afirmar que: a) a metformina deve ser suspensa pelo menos 24 horas antes da cirurgia b) a insulina regular deve ser substituída por in- sulina NPH na véspera da cirurgia c) está contraindicado o uso de soluções com glicose na reposição volêmica durante o pós- -operatório d) deve-se aplicar, na manhã do dia da cirurgia, o dobro da dose habitual de insulina regular para prevenção de hiperglicemia durante a cirurgia UERJ – R3 Clínica Cirúrgica – 2016 42. O envelhecimento da população tem aumenta- do o número de pacientes com idade elevada que precisam ser submetidos a um procedi- mento cirúrgico. Entre as alterações fisiológi- cas identificadas nesse grupo, encontra-se o aumento no(a): a) dependência da pré-carga para manutenção do débito cardíaco b) resposta ventilatória à hipoxemia c) fluxo sanguíneo renal d) número de miócitos UERJ – R3 Clínica Cirúrgica – 2016 43. Mulher de 57 anos, com diagnóstico de lúpus eritematoso sistêmico e em uso crônico de prednisona 30 mg/d, foi diagnosticada com quadro de adenocarcinoma em antro gástrico. No período perioperatório, essa paciente de- verá receber: a) dose habitual de corticosteroides b) 60 mg de prednisona na manhã do dia da ci- rurgia c) 50 mg de dexametasona nas primeiras 24h de pós-operatório d) reposição venosa de hidrocortisona no ato anes- tésico e nas primeiras 72h de pós-operatório UFG – R3 Clínica Cirúrgica – 2016 44. É uma das medidas preconizadas pelo proto- colo ERAS – Enhence Recovery After Surgery: a) ingestão de carboidrato até duas horas antes da cirurgia b) analgesia com opioide c) sonda nasoenteral para alimentação precoce d) hidratação generosa UFRN – R3 Clínica Cirúrgica – 2016 45. É imprescindível ao cirurgião o pleno conheci- mento sobre as características dos fios cirúrgi- cos, tais como força tênsil, capacidade e tem- po médio de absorção, coeficiente de atrito e construção filamentar (monofilamento ou poli- filamento). São considerados fios absorvíveis: a) ácido poliglicólico e seda b) ácido poliglicólico e polidioxanona c) polipropileno e categute cromado d) polidioxanona e seda UNAERP – R3 Clínica Cirúrgica – 2016 46. A efetividade da profilaxia antibiótica sistêmi- ca em pacientes cirúrgicos depende principal- mente de uso de antibiótico a) em múltiplas doses, por um curto período b) bactericida c) de largo espectro d) antes da cirurgia, na indução anestésica e) no pós-operatório imediato UNESP – R3 Clínica Cirúrgica – 2016 47. Com relação à antibioticoterapia profilática em cirurgias eletivas de hemorroidectomia, assinale a alternativa CORRETA. a) não está indicada antibioticoterapia profilática, mas sim terapêutica por trata-se de cirurgia contaminada b) antibioticoterapia profilática por 24 horas c) dose única de antibiótico que deve ser admi- nistrada na indução anestésica d) não é necessário antibioticoterapia profilática e nem terapêutica UNAERP – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 48. Qual das seguintes é uma das variáveis do escore MELD (modelo para doença hepática terminal)? a) creatinina b) idade c) grau de encefalopatia d) causa da insuficiência e) sangramento digestivo UNICAMP – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 49. Em relação aos índices de gravidade de pacien- tes cirúrgicos, assinale a alternativa CORRETA: 12 Cirurgia geral | Questões para treinamento SJT Residência Médica a) são definidos como uma classificação numéri- ca relacionada a determinadas características apresentadas pelos pacientes e não propor- cionam meios para avaliar as probabilidades de mortalidade b) os índices de gravidade Acute Physiology and Chronic Health Evaluation (APACHE) e o Simplified Acute Physiological Score (SAPS) devem ser utilizados após 48 horas de inter- nação c) em pacientes submetidos à cirurgia eletiva o melhor índice de gravidade é o Injury Severity Score (ISS) d) para descrever a disfunção orgânica dos pa- cientes cirúrgicos é indicado o uso do Sequen- tial Organ Failure Assessment (SOFA) UNIFESP – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 50. Qual a diretriz atual para a solicitação de exa- mes subsidiários de rotina para avaliação pré- -anestésica de um indivíduo hígido de 40 anos de idade para correção eletiva de hérnia ingui- nal unilateral por técnica convencional (não videolaparoscópica)? a) hematócrito ou hemoglobina, glicemia e ele- trocardiograma b) hematócrito ou hemoglobina, glicemia, eletro- cardiograma e creatinina c) hematócrito ou hemoglobina, glicemia, eletro- cardiograma, creatinina e radiografia de tórax d) apenas hematócrito ou hemoglobina e) nenhum exame de rotina IAMSPE – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 51. ‘Sobre o jejum prolongado no paciente cirúrgi- co, assinale a alternativa CORRETA. a) as alterações endócrinas metabólicas não são encontradas para um jejum até 12h no pré- -operatório b) o paciente pode apresentar diminuição do me- tabolismo de drogas anestésicas, dificultando a anestesia c) o paciente pode apresentar aumento de insuli- na e glucagon d) o paciente apresenta diminuição do tempo de internação hospitalar, pois reduz o risco de broncoaspiração quanto maior o tempo de je- jum em todas as cirurgias e) encontram-se lipólise, glicogenólise, proteó- lise e resistência insulínica, processo seme- lhante às alterações do trauma IAMSPE – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 52. Paciente de 62 anos, com câncer gástrico não obstrutivo, tem indicação de gastrectomia total (com possibilidade de ressecção total curativa). Está com hiporexia, porém sem vô- mitos, ingerindo dieta com baixo teor calórico (< 60% do VCT) há 2 semanas. Apresenta per- da de peso de 8 kg em 5 meses. Tem 1,70 m, peso habitual = 78 kg, peso atual = 70 kg, IMC atual = 24,2 kg/m². Apresenta albumina sérica de 3,8 g/dl e hematócrito de 37%. Na avaliação nutricional pré-operatória, pode-se inferir que este paciente está: I. nutrido, apesar da perda de peso, pois o IMC está normal. II. nutrido, pois a albumina sérica está normal. III. desnutrido pelo parâmetro de IMC para idoso. IV. desnutrido, pois tem perda de peso > 10%. É CORRETO o que está contido em: a) I, apenas b) II, apenas c) III, apenas d) IV, apenas e) I e II, apenas IAMSPE – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 53. Sobre a prescrição de dieta enteral para os pa- cientes gravemente enfermos, assinale a alter- nativa CORRETA. a) suplementação enteral deve ser realizada na- queles que não têm a ingestão calórica ade- quada b) os dados antropométricos e as dosagens sé- ricas de albumina e pré-albumina são melho- res para avaliar o estado nutricional do que a história de perda de peso e a ingesta calórica prévias c) deve ocorrer no máximo até 7 dias nos pacien- tes eutróficos e desnutridos leves d) o uso de noradrenalina ou dopamina deve retar- dar o início do suporte nutricional enteral e) só deve ser realizada após a ausculta dos ruí- dos hidroaéreos peristálticos ou a eliminação de flatos ou fezes Santa Casa-BH – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 54. A Nutrição Parenteral – NP –, é indicada nos casos clínicos a seguir, EXCETO: a) em pacientes com sangramento gastrointesti- nal com necessidade de repouso prolongado do trânsito digestivo b) em pacientes submetidos a cirurgias extensas com previsão de íleo prolongado por mais de 5 a 7 dias c) em pacientes com diarreia grave por má ab- sorção d) em pacientes com instabilidade hemodinâmica 131 Pré-operatório SJT Residência Médica Santa Casa-BH – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 55. São testes laboratoriais aconselháveis para a identificação de alterações metabólicas, em pacientes estáveis em uso de Nutrição Paren- teral – NP, EXCETO: a) eletrólitos: Na+, K+, Cl-, CO2, Mg ++, Ca++, Cr, com controle de uma a duas vezes por semana b) hemograma com plaquetas e leucometria, uma vez por semana c) triglicérides plasmáticos, uma vez por semana d) triglicérides plasmáticos e proteína visceral trans- ferrina ou pré-albumina uma vez por semana Santa Casa-BH – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 56. Referente à antibioticoterapia na prevenção de Infecção do Sítio Cirúrgico – ISC –, assinale a alternativa INCORRETA. a) a ISC é responsável por um terço das infec- ções relacionadas à assistência à saúde b) o uso profilático de antibióticos é um compo- nente importante no programa de prevenção da ISC c) a primeira dose de antimicrobiano, em antibio- ticoprofilaxia, deve ser feita 2 horas antes do início da cirurgia d) a antibioticoprofilaxia em cirurgia é definida como a utilização de antimicrobianos em pa- cientes sem evidência da ISC Santa Casa-BH – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 57. Em relação à antibioticoprofilaxia e antibioti- coterapia, assinale a alternativa INCORRETA. a) cirurgias limpas não requerem antibioticoprofila- xia, exceto quando se utilizam próteses b) cirurgias potencialmente contaminadas devem ser abordadas por antibioticoprofilaxia c) cirurgias infectadas são cirurgias realizadas em tecidos com quadro infeccioso previamen- te instalado d) cirurgias infectadas têm como indicação a anti- bioticoprofilaxia, independente do sítio cirúrgico Santa Casa-BH – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 58. Quanto à prevenção do tromboembolismo (TEV e TEP) na cirurgia abdominal, assinale a alternativa INCORRETA. a) pacientes submetidos à cirurgia abdominal, com riscos moderado e alto de TEV, devem re- ceber profilaxia medicamentosa com heparina (HNF ou HBPM) b) pacientes com alto risco de TVP beneficiam-se da profilaxia de longa duração (duas a três se- manas após alta hospitalar) com heparina c) pacientes com idades inferiores há 40 anos não necessitam receber profilaxia específica para TEV d) pacientes submetidos a cirurgias videolapa- roscópicas com a utilização do pneumoperitô- nio, mesmo diminuindo o retorno venoso, não aumenta o risco de TEV Santa Casa-BH – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 59. PC, 72 anos, masculino, portador de diabetes e hipertensão arterial, com controle regular das patologias de base, sem complicações, independente para as atividades de vida diária e praticante de atividades físicas regulares. Comparece ao setor de emergência com quei- xa de dor abdominal em hipocôndrio direito, com 24 horas de evolução, em cólica e de forte intensidade, associada à febre, náusea e vô- mitos. Apresenta melhora parcial da dor após analgesia com escopolamina e dipirona. Ao exame físico encontrado presença de sinal de Murphy. Exames laboratoriais evidenciam leu- cocitose com desvio para esquerda, PCR ele- vada, discreta elevação de TGO, TGP, fosfata- se alcalina e G-GT. Realizado US de abdômen que evidenciou espessamento de parede de vesícula biliar, vesícula biliar distendida e de tamanho aumentado. Foi realizado tratamento cirúrgico imediato considerando-se tratar-se de paciente idoso e diabético. Utilizando a classificação do risco anestesio- lógico proposta pela Sociedade Americana de Anestesiologia, assinale a alternativa que apresenta a classificação de risco cirúrgico desse paciente. a) ASA 1 b) ASA 2 c) ASA 3 d) ASA 4 Santa Casa-BH – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 60. No preparo pré-operatório do paciente com ic- terícia obstrutiva NÃO está indicado. a) administração da vitamina K+ b) antibioticoterapia c) hidratação com solução glicosada d) hiparinização profilática para tromboembolismo AMRIGS – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 61. Paciente portador de isquemia miocárdica, em tratamento com antiagregante plaquetário, será submetido à colecistectomia videolaparoscó- pica. Quanto tempo antes do precedimento de- vemos suspender o uso da medicação? a) 24 horas b) 48 horas c) 7 dias d) 9 dias e) 10 dias 14 Cirurgia geral | Questões para treinamento SJT Residência Médica AMRIGS – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 62. Alguns eventos aumentam o risco cirúrgico, um dos mais importantes e o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). Quanto tempo geralmente deve-se aguardar, após o IAM, para realizar uma cirurgia eletiva? a) duas a quatro semanas b) quatro a seis semanas c) seis a oito semanas d) oito a dez semanas e) dez a doze semanas AMRIGS – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 63. Em 2007, o estudo POISE mostrou os riscos e benefícios do uso do betabloqueador no pe- ríodo perioperatório. Qual o risco destacado por esse estudo? a) aumento do risco de IAM b) aumento do risco de morte cardiovascular c) aumento da mortalidade total d) aumento de paradas cardíacas e) aumento de infarto pulmonar AMRIGS – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 64. O teste de subir dois lances de escada e um método prático e barato de avaliar o risco car- diopulmonar para cirurgias não cardíacas de grande porte. A incapacidade de realizar esse teste significa: a) preditor independente de mortalidade peri operatória b) preditor independente de mortalidade pós- -operatória c) preditor independente de morbidade pós- -operatória d) preditor independente de mortalidade e morbi- dade perioperatória e) preditor independente de morbidade peri operatória AMRIGS – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 65. Qual a função da avaliação pré-operatória no paciente idoso? a) identificar e quantificar as magnitudes das co- morbidades e otimizar a condição pré-operatória b) identificar a condição cardiovascular, corrigin- do todas as alterações c) identificar e quantificar a condição cardiovas- cular e respiratória para corrigir as alterações encontradas d) quantificar os níveis de hemoglobina e creati- nina, corrigindo esses níveis para os valores normais e) identificar e quantificar as comorbidades para prevenção de complicações pós-operatórias SURCE – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 66. Sra. Joana, de 58 anos, portadora de insufi- ciência renal crônica oligúrica, realiza diálise três vezes por semana, deverá ser submetida a uma gastrectomia subtotal por adenocar- cinoma de antro. No pré-operatório, qual das opções abaixo relacionadas representa o exa- me que NÃO tem importância na avaliação e preparo dessa paciente? a) sumário de urina b) eletrólitos séricos c) eletrocardiograma d) hemograma completo SURCE – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 67. Mulher de 75 anos, portadora de HAS (com- pensada por uso de três medicações), DM e história de AVC há 3 anos com sequela de he- miplegia à esquerda, deverá ser submetida a colecistectomia por videolaparoscopia eleti- va. Segundo a Sociedade Americana de Anes- tesiologia (ASA), qual a sua classificação? a) II b) III c) IV d) V SURCE – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 68. Sra. Joana, 41 anos, com passado de Trombo- se Venosa Profunda de membro inferior direi- to, irá se submeter a histerectomia. Foi pro- gramado uso de dispositivos de compressão pneumática no intraoperatório. Na abordagem pré-operatória, qual outro cuidado está mais indicado para essa paciente? a) heparina regular em infusão contínua via intra- venosa b) heparina de baixo peso molecular via subcutânea c) implante de filtro de veia cava inferior d) uso de warfarina via oral SURCE – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 69. O uso de β-bloqueadores no período pós-ope- ratório tem-se provado valioso na redução do impacto negativo de comorbidades cardíacas em pacientes com fatores de risco de compli- cações cardíacas. Qual das opções abaixo, por si só, representa uma indicação do uso de β-bloqueador perioperatório? a) cardiopatia isquêmica b) idade > 65 anos c) hipertensão d) tabagismo FMABC – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 70. Paciente masculino com 54 anos de idade, sob tratamento com warfarina, chega ao Pron- to-Socorro vítima de ferimento por arma de fogo no flanco esquerdo. O paciente está páli- do e hipotenso e você suspeita de uma lesão 151 Pré-operatório SJT Residência Médica esplênica com indicação cirúrgica. Seu INR está em 3,0. De que maneira você poderá con- verter o estado de hipocoagulabilidade deste paciente com vistas à cirurgia de emergência? a) transfusão de plasma fresco congelado b) vitamina K+ via oral c) vitamina K+ intravenosa d) transfusão de unidades de glóbulos vermelhos UNAERP – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 71. Um paciente em tratamento crônico com var- farina apresenta apendicite aguda. A razão normatizada internacional é de 1,4. Qual das seguintes é a conduta mais adequada? a) parar a varfarina, administrar o plasma fresco congelado e prosseguir com a cirurgia b) proceder, imediatamente, à cirurgia sem parar com a varfarina c) parar a varfarina e prosseguir à cirurgia em 8 a 12 horas d) parar a varfarina e prosseguir à cirurgia em 24 a 36 horas e) proceder à cirurgia parando com uso da varfarina UNIFESP – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 72. Qual a diretriz atual sobre ingestão de água, chá, café ou refrigerantes e sucos sem resí- duos sólidos no período pré-operatório de pa- cientes hígidos que serão submetidos a cirur- gias eletivas? a) liberado até duas horas antes do início da anestesia b) liberado até quatro horas antes do início da anestesia c) liberado até seis horas antes do início da anestesia d) liberado até oito horas antes do início da anestesia e) liberado até às 22:00 horas da noite que ante- cede a cirurgia IAMSPE – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 73. Em relação ao jejum pré-operatório, assinale a alternativa CORRETA a) o jejum prolongado diminui a resistência insu- línica periférica b) o teste para avaliar a resistência à insulina é o Índice de Homa c) o jejum para sólidos deve ser de, no mínimo, 3h d) apesar dos benefícios comprovados da abre- viação do jejum, a Sociedade Americana de Anestesiologia não recomenda esta prática e) o jejum para líquidos é de 6h para cirurgia eletiva UFG – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 74. Na profilaxia antimicrobiana em cirurgia, quando a droga de escolha é a Vancomicina, o período correto de início da infusão, antes da incisão na pele, em minutos, é de: a) 20 a 30 b) 30 a 60 c) 60 a 120 d) 90 a 120 UFF – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 75. A alternativa em que estão arroladas as cefa- losporinas de segunda geração ativas contra bacteroides é: a) cefoxitina e cefmetazol b) cefazolina e cefapirina c) cefalotina e ceftriaxona d) aztreonam e meropenen e) cefalexina e cafadroxil Santa Casa-BH – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 76. No preparo pré-operatório do paciente com ic- terícia obstrutiva NÃO está indicado. a) administração da vitamina K b) antibioticoterapia c) hidratação com solução glicosada d) heparinização profilática para tromboembolismo HAE – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 77. O uso de antibiótico profilático traz maiores benefícios para a seguinte operação: a) ressecção de lipoma da parede anterior do ab- dome b) tireoidectomia total c) retossigmoidectomia d) herniorrafia umbilical e) colecistectomia eletiva HAC – R3 Clínica Cirúrgica – 2015 78. A aspirina exerce sua ação por meio de: a) agonismo total b) agonismo parcial c) antagonismo competitivo d) antagonismo não competitivo e) nenhuma UFPR – R3 Clínica Cirúrgica – 2014 79. Nas primeiras horas do jejum não complicado, a glicemia é mantida por: a) glicogenólise hepática e periférica b) gliconeogênese a partir dos aminoácidos c) lipólise e gliconeogênese a partir do glicerol d) degradação dos corpos cetônicos e) gliconeogênese a partir da glutamina UFPR – R3 Clínica Cirúrgica – 2014 80. Desnutrição pré-operatória associa-se a maior número de complicações pós-operatórias. As- sim, é importante reconhecer fatores de risco para desnutrição no período pré-operatório. 16 Cirurgia geral | Questões para treinamento SJT Residência Médica Qual dos seguintes pacientes apresenta maior risco de estar desnutrido? a) paciente com 70 anos com diverticulite aguda há 2 dias b) paciente com 32 anos que sofreu politrauma há 24 horas c) paciente com 65 anos com úlcera hemorrágica d) paciente com 63 anos com plano de gastrecto- mia por câncer gástrico, internado há 15 dias, com pneumonia aspirativa e) paciente com 55 anos com diagnóstico de câncer de mama há 10 dias UFG – R3 Clínica Cirúrgica – 2014 81. Qual é a melhor opção de profilaxia medica- mentosa para um paciente cirúrgico, do sexo masculino, com 90 kg, considerado de alto ris- co para desenvolvimento de trombose venosa profunda? a) dalteparina 15.000 UI, via subcutânea, uma vez/dia b) enoxaparina 40 mg, via subcutânea, uma vez/dia c) heparina 5.000 UI, via subcutânea, uma vez/dia d) nadroparina 2.850 UI, via subcutânea, uma vez/dia UFG – R3 Clínica Cirúrgica – 2014 82. Paciente do sexo masculino teve diagnóstico de pólipo séssil de 1,5 centímetros de diâme- tro em sigmoide. Foi submetido a cirurgia car- díaca há cinco meses, com colocação de bio- prótese valvar. Faz uso contínuo de warfarin, com INR de 3,2. As recomendações para a rea- lização de polipectomia endoscópica incluem: a) interromper o uso de warfarin por um período mínimo de três dias e, se INR estiver abaixo de 2, realizar a polipectomia endoscópica com antibioticoprofilaxia administrada meia hora antes do procedimento b) reduzir a dose do warfarin pela metade e as- sociar a aspirina na dose de 80 mg por cinco dias e, se INR estiver abaixo de 2,5, realizar a polipectomia e iniciar antibiótico oral seis ho- ras antes do procedimento e mantê-lo até o 5º dia após o procedimento c) prescrever, por três dias, ácido vanoleico e, 30 minutos antes do procedimento, associação venosa de ampicilina e gentaminina; se INR estiver abaixo de 3, realizar a polipectomia com bisturi de argônio, seguida da administra- ção de 1 grama de amoxacilina d) manter o warfarin em dose plena, desde que INR se mantenha em 3,2, e devido à baixa in- cidência de complicações sépticas, associar antibiótico no pós-operatório caso o paciente apresente sinais de bacteremia, como cala- frios, febre e taquicardia UFPI – R3 Clínica Cirúrgica – 2014 83. Na avaliação pré-operatória de homem de 55 anos com hérnia umbilical, encontrou-se bai- xos níveis de transaminase e uma relação as- partato/alanina transaminase (AST/ALT) maior que 2. Isto sugere: a) hepatite alcoólica b) hepatite A c) hepatite B d) hepatite C e) cirrose UFPI – R3 Clínica Cirúrgica – 2014 84. Sobre o uso de antibioticoprofilaxia em cirur- gia, pode-se afirmar: a) nunca deve ser realizado em cirurgias limpas, a fim de se evitar resistência bacteriana b) deve ser administrado sempre em dose única e antes da incisão da pele c) a melhor indicação é para as cirurgias classe II (potencialmente contaminada) d) nas cirurgias classe III, a cefazolina é o anti- biótico de eleição e) nas cirurgias por vídeo, não há justificativa para seu uso UFRN – R3 Clínica Cirúrgica – 2014 85. Para reverter a anticoagulação causada pelo uso da heparina, utilizam-se: a) infusão de antitrombina III e plasma fresco b) vitamina K e plasma fresco c) plasma fresco e sulfato de protamina d) ácido épsilon aminocaproico e sulfato de pro- tamina UNESP – R3 Clínica Cirúrgica – 2014 86. Assinale a alternativa correta sobre os antico- agulantes. a) as heparinas de baixo peso molecular atuam so- bre o fator XIIa e têm risco de sangramento mais elevados do que as heparinas não fracionadas b) as heparinas de baixo peso molecular atuam so- bre a antitrombina III e têm risco de sangramento menor do que as heparinas não fracionadas c) as heparinas de baixo peso molecular atuam sobre o fator VII e têm risco de sangramento igual ao das heparinas não fracionadas d) as heparinas de baixo peso molecular atuam so- bre o fator V e têm risco de sangramento mais elevado do que as heparinas não fracionadas e) as heparinas de baixo peso molecular atuam sobre o fator Xa e têm risco de sangramento similar ao das heparinas não fracionadas 171 Pré-operatório SJT Residência Médica AMP – R3 Clínica Cirúrgica – 2014 87. Paciente masculino, 40 anos, realizando ava- liação pré-operatória para herniorrafia ingui- nal esquerda, vem a consulta pré-anestésica com história de diabetes insulino dependente há 3 anos. Sem outras comorbidades e quei- xas. É medida perioperatória a ser adotada a este paciente: a) suspensão da insulina de longa duração e substituição por doses menores de insulina de ação intermediária b) infusão de solução glicosada com insulina de longa duração a partir do início do procedi- mento cirúrgico c) insulina de ação intermediária em infusão con- tínua e solução fisiológica 0,9% d) infusão de insulina de ação intermediária na manhã da cirurgia e) infusão de solução de glicose hipertônica e hi- dratação adequada SURCE – R3 Clínica Cirúrgica – 2014 88. Paciente, 37 anos, com quadro de hipertensão grave, refratária, em uso de três medicações com controle parcial, investiga nódulo suprar- renal. Exames laboratoriais: hemoglobina: normal; sódio: normal; potássio: normal; ca- tecolaminas séricas: elevadas; catecolaminas urinárias: elevadas. Foi indicada cirurgia para remoção do nódulo. Qual dos seguintes anti- -hipertensivos deve ser iniciado duas sema- nas antes da cirurgia para efetivamente dimi- nuir a mortalidade perioperatória? a) alfabloqueador b) betabloqueador c) epironolactona d) furosemida UERJ – R3 Clínica Cirúrgica – 2014 89. Uma das causas de plaquetopenia secundá- ria à diminuição da produção plaquetária pela medula óssea, que pode estar associada a maior incidência de complicações hemorrági- cas em pacientes cirúrgicos é: a) intoxicação alcoólica aguda b) trombocitopenia idiopática c) hipertensão portal d) linfoma PUC-PR – R3 Clínica Cirúrgica – 2014 90. Em relação à terapia nutricional enteral (TNE), terapia nutricional parenteral (TNP) e compli- cações relacionadas à nutroterapia, assinale a alternativa CORRETA. a) pacientes que serão submetidos a cirurgias de grande porte de cabeça e pescoço (laringecto- mia e faringectomia); cirurgia de grande porte para tratamento de câncer e pacientes politrau- matizados não se beneficiam com o uso de imunonutrientes no pré-operatório b) a TNE deve ser utilizada sempre que o pacien- te não pode, não deve ou não quer deglutir e quando o uso do trato gastrointestinal tem a função preservada. Porém ela só pode ser in- dicada e iniciada se o paciente estiver estável hemodinamicamente c) a via de administração da TNP é exclusiva- mente feita por acesso venoso central. O acesso periférico é contra indicação absoluta para TNP pelo alto risco de flebite e desenca- deamento de processo infeccioso d) a monitorização laboratorial do paciente em TNP deve ser feita somente após o sétimo dia de uso de TNP, pois somente a partir deste período que os distúrbios hidroeletrolíticos são significativos e) um dos sintomas e sinais clínicos das carências de micronutrientes secundários à desnutrição em pacientes submetidos a jejum prolongado é a hipovitaminose D que tem como manifestação clínica principal a xeroftalmia PUC-PR – R3 Clínica Cirúrgica – 2014 91. Sobre terapia nutricional no paciente cirúrgi- co, são, feitas as seguintes assertivas: I. A calorimetria indireta permite o cálculo pre- ciso da necessidade calórica. II. As fórmulas enterais poliméricas são cons- tituídas por aminoácidos ou oligopeptídeos, monossacarídeos e triglicerídeos. III. Aminoácidos, carboidratos e lipídios são nutrientes que habitualmente compõem as soluções de nutrição parenteral. Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s): a) I, apenas b) II, apenas c) I e III, apenas d) II e III, apenas e) I, II e III HNSG – R3 Clínica Cirúrgica – 2014 92. Em relação à avaliação pré-operatória é IN- CORRETO afirmar que: a) pacientes saudáveis, com menos de 40 anos, submetidos a procedimentos eletivos geral- mente não necessitam nenhum exame pré- -operatório b) paciente com doença sistêmica grave, com li- mitação da função, porém não incapacitante são classificados como ASA IV 18 Cirurgia geral | Questões para treinamento SJT Residência Médica c) a suspensão do tabagismo, por pelo menos 4 a 8 semanas, diminui o risco de complicações pulmonares d) as complicações cardíacas são a principal causa de óbito após anestesia e procedimento cirúrgico em geral e) paciente com cardiopatia hipertrófica vai reali- zar colecistectomia laparoscópica têm indica- ção de profilaxia para endocardite bacteriana com amoxacilina 2 g via oral uma hora antes do procedimento Unificado-MG – R3 Clínica Cirúrgica – 2014 93. Em relação às condutas no perioperatório de tireoidectomia em paciente com diagnóstico de hipertireoidismo, assinale a afirmativa ERRADA: a) manter o uso de soluções iodadas por via oral no pré-operatório pode reduzir o fluxo sanguí- neo, a friabilidade e o sangramento da tireoide no pré-operatório b) está contraindicado o uso de iodo por via oral no pré-operatório de tireoidectomia em pa- ciente com bócio nodular tóxico c) na presença de tireotoxicose, é necessário ad- ministrar drogas antitireoidianas, betabloquea- dores e glicocorticoides antes da tireoidecto- mia d) soluções iodadas e tionamida devem ser man- tidas por, pelo menos, cinco dias após a tireoi- dectomia Unificado-MG – R3 Clínica Cirúrgica – 2014 94. Pacientes com distúrbios de coagulação são, frequentemente, um desafio para o cirurgião. A avaliação e o controle pré, per e pós-opera- tórios desses pacientes incluem, além da his- tória e de exame clínicos, uma série de testes complementares. Sobre a coagulação é COR- RETO afirmar: a) o tempo de protrombina mede a função do fa- tor VII e da via intrínseca da coagulação b) o tempo da trombopalstina parcial ativado de- tecta níveis baixos dos fatores das vias extrín- secas e comum c) a warfarina bloqueia a síntese dos fatores de- pendentes da vitamina K (fatores VIII, IX, XI da coagulação) d) a tromboelastografia pode avaliar a hipercoa- gulabilidade, a hipocoagulabilidade, a função plaquetária e a fibrinólise Unificado-MG – R3 Clínica Cirúrgica – 2014 95. Paciente H. D. P. de 55 anos, sexo masculino, publicitário, estava em uso de warfarina em doses adequadas, com RNI mantido em tor- no de 2,0 quando apresentou dor abdominal aguda. Ao exame foi encontrado abdome em tábua e a radiografia simples de abdome e tó- rax confirmou pneumoperitônio. Em relação a este caso assinale a afirmativa correta: a) a administração de plasma fresco congelado possibilita a operação de urgência b) a droga deve ser suspensa e o paciente ser operado tão logo o RNI chegue a valores abai- xo de 1,5 c) a relação custo-benefício justifica uma cirurgia de urgência sem necessidade de condutas adicionais d) deve-se administrar vit K e aguardar a diminui- ção do RNI para 1,5 antes de operar Unificado-MG – R3 Clínica Cirúrgica – 2014 96. K. P. S., 70 anos, sexo masculino, empresário, fa- zia controle de hipertensão arterial e usava AAS há vários anos, quando foi diagnosticada neo- plasia gástrica. No preparo para a cirurgia, foi de- tectada piora da doença coronariana prévia. Em relação às possíveis condutas para este paciente listadas abaixo, assinale a afirmativa ERRADA: a) em caso de coloração de stent a cirurgia onco- lógica pode ser efetuada após sete dias b) o uso de AAS não é contraindicação para a coloração de stent c) o uso de betabloqueador deve ser incentivado por ocasião da cirurgia oncológica d) se for realizada a revascularização miocárdi- ca, a cirurgia oncológica deve ser protelada por, pelo menos, 30 dias 191 Pré-operatório SJT Residência Médica 1. O antibiótico usado para profilaxia deve ter espec- tro direcionado aos patógenos mais comuns do sítio cirúrgico e é fundamental que sua concentração sé- rica esteja adequada no momento da incisão. Desta forma, recomenda-se administração durante indução anestésica, idealmente 30 minutos antes da agressão tissular, observando a repetição da dose conforme duração do procedimento e meia-vida do fármaco. Resposta d. 2. A pré-albumina ou transtirretina é o parâmetro mais sensível para avaliar mudanças recentes do estado nu- tricional, devido sua curta meia-vida de 3-5 dias. Já a albumina tem meia-vida e 14-21 dias, adequada para uma avaliação a longo prazo. Globulinas são obtidas da subtração de proteínas totais menos albumina, sendo fraco indicador do metabolismo proteico devido varia- bilidade em caso de processos infecciosos. A proteína ligadora do estradiol não apresenta correlação fidedig- na com status nutricional, além de ser influenciada por hormônios. A transferrina tem meia-vida de 7 dias e pode se elevar na vigência de processo infeccioso ou inflamatório. Resposta a. 3. A terapia nutricional pré-operatória por 7-14 dias está associada a redução de infecções pós-operatórias e tempo de internação, sendo a perda de peso prévia di- retamente relacionada ao pior prognóstico do paciente. Está indicada no paciente com risco nutricional grave candidato a operações eletivas de médio e grande por- te: Perda de peso > 10% em menos de 6 meses; IMC < 18,5 kg/m²; Avaliação global subjetiva: C ou albumina < 3 mg/dL. No pós-operatório, é indicada na vigência de complicações operatórias ou do trauma, que impeçam a alimentação digestiva, com tempo de jejum superior a cinco dias ou ingesta inferior a 50% das necessida- des energéticas. Pacientes com elevado gasto calórico, como queimados, neoplasias, sepse; também deve re- ceber suporte. Resposta d. 4. O feocromocitoma induz descarga adrenérgica quando manipulado cirurgicamente, sendo necessá- rio no pré-operatório o bloqueio “alfabético” (lembre- -se deste macete para lembrar que o bloqueio alfa é realizado primeiro). A droga ideal é a fenoxibenza- mina, alfabloqueador não seletivo que estabiliza a labilidade hemodinâmica, mas rotineiramente utiliza- -se o prasozin para normalizar frequência cardíaca e pressão arterial, devendo ser mantida por pelo menos 2 semanas. Os efeitos colaterais mais comuns são hi- potensão e congestão nasal. Os betabloqueadores podem ser administrados após obtenção do alfa-blo- queio adequado, naqueles pacientes com taquicardia ou arritmia persistente. Os hipoglicemiantes orais têm indicação de suspensão na véspera da cirurgia devido risco de acidose láctica, sendo as sulfonilureias 48h antes e biguanidas (metformina) 24-48h antes. Com isso, o controle deve ser realizado com dextro 4/4h e correção com insulina regular, instalando SG5% 100ml/h a partir do início do jejum. Anti-hipertensivos devem ser continuados até a ma- nhã da cirurgia, com cuidado especial com betablo- queadores e clonidina, uma vez que há possibilidade da síndrome da retirada. Além disso, há aumento na mortalidade diante da descontinuação perioperatória de betabloqueadores. Pacientes em uso crônico da rivaroxabana devem ter a medicação suspensa 24h antes da cirurgia. Em caso de insuficiência renal moderada ou em alto risco de sangramento (como neurocirurgia, cardíaca), orienta- -se suspensão 48h antes. Se for realizada retirada de cateter peridural, retornar esta medicação 6h após o evento. Pacientes diabéticos devem manter idealmen- te a glicemia entre pré-prandial < 120 e pós-prandial < 180 mg/dL, sendo níveis inferiores arriscados para hipoglicemia, enquanto níveis superiores leva à perda renal de glicose e diurese osmótica, estando os níveis glicêmicos diretamente relacionados à morbimortalida- de. Resposta d. 2 GABARITO COMENTADO Pré-operatório 5. Recomenda-se níveis glicêmicos no per e pós-opera- tório entre 120 e 180mg/dL. Níveis acima deste, levam à perda renal de glicose e diurese osmótica, estando os níveis glicêmicos diretamente relacionados à morbimor- talidade. Anti-hipertensivos não devem ser suspensos no perioperatório, diferente dos hipoglicemiantes orais, que têm indicação de suspensão na véspera da cirurgia de- vido risco de acidose láctica, sendo as sulfonilureias 48h antes e biguanidas (metformina) 24 a 48h antes. Com isso, o controle deve ser realizado com dextro 4/4h (ob- serve que este período depende da referência utilizada) e correção com insulina regular, instalando SG5% 100ml/h a partir do início do jejum. Em diabéticos dependentes de insulina NPH, esta deve ter sua dose reduzida a 1/3 ou ½ da dose na manhã da cirurgia. Paciente com comor- bidades em uso adequado da terapêutica é classificado como ASA II: doença sistêmica leve ou moderada, sem limitação funcional. Lembre-se que gestação, uso social de álcool e obesidade com IMC>30 também fazem parte desta classificação. Os exames pré-operatórios também são variáveis conforme a referência. Pacientes hiperten- sos usualmente requerem hemograma, ECG para avaliar alterações estruturais e Rx de tórax em investigação de cardiomegalia. Para diabéticos, recomenda-se além des- tes exames, glicemia de jejum e função renal, especial- mente se uso de metformina. Resposta b. 6. Pacientes idosos, imunodeprimidos e desnutridos têm recomendação de antibioticoprofilaxia mesmo em procedimentos limpos, devido incompetência imuno- lógica. Além disso, em procedimentos urológicos está indicada em diabetes mellitus, tabagismo, obesidade, coexistência de infecção à distância, colocação mate- rial protésico, ITU prévia, cálculos de estruvia, presen- ça de cateter de nefrostomia prévio ou antecedentes de pielonefrite de repetição e tumores vesicais exten- sos ou com tecido necrosado. Resposta c. 7. A terapia de nutricional enteral (TNE) precoce melhora a resposta imunológica local e sistêmica, evita translo- cação bacteriana, melhora o trofismo e integridade da barreira intestinal, minimiza a resposta metabólica ao trauma e diminui ocorrência de sepse, sendo ideal em pacientes oncológicos, observando uso de sonda em posição enteral para reduzir riscos de broncoaspiração e vômitos. Os preparados para suporte englobam uma grande variedade de dietas enterais (artesanais, polimé- ricas, elementar, semielementar...) e parenterais (total ou parcial periférica), sendo a via mais fisiológica sem- pre almejada. Em pacientes com TGI íntegro, estável, sem obstrução funcional ou física, está recomendada dieta enteral, devido seu menor custo, menor taxas de complicações e praticidade. Dietas imunomoduladoras são compostas geralmente por glutamina, arginina, nu- cleotídeos, ácidos graxos ômega-3 e antioxidantes que melhoram a resposta imunológica ao trauma em esta- dos catabólicos. A glutamina se mostrou precursora de diversas proteínas e fonte de energia para mucosa in- testinal, fibroblastos e linfócitos. Terapia nutricional pré- -operatória está indicada, por um período de 7-14 dias, no paciente com risco nutricional grave candidato a operações eletivas de médio e grande porte. Entende- -se risco nutricional grave quando existe, pelo menos: perda de peso > 10% em 6 meses; avaliação subjetiva global <C; IMC < 18,5 kg/m²; albumina < 3 mg/dL (sem evidência de disfunção hepática e renal). Resposta a. 8. O polipropileno (nome comercial Prolene) é o fio de uso rotineiro que mais se aproxima das condições do fio ideal: sintético, que implica em uma menor reação tecidual; monofilamentar, o que causa menor acúmulo de antígenos e menor reação tecidual quando compa- rado à trama dos multifilamentares; inabsorvível com força tênsil imutável ao longo dos anos; baixa capila- ridade que impede acúmulo de líquidos e torna fácil esterilização;, além de ser dotado de memória, carac- terística que facilita manutenção dos nós. Resposta c. 9. A quantidade de calorias e proteínas ofertada deve ser adequada para a situação clínica do paciente. Por exem- plo, pacientes em sepse, devem receber 30-35 kcal/kg, sendo 1.5-2 g/kg de proteína. De forma geral, uma oferta maior que a proporção citada na letra A leva à gliconeo- gênese, o que torna a proteína fonte de glicose para o or- ganismo. Pacientes hepatopatas se beneficiam da suple- mentação de aminoácidos de cadeia ramificada (valina, leucina, isoleucina), uma vez que estes desempenham papel na desintoxicação da amônia no organismo, do- ando nitrogênio para a formação de glutamato, que, por sua vez, reage com a amônia. A nutrição enteral estimula o trofismo intestinal, impedindo a translocação bacteria- na, uma vez que a microbiota intestinal é um importante estimulador do sistema imune. Já a parenteral está as- sociada a mudanças morfológicas, translocação bacte- riana e perda de barreira, por não estimular enterócitos. Recomenda-se uma dieta hiperproteica para os pacien- tes pneumopatas, a fim de se restaurar a força pulmonar e muscular e promover melhoria na função imunológica, devendo o valor de proteínas situar-se na faixa de 1-1,5 g/ kg de peso/dia. Resposta a. 10. Em pacientes com risco nutricional nas condições citadas na alternativa “A”, o suporte nutricional é indicado 7-14 dias antes da cirurgia, e não apenas no pós ope- ratório. A indicação de avaliação nutricional é indicada a pacientes em risco nutricional, independente da cirurgia proposta. Da mesma forma, pacientes bem nutridos e com previsão de retorno rápido à alimentação via oral, não necessitam de terapia nutricional especializada. A Avaliação Subjetiva Global (ASG) é uma ferramenta uti- lizada em situações clínicas com o intuito de identificar grupos de paciente com algum risco nutricional, assim diferencia-se dos demais métodos de avaliação nutricio- nal utilizados na prática clínica por englobar não ape- nas alterações da composição corporal, mas também alterações funcionais do paciente. Aplica-se o método ASG para diagnosticar e classificar a desnutrição crô- nica ou já instalada, como percentual de perda de peso nos últimos seis meses, modificação na consistência dos alimentos ingeridos, sintomatologia gastrointestinal 22 Cirurgia geral | Gabarito comentado SJT Residência Médica persistente por mais de duas semanas e presença de perda de gordura subcutânea e de edema. Além disso, é o único método que valoriza alterações funcionais que possam estar presentes. Resposta c. 11. A sonda nasogástrica (Levine) é usualmente emprega- da para descompressão do conteúdo gástrico, não sendo ideal para alimentação devido risco de refluxo e broncoas- piração, principalmente se mal posicionada em pacientes sem reflexo de tosse (sedados, ventilação mecânica...). Já a sonda enteral (Dobhoff), deve ser posicionada pós pilóri- ca e confirmada por radiografia que evidencia a ponta ra- diopaca abaixo do nível das costelas e à direita da coluna vertebral. Ambas são adequadas vias alimentares e usual- mente as dietas não apresentam diferenças significativas nos valores ou tempo de início. Pacientes críticos podem ter dieta realizada por SNG também, não sendo apenas a via enteral necessária. A ausência de ruídos não contrain- dica início da dieta, devendo ser interrompida em caso de vômitos, distensão e piora do estado geral. O íleo adinâ- mico é causado por aumento da atividade simpática dos nervos esplâncnicos, resultante da manipulação de alças intestinais. Assim, o peristaltismo é estimado a retornar pri- meiro no intestino delgado (6-24h), depois estômago (24- 48h) seguido pelo cólon (48-72h), sendo a evacuação o sinal mais fidedigno da resolução do íleo. Resposta b. 12. Em humanos, a vitamina B12 é responsável por duas reações conhecidas: a conversão de ácido metil- malônico em succinil-coenzima A e a conversão de ho- mocisteína em metionina. A deficiência de vitamina B12 poderia, portanto, levar a aumento de ácido metilmalôni- co e de metionina. Sua deficiência pós-operatória ocorre devido insuficiente ingestão de proteína e de cobalami- na, má digestão da cobalamina com proteína ligada, secreção insuficiente do fator intrínseco, má absorção do complexo fator intrínseco/cobalamina. A reposição é feita por via oral, com doses diárias de 200 mcg por 120 dias ou intramuscular, com injeções de 1000 mcg 3x/ semana, por duas semanas, seguidas de uma injeção mensal por mais três meses. A reposição profilática de vitamina K não é recomendada de forma rotineira, ha- vendo indicação em INR baixo e em pacientes com uso prolongado de parenteral sem ingesta via oral, na qual deve-se administrar 10 mg semanalmente. As vitaminas citadas na alternativa “C” podem causar manifestações neurológicas, com especial atenção para vitamina B1, que pode causar beri beri seco (manifestações neu- rológicas) ou molhado (cardiológicas). Casos severos podem evoluir para Síndrome de Wernicke-Korsakoff, caracterizada por perda de memória e confusão mental. O padrão de aminoácidos plasmáticos é distorcido, com níveis elevados de prolina e hidroxiprolina. A reposição é feita com 100 mg de tiamina por dia, sem necessidade dos exames citados na alternativa “D”. Resposta c. 13. A terapia nutricional deve ser instituída nas primeiras 24-48 horas, especialmente em pacientes com diagnós- tico de desnutrição e (ou) catabolismo intenso decorren- te do quadro patológico, e quando não houver previsão de ingestão adequada em 3-5 dias. Com relação ao aporte calórico e proteico, o paciente deva receber cerca 25-27 kcal/kg e 1,5g de proteína/kg. Esta recomendação se altera para 20-25 kcal/kg e 1,5-2 g de proteina/kg para paciente em fase aguda e aumenta para 25-30 kcal/kg e 1,5-2,5 g/kg em fases de anabolismo e também para pacientes com desnutrição grave. A calorimetria indireta é um método preciso de determinação do gasto ener- gético e pode evitar oferta nutricional inadequada, mas não há evidência na literatura de que seu uso propor- cione menor morbimortalidade. A maioria das fórmulas superestima as necessidades iniciais, aumentando o risco de hiperalimentação, e podem subestimá-las em alguma fase do tratamento. Resposta d. 14. Observe a Tabela do Sabiston: Anestesia geral Assistência anestésica ou anestesia regional (homens e mulheres) Anestesia local (ho- mens e mulheresIdade Homens Mulheres < 40 anos Nenhuma Hb ou Hct Teste de gravidez? Nenhuma Nenhuma 40-50 anos ECG Hb ou Hct Teste de gravidez? Nenhuma Nenhuma 50-64 anos Hb ou Hct ECG Hb ou Hct ECG Teste de gravidez? Hb ou Hct* Nenhuma 65-74 anos Hb ou Hct ECG Creatinina/ureia Hb ou Hct ECG Creatinina/ureia Hb ou Hct* ECG Hb ou Hct* > 74 anos Hb ou Hct ECG Creatinina/ureia Glicose Radiografia de tórax? Hb ou Hct ECG Creatinina/ureia Glicose Radiografia de tórax? Hb ou Hct* ECG Creatinina/ureia Glicose Hb ou Hct* ECG Creatinina/ureia 232 Pré-operatório SJT Residência Médica Diante da idade da paciente, não seriam necessários mais exames. No entanto, diante das comorbidades, faz-se necessária avaliação da função renal (creatinina é o exame inicial de triagem) e glicemia devido DM2. Lembrando que as referências bibliográficas do concurso devem orientar a solicitação
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