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1 Especialidades Médicas Processo de Cicatrização e preparação do leito da ferida A pele é considerada o maior órgão do corpo humano. É constituído por três camadas principais: Epiderme (camada mais superficial da pele), Derme e Hipoderme (camada mais profunda da pele). Epiderme Camada superficial da pele constituída por tecido epitelial pavimentoso estratificado e queratinizado, está assentada sobre a derme, sendo menos espessa que a derme, não contém vasos sanguíneos e alimentada por difusões a partir dos capilares da camada papilar. As células da pele são: Queratinócitos (produção de queratina e são as que existem em maior quantidade), a Melanócitos (produzem melanina e contribuem para a cor da pele existente na camada basal) e as Células de Langherhans (células imunitárias, de defesa) É constituída de 4 a 5 camadas, sendo essas: Camada Basal, Camada Espinhosa, Camada Granulosa, Camada Translucida e Camada Córnea. Camada Basal - É composta por células cúbicas ou cilindras, é a camada mais profunda da epiderme. Os Queratinócitos não têm queratina e dividem-se por mitose a cada 19 dias. O termo que demora entre a produção de um Queratinócitos na camada basal até a camada mais superficial é de aproximadamente 40 a 50 dias. A epiderme fixa-se a camada basal através dos hemidesmossomas (proteicos que unem a camada basal da epiderme a derme) Camada Espinhosa – Composta por 8 a 10 camadas poligonais, existe menos divisões mitóticas do que na camada basal, produção de fibras de queratina e forma-se os desmossomas. A camada Basal e Camada Espinhosa por vezes são consideradas uma só camada, designando-se por camada germinativa (porque para de fazer mitose). Camada Granulosa – Constituída por 2 a 5 camadas de células em forma de losango aplanadas, apresenta grânulos proteicos no citoplasma, produz glândulas de queratina, os corpos lamelares produzem lípido. As células começam a morrer. Camada translucida – Constituída por células mortas formada em uma zona fina e translucida e apresentam fibras de queratina Camada Córnea – É a camada mais superficial da epiderme, contém 25 camadas de células, onde essas são constituídas por células mortas queratinizadas rodeadas por um 2 involucro proteico duro, não apresentam núcleo. Os desmossomas se desintegram-se, as células soltam-se com o atrito da roupa ou objetos. Essa camada previne a pele da perda de agua graças a presença de lípidos. É imediatamente afetada por estar a nos proteger-nos. Derme Camada constituída por tecido conjuntivo (Fibroblastos, algumas células adiposas e macrófagos) e fibras (colagénio e elásticas). Responsável pela resistência estrutural da pele, também existe escassez de vasos sanguíneos e apresenta terminações nervosas livres, folículos pilosos, músculos lisos, glândulas e vasos linfáticos. Essa camada é dividida em duas camadas: mais a superficial camada papilar e mais profunda camada reticular. Hipoderme Constituída por tecido laxo, com fibras de colagénio e de elastina, podendo ainda ser designada por tecido celular subcutâneo ou fáscia superficial. Tem como principais células (Fibroblasto, Células Adiposas e Macrófagos) e armazena cerca de metade da gordura presente no organismo. Anexos da Pele Fazem parte do anexo da pele: Unhas, Pelos e Glândulas. O pelo e a unha contém mais queratinas. Dentro do pelo existem pigmentos que nos diz a cor do pelo e é a camada basal da epiderme que ajuda o pelo. Faz parte da unha a prega ungueal, sulco ungueal, eponíquio e hiponíquio. Temos 4 tipos de glândulas em nosso sistema e são essas: Glândulas Sudoríparas, Glândulas Sebáceas, Glândulas Ceruminosa e Glândulas mamarias. As Glândulas Sudoríparas dividem-se em: Glândulas Sudoríparas Merócrinas ou écrinas: são glândulas glomulares tubulares simples, divide-se em porção profundas (derme) e canal excretor (termina na superfície da pele), são produtores de suor e ajudam regular a temperatura. As glândulas cerumosas são encontradas nas glândulas Sudoríparas écrinas, produzem cerúmen no canal auditivo. Podemos encontrar nas palmas das mãos e plantas dos pés. Estão ausentes nos lábios, pequenos lábios da volva e extremidade do pénis e clitóris. Glândulas Sudoríparas Apócrinas: são glândulas glomulares tubulares compostas, abrem-se nos folículos pilosos por uma abertura das glândulas sebáceas, tornam-se ativas na puberdade e não ajudam a regular a temperatura. As glândulas Apócrinas também fazem parte da glândula mamaria. Podemos encontra-las nas axilas, nos órgãos sexuais exteriores e a volta do ânus. As Glândulas Sebáceas localizam-se na Derme Estão ligadas a parte superior do folículo piloso, são glândulas alveolares simples, produzem sebo, evitam desidratação, protegem contra algumas bactérias. Não existem nas palmas das mãos e nos pés. 3 O sebo tem como função: impendem que os pelos e a pele sequem, previne a evaporação de agua na pele e impedem desenvolvimento de bactérias. As funções da Pele Sensação - alguns corpúsculos sensoriais recetores, permitem o corpo ter sensações como: Frio, Calor e dor. Esses corpúsculos são: Corpúsculos de Krause, são sensíveis ao frio e são Termorecetores. Corpúsculos de Pacini, são sensíveis a pressão e são mecanoreccetores Corpúsculo de Rufini, são sensíveis ao calor e a pressão e pode ser termorrecetores e mecanoreccetores. Os corpúsculos de Meissner, são corpúsculos táteis e são mecanoreccetores. Os discos ou células de Merckel são sensíveis ao tato e à pressão superficial. Terminações nervosas livres, apresentam dendrites livres que são sensíveis à dor e às alterações de temperatura. Regulação de Temperatura - A temperatura elevada é regulada através de estímulos termorrecetores (Corpúsculos de Rufini calor, Corpúsculo de Krause e terminações livres) e enviam estímulos ao hipotálamo os vasos sanguíneos da derme dilatam-se aumentando o fluxo sanguíneo transferindo dos tecidos para a periferia e o musculo eretor do pelo relaxa e é libertado o suor e favorecendo assim a perda de calor. Os tecidos adiposos subcutâneos protegem contra o frio, uma vez que a gordura é má condutora de calor. Produção de Vitaminas D - atua como hormonas estimulando a captação de cálcio e fosfato e promove a sua libertação a partir dos ossos. O metabolismo ósseo normal necessita de níveis adequados destes minerais, o cálcio é indispensável para o normal funcionamento nervoso e muscular. Proteção - A pele tem o funcionamento como fortaleza do corpo, defendendo das agressões, essa desempenha inúmeras funções: O epitélio pavimentoso estratificado da pele protege as estruturas subjacente contra a abrasão, impede a entrada de substancias estranhas ao corpo e microrganismo, a melanina absorve a radiação UV, protegendo o organismo de efeitos nocivos, o pelo confere a proteção, o cabelo funciona como isolante térmico e protege a cabeça e abrasão, as sobrancelhas afastam o suor dos olhos, as pestanas protegem os olhos dos corpos estranho, os pelos do nariz e dos canais auditivos externos impedem a entrada de pó e outras matérias, os pelos axilares e púbicos protegem contra a abrasão, as unhas protegem da lesão das pontas dos dedos, servindo assim de defesa e a pele intacta evita a perda de água. Lesões Elementares da Pele As lesões podem ser: - Primárias (manchas, pápula, nódulo, tumor, vesícula, bolha, pústula) As lesões podem ser: - Secundárias (escama, crosta, erosão ou escoriação, ulceração, fenda, cicatriz, atrofia) As lesões secundárias têm origem numa lesão Primária. 4 Pápula Baba de uma picada de melga Nódulo Possui uma dimensão maior que a pápula e quando apertado sentimos um caroço Tumor Podem ser confundidos com pápulas,podendo ser rasos, possuem uma coloração e podem estar associados a um processo inflamatório Vesícula Confundem-se com bolhas, são pequenas bolhas Pústulas Associadas á presença de um tumor, camada de tecido morto que não se encontra seco como crosta Escama Tudo o que possui escama, são lesões secundárias. Ex: Psoríase A crosto e a erosão ou escoriação são traumatismos. As ulcerações são de difícil recuperação Fendas Encontram-se associados a fungos. Ex: Pé de atleta. Cicatrização de feridas normal A cicatrização de feriadas é constituída por 4 fases: 1. Hemostase – Dá-se em minutos, é uma fase muito curtinha. 2. Inflamação – Perdura durante alguns dias. 3. Proliferação – Dura mais ou menos entre 15 a 20 dias. 4. Remodelação (Reconstrução) – Pode ir até aos 2 anos. Os anti-inflamatórios , são considerados de 2ª linha no controlo da dor. Os anti- inflamatórios vão fazer com que não ocorra a fagocitose e vai prejudicar o processo normal de cicatrização. As fases do processo de cicatrização não são estanque, tudo dependa da ferida. Fatores que influenciam o Processo de Cicatrização Fatores Sistémicos - Idade, Estrutura Corporal, Stress, Nutrição, Medicamentos, Oxigenação tecidular, Doenças concomitantes. As pessoas que façam medicação oncológica (citostática) faz com que exista uma inibição da cicatrização. Fatores locais (Poderão impedir a cicatrização) – Perfusão, “Stressores” mecânicos, Edema, Temperatura da ferida, Agentes Citotóxicos (Solutos usados para irrigar as feridas. Ex: Betadine), Tecido necrosado, Carga bacteriana, Dessecação, Excesso de exsudado. NÃO se irrigam feridas com solutos frios e SIM com solutos á temperatura ambiente, para que não seja interrompido o processo de cicatrização. 5 Ferida Aguda vs Ferida Complexa Todas as feridas cicatrizam da mesma forma? Não As feridas complexas tratam-se a nível hospitalar, as feridas agudas são tratadas ao nível dos cuidados básicos. Esquémia – Falta de fluxo sanguíneo um ponto, isto é, morte tecidular. Diferenças Bioquímicas Feridas Agudas Feridas Complexas Aumento das mitoses celulares Diminuição da atividade mitogénica Diminuição das citoquinas pro-inflamatórias Aumento das citoquinas pró-inflamatórias Diminuição das Enzimas Proteolíticas que destroem o colagénio Aumento da Enzimas Proteolíticas que destroem o colagénio Aumento dos fatores de crescimento Vários níveis de fatores de crescimento Células com resposta rápida Células Senescentes Preparação do Leito da Ferida Cicatrização endógena – A Cicatrização endógena é feita pela própria pessoa, isto é, a pessoa tem que ter a capacidade para efetuar a cicatrização. O que é a Preparação do Leito da Ferida? É a intervenção numa ferida de modo a obter um leito da ferida bem vascularizado que acelera a cicatrização endógena ou facilita a efetividade de outras medidas terapêuticas. Remoção das barreiras á cicatrização. Porque é importante a Preparação do Leito da Ferida? As feridas crónicas apenas cicatrizarão se o seu meio for ajustado por forma a encorajar a cicatrização. Princípios da Preparação do Leito da Ferida Avaliação com base no conceito TIME Avaliar a viabilidade do tecido Tecido – não viável ou deficiente Infeção ou inflamação Meio em equilíbrio (humidade – o excesso de humidade vai provocar a proliferação de bactérias) Epitelização – bordos que não avançam ou elevados 6 Os princípios contidos no conceito TIME, permitem uma avaliação e abordagem sistémicas no tratamento das feridas crónicas. A intervenção nestas quatro áreas clínicas proporciona um leito da ferida em condições de vascularização ótimas, que facilitam a cicatrização bem como a efetividade de outras medidas terapêuticas. Preparação do Leito da Ferida Desbridamento – Remoção do tecido não viável Equilíbrio bacteriano – Temos que ter uma quantidade de bactérias necessárias, mas que não provoque infeção. Controlo de Exsudado – Temos que fazer o controlo do exsudado. A ferida precise de estar húmida, mas não em excesso. Não se deve arrancar as crostas das feridas, basta humedecê-la para que ela se degrade. Sempre que uma ferida sangra, o processo de cicatrização tem que ser iniciado. Desbridamento Necrose – Ocorre quando não existe irrigação sanguínea. O desbridamento tem como objetivo remover todo o tipo de tecido morto, reduzir o número de toxinas e outras substâncias que inibem a cicatrização. Tudo o que é tecido desvitalizado, possui uma outra cor devido á morte tecidular. Porque desbridar? O desbridamento ajuda a reduzir o número de micróbios, toxinas e outras substâncias que inibem a cicatrização, é um processo contínuo. Nas feridas crónicas, a formação de tecido necrótico é constante, permitindo a formação de tecido saudável. Equilíbrio bacteriano Controlo de Exsudado Desbridamento 7 Desbridar o quê? Tecido necrótico seco Tecido desvitalizado amarelo Tecido cinzento não viável Tudo o que é tecido desvitalizado, possui uma outra coloração devido á morte tecidular. Tipos de desbridamento Desbridamento Cirúrgico Vantagens Desvantagens Meio mais rápido de remoção de tecido morto Doloroso Apedar de seletivo, pode provocar danos tecidulares e provavelmente sangramento. Desbridamento Autolítico Ocorre de forma espontânea em todas as feridas. A presença de escaras pode contribuir par atrasar a autólise. Os pensos húmidos tornam o ambiente favorável ao desbridamento. Vantagens Desvantagens Muito seletivo, sem dano para a pele lesionar. Processo seguro, utilizando os mecanismos de defesa fisiológicos para limpara ferido do tecido necrótico. Efetivo, versátil e simples de realizar. Praticamente isento de dor para o paciente. Mais lento que o desbridamento cirúrgico. A ferida tem que ser vigiada frequentemente para despistar sinais de infeção. Pode promover proliferação de anaeróbios se utilizado em associação com um hidrocolóide oclusivo. O desbridamento autolítico é feito pelo nosso organismo. Desbridamento enzimático Utilização tópica de enzimas exógenas na superfície da ferida. Útil na remoção de tecido necrosado de feridas extensas. 8 Pode levar á produção de grandes quantidades de exsudado. Substâncias mais utilizadas: Colagenese e papaína-ureia. Vantagens Desvantagens Atuação rápida Aplicado corretamente não produz dano nos tecidos perilesionais. Dispendioso. A aplicação deve ser efetuada apenas em tecido necrosado. Não pode ser associado a pensos com prata Pode causar inflamação ou desconforto. Desbridamento mecânico O desbridamento mecânico, desbrida de forma física, o tecido necrótico da ferida. Pode ser utilizado através de irrigação da ferida por pressão da água. Este tipo de desbridamento pode ser útil para remover bactérias. Vantagens Desvantagens Custo dos materiais é baixo. Ex: gaze Não-seletivo e traumatiza tecidos saudáveis. Consome tempo. Pode ser doloroso para o paciente. Hidroterapia pode causar maceração. Micro-organismos patogénicos podem causar infeção. Desbridamento biológico São usadas larvas que segregam enzimas proteolíticas que destroem as placas de tecidos necrótico liquefazendo-as de forma que as larvas conseguem digerir esse tecido, limpando o leito da ferida. Parecem também exercer uma atividade antibacteriana importante. Vantagens Desvantagens Promoveum rápido desbridamento de tecido necrótico ou fibrina. Utilização em feridas que apresentam placas necróticas ou fibrina de qualquer etiologia. Não é indicada a utilização deste desbridamento em feridas sangrantes, feridas com insuficiência circulatória marcada, ou onde seja necessário um desbridamento cirúrgico intenso. 9 Seleção do método de desbridamento apropriado A utilização do método de desbridamento deve ter em conta os seguintes aspetos: Características da ferida Grau de seletividade desejado para evitar lesões de tecido viável Aptidão do clínico Plano de cuidados Tempo disponível para remoção do tecido morto Mecanismos de controlo do equilíbrio bacteriano Os mecanismos de controlo de equilíbrio bacteriano devem ter em conta os seguintes aspetos: A pele constitui uma barreira física O pH na pele controla o crescimento bacteriano A pele segrega ácidos gordos e polipéptidos antibacterianos A flora normal ajuda a prevenir a formação de flora patogénica Carga bacteriana Redução da Carga bacteriana Aumento das necessidades metabólicas Produção de endotoxinas e protéases Estimula a fase inflamatória da ferida Inibe a cicatrização Intervenções: Desbridamento Limpeza da ferida Controlo do exsudado Considerar antimicrobianos tópicos (Penso de prata ou Iodo “barreira antimicrobiana”) Limpeza da ferida Lavar a ferida com soro fisiológico ou Água à temperatura do corpo (tépida). Jato com pressão contínua Chuveiro nos domicílios Seringa Irrigação sobre pressão Deve-se evitar o uso rotineiro de antissépticos para a redução da carga bacteriana. 10 Avaliação e Tratamento de Úlceras de Perna Causas das Úlceras Doença arterial Diabetes Mellitus Hipertensão Venosa Carcinoma Artrite Reumatoide Vasculite Úlceras Arteriais - Semiologia Cor anormal (Escuro, seco) Extremidades frias (Quando palpamos o pé este está frio) Úlceras pequenas e redondas Dor quando a pena está elevada Pulso do tornozelo ausente ou fraco As dores no pé encontram-se associadas ao facto de quando o pé está elevado não existe muita circulação de oxigénio. Úlceras Venosas – Fisiopatologia 11 As verizes encontram-se associadas á hipertensão venosa. Úlcera de Perna – Semiologia Aparência: Normalmente superficial Bordos irregulares Tamanho invariável (podem circular por toda a perna) Leito da úlcera com fibrina Exsudado moderado a elevado Úlceras Venosas Causas: Válvulas incompetentes Obstrução Veias superficiais e/ou perfurantes Opções de tratamento: Diagnóstico Preparação do leito da ferida Compressão Uma perna que tem uma úlcera precisa de ser lavada. Úlcera de Perna Diagnóstico: História do Paciente (Profissão, Obesidade, antecedentes trombose venosa profunda, antecedentes de tromboflebites, antecedentes cirurgia arterial, material de osteossíntese, doenças reumatismais – Artrite reumatoide, lúpus eritematoso disseminado – trombose venosa, doenças malignas, doenças hematológicas – Anemias hemolíticas e doenças Mieloproliferativas, alterações neurológicas que dificultem a marcha, doenças cardíacas – Insuficiência cardíaca direita, doenças hepáticas, antecedentes familiares de DVC, presença de varizes, multiparidade, traumatismos de perna, cirurgia à perna) Úlceras de tratamento arrastado (ecodoppler arterial e venoso, despiste de malignidade – biópsia de bordos) Localização (Face interna da perna, entre o maléolo e os gémeos, também poderá surgir na face externa, infra maleolar) 12 Dor – Devido á úlcera ou a um conjunto de situações (infeção, flebites superficiais ou profundas, execução do penso, tipo de penso, hora do dia, avaliar com EVA, avaliar os tipos de dor: espontânea, persistente na execução do penso) Condição dos tecidos em volta (Hiperpigmentação) Pulso (artéria tibial posterior, artéria pediosa) Úlceras por Pressão Como se desenvolvem? As úlceras de pressão desenvolvem-se através de fatores extrínsecos (pressão, fricção, deslizamento) e de fatores intrínsecos (idade, edema, doenças concomitantes, medicação imunossupressora, infeção endógena, pressão arteriolar e nutrição). Definição NPUAP/EPUAP/PPIA É uma lesão localizada na pele e/ou tecido adjacente normalmente sobre uma proeminência óssea, em resultado da pressão ou de uma combinação entre esta e forças de torsão. As úlceras de pressão, também estão associadas a fatores contribuintes e de confusão, cujo papel ainda não se encontra totalmente esclarecido. Recomendações para a prevenção de Úlcera de Pressão Avaliação e cuidados à pele, alternância de decúbitos, superfícies de apoio, nutrição e avaliação do risco. A Escala de Braden, é utilizada para avaliar o risco de ulceração. É a única escala de avaliação de risco de ulceração que também avalia os aspetos de nutrição. A Escala de Braden, avalia as seguintes dimensões: o Perceção sensorial o Humidade (Quanto mais suada estiver a pele, maior será o risco de úlcera de pressão) o Atividade o Mobilidade o Nutrição o Fricção e forças de deslizamento Medidas preventivas de Úlceras de Pressão Posicionamentos de 2 em 2 horas Dispositivos de prevenção (almofadas/colchões de gel, carneira – pouco recomendada) Pé Diabético Prevenção e Tratamento 13 Medidas Preventivas do Pé Diabético As principais medidas preventivas do pé diabético são: o controlo metabólico, inspeção e exame do pé em situações de risco, identificação do pé em situação de risco, educação do doente, familiares e dos prestadores de cuidados de saúde, utilização de calçado apropriado, tratamento de patologia não ulcerada. Ao nível do controlo metabólico avaliação do controlo capilar, rotinas laboratoriais, ensino alimentar, ajustes terapêuticos, estilo de vida e mudança de comportamentos. Avaliação do Risco do Pé Diabético Reavaliação segundo o Grau de Risco Grau 0 (Sem risco) Anual Grau 1 (Baixo risco) Semestral Grau 2 (Médio risco) 3 a 6 meses Grau 3 (Alto risco) 1 a 3 meses Medidas de Prevenção e Intervenção Tratamento da patologia não ulcerada Podologia/quiropodia (Corte das unhas/remoção de calosidades) Hiperqueramatoses Onicogrifose Tratamento – Penso Ideal Manutenção de um ambiente húmido; promoção da cicatrização, isolamento térmico; proteção mecânica; não tóxico, ou seja, livre de contaminantes; não aderente; remoção indolor; permite as trocas gasosas; permite a monotorização; mudança pouco frequente e uma boa relação de custo/eficácia. É importante evitar o uso de ligaduras apertadas e ligaduras de algodão. As boas práticas ao nível do Pé Diabético, devem desenvolver-se em torno da avaliação sistemática de todos os utentes, do controlo metabólico otimizado e dos cuidados dirigidos ao pé. 14 Pancreatite Aguda – É uma inflamação brusca do pâncreas, causada pela ativação das enzimas pancreáticas, ainda dentro do próprio órgão com consequente inicio de digestão do mesmo. A pancreatite aguda é uma doença pancreática grave, que pode classificar-se em: Aguda – Ocorre a dor em cinturão, sendo esta uma dor característica dos doentes com pancreatite aguda. Crónica – As pancreatites crónicas, podem ser letais. Geralmente ocorre a remissão da doença, após o tratamento, exceto se a causa for alcoólica. Etiologia A causa mais comum é o alcoolismo, istoé, o álcool possui um efeito toxico nas células pancreáticas, e a segunda causa mais vulgar, a doença no sistema biliar (cálculos biliares). Podem existir outras causas, como o pós-operatório, infeções, fármacos, traumatismo abdominal fechado, doenças intestinais e fatores metabólicos. Esta patologia pode ocorrer em episódios isolados ou em episódios recorrentes, como o caso da Pancreatite aguda recorrente. Sintomatologia Dor no epigastro, habitualmente com irradiação para a região dorsal; posição antiálgica; náuseas, vómitos, distensão abdominal; sinal de Cullen (uma equimose periumbilical) /sinal Grey Turner (uma equimose na zona lombar); presença de icterícia, ou seja, deve-se ao aumento da bilirrubina circulante, devido á obstrução dos canais. Diagnóstico Clínico, Amílase sérica e urinária aumentada, Aumento da lípase, aumento da amílase/creatinina, Raio-x ao tórax e abdómen, Ecografia/ecoendoscopia, TC, CPRE – diagnóstico e tratamento (Após a realização da CPRE, deve-se vigiar o doente porque pode ter hemorragia). Complicações Cardiovasculares, hematológicas, respiratórias, gastrointestinais, renais, pancreáticas/hepáticas, metabólicas, neurológicas, morte. 15 Tratamento A pancreatite aguda é uma doença autolimitada, que cede espontaneamente, geralmente em 3 a 7 dias após o início do tratamento. Intervenções de Enfermagem Vigiar o estado de consciência, vigiar os parâmetros vitais, fluidoterapia e cuidados inerentes, balanço hídrico (Temos que registar tudo o que entra e tudo o que sai e ter a noção de saber se o doente está equilibrado ou não), entubação nasogástrica e eventual aspiração gástrica, dieta zero, avaliação e controle da glicémia capilar, avaliação e controlo da dor, orientação para medidas antiálgicas, administração de fármacos prescritos, colaboração na realização de exames, despiste precoce de complicações, registos de enfermagem.
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