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TEORIA DOS JOGOS IND1035 Aula 2 Prof. Fabrício Mello fabriciomrs@puc-rio.br Slide 2 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Jogos Estratégicos • DEFINIÇÃO PRELIMINAR: Um perfil de ações é uma lista das ações escolhidas por cada TD numa situação específica. • Exemplo: João e Maria jogam pedra- papel-tesoura. João escolhe a "pedra" e Maria, "papel". Um perfil de ações onde a ação de João é a primeira na lista e a de Maria a segunda seria, neste caso: (pedra, papel). • Quantos perfis de ações são possíveis nesse jogo de pedra-papel-tesoura? Slide 3 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Jogos Estratégicos • Num jogo com 𝑛 TDs indexados, o perfil de ações será representado assim: (𝑎1, … , 𝑎𝑛). • Um perfil de ações que difere do anterior apenas pela ação do jogador 𝑖 será representado pela notação: (𝑏𝑖 , 𝑎−𝑖) • A acima notação significa: todos os jogadores escolheram as suas respectivas ações especificadas em (𝑎1, … , 𝑎𝑛), exceto o 𝑖-ésimo jogador, que escolheu outra ação, representada por 𝑏𝑖. Slide 4 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Jogos Estratégicos • DEFINIÇÃO: Um jogo estratégico (com preferências ordinais) consiste em: Um conjunto de jogadores. Para cada jogador, um conjunto de ações. Para cada jogador, preferências sobre o conjunto de perfis de ações possíveis. Slide 5 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Exemplos • Numa situação de concorrência entre firmas, elas são os jogadores. As ações podem ser os preços que elas estabelecem para os seus produtos. As preferências referem-se ao lucro. • Numa eleição, os jogadores são os candidatos. As ações podem ser os gastos com campanha. As preferências refletem as probabilidades de cada candidato de vencer a eleição. Slide 6 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Características do modelo • Assim como no modelo de escolha racional com um TD, também especificamos as preferências dos jogadores através de funções ordinais de ganho. • No jogo estratégico não existe tempo. As jogadas são escolhidas simultaneamente, no sentido de que nenhum jogador, ao escolher a sua ação, tem informação sobre a escolha de nenhum outro. Slide 7 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 O Dilema dos Prisioneiros • É o jogo mais famoso e mais estudado em Teoria dos Jogos. • Criado por Merrill Flood e Melvin Desher, matemáticos da RAND Corporation, em 1950. • A formalização mais conhecida do jogo, bem como o seu nome, foram concebidos pelo matemático Albert Tucker (que foi orientador de doutorado de John Nash em Princeton). Slide 8 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 O Dilema dos Prisioneiros • Dois suspeitos de um grande crime estão presos em celas distintas. • Há provas para processar ambos por um crime menor, mas não pelo crime maior, a não ser que um deles testemunhe contra o outro. • Se nenhum trair o outro, os dois passarão um ano na cadeia, pelo crime menor. • Se um deles delatar o outro, será liberado e o outro passará quatro anos encarcerado. • Se os dois delatarem-se um ao outro, ambos passarão três anos na cadeia. Slide 9 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 O Dilema dos Prisioneiros • A situação do dilema pode ser facilmente modelada como um jogo estratégico: – Jogadores: Os dois suspeitos. – Ações: Para cada suspeito, o conjunto de ações é {C, D}, onde "C" representa calar-se e "D" representa delatar o outro suspeito. – Preferências: • Para o suspeito 1, os perfis de ações ordenados do mais preferido ao menos preferido são (D,C), (C,C), (D,D) e (C,D). • Para o suspeito 2, os perfis de ações ordenados do mais preferido ao menos preferido são (C,D), (C,C), (D,D) e (D,C). Slide 10 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 O Dilema dos Prisioneiros • Jogos estratégicos entre dois jogadores podem ser representados através de matrizes. É a chamada forma normal. • Abaixo, a forma normal do dilema de prisioneiros, com funções ordinais de ganho para os dois suspeitos. • Nos slides do curso, o primeiro número em cada célula da forma normal será o ganho do jogador que joga nas linhas. O segundo número, o ganho do jogador que joga nas colunas. 2,2 0,3 3,0 1,1 Cala Suspeito 2 Delata Cala Delata Suspeito 1 Slide 11 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Possíveis "Dilemas de Prisioneiros" • Monografia de conclusão de curso a dois: cada estudante preferiria trabalhar menos enquanto o outro trabalha muito no projeto. • Duopólio: cada firma gostaria de descontar o preço de sua mercadoria se a outra firma cobra o preço mais caro acertado entre elas. • Corrida armamentista: cada país gostaria de possuir um arsenal maior do que o país rival. • Pastos comuns: cada criador de ovelhas gostaria de permitir que os seus animais pastassem ao máximo (cf. "The Tragedy of the Commons" [1968], de Garrett Hardin). Slide 12 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Teste • Verifique se os jogos abaixo correspondem a dilemas de prisioneiros. • Cada jogador dispõe das ações "X" e "Y". 3,3 1,5 5,1 0,0 Jogo 1: Y X Y 2,1 0,5 3,-2 1,-1 X Y X Y Jogo 2: X Slide 13 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Batalha dos Sexos • Outro jogo que modela situações sociais comuns. • No jogo, um casal de namorados tem preferências diferentes: ela quer ir a um concerto de Bach; ele, a um de Stravinsky. • Para ambos, o pior desfecho possível é irem a concertos separados um do outro, mesmo que seja o seu concerto preferido. 2,1 0,0 0,0 1,2 B Ela S B S Ele Slide 14 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Possíveis "Batalhas dos Sexos" • Dois senadores do mesmo partido decidindo qual posição assumir com relação a um mesmo projeto de lei. • Duas firmas num processo de fusão decidindo qual padrão de base dados adotarão, dentre os dois padrões diferentes usados em cada uma, antes da fusão. Slide 15 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Jogo das Moedas • Este jogo é estritamente competitivo. • Cada jogador escolhe se mostra ao outro a cara (K) ou a coroa (C) de uma moeda que tem em sua mão. • Se os dois mostram a mesma face das moedas, o jogador 1 ganha R$ 1,00 do jogador 2. Se as faces reveladas forem diferentes, o pagamento se inverte. 1,-1 -1,1 -1,1 1,-1 K Jogador 2 C K C Jogador 1 Slide 16 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Jogo das Moedas • Este jogo pode modelar a escolha de apresentação de um novo produto (celular, relógio, tênis, etc.) por duas firmas, uma com reputação bem estabelecida no mercado, a outra recém-chegada. • A firma recém-chegada prefere que os produtos das duas sejam parecidos, para neutralizar a reputação da outra. • A firma tradicional tem preferência diametralmente oposta. Slide 17 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Caça ao Cervo • Modelo alternativo ao dilema de prisioneiros para a corrida armamentista (dilema de segurança). • Baseado numa passagem do Discurso sobre a origem e fundações da desigualdade entre os homens (1755), de Jean-Jacques Rousseau. • Diversos caçadores estão vigiando o surgimento de um cervo, que alimentará a todos. Terão sucesso em caçá-lo se todos ficarem atentos. • Cada caçador sente tentação de abandonar seu posto para caçar uma lebre, suficiente para alimentar apenas a ele próprio. Slide 18 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Caça ao Cervo • Jogadores: Oscaçadores. • Ações: Para cada caçador, o conjunto de ações é {C, L}, onde "C" representa vigiar pelo cervo e "L" perseguir uma lebre. • Preferências: Para cada jogador, o perfil de ações em que todos escolhem "C" é o mais preferido, seguido por qualquer outro perfil em que ele escolhe "L", seguido por qualquer outro perfil em que ele escolhe "C" e um ou mais dos outros caçadores escolhe "L" (nesse caso, ele fica de mãos vazias). Slide 19 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Caça ao Cervo • A versão com dois caçadores pode ser facilmente representada na forma normal. • Abaixo, um exemplo com função de ganho ordinal. • Qual é a diferença entre esse jogo e o dilema de prisioneiros? 2,2 0,1 1,0 1,1 C Caçador 2 L C L Caçador 1 Slide 20 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Equilíbrio de Nash • Quais ações serão escolhidas pelos jogadores num jogo específico, supondo racionalidade? • Para escolher a melhor ação para si, cada jogador deve formar uma crença a respeito de como cada um dos outros jogará. • Para a definição do equilíbrio do jogo, supomos implicitamente que os jogadores formaram suas crenças a respeito das jogadas dos outros com base em experiência passada. • Alternativamente, poderíamos supor que cada jogador conhece as preferências dos outros. Slide 21 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Equilíbrio de Nash • O equilíbrio de Nash, definido em seguida, é um conceito de solução de jogos estratégicos. • Ele tem dois componentes: 1. Cada jogador escolhe a sua ação de acordo com o modelo da escolha racional, dada a sua crença a respeito das ações dos outros jogadores. 2. A crença de cada jogador sobre as ações dos outros jogadores é correta. Slide 22 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Equilíbrio de Nash DEFINIÇÃO: Um perfil de ações 𝑎∗ em um jogo estratégico com preferências ordinais é um equilíbrio de Nash se, para cada jogador 𝑖 e cada ação 𝑎𝑖 do jogador 𝑖, 𝑎 ∗ é pelo menos tão bom quanto outro perfil (𝑎𝑖 , 𝑎−𝑖 ∗ ) , segundo as preferências do jogador 𝑖. ALTERNATIVAMENTE: Um perfil de ações 𝑎∗ em um jogo estratégico com preferências ordinais é um equilíbrio de Nash se, para cada jogador 𝑖 e cada ação 𝑎𝑖 do jogador 𝑖: 𝑢𝑖(𝑎 ∗) ≥ 𝑢𝑖(𝑎𝑖 , 𝑎−𝑖 ∗ ) Se a desigualdade acima for estrita (>), dizemos que se trata de um equilíbrio de Nash estrito. Slide 23 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Teste • Usando as definições do slide anterior, verifique que: 1. O dilema dos prisioneiros tem um equilíbrio de Nash. 2. A batalha dos sexos tem dois equilíbrios de Nash. 3. O jogo das moedas não tem um equilíbrio de Nash. 4. A caça ao cervo com dois caçadores tem dois equilíbrios de Nash. Slide 24 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Teste: Jogo de Coordenação • Suponha que no jogo batalha dos sexos, os dois jogadores preferem o concerto de Bach: • Verifique que esse jogo tem dois equilíbrios de Nash, mas um deles é preferido pelos dois jogadores. • Este é um exemplo de "jogo de coordenação". Ele tem implicações para adoção de tecnologia menos avançada (Apple x IBM, VHS x Beta, etc.) 2,2 0,0 0,0 1,1 B Ela S B S Ele Slide 25 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Teste • Verifique se o jogo abaixo tem um ou mais equilíbrios de Nash e classifique- o(s) como um equilíbrio estrito ou não. 1,1 1,0 0,1 1,0 0,1 1,0 L T B M R Slide 26 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Função de Melhor Resposta • É fácil encontrar os equilíbrios de Nash que há em jogos simples como os anteriores, onde cada jogador dispõe de poucas ações. • Em muitos jogos, porém, os jogadores dispõem de um número muito grande de ações. Por vezes até infinitas, a exemplo de firmas que escolhem os preços de seus produtos. • A busca pelo equilíbrio nesses jogos é facilitada pela função de melhor resposta, definida a seguir. Slide 27 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Função de Melhor Resposta • Isto é: qualquer ação em 𝐵𝑖(𝑎−𝑖) é pelo menos tão boa para o jogador 𝑖 quanto qualquer outra, se os outros jogam segundo 𝑎−𝑖. DEFINIÇÃO: Seja 𝑎−𝑖 o conjunto das ações dos jogadores que não são o jogador 𝑖 . Seja 𝐴𝑖 o conjunto de ações possíveis para o jogador 𝑖. A função de melhor resposta do jogador 𝑖 é: 𝐵𝑖 𝑎−𝑖 = 𝑎𝑖 ∈ 𝐴𝑖: 𝑢𝑖 𝑎𝑖 , 𝑎−𝑖 ≥ 𝑢𝑖 𝑎𝑖 ′, 𝑎−𝑖 ∀ 𝑎𝑖 ′ ∈ 𝐴𝑖 Slide 28 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Função de Melhor Resposta • É possível redefinir o equilíbrio de Nash em termos da função de melhor resposta: DEFINIÇÃO: Um perfil de ações 𝑎∗ em um jogo estratégico com preferências ordinais é um equilíbrio de Nash se e apenas se a ação de cada jogador é uma melhor resposta para as ações dos outros jogadores. Ou seja, para todo jogador 𝑖, vale: 𝑎𝑖 ∗ ∈ 𝐵𝑖(𝑎−𝑖 ∗ ) Slide 29 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Função de Melhor Resposta • Para encontrar equilíbrios de Nash através das funções de melhor resposta: 1. Encontre a função de melhor resposta para cada jogador. 2. Encontre os perfis de ação que satisfazem a definição anterior do equilíbrio de Nash. Slide 30 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Exemplo • Verifique que os números com asterisco indicam as melhores respostas dos jogadores. • O jogo tem então dois equilíbrios de Nash, nas células em que os dois números estão marcados. 1,2* 2*,1 1*,0 2*,1* 0,1* 0,0 0,1 0,0 1*,2* L T M B C R Jogador 2 Jogador 1 Slide 31 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Testes 1. Usando o conceito de função de melhor resposta, busque novamente os equilíbrios de Nash dos jogos: dilema de prisioneiros, batalha dos sexos, jogo das moedas e caça ao cervo. 2. Encontre o(s) equilíbrio(s) de Nash do jogo abaixo, através da função de melhor resposta: 2,2 1,3 0,1 3,1 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 L T M B C R Jogador 2 Jogador 1 Slide 32 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Exemplo: Infinitas ações possíveis • Dois indivíduos estão numa relação de sinergia. • Se ambos devotam mais esforço para a relação, ambos ganham mais. • Para cada dado esforço do indivíduo 𝑗, o retorno para o indivíduo 𝑖 primeiro aumenta, depois diminui. • Representa-se o nível de esforço por um número real não negativo. • As preferências do indivíduo 𝑖 são representadas pela função de ganho: 𝑎𝑖 × 𝑐 + 𝑎𝑗 − 𝑎𝑖 , 𝑖 = 1,2, 𝑗 = 3 − 𝑖 onde 𝑎𝑖 é o nível de esforço de 𝑖 e 𝑐 é uma constante. Slide 33 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Exemplo (continuação) • Como cada jogador tem infinitas ações possíveis (seus níveis de esforço), não podemos representar o jogo através de uma matriz. • Logo, para encontrar o(s) equilíbrio(s) de Nash do jogo, devemos usar a função de melhor resposta, que pode ser representada graficamente. • Dado 𝑎2, a preferência do jogador 1 atinge máximo em: 𝑏1 𝑎2 = (𝑐 + 𝑎2) ÷ 2. • Por simetria, a preferência do jogador 2 é máxima em: 𝑏2 𝑎1 = (𝑐 + 𝑎1) ÷ 2. • Essas são as funções de melhor resposta, representadas no gráfico aa seguir. Slide 34 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Exemplo (continuação) a1 a2 c c c/2 c/2 b2(a1) b1(a2) Equilíbrio de Nash Cada ponto no plano ao lado corresponde a um dos infinitos perfis de ações possíveis. As duas retas inclinadas contêm osperfis em que um jogador responde otimamente a uma ação qualquer do outro jogador. O equilíbrio de Nash é o ponto único em que as retas cruzam-se. Slide 35 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Dominância • Tanto nos jogos quanto na vida, frequentemente há situações em que uma ação disponível para um jogador é inferior a outra independentemente do que os outros jogadores escolham. • Exemplo: Você dirige seu carro rumo a um sinal de trânsito que se encontra fechado. Na pista da direita, à frente, já há um carro parado no sinal. A pista da esquerda está livre. Tanto faz se o motorista parado no sinal pretende seguir adiante ou virar à direita na esquina: para você, é melhor tomar a pista da esquerda. Slide 36 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Dominância • Em qualquer jogo, uma ação de um jogador domina estritamente outra ação dele se ela é superior, independentemente do que os outros jogadores façam. DEFINIÇÃO: Em um jogo estratégico com preferências ordinais, a ação 𝑎𝑖 ′′ do jogador 𝑖 domina estritamente a sua ação 𝑎𝑖 ′ se 𝑢𝑖 𝑎𝑖 ′′, 𝑎−𝑖 > 𝑢𝑖 𝑎𝑖 ′, 𝑎−𝑖 para cada lista 𝑎−𝑖 de ações dos outros jogadores. Dizemos neste caso que a jogada 𝑎𝑖 ′ é estritamente dominada. Slide 37 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Exemplo • Examine novamente o dilema de prisioneiros. • Observe que, para cada jogador, a ação de delatar domina estritamente a ação de calar. • Seja o que for que o outro escolha, cada jogador está melhor delatando do que calando. 2,2 0,3 3,0 1,1 Cala Suspeito 2 Delata Cala Delata Suspeito 1 Slide 38 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Dominância • Uma ação estritamente dominada não pode ser a melhor resposta de um jogador para qualquer ação dos outros jogadores. • Como um equilíbrio de Nash consiste em ações que são melhores respostas, podemos concluir que: • Consequentemente, quando buscamos equilíbrios de um jogo, podemos desconsiderar todas as ações estritamente dominadas. Uma ação estritamente dominada não é usada em nenhum equilíbrio de Nash. Slide 39 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Dominância • Observe que uma ação estritamente dominada é incompatível com qualquer estado estacionário (i.e., equilíbrio) de um jogo. • Além disso, ela é incompatível também com um comportamento racional de um jogador que joga pela primeira vez. • Um jogador racional não deveria escolher ações estritamente dominadas. Slide 40 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Teste • Nos jogos abaixo, apenas o ganho ordinal do jogador que joga nas linhas é mostrado. • Verifique se há ações estritamente dominadas para esse jogador. 1 0 2 1 1 3 T M L B R 1 0 2 1 3 2 T M L B R Slide 41 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Dominância Fraca • Uma ação de um jogador domina fracamente outra ação dele se ela é pelo menos tão boa quanto a outra, independentemente do que os outros jogadores façam, e é superior, para algumas ações dos outros jogadores. DEFINIÇÃO: Em um jogo estratégico com preferências ordinais, a ação 𝑎𝑖 ′′ domina fracamente a ação 𝑎𝑖 ′ se 𝑢𝑖 𝑎𝑖 ′′, 𝑎−𝑖 ≥ 𝑢𝑖 𝑎𝑖 ′, 𝑎−𝑖 para cada lista 𝑎−𝑖 de ações dos outros jogadores e 𝑢𝑖 𝑎𝑖 ′′, 𝑎−𝑖 > 𝑢𝑖 𝑎𝑖 ′, 𝑎−𝑖 para alguma lista 𝑎−𝑖 de ações dos outros jogadores. Dizemos então que 𝑎𝑖 ′ é fracamente dominada. Slide 42 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Exemplo • No jogo ao lado, apenas o ganho ordinal do jogador que joga nas linhas é mostrado. • Verifique que: 1. M domina fracamente T 2. B domina fracamente M 3. B domina estritamente T 1 0 2 0 2 1 T M L B R Slide 43 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Exemplo • Uma ação fracamente dominada pode ser encontrada em um equilíbrio de Nash não estrito. • Nos dois jogos abaixo, B domina fracamente C, mas há um equilíbrio de Nash em (C,C). Também há um equilíbrio em (B,B). 1,1 0,0 0,0 0,0 B C B C 1,1 2,0 0,2 2,2 B C B C Slide 44 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Teste • Verifique, para cada jogador, se há jogadas fracamente ou estritamente dominadas. • Encontre os equilíbrios de Nash, determinando se qualquer um deles é estrito. 0,0 1,0 1,1 1,1 1,1 3,0 1,1 2,1 2,2 L T M B C R Slide 45 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Exemplo: Eleições • Dois candidatos, A e B, disputam numa eleição um cargo público. • A eleição será decidida por maioria simples de votos dos eleitores, que são em número ímpar. • A maioria dos eleitores prefere o candidato A. Slide 46 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Exemplo: Eleições • Jogadores: Os eleitores. • Ações: Para cada eleitor, o conjunto de ações é {A, B}, onde "A" representa votar no candidato A, e "B" representa votar no candidato B. • Preferências: – Todos os jogadores são indiferentes entre todos os perfis nos quais a maioria vota em A. – Todos os jogadores são indiferentes entre todos os perfis nos quais a maioria vota em B. – Alguns jogadores (a maioria) preferem os perfis do primeiro tipo. Outros (a minoria) preferem os perfis do segundo tipo. Slide 47 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Exemplo: Eleições • Observe que, para cada eleitor, votar no candidato que ele não prefere é uma ação fracamente dominada pela ação de votar no seu candidato preferido. • No jogo eleitoral há equilíbrios de Nash nos quais as ações de alguns eleitores, ou até de todos, são fracamente dominadas. • Exemplo: o perfil de ações em que todos os eleitores votam no candidato B é um equilíbrio de Nash. A mudança de voto de qualquer um dos eleitores não altera o resultado da eleição. Slide 48 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Jogos Simétricos DEFINIÇÃO: Em um jogo estratégico de dois jogadores com preferências ordinais é simétrico se os conjuntos de ações disponíveis aos jogadores são iguais e as preferências dos jogadores são representadas por funções 𝑢1 e 𝑢2 para as quais 𝑢1 𝑎1, 𝑎2 = 𝑢2 𝑎2, 𝑎1 , para todo par 𝑎1, 𝑎2 DEFINIÇÃO: Um perfil de ações 𝑎∗ em um jogo estratégico com preferências ordinais no qual cada jogador dispõe do mesmo conjunto de ações que os outros é um equilíbrio de Nash simétrico se ele é um equilíbrio de Nash e 𝑎𝑖 ∗ é a mesma para todo jogador 𝑖. Slide 49 IND1035 fabriciomrs@puc-rio.br Aula 2 Exemplo • Os dois jogos abaixo são simétricos. • O jogo da esquerda tem dois equilíbrios de Nash simétricos. • O jogo da direita tem dois equilíbrios de Nash, mas eles não são simétricos. 1,1 0,0 0,0 1,1 X Y X Y 0,0 1,1 1,1 0,0 X Y X Y
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