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Cap 14 Froyen Macroeconomia (Resumo)

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Consumo e Investimento 
Capítulo 14 - Froyen 
 
14.1 Consumo 
As Primeiras Evidências Empíricas sobre a Função Consumo Keynesiana 
 
a função consumo é um elemento fundamental na teoria keynesíana da determinação da 
renda, o conceito seguinte do comportamento do consumidor na teoria keynesiana: 
● Os homens tendem como regra, a aumentar seu consumo quando sua renda 
aumenta, mas não na mesma proporção do aumento de sua renda.(Lei psicológica) 
 
a 
função consumo keynesiana não é uma relação proporcional entre consumo e renda, o 
consumo não é uma fração constante da renda disponível. A proporção entre consumo e 
renda é denominada propensão média a consumir, PMeC, dada por: 
 
 
A propensão média a consumir PMeC >PMGgC, pelo valor a/Yd. A PMeC declína quando a 
renda aumenta. Quando a renda sobe, as famílias consomem uma fração menor de renda, 
ou seja, poupam uma fração maior de renda. A proporção entre poupança e renda é 
denominada ​propensão média a poupar (PMeS)​ que é igual a (1-PMeC). 
● Abaixo do nível de renda o consumo excede a renda disponível. Nessa faixa, a 
PMeC é maior do que 1 e a PMeS é negativa. Acima do nível de renda a PMeC é 
menor do que 1, e a PMeS é positiva. O consumo total aumenta menos do que 
proporcionalmente a Y0 assim a PMeC declina e a PMeS aumenta quando nos 
movemos para níveis mais altos de renda no gráfico. 
 
A versão da função consumo descrita acima tem sido chamada de ​hipótese da renda 
absoluta​ - supõe-se que o consumo reaja de forma bastante mecânica aos níveis efetivos 
de renda corrente. 
 
Os dados de Kuznets,sugerem fortemente que a relação de longo prazo entre consumo e 
renda é proporcional, conforme ilustrado na Figura. 
 
 
 
 
Gardner Acldey, após examinar 22 mudanças trimestrais no consumo e na renda, descobriu 
que, em cinco trimestres, as mudanças no consumo e na renda ocorreram em direções 
opostas. Em 1O dos casos em que consumo e renda mudaram na mesma direção, a 
mudança no consumo excedeu a variação na renda. Em apenas sete dos 22 trimestres os 
movimentos de consumo e renda foram consistentes com uma PMgC (.ó.C/ .ó.YD) de curto 
prazo que fosse positiva e menor do que 14. Esse comportamento errático do consumo no 
curto prazo indicava que a relação entre o consumo e a renda corrente no curto prazo ​não 
era tão mecânica quanto previsto pela hipótese da renda absoluta​, ou então que outras 
variáveis estariam influenciando o comportamento de consumo. 
 
Podemos resumir as primeiras evidências sobre a função consumo como se segue. As 
evidências de dados de curto prazo, em séries cronológicas anuais, e estudos dos 
orçamentos familiares pareciam dar suporte à hipótese keynesiana sobre o consumo, a 
hipótese da renda absoluta- conforme representada pela Equação ( 14.1). Dados de séries 
de tempo para um período mais longo sugerem que a relação consumo-renda é 
proporcional,em lugar da relação não proporcional dada por ( 14.1 ). Há, portanto, uma 
necessidade de conciliar as evidências de longo prazo sobre a função consumo com as 
evidências de séries de tempo de curto prazo e as evidências de estudos do tipo 
cross-section dos orçamentos familiares. Por fim , os movimentos erráticos do consumo 
trimestral em relação à renda lançam dúvidas quanto à exatidão da relação consumo-renda 
no curto prazo. A resolução desses problemas, levantados pelas primeiras evidências 
empíricas sobre o comportamento do consumo, tem sido a tarefa da moderna teoria da 
função consumo. 
 
A Teoria do Ciclo de Vida do Consumo 
A Hipótese do Ciclo de Vida 
O ponto de partida do modelo do ciclo de vida é a hipótese de que as decisões de consumo 
e poupança das famílias, a cada instante do tempo, refletem uma tentativa mais ou menos 
consciente de obter a distribuição de consumo preferida ao longo do ciclo de vida, sujeita à 
restrição imposta pelos recursos disponíveis à família durante sua vida 
 
O nível de consumo de um indivíduo ou de uma família depende não só da renda corrente 
mas também, e mais importante, dos rendimentos esperados a longo prazo. 
 
Consideremos um indivíduo que esteja participando da força de trabalho. Nosso consumidor 
representativo poderia, por exemplo, ter 30 anos, com uma expectativa de vida de 50 anos 
(adicionais), planejando aposentar-se daqui a 40 anos e, portanto, tendo um número 
esperado de anos em aposentaria igual a 10, ou seja, T - N. Fazemos as seguintes 
suposições sobre os planos do indivíduo: .ele deseja um fluxo de consumo constante ao 
longo de sua vida e pretende consumir a totalidade dos ganhos auferidos durante sua vida e 
dos ativos de que dispõe - ele não planeja deixar herança. Por fim, supomos também que 
seus ativos pagam juros zero - a poupança corrente resulta em consumo futuro na 
proporção de um para um. Essas suposições implicam que o consumo em um dado período 
será uma proporção constante, 1/T, de recursos esperados ao longo da vida. O indivíduo 
planeja consumir seus ganhos da vida inteira em T parcelas iguais:A função consumo 
resultante dessa versão simples da hipótese do ciclo de vida é 
 
 
 
de acordo com a hipótese do ciclo de vida, o consumo depende não só da renda corrente, 
mas também da renda futura esperada e das manutenções correntes de ativos (isto é, da 
riqueza corrente ). Na verdade, a hipótese do ciclo de vida sugere que o consumo seria 
bastante insensível a mudanças na renda corrente (Y) que não alterassem também a renda 
média futura esperada. 
 
 
A hipótese do ciclo de vida procura explicar a dependência do comportamento 
 e consumo e poupança em relação à posição do indivíduo no ciclo de vida. 
 
Jovens trabalhadores entrando na força de trabalho têm renda relativamente baixa e 
estoques baixos de poupança (possivelmente negativos) . Conforme a renda aumenta na 
fase intermediária da vida, o mesmo acontece com os depósitos em poupança. A 
aposentadoria traz uma queda na renda, e pode-se esperar o início de um período de 
despoupança (taxa de poupança negativa). Esse perfil temporal de consumo e poupança é 
representado na Figura 14.3. 
 
 
 
Para que possamos usar a Equação (14.6) no estudo do comportamento efetivo do 
consumidor, precisamos fazer algumas suposições a respeito de como os indivíduos 
formam expectativas da renda proveniente do trabalho a ser recebida durante toda a 
vida.Ando e Modigliani fizeram a suposição simples de que a renda média futura esperada 
do trabalho é apenas ~m múltiplo da renda do trabalho corrente: 
 
 
Um aumento de $100 na renda corrente do trabalho, adotando a suposição de Ando e 
Modigliani do efeito sobre a renda do trabalho futura, aumentará o consumo em $72. Um 
aumento de $100 na riqueza aumentará o consumo em $6. 
 
De acordo com a hipótese do ciclo de vida, a relação entre consumo e renda corrente não 
seria proporcional, como parece ocorrer nas estimativas de séries de tempo de curto prazo 
[veja a Equação (14.4)]. O intercepto da função mede o efeito da riqueza [0,06A, na 
Equação (14.9)]. Mas o intercepto não é constante ao longo do tempo; essas funções 
consumo de curto prazo deslocam-se para cima com o tempo conforme a riqueza aumenta. 
Esses deslocamentos para cima na função consumo de curto prazo ( Ccp) são ilustrados na 
Figura 14.4. As funções consumo móveis de curto prazo delineiam uma funçãoconsumo de 
longo prazo ( Clp). 
 
 
 
observe primeiro que a proporção entre renda do trabalho e renda pessoal disponível nos 
Estados Unidos tem sido de aproximadamente 0,88, ou seja, Y~ = 0,88 Y0 . A proporção 
entre riqueza e renda disp01úvel é de aproximadamente 4,75; Ar= 4,75 J;. Usando essas 
expressões para substituir A, e Y! na função consumo agregado estimada (14.9), temos 
 
A hipótese do ciclo de vida também explica as evidências de estudos de crosssection de 
orçamentos familiares, que mostram que famílias de renda mais alta consomem uma 
proporção menor da renda. 
No trabalho empírico de Ando e Modigliani, pressupõe-se que a renda futura esperada 
seja proporcional à renda corrente. 
 
de acordo com a hipótese do ciclo de vida, que a renda apresentaria seu maior excesso 
sobre o consumo, e a PMeC, portanto, deveria ser a mais baixa. Inversamente, uma 
amostragem de famílias de renda baixa teria uma alta proporção de novos ingressantes no 
mercado de trabalho e de aposentados, grupos que tendem à despoupança. Esses grupos 
com alta PMeC tenderiam a elevar a PMeC da amostra de famílias de baixa renda. 
 
mudanças de renda transitórias têm pouco impacto sobre o comportamento do consumidor 
de acordo com a hipótese do ciclo de vida. 
 
Críticas à Hipótese do Ciclo de Vida 
Gardner Ackley, ressalta que a teoria do ciclo de vida pressupõe que cada família, ao tomar 
decisões de consumo, tem sempre "uma visão consciente e definida" 
Ackley não aceita o ponto de partida da hipótese do ciclo de vida, que é a afirmação de 
Modigliani de que as decisões de consumo e poupança de famílias "refletem uma tentativa 
mais ou menos consciente de obter a distribuição de consumo preferida ao longo do ciclo 
de vida". Outra crítica à abordagem do ciclo de vida é que ela não reconhece a presença 
de restrições de liquidez. 
 
 
As Implicações de Política Econômica da Hipótese do Ciclo de Vida 
Uma mudança nos gastos do governo teria efeitos multiplicadores, uma vez mais com 
efeitos induzidos sobre o consumo. Uma alteração nos impostos no sistema keynesiano 
afetaria a renda disponivel e, portanto, o consumo, mas esse efeito também era 
conseqüência da hipótese da renda absoluta a respeito dos dispêndios do consumidor. 
 
 
 
Política Fiscal e o Processo Multiplicador 
O elemento-chave na análise keynesiana dos efeitos multiplicadores de mudança sem 
variáveis de investimento e política fiscal é a reação do consumo à renda corrente. De 
acordo com a hipótese do ciclo de vida, o ​consumo é determinado primordialmente pela 
renda e riqueza esperadas para a vida inteira.​Uma mudança na renda corrente, por si só, 
tem pouca influência sobre o comportamento do consumidor. 
A hipótese do ciclo de vida, não parece implicar uma modificação essencial da análise 
keynesiana geral de multiplicadores ou política fiscal. 
 
Uma modificação é necessária na visão de política fiscal keynesiana para que a hipótese do 
ciclo de vida possa ser adotada em lugar da versão de renda absoluta da função consumo. 
De acordo com a hipótese do ciclo de vida, a renda corrente tem um forte efeito sobre 
o consumo apenas por causa do pressuposto de que mudanças na renda corrente 
afetam a renda média esperada para a vida toda​. 
Isso não acontece quando se sabe que a mudança na renda corrente é transitória, como 
seria o caso de uma mudança na carga tributária ou pagamentos de transferência 
governamentais explicitamente temporários. 
No segundo trimestre de 1975, por exemplo, foram pagos 8 bilhões de dólares aos 
contribuintes americanos, sob a forma de uma dedução única, a fim de estimular a 
demanda agregada. De acordo com a teoria do ciclo de vida, esse pagamento único não 
afeta a renda 
futura esperada e, portanto, tem pouco efeito sobre o consumo. Mesmo mudanças 
tributárias temporárias podem ter efeitos fortes, porém, se restrições de liquidez forem 
importantes na determinação do consumo, como discutido. Se uma família estivesse 
disposta a escolher um nível mais alto de consumo caso não estivesse restringida pela 
quantia que pode tomar emprestada, então uma dedução de 200 dólares, como foi recebida 
em 1975, aumentaria o consumo em até 200 dólares. A dedução reduziria a restrição de 
liquidez. Sobre a questão da eficácia de mudanças tributárias temporárias, portanto, a 
questão crucial é a importância das restrições de liquidez. 
 
Política Monetária e Consumo 
A hipótese do ciclo de vida implica que a política monetária pode ter efeitos diretos 
importantes também sobre o consumo de acordo com a hipótese do ciclo de vida, a riqueza 
da família é um dos principais determinantes do consumo. 
Ações de política monetária afetam a riqueza tanto diretamente, alterando a quantidade de 
moeda que compõe a riqueza familiar líquida, quanto indiretamente, ao afetar as taxas de 
juros e, em conseqüência, o valor de mercado de outros ativos, como os títulos públicos e 
privados e as ações. 
Um ​aumento na taxa de juros resultante de uma política monetária restritiva fará o preço 
dos títulos cair, o que ​levará as famílias a sofrerem perdas de capital em títulos​. Um 
declínio na taxa de juros resultante de uma política econômica expansionista causará um 
aumento nos preços dos títulos, com conseqüente ganho de capital em títulos. 
 
Seria de esperar que os preços das ações se movessem no sentido inverso ao das taxas de 
juros.preço que os investidores estariam dispostos a pagar por um lote de ações, com taxas 
de juros de mercado mais altas, com um determinado fluxo de dividendos, irá cair. 
Políticas monetárias restritivas, portanto, reduzem a riqueza e o consumo, ao 
contrário de políticas expansionistas. 
Políticas monetárias restritivas resultam em exigências de entradas maiores nos 
financiamentos e padrões mais rígidos de concessã o de créditos ao consumidor, 
aumentando a seriedade da restrição de liquidez para muitas famílias. Políticas monetárias 
expansionistas tornam o crédito mais acessível e reduzem restrições de liquidez. 
 
A Hipótese da Renda Permanente 
Essa hipótese tem em comum com a hipótese do ciclo de vida o pressuposto de que a 
renda de longo prazo é o principal determinante do consumo. 
 
 
A Função Consumo de Friedman 
 
 
há um componente transitório da renda; em geral, a renda medida não será igual à renda 
permanente, individual ou agregada. Podemos então expressar a renda medida ( Y) como: 
 
 
 
Como no caso da teoria do ciclo de vida, a fim de implementar a hipótese da renda 
permanente é preciso fazer algumas suposições sobre a maneira pela qual os indivíduos 
formam expectativas da renda de longo prazo. Em aplicações da hipótese da renda 
permanente, Friedman supôs que, dada uma estimativa inicial da renda permanente, os 
indivíduos corrigem essa estimativa de período para período da seguinte maneira: 
 
A Equação ( 14.11) afirma que, em cada período, os indivíduos ajustam sua estimativa de 
renda permanente em uma fração j da discrepância entre a renda efetiva no período 
corrente e a estimativa de renda permanente do período anterior. Por exemplo, 
suponhamos que j = 0,40.Um indivíduo estima sua renda permanente seria de $30.000 (Y;_1), mas a renda efetiva 
em 1999 acabou sendo de $40.000 (YJ) Da Equação (14.11), calculamos 
 
A hipótese da rend~permanente é consistente com a função consumo proporcional de longo 
prazo (PMeC constante) e com a função consumo não proporcional de curto prazo (PMeC 
declina quando Y aumenta),No longo prazo, o crescimento da renda é dominado por 
mudanças na renda permanente, com as mudanças transitórias positivas e negativas na 
renda compensando umas às outras. A relação renda-consumo de longo prazo, portanto, 
será aproximadamente a relação proporcional dada pela Equação (14.10), com a PMeC 
constante igual a K. 
No curto prazo, os anos de renda alta geralmente são anos em que o componente 
transitório da renda é positivo. Como o consumo aumenta apenas com aumentos da renda 
permanente, nesses anos de alta renda a proporção entre consumo e renda medida [PMeC 
= C/Y = Cj(YP + Y')] será baixa. Em anos de baixa renda, quando a renda transitória é 
geralmente negativa, a renda permanente fica acima da renda medida, e a proporção entre 
o consumo - que depende da renda permanente - e a renda medida é alta (a PMeC é alta ). 
Essas implicações da hipótese da renda permanente podem ser ilustradas de modo um 
pouco mais formal usando as Equações (14.10) e (14.11). Substituindoa Equação (14.11) 
na Equação (14.10) temos 
 
 
Quando a renda efetiva for baixa em relação à renda permanente (Y, < Y;_ 1), a partir da 
Equação (14.13), podemos ver que a PMeC será relativamente alta.De forma simétrica, 
quando a renda corrente for mais alta do que a renda permanente (Y, > Y~_ 1) , a PMeC 
será baixa. 
 
As evidências de estudos de cross-section de orçamentos em que famílias de renda alta 
têm uma PMeC mais baixa do que famílias de renda baixa também é consistente com a 
hipótese da renda permanente 
Por fim, a hipótese da renda permanente é consistente com o fato de movimentos 
trimestrais do consumo não acompanharem de perto esses movimentos de curto prazo na 
renda. As mudanças de renda de um trimestre para outro conterão muitas alterações 
transitórias de renda a que o consumo não responde. Da mesma forma, de acordo com a 
hipótese de Friedman, há um componente transitório no consumo que não se relaciona com 
a renda. 
As implicações de política econômica que se seguem da hipótese da renda permanente são 
semelhantes às da hipótese do ciclo de vida. Com relação à política fiscal, e em particular 
ao processo multiplicador keynesiano, a questão crucial é uma vez mais se o consumo 
apresenta uma reação forte a mudanças na renda corrente. A partir da Equação (14.12), a 
PMgC de curto prazo, a mudança no consumo por unidade de mudança na renda corrente, 
seria: 
 
 
a PMgC de longo prazo da renda permanente (óC/ óYP), K, multiplicada pela fração pela 
qual a renda permanente estimada pelos indivíduos é ajustada a uma mudança na renda 
corrente, j. Se os indivíduos ajustarem lentamente suas estimativas de renda permanente 
às mudanças na renda corrente, então j e, portanto, a PMgC derivada da renda corrente 
serão pequenas. Por exemplo, se K for 0,9 mas j for 0,3, a PMgC da renda corrente será 
 
Com uma PMgC baixa, uma mudança na política tributária, por exemplo, não provocará 
uma grande reação no consumo. No sistema keynesiano, políticas tributárias funcionam por 
meio de um efeito sobre a renda corrente (disponível) e, portanto, sobre o consumo (por 
meio da PMgC). Se a resposta do consumo à renda for fraca, mudanças na política 
tributária serão ineficazes. Se, porém, a estimativa de renda permanente for mais sensível a 
alterações na renda corrente (j alto) ou caso uma mudança, percebida como permanente, 
na carga tributária provoque independentemente a revisão da referida estimativa , a política 
tributária e outras políticas fiscais que dependam do processo multiplicador keynesiano 
deverão ser eficazes. 
 
Expectativas Racionais e a Hipótese da Renda Permanente 
 
Segundo Friedman, a hipótese da renda permanente pressupõe que as estimativas 
individuais da renda permanente são formadas de uma maneira retrospectiva. 
Quais são as implicações do pressuposto das expectativas racionais para a hipótese da 
renda permanente? Se as expectativas forem racionais, todas as informações disponíveis 
antes do período corrente já terão sido usadas para estimar a renda permanente. Isso 
implica que mudanças no consumo ocorrerão apenas como resultado de alterações 
imprevistas na renda que causem mudanças na renda permanente estimada. 
 
O consumo parece reagir demais a mudanças efetivas na renda para responder com 
consistência apenas a correções na renda permanente. Essa "sensibilidade excessiva" do 
consumo a mudanças na renda efetiva pode estar relacionada a restrições de liquidez.O 
consumo parece ser "excessivamente insensível" a mudanças imprevistas na renda. 
 
14.2 Dispêndios com Investimentos 
Seção 14.1 pretendem explicar os dispêndios com consumo medidos nas contas nacionais, 
contudo, incluem compras de bens de consumo duráveis (automóveis, computadores, 
televisores etc.), e não o fluxo de serviço derivado desses bens. 
 
Investimentos Fixos 
Os investimentos fixos são importantes em dois aspectos. 
Primeiro, os dispêndios em investimentos são um componente significativo da demanda 
agregada total.A importância dos investimentos para os movimentos cíclicos tia renda é 
ainda maior do que a proporção de sua participação no PIB, porque ele é um dos 
componentes mais voláteis da produção. 
O segundo papel macroeconômico importante dos investimentos fixos decorre do fato de 
que os investimentos fixos líquidos medem a magnitude do aumento do estoque de capital 
nacional em cada período, ou seja: 
 
 
onde K é o estoque de capital e In,, é o investimento fixo líquido. O investimento fixo, 
portanto, é importante no processo do crescimento econômico de longo prazo. 
 
Investimento e Produto: A Relação do Acelerador 
o investimento líquido mede a mudança no estoque de capital ocorrida em determinado 
intervalo de tempo. 
Não é dificil ver que o estoque desejado de capital depende do nível de produto: níveis mais 
altos de produto levam as firmas a demandar um estoque de capital maior, e este é um dos 
fatores que geram produto. Essa relação pode ser representada de um modo simples pelo 
modelo do .acelerador. 
 
Vamos pressupor, por exemplo, que essa razão seja 2 . Nesse caso, cada variação de 1 
unidade monetária na taxa de crescimento do produto (~Y) causará uma variação de 2 
unidades monetárias nos investimentos. 
são necessárias consideráveis modificações na teoria do acelerador dos investimentos 
antes que possamos usá-la para explicar o processo de investimento na economia real 
● A primeira modificação para tornar o modelo do acelerador mais realista consiste em 
considerar a demora no ajuste do estoque de capital efetivo a seu nível desejado. 
● Vamos supor também que um aumento no produto implique um aumento no estoque 
desejado de capital e que para eliminar essa discrepânciaentreos estoques de 
capital efetivo e desejado serão planejados projetos de investimento.Além do que 
podemos chamar de custo dire o dos projetos de investimento,haverá custos de 
ajustamento (é razoável supor que esses custos venham a subir rapidamente 
conforme a taxa de investimento for aumentada). Exemplos de tais custos de 
ajustamento incluem fechamentos de fábricas ou contratação de mão-de-obra em 
horas extras para instalar equipamentos e custos extras relacionados à aceleração 
da construção de uma fábrica (horas extras etc.). 
Se esses custos de ajustamento de fato subirem rapidamente conforme o ritmo do 
investimento é acelerado, o procedimento ótimo para as firmas será ajustar o estoque de 
capital efetivo ao estoque desejado de capital lentamente ao longo do tempo, compensando 
apenas uma parte da diferença entre os dois dentro de um único período. 
 
 
 
 
A Equação (14.23) especifica um mecanismo de ajuste parcial em que uma fração, À 
(lambda), da diferença entre os estoques de capital desejado e efetivo é preenchida por 
investimentos a cada período.Equação ( 14.23) implica uma resposta mais lenta dos 
investimentos a alterações na renda corrente e, portanto, implica que os investimentos 
serão menos voláteis no curto prazo do que supõe a relação do acelerador simples 
[Equação (14.20)]. A Equação (14.23), denominada modelo do acelerador flexível para os 
investimentos. 
O modelo do acelerador flexível também pode ser modificado de forma a levar em conta 
variações na velocidade com que investimentos são realizadospara preencher a diferença 
entre os estoques de capital desejado e efetivo (o parâmetro lambda). 
 
Investimento e o Custo de Capital 
Mesmo a versão flexível da teoria do acelerador dos investimentos pressupõe que o 
estoque desejado de capital seja um múltiplo fixo do produto. Essa especificação ignora o 
fato de que diferentes níveis de produto podem ser gerados com o mesmo nível de capital 
pela variação do uso de mão-de-obra, ou seja, variando-se a proporção capital/trabalho 
(K/N) e, portanto, a proporção capital desejado/produto. A escolha ótima de uma 
combinação capital/ trabalho para gerar um dado nível de produto depende da proporção 
entre os custos dos dois fatores, a proporção entre o custo do capital e o salário real. 
Esperaríamos que a quantidade de capital usada para gerar um determinado nível de 
produto estivesse positivamente relacionada ao salário real e negativamente relacionada ao 
custo do capital. O salário real relevante para a decisão de investimento não é o salário real 
corrente, mas o salário real médio esperado ao longo da vida dos bens de capital que estão 
sendo comprados. Se for suposto que essa variável não muda significativamente no curto 
prazo, a única modificação que precisamos fazer no modelo do acelerador flexível é levar 
em conta a relação entre o custo do capital e o estoque desejado de capital. 
Em nossa discussão sobre ​o modelo do acelerador flexível ressaltamos que o momento 
de ocorrência dos investimentos depende das condições de crédito, incluindo o nível 
das taxas de juros. ​A argumentação anterior indica que é o nível global de investimentos, e 
não apenas o momento da realização dos investimentos,que se espera ser dependente das 
taxas de juros e, de uma maneira mais ampla, de todos os fatores que afetam o custo do 
capital. 
Isso se deve aofato de que a razão capital/ trabalho desejada e, portanto, a proporção 
capital/ produto dependem do custo do capital. Esperaríamos, portanto, uma fimção 
investimento da forma 
 
onde CC é uma medida do custo do capital. 
Ao tomar a decisão sobre seu estoque desejado de capital, a firma está comparando a 
produtividade marginal de unidades adicionais de capital com o que pode ser denominado 
custo de uso do capital, o custo para a ,firma de empregar uma unidade adicional de capital 
por um período. ​taxa de juros é um elemento do custo de uso do capital​. Se os bens de 
capital forem comprados com lucros previamente ganhos não distribuídos entre os 
acionistas (lucros retidos), a taxa de juros representará o custo de oportunidade do projeto 
de investimento, uma vez que, alternativamente, a firma poderia ter investido seus fundos 
externamente e auferido essa taxa de juros. 
 
 
É da taxa de juros real que depende o nível de investimentos. 
Se, por exemplo, a firma tomar um empréstimo por uma taxa nominal de 10%, no final de 
um ano ela terá de pagar $110 por cada $100 emprestados. Se, ao longo do ano, a 
firma esperar que o nível médio de preços suba 10%, então o valor real esperado da soma 
a ser paga pelo empréstimo, seu valor esperado em termos de bens e serviços no fina1 do 
ano, será igual ao valor dos $100 que a firma tomou como empréstimo. A taxa de juros real 
será zero (r - n =lO% - lO%= 0). Olhando por um ângulo ligeiramente diferente, a 
quantidade esperada de produtos que a firma teria de vender para pagar $11 O no final de 
um ano é igual à quantidade que geraria $100 no início do ano se a expectativa for de que 
os preços ( incluindo o do produto da firma) subam lO% durante o ano. Portânto, os custos 
de empréstimo reais seriam zero se a taxa nominal fosse de 10%. 
 
é preciso lembrar que os juros reais representam o custo de empréstimo relevante para a 
decisão de investimento. Um elemento adicional do custo de uso do capital é a taxa de 
depreciação. Uma certa proporção (delta), do estoque de capital é consumida (desgastada) 
no processo de produção durante cada período, e essa taxa de depreciação é um 
custo para a firma que utiliza bens de capital. Até este ponto, portanto, podemos expressar 
o custo de uso do capital como 
 
Talvez a forma mais óbvia desse subsídio seja um crédito de imposto sobre investimentos. 
A administração Kennedy nos Estados Unidos, por exemplo, instituiu um crédito de imposto 
sobre investimentos em 1962, pelo qual a dívida tributária de uma empresa com o governo 
federal tinha uma redução de 7% da quantia total de seus dispêndios em investimentos 
fixos. Na verdade o governo estava pagando um subsídio de 7% por compras de 
investimento ('t = 0,07). O custo de uso do capital efetivo para a firma é 93% do custo sem o 
crédito de imposto (l - 't = 0,93 ). 
 
 
Políticas Fiscal e Monetária e Investimentos 
vimos que um aumento nos gastos do governo visando aumentar a demanda agregada 
elevaria a taxa de juros e deslocaria os dispêndios em investimentos privados. Reduções 
tributárias, em que todos os impostos eram impostos sobre famílias, teriam o mesmo efeito. 
A redução no imposto de renda estimula a demanda agregada, empurrando para cima a 
renda e a taxa nominal de juros. A elevação da taxa nominal de juros aumenta o custo de 
uso do capital. O papel do crédito tributário sobre investimentos é compensar esse 
aumento. 
Outra implicação de nossa análise neste capítulo é que ações de política fiscal 
expansionista podem acabar por estimular, em vez de deslocar, os dispêndios em 
investimentos privados, mesmo ignorando-se mudanças no tratamentotributário dos 
investimentos. Isso acontece porque políticas fiscais expansionistas irão aumentar Y e, 
portanto, estimular os investimentos por meio do mecanismo do acelerador. 
a política monetária precisa afetar a taxa de juros real a fim de afetar o nível de 
investimentos. 
 
No sistema keynesiano ou no monetarista, em que a taxa de inflação esperada depende 
primordialmente da história passada de inflação e, além disso, mudaria apenas lentamente 
ao longo do tempo, alterações na taxa nominal significarão alterações na taxa real no curto 
prazo. A taxa de inflação esperada, que é a diferença entre os dois conceitos de taxas de 
juros, é relativamente constante no curto prazo. Assim, nossa análise anterior fica 
substancialmente inalterada. Dentro da visão novo-clássica, ações antecipadas de política 
monetária afetarão rapidamente as expectativas de preços e não alterarão a taxa real de 
juros, mesmo no curto prazo. Este é mais um aspecto da noção novo-clássica de que ações 
antecipadas de política monetária não afetam variáveis reais, e é consistente com nossa 
análise anterior. 
 
Outros Componentes dos Investimentos 
investimentos em construção residencial e investimentos em estoques 
Os investimentos em construção residencial e os investimentos em estoques, embora sejam 
componentes relativamente pequenos do PNB, são importantes para a explicação da 
variação cíclica da renda. Dispêndios em bens de consumo duráveis, especialmente 
compras de carros novos, também são importantes para a explicação do comportamento 
cíclico da renda. 
 
Investimentos em Construção Residencial 
Os investimentos em construção residencial são os dispêndios para a construção de novas 
unidades habitacionais. Ao considerar os determinantes dos investimentos em construção 
residencial, duas características do mercado habitacional devem ser lembradas: 
1. Casas têm uma vida média de 40 a 50 anos. Como conseqüência, o estoque 
de unidades habitacionais existentes em um ponto no tempo é muito grande 
em relação à oferta de fluxo de novas unidades. 
2. Há um mercado de revenda bem desenvolvido para unidades habitacionais. 
 
 
 
 
No longo prazo, a demanda por casas é fortemente influenciada por fatores demográficos, 
como a taxa de crescimento populacional e a taxa de formação de novas famílias. a 
chegada à idade adulta da geração baby boom, por exemplo, estimularam fortemente a 
demanda por moradias, ao passo que um menor crescimento populacional leva a um 
aumento mais lento na demanda por moradias. 
A renda é outro determinante importante da demanda por casas e, portanto, por 
construções residenciais. Uma última influência importante sobre a demanda por 
residências é a taxa de juros. A maior parte das compras de casas é financiada por 
empréstimos hipotecários de longo prazo (20 a 30 anos). Assim, a taxa de juros da hipoteca 
tem um efeito importante sobre o custo efetivo da casa, é preciso reconhecer que a medida 
de juros apropriada é a taxa de juros real, isto é, a taxa nominal menos a taxa de inflação 
esperada. Nesse caso, a taxa de inflação esperada relevante é o aumento esperado no 
preço das casas. 
Exemplo: taxa do empréstimo for de 12% e a taxa esperada do aumento de preço das 
casas for de 10%, o custo real do empréstimo seria de 2%. Aumentos nas tax~s de juros do 
empréstimo para determinadas taxas de valorização esperada no preço das casas reduzem 
a demanda por imóveis residenciais e, portanto, o preço das casas. Conseqüentemente, o 
nível de investimentos em construção residencial declina. 
 
as altas tax~ de juros provocam um deslocamento para a esquerda na curva de oferta de 
fluxo , de H;0 para H;;~. Esse deslocamento reflete o fato de que os construtores precisam 
obter fundos em empréstimo para financiar a construção de casas. Altas taxas de juros 
sobre esses empréstimos de construção aumentam o custo das casas, o que representa um 
deslocamento para a esquerda na função oferta de fluxo. Devido ao efeito da demanda 
global por casas e da oferta de fluxo de novas casas, os investimentos em construção 
residencial caem de~ para R1 na Figura l4.8b 
 
Investimento em Estoques 
As firmas mantêm estoques tanto de bens que serão usados no processo de produção 
como de bens acabados esperando pela venda. 
O ponto de partida para a teoria padrão do investimento em estoques é o pressuposto de 
que o nível desejado de estoques de uma firma depende de seu nível de vendas . No 
agregado, geralmente supõe-se que os estoques desejados ( El) sejam proporcionais às 
vendas esperadas (V), ou seja, 
 
 
A partir da Equação (14.31) esperamos uma relação positiva entre estoques e vendas 
esperadas ou o nível geral de atividade econômica. Há, contudo, outro aspecto na relação 
estoque-vendas. 
quando a demanda agregada é menor do que o produto, a diferença aparece na forma de 
um acúmulo não intencional de estoques que entra nas contas nacionais como investimento 
em estoques. Isso sugere uma relação negativa entre vendas e investimentos em estoques 
na magnitude em que as vendas diferiram do nível esperado, ou seja, o nível de vendas em 
que se baseiam as decisões de produção da firma. Levando em conta essa relação 
adicional, fica moscom a seguinte especificação para o investimento em estoques: 
 
Num período de declínio nos negócios, quando as vendas começam a cair, os 
investimentos em estoques aumentariam na proporção em que a redução no nível de 
atividade fosse imprevista. Esse seria um acúmulo não intencional de estoques [o segundo 
termo da Equação (14.32)]. 
Nos estágios posteriores do declínio, quando passa-se a antecipar a queda nas vendas (V 
cai), esperaríamos ver uma redução bastante pronunciada nos investimentos em estoques, 
ou mesmo um desinvestimento, n.uma tentativa das firmas de reduzi-los . Um padrão 
inverso seria observável depois de um aquecimento do nível de atividade. Assim, o 
investimento em estoques teria um movimento pró-cíclico, embora um pouco defasado em 
relação ao ciclo. 
 
Dispêndios em Bens de Consumo Duráveis 
A variável adequada para analisar os bens duráveis nas teorias do consumo estudadas na 
Seção 14.1 são os fluxos de serviços derivados dos bens duráveis, às vezes medidos na 
forma de depreciação dos estoques de bens duráveis. sob o ponto de vista teórico, os 
dispêndios em bens de consumo duráveis, deduzida a depreciação dos estoques de bens 
duráveis, deveriam ser vistos como uma forma de investimento familiar. 
Uma razão pela qual é importante distinguir dispêndios em bens de consumo duráveis dos 
fluxos de serviços derivados dos bens duráveis é que, enquanto os fluxos de serviços, como 
parte do consumo, dependem da vida esperada ou da renda permanente, o momento de 
ocorrência dos dispêndios em bens duráveis é muito mais sensível à renda corrente. Se os 
dispêndios em bens de consumo duráveis são sensíveis a alterações na renda corrente, 
mudanças na carga tributária poderiam ser usadas para regular a demanda agregada 
mesmo que o consumo (compras de bens de consumo não duráveis, serviçose os fluxos 
de serviços derivados de bens duráveis) não respondesse fortemente a mudanças na renda 
disponível induzidas por impostos. 
O consumo poderia não responder se a mudança tributária fosse temporária e o consumo 
dependesse da renda esperada da vida inteira, ou renda permanente, mas mesmo uma 
mudança tributária temporária poderia ter um forte efeito sobre o momento de ocorrência 
dos dispêndios em bens de consumo duráveis. Além disso, uma política monetária poderia 
ser usada para afetar a magnitude dos dispêndios nesse tipo de bens.

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