Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Quarta Aula Prática: Processamento de termoplásticos: Extrusão Disciplina: Ciência e Tecnologia de Polímeros. Prof. Dr Alex da Silva Sirqueira. Aluna: Hellen Regina Oliveira de Almeida. Seropédica, 21 de setembro de 2018. Campus Seropédica. Mestrado em Engenharia Química Ciencia e Tecnologia de polímeros 1. INTRODUÇÃO Os polímeros termoplásticos, são matérias com a capacidade de amolecer e fluir quando sujeitos a aumento de temperatura e/ou pressão. Podendo-se assim, serem moldados da melhor forma para sua utilização. Esta alteração é uma transformação física e reversível, possibilitando sua posterior reciclagem. (JUNIOR, 2006) Existem diversos processos para moldagem de polímeros, cuja sua escolha depende, inicialmente, do tipo de processo para obtenção da fluidez da massa que pode ser obtida por aquecimento ou apenas pela adição de um líquido. Os processos de moldagem com aquecimento podem ainda ser subdivididos, conforme exijam ou não a utilização de pressão. Na tabela 1, encontra-se resumido esses tipos de transformações. (MANO & MENDES, 2004) Tabela 1 – Processamento de transformação de polímeros moldáveis. Processo Característica Produto Calor Pressão Dispersante Vazamento + - - Acabado ou semi-acabado Fiação por fusão + - - Semi-acabado Compressão + + - Acabado Injeção + + - Acabado Calandragem + + - Semi-acabado Extrusão + + - Semi-acabado Sopro + + - Acabado Termoformação + + - Acabado Fiação Seca - - + Semi-acabado Fiação Úmida - - + Semi-acabado Imersão - - + Acabado Fonte: MANO & MENDES, 2004. Além dos processos mencionados, são ainda de importância na indústria procedimentos diversificados, visando o acabamento do artefato. Por exemplo, na confecção de uma bola de PVC plastificado, após a fabricação por vazamento rotacional, é preciso proceder ao acabamento pelo jateamento de tintas coloridas sobre a superfície da bola. As regiões do artefato que não devem receber tinta são recobertas por uma máscara, que deixa abertos os espaços que devem receber a cor, o escudo de um clube, suas iniciais, etc. O procedimento é repetido com as máscaras adequadas, para que o desenho sobre a superfície da bola adquira o aspecto desejado no produto final. (MANO & MENDES, 2004) Uma vez que o método de reprocessamento escolhido para o PEBD, reciclado com negro de fumo, neste trabalho foi a extrusão, iremos apresentar de forma mais detalhada este processo de moldagem. A Extrusora é um equipamento amplamente utilizado na indústria de plástico na fabricação de produtos contínuos como filmes, perfis, tubos, monofilamento, etc. Além da produção de grânulos novos ou recicláveis. O processo de extrusão (Figura 1) consiste em alimentar o funil da extrusora com o material moído ou granulado, o qual através da gravidade cairá sobre a rosca que o transportará por um cilindro aquecido por resistência elétrica, parte deste calor é promovido pelo atrito do material com as paredes do cilindro. Nesta fase o material passa por 3 zonas: Alimentação, compressão e dosagem. (RODA, 2012) Na zona de alimentação, a rosca possui sucos profundos, pois a intensão é apenas aquecer o material até seu ponto de fusão e transporta-lo para a próxima zona. Na zona de compressão, existe uma diminuição progressiva dos sucos da rosca comprimindo o material contra a parede do cilindro promovendo sua plastificação. Na zona de dosagem, os sulcos da rosca são continuamente rasos, fazendo com que exista uma mistura eficiente do material e a manutenção da vazão através da pressão gerada. (RODA, 2012) Ao final do cilindro o material é forçado contra telas de aço que seguram as impurezas como metais e borracha, passando então a matriz onde tomará a forma do produto final. A partir deste ponto o processo segue rumos diferentes de acordo com o produto a ser fabricado, podendo ser a produção de filmes, de frascos soprados, granulados, etc. (RODA, 2012) Figura 1 – Processo de Extrusão. Fonte: http://www.ufrgs.br/lapol/processamento/l_42.html Dentre todos os componentes de uma extrusora, a rosca é um dos mais importantes pelo fato de transportar, fundir ou amolecer, homogeneizar e plastificar o polímero. É devido ao movimento, e consequente cisalhamento sobre o material, que a rosca única gera cerca de 80% da energia térmica e mecânica necessária para transformar os polímeros. Outra parte da energia térmica é obtida de aquecedores externos. (MANRICH, 2005) Rosca única (RU) é o tipo de rosca mais utilizada pelas indústrias, pois gera produtos homogêneos, de baixo custo, e com a qualidade desejada na maioria das vezes. Quando isso não é alcançado, pode-se substituir a extrusora por outra, com rosca dupla (RD), por exemplo. (MANRICH, 2005) As propriedades do polietileno (PE) fundido para uso geral permitem sua fácil processabilidade, principalmente o PEBD (Polietileno de baixa densidade, que funde por volta de 110ºC. Uma propriedade interessando do PE no estado fundido é a sua alta viscosidade logo acima da temperatura de fusão. Como nestes polímeros predominam forças secundária fracas, elas perduram após a fusão cristalina, mantendo ainda uma alta densidade de energia coesiva, sendo adequada processar o PEBD em torno de 180ºC (faixa entre 160ºC e 250ºC), onde a viscosidade permite boa processabilidade e conformação. (MANRICH, 2005) 2. OBJETIVO Processar por extrusão polietileno de baixa densidade reciclado com negro de fumo, obtendo-se pellets. 3. MATERIAS E REAGENTES • Polietileno de baixa densidade reciclado com negro de fumo, • Becker de 250 mL. 4. EQUIPAMENTOS • Extrusora monorosca, marca Teck Tril, modelo DCT 20-40, • Banho de resfriamento, • Trituradora, marca Sagec. 5. PROCEDIMETOS EXPERIMENTAL Com auxílio de um Becker de 250mL, adicionou-se o PEBD reciclável com negro de fumo, na forma de pellets, na extrusora (imagem 2) pelo funil de alimentação. Figura 2 - Extrusora monorosca, marca Teck Tril, modelo DCT 20-40. Programou-se o procedimento pelo painel de comando, controlando as temperaturas das 10 zonas, cabeçote, refrigeração, RPM, torque, pressão e AMP da bomba de vácuo, como pode-se observar na figura 3. Figura 3 - Painel de comando. Ao final do processo de extrusão, obtém-se seguimentos de fios de PEBD ainda quente (imagem 4), que são resfriados no banho de água e triturados em pequenos pedaços no triturador (imagem 5), que são armazenados em saco plástico (imagem 6). Figura 4 - Fios de PEBD quente. Figura 5 - Banho de Resfriamento. Figura 6 - Armazenamento. 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES Obteve-se o PEBD reciclado com negro de fumo, no formato de pellets (Figura 7). O PEBD utilizado na prática já tinha passado por este processo antes, porém a sua característica de termoplástico possibilita a realização de inúmeros processos de deformação sem perder suas características química e mecânica, mantendo assim suas propriedades iniciais. Figura 7 - Pellets obtidos de PEBD. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS • JUNIOR, SEBASTIÃO V. CANEVAROLO. Ciência dos Polímeros: Um Texto Básico para Tecnólogos e Engenheiro. 2. ed. São Paulo: Artliber Editora, 2006. • MANO, ELOISA BIASOTTO; MENDES, LUÍS CLÁUDIO. Introdução a Polímeros. 2. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2004. • MANRICH, S. Processamento de termoplásticos: rosca única, extrusão e matrizes, injeção e moldes. 1. ed. São Paulo: Artliber Editora,2005. • Processamento de Polímeros. Disponível em: http://www.ufrgs.br/lapol/processamento/l_42.html. Visualizado em: 22 de setembro de 2018. • RIDA, D. T. A extrusora e o processo de extrusão. Disponível em: http://www.tudosobreplasticos.com/processo/extrusao.asp. Visualizado em: 22 de setembro de 2018. • SAGEC Máquinas LTDA. Disponível em: http://www.sagec.com.br/maq_granulador.html. Visualizado em: 22 de setembro de 2018. • Teck Tril. Disponível em: http://www.tecktril.com.br/produto.htm#text-10. Visualizado em: 22 de setembro de 2018.
Compartilhar