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trab manuscrito douglas

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divisão dos poderes do Estado em três órgãos distintos (Executivo, Legislativo e Judiciário), independentes e harmônicos entre si, representa a essência do sistema constitucional. Uma Constituição que não contenha esses princípios não é uma Constituição. 
2. A ORIGEM 
A especialização das funções ou divisão dos poderes no Estado é a conseqüência natural do desenvolvimento social, da complexidade crescente da atividade do poder público, do progresso material e moral dos povos. 
Já Aristóteles, na política, dizia que na organização do Estado há três partes, que devem merecer especial cuidado. A primeira é a assembléia dos cidadãos, a segunda é a magistratura, isto é, os funcionários designados pela assembléia para certas funções e a terceira é o corpo judiciário. No entanto, Aristóteles não deixou as funções dos órgãos bem definidas. 
Depois do filosofo grego a doutrina da divisão dos poderes permanece longos séculos sem merecer qualquer atenção dos escritores. Locke é o primeiro escritor que realmente elabora uma teoria da divisão dos poderes. 
Coube, porém a Montesquieu, jurista e filosofo francês. Autor do Espírito das leis, não somente elaborar uma teoria completa da divisão dos poderes como também difundi-la por toda a Europa, vindo a constituir um dos maiores fatores da organização dos Estados modernos. Depois de distinguir os três poderes, Montesquieu passa a expor as razões pelas quais eles devem estar separados. 
3. A EVOLUÇÃO DA TEORIA 
Num balanço histórico da doutrina da separação de poderes este seria o primeiro ponto a ser ressaltado: o da perda gradativa da pureza de cada uma das funções do Estado a tal ponto que é perfeitamente lícito afirmar-se que, hoje, dizer que a função legislativa é própria do Poder Legislativo é uma verdade tão somente relativa porque esse próprio poder desempenha também funções administrativas e judiciárias. Daí porque o nome da função de cada um dos poderes é o daquela que ele exerce preponderantemente sobre as outras, que ele cumpre sobre título minoritário e que não correspondem ao modelo de alocação feito por Montesquieu e às quais se dá o nome de funções atípicas. Resultou dessa evolução que hoje a separação de poderes se dá segundo modos, graus e mesmo critérios que variam muito de um Estado para outro. 
4. OS TRÊS PODERES 
Há separação de órgãos, especialização de funções, ma há cooperação entre os órgãos, exatamente para o fim que Montesquieu almejava: para que o poder limite o poder. Assim, a função legislativa é desempenhada principalmente pelo órgão Legislativo, mas o Executivo coopera na função propondo leis, e limita-o negando a sanção ou vetando as leis. O órgão judiciário igualmente, porque pode declarar a inconstitucionalidade de uma lei. Por sua vez o  Legislativo colabora com o executivo e limita-o, pois mitos atos deste ficam dependendo da aprovação do primeiro. Além disso, cada órgão exerce principalmente sua função peculiar, porém não exclusivamente, pois praticam atos que por sua vez pertencem à natureza diversa. 
5. A PRÁTICA E CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Consideremos a seguir na prática constitucional do Estado moderno as mais conhecidas formas de equilíbrio e interferência, resultantes da teoria de pesos e contrapesos. 
Com o veto dispõe o executivo de uma possibilidade de impedir resoluções legislativas e com a mensagem recomenda, propõe e eventualmente inicia a lei, mormente naqueles sistemas constitucionais que conferem a esse poder - o executivo – toda a iniciativa em que questões orçamentárias e de ordem financeira em geral. Já a participação do executivo na defesa do poder judiciário se exprime mediante o indulto, faculdade com que ele modifica efeitos de ato proveniente de outro poder. Igual participação se dá através da atribuição reconhecida ao executivo de nomear membros do poder judiciário. 
Do legislativo, por sua vez, partem laços vinculando o executivo e o judiciário à dependência das câmaras. São pontos de controle parlamentar sobre a ação executiva: a rejeição do veto, o processo de impeachment contra a autoridade executiva, aprovação de tratado e a apreciação de indicações oriundas do poder executivo para o desempenho de altos cargos da pública administração. 
Com respeito ao judiciário, a competência legislativa de controle possui, em distintos sistemas constitucionais, entre outros poderes eventuais ou variáveis, os de determinar o número de membros do judiciário, limitar-lhe a jurisdição, fixar a despesa dos tribunais, majorar vencimentos, organizar o poder judiciário e proceder o julgamento político (de ordinário pela chamada “câmara alta”), tomando assim o lugar dos tribunais no desempenho de funções de caráter estritamente judiciário. 
É preciso reconhecer que o equilíbrio dos poderes no Estado moderno não se dá tão somente mediante uma atividade balanceada do legislativo, executivo e judiciário. O equilíbrio do Estado moderno vai depender dos controles recíprocos que são exercidos na sociedade por sindicatos, organizações profissionais, igrejas, forças armadas, imprensa, partidos políticos etc.

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