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Atividade 2 Teoria da Administracao Publ

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Ministério da Educação
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Escola de Administração e Negócios
Coordenadoria de Educação Aberta e a Distância
Curso de Graduação em Administração Pública 
	
Jamil Francisco de Arruda
ATIVIDADE 2: Teorias da Administração Pública.
Atividade apresentada à disciplina 
de Teorias da Administração Pública
ao Prof. Cleo Adriano da Silva.
Campo Grande
2016
1. Descreva o que você entendeu por dominação e qual a relação desse conceito com a Administração Pública?
	A Dominação pode ser entendida como sendo um tipo especial de poder cujos dominantes acreditam que têm o direito de exercício do poder, e os dominados acreditam que o seu dever é obedecer às ordens daqueles (MEDEIROS, 1978). Ex: o governo eleito pelo povo, que acredita em seus ideais.
2. Cite os tipos de manifestação de uma dominação?
	De acordo com Weber (1984) são três os tipos de dominação possíveis: a tradicional, a carismática e a legal.
	A Dominação tradicional, na qual a fonte de crença que a legitima está baseada na tradição, ou usos e costumes perpetuados em um dado grupamento social. Ou seja, poderes de mando herdados por meio de valores ligados a um determinado conjunto de tradição que se perpetua ao longo do tempo. A família real inglesa pode servir de exemplo.
	A Dominação carismática tem como fonte de legitimação de autoridade a crença no carisma que um indivíduo possui, dotando-o de capacidade suficiente para influenciar terceiros à obediência. De acordo com Weber (1984) o carisma faz referência a uma qualidade extraordinária da personalidade de alguém, o dom da graça pessoal, algo sobrenatural que esse mesmo alguém possui e que o torna especial perante os demais. Jesus Cristo e Barak Obama são exemplos de líderes carismáticos.
	Na Dominação legal, a legitimação das relações de mandato e obediência se estabelece pela crença em ordenamentos, regras e estatutos legais, formais e impessoais. Ou seja, a obediência não é exercida em relação a um senhor por uma tradição institucionalizada, mas sim por meio de regulamentos de caráter racional. Nesse tipo de dominação há um senhor mandatário, cujos méritos ou crença legitimadora de seu poder são dados a partir de regras tradicionais já estabelecidas secularmente. Desse modo, O soberano não é um superior mas sim um senhor pessoal, seu quadro administrativo não se constitui por funcionários e, sim por servidores, os dominados não são membros da associação.
3. Faça uma síntese das três tipologias de Administração Pública vistas nesta Unidade e monte um quadro comparativo. Comente as principais diferenças entre elas.
Administração Pública Patrimonialista
Todos os cargos de governo que constituem suas estruturas administrativas estão sob o domínio pessoal (comunidade doméstica) de um soberano. Para fazer parte dessa comunidade doméstica, o recrutamento de servidores começou a ser dado por meio de relações de confiança e obediência estreita a um senhor;
Os funcionários patrimoniais podem ascender a um cargo mediante concessão do mandatário, bem como pela compra ou arrendamento desses direitos, fazendo jus ao recebimento de benefícios. Podendo ainda vender esses direitos para terceiros;
O exercício de um governo é fortemente centralizado e dependente da economia baseada em atividades comerciais, empreendidas estas pessoalmente pelo mandatário;
A apropriação de parte das atividades comerciais é realizada por terceiros, via imposição de tributos e concessões criadas pelo soberano;
As forças militares são fiéis e obedientes à autoridade arbitrária do soberano, inclusive para a expansão territorial de seus domínios; e
O livre arbítrio do senhor, no exercício do poder decisório, é legitimado socialmente pela crença ancestral (tradicional) de sua capacidade para possuí-lo (BENDIX, 1979).
Administração Pública Legal
	Na dominação legal a legitimação das relações de mandato e obediência se estabelece pela crença em ordenamentos, regras e estatutos legais, formais e impessoais. Ou seja, a obediência não é exercida em relação a um senhor por uma tradição institucionalizada, mas sim por meio de regulamentos de caráter racional. De acordo com Weber (1984), o tipo mais puro de dominação legal é o exercido por meio da burocracia.
Administração Pública Burocrática
A definição de regras e estatutos formais que detalham funções, competências e divisão de tarefas para o alcance de objetivos predefinidos;
Os direitos e os deveres claramente delimitados pelos regulamentos, sendo aplicados indistintamente a todos de uma dada organização (aqui entendida como pública ou privada constituída formalmente com vistas ao alcance de fins predeterminados);
A configuração de uma estrutura hierárquica de mando e obediência, na qual se define quem manda, como manda e quem e como obedece, estabelecendo legalmente funções e limites da autoridade de cada cargo;
O recrutamento de pessoal estabelecido por regras claras, baseadas no conhecimento de cada um para o exercício de um dado cargo;
O padrão de remuneração definido de acordo com as funções dos cargos;
Os sistemas de promoção nas carreiras profissionais definidos por critérios objetivos; e
A distinção entre as funções de uma tarefa que um indivíduo executa, definidas por um cargo, e as características pessoais deste mesmo indivíduo. É a vitória da impessoalidade sobre a pessoalidade, ou da razão sobre a tradição.
4. Se a burocracia representa a eficiência das organizações, o que nos leva a denominar de burocracia aquilo que não funciona ou é ineficiente no serviço público?
	O problema da burocracia, de acordo com Weber, é político e não social. Entre resolver um problema e seguir uma norma, o burocrata comumente opta por seguir a norma. Tal comportamento faria disfuncionar à burocracia, tornando-a lenta em seus procedimentos, excessivamente formais, resistente às mudanças. O exagerado apego às normas distanciaria o comportamento burocrático dos fins organizacionais trazendo, por fim, a ineficiência. Como consequência, surgiria, o conservantismo e o tecnicismo.
	As disfunções como irregularidades ou anormalidades que se confundem nos processos administrativos das organizações, ocasionando confrontos até mesmo no comportamento do indivíduo no ambiente de trabalho, faz com que os objetivos pretendidos pela organização deixem de ser atendidos e a qualidade de vida dos indivíduos da organização se torne insatisfatória (Oliveira, 2006, p. 291-292).
	Entre todas as disfunções, a mais notória é o fato de as normas e os regulamentos deixarem de serem ferramentas de trabalho para serem o objetivo do trabalho, ou seja, o servilismo às normas, de início idealizado como meio, transforma-se em um fim em si mesma. Mesmo com a ascensão da burocracia, Weber notou que havia algumas fragilidades no modelo, pois o indivíduo que trabalha dentro de uma organização teria que abrir mão daquilo que deseja para seguir regras e imposições, o que torna o trabalho bastante complexo e ineficiente.
5. Quais características mais marcantes das três tipologias podem ou não ser identificadas na gestão municipal de sua cidade? Descreva-as.
LEGAL
	Apesar dos arroubos personalísticos e populistas do atual prefeito de Campo Grande, a tipologia legal é a que mais pode ser identificada na gestão da nossa cidade. Somos um Estado Democrático e de Direito e, por isso, os regramentos existentes para a administração da coisa pública devem ser obedecidos na forma da lei. 
PATRIMONIALISTA
	A tipologia patrimonialista é uma característica muito presente na atual administração de Campo Grande, principalmente quando é analisado o caráter centralizador nas tomadas de decisões. Além disso, muitos ocupantes de cargos que compõe a administração direta da cidade estão ligados diretamente aos interesses políticos do prefeito. 
BUROCRÁTICA
	Esta característica, do ponto de vista da disfuncionalidade do termo, é visível não somente em
Campo Grande, mas como em todo o país. Ou seja, a burocracia sendo encarada não como a postulação original de Weber, mas como “aquilo que não funciona ou é ineficiente no serviço público”. Um exemplo disso é a entrega de uniformes e materiais escolares para as crianças da rede municipal de ensino. Algo que deveria ter acontecido no início do ano letivo, vai ser realizado às vésperas das férias que encerram o primeiro semestre das atividades escolares.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADMINISTRADORES. As disfunções da burocracia transformam-se na própria ''burocracia''. Disponível em: < http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/as-disfuncoes-da-burocracia-transformam-se-na-propria-burocracia/44412/>. Acesso em: 30 jun. 2016.
JUNQUILHO, G.S. Teorias da administração pública. 2. ed. reimp. – Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília]: CAPES : UAB, 2012.
180p.

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