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Resumo-Barili-Estética

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – JORNALISMO
(BARILLI, Renato. Curso de Estética, Lisboa. Editorial Estampa, 1989. Págs 17-47)
RESUMO
	Inicialmente o autor destaca a atenção para a nomeclatura da ciência Estética e nos diz que é errado acreditar que esta tenha uma estabilidade própria. Logo no início Barilli trás à tona a ideia que esta ciência trata-se de um objeto pertencente a cultura. E por estar tão ligada a mesma, dá-se por aproximação essa nomeclatura. 
	A ideia do paralelo que a estética percorre entre a cultura e a natureza também ganha enfoque de imediato. Fazendo algumas comparações por exemplo, Renato discorda da ligação total desse campo com os critérios evolucionistas de Darwin. Para o autor, as argumentações atreladas ao darwinismo não satisfazem nem muito menos acompanham a velocidade com que os objetos culturais se manisfestam. Fatores como início, data de criação, duração e sobrevivência deste âmbito é mais claro se observados como parte do objeto cultural.
	Quanto à definição, um questionamento importante é levantado sobre a Estética ser vista como filosofia da arte (uma vez que outras ciências como a ética por exemplo, é considerada como a filosofia da moral) sendo necessário “um discurso e um rigor critico que se reconhece a filosofia”.
	Se levarmos em consideração a definição pelo léxico, a nomeclatura, de imediato, associamos o nome fazendo alusão aos tratamentos estéticos, do cuidado com o corpo; fazendo menção a salão de beleza e daquilo que é visto como bonito/belo. Adicionamos ainda estranheza diante do termo estetólogo, que se dá para aquele que se preocupa de problemas estéticos. Este pensamento é justificado por essa mesma nomeclatura fazendo com que leigos pensem de tal modo, obrigando a ciência concordar dando razão a estes.
	Etmologicamente o termo está ligado ao sentir, mas ao sentir de uma forma diferente: com os sentidos, por meio de percepções físicas. Foi proposto pelo alemão Baumgarten em 1750 observando a raiz verbal grega “aisth” (aisthánomai ligado à ideia do sentir). Neste sentido o termo ainda sobrevive, mesmo que infelizmente o senso comum distorça, com razão, o verdadeiro sentido.
	 Por outro lado, falando como filosofia ou estudo da arte, esta mesma estética se distancia do sentido etmológico original. Isto porque o termo visto como “sensação ou sentir” faz mais sentido do que filosofia da arte. Esse fator, segundo Barilli, é causado pela evolução da arte nos últimos séculos, tendo foco também para as vanguardas modernistas diminuirem a visão da “excelência da arte”. Fez-se necessária, para o autor, a busca sensível e o retorno às origens na acepção de Baumgarten.
	No que diz quanto à nomeclatura, no campo encontramos duas raízes lexicais: “art” e “est”; as duas pretendentes a dominarem o setor. O termo “est” ganha crédito por uma questão de origem e até mesmo por facilidade. Se observamos o lado histórico fica mais fácil definir origens, datas e outros assuntos afins, uma vez que o termo “art” é muito ancestral.
	Sem deixar o sentido do radical “art” de lado, o autor mostra a relação que este termo possui com seu estudo, aprofundando o estudo do sentido do nome. Este termo corresponde ao vocábulo grego “techne”, ainda mais remoto, que quer dizer técnica. Este significado corresponde à noção do trabalhar, produzir e realizar atos da matéria com destreza; um exemplo citado é o artesão tendo como o artesanato, classificado como uma arte servile.
	Por este conceito, Barilli quer deixar clara a relação entre a técnica e o sentido. No contexto histórico observou-se que era necessária a valorização daquilo que era produzido pelos valores físicos através dos valores da mente. Incluindo também as artes liberales que seriam em nossos dias, como as profissões. Mesmo estas, no mundo antigo, são vistas por um “âmbito mais vasto e empenhativo” do que em nossa época.
	Ao lado de toda esta estrutura, Renato nos apresenta a “poiesis”, uma forma diferente de se fazer arte. Totalmente diferente do que era de costume, por não utilizar materiais comuns nem força física, a poiesis é apontada por utilizar apenas a “substância espiritual” e na poética surge um caráter de excelência e nobilidade enquanto a arte indica um grau de habilidade, mas vulgar de administração.
	Tal valor se deu pela crença da “inspiração divina” na criação da poesia gerando total desacordo por Aristóteles. O discordante não desvaloriza o “poiein”, mas chama a atenção para a necessidade de um “fabricar” neste processo. Para Aristóteles o processo de realização é o mesmo, tendo apenas as fómulas por diferentes. Assim outros diferentes tipos de artes, digamos, a elaboração da poesia também acompanha de uma duração temporal, uma capacidade e um aspecto físico que são os “poemas”.
	Depois destes eventos, na linha temporal, Barilli entra com o terceiro radical grego: “rhe”, a Retórica, que também foi codoficada por Aristóteles. Ela naquele contexto tinha por função “examinar e instruir todos os problemas do dizer”. Ocupava-se com a ornamentação, a dicção e a qualidade do material vebal. Andava rente à poética mesmo sendo atribuída a várias funções.
	Com todos estas informações analisadas por Renato, se observarmos ao longo da história um meio para obter um denominador comum da Estética, dificilmente encontraremos um único conceito claro e simples. Na linha retrospecta temporal há desarmonia e incomunicação, segundo o autor. Mesmo porque depois de ter visto sobre a técnica, a arte, a poética e a retórica, cada uma delas possui um campo subordinado; o que dificulta ainda mais a conclusão. Pior ainda se observarmos também a gangorra dos diferentes níveis de valorização que estes campos ganharam ou perderam até os dias de hoje.
	É destacado também o conflito evolutivo entre a poética e a retórica. Com o Renascimento a retórica é resgatada entrando em contraste com a poesia aristotélica. Por tudo isso fez-se necessária, a explicação da apresentação sintética com o objetivo de atenuar que o quadro histórico mostrado acima “não sofra tranformações substanciais, mas retoques internos”.
	Todavia, o objetivo até aqui para o autor não é apresentar um desenvolvimento histórico da estética. Para isso seria necessário muito mais estudos. O objetivo até o momento se dá pela apresentação demostração da complexidade conceitual tendo por meta ajustar um “equilíbrio recíproco” entre esses estudos, depois do mérito de Baumgarten.
	Baungartem é valorizado por ter sentido a exigência de “unificar o campo”, produzi-lo com uma noção e um termo relativo. A valorização da pesquisa do alemão é ressaltada nos parágrafos seguintes. O autor apela ainda para a atenção que se deve dar para o conceito estabelecido por esse estudioso. Logo mais Barilli entra na desbravação do termo. Para ele, há mais conteúdos que foram desapercebidos dentro das definições da “aesthetica”, de baumgarten.	
	Um fato interessante é percebido. No segundo parágrado da página 24 nos é apresentado Croce, o qual creu que a estética teria nascido com Baumgarten. O pensamento visto acima é comparado com as ideias dele, todavia Barilli faz uma crítica quanto a leitura de Croce, classificando-a como excessiva e desvirtuante, talvez pelo modo de interpretação. 
	A crítica se dá pelo motivo de Croce defender a unificação do campo da estética de forma independente. Para ele, diferente do pensamento baumgarteniano, fosse exigida uma única categoria de estudo e definição ignorando qualquer manifestação colateral daquela mesma área fundamentada em seu pensamento idealista. 
	Já Baumgarten acreditava na importância que cada área de estudo que aparecia em sua pesquisa. Não desprezava nenhuma, utilizando estas como somatórias para suas definições. Daí surge a visão da estética como consórcio, ou seja, neste sistema as diferentes partes concorrem em comunidade com suas “respectivas particularidades”: a aliança estrutural é reforçada, mas as mesmas não perdem suas bases ou “virtudes”,
como citado no texto.
Barilli destaca para a importância que se deve dar à visão baumgarteniana. A “cognitio sensitiva”não pode ser lida como antecipação do sentimento romântico idealista. Existe uma representação simbólica na página 27 que nos exemplifica claramente a composição do consórcio da estética no pensamento de baumgarten.
Dentro daquele modelo podemos perceber a existência dos conceitos em duas esferas: “ars pulcre cogitandi”, que é empregado como acepção aperfeiçoada no reforço do espaço de uma racionalidade desvinculada de deveres técnico-material e do “artes liberales”. Ambos componentes da esfera estética, muito diferente do pensamento crociano que a representaria apenas por um círculo vázio.
Para o estudo da estética não podemos nos apegar a tradução literal do seu nome. O autor mostra também que todas as experiências, inclusive aquelas ligadas ao pensamento idealista de Croce passam pelo sensorialismo. Na estética de Baumgarten ela é vista muito mais do que uma filosofia, sua visão baseia-se no scientia... cognitions sensitivae, um conjunto de saberes, como visto no exemplo do consórcio, anteriormente.
Mais à frente Kant trás à tona o entendimento da estética como exercício da sensorialidade. Tal conceito alcança grande importância. Ele a estuda como uma parte da filosofia, dedicada ao estudo das formas de conhecimento ligadas ao sensível. Neste embalo, já antes, outros estudiosos já observavam o “sentir” com mais afinco.
Tais investidas emergiram o belo e o sublime da natureza, uma estética dos estados de ânimo, Esse fenômeno, pelo escritor, é classificado como romantismo estético. Barilli aponta, no que diz respeito a este romantismo, para duas vias: Uma de origem no pensamento kantiano que prevalece a ideia do consórcio e a outra na concepção da escala ascendente, ou seja, “encontra-se nos estados baixos da natureza e da sensibilidade”. Nesse ponto, segundo Renato, fica inevitável o choque entre os dois radicais, fazendo-se necessária um possível retorno ao pensamento de Baumgarten.
O autor reconhece a rachadura na definição dada por Baumgarten acerca de que a sensibilidade faça parte de uma cognitio. No início do capítulo seis temos uma breve noção da realidade vivida por este “patrono” defronte à filosofia daquele tempo: era “denominada pelo princípio teorético, especulativo, cognitivo”, mas ele movia-se pelo campo de uma filosofia teorética. Nos mostra também uma breve explicação da praxis daquele século em contra-ponto com o atual.
No final do mesmo capítulo é apresentado o esforço que alguns estetólogos como John Dewey, Jan Mukarovsky, dedicaram para trazer à grade conceitos como “experiência” e “função”, respectivamente. Ambos importantes, mas não suficientes. Para Barilli seria necessário o uso de um “termo-conceito” direto, de sentido único e não duvidoso. Os apresentados por estes aqui, são vastos.
	Três tipos de experiência nos são apresentadas na concepção do estetólogo: a experiência comum, estética e científica. A primeira citada deve ser observada rejeitando a suspeita que ela seja o âmbito de uma fisicidade ou sensorialidade. Esta possui um certo valor e vale-se da inteligência prática. Está mais ligada ao senso comum, aos costumes rotineiros e habilidades eventuais.
	A segunda, na experiência estética o propósito de finalidade das ações é mais observado através da análise das situações de uma forma mais ampla e intensa, fora dos mecanismos rotineiros. Objetiva introduzir na terra um estado paradisíaco onde se possa viver os vários aspectos do mundo. E por terceiro, a experiência científica valoriza o resultado último, considerando o processo intermédio apenas como funcional.	
	
	O italiano Galvano Della Volpe é visto como o estetólogo que contribuiu com mais consistência para o problema. Ele parte de uma triparticipação de funções ou tipos de experiência ao tratar apresentando o termo “discurso”, depois nos apresenta a via alternativa: o de texto no significado literal ligando fibras entre si, ou seja, coordenando diversos materiais de experiência.
	Na nomeclatura dele, surge com compreensão aceitada a binaridade das faces do discurso ou contexto poético, que ao mesmo tempo é chamado de orgânico – propriedades internas formais – um tipo de propriedade que remete para a outra causando reciprocitade.
	É observável que nas duas fases das experiências citadas anteriormente, se consiga obter, como diz o autor, uma “convertabilidade recíproca” sem precipitação em substâncias recíprocas. Neste método não existe separação, mas diversidade de abordagem. Ressaltando também que é tradicional as subdivisões das ciências do conhecimento e ciências morais.
Por fim o trabalho segue com a ideia de Dewey pra eliminar a relevância de todo esse contraste, uma vez que as fases cognitivas fazem parte da esfera prática. Outro ponto observáel também, traz destaque para as situações morais quotidianas e o exercício das mesmas de forma automática. Eesses hábitos, para Barili, exigem ainda uma investigação cognitiva.
Estevão Brito – C.S Jornalismo noturno; 3º Semestre

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