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UNIDADE III ORIENTAÇÃO DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA PLANTA

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ORIENTAÇÃO DO 
CRESCIMENTO E 
DESENVOLVIMENTO 
DA PLANTA
O crescimento pode ser orientado através de:
1 – Controle físico ou poda
2 – Controle biológico
3 – Controle químico
Conceito de poda:
A poda é a arte e a técnica de orientar e educar as 
plantas, de modo compatível com o fim que se tem em 
vista.
A poda é a remoção metódica das partes de uma planta 
com o objetivo de melhorá-la em algum aspecto para os 
interesses do cultivador
Os objetivos principais da poda são:
1º- Modificar o vigor da planta;
2º- Produzir mais e melhor fruta;
3º- Manter a planta com um porte conveniente ao seu 
trato e manuseio;
4º- Modificar a tendência da planta em produzir mais 
ramos vegetativos que frutíferos ou vice-versa;
5º- Conduzir a planta a uma forma desejada;
6º- Suprimir ramos supérfluos, inconvenientes, doentes 
e mortos;
7º- Regular a alternância das safras, de modo a obter 
anualmente colheitas médias com regularidade.
Formar uma copa bem equilibrada, 
mecanicamente forte, não sujeita a quebras nas 
bifurcações
Melhorar a estética e a utilização da árvore 
(facilidade para operações culturais , como 
colheita e controle de pragas e doenças)
Melhorar a distribuição da luz no interior da 
copa
A circulação da seiva é tanto mais intensa
quanto mais retilíneo for o ramo e quanto mais
vertical for a sua posição na copa.
Quanto mais intensa essa circulação, mais
gemas se desenvolverão em produções
vigorosas de lenho e, ao contrário, quanto mais
embaraçada e mais lenta essa circulação da
seiva, maior será o acúmulo de reservas e,
consequentemente, maior o número de gemas
que se transformarão em botões floríferos.
Cortada uma parte da planta, a seiva refluirá 
para as remanescentes, aumentando-lhes o vigor 
vegetativo. 
Assim, poda curta resulta sempre em ramos 
vigorosos, nos quais a seiva circulará com grande 
intensidade. 
As podas severas, portanto, têm geralmente a 
tendência de provocar desenvolvimentos 
vegetativos, retardando a entrada da planta em 
frutificação.
Diminuindo a intensidade de circulação da 
seiva, o que ocorre após a maturação dos frutos, 
verifica-se uma correspondente maturação dos 
ramos e das folhas. 
Nesse período acumulam-se grandes reservas 
nutritivas, que são utilizadas para transformar as 
gemas foliares em frutíferas.
A frutificação é uma conseqüência da 
acumulação de carboidratos. Essa acumulação é 
maior nos ramos novos do que nos velhos, nos finos 
do que nos grossos.
Dos objetivos enunciados, pode-se concluir que 
as plantas frutíferas necessitam de modalidades bem 
diversas de poda, perfeitamente distintas umas das 
outras, de conformidade com a função que cada uma 
exerce sobre a economia da planta. 
A poda acompanha a planta desde a sua 
infância até a sua decrepitude. 
É, pois, natural que vá tendo diferentes funções, 
adequadas cada uma às diferentes necessidades da 
planta, que por sua vez variam com a idade. 
Podemos distinguir quatro modalidades principais de 
poda:
Poda de Formação
Poda de Frutificação
Poda de Rejuvenescimento, Regeneração e 
Tratamento
Poda de Limpeza
Poda de formação:
Que tem por fim proporcionar à planta uma 
altura de tronco (do solo às primeiras 
ramificações da copa) e uma estrutura de 
ramos adequados à exploração frutícola. 
Se a poda de formação for correta, a copa se 
disporá com harmonia, simetricamente, 
proporcionando uma distribuição equilibrada 
da frutificação, com arejamento e iluminação 
convenientes.
Pode-se chamar a poda de formação de condução 
da planta, podendo ser considerada como uma poda 
de educação, sendo executada normalmente no 
viveiro, com objetivo de formar mudas com porte, 
altura e brotações bem distribuídas.
Podendo formar mudas em haste única, comum em 
macieira e pereira, onde todas as brotações laterais 
são eliminadas no viveiro. 
Já em mudas que formam uma copa maior como as 
cítricas, de goiabeira e caquizeiro na formação da 
muda a copa é distribuída no tronco em três a quatro 
brotações espaçadas entre si em 3 a 5 cm.
A poda de formação propriamente dita será executada 
após o estabelecimento da fruteira no campo. É 
executada nos primeiros anos de vida da planta. 
Visa garantir uma estrutura forte e equilibrada, com 
ramos bem distribuídos, para sustentar as safras e 
facilitar o manejo e a colheita. 
Normalmente conduz-se a planta com três ou quatro 
pernadas formadas, desbrotadas até a planta atingir 
um metro de altura, permitindo daí em diante que as 
brotações das gemas laterais preencham os vazios 
da copa, assumindo assim a forma de copa desejada 
para cada espécie frutífera em particular.
As formas das árvores podem ser naturais ou 
artificiais. 
As naturais têm o seu emprego nas espécies de 
folhas persistentes quando praticamente não há 
necessidade de intervenção do homem, devido ao 
hábito de vegetação e frutificação dessas plantas 
emprega-se apenas desbrotas, decaptação e 
tutoramento . 
Porém, as espécies de folhas caducas, dada a 
formação de suas gemas frutíferas, exigem podas 
anuais para maior rendimento. 
Essas plantas adquirem, portanto, por meio de 
podas constantes, formas artificiais 
As formas artificiais são divididas em haste 
apoiada e livre.
As hastes livres são utilizadas para os vegetais 
que sustentam por si só a sua copa, e as apoiadas 
quando há necessidade de se tutorar a planta para 
que ela adquira uma forma compatível com o tipo 
de exploração, como por exemplo a videira.
As formas apoiadas podem ser conduzidas em 
cordões ou palmetas.
Na condução em cordões, as plantas são apoiadas 
sobre paliçada, latada ou cerca.
As principais formas de cordão são: vertical, oblíqua 
e horizontal.
Palmeta é a forma de condução da planta de modo 
que os ramos sejam distribuídos opostamente em 
série, de dois em dois.
A condução em palmeta pode ser de diversos tipos: 
U simples, U duplo, candelabro, verrier, ramos 
horizontais e ramos oblíquos.
As formas em haste livre podem apresentar os 
seguintes tipos: pirâmide, fuso, vaso e guia 
modificado.
O emprego de um ou outro tipo, quanto ao porte, 
depende da finalidade e também dos agentes 
externos, como vento por exemplo.
Poda de formação na forma de vaso (A e B) e guia 
modificado (C). 
A forma de vaso é bastante simples e a que menos 
contraria os hábitos da planta.
Poda de formação vista de cima: A) pernada; B) 
braços; C) ramos.
Poda de Frutificação:
A poda de frutificação é iniciada após a copa da 
planta encontrar-se formada. 
Tem por fim regularizar e melhorar a frutificação, 
quer refreando o excesso de vegetação da planta, 
quer pelo contrário, reduzindo os ramos frutíferos, 
para que haja maior intensidade de vegetação, 
evitando-se, dessa maneira, a superprodução da 
planta, que abaixa a qualidade da fruta e acarreta a 
decadência rápida das árvores. 
Desse modo, a poda de frutificação é a 
controladora da produção, uniformizando-a, 
regularizando-a, dando-lhe mais qualidade e mais 
consistência. 
Geralmente as plantas de clima temperado 
necessitam deste tipo de poda, dentre elas pode-
se citar: figueira, macieira, marmeleiro, 
pessegueiro, videira, entre outras fruteiras.
Exemplo de poda de frutificação será a poda em 
goiabeira:
Como a goiabeira produz em ramos, em crescimento, 
a poda de frutificação consiste no encurtamento dos 
ramos que já produziram, de modo a manter a planta 
em atividade, pelo estimulo à nova brotação, que 
deveraser frutífera. Para que isso aconteça, o ramo 
devera ser podado no comprimento correto. 
Ramos vigorosos, podados em esporão, resultaram 
em crescimento vegetativo, enquanto a poda longa 
de ramos fracos tende a enfraquecer a nova 
brotação. 
A poda pode ser continua ou total. 
Na poda continua, cada ramo é podado 
individualmente a cada repasse do pomar, quando é 
realizado o encurtamento dos ramos produtivos 
primários cerca de um mês apos a colheita dos 
últimos frutos para que produzam uma segunda 
safra, de forma que cada planta produza 
continuadamente ao longo de todo o ano. 
É importante que se de ao ramo esse período de 
repouso de pelo menos trinta dias, par que haja 
acumulo de reservas, tanto nutritivas quanto 
hormonais, necessárias a uma brotação e frutificação 
adequada. 
Na poda total, todos os ramos são podados de 
uma só vez, de forma que a produção ocorra ao 
mesmo tempo. 
Essa poda deve ser feita em duas etapas. 
Na primeira é deixado um ramo pulmão por 
planta, para a finalidade de manter a transpiração, 
assegurando a uniformidade da brotação e a 
produção de maior número de ramos frutíferos. 
Na segunda com inicio da brotação resultante da 
primeira poda, é feita a poda do ramo pulmão.
Na execução da poda de frutificação, podem-se 
adotar certas regras úteis, por estabelecerem uma 
seqüência lógica para a operação:
- Remova os ramos quebrados, mortos, e doentes;
- Remova os ramos “ladrões”;
- Remova os ramos que, por estarem encostados, 
se atritam com o movimento da planta;
- Remova os ramos que crescem em direção ao 
centro da planta ou que cruzam na copa;
- Remova os ramos que crescem para baixo, pois, 
geralmente são improdutivos;
- Execute a poda dos ramos remanescentes com o 
objetivo de manter o equilíbrio entre as funções 
reprodutivas e vegetativas da planta, baseando, 
dentro dos limites do possível, realçá-las ao máximo.
Tipos de Poda na Goiabeira
 Poda de Formação;
 Poda de Frutificação;
 Poda de Limpeza.
 PODA DE FORMAÇÃO:
 Objetivo: 
Construir no menor espaço de tempo possível, 
um esqueleto de acordo com uma forma pré-
definida, forte e equilibrada, capaz de suportar a 
máxima produção da planta.
 Para a Goiaba: 
Busca-se PORTE BAIXO e formato de TAÇA 
ABERTA.
 Essa forma facilita o manejo das plantas (+barato e 
+fácil Controle Fitoss.)
 Procedimento:
1ª fase:
Quando o Ramo principal atingir ±1m  cortá-lo a 
±50-60 cm de altura 
(ponto do corte = marrom, lenhoso);
 Procedimento:
2ª fase:
Deixar 3 a 5 ramos laterais, bem distribuídos (a 
partir de ±25 cm de altura, no eixo principal);
 Procedimento:
2ª fase (cont.):
Despontar os ramos secundários quando
atingirem ±80 cm decomprimento;
Realizar Desbrota sempre que necessário;
Conduzir os ramos primários em forma de Taça Aberta.
Resumo da Poda de Formação
Vista de cima
Gema apical
1ª pernada
Planta em formação
Formação em 4 pernadas
Aparício Sextus, Emater-CE
Planta em formação
Pernadas formadas em alturas diferentes
Aparício Sextus, Emater-CE
Planta mal formada.
 Poda de frutificação:
É feita simultaneamente à Poda de 
Formação, particularmente no 2o e 3o anos 
após o plantio:
 devido a precocidade da cultura
* Tipos de encurtamentos de ramos:
a) Desponte;
b) Poda em Vara (10-20cm);
c) Poda em Esporão (4-6cm);
d) Poda à Coroa (cordão de gemas);
e) Desbrota (rente, não deixa gemas).
A goiabeira produz em ramos novos, com crescimento 
MODERADO, assim, a poda de frutificação consiste no 
ENCURTAMENTO* dos ramos que já produziram p Gerar 
Ramos novos
 Tipos de Podas de Frutificação (ou de 
Produção):
• Poda de Frutificação Contínua;
• Poda de Frutificação de Verão
ou de 2a Safra;
• Poda de Frutificação Total.
 Poda de Frutificação Contínua:
Consiste em constantes repasses feitos dentro 
do pomar para realização do encurtamento dos 
ramos que já produziram, respeitando sempre 
±30 dias (“descanso”) após a colheita dos frutos 
nesses ramos. 
 Pomares de frutos para mesa.
 Poda de Frutificação de Verão ou
de 2a Safra:
Por ocasião do desbaste dos frutos, deixam-
se de 6 a 10 pares de folhas por ramo que está
produzindo para estimular novas brotações e 
nova safra.
Pode ser feito só o desponte dos ramos
(deixa 5 a 6 pares de folhas acima do último
fruto).
Não convém para plantas em sistema de 
poda total  (menor qualidade e exaustão das 
plantas).
 Poda de Frutificação Total: 
Consiste no encurtamento simultâneo de 
todos os ramos que produziram na última safra. 
• Evitar deixar a planta totamente desfolhada 
 Fotossíntese e Sol;
• Irrigar após a poda caso seja na época seca;
•Escalonar talhões para colher durante o ano 
(20 em 20 dias).
Respeitar pelo menos 30 dias após fim da 
colheita para só então realizar a poda de 
frutificação total
(“descanso” da planta para reposição das sua 
reservas)
Relembrando:
Tipos de Poda na Goiabeira
 Poda de Formação (já vimos);
 Poda de Frutificação (já vimos);
 Poda de Limpeza…
 PODA DE LIMPEZA:
 Objetivo: 
Retirar Ramos Doentes, Quebrados, Cruzados, 
Mal Direcionados (baixo, centro), Ladrões. 
Na prática é realizada junto com a poda de 
frutificação, principalmente em pomares com 
produção destinada à indústria ou, 
periodicamente em pomares com produção
destinada ao consumo da fruta fresca (mesa).
Regras para sequência lógica na realização das “Podas de 
Limpeza/Frutificação”:
 Remover os ramos Quebrados, Mortos, e Doentes;
 Remover ramos “Ladrões”;
 Ramos encostados um no outro (atrito);
 Ramos que crescem em direção ao centro da planta 
(para abrir a copa) ou que crescem para baixo 
(geralmente improdutivos);
 Observar o Equilíbrio entre as funções Reprodutivas e 
Vegetativas da planta.
Aparício Sextus, Emater-CE
Aparício Sextus, Emater-CE
Pomar ao final do ciclo produtivo, antes da poda anual de produção e 
limpeza (espaçamento 7m x 5m).
Realização da poda anual de produção e limpeza, cerca de três meses após 
encerramento da colheita.
Aparício Sextus, Emater-CE

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