Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ORIENTAÇÃO DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA PLANTA O crescimento pode ser orientado através de: 1 – Controle físico ou poda 2 – Controle biológico 3 – Controle químico Conceito de poda: A poda é a arte e a técnica de orientar e educar as plantas, de modo compatível com o fim que se tem em vista. A poda é a remoção metódica das partes de uma planta com o objetivo de melhorá-la em algum aspecto para os interesses do cultivador Os objetivos principais da poda são: 1º- Modificar o vigor da planta; 2º- Produzir mais e melhor fruta; 3º- Manter a planta com um porte conveniente ao seu trato e manuseio; 4º- Modificar a tendência da planta em produzir mais ramos vegetativos que frutíferos ou vice-versa; 5º- Conduzir a planta a uma forma desejada; 6º- Suprimir ramos supérfluos, inconvenientes, doentes e mortos; 7º- Regular a alternância das safras, de modo a obter anualmente colheitas médias com regularidade. Formar uma copa bem equilibrada, mecanicamente forte, não sujeita a quebras nas bifurcações Melhorar a estética e a utilização da árvore (facilidade para operações culturais , como colheita e controle de pragas e doenças) Melhorar a distribuição da luz no interior da copa A circulação da seiva é tanto mais intensa quanto mais retilíneo for o ramo e quanto mais vertical for a sua posição na copa. Quanto mais intensa essa circulação, mais gemas se desenvolverão em produções vigorosas de lenho e, ao contrário, quanto mais embaraçada e mais lenta essa circulação da seiva, maior será o acúmulo de reservas e, consequentemente, maior o número de gemas que se transformarão em botões floríferos. Cortada uma parte da planta, a seiva refluirá para as remanescentes, aumentando-lhes o vigor vegetativo. Assim, poda curta resulta sempre em ramos vigorosos, nos quais a seiva circulará com grande intensidade. As podas severas, portanto, têm geralmente a tendência de provocar desenvolvimentos vegetativos, retardando a entrada da planta em frutificação. Diminuindo a intensidade de circulação da seiva, o que ocorre após a maturação dos frutos, verifica-se uma correspondente maturação dos ramos e das folhas. Nesse período acumulam-se grandes reservas nutritivas, que são utilizadas para transformar as gemas foliares em frutíferas. A frutificação é uma conseqüência da acumulação de carboidratos. Essa acumulação é maior nos ramos novos do que nos velhos, nos finos do que nos grossos. Dos objetivos enunciados, pode-se concluir que as plantas frutíferas necessitam de modalidades bem diversas de poda, perfeitamente distintas umas das outras, de conformidade com a função que cada uma exerce sobre a economia da planta. A poda acompanha a planta desde a sua infância até a sua decrepitude. É, pois, natural que vá tendo diferentes funções, adequadas cada uma às diferentes necessidades da planta, que por sua vez variam com a idade. Podemos distinguir quatro modalidades principais de poda: Poda de Formação Poda de Frutificação Poda de Rejuvenescimento, Regeneração e Tratamento Poda de Limpeza Poda de formação: Que tem por fim proporcionar à planta uma altura de tronco (do solo às primeiras ramificações da copa) e uma estrutura de ramos adequados à exploração frutícola. Se a poda de formação for correta, a copa se disporá com harmonia, simetricamente, proporcionando uma distribuição equilibrada da frutificação, com arejamento e iluminação convenientes. Pode-se chamar a poda de formação de condução da planta, podendo ser considerada como uma poda de educação, sendo executada normalmente no viveiro, com objetivo de formar mudas com porte, altura e brotações bem distribuídas. Podendo formar mudas em haste única, comum em macieira e pereira, onde todas as brotações laterais são eliminadas no viveiro. Já em mudas que formam uma copa maior como as cítricas, de goiabeira e caquizeiro na formação da muda a copa é distribuída no tronco em três a quatro brotações espaçadas entre si em 3 a 5 cm. A poda de formação propriamente dita será executada após o estabelecimento da fruteira no campo. É executada nos primeiros anos de vida da planta. Visa garantir uma estrutura forte e equilibrada, com ramos bem distribuídos, para sustentar as safras e facilitar o manejo e a colheita. Normalmente conduz-se a planta com três ou quatro pernadas formadas, desbrotadas até a planta atingir um metro de altura, permitindo daí em diante que as brotações das gemas laterais preencham os vazios da copa, assumindo assim a forma de copa desejada para cada espécie frutífera em particular. As formas das árvores podem ser naturais ou artificiais. As naturais têm o seu emprego nas espécies de folhas persistentes quando praticamente não há necessidade de intervenção do homem, devido ao hábito de vegetação e frutificação dessas plantas emprega-se apenas desbrotas, decaptação e tutoramento . Porém, as espécies de folhas caducas, dada a formação de suas gemas frutíferas, exigem podas anuais para maior rendimento. Essas plantas adquirem, portanto, por meio de podas constantes, formas artificiais As formas artificiais são divididas em haste apoiada e livre. As hastes livres são utilizadas para os vegetais que sustentam por si só a sua copa, e as apoiadas quando há necessidade de se tutorar a planta para que ela adquira uma forma compatível com o tipo de exploração, como por exemplo a videira. As formas apoiadas podem ser conduzidas em cordões ou palmetas. Na condução em cordões, as plantas são apoiadas sobre paliçada, latada ou cerca. As principais formas de cordão são: vertical, oblíqua e horizontal. Palmeta é a forma de condução da planta de modo que os ramos sejam distribuídos opostamente em série, de dois em dois. A condução em palmeta pode ser de diversos tipos: U simples, U duplo, candelabro, verrier, ramos horizontais e ramos oblíquos. As formas em haste livre podem apresentar os seguintes tipos: pirâmide, fuso, vaso e guia modificado. O emprego de um ou outro tipo, quanto ao porte, depende da finalidade e também dos agentes externos, como vento por exemplo. Poda de formação na forma de vaso (A e B) e guia modificado (C). A forma de vaso é bastante simples e a que menos contraria os hábitos da planta. Poda de formação vista de cima: A) pernada; B) braços; C) ramos. Poda de Frutificação: A poda de frutificação é iniciada após a copa da planta encontrar-se formada. Tem por fim regularizar e melhorar a frutificação, quer refreando o excesso de vegetação da planta, quer pelo contrário, reduzindo os ramos frutíferos, para que haja maior intensidade de vegetação, evitando-se, dessa maneira, a superprodução da planta, que abaixa a qualidade da fruta e acarreta a decadência rápida das árvores. Desse modo, a poda de frutificação é a controladora da produção, uniformizando-a, regularizando-a, dando-lhe mais qualidade e mais consistência. Geralmente as plantas de clima temperado necessitam deste tipo de poda, dentre elas pode- se citar: figueira, macieira, marmeleiro, pessegueiro, videira, entre outras fruteiras. Exemplo de poda de frutificação será a poda em goiabeira: Como a goiabeira produz em ramos, em crescimento, a poda de frutificação consiste no encurtamento dos ramos que já produziram, de modo a manter a planta em atividade, pelo estimulo à nova brotação, que deveraser frutífera. Para que isso aconteça, o ramo devera ser podado no comprimento correto. Ramos vigorosos, podados em esporão, resultaram em crescimento vegetativo, enquanto a poda longa de ramos fracos tende a enfraquecer a nova brotação. A poda pode ser continua ou total. Na poda continua, cada ramo é podado individualmente a cada repasse do pomar, quando é realizado o encurtamento dos ramos produtivos primários cerca de um mês apos a colheita dos últimos frutos para que produzam uma segunda safra, de forma que cada planta produza continuadamente ao longo de todo o ano. É importante que se de ao ramo esse período de repouso de pelo menos trinta dias, par que haja acumulo de reservas, tanto nutritivas quanto hormonais, necessárias a uma brotação e frutificação adequada. Na poda total, todos os ramos são podados de uma só vez, de forma que a produção ocorra ao mesmo tempo. Essa poda deve ser feita em duas etapas. Na primeira é deixado um ramo pulmão por planta, para a finalidade de manter a transpiração, assegurando a uniformidade da brotação e a produção de maior número de ramos frutíferos. Na segunda com inicio da brotação resultante da primeira poda, é feita a poda do ramo pulmão. Na execução da poda de frutificação, podem-se adotar certas regras úteis, por estabelecerem uma seqüência lógica para a operação: - Remova os ramos quebrados, mortos, e doentes; - Remova os ramos “ladrões”; - Remova os ramos que, por estarem encostados, se atritam com o movimento da planta; - Remova os ramos que crescem em direção ao centro da planta ou que cruzam na copa; - Remova os ramos que crescem para baixo, pois, geralmente são improdutivos; - Execute a poda dos ramos remanescentes com o objetivo de manter o equilíbrio entre as funções reprodutivas e vegetativas da planta, baseando, dentro dos limites do possível, realçá-las ao máximo. Tipos de Poda na Goiabeira Poda de Formação; Poda de Frutificação; Poda de Limpeza. PODA DE FORMAÇÃO: Objetivo: Construir no menor espaço de tempo possível, um esqueleto de acordo com uma forma pré- definida, forte e equilibrada, capaz de suportar a máxima produção da planta. Para a Goiaba: Busca-se PORTE BAIXO e formato de TAÇA ABERTA. Essa forma facilita o manejo das plantas (+barato e +fácil Controle Fitoss.) Procedimento: 1ª fase: Quando o Ramo principal atingir ±1m cortá-lo a ±50-60 cm de altura (ponto do corte = marrom, lenhoso); Procedimento: 2ª fase: Deixar 3 a 5 ramos laterais, bem distribuídos (a partir de ±25 cm de altura, no eixo principal); Procedimento: 2ª fase (cont.): Despontar os ramos secundários quando atingirem ±80 cm decomprimento; Realizar Desbrota sempre que necessário; Conduzir os ramos primários em forma de Taça Aberta. Resumo da Poda de Formação Vista de cima Gema apical 1ª pernada Planta em formação Formação em 4 pernadas Aparício Sextus, Emater-CE Planta em formação Pernadas formadas em alturas diferentes Aparício Sextus, Emater-CE Planta mal formada. Poda de frutificação: É feita simultaneamente à Poda de Formação, particularmente no 2o e 3o anos após o plantio: devido a precocidade da cultura * Tipos de encurtamentos de ramos: a) Desponte; b) Poda em Vara (10-20cm); c) Poda em Esporão (4-6cm); d) Poda à Coroa (cordão de gemas); e) Desbrota (rente, não deixa gemas). A goiabeira produz em ramos novos, com crescimento MODERADO, assim, a poda de frutificação consiste no ENCURTAMENTO* dos ramos que já produziram p Gerar Ramos novos Tipos de Podas de Frutificação (ou de Produção): • Poda de Frutificação Contínua; • Poda de Frutificação de Verão ou de 2a Safra; • Poda de Frutificação Total. Poda de Frutificação Contínua: Consiste em constantes repasses feitos dentro do pomar para realização do encurtamento dos ramos que já produziram, respeitando sempre ±30 dias (“descanso”) após a colheita dos frutos nesses ramos. Pomares de frutos para mesa. Poda de Frutificação de Verão ou de 2a Safra: Por ocasião do desbaste dos frutos, deixam- se de 6 a 10 pares de folhas por ramo que está produzindo para estimular novas brotações e nova safra. Pode ser feito só o desponte dos ramos (deixa 5 a 6 pares de folhas acima do último fruto). Não convém para plantas em sistema de poda total (menor qualidade e exaustão das plantas). Poda de Frutificação Total: Consiste no encurtamento simultâneo de todos os ramos que produziram na última safra. • Evitar deixar a planta totamente desfolhada Fotossíntese e Sol; • Irrigar após a poda caso seja na época seca; •Escalonar talhões para colher durante o ano (20 em 20 dias). Respeitar pelo menos 30 dias após fim da colheita para só então realizar a poda de frutificação total (“descanso” da planta para reposição das sua reservas) Relembrando: Tipos de Poda na Goiabeira Poda de Formação (já vimos); Poda de Frutificação (já vimos); Poda de Limpeza… PODA DE LIMPEZA: Objetivo: Retirar Ramos Doentes, Quebrados, Cruzados, Mal Direcionados (baixo, centro), Ladrões. Na prática é realizada junto com a poda de frutificação, principalmente em pomares com produção destinada à indústria ou, periodicamente em pomares com produção destinada ao consumo da fruta fresca (mesa). Regras para sequência lógica na realização das “Podas de Limpeza/Frutificação”: Remover os ramos Quebrados, Mortos, e Doentes; Remover ramos “Ladrões”; Ramos encostados um no outro (atrito); Ramos que crescem em direção ao centro da planta (para abrir a copa) ou que crescem para baixo (geralmente improdutivos); Observar o Equilíbrio entre as funções Reprodutivas e Vegetativas da planta. Aparício Sextus, Emater-CE Aparício Sextus, Emater-CE Pomar ao final do ciclo produtivo, antes da poda anual de produção e limpeza (espaçamento 7m x 5m). Realização da poda anual de produção e limpeza, cerca de três meses após encerramento da colheita. Aparício Sextus, Emater-CE
Compartilhar