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Revisão de Litertura (Cupuaçu e Cacau)

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(I)
Acadêmicos de Agronomia da Universidade Federal de Rondônia – UNIR. Avenida Norte Sul, nº. 7300, CEP. 
76940-000, Rolim de Moura, Rondônia, Brasil. E-mail: carolina_augusto@hotmail.com. * Autor para 
correspondência. 
(II) Professor do Departamento de Agronomia da Universidade Federal de Rondônia – UNIR. Avenida Norte Sul, 
nº. 7300, CEP. 76940-000, Rolim de Moura, Rondônia, Brasil. E-mail: jairorafaelmdias@hotmail.com. 
Aspectos gerais e manejo das culturas do cacau (Theobroma cacao L. ) e do cupuaçu 1 
(Theobroma grandiflorum) 2 
General aspects and crop management cacao (Theobroma cacao L.) and cupuaçu 3 
(Theobroma grandiflorum) 4 
Carolina Augusto de Souza
I*
 Edilaine Istéfani Franklin Traspadini
I
 Silvia Regina 5 
Rodrigues Lapa
I
 Jairo Rafael Machado Dias
II
 6 
-REVISÃO BIBLIOGRÁFICA- 7 
 8 
RESUMO 9 
O cacaueiro e o cupuaçuzeiro são pertencentes da família Sterculiaceae, ambos do 10 
gênero Theobroma, são plantas tipicamente amazônica. O estado de Rondônia ocupa o 11 
primeiro lugar na produção de cacau em amêndoas, começa a frutificar por volta dos três anos 12 
e produz abundantemente a partir dos oito, mantendo produção satisfatória até os trinta anos. 13 
A semente é o principal produto comercializado, após fermentação e secagem, para fabricação 14 
de chocolate, nas diversas formas. O Cupuaçu por sua vez, tem o Estado do Pará como o 15 
principal produtor. No Brasil, o cupuaçu é consumido principalmente na forma de polpa 16 
congelada, a utilização das sementes ainda é pequena, mas delas pode-se fazer chocolate. 17 
 18 
Palavras-chaves: cacau, cupuaçu, características morfológicas, importância 19 
econômica 20 
 21 
ABSTRACT 22 
The cacao and cupuaçu are belonging the family Sterculiaceae, both of the genus 23 
Theobroma, are typically Amazonian plants. Rondonia State ranks first in the production of 24 
2 
 
cocoa beans, begins to bear fruit at around three years and produces abundantly from the 1 
eight, maintaining satisfactory production to thirty years. The seed is the main commercial 2 
product after fermentation and drying process for the manufacture of chocolate in several 3 
ways. The Cupuacu turn, has the State of Pará as the main producer. In Brazil, cupuacu is 4 
consumed mainly in the form of frozen pulp, the use of the seeds is still small, but these can 5 
make chocolate. 6 
 7 
Keywords: cacao, cupuaçu, morphological characteristics, economic importance 8 
 9 
INTRODUÇÃO 10 
Cupuaçu 11 
O cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflorum) é uma árvore frutífera, pertencente à 12 
família das Sterculiaceas, tipicamente amazônica, que encontra-se em estado silvestre na parte 13 
sul e sudeste da Amazônia Oriental e noroeste do Estado do Maranhão. (VENTURIERI et al., 14 
1985; FERREIRA et al. 2008), seguido pelo Amazonas, Rondônia, Acre, norte do Maranhão 15 
e Tocantins. Esse fruto também pode ser encontrado em algumas cidades dos Estados de São 16 
Paulo, Bahia e Rio de Janeiro e em outros países, como Colômbia, Venezuela, Equador, Costa 17 
Rica, Guiana, São Tomé, Trinidad e Gana (LOPES, 2000; FERREIRA et al. 2008). 18 
Em Rondônia a área cultivada com cupuaçuzeiro situa-se atualmente na ordem de 19 
2.000 (dois mil) hectares, plantados ao longo de, praticamente, todo o estado, com maior 20 
concentração no município de Porto Velho, onde se encontra metade desta área plantada. A 21 
produção estimada de polpa de cupuaçu em Rondônia é da ordem de 1.500 (um mil e 22 
quinhentas) toneladas de polpa / ano, que é vendida em sua maior parte para o Centro-sul do 23 
Brasil (EMBRAPA, 2005). 24 
3 
 
O cupuaçu apresenta polpa ácida, agradável e de aroma característico. Esses atributos 1 
de qualidade o colocam no ranking das exportações de frutas. No Brasil, o cupuaçu é 2 
consumido principalmente na forma de polpa congelada (SANTOS et al. 2010), sendo 3 
utilizada no preparo de sorvetes, sucos, geléias (CABRAL, 2004; PEREZ et al. 2013), néctar, 4 
doces, cremes, tortas, balas, bombons, licores, polpa seca, polpa granulada, entre outras 5 
formas (FERREIRA et al. 2008). 6 
Os plantios de cupuaçu têm crescido em muitas áreas da Amazônia Brasileira devido 7 
ao aumento da demanda pela polpa, que vem sendo exportada, principalmente na forma 8 
congelada, para estados do Sudeste do Brasil e para países europeus (BASTOS et al., 2002). 9 
O cacaueiro é uma planta da família Sterculiaceae, gênero Theobroma. É uma planta 10 
originária do continente Sul Americano, onde foi encontrado, em condições naturais, sob o 11 
dossel de grandes árvores da floresta tropical (PARENTE et al. 2003a). 12 
Cacau 13 
O cacau é um produto nobre e tradicional da agricultura brasileira que vem 14 
atravessando um processo recente de recuperação, especialmente no sul da Bahia e em 15 
Rondônia, após um prolongado período de crise da segunda metade da década de 80 até 16 
meados da década de 90 originária da redução dos preços internacionais devido a um aumento 17 
da produção mundial e dos estoques nos países produtores e da devastação promovida pela 18 
doença fúngica conhecida como vassoura de bruxa nos cacauais brasileiros, especialmente os 19 
do sul da Bahia, até hoje a principal região produtora) (PARENTE et al. 2003a). 20 
Na Amazônia Ocidental, o estado de Rondônia ocupa o primeiro lugar na produção 21 
primária do cacau em amêndoas, mas não possui plantas agroindustriais de beneficiamento 22 
dos derivados do cacau, sendo toda a produção primária deste produto direcionada a 23 
indústrias processadoras na Bahia e no Sudeste (PARENTE et al. 2003a). 24 
4 
 
Atualmente, o cacau tem importância econômica no contexto internacional por ser um 1 
commodity de participação relevante no comércio mundial de produtos agrícolas. É produzido 2 
na América Latina (Belize, México, Equador, Peru, Costa Rica e Brasil), oeste da África 3 
(Costa do Marfim, Camarões, Gana, Nigéria e São Tomé) e na Indonésia (MULDER, 2007; 4 
SALVADOR, 2011). 5 
A África Ocidental detém cerca de 68% da produção mundial; entretanto a produção 6 
na América vem aumentando, especialmente no Brasil, devido às condições climáticas 7 
favoráveis e aos extensivos programas desenvolvidos para selecionar árvores resistentes às 8 
doenças fúngicas, as quais se constituem no maior impedimento à produção no país 9 
(SALVADOR, 2011). 10 
A semente é o principal produto comercializado, após fermentação e secagem, para 11 
fabricação de chocolate, nas diversas formas. Das sementes extrai-se também a manteiga, 12 
muito utilizada na indústria farmacológica e na fabricação de cosméticos. A polpa que 13 
envolve as sementes é rica em açúcares, sendo utilizada na fabricação de geléia, vinho, liquor, 14 
vinagre e suco (PARENTE et al. 2003a). 15 
Atualmente, o cacau é consumido predominantemente na forma de chocolate, que 16 
representa aproximadamente 90% do mercado do cacau. Os demais 10% são usados na 17 
produção de bebidas e cosméticos (DONOVAN, 2006; SALVADOR, 2011). 18 
O presente trabalho teve como objetivo realizar um breve levantamento sobre os 19 
aspectos gerais, a importancia e o potencial econômico das culturas para a região. 20 
Características Gerais e Fenologia 21 
Cupuaçu 22 
O cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflorum) é uma árvore com sistema radicular 23 
pivotante e nos primeiros 20 a 25 cm de profundidade do solo desenvolve grande quantidade 24 
de raízes laterais ou secundárias. As folhas do cupuaçuzeiro são inteiras, de coloração rósea e 25 
5 
 
coberta de pêlos quando jovens e verde quando maduras. As flores são as maiores do gênero e 1 
crescem nos ramos, pétalas de coloração branca ou vermelha com tonalidade variável de clara 2 
a escura. O fruto é uma baga, com formatosvariáveis, oblongo, ovalado, elípitico obovóide ou 3 
redondo, com diâmetro de 9 a 15 cm, comprimento de 10 a 40 cm, peso variando de 200 a 4 
4.000 g. Quando maduro o fruto se desprende da planta, exalando cheiro agradável e 5 
característico. A casca (epicarpo e mesocarpo) varia de 0,6 a 1 cm de espessura, tem 6 
coloração castanho-escura, é dura, porém facilmente quebrável e recoberta de pêlos. A polpa 7 
mucilaginosa é abundante, ácida, coloração amarela, creme ou branca. As sementes são em 8 
número médio de 32 por fruto, ovóides, de 2,0 a 3,0 cm de comprimento; 2,0 a 2,5 cm de 9 
largura; 1,0 a 1,8 cm de espessura; e peso de 4 a 7 g. Em média 37% do peso do fruto é polpa, 10 
15% sementes, 3% placenta e 45% casca. Nos frutos sem sementes o percentual A polpa 11 
comestível é de coloração amarela ou esbranquiçada, de sabor ácido e aroma forte, e é muito 12 
apreciada organolepticamente (VENTURIERI, 1993; FERREIRA et al. 2008). 13 
Cacau 14 
O cacaueiro é uma planta que pode atingir 5 a 8m de altura e 4 a 6m de diâmetro da 15 
copa, quando proveniente de semente (SILVA NETO, 2001). 16 
As flores do cacaueiro apresentam caracteres estruturais que limitam sua polinização 17 
quase que exclusivamente a insetos, apesar de hermafroditas e homógamas (SILVA NETO, 18 
2001). 19 
Os principais agentes polinizadores do cacaueiro são constituídos por um pequeno 20 
grupo de insetos, da família Ceratopogonidae, gênero Forcipomya. Por esta razão não é 21 
recomendável realizar a aplicação de agrotóxicos, principalmente de inseticidas, evitando-se 22 
assim, prejudicar a polinização (SILVA NETO, 2001). 23 
O cacaueiro começa a frutificar por volta dos três anos e produz abundantemente a 24 
partir dos oito, mantendo produção satisfatória até os trinta anos. Entretanto, em condições 25 
6 
 
excepcionais, pode produzir até os cinquenta anos, e viver mais de cem. Suas flores, pequenas 1 
e avermelhadas, unidas ao tronco, originam as bagas ou frutos, os quais medem de 15 a 30 cm 2 
de comprimento. Cada fruto contém entre 20 e 40 sementes (LAJUS, 1982; ELKON, 2004; 3 
SALVADOR, 2011). 4 
O fruto está sustentado por pedúnculo lenhoso, proveniente do engrossamento do 5 
pedicelo da flor. Normalmente, os frutos quando jovens apresentam coloração verde, e 6 
amarela quando maduros. Outros são de cor roxa (vermelho-vinho) na fase de 7 
desenvolvimento e alaranjado no período de maturação (SILVA NETO, 2001). 8 
O período compreendido entre a polinização e o amadurecimento do fruto varia de 140 9 
a 205 dias. O índice de frutos (nº de frutos necessários para obter 1 kg de cacau comercial) é 10 
em geral, de 15 a 31 frutos (SILVA NETO, 2001). 11 
A semente de cacau tem a forma que varia de elipsóide a ovóide, com 2 a 3cm de 12 
comprimento é recoberta por uma polpa mucilaginosa de coloração branca, de sabor 13 
açucarado e ácido. O embrião é formado por dois cotilédones, cujas cores podem variar do 14 
branco ao violeta. As sementes do cacaueiro são muito sensíveis às mudanças de temperatura 15 
e morrem em pouco tempo, quando sofrem desidratação (SILVA NETO, 2001). 16 
Clima e Solo 17 
Cupuaçu 18 
O cupuaçuzeiro se desenvolve bem em condições de temperatura média anual de 21,6 19 
°C a 27,5 °C, umidade relativa do ar anual de 77% a 88% e o regime pluviométrico mais 20 
adequado encontra-se na faixa de 1.900 a 3.100 mm, sendo a distribuição mais importante que 21 
o total anual de chuva. É uma cultura adaptada em terra firme, podendo ser cultivada em 22 
solos de baixa, média e alta fertilidade, com boa estruturação física. Os solos mais 23 
recomendados são os areno-argilosos, profundos e com boa drenagem (SOUZA et al. 2007). 24 
Cacau 25 
7 
 
A precipitação ideal para o cacau deve apresentar um total anual acima de 1.250 mm, 1 
bem distribuídos em todos os meses, com mínimas mensais de 100 mm e ausência de estação 2 
seca bem definida e intensa que apresente meses com menos de 60 mm de chuva. Os períodos 3 
secos com mais de três meses são prejudiciais (SCERNE, 2001). 4 
Outro componente climático que deve ser considerado é a velocidade do vento, pois 5 
em localidades com ventos que apresentam velocidade superior a 2,5 m/s, é recomendável a 6 
instalação de quebra ventos. Cacaueiros expostos a ventos fortes crescem com as copas 7 
envassouradas e dificilmente atingem desenvolvimento normal (SCERNE, 2001). 8 
O solo deve apresentar uma profundidade ideal em torno de 1,5m. O solo não deve 9 
conter concreções lateríticas em sua parte superior, bem como não deve possuir camadas 10 
pedregosas e compactas no seu perfil (BARBOSA, 2001). 11 
 Solos argilosos e siltosos são apropriados para regiões com períodos definidos de 12 
estiagem, embora possam ocorrer problemas de encharcamento do solo em períodos intensos 13 
de chuva. A textura areno-argilosa é apropriada para regiões de altas precipitações 14 
pluviométricas, mas bem distribuídas durante o ano. Solos leves, com pouca argila não são 15 
recomendados por apresentarem baixa retenção de umidade e permitirem a lixiviação intensa 16 
de nutrientes (BARBOSA, 2001). 17 
Adubação e nutrição do cacau e cupuaçu 18 
Cupuaçu 19 
 Quanto a adubação do cupuaçu, é recomendado pela EMBRAPA, (2001) fazer 20 
adubação com 10 g de adubo químico por muda, contendo 6,0% de N; 20% de P2O5; 6,0% de 21 
K2O; 2,0% de cálcio; 1,0% de magnésio; 1,5% de enxofre; 0,05% de zinco e 0,02% de boro a 22 
partir dos 60 dias de idade das mudas no viveiro, repetindo-se a cada dois meses. Ainda 23 
sugerem que no plantio sejam aplicados, na cova, 10 kg de esterco bovino mais 100 g de 24 
superfosfato triplo. 25 
8 
 
Em estudo sobre o efeito de doses de nitrogênio, fósforo e potássio em duas cultivares 1 
de cupuaçu, com e sem sementes, na região da Amazônia central Alfaia e Ayres (2004) 2 
constataram que para as duas cultivares, não há necessidade de adubação nitrogenada, assim 3 
como de adubação com doses elevadas de fósforo. Por outro lado, os menores valores de 4 
produção de frutos foram obtidos nos tratamentos com ausência de fósforo. As respostas à 5 
aplicação de potássio foram mais lineares e positivas, principalmente para a cultivar de 6 
cupuaçu com sementes. 7 
 Ainda afirmam ALFAIA E AYRES (2004) que a nutrição adequada do 8 
cupuaçuzeiro é fundamental para manter crescimento vigoroso e produtividade elevada, uma 9 
vez que colheitas sucessivas, sem a reposição dos nutrientes, poderão esgotar o solo e 10 
prejudicar a produção da cultura. Alguns trabalhos têm demonstrado que a produtividade do 11 
cupuaçuzeiro pode ser aumentada significativamente com a aplicação de fertilizantes e 12 
calagem, pois a grande maioria dos solos da Amazônia, onde a cultura tem sido estabelecida, 13 
possuem propriedades físicas bastantes favoráveis ao cultivo, porém são ácidos e de baixa 14 
fertilidade natural. 15 
No entanto, ainda são poucos os estudos sobre as exigências nutricionais do 16 
cupuaçuzeiro nos solos da região. Como a maioria dos frutos, especialmente os de cupuaçu, é 17 
rica em k e sua produtividade é dependente dos teores de k no solo, a reposição deste 18 
nutriente é necessária para manter o nível de fertilidade dos solos. Nos sistema agro florestais 19 
do reca, foi observado que o k é um dos nutrientes mais limitantes, com valores situados 20 
abaixo do nível crítico para os solos da Amazônia (ALFAIA et al., 2004). 21 
Cacau 22 
O Brasil e a Malásia, dentre os países produtores de cacau, são os que vêm usando 23 
com maior intensidade sistemas de produção com tecnologia moderna incluindo o emprego de 24 
corretivos e fertilizantes (CHEPOTE et al., 2005). 25 
9 
 
De acordo com CHEPOTE et al., (2005) na fase de viveiro, o enchimento dos sacos1 
plásticos deverá ser à base de terriço de solo coletado entre 0 e 40 cm de profundidade. 2 
Recomenda-se misturar resíduos orgânicos bem decompostos (esterco de gado e/ou composto 3 
de casca do fruto ou testa da amêndoa do cacau) na proporção de 4:1 (terriço: resíduo 4 
orgânico). Também se recomenda adicionar para cada m³ de terriço, 5,0 kg de superfosfato 5 
simples, 200 g de FTE New Centro Oeste, 500 g de cloreto de potássio e 1 kg de calcário 6 
dolomítico (o calcário deve ser adicionado 30 dias antes dos fertilizantes). As mudas deverão 7 
ser pulverizadas, quinzenalmente, com uréia a 0,5%. 8 
Adubação de plantio: deve-se aos 60 dias antes do plantio, incorporar por cova, 2 a 4 9 
litros de esterco de galinha ou 10 a 20 litros de esterco de curral curtido, 1 kg de calcário 10 
dolomítico ou magnesiano, 100 g de P2O5, 02 a 60 kg/ha de K2O e até 4 kg/ha de Zn. 11 
Acrescentar, em cobertura, quatro aplicações de 10 g de n/planta, de dois em dois meses 12 
(CHEPOTE et al., 2005). 13 
Adubação de formação: a adubação das plantas na fase de formação inicia-se na cova 14 
estendendo-se até três anos pós-plantio, aplicar em cobertura ao redor das plantas, em três 15 
parcelas no período das chuvas, de acordo com a idade das plantas e a análise de P e K no 16 
solo em gramas por planta. As doses recomendadas por planta deverão ser fracionadas em três 17 
aplicações/ano, para os dois primeiros anos a partir de 60 dias após o plantio e em duas 18 
aplicações por ano nos anos subsequentes (CHEPOTE et al., 2005). 19 
Adubação de produção: as doses recomendadas por planta devem ser fracionadas em 20 
duas aplicações, uma entre fevereiro e abril e a outra entre setembro e novembro. A aplicação 21 
deve ser feita a lanço e em cobertura em faixas laterais às plantas medindo 150 cm de largura. 22 
Aplicar de acordo com a análise de solo, 50 kg/ha de N, 30 a 90 kg/ha de P2O5, 20 a 60 kg/ha 23 
de K2O e até 4 kg/ha de Zn, parcelados em três vezes, e aplicados em cobertura, nos meses de 24 
outubro, dezembro e março. (CHEPOTE et al., 2005). 25 
10 
 
Adubação orgânica: estudo realizado por CHEPOTE (2003), num latossolo vermelho-1 
amarelo distrófico, mostrou que a utilização de 8 t/ha/ano de composto de casca do fruto de 2 
cacau promoveu um incremento de 133% na produção de amêndoas secas de cacau (de 527 3 
para 1229 kg/ha). Os adubos orgânicos devem ser aplicados nas seguintes doses: 2 kg/cova no 4 
plantio, de composto de casca de cacau e/ou esterco de gado, 4, 6 e 8 t/ha no 1º, 2º, e 3º ano, 5 
respectivamente. 6 
 CHEPOTE, (2003) verificou também que a aplicação de 4 kg/planta/ano de 7 
composto de casca do fruto de cacau ou de esterco de gado + 50% da adubação mineral (13% 8 
N-35% P2O5-10% K2O) promoveu um incremento de 188% (de 527 para 1518 kg/ha). Neste 9 
caso, os fertilizantes devem ser aplicados nas seguintes doses: 1 kg/cova no plantio de 10 
composto de casca de cacau e/ou esterco de gado, 2, 3 e 4 t/ha no 1º, 2º, e 3º ano, 11 
respectivamente, mais 50% da dose de adubo mineral recomendado pela análise de solo. 12 
Adubação com micronutrientes: pesquisas mostraram que o zinco é o elemento que 13 
mais frequentemente manifesta deficiência em latossolos distróficos e argissolos distróficos 14 
da região cacaueira do sul da bahia. Quando os teores desse elemento no solo se encontram 15 
abaixo de 1,5 mg/dm
3
 , devem-se aplicar 4 kg de zn/ha, na forma de óxido ou sulfato de zinco 16 
em pó. No plantio, recomenda-se aplicar 15g de FTE New Centro Oeste, por cova, na camada 17 
0-20 cm (CEPLAC, 2012). 18 
Melhoramento Genético do cacaueiro e cupuaçuazero 19 
Cupuaçu 20 
De acordo com a EMBRAPA (2005), as variedades são agrupadas de acordo com o 21 
formato do fruto em: cupuaçu-redondo: fruto com extremidade arredondada, casca com 6 a 7 22 
mm de espessura, pesando em média 2,5 kg; cupuaçu-mamorama: fruto apresentando 23 
extremidade alongada, casca com 7 a 9 mm de espessura, pesando em média 2,5 kg; e 24 
11 
 
cupuaçu-mamau: conhecido como “cupuaçu sem semente” apresenta formato semelhante ao 1 
redondo, caracterizado pela ausência de sementes. 2 
Quatro clones de cupuacuzeiro foram lançados pela Embrapa Amazônia Oriental em 3 
2002: Coari, Codajas, Manacapuru e Belém (EMBRAPA, 2005). O principal diferencial 4 
dessas cultivares são as características genéticas que conferem resistência à vassoura-de-5 
bruxa. Mas não apenas trabalhos de pesquisa também haviam mostrado que essas variedades 6 
proporcionavam desempenho superior em produção de frutos e de polpa. 7 
Já no ano de 2012, houve o lançamento da BRS carimbó também resistente à 8 
vassoura-de-bruxa ale de produzir boa quantidade de frutos e serve tanto para produção de 9 
polpa quanto de sementes (EMBRAPA, 2012). Outro avanço tecnológico da nova cultivar e a 10 
propagação por sementes, isso sendo uma limitação dos clones, pois as mudas enxertadas tem 11 
maior custo e são mais difíceis de transportar (EMBRAPA, 2012). 12 
Cacau 13 
Deste a constatação da ocorrência da vassoura-de-bruxa na Bahia em 1989, o 14 
programa de melhoramento de cacaueiro do centro de pesquisa do cacau (CEPEC) tem 15 
direcionado suas ações para o desenvolvimento e seleção de variedades semanais e clonais 16 
com resistência a esta enfermidade (CEPLAC, 2012). 17 
De acordo com a CEPLAC (2012). Os 10 clones ora recomendados somam-se aos 10 18 
já liberados. Desses, seis procedem de seleções feitas em plantações comerciais e quatro são 19 
oriundos de seleções dentro das populações desenvolvidas experimentalmente. Estes clones 20 
deverão integra-se a serie CEPEC, com as denominações de CEPEC 2002 à CEPEC 2011. 21 
Para maiores esclarecimentos e orientações em relação ao melhor material, alguns 22 
aspectos devem ser informados. Por exemplo, se recomenda que o clone CEPEC 2010 seja 23 
plantado em locais de alta precipitação pluviométrica e com boa distribuição durante o ano, já 24 
que o tamanho médio da semente naturalmente pequeno pode sofrer redução em condições de 25 
12 
 
deficiência hídrica. Em relação á resistência à podridão-parda, tem-se observado que alguns 1 
destes clones apresentam reações de susceptibilidade (s), especialmente a phytophtora 2 
citrophtora, uma das espécies de fungo mais agressiva (CEPLAC, 2012). 3 
Os clones CEPEC 2002 a 2007 são todos autocompatíveis, podendo, assim, também 4 
fertilizar qualquer outro clone. Mesclados com outros clones podem melhorar ao nível geral 5 
de frutificação e reduzir sensivelmente os efeitos da incompatibilidade sobre a produção. Foi 6 
verificada também segregação para cor branca nas sementes do CEPEC 2005 (CEPLAC, 7 
2012). 8 
A seleção de novos clones de cacaueiro com alta eficiência na absorção de fósforo 9 
constitui um importante fator no aumento da produtividade do cacaueiro e na otimização nos 10 
custos de produção com redução do uso de fertilizantes, principalmente fósforo que constitui 11 
uma fonte esgotável, bem como o aproveitamento de solos de baixa fertilidade e elevada 12 
acidez. Isso poderá Constituir-se em uma importante estratégia para reduzir os gastos com 13 
adubação (SILVA, 2007). Em estudos PACHECO et al. (2006) observaram que a produção de 14 
massa seca e a eficiência de utilização de fósforo por diferentes clones de cacaueiros (TSA 15 
792, TSA 654, TSH 1188 e CEPEC 2006) com oito meses de idade, em casa de vegetação, 16 
não foram significativamente diferente. 17 
Produção de Mudas 18 
Cupuaçu 19 
A produção de mudas de boa qualidade é resultado da interação entre a qualidade do 20 
material genético e os tratos culturais aplicados no viveiro, tais como, irrigação, adubação, 21 
sombreamento, aclimatação, densidade e outros, além do tipo de recipiente em que asmudas 22 
irão crescer (SANTOS, 2008). 23 
O cupuaçuzeiro pode ter propagação por sementes e propagação vegetativa (SOUZA 24 
et al. 2007). A propagação por sementes é utilizada para produção de mudas de pé-franco e 25 
13 
 
para formação de porta enxertos. As sementes de cupuaçu são recalcitrantes, ou seja, não 1 
toleram teor de umidade abaixo de 40% e temperaturas abaixo de 15ºC. Portanto, não devem 2 
ser secas e nem colocadas na geladeira. Quando não for possível fazer a semeadura após o 3 
despolpamento, recomenda-se estratificá-las em serragem curtida e ligeiramente úmida. As 4 
sementes não devem ultrapassar seis dias nessa condição (SOUZA, et al. 2007) 5 
Por ocasião do plantio, recomenda-se preparar 20% de sementes acima da necessidade 6 
de mudas previstas, visando à reposição de perdas tanto no viveiro, como para o replantio 7 
(SOUZA, et al. 2007). 8 
O substrato deve ter uma composição proporcional, de modo que não seja nem muito 9 
arenoso (que não retêm umidade e nutrientes), nem muito argiloso (que não permite que a 10 
água de rega penetre com facilidade). Utilizar sacolas de polietileno, de coloração preta, 11 
perfuradas na metade inferior, para permitir a drenagem do excesso de água, com as 12 
dimensões de 33 cm de altura x 21 cm de largura e 0,15 mm de espessura. Encher a sacola 13 
com substrato e fazer a arrumação em canteiros no viveiro. A semeadura é feita diretamente 14 
nas sacolas, colocando uma semente a 2 cm de profundidade. Sementes extraídas 15 
adequadamente, sem perdas de umidade e semeadas em condições favoráveis, apresentam 16 
percentual de germinação acima de 95% (SOUZA, et al. 2007). 17 
O processo de propagação vegetativo mais utilizado é a enxertia, que consiste em se 18 
obter uma planta a partir da combinação de partes de duas plantas chamadas enxerto (gema ou 19 
garfo) e porta-enxerto (muda de semente). O porta enxerto fornece o sistema radicular e a 20 
gema ou o garfo forma a copa da planta. Os principais métodos de enxertia utilizados no 21 
cupuaçuzeiro são a “borbulhia janela aberta” e a “garfagem fenda cheia” (SOUZA, et al. 22 
2007). 23 
Cacau 24 
14 
 
A produção de mudas do cacaueiro e semelhante à cultura do cupuaçuzeiro, pois se 1 
tratam de plantas morfológicamente semelhantes pertencentes ao mesmo gênero. 2 
Plantio 3 
No plantio comercial de cupuaçu são utilizadas mudas propagadas por sementes ou 4 
por via vegetativa, por meio da enxertia. Fruteira perene, a propagação vegetativa do 5 
cupuaçuzeiro é uma das opções mais promissoras para a formação de mudas de comprovado 6 
valor genético, colaborando para melhoria de sua produtividade (CRUZ, 2007). 7 
Espaçamento: recomenda-se o espaçamento de 7m X 7m, no desenho de triângulo 8 
equilátero. Com esse arranjo um hectare comporta 235 plantas (PARENTE et al. 2003b). 9 
Plantio: realizar o plantio no início do período chuvoso, removendo antes a 10 
embalagem da muda sem que seja destruído o torrão. As mudas devem estar aclimatadas, com 11 
idade entre oito e doze meses, e altura entre 60 e 80cm. Abrir as covas com dimensões de 12 
0,50m X 0,50m X 0,50m, com antecedência de 30 dias antes do plantio, para a realização da 13 
adubação na cova. Ao abrir a cova, separar a camada superficial do solo (20cm) que deve ser 14 
misturada ao adubo orgânico e utilizada para reencher a cova. (PARENTE et al. 2003b) 15 
Segundo NETO (2001) no plantio do cacau os critérios a serem levados em conta para 16 
o preparo da área são preferencialmente, o relevo, a fertilidade e a profundidade efetiva do 17 
solo. A derrubada total é o sistema mais utilizado na região e o que tem mostrado melhores 18 
resultados. Consiste na eliminação da vegetação primária ou secundária para posterior 19 
formação dos sombreamentos provisório e definitivo. Este sistema consiste nas seguintes 20 
fases: broca, derruba, queima balizamento e plantio dos sombreamentos. Em áreas já 21 
trabalhadas com cultivo (ex.: pastagens, cana-de-açúcar, cultivos anuais etc.) ou em áreas 22 
alteradas, inicia-se o trabalho a partir do balizamento, após a limpeza de área. 23 
Colheita 24 
15 
 
Na colheita do cupuaçu o fruto é recolhido pós sua queda natural da plana, quando 1 
também fica evidente o cheiro característico da fruta quando madura. A coleta deve ser feita 2 
todos os dias e a comercialização ou despolpamento realizados o mais rapidamente possível. 3 
Enquanto aguarda a comercialização, os frutos devem ser mantidos a sombra e evitados 4 
impactos no transporte, mantendo a sua cobertura aveludada que auxilia na conservação do 5 
fruto, retardando sua desidratação. A comercialização do fruto "in natura" deverá ser feita até 6 
5 (cinco) dias após sua queda. Já a polpa congelada se mantém em boas condições de 7 
comercialização, até 12 meses após seu preparo, desde que as condições de conservação 8 
sejam adequadas (manutenção da polpa congelada a baixas temperaturas, menores que -12º C) 9 
(RIBEIRO et al. 2005). 10 
A produtividade anual esperada é de 3300 frutos/ha, correspondendo a cerca de 15 11 
frutos por planta, para um estande produtivo equivalente a 80% do número inicial de planta. 12 
Como referencial se considera que a produção comercial se inicia no quarto ano de campo 13 
com média de 5 frutos / planta, cresce no quinto ano para 10 frutos / planta e tende a se 14 
estabilizar no sexto ano e seguintes, com 15 frutos / planta, em média, embora tenham plantas 15 
que reproduzam até 100 frutos ou mais (RIBEIRO et al. 2005). 16 
A colheita do cacau inicia-se a partir do 2º ano. Do 2º ao 4º ano, os frutos podem ser 17 
colhidos praticamente durante o ano todo. A partir do 5º ano, as colheitas são feitas em dois 18 
períodos: safra (novembro a fevereiro) e temporão (abril a agosto) (RIBEIRO et al. 2005). 19 
Processamento 20 
As sementes, resíduo do processo de extração da polpa de cupuaçu, ainda não são 21 
aproveitadas para formulação de alimentos industrializados, apesar de diversas pesquisas 22 
científicas já terem sido realizadas a fim de fornecer conhecimento tecnológico para 23 
implementação industrial desta matéria-prima (LOPES et al. 2008). 24 
16 
 
O processo produtivo pela polpa pasteurizada e congelada passa por algumas fases : 1 
lavagem dos frutos, quebra dos frutos, despolpamento pasteurização, envasamento, 2 
congelamento, armazenamento, fermentação, secagem, torração, retirada das cascas, 3 
prensagem e moagem da torta (PARENTE et al. 2003b). 4 
Na indústria do cacau duas características principais são sempre procuradas pelo 5 
comerciantes. A primeira é a possibilidade do cacau, por efeito da torra, exibir o flavour a 6 
chocolate, tão característico e apreciado. A segunda é o teor em gordura dos cotilédones que 7 
ultrapassa com frequência os 52% em matéria-prima de boa qualidade e que depende, entre 8 
outras, das condições de cultura, nomeadamente o estado mais ou menos perfeito em que se 9 
encontram os frutos e as sementes quando se colhem (FERRÃO, 2008). 10 
Os teores de gordura dos cotilédones atingem o valor conveniente se a colheita dos 11 
frutos for feita com eles maduros, pois a tecnologia pós-colheita nada lhe acrescenta e pouco 12 
ou nada a modifica (FERRÃO, 2008). 13 
Segundo FERRÃO, (2008) a tecnologia pós-colheita do cacau compreende as fases 14 
seguintes: colheita dos frutos, quebra (abertura) dos frutos, fermentação, secagem,dansagem 15 
(dansing), escolha, calibragem, classificação e conservação. 16 
Potencial econômico da cultura para Rondônia 17 
Áreas de concentração do cupuaçu em Rondônia: Porto Velho, Ariquemes, Rolim de 18 
Moura, Guajará-Mirim, Ji-Paraná. Em Rondônia o cupuazeiro era cultivado em pequenos 19 
pomares rurais ou quintais urbanos, naslocalidades ao longo da calha do rio Madeira e seus 20 
principais afluentes. Entretanto na última década do século XX, com a valorização dos 21 
produtos da Amazônia, houve grande incremento no plantio desta espécie em toda a 22 
Amazônia brasileira, alcançando 25 mil hectares da cultura na região. Nesta época Rondônia 23 
chegou a alcançar área plantada em torno de seis mil hectares, mas, problemas de 24 
desorganização da produção, que resultam em sérias dificuldades na comercialização, e falta 25 
17 
 
de incentivos à produção, impuseram uma retração na atividade de exploração econômica da 1 
espécie, com a substituição por outras culturas menos exigentes em infraestrutura de 2 
beneficiamento. Porém, ainda existem significativas áreas cultivadas com o cupuaçu no 3 
estado, como os Projetos RECA e PREPAM, localizados nos distritos de Nova Califórnia e 4 
Extrema, respectivamente, em Porto Velho, onde existem cerca de 1000 hectares de Sistemas 5 
Agroflorestais (SAF’s), que consorciam cupuaçu, pupunha e castanha-do-Brasil. (RIBEIRO et 6 
al. 2005). 7 
Algumas iniciativas de agroindustrialização estão em desenvolvimento e poderão 8 
consolidar um complexo de interesse ligados à fruticultura, onde o cupuaçu ocupa lugar de 9 
destaque. A concretização das oportunidades de comercialização que a agroindústria permite 10 
viabilizar será o caminho para se estabelecer em bases sólidas o agronegócio da fruticultura 11 
em Rondônia. (PARENTE et al. 2003b) 12 
A Amazônia em geral, e Rondônia em particular, reúne condições excepcionalmente 13 
favoráveis ao desenvolvimento da cacauicultura, quando comparada á Bahia, por exemplo. 14 
Primeiramente, deve-se destacar a elevada disponibilidade de áreas para plantio nesta região - 15 
só ao longo da Rodovia BR-364, estima-se uma disponibilidade de mais de 80 mil hectares de 16 
solos de média-alta fertilidade, situação bem diversa da que ocorre com a Bahia, onde não há 17 
mais espaço físico disponível á expansão da lavoura cacaueira. (PARENTE et al. 2003a) 18 
Somem-se a este quadro algumas vantagens adicionais e específicas de Rondônia: a) 19 
endividamento quase inexistente dos cacauicultores com os programas de credito rural; b) 20 
existência de uma estrutura agrária favorável pelo trabalho de colonização realizado pelo 21 
INCRA; c) disponibilidade de sementes de variedades híbridas de cacau de elevada 22 
produtividade e tolerância á vassoura-de-bruxa, produzidas e distribuídas gratuitamente pela 23 
CEPLAC; d) estrutura de produção centralizada no uso de sistemas agroflorestais (Inter 24 
18 
 
cultivo do cacau com espécies florestais e outros cultivos agrícolas) e na pequena produção 1 
familiar; e) disponibilidade da produção de cacau na entressafra mundial; f) disponibilidade 2 
de um acervo tecnológico considerável, aliado a uma rede de assistência técnica especializada 3 
e capilarizada por 34 municípios do estado; f) maior proximidade do principal mercado 4 
consumidor de chocolate, os Estados Unidos da América. Tem-se delineado, pois, um 5 
panorama bastante favorável á cacauicultura rondoniense (PARENTE et al. 2003a). 6 
Considerações finais 7 
A similaridade das amêndoas de cupuaçu e cacau tem despertado interesse cientifico, 8 
pois a partir das sementes de cupuaçu pode-se obter um produto semelhante ao chocolate e 9 
achocolatados o que aumenta o mercado consumidor. O Brasil tem grande demanda para 10 
fabricação de chocolate não tendo uma produção de matéria prima para suprir suas 11 
necessidades. 12 
O cupuaçu e o cacau apresentam um grande potencial econômico para a região, por ser 13 
nativo ter as condições edafoclimáticas adequadas ao seu desenvolvimento . Entretanto há 14 
poucas pesquisas relacionadas à produção dessas culturas, e não tem logística necessitando 15 
de um maior estudo e investimento para a região. 16 
 17 
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