Resumo de Fundamento das Ciências Sociais

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Resumo de Fundamento das Ciências Sociais Cap. 1
Pode-se dizer que o ser humano é o único animal que vive no mundo e pensa sobre o mundo em que vive. Entretanto, nem toda forma de conhecimento, e, portanto, as formulações que dele derivam, são as mesmas em todo tempo/lugar e mesmo para todos os indivíduos.
Esses conhecimentos foram assim considerados:
Conhecimento mítico – esse conhecimento busca explicar o mundo a partir de suas entidades – ou seja, forças, energias, criaturas, personagens que estão além do mundo natural, que o transcendem, que são sobrenaturais.
Conhecimento religioso – esse conhecimento se dá a partir da separação entre as esferas do sagrado e do profano. É condição fundamental crer ou ter fé nessa explicação. ( Santo/profano, fé, esperança – garantia da salvação/redenção da alma).
Conhecimento filosófico – pode ser traduzida como amor a sabedoria, à busca do conhecimento. Embora a concepção filosófica não ofereça soluções definitivas para numerosas questões formuladas pela mente, influi diretamente na vida do ser humano orientando sua atividade prática e intelectual.
Conhecimento de senso comum – é a compreensão do mundo baseada no aprendizado acumulado de geração em geração. (herança cultural, gereção em geração, assistemático, valores pessoais, acrítico, não estabelece método de perquisa).
Conhecimento científico – é definido como aquele que resulta de investigação metódica, sistemática da realidade. Analisa-os para descobrir suas causas e concluir as leis gerais que os regem. ( investigação criteriosa, garantia da verdade, objetiva racionalidade, relação de causa e efeito, utiliza método de pesquisa, superação dogmas – crença ).
O Senso comum: características e armadilhas
Conforme vimos, o conhecimento de senso comum surge da necessidade de o homem enfrentar os desafios cotidianos. Esse foi um dos primeiros tipos de conhecimento produzido pelos indivíduos com a finalidade de compreender a natureza e transformá-la em benefício próprio.
Portanto, o senso comum cultural, um legado, que tem a finalidade prática de orientar a sobrevivência humana nos mais variados aspectos. 
Esse aprendizado tem um caráter 
Esse aprendizado tem um caráter subjetivo. O saber de senso comum é assistemático, não supõe o uso de método. O senso comum é um tipo de conhecimento empírico.
Outra perspectiva: o conhecimento científico
A ciência moderna tal qual a conhecemos, surge na Europa, no século XVII, a partir de um marco histórico fundamental: a chamada revolução científica. Foi nesse período que houve as primeiras tentativas de superação dos dogmas e das crenças religiosas relacionadas aos fenômenos que regem o mundo e buscou-se uma explicação sistematizada dos fatos.
Na antiguidade clássica, os filósofos gregos, por exemplo, construíram um tipo de saber que se assentava na revelação de causas e princípios primeiros do mundo, a metafísica. Eles foram também responsáveis por lançarem as bases da matemática, da medicina e da física moderna. 
Entretanto, o que torna o prazer produzido ao longo do século XVI e XVII tão específico é a radical transformação que ele provoca na concepção de mundo e na própria forma de conhecê-lo e explica-lo.
Neste sentido é atribuído a Galileu Galilei papel fundamental nessa mudança, pois foi a partir das teorias por ele definidas que se introduziu o método científico.
Mas somente um método não é suficiente para designarmos que um estudo é científico. “As ciências são particulares na medida em que cada uma privilegia setores distintos da realidade.” (ARRUDA, 2010, p.158). 
 Para além do binômio método e objetivo de estudo, o conhecimento científico se distingue de outras formas de saber porque suas formulações são sistemáticas, baseadas em fatos verificáveis e controláveis através das experiências, chegando, por isso, a conclusões gerais e objetivas.
A ciência dispõe de uma linguagem rigorosa cujos conceitos são definidos de modo a evitar ambiguidades. A linguagem se torna mais precisa, na medida em que utiliza a matemática para transformar qualidade em quantidade. (ARRUDA, p.158)
Assim Chamadas ciências sociais: a constituição de um campo de conhecimento
O conhecimento científico teve lugar no século XVII, mas se constituíram como em campo de conhecimento somente no século XIX.
Por Ciências Sociais entende-se o conjunto de saberes relativos aas disciplinas de Antropologia, Ciência Politica e Sociologia. Englobando outras áreas de conhecimento como a Psicologia, a Etnologia, a Geografia Humana, a Economia, a Administração e as Ciências Jurídicas.
Antropologia – ciência que estuda o homem a partir daquilo que o constitui em sua humanidade, isto é, a produção da cultura. (funda-se na compreensão de aspectos microcósmicos).
O objeto de estudo das Ciências Sociais são as relações que o homem estabelece entre si vivendo em sociedade. As Ciências Sociais estudam fenômenos complexos situados em planos de causalidade e determinação complicados. (QUALIDADE)
Ciências Naturais, uma vez que aquelas lidam com fenômenos distintos estudados por biólogos, físicos e químicos. Nas Ciências Naturais os fenômenos podem ser percebidos, divididos, classificados e explicados, objetivamente, dentro de condições de relativo controle em laboratório. As Ciências da natureza aspiram instaurar as leis objetivas gerais, universais e necessárias dos fatos, como estabelecer leis objetivas para o que é essencialmente objetivo. EX: funerais, aniversários, rituais de iniciação, trocas comerciais etc. Nesse sentido, tal campo de saber não comporta métodos ou técnicas rígidas e rigorosas. (QUANTIDADE)
O sujeito (o pesquisados) deve ser considerado no contexto no qual estes fatos ou fenômenos se apresentam.
O problema social designa comumente algo que atinge um grupo, ou uma categoria de indivíduos, um problema social pode ser subjetivo, afinal de contas, o que é um problema para uma cultura pode não ser para outra. O problema social é uma situação que afeta um número significativo de pessoas. 
Já os problemas sociológicos são o objetivo de estudo da sociologia quanto ciência, a Sociologia estuda os fenômenos sociais. Problemas sociológicos são questões ou problemas de explicação teóricos.
Podemos concluir, portanto, que todo problema social pode ser um problema sociológico, mas nem todo problema sociológico é um problema social.
A sociedade em nós: indivíduos e sociedade
Por socialização compreendem-se os processos através dos quais os seres humanos são induzidos a adotar os padrões de comportamento, normas, regras, e valores do seu mundo social.
É também através do processo de socialização que o sujeito aprende os elementos socioculturais do seu meio, tornando possível a perpetuação da sociedade e da transmissão da sua cultura de geração em geração. 
Reflexão
É pela socialização que o mundo social – com seus diversos significados, hábitos de vida, normas e valores normais, por exemplo – é interiorizado pelo indivíduo e passa a fazer parte de sua experiência subjetiva.
Por fim, é pela socialização que nos tornamos membros de uma determinada sociedade e assimilamos sua cultura.
Os usos e abusos da cultura cap. 02
A Antropologia é, por excelência, a área de debate desta questão. Edward Tylor foi o primeiro antropólogo no conceito de cultura, Tylor vê a cultura humana como única.
“Cultura é todo o complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei, costume e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem na condição de membro da sociedade.”
“a vida total de um povo, a herança social que o indivíduo adquire de seu grupo. Ou pode a cultura ser considerada como aquela parte do ambiente que o próprio homem criou.” (KLUCKHOHN, 1945).
Clyde Kluckhohn foi um antropólogo americano e teórico social.
A crítica ao determinismo geográfico
O determinismo geográfico, teoria desenvolvida por geógrafo do século XIX é o início do século XX.
Comentário
Muita gente ainda acredita que os alemães tem mais habilidade para a mecânica, queos judeus são avarentos, que os portugueses são trabalhadores, porém pouco inteligentes, que os ciganos são nômades por instintos e que os brasileiros herdaram a preguiça dos negros. Essa forma de pensar tem sido, ao longo dos anos, rejeitadas pelos antropólogos que acreditam que nem as diferenças genéticas nem as ambientais são determinantes nas diferenças culturais.
No sentido antropológico, a cultura é um conjunto de regras que nos diz como o mundo pode e deve ser classificado.
O conceito de cultura
O homem atua de acordo com os seus padrões culturais; 
A cultura é um modo de adaptação aos diferentes ambientes. Para se adaptar aos diversos ambientes ecológicos, o homem não modifica seu aparato biológico, mais sim constrói diferentes respostas culturais;
Mesmo contando com uma estrutura física mais frágil que a de outros animais, o homem superou limites do meio ambiente e estendeu sua influência por toda a terra;
A cultura é um processo cumulativo que resulta da experiência adquirida das gerações anteriores.
A cultura permite traduzir melhor a diferença entre nós e outros. O método dos antropólogos é o trabalho de campo, através do qual se produz a análise e a descrição do grupo estudado, isto é, a etnografia.
Para o antropólogo, o trabalho de campo é uma espécie de iniciação de rito de passagem. Ou seja, de transição de um status social para um novo.
O trabalho de campo é uma característica da antropologia moderna.
Conceito
Etnocentrismo: é um conceito antropológico que define o que ocorre quando um determinado indivíduo ou grupo de pessoas, que tem os mesmos hábitos e caráter social, descrimina outro, julgando-se melhor, seja por causa de sua condição social, pelos diferentes hábitos ou manias, ou até mesmo por uma diferente forma de se vestir. Etnocentrismo é a dificuldade de pensar a diferença, de ver o mundo com os olhos dos outros. 
Etnografia: é o método clássico, que visa realizar a descrição dos significados pertencentes a um determinado grupo. A etnografia investiga a realidade de um grupo e o saber gerado a partir do ponto de vista do outro.
Reflexão
A antropologia não é uma ciência do exótico, praticada por acadêmicos fechados em uma torre de marfim: o antropólogo convive e compartilha o tempo com as pessoas, interagindo com as mesmas, tendo como objetivo traduzir a sua experiência.
Estranhar significa a capacidade do observador de olhar para os eventos culturais de um determinado grupo com algo completamente diferente de tudo que já tenha observado anteriormente, tanto na sua cultura, como em outra qualquer.
Considerar duas ordens de transformações do antropólogo.
Transformar o exótico no familiar
A primeira ordem de mudanças correspondentes ao movimento da própria disciplina ao abandonar os procedimentos dos etnólogos de gabinete e buscar compreender as regras sociais existentes ao estudar o outro no seu contexto de origem.
Transformar o familiar no exótico 
A segunda correspondente ao movimento de olhar para dentro de nossa própria sociedade e estranhar as nossas regras sociais, verificando os mecanismos de cristalização e legitimação das esferas de poder que tomam por naturais certas atitudes.
O próprio trabalho de campo se constitui no momento único, em que o antropólogo refaz a imagem que tem de sua própria sociedade ao dela se afastar e ao se aproximar daquilo que lhe é tão diferente, mas que lhe serve de espelho: o outro.
Comentário
As técnicas de investigação são os procedimentos operativos e os instrumentos para produzir dados.
Conceito
Diversidade cultura: por diversidade cultural compreendem-se as diferenças culturais que existem entre os seres humanos. Tipos, a linguagem, danças, vestuários e outras tradições como a organização da sociedade.