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Prévia do material em texto

Texto argumentativo
Verônica Daniel Kobs*
O texto argumentativo tem total compromisso com a opinião, pois ele é 
a defesa de um ponto de vista, contra ou a favor de algum assunto. Em geral, 
o tema de um texto argumentativo é suficientemente polêmico – caracterís-
tica que se evidencia no interesse demonstrado pelo autor em expressar um 
ponto de vista a respeito. 
Se a intenção do texto argumentativo é expressar opinião sobre um fato 
ou uma situação, podemos dizer que a escolha do ponto de vista a ser defen-
dido pelo autor corresponde a uma tese. Depois de apresentado o posicio-
namento, são necessários bons argumentos para defender a tese. Justamen-
te aqui está o foco do texto argumentativo, que tem a possibilidade de, em 
certas situações, exceder o simples expressar de uma opinião, porque a ideia 
defendida pelo autor pode influenciar os leitores e chegar a fazê-los mu-
darem de postura quanto à polêmica retomada a partir da escrita do texto. 
Dessa forma, a argumentação relaciona-se ao convencimento e, mesmo que 
acabem por não concordar totalmente com o autor, os leitores do texto em 
questão devem identificar bom embasamento nos argumentos apresenta-
dos e coerência no raciocínio exposto.
Como qualquer outro, o texto argumentativo deve ter começo, meio e 
fim. No entanto, há elementos específicos que devem aparecer em cada uma 
de suas partes. É o atrelamento desses elementos às suas respectivas partes 
que determina a estrutura do texto. Além disso, a argumentação conta com 
alguns recursos que potencializam seu efeito, oferecendo modos bastante 
eficazes de provar o raciocínio escolhido e convencer o leitor. 
Depois dessa breve introdução sobre o texto argumentativo, vejamos um 
exemplo, para ser analisado à medida que detalhamos o seu conteúdo.
* Doutora em Estudos Li-
terários pela Universidade 
Federal do Paraná (UFPR). 
Mestre em Literatura Bra-
sileira pela UFPR. Licencia-
da em Letras Português- 
-Latim pela UFPR.
Literatura: um olhar aberto para o mundo 
(COELHO, 2007)
Neste limiar de século e de milênio, estamos assistindo ao final de um 
extenso período da cultura humana (Era Romântica, sécs. XVIII-XIX) e, simulta-
neamente, estamos vivendo (conscientemente ou não) uma acelerada muta-
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Texto argumentativo
ção que está engendrando uma nova cultura, radicalmente diferente da ante-
rior, e exigindo a formação de uma nova mente.
Sentimo-nos perdidos diante dessa avalanche de mudanças em todos os 
níveis da sociedade, porque ainda não nos foi possível descobrir racionalmen-
te o encadeamento de todos os elos dessa transformação em curso. Talvez 
fique mais fácil entendermos a natureza ou o sentido desse processo que es-
tamos vivendo se nos valermos do pensamento de Oswald Spengler (A Deca-
dência do Ocidente, 1918-1922), ao definir cultura e civilização. […].
Estamos hoje vivendo em pleno “ponto de mutação” (Fritjof Capra), daí a 
fragmentação, o desnorteamento que caracterizam o mundo que nos rodeia 
e que precisamos aprender a conhecer, para nele podermos agir. A grande 
revolução-evolução, hoje vivida por toda humanidade, está acontecendo na 
esfera da cultura (da mente, do espírito, do pensamento, da reflexão, do ser in-
terior) e, evidentemente, em conflito com a esfera da civilização em que ainda 
predominam as formas consagradas ontem, mas já superadas pelas novas 
formas emergentes com a revolução tecnológica-cibernética que vem mu-
dando a face do mundo, pela anulação das distâncias geográficas e da ruptura 
de todos os antigos limites (espaciais, temporais, mentais, éticos, estéticos...).
[…]
É dentro desse ciberespaço, desse fascinante mundo virtual, que na esfera 
da educação e do ensino, o problema leitura/literatura vem crescendo em im-
portância. E por quê? […] Está mais do que evidente que estamos vivendo em 
plena civilização da imagem. […] Mas há já algum tempo se vem descobrindo 
que só esse contato não basta para a dinamização interior do indivíduo, para 
o desenvolvimento de suas potencialidades, de maneira plena... Para esse es-
tímulo, a leitura é fundamental. É o contato, a interação íntima do eu com 
a palavra escrita, com o texto, que o leva a desenvolver aquilo que o define 
como ser humano: a sua própria expressão verbal, sua fala, sua linguagem, 
sua própria palavra, sem a qual não há nenhuma relação profunda entre o eu 
e os outros que o rodeiam.
[…] concluímos estas reflexões enfatizando o fato de que é preciso neu-
tralizar a ameaça de robotização que paira sobre os indivíduos, neste ciberes-
paço. E um dos meios para essa neutralização está, sem dúvida, na literatura/
leitura que vem sendo descoberta (ou redescoberta) como um “exercício de 
viver” ou como fecundo instrumento de “formação das mentes” e de conheci-
mento de mundo, da vida. [...]
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Texto argumentativo
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Partes do texto argumentativo
Introdução
A introdução desempenha o papel de informar a posição assumida pelo 
autor do texto diante de algum assunto, é na introdução que se explicita a 
tese do texto argumentativo. No entanto, como em qualquer outro texto, a 
introdução do texto argumentativo investe apenas em uma brevíssima apre-
sentação do tema, de modo a situar o leitor, familiarizando-o com a questão 
que motivou a escrita. Para verificar essas considerações na prática, vamos 
analisar a introdução do texto que apresentamos anteriormente, de Nelly 
Novaes Coelho.
Neste limiar de século e de milênio, estamos assistindo ao final de um ex-
tenso período da cultura humana (Era Romântica, sécs. XVIII-XIX) e, simul-
taneamente, estamos vivendo (conscientemente ou não) uma acelerada 
mutação que está engendrando uma nova cultura, radicalmente diferente 
da anterior, e exigindo a formação de uma nova mente.
Com a releitura dessa introdução, chega-se facilmente à ideia sintetizada 
nesse parágrafo. Simplificando ou esquematizando a posição da autora, po-
demos propor a seguinte ordem: 
“limiar de século e de milênio” → fim de um “período da cultura humana” → 
“acelerada mutação” → engendramento de “uma nova cultura” → exi-
gência de uma nova mentalidade.
Perceba que os elementos que compõem essa sequência organizam-se 
de modo coerente e progressivo, mas não fomos nós que estabelecemos 
essa ordem: nós apenas retomamos peças-chave da introdução, na ordem 
em que a autora as apresentou.
Depois de explicitada a tese, que deve ser identificada e compreendida 
pelo leitor, é hora de apresentar os argumentos que irão sustentá-la e aden-
sá-la, de modo a demonstrar a pertinência do raciocínio introdutório – mas 
essa função cabe a outra parte do texto.
Desenvolvimento
Os argumentos são listados e aprofundados no desenvolvimento do 
texto argumentativo. É nesta parte que a tese é expandida e defendida de 
fato. 
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Texto argumentativo
Há diferentes modos de argumentar, firmando uma posição sobre o as-
sunto em pauta. Variam também os argumentos selecionados para a defesa 
da tese – afinal, toda construção textual, sobretudo quando está em jogo o 
expressar de uma opinião, envolve ideologia – isto é, um conjunto de concei-
tos culturais próprios de determinado grupo ou época e, portanto, vinculado 
ao contexto histórico-social. 
Apesar disso, alguns autores preferem fazer uma argumentação objetiva, 
com verbos na terceira pessoa (como em “pressupõe-se que...” ou “observa- 
-se...”). Claro que isso é apenas um subterfúgio para diminuir a carga de opi-
nião, mas diminuir não é sinônimo de anular: a opção pelo texto argumenta-
tivo objetivoapenas equilibra o seu tom. 
Em contrapartida, o discurso subjetivo enfatiza a carga opinativa e ide-
ológica do texto, pois o autor assume com convicção a tese e os argumen-
tos citados, chegando, inclusive, a usar situações de sua vida pessoal para as 
exemplificações feitas no texto.
Para ver como essas orientações sobre o desenvolvimento do texto 
podem servir à argumentação, vamos nos deter sobre os parágrafos que 
formam o desenvolvimento do texto que estamos analisando, identificando 
os argumentos arrolados pela autora.
Sentimo-nos perdidos diante dessa avalanche de mudanças em todos os 
níveis da sociedade, porque ainda não nos foi possível descobrir racional-
mente o encadeamento de todos os elos dessa transformação em curso. 
Talvez fique mais fácil entendermos a natureza ou o sentido desse processo 
que estamos vivendo se nos valermos do pensamento de Oswald Spengler 
(A Decadência do Ocidente, 1918-1922), ao definir cultura e civilização. […].
Estamos hoje vivendo em pleno “ponto de mutação” (Fritjof Capra), daí a 
fragmentação, o desnorteamento que caracterizam o mundo que nos rodeia 
e que precisamos aprender a conhecer, para nele podermos agir. A grande 
revolução-evolução, hoje vivida por toda humanidade, está acontecendo 
na esfera da cultura (da mente, do espírito, do pensamento, da reflexão, do 
ser interior) e, evidentemente, em conflito com a esfera da civilização em 
que ainda predominam as formas consagradas ontem, mas já superadas 
pelas novas formas emergentes com a revolução tecnológica-cibernética 
que vem mudando a face do mundo, pela anulação das distâncias geográ-
ficas e da ruptura de todos os antigos limites (espaciais, temporais, mentais, 
éticos, estéticos...).
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Texto argumentativo
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[…]
É dentro desse ciberespaço, desse fascinante mundo virtual, que na esfera 
da educação e do ensino, o problema leitura/literatura vem crescendo em 
importância. E por quê? […] Está mais do que evidente que estamos viven-
do em plena civilização da imagem. […] Mas há já algum tempo se vem 
descobrindo que só esse contato não basta para a dinamização interior do 
indivíduo, para o desenvolvimento de suas potencialidades, de maneira 
plena... Para esse estímulo, a leitura é fundamental. É o contato, a interação 
íntima do eu com a palavra escrita, com o texto, que o leva a desenvolver 
aquilo que o define como ser humano: a sua própria expressão verbal, sua 
fala, sua linguagem, sua própria palavra, sem a qual não há nenhuma rela-
ção profunda entre o eu e os outros que o rodeiam.
Seguindo a função própria dessa parte, no primeiro parágrafo do de-
senvolvimento, a autora enfatiza a multiplicidade das mudanças que estão 
ocorrendo, assim como acentua o fato de tais novidades serem percebidas 
com dificuldade pelas pessoas, já que se diferem muito do antigo modelo de 
sociedade. 
Já no segundo parágrafo, é destacada a mutação, relacionando-a a pro-
blemas hoje usuais: “fragmentação” e “desnorteamento”. Em seguida, nova-
mente é mencionado que a consequência da transformação em curso é o 
embate cultural entre as formas antiga e nova. Por fim, a “revolução tecnoló-
gica-cibernética” é apontada como a responsável por tantas mudanças.
No último parágrafo que compõe o desenvolvimento do texto em ques-
tão, a “revolução tecnológica-cibernética” relaciona-se ao “ciberespaço”, 
possibilitando-se maior importância à leitura e à literatura, que por sua vez 
auxiliam o desenvolvimento da expressão individual ou da “linguagem”, 
“sem a qual não há nenhuma relação profunda entre o eu e os outros que o 
rodeiam”.
A partir dessas breves colocações sobre o desenvolvimento do texto, foi 
possível perceber o encadeamento lógico entre os parágrafos, novamente 
a progressão dos fatos e, no final, apesar de a revolução tecnológica trazer 
benefícios à sociedade, fica claro que ela precisa ser neutralizada, em alguns 
momentos – daí a importância da literatura hoje. 
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Texto argumentativo
Conclusão
A conclusão sintetiza o texto, retomando, na maioria das vezes, o ar-
gumento principal, citado no desenvolvimento, para sustentar a tese, que 
também é retomada nesta parte. Vamos rever a conclusão do texto de Nelly 
Novaes Coelho.
[…] concluímos estas reflexões enfatizando o fato de que é preciso neu-
tralizar a ameaça de robotização que paira sobre os indivíduos, neste ci-
berespaço. E um dos meios para essa neutralização está, sem dúvida, na 
literatura/leitura que vem sendo descoberta (ou redescoberta) como 
um “exercício de viver” ou como fecundo instrumento de “formação das 
mentes” e de conhecimento de mundo, da vida. [...]
Embora, no texto, a autora tenha iniciado sua conclusão de modo explí-
cito, usando o verbo concluir (“concluímos estas reflexões...”), ressalte-se que 
o final de um texto não precisa iniciar dessa forma. Fora a síntese que deve 
ser feita pela conclusão, não há regras rígidas de como iniciar essa parte do 
texto. 
Analisando a conclusão transcrita acima, percebe-se que a autora não 
atribui apenas aspectos positivos à revolução tecnológica, que indubitavel-
mente apresenta vantagens, mas precisa dividir espaço com a literatura, que 
é uma espécie de contraponto dessa revolução, de modo a não se acabar 
com tudo excessivamente robotizado. Em outras palavras, a autora sugere 
que o lado humano da leitura é necessário para contrabalançar a mecaniza-
ção da era contemporânea.
A partir do desvendamento dessa conclusão, é impossível não retomar 
o título – “Literatura: um olhar aberto para o mundo” –, pois ele sintetiza o 
posicionamento da autora frente às mudanças que caracterizam a sociedade 
contemporânea.
Recursos do texto argumentativo
Detalhamento
O detalhamento pode ser usado para aumentar o poder de convencimen-
to do texto. Ele garante maior credibilidade para a tese defendida e assim a 
ideia apresentada tem maior aceitação do público. Detalhar um texto em-
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Texto argumentativo
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presta à argumentação certo didatismo: é como se o autor guiasse os seus 
leitores “pela mão”, e cada passo, objetivo ou exemplo é acompanhado pelo 
leitor, de modo a dirimir dúvidas e a aumentar as certezas e a crença em re-
lação à tese que está sendo defendida.
O detalhamento pode ser feito pela citação de exemplos ou pela apre-
sentação de alguns desdobramentos dos argumentos principais, de modo a 
consolidar a importância deles para o tema debatido e para a posição assu-
mida pelo autor desde a introdução. 
Esse recurso é ativado pela autora do texto com o uso dos parênteses, em 
três situações:
“final de um extenso período da cultura humana (Era Romântica, sécs. XVIII-
XIX)”;
“se nos valermos do pensamento de Oswald Spengler (A Decadência do 
Ocidente, 1918-1922)”;
“pela anulação das distâncias geográficas e da ruptura de todos os antigos 
limites (espaciais, temporais, mentais, éticos, estéticos...)”.
Nesses três exemplos, o que aparece entre parênteses tem a função de 
expandir a informação, tornando-a mais clara para o público leitor.
Citação de fontes e exemplos
Com a finalidade de embasar a tese defendida no texto, citam-se autores 
de renome, que compartilham a mesma posição ou os exemplos que tentam 
concretizar a ideia apresentada e sustentada, de modo a unir teoria e prá-
tica. No texto analisado, há três ocorrências que, nesse quesito, merecem 
destaque:
referência a Spengler; �
menção a Fritjof Capra; �
o fato de se citar a literatura/leitura como modo de neutralizar a ro- �
botização ou a tecnologia excessiva– afinal, a autora poderia apenas 
mencionar que um modo de contenção seria exigido, mas ela vai além 
disso e, em vez de apenas alertar para a busca de uma saída, aventa 
uma possibilidade de saída.
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Texto argumentativo
O fato de se recorrer a autores de renome comprova para o leitor que a 
ideia defendida no texto não é absurda, pois há outros autores que a com-
partilham. Além disso, citar autores que já se pronunciaram sobre o tema 
que está sendo debatido promove um empréstimo de credibilidade, o que, 
sem dúvida, é um modo de avalizar o discurso em elaboração, ou seja, o 
texto argumentativo.
Quanto ao exemplo que é citado no texto, isso deixa claro para o leitor 
que a autora do texto foi além de apenas pensar nos reflexos dessa onda 
tecnológica, já que propõe ao menos um modo de tentar contê-la, para que 
o aspecto humano não seja totalmente engolido pela robotização. 
Raciocínio lógico
Apesar de ser um princípio óbvio para a construção de qualquer texto, o 
raciocínio lógico se faz mais necessário em um texto argumentativo porque 
a compreensão da ideia defendida pelo autor é o primeiro passo para o con-
vencimento do leitor. Mas nem precisamos ir tão longe: por mais que o leitor 
não concorde totalmente com a tese defendida, ele pensará sobre o texto 
e o levará em conta (para rever sua ideologia e seu ponto de vista sobre a 
questão debatida), se tiver conseguido compreender o raciocínio apresen-
tado pelo autor. 
Para confirmar que o texto de Nelly Novaes Coelho atende a esse pres-
suposto, basta voltar rapidamente aos parágrafos do desenvolvimento e à 
análise desses parágrafos para verificar que as etapas são enunciadas pro-
gressivamente, levando o público leitor, paulatinamente, até o X da questão, 
ou seja, à robotização e à necessidade de contê-la. 
A antítese como pressuposto
A antítese corresponde à posição contrária àquela defendida pelo autor 
do texto. No entanto, mesmo assim é possível utilizá-la como uma espécie 
de sombra, no momento da produção do texto argumentativo, para tentar 
responder de antemão a questões que podem ser feitas por pessoas que 
defendem postura diferente daquela do autor do texto. 
Assim, haverá menos margem para réplicas e se atenderá a um bom 
número de expectativas. Esse exercício ajuda a aprimorar a argumentação 
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Texto argumentativo
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porque investe na produção de um texto mais completo, mais claro e com 
argumentos menos frágeis.
No texto em análise, isso se verifica no momento em que a autora usa os 
parênteses para detalhar informações e quando cita a literatura/leitura como 
antídoto para a robotização. Para fechar o raciocínio, é como se, preenchen-
do essas lacunas, a escritora pudesse responder a questões que imaginou 
surgindo na hora da leitura, como nos exemplos abaixo:
“final de um extenso período da cultura humana”
 Possível pergunta do leitor: De que “extenso período” se trata?
	 Resposta incluída no texto: “(Era Romântica/sécs. XVIII-XIX)”;
“pela anulação das distâncias geográficas e da ruptura de todos os an-
tigos limites”
	 Possível pergunta do leitor: Quais são esses “antigos limites”?
	 Resposta incluída no texto: “(espaciais, temporais, mentais, éticos, 
estéticos...)”.
Texto complementar
Leia o artigo abaixo, de Stephen Kanitz, atentando para as partes do texto 
argumentativo, sobretudo para o desenvolvimento, em que são arrolados os 
argumentos escolhidos pelo autor para comprovar sua tese. 
A favor dos videogames
(KANITZ, 2005)
O cérebro humano é um órgão que absorve quase 25% da glicose que con-
sumimos e 20% do oxigênio que respiramos. Carregar neurônios ou sinapses 
que interligam os neurônios em demasia é uma desvantagem evolutiva, e não 
uma vantagem, como se costuma afirmar.
Todos nós nascemos com muito mais sinapses do que precisamos. Aqueles 
que crescem em ambientes seguros e tranquilos vão perdendo essas sinap-
ses, que acabam não se conectando entre si, fenômeno chamado de regressão 
sináptica.
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10
Texto argumentativo
Portanto, toda criança nasce com inteligência, mas aquelas que não a 
usam vão perdendo-a com o tempo. Por isso, menino de rua é mais esperto 
do que filho de classe média que fica tranquilamente assistindo às aulas de 
um professor. Estimular o cérebro da criança desde cedo é uma das tarefas 
mais importantes de toda mãe e todo pai modernos.
Sempre fui a favor de videogames, considerados uma praga pela maioria 
dos educadores e pedagogos. Só que bons videogames impedem a regressão 
sináptica, porque enganam o cérebro fazendo-o achar que seus filhos nas-
ceram num ambiente hostil e perigoso, sinal de que vão precisar de todas 
as sinapses disponíveis. O truque é encontrar bons jogos, mas não é tarefa 
impossível. 
O primeiro videogame que comprei para meus filhos foi o famoso SimCity, 
um jogo em que você é o prefeito de uma pequena vila, e, dependendo de 
suas decisões, ela pode se tornar uma megalópole ou não. Se você for um 
péssimo prefeito, a população se mudará para a cidade vizinha, e fim do jogo. 
Em vez de eleger prefeitos, seria muito melhor se empossássemos o vencedor 
do campeonato de SimCity em cada cidade.
Um dia eu estava brincando de “prefeito” quando meus filhos de 11 e 13 
anos de idade, analisando meu “planejamento urbano” inicial, balançaram a 
cabeça em desaprovação: “Tsk, tsk, tsk. Pai, daqui a 50 anos você vai dar com 
os burros n’água”. Eu, literalmente, caí da cadeira. Quantos de nós, aos 11 anos, 
tínhamos consciência de que atos feitos na época poderiam ter consequên-
cias nefastas 50 anos depois? Quantos de nós pensaríamos em prever um 
futuro para dali a 50 anos?
A lição que me deram com o famoso videogame Mario Brothers foi ainda 
melhor. Não tendo a paciência de meus filhos, eu vivia cortando caminho pelos 
vários atalhos existentes no jogo, quando novamente me deram o seguinte 
conselho: “Não se podem queimar etapas, senão você não adquire a experiên-
cia e a competência necessárias para as situações mais difíceis que estão por 
vir.” A frase não foi exatamente essa, mas foi o suficiente para me deixar com 
os cabelos em pé. Dois garotos estavam me ensinando que cada etapa da vida 
tem seu tempo e aprendizado, e nela não se pode ser um apressado.
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Texto argumentativo
11
No jogo Médico, as crianças aprendem a fazer um diagnóstico diferen-
cial, a pior das alternativas sendo uma apendicite. Nesses casos, elas têm de 
operar “virtualmente” o paciente seguindo condutas médicas corretas. Um 
dos procedimentos é a assepsia da pele, e ai de quem não escovar o peito do 
paciente, com o mouse nesse caso, por três minutos, o que é uma eternidade 
num videogame e para uma criança. Quem gasta menos do que isso é su-
mariamente expulso do hospital por erro médico. Que matéria ou professor 
ensina esse tipo de autodisciplina?
Em A-Train, o jogador é um administrador de empresa ferroviária. A criança 
tem de investir enormes somas colocando trilhos e locomotivas sem contar 
com muitos passageiros no início das operações. Aprende-se logo cedo que 
uma empresa começa com prejuízo social e tem de ter recursos para suportar 
os vários anos deficitários.
Aos 12 anos, meus filhos já tinham noção de que os primeiros anos de um 
negócio são os mais difíceis, e controlar o capital de giro é essencial. Avaliar 
riscos e administrar o capital de giro, nem grandes empresários sabem fazer 
issoaté hoje.
Como em tudo na vida, é necessário ter moderação nas horas devotadas 
ao videogame. Mas ele é uma ótima forma de estimular o cérebro da criança 
e impedir sua regressão sináptica, além de ensinar planejamento, paciência, 
disciplina e raciocínio, algo que nem sempre se aprende numa sala de aula. 
Atividades
1. Elabore uma pequena lista, com três argumentos ou mais, para de-
fender a ideia de que se deve evitar o uso de um carro pelo centro da 
cidade em horários de pico.
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Texto argumentativo
2. Considerando este início de texto (veja abaixo), defina a tese defendi-
da pelo autor e um argumento principal para respaldá-la.
O aumento no mercado de empréstimos financeiros desenca-
deou crescimento em diversos setores do comércio. 
3. Usando a antítese como recurso que auxilia na escolha dos argumen-
tos, defina
a) uma tese: 
b) uma antítese: 
c) os argumentos que sirvam de réplica a essa antítese: 
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Texto argumentativo
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4. A principal parte do texto argumentativo é
a) a antítese.
b) a introdução.
c) a conclusão.
d) o desenvolvimento.
5. O principal elemento constituinte do texto argumentativo é
a) a linguagem.
b) o título.
c) a opinião.
d) a informação.
6. Sobre a tese, é correto afirmar que
a) em qualquer situação, ela deve ser evidenciada desde o título.
b) ela deve expressar, de modo sintetizado, o ponto de vista defendi-
do pelo autor do texto.
c) ela deve ser repetida, ipsis litteris, na conclusão.
d) ela não deve prever a antítese.
7. Sobre os recursos que podem ser utilizados na escrita de um texto ar-
gumentativo, é correto afirmar que
a) a ordem das informações não é relevante, já que o texto privilegia 
a opinião.
b) citar autores de renome e dar exemplos é útil, respectivamente, para 
dar credibilidade à tese e concretude à ideia apresentada. 
c) o detalhamento insere a descrição no texto de um modo inade-
quado.
d) recorrer à antítese demonstra evidente contradição e fragilidade 
discursiva. 
8. Este fragmento do “Prefácio interessantíssimo”, de Mário de Andra-
de (veja abaixo), poderia ser usado em que parte do texto argu-
mentativo?
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Texto argumentativo
Para juntar à teoria:
(ANDRADE, 2007)
1.º. Os gênios poéticos do passado conseguiram dar maior inte-
resse ao verso melódico, não só criando-o mais belo, como fazen-
do-o mais variado, mais comotivo, mais imprevisto. Alguns mesmo 
conseguiram formar harmonias, por vezes ricas. Harmonias porém 
inconscientes, esporádicas. Provo inconsciência: Victor Hugo, muita 
vez harmônico, exclamou depois de ouvir o quarteto do Rigoleto: 
“Façam que possa combinar simultaneamente várias frases e verão 
de que sou capaz.” […]
2.º. Há certas figuras de retórica em que podemos ver embrião 
da harmonia oral, como na lição das sinfonias de Pitágoras encon-
tramos germe da harmonia musical. 
a) Desenvolvimento, porque fornece exemplos que relacionam teoria 
e prática e facilitam a compreensão da ideia defendida no texto.
b) Introdução, pela brevidade. 
c) Conclusão, por relacionar adequadamente o título a um ou mais 
argumentos de relevo.
d) O trecho cita exemplos, os quais não devem ser usados no texto 
argumentativo. 
9. Marque a alternativa que faz a correta recomendação para a escrita de 
um texto argumentativo.
a) Não use citações.
b) Os parênteses não têm nenhuma utilidade. 
c) Seja detalhista.
d) Prefira a generalização às especificidades. 
10. Assinale a alternativa que oferece um tema adequado à escrita de um 
texto argumentativo. 
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Texto argumentativo
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a) O casamento de uma atriz famosa.
b) Uma receita culinária. 
c) Curiosidades de uma superprodução do cinema.
d) A pertinência da lei antifumo. 
11. Sobre os objetivos de um texto argumentativo, é correto afirmar que
I. o convencimento do leitor não indica a eficácia do texto.
II. a informação sobre um fato de repercussão é prioridade.
III. o importante é o debate gerado pelo texto.
 Dentre as alternativas acima, 
a) apenas a II está correta.
b) apenas I e III estão corretas. 
c) apenas a I está correta.
d) apenas II e III estão corretas.
Dica de estudo
Planeje e escreva um texto argumentativo sobre a questão “Internet: pre-
juízo ou benefício?” Escolha um ponto de vista, reúna bons argumentos para 
defendê-lo e bom trabalho!
Referências
ANDRADE, Mário de. Prefácio Interessantíssimo. Disponível em: <http://www.
geocities.com/SoHo/Nook/4880/mario.html>. Acesso em: 11 fev. 2007.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura: um olhar aberto para o mundo. Disponível em: 
<http://www.collconsultoria.com/artigo7.htm>. Acesso em: 2 jun. 2007.
KANITZ, Stephen. A favor dos videogames. Veja, 12 out. 2005.
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Texto argumentativo
Gabarito
1. 
a) O elevado número de carros e motos aumenta o risco de acidente; 
b) O tráfego intenso pode provocar congestionamentos;
c) O tempo de deslocamento entre um lugar e outro pode dobrar, o 
que implica perda de tempo.
2. Há grande chance de a tese defendida pelo autor do texto ser a favor 
dos empréstimos financeiros, pois esse início relaciona o aumento nos 
empréstimos a uma consequência positiva – o “crescimento em diver-
sos setores do comércio”. 
 Um bom argumento para sustentar essa posição é o fato de a anteci-
pação de determinada quantia ao consumidor possibilitar o imediato 
fechamento de um negócio, pois sem a quantia em mãos a compra 
pode ser protelada. E essa protelação ainda traz o risco de a compra não 
se efetivar em função de a quantia necessária ser relativamente gran-
de, de modo que, mesmo economizando, o consumidor pode vir a 
gastar seu dinheiro em outra situação ou outro produto.
3. Resposta possível: 
a) Tese: A amizade entre pais e filhos pode facilitar a passagem pela 
adolescência.
b) Antítese: A amizade entre pais e filhos restringe a privacidade do 
adolescente.
c) Argumentos de réplica à antítese: A limitação da privacidade pode 
ser facilmente contornada, ao passo que algumas coisas que ad-
vêm da falta de amizade entre pais e filhos podem colocar o ado-
lescente em um caminho sem volta.
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Texto argumentativo
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4. D
5. C
6. B
7. B
8. A
9. C
10. D
11. B
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Texto argumentativo
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