Buscar

NOÇÕES DE GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1: 2: 3

Prévia do material em texto

NOÇÕES DE GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: !
2 Administração Pública. !
! 2.1 Princípios e normas referentes à administração direta e indireta.!!
! O regime jurídico administrativo resume-se em um conjunto de prerrogativas (vantagens, 
supremacia em relação ao particular) e sujeições (restrições) especiais que permitem, de um lado, 
o alcance da finalidade pública do Estado e, de outro, a preservação dos direitos fundamentais e 
do patrimônio público.!
! As prerrogativas auxiliam no alcance dos interesses coletivos, as sujeições servem de 
contrapeso, garantindo a defesa dos interesses individuais E ADMINISTRADOS e conduzindo a 
administração para o alcance da finalidade pública. São consequências lógicas das restrições, por 
exemplo, o dever de licitar e de realizar concurso público.!
- Poder executivo e legislativo estão submetidos ao regime.!
- Direito privado também é aplicado porém não unicamente: princípios elencados na Constituição 
aplicam-se à administração pública direta e indireta, sendo que esta última abrange as 
autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.!!
Os princípios administrativos são os valores, as diretrizes, os mandamentos mais gerais que 
orientam a elaboração das leis administrativas, direcionam a atuação da Administração Pública e 
condicionam a validade de todos os atos administrativos. Podem ser expressos, quando estão 
previstos taxativamente em uma norma jurídica de caráter geral, ou implícitos, decorrendo, 
portanto, da jurisprudência ou da doutrina.!
!!
�1
Princípios implícitos:!
i) cuja aplicação conste taxativamente na Constituição, ou seja, não consta uma designação 
para chamar o princípio, mas apenas o seu significado; !
ii) que decorrem de algum princípio expresso ou da interpretação lógica de vários princípios; !
iii) outros por serem implicações do próprio Estado de Direito e do sistema constitucional como 
um todo!
Exemplos: finalidade, segurança jurídica, supremacia do interesse público, proporcionalidade…!!
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:!
Garantias principais de respeito aos direitos individuais: O inciso II do art. 5o da Constituição 
também serve de proteção aos direitos individuais, pois, ao mesmo tempo em que permite que o 
administrado faça tudo o que não estiver proibido em lei, ele impede que a Administração tente 
impor as restrições. Ou seja, o conteúdo da norma permite que o administrado atue sobre sua 
vontade autônoma e impede que a Administração imponha limites não previstos em lei.!!
A legalidade apresenta dois significados distintos. O primeiro aplica- se aos administrados, isto é, 
às pessoas e às organizações em geral. Conforme dispõe o inciso II do artigo 5o da CF/88, 
ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Dessa 
forma, para os administrados tudo o que não for proibido será permitido.!!
O segundo sentido do princípio da legalidade é aplicável à Administração e decorre diretamente 
do artigo 37, caput, da CF/88, impondo a atuação administrativa somente quando houver previsão 
legal. Portanto, a Administração só poderá agir quando houver previsão legal. Por esse motivo, ele 
costuma ser chamado de princípio da estrita legalidade.!!
Em síntese, a função administrativa se subordina às previsões legais e, portanto, o agente 
público só poderá atuar quando a lei determinar (vinculação) ou autorizar (discricionariedade). Ou 
seja, a atuação administrativa obedece a vontade legal. Por outro lado, os administrados podem 
fazer tudo o que não estiver proibido em lei, vivendo, assim, sob a autonomia da vontade. a 
Administração não pode atuar contra a lei (contra legem) nem além da lei (praeter legem), 
podendo atuar somente segundo a lei (sucundum legem). a lei possui aspecto positivo para a 
Administração e negativo para o administrado. Assim, o agente público só pode fazer o que a lei 
permitir, seguindo a autonomia da lei; enquanto agente privado pode fazer tudo o que não estiver 
proibido em lei, seguindo a autonomia da vontade.!!
Não confundir o princípio da legalidade com o da reserva legal. A reserva legal significa que 
determinadas matérias devem ser regulamentadas necessariamente por lei formal (lei em 
sentido estrito). Veja que são sentidos bem distintos, um envolvendo a atuação administrativa, 
outro a regulamentação de determinadas matérias.!!
Exceção ao princípio da legalidade a:!
§ edição de medidas provisórias (CF,art.62);!
§ decretação do estado de defesa (CF, art. 136) e!
§ decretação do estado de sítio (CF,arts.137a139).!
As medidas provisórias são atos normativos, com força de lei, editados pelo Presidente da 
República em situações de relevância e urgência. Possuem força de lei, Celso Antônio Bandeira 
de Mello as considera exceção ao princípio da legalidade em decorrência de uma série de 
limitações, como as características de excepcionalidade e precariedade.!
O estado de defesa poderá ser decretado pelo Presidente da República, ouvidos o Conselho da 
República e o Conselho de Defesa Nacional, para “preservar ou prontamente restabelecer, em 
locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente 
instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza” (CF, 
art. 137). O estado de defesa implicará na restrição de alguns direitos, conforme constará no!
decreto que o instituirá e, por isso, representa exceção ao princípio da legalidade.!
�2
Por outro lado, o estado de sítio poderá ser decretado pelo Presidente da República, após 
autorização do Congresso Nacional, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa 
Nacional, em caso de “comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que!
comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa” ou de “declaração de 
estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira” (CF, art. 137, caput e incs. I e II).!!
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE, 4 sentidos:!!
- princípio da finalidade: sinônimo de interesse público Em sentido estrito, o ato 
administrativo deve satisfazer a finalidade específica prevista em lei. Exemplo: caso da 
remoção de servidor público, que tem como finalidade específica adequar o número de 
servidores nas diversas unidades administrativas de um órgão. Caso seja aplicada com o intuito 
de punir um servidor que desempenha mal sua funções, o ato atendeu apenas ao sentido 
amplo, pois punir um servidor que trabalhe mal tem interesse público. Contudo, o ato é nulo, por 
desvio de finalidade, uma vez que a lei não estabelece esta finalidade para a transferência!
- princípio da igualdade ou isonomia: atender a todos os administrados sem 
discriminações. Decorre do princípio da supremacia do interesse público – em virtude da 
busca pela finalidade ou pelo interesse público – e da isonomia ou igualdade – em decorrência 
do tratamento igualitário, nos termos da lei.!
- vedação de promoção pessoal!
- impedimento e suspeição: esses institutos possuem o objetivo de afastar de processos 
administrativos ou judiciais as pessoas que não possuem condições de aplicar a lei de forma 
imparcial, em função de parentesco, amizade ou inimizade com pessoas que participam do 
processo.!
A busca pela finalidade pública, o tratamento isonômico aos administrados, a vedação de 
promoção pessoal e a necessidade de declarar o impedimento ou suspeição de autoridade 
que não possua condições de julgar de forma igualitária.!!
PRINCÍPIO DA MORALIDADE: se ofende a moral, os bons costumes, as regras de boa 
administração, os princípios de justiça e de equidade, a ideia de honestidade, estará havendo 
ofensa ao princípio da moralidade administrativa. Dever de atuação ética (princípio da 
probidade), concretização dos valores consagrados na lei, observância dos costumes 
administrativos.!!
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE: exigência de publicação em órgãos oficiais como requisito deeficácia: os atos administrativos gerais que produzirão efeitos externos ou os atos que impliquem 
ônus para o patrimônio público. Exigência de transparência da atuação administrativa (ressalva de 
sigilo imprescindível à segurança da sociedade e do Estado e dados pessoais).!!
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA: (adicionado em emenda em 1998) em relação ao modo de 
atuação do agente público: espera-se a melhor atuação possível, a fim de obter os melhores 
resultados (avaliação especial de desempenho e avaliação períodica de desempenho). quanto ao 
modo de organizar, estruturar e disciplinar a administração pública: exige-se que seja a mais 
racional possível, permitindo que se alcancem os melhores resultados na prestação dos serviços 
públicos (administração gerencial).!!
Atribuir a obras e ruas o nome de autoridades públicas é vedado quando elas estiverem vivas.!!
o agente público só pode fazer o que a lei permitir, seguindo a autonomia da lei; enquanto agente!
privado pode fazer tudo o que não estiver proibido em lei, seguindo a autonomia da vontade.!!
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS:!!
Princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, finalidade de garantir o 
interesse coletivo. Visto em:!
�3
- nos atributos dos atos administrativos, como a presunção de veracidade, legitimidade e 
imperatividade;!
- na existência das chamadas cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos, que permitem, 
por exemplo, a alteração ou rescisão unilateral do contrato;!
- no exercício do poder de polícia administrativa, que impõe condicionamentos e limitações ao 
exercício da atividade privada, buscando preservar o interesse geral;!
nas diversas formas de intervenção do Estado na propriedade privada, como a desapropriação 
(assegurada a indenização), a servidão administrativa, o tombamento de imóvel de valor histórico, 
a ocupação temporária, etc.!!
Princípio da indisponibilidade do interesse público trata das sujeições administrativas. As 
sujeições administrativas são limitações e restrições impostas à Administração, como exemplos de 
sujeições podemos mencionar a necessidade de licitar – para poder contratar serviços e adquirir 
bens; e a realização de concursos públicos, para fins de contratação de pessoas. Administração 
não é proprietária de um bem, só cabe a ela geri-los, conservá-los e por eles velar em prol da 
coletividade, esta sim a verdadeira titular dos direitos e interesses públicos.!
Supremacia do interesse pública não se aplica em algumas situações – como na exploração de 
atividade econômica.!
- as sujeições administrativas – representadas pelas limitações na atuação administrativa, como 
a necessidade de licitar;!
- poder-dever de agir: sempre que o ordenamento jurídico conceder uma competência (poder) 
aos agentes públicos, esse poder representará também um dever (agente de transito DEVE dar 
multa)!
- inalienabilidade dos direitos concernentes a interesses públicos: trata-se do impedimento 
imposto à Administração de transferir aos particulares os direitos relacionados aos interesses 
públicos que a lei lhe encarregou de defender. Assim, quando faz uma concessão, por exemplo, 
não se transfere o direito (ou a atividade propriamente dita), mas somente o exercício da 
atividade.!
Em decorrência do princípio da supremacia do interesse público é possível impor, unilateralmente, 
obrigações aos particulares, desde que exista previsão legal para isso.!!
Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade: se aplicam na limitação do poder 
discricionário. A discricionariedade ocorre quando a lei deixa uma margem de decisão para o 
agente público aplicá-la ao caso concreto.!
A razoabilidade impõe que, ao atuar dentro da discrição administrativa, o agente público deve 
obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vista racional, em sintonia com o senso normal de 
pessoas equilibradas!
A proporcionalidade, por outro lado, exige o equilíbrio entre os meios que a Administração utiliza e 
os fins que ela deseja alcançar, objetiva controlar o excesso de poder. !
Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade não invadem o mérito administrativo, pois 
analisam a legalidade e legitimidade (permitem anulação de atos administrativos, não revogação).!
O princípio da proporcionalidade possui três elementos que devem ser observados no caso 
concreto:!
- adequação (pertinência, aptidão): significa que o meio empregado deve ser compatível com o 
fim desejado. Os meios devem ser efetivos para os resultados que se deseja alcançar.!
- necessidade (exigibilidade): não deve existir outro meio menos gravoso ou oneroso para 
alcançar o fim público, isto é, o meio escolhido deve ser o que causa o menor prejuízo possível 
para os indivíduos;!
- proporcionalidade em sentido estrito: a vantagens a serem conquistadas devem superar as 
desvantagens.!!
Princípio do controle ou da tutela: elaborado para assegurar que as entidades daa 
administração Indireta observem o princípio da especialidade.!!
�4
Princípio da autotutela: Administração Pública possui o poder de controlar os seus próprios atos, 
anulando-os quando ilegais ou revogando-os quando inconvenientes ou inoportunos. Assim, a 
Administração não precisa recorrer ao Poder Judiciário para corrigir os seus atos.!
- autotutela também se refere ao poder que a Administração Pública possui para zelar pelos bens 
que integram o seu patrimônio, sem necessitar de título fornecido pelo Poder Judiciário. Assim, ela 
pode, por meio de medidas de polícia administrativa, impedir quaisquer atos que coloquem em 
risco a conservação desses bens.!
- no exercício da autotutela, a Administração poderá atuar de ofićio ou por provocação, podendo 
anular os seus próprios atos quando ilegais ou revogá-los por motivo de conveniência ou 
oportunidade. Logo, não é necessária a provocação da parte. O Poder Judiciário, por outro lado, 
só poderá realizar o controle judicial por meio de provocação de algum interessado.!
!
Princípio da motivação: a motivação significa que a Administração deve apresentar os 
fundamentos de fato – a ocorrência dos pressupostos ou a situação real que levou à decisão – e 
de direito – os motivos previstos em lei.O princípio da motivação é decorrência do Estado 
Democrático de Direito, determinando que os agentes públicos, ao decidir, apresentem os 
fundamentos que os levaram a tal posicionamento. Todos os atos administrativos devem ser 
motivados, sejam eles discricionários ou vinculados, com uma única exceção, que é a exoneração 
de ocupante de cargo em comissão. Motivação aliunde é aquela que ocorre quando a motivação 
é realizada com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, 
neste caso, serão parte integrante do ato.!!
Princípio da continuidade do serviço público: não podem os serviços públicos ser 
interrompidos, devendo, ao contrário, ter normal continuidade.!
a)proibição de greve dos servidores públicos – essa não é mais uma proibição absoluta, uma vez 
que o art. 37, VII, determina que “o direito de greve será exercido nos termos e nos limites 
definidos em lei específica”; -> em regra, os servidores possuem direito à greve, nos termos da 
legislação aplicável aos trabalhadores; os militares não possuem direito à greve, conforme 
expressamente dispõe a Constituição Federal (CF, art. 142, IV); os policiais civis são equiparados, 
em relação ao direito de greve, aos policiais militares, sendo vedado o direito de greve; uma vez 
iniciada a greve, a Administração deve proceder ao desconto dos dias de paralisação, permitindo-
se a compensação de horário; porém, o desconto será incabível se a greve decorreu de conduta 
ilícita do poder público (RE 693.456/RJ).!
b) necessidade de institutos como a suplência, a delegação e a substituição para preencher as 
funções públicas temporariamente vagas;!
c) impossibilidade, para quem contratada com a Administração, de invocar a cláusula da exceção 
do contrato nãocumprido!
d) faculdade que se reconhece à Administração de utilizar os equipamentos e instalações da 
empresa com que ela contrata, para assegurar a continuidade do serviço;!
e) com o mesmo objetivo, a encampação da concessão de serviço público.!
- a legislação permite a interrupção dos serviços por falta de pagamento da tarifa da prestação 
dos serviços.!
- o princípio não é absoluto, uma vez que pode ocorrer a paralisação temporária, seja por 
manutenção ou aperfeiçoamento do serviço, ou ainda em virtude de inadimplência no 
pagamento da fatura!!
�5
Princípio do contraditório e da ampla defesa: “aos litigantes, em processo judicial ou 
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa”. 
Intimamente relacionados com o princípio do devido processo legal. Dessa forma, consagra-se a 
exigência de um processo formal e regular, realizado nos termos de previsão legal, impedindo que 
a Administração Pública tome qualquer medida contra alguém.!
O contraditório se refere ao direito que o interessado possui de tomar conhecimento das 
alegações da parte contrária e contra eles poder se contrapor, podendo, assim, influenciar no 
convencimento do julgador. A ampla defesa, por outro lado, confere ao cidadão o direito de alegar 
e provar o que alega, podendo se valer de todos os meios e recursos juridicamente válidos, 
vedando, por conseguinte, o cerceamento do direito de defesa.!
Decorre da ampla defesa o direito de apresentar os argumentos antes da tomada de decisão; de 
tirar cópias do processo; de solicitar produção de provas; de interpor recursos administrativo, 
mesmo que não exista previsão em lei para tal etc. Por fim, a ampla defesa abrange também o 
direito à defesa técnica.!
Em processo administrativo disciplinar, não é obrigatória a defesa técnica por advogado.!
Princípio da especialidade: descentralização administrativa, em que se criam entidades para o 
desempenho de finalidades específicas. Decorre, ademais, dos princípios da legalidade e da 
indisponibilidade do interesse público. o princípio da especialidade é aquele que busca assegurar 
que as entidades administrativas exercerão às atividades previstas em sua lei de criação ou 
autorização. !!
Princípio da segurança jurídica e proteção à confiança: Ele tem por objetivo assegurar a 
estabilidade das relações jurídicas já consolidadas, considerando a inevitável evolução do Direito, 
tanto em nível legislativo, jurisprudencial ou de interpretação administrativa das normas jurídicas. 
Tal princípio mostra-se, sobretudo, no conflito entre o princípio da legalidade com a estabilidade 
das relações jurídicas consolidadas com o decurso do tempo. Muitas vezes, anular um ato após 
vários anos de sua prática poderá ter um efeito mais perverso do que a simples manutenção de 
sua ilegalidade.!
Trata-se de um princípio com diversas aplicações, como a proteção ao direito adquirido, o ato 
jurídico perfeito e a coisa julgada. Além disso, é fundamento da prescrição e da decadência.!
A doutrina costuma diferenciar os princípios da segurança jurídica e da proteção à confiança. O 
primeiro trata do aspecto objetivo do conceito, indicando a inafastabilidade da estabilização 
jurídica; o segundo, por sua vez, trata do aspecto subjetivo, que reflete o sentimento do indivíduo 
em relação aos atos que possuem presunção de legitimidade e de aparência de legalidade.!
Os institutos da prescrição e da decadência objetivam limitar o poder da administração rever os 
seus atos após o decurso de determinado tempo. Como vimos, a Lei 9.784/1999 estabelece o 
prazo decadencial de cinco anos para que a Administração anule os atos administrativos de que 
decorram efeitos favoráveis para os destinatários, salvo se comprovada má- fé. Assim, a 
prescrição e a decadência impedem o exercício da autotutela depois de exaurido o prazo fixado 
em lei. Os efeitos dos atos administrativos praticados por uma pessoa investida em um cargo 
público sem preencher os requisitos legais para a posse devem ser preservados quando atingirem 
terceiros de boa-fé.!
1 Organização do Estado e dos poderes. !!
Conceito de Estado!
- o Estado passa a constituir o instrumento para regular o exercício dos direitos individuais.!
- Estado é ente personalizado - pessoa jurídica e de direito público (art. 40 e 41 do Código Civil)!
- o conceito de Estado varia segundo o ângulo em que é considerado: sociológico – é 
corporação territorial dotada de um poder de mando originário (Jellinek); político – é 
comunidade de homens, fixada sobre um território, com poder superior de ação, de mando e de 
coerção (Malberg); e constitucional – é pessoa jurídica territorial soberana (Biscaretti di 
Ruffia).!!
�6
Estado é constituído de três elementos originários e indissociáveis: !
-> Povo: é o seu componente humano, demográfico; !
-> Território: a sua base f́isica, geográfica;!
-> Governo soberano: o elemento condutor do Estado, que detém e exerce o poder 
absoluto de autodeterminação e auto-organização emanado do Povo.!!
Do absolutismo ao Estado de Direito, que se baseia na regra de que, ao mesmo tempo em que o 
Estado cria o direito, deve sujeitar-se a ele (normas jurídicas abstratas e reais).!
princípio da legalidade, a atuação estatal exige autorização legislativa para as suas ações ou 
omissões, a atividade do Estado deve se realizar em estrita observância ao que estabelece a lei.!
universalização de jurisdição, significa que todos os atos estatais devem submeter-se a 
controles que permitam a responsabilização dos sujeitos que atuarem de modo inadequado.!
a tripartição dos poderes consiste na dissociação da atuação estatal, gerando a diferenciação 
de competências (funções), atribuídas a órgãos diversos. Nenhum órgão estatal possui poder 
ilimitado, estando sujeito ao sistema de freios e contrapesos que gera o equilíbrio aos chamados 
três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário.!
!
Poderes de Estado!
A função legislativa (normativa, legiferante) pode ser entendida como aquela em que o Estado 
edita atos jurídicos primários, de caráter geral (aplicável a sujeitos indeterminados) e abstrato 
(possuem uma previsão hipotética, aplicando-se a todos os casos concretos que se enquadrarem 
na situação nela prevista), que inovam na ordem jurídica, com fundamento na Constituição.!
A função jurisdicional consiste na resolução de controvérsias com a força jurídica da 
definitividade. Trata-se de ato subsidiário dos atos primários, em que o Estado é chamado a 
decidir litígios decorrentes de conflitos na aplicação da lei. O Estado permanece acima e além, 
pois ele apenas é chamado a decidir o conflito, continuando fora da relação jurídica.!
A função administrativa consiste na execução das leis. Ocorre quando o Estado, no interior de 
uma estrutura hierárquica, desenvolve atos complementares à lei, ou, excepcionalmente, à 
Constituição, com a finalidade de lhes dar aplicação. O Estado atua como parte das relações a 
que os atos se referem, pois é responsável por aplicar, no caso concreto, as determinações legais.!!
Eles a desempenham com preponderância as suas funções normais (funções típicas), mas 
também desempenham funções que materialmente caberiam a outro Poder (funções atípicas), 
nos termos previstos na Constituição.!
Ao Poder Legislativo incumbe, tipicamente, a função normativa. Porém, ele também exerce a 
função administrativa quando, por exemplo, realiza licitações, faz concurso público, nomeia os 
aprovados, etc. Além disso, o Legislativo exerce a função jurisdicional quando, por exemplo, o 
Senado processa e julga o Presidente e o Vice-Presidente da República por crimes de 
responsabilidade (art. 52, I, CF/88). !
O Poder Judiciário, por outro lado, pode exercer a função administrativa nos mesmos casos 
previstos para o Legislativo (concurso, licitações, firmar contratos, nomear pessoal, etc.); e 
�7
executa a função legislativa quando, por exemplo,os tribunais editam seus regimentos internos 
(conforme art. 96, I, “a”, da CF).!
O Poder Executivo, além da função típica de administrar, pode exercer a função legislativa em 
alguns casos, como na edição de medidas provisórias (art. 62, CF), leis delegadas (art. 68, CF) ou 
decretos autônomos (CF, art. 84, VI, “a” e “b”).!
Tribunal de Contas e do Ministério Público, que são titulares de competências próprias e 
insuprimíveis, desempenhando-as com autonomia em relação aos demais poderes. Não são 
“poderes” propriamente ditos, mas apenas estruturas independentes.!!
Forma de Estado!
A partir da organização política do território, podemos falar em Estado unitário e Estado federado 
(complexo ou composto).!
A característica do Estado unitário é a centralização política, pois existe um único poder político 
central sobre todo o território nacional e sobre toda a população o qual controla todas as 
coletividades regionais e locais (Uruguai)!!
O Estado federado, por outro lado, é marcado pela descentralização política, em que ocorre a 
convivência de diferentes entidades políticas autônomas, distribuídas regionalmente, em um 
mesmo território. Ou seja, no Estado federado existem diferentes entidades políticas distribuídas!
nos níveis nacional, regional e local. SEM HIERARQUIA.!
BRASIL ADOTA FORMA FEDERATIVA DE ESTADO.: poder político central – a União –, um 
poder político regional – os estados – e um poder político local – os municípios.!
Além desses, temos ainda o Distrito Federal, que não pode se subdividir em municípios e, 
portanto, acumula as competências regionais e locais (CF, art. 32, §1o).!
A federação não se confunde com a confederação. Nesta última, os Estados-membros 
permanecem soberanos e possuem o direito de separar-se quando assim o desejar.!!
Organização político-administrativa da República Federativa Brasil, nos termos do art. 18 da CF, 
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos. Os 
Territórios Federais (autarquias territoriais com capacidades administrativas amplas), que são 
descentralizações administrativo- territoriais da União, não possuem autonomia política nem 
tampouco integram a Federação.!!
Não existe subordinação ou hierarquia entre os entes federados. Assim, não se pode, por 
exemplo, afirmar que a União encontra-se hierarquicamente acima dos estados. O que ocorre é 
coordenação, sendo que cada ente possui autonomia política, financeira e administrativa. (freios e 
contrapesos, check balance, se fiscalizam e se controlam)!!
Pontos em comum entre integrantes!
descentralização política: a constituição estabelece núcleos de poder político, concedendo 
autonomia aos referidos entes; !
repartição de competências: autonomia entre os entes federativos e equilíbrio da federação; !
constituição rígida como base jurídica: buscando garantir a distribuição de competências entre 
os entes autônomos, formando uma verdadeira estabilidade institucional – por exemplo, no Brasil, 
a alteração da CF depende de um processo legislativo mais árduo, solene, dificultoso do que o 
processo de alteração das normas não constitucionais (CF, art. 60);!
inexistência do direito de secessão: uma vez criado o pacto federativo, não se permite que um 
estado membro tente se separar. Ou seja, não cabe aos membros da federação requerer a 
�8
retirada ou a separação da federação=indissolubilidade do vínculo federativo. Além disso, no 
Brasil, a forma federativa de Estado é cláusula pétrea, insuscetível de abolição por meio de 
reforma constitucional (CF, art. 60, §4o, I). Assim, não se pode deliberar sobre emenda 
constitucional tendente a abolir o sistema federativo;!
soberania do Estado federal: a soberania é característica apenas da Federação, enquanto os 
membros possuem apenas autonomia. Os entes federativos são autônomos entre si, de acordo 
com as regras constitucionais e nos limites de suas competências; enquanto a soberania é 
característica do todo, do “país”, do Estado federal.!
intervenção: em situações de crise, é possível a intervenção em algum dos entes federativos 
para assegurar o equilíbrio federativo e, assim, a manutenção da Federação; !
auto-organização dos Estados-membros: por meio da elaboração das constituições estaduais 
(CF, art. 25); !
órgão representativo dos Estados-membros: no Brasil, por exemplo, a representação se dá por 
meio do Senado Federal (CF, art. 46); !
guardião da Constituição: no Brasil, é o Supremo Tribunal Federal– STF (CF, art. 102); !
repartição de receitas: assegura o equilíbrio entre os entes federativos (CF, arts. 157 a 159)!!
Governo!
Governo “é a sua expressão política de comando, de iniciativa, de fixação de objetivos do Estado!
e de manutenção da ordem jurídica vigente”. Dessa forma, o governo atua por meio de atos de 
soberania ou autonomia política na condução dos negócios públicos.” !
Função política de comando, de coordenação, de direção e de fixação de planos e diretrizes para 
a atuação estatal (as chamadas políticas públicas).!
Hely Lopes Meirelles, o conceito de governo possui três sentidos:!
a) em sentido formal: “é o conjunto de Poderes e órgãos constitucionais”;!
b) em sentido material: “é o complexo de funções estatais básicas”; e!
c) em sentido operacional: “é acondução política dos negócios públicos”!!
Sistema de governo!
presidencialismo OU parlamentarismo.!
No sistema presidencialista, as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo encontram-se 
nas mãos de uma única pessoa, chamada de Presidente da República. !
Chefe de Estado: representa a República Federativa do Brasil nas suas relações internacionais e 
externas. Por exemplo, é o Presidente da República que mantém relações com os estados 
estrangeiros, que assina os tratados internacionais, que declara guerra, etc. (CF, art. 84, VII, VIII e 
XIX);!
Chefe de Governo: é o responsável por praticar atos de administração e de natureza política – 
estes últimos quando participa do processo legislativo. De forma mais simples, o Chefe de 
Governo é quem dirige a administração pública.!
Parlamentarismo Chefe de Estado (monarca ou presidente) DIFERENTE Chefe de Governo 
(primeiro ministro ou conselho)!
Dessa forma, podemos dizer que o sistema parlamentarista possui uma colaboração maior entre 
os Poderes Executivo e Legislativo, enquanto o sistema presidencialista apresenta uma distinção 
mais nítida (predomínio divisão dos poderes).!
Sistema presidencialista possui duas fontes de legitimidade democrática (presidente e 
assembleia) e o parlamentarismo uma única fonte (o parlamento).!!
Forma de governo!
república (coisa pública) e monarquia.!
São características da forma republicana de governo: eletividade, temporalidade no exercício do 
poder, representatividade popular e responsabilidade do governante (dever de prestar contas).!
As características da monarquia: hereditariedade, vitaliciedade, inexistência de representação!
popular, irresponsabilidade do governante (ausência do dever de prestar contas).!!
2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA!
�9
!
Sentido amplo, o termo “Administração Pública” envolve tanto a função administrativa quanto a 
função política ou de governo, assim como os órgãos e entidades responsáveis por seu 
desempenho (órgãos governamentais superiores, órgãos administrativos e entidades 
administrativas). Porém, em sentido estrito, a expressão abrange somente os órgãos e entidades 
administrativos encarregados do desempenho da função administrativa. NÃO PRATICA ATOS DE 
GOVERNO!!
Em sentido subjetivo, formal ou orgânico, a Administração Pública abrange os sujeitos que 
desempenham a função administrativa: agentes, órgãos e pessoas jurídicas encarregados da 
atividade administrativa. SUBJETIVO-SUJEITO!!
A administração pública em sentido objetivo, material ou funcional corresponde às diversas 
atividades finalísticas compreendidas na função administrativa. Ou seja, trata-se do conjunto de 
atividades consideradas própriasda função administrativa. Nesse contexto, considera-se o objeto!
ou “o que” é realizado, e não “quem”. “a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, 
sob regime jurídico total ou parcialmente público, para a consecução dos interesses coletivos”.!
Existem quatro atividades dessa natureza (finalísticas):!
• Fomento: abrange a atividade administrativa de incentivo à iniciativa privada de interesse ou 
utilidade pública, ocorrendo por meio de auxílios financeiros ou subvenções, financiamentos sob!
condições especiais, favores fiscais, repasses de recursos, benefićios, etc.!
• Polícia administrativa ou poder de polícia: impõe restrições, limitações ou condicionamentos ao 
exercício das atividades privadas em prol do interesse coletivo. São exemplos as atividades de 
fiscalização, expedição de licenças, sanções, autorizações, etc.!
• Serviço público: toda atividade concreta e imediata que a Administração Pública executa, direta 
ou indiretamente, para satisfazer a necessidades coletivas, com regime jurídico 
predominantemente público. São exemplos a prestação de serviços de telecomunicação ou de 
instalação e fornecimento de energia elétrica.!
• Intervenção administrativa: em sentido amplo, a intervenção compreende três espécies de 
atividades: (i) a regulamentação e a fiscalização da atividade econômica de natureza privada 
(intervenção indireta); (ii) a atuação direta do Estado no domínio econômico (intervenção direta), 
o que ocorre normalmente por meio das empresas estatais; e (iii) as atividades de intervenção 
na propriedade privada, mediante atos concretos como desapropriação, servidão administrativa, 
tombamento, ocupação temporária, etc.!!
A função administrativa alcança também o conjunto de atividades relacionadas com o 
aparelhamento humano e material das entidades, assim como ao seu aprimoramento e 
manutenção, representando as atividades-meio da Administração (necessarias para as 
atividades-fim) como (i) a composição, a manutenção e o aparelhamento material e humano; (ii) a 
edição de atos normativos; (iii) decisões administrativas que solucionem conflitos, sem força de 
definitividade.!!
DIREITO ADMINISTRATIVO!!
Direito Administrativo é o ramo AUTÔNOMO do direito público que disciplina o exercício da função 
administrativa, e a atividade das pessoas e órgãos que a desempenham - direito administrativo 
abrange também a atividade desempenhada por particulares que prestam serviço público por 
meio de delegação do Estado.!
Direito privado trata de assuntos individuais e particulares, Direito público é da coletividade sobre 
o particular - desigualdade jurídica pois interesse do Estado/coletividade é superior a particulares.!
em nenhum caso, o Estado irá atuar com exclusividade de direito privado.!
Conceito!
Segundo Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo Brasileiro sintetiza-se no “conjunto 
harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas 
tendentes a realizar concreta, direta e indiretamente os fins desejados pelo Estado”.!
�10
Para Celso Antônio Bandeira de Mello, o Direito Administrativo “é o ramo do direito público que 
disciplina a função administrativa, bem como as pessoas e órgãos que a exercem.!!
Objeto!
objeto do Direito Administrativo abrange:[...] todas as relações internas à administração pública – 
entre os órgãos e entidades administrativas, uns com os outros, e entre a administração e seus 
agentes, estatutários e celetistas –, todas as relações entre a administração e os administrados, 
regidas predominantemente pelo direito público ou pelo direito privado, bem como atividades de 
administração pública em sentido material exercidas por particulares sob regime de direito público, 
a exemplo da prestação de serviços públicos mediante contratos de concessão ou de permissão.!!
Fontes!
!
Lei: a “lei” é a fonte escrita e primária do Direito Administrativo.!
Jurisprudência: conjunto de decisões de mesmo teor em relação à determinada matéria 
exaradas pelos tribunais. Decisões reiteradas, repetitivas, sobre determinado assunto. Nesse 
contexto, a jurisprudência representa a interpretação das normas jurídicas elaboradas pelos 
tribunais quando tomam decisão sobre determinado assunto. Fonte secundária ou subsidiária do 
Direito Administrativo. No entanto, existem algumas decisões judiciais com efeitos vinculantes, ou 
seja, obrigam a Administração a decidir nos termos do entendimento judicial - aí são fonte 
primária.!
Doutrina: construções e reflexões dos teóricos do Direito, constituindo fonte secundária ou 
subsidiária do Direito Administrativo. O trabalho dos estudiosos é muito importante, pois costuma 
ser levado em consideração tanto na elaboração das normas, pelo Poder Legislativo, quanto em 
sua interpretação, pelo Poder Judiciário no julgamento de litígios oriundos da aplicação de suas 
disposições.!
�11
C o s t u m e : f o n t e i n d i r e t a . 
Conjunto de regras informais 
observadas de forma uniforme e 
constante pela consciência de 
sua obrigatoriedade. Apesar de 
ainda constar no rol das fontes 
do Direito Administrativo, os 
c o s t u m e s p e r d e r a m 
c o n s i d e r a v e l m e n t e a s u a 
influência, principalmente em 
consequência do princípio da 
legalidade. Assim, a aplicação 
d o s p r i n c í p i o s o c o r r e , 
normalmente, na ausência de lei 
sobre o assunto. Nesse contexto, 
diz-se que os costumes, quando não contrariam a lei, são fontes secundárias, indiretas, 
inorganizadas, não escritas ou subsidiárias do Direito Administrativo. costume só é aplicável como 
fonte do Direito Administrativo se: (i) for aplicado durante longo período de tempo; (ii) não for 
contrário à lei; e (iii) existir uma consciência de sua obrigatoriedade.!
!
Os sistemas administrativos, ou sistemas de controle, são “o conjunto de instrumentos 
contemplados no ordenamento jurídico que têm por fim fiscalizar a legalidade dos atos da 
administração”!
NO BRASIL: sistema inglês ou de jurisdição única – também chamado de unidade de jurisdição, 
jurisdição una ou monopólio de jurisdição – todos os litígios, administrativos ou de caráter privado, 
serão solucionados com força de definitividade na justiça comum, ou seja, pelos juízes e tribunais 
do Poder Judiciário. Assim, somente o Poder Judiciário possui jurisdição em sentido próprio.!
art. 5o, XXXV, da Constituição Federal, nos seguintes termos: “a lei não excluirá da apreciação do 
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Assim, vigora no Brasil o princípio da inafastabilidade 
da tutela jurisdicional, que determina que toda matéria poderá ser levada ao Poder Judiciário para 
resolução dos conflitos, seja de conteúdo administrativo ou de caráter exclusivamente privado.!!
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA!!
�12
�13
As entidades administrativas são pessoas jurídicas, de direito público ou de direito privado, 
criadas pelas entidades políticas para exercer parte de sua capacidade de 
autoadministração. Assim, podemos dizer que as entidades administrativas são criadas pelas 
entidades políticas para desempenhar determinado serviço daqueles que lhes foram 
outorgadas pela Constituição Federal.!
São entidades administrativas as autarquias, fundações públicas, empresas públicas e 
sociedades de economia mista, que juntas formam a chamada Administração indireta ou 
descentralizada.!
 autarquias são conhecidas como serviço público personificado, uma vez que são criadas para 
desempenhar algum tipo de serviço público específico e possuem personalidade jurídica própria. 
Assim, o ente político cria uma autarquia, transferindo determinado serviço público para que essa 
nova pessoa jurídica, integrante do aparelho estatal, passe a!
desempenhá-lo. ex: Agência Nacional de Telecomunicações!!!
Entidades políticas recebem, diretamente da Constituição, competência para legislar e administrar. 
Por outro lado, as entidades administrativasrecebem suas competências de lei.!!
Centralização e descentralização/Desconcentração (na adm direta e indireta):!
Existem três formas distintas de desconcentração:!
- em razão da matéria: Ministério da Educação, da Saúde, da Previdência, etc.;!
- por hierarquia (ou grau): ministérios, superintendências, delegacias, etc.;!
- territorial ou geográfica: Superintendência Regional do INSS do Norte, Superintendência 
Regional do INSS do Nordeste, etc.!
Órgãos Públicos!
Os órgãos são centros de competências, sem personalidade jurídica própria, que atuam, por meio 
dos agentes nele lotados, em nome da entidade política ou administrativa que a integram.!!
O Estado – ou seus entes políticos – é uma pessoa jurídica, um ente abstrato, e, nessa condição, 
não pode, por si só emitir declarações de vontade, não pode produzir atos jurídicos sozinho. Para 
tanto, ele atua por meio de pessoas fiśicas, cujas manifestações representam a sua vontade. Tais 
pessoas fiśicas são denominadas agentes públicos.!
No entanto, apesar de materialmente ser praticado pela pessoa fiśica (agente público), a autoria 
dos atos administrativos deve ser atribuída ao Estado, ou a pessoa jurídica que o agente 
representa.!!
teoria do órgão: a pessoa jurídica manifesta sua vontade por meio de órgãos, de modo que 
quando os agentes que os compõem manifestam a sua vontade, é como se o próprio Estado o 
fizesse. Dessa forma, substitui-se a ideia de representação por imputação. De acordo com Otto 
Gierke, idealizador dessa teoria, o órgão parte do corpo da entidade e, assim, todas as suas 
manifestações de vontade são consideradas como da própria entidade. Esta é a teoria adotada no 
Brasil.!!!
�14
!
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA!!
Administração Direta: conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas ou federativas 
(União, estados, Distrito Federal e municípios), aos quais foi atribuída a competência para o 
exercício das atividades administrativas do Estado de forma centralizada Poder Executivo, uma 
vez que quase todos os órgãos da Administração Direta encontram-se subordinados a este Poder. 
- estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.!!
Administração Pública Indireta é composta pelas entidades administrativas, que possuem 
personalidade jurídica própria e são responsáveis por executar atividades administrativas de forma!
descentralizada. São elas: as autarquias, as fundações públicas e as empresas estatais 
(empresas públicas e sociedades de economia mista). As entidades da Administração Indireta não 
�15
possuem autonomia política e estão vinculadas à Administração Direta. Vale dizer, a vinculação 
não é subordinação.!!
É possível existir uma entidade administrativa vinculada aos Poderes Legislativo ou Judiciário. É 
claro que, na prática, só observamos Administração Indireta vinculada ao Poder Executivo, mas, 
do Texto Constitucional, seria possível.!!
As entidades da administração indireta – autarquias, fundações públicas, empresas públicas e 
sociedades de economia mista – possuem algumas características comuns, são elas:!
- personalidade jurídica própria e, por isso, possuem responsabilidade por seus atos, patrimônio e 
receita próprios e autonomia técnica, administrativa e financeira;!
- criação e extinção condicionada à previsão legal (lei cria ou autoriza a!
criação);!
- finalidade específica, definida pela lei de criação; !
- não estão subordinadas à Administração Direta, mas estão sujeitas a controle.!!
A personalidade jurídica própria significa que elas podem ser sujeitos de direitos e obrigações, 
sendo, por conseguinte, responsáveis por seus atos. Para tanto, elas possuem patrimônio próprio,!
independentemente de sua origem. autonomia técnica,!
administrativa e financeira.!
Finalidade específica, definida pela lei de criação (ou autorização). Assim, a entidade se encontra 
vinculada a este tipo de atividade, atendendo ao princípio da especialidade.!!
o Decreto Lei 200/67 esclarece que o controle da Administração Direta tem por objetivo (art. 26):!
a) assegurar o cumprimento dos objetivos fixados no seu ato de criação;!
b) harmonizar sua atuação com a política e programação do Governo;!
c) assegurar a obtenção da eficiência administrativa;!
d) assegurar a autonomia administrativa, operacional e financeira.!
Por isso, diz-se que, entre as entidades administrativas e a Administração Direta, ocorre o 
chamado controle finalístico, também chamado de supervisão ministerial.!
Além do controle da administração direta, as pessoas jurídicas da administração indireta realizam 
o controle sobre os seus próprios atos – controle interno – e também estão submetidos a ações de 
órgãos estranhos à sua estrutura - controle externo.!!
AUTARQUIAS: o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e 
receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para 
seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.!
�16
!
extensão da Administração Direta, pois, em regra, realizam atividades típicas de Estado, que só 
podem ser realizadas por entidades de direito público. Assim, elas são a personificação de um 
serviço retirado da Administração Direta.!
- criação por lei;!
- personalidade jurídica pública;!
- capacidade de autoadministração;!
- especialização dos fins ou atividades; !
- sujeição a controle ou tutela.!!
ex: Instituto Nacional do Seguro Social – INSS: autarquia vinculada ao Ministério da Previdência 
Social;!
Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel: autarquia Ministério Comunicações!!
Os conselhos regionais e federais de fiscalização de profissão, com exceção da OAB, são 
autarquias federais (conhecidas como autarquias corporativas ou profissionais), consoante 
entendimento do STF.!
tanto criação quanto a extinção das autarquias devem ocorrer por meio de lei específica,!
Na esfera federal, a lei para a criação ou extinção das autarquias é de iniciativa privativa do 
Presidente da República Essa regra aplica-se, por simetria, aos estados, Distrito Federal e 
municípios. Assim, caberá aos governadores e prefeitos a iniciativa de lei para a criação ou 
extinção de autarquia dentro da esfera de governo de cada um!!
FUNÇÕES: prestação de serviços públicos em sentido amplo, a realização de atividades de 
interesse social e o desempenho de atividades que envolvam as prerrogativas públicas, como 
poder de polícia e desempenho e fiscalização de obras.!!
não possuem autonomia política, uma vez que não possuem capacidade de legislar.!!
nao há subordinacao, mas estao sob controle ou tutela do ente político que as criou.!!
Dessa forma, atualmente os entes devem possuir regime jurídico único, aplicável a todos os 
servidores da Administração Direta, das autarquias e das fundações públicas. Com efeito, 
atualmente não é mais permitida a contratação concomitante de servidores públicos (regime 
estatutário) e empregados públicos (regime celetista) na administração direta, autárquica e 
fundacional dos entes políticos, uma vez que vigora novamente a regra do regime jurídico único.!!
Juízo competente: serão julgadas na Justiça Federal as causas em que uma autarquia federal for 
interessada na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes. Na mesma linha, os 
mandados de segurança contra atos coatores de agentes autárquicos federais também serão 
processados e julgados na Justiça Federal.!
Compete à justiça estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço público de 
telefonia, quando a Anatel não seja litisconsorte passiva necessária, assistente, nem opoente.!!
As autarquias, como são entidades de direito público e que realizam atividades típicas de Estado, 
formalizam, em regra, atos administrativos e contratos administrativos-licitação.!!
Prerrogativas: imunidade tributária recíproca; impenhorabilidade de seus bens e de suas 
rendas (débitos são por precatórios); imprescritibilidadede seus bens (são públicos), 
prescrição quinquenal: as dívidas e os direitos em favor de terceiros contra as autarquias 
prescrevem em cinco anos; créditos sujeitos à execução fiscal: possibilidade de inscrever os!
seus créditos em dívida ativa e realizar a respectiva cobrança por!
meio de execução fiscal; !
autarquias gozam das prerrogativas especiais da fazenda pública, como o prazo em dobro para 
todas as manifestações processuais e a desnecessidade de apresentar instrumentos de mandato 
para representá- las em juízo.!
�17
!
AGÊNCIAS REGULADORAS!!
Regulam monopólio da União!!
A s s i m , a s e m e n d a s 
constitucionais 8 e 9 de 1995 
incluíram o termo “órgão 
regulador” na Constituição 
F e d e r a l d e 1 9 9 8 , 
especificamente para tratar 
da regulação dos serviços de 
telecomunicações (art. 21, XI) 
e atividades relacionadas 
com o petróleo.!
A g ê n c i a N a c i o n a l d e 
Telecomunicações (Anatel), 
criada pela Lei 9.472, de 16 
de julho de 1997, e a Agência 
Nacional do Petróleo (ANP). - só essas previstas na CF.!
�18
!
agências reguladoras passaram a desempenhar uma dupla função:!
- de um lado, elas assumem os poderes e encargos do poder concedente nos contratos de 
concessão, como os de fazer licitação, contratar, fiscalizar, punir, alterar, rescindir, encampar, etc.;!
- de outro lado, as agências exercem a atividade chamada de regulação propriamente dita que, 
em sentido amplo, abrange a competência de estabelecer regras de conduta, fiscalizar, reprimir, 
punir, resolver conflitos, não só no âmbito da própria concessão, mas também nas relações 
com outras prestadoras de serviço.!!
poder de polícia, voltadas para outras áreas de atividade privada, sem que ocorra concessão de 
serviço público. São exemplos a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Agência Nacional de 
Saúde Pública Suplementar (ANS) e a Agência Nacional de Águas (ANA)!!
sentido estrito, e abrangendo apenas o modelo que surge a partir da década de 90, a “agência 
reguladora é entidade da Administração Indireta, em regra autarquia de regime especial, com a 
função de regular a matéria que se insere em sua esfera de competência, outorgada por lei”.!!
�19
A mais marcante característica das agências reguladoras se refere ao mandato fixo de seus 
membros, conforme prazo disposto em suas leis instituidoras.!!
Com efeito, as agências reguladoras se distinguem das demais autarquias por serem dirigidas por 
colegiado cujos membros são nomeados por prazo determinado pelo Presidente da República, 
após prévia aprovação pelo Senado Federal, vedada a exoneração ad nutum.!
Agência executiva é a qualificação dada à autarquia ou fundação que tenha celebrado contrato 
de gestão com o órgão da Administração Direta a que se acha vinculada, para melhoria da 
eficiência e redução de custos.!!
Não se trata de entidade instituída com a denominação de agência executiva. Trata-se de 
entidade preexistente (autarquia ou fundação!
governamental) que, uma vez preenchidos os requisitos legais, recebe a qualificação de agência 
executiva, podendo perdê-la, se deixar de atender aos requisitos.!!!
EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA:!!
Emp. Pública: capital inteiramente detido pela união.!!
A extinção e criação das EP e das SEM segue a mesma regra. Para tanto, deverá ser editada lei 
específica autorizando a extinção da entidade.!!
As empresas estatais (e suas subsidiárias) que atuarem na exploração de atividade econômica 
devem se sujeitar ao regime próprio das empresas privadas, inclusive no que se!
refere às obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários. O objetivo dessa regra é evitar 
que as entidades estatais usufruam de benefićios não extensíveis às empresas privados, o que 
poderia gerar um desequilíbrio no mercado.!!
Em qualquer situação, as empresas públicas e as sociedades de economia mista possuem 
natureza jurídica de direito privado. Por outro lado, o regime jurídico dessas entidades será 
sempre híbrido, em algumas situações com predomínio de regras de direito privado e em outras 
com predomínio do direito público. O que vai dizer qual o tipo de regra dominante é a natureza da 
atividade desenvolvida, isto é, se prestam serviços públicos ou exploram atividade econômica.!!
Por outro lado, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, quando atuarem na 
prestação de serviços públicos, submetem-se predominantemente, às regras de direito público.!
Se a questão não definir a área de atuação da EP ou da SEM, o regime predominante será de 
direito privado.!!
Empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais 
não extensivos às do setor privado. !
�20
!
Os bens das empresas públicas e sociedades de economia mista são bens privados. Porém, no 
caso das prestadoras de serviço público, os bens diretamente relacionados à prestação do serviço 
gozam dos mesmos atributos dos bens públicos.!!
independentemente da atividade que desempenham, as empresas públicas e as sociedades de!
economia mista não se sujeitam ao regime falimentar.!
Quanto à imunidade tributária, o entendimento do STF é que ela só se aplica às empresas 
estatais prestadoras de serviço público.!!
Assim, o que nos interessa é saber que as empresas públicas e as sociedades de economia mista 
não gozam do prazo quinquenal de prescrição 
de ações.!
!!
Diferenças entre EP e SEM!
a) forma jurídica;!!!
b) composição do capital: As sociedades de economia mista admitem a participação de capital 
público e de capital privado mas a maioria do capital com direito a voto deve ser do ente instituidor 
ou de entidade administrativa, enquanto as empresas públicas só admitem capital público. as 
empresas públicas admitem a participação de outras pessoas jurídicas, desde que sejam 
integrantes da Administração Pública.!!
c) foro processual(somente para as entidades federais) !!
FUNDAÇÕES PÚBLICAS:!!
As fundações surgiram no meio privado, em que são definidas como a personificação de um 
patrimônio ao qual é atribuída uma finalidade social não lucrativa. Assim, as fundações são 
conhecidas como um patrimônio personalizado destinado a realizar atividades de interesse social, 
como educação, saúde, pesquisa científica, cultura, etc!!
�21
Nesse contexto, José dos Santos Carvalho Filho dispõe que existem três características básicas 
das fundações:!
a) a figura do instituidor;!
b) o fim social da entidade; e !
c) a ausência de fins lucrativos.!!
Segundo a doutrina que sustenta as duas possibilidades de natureza jurídica, o Estado pode criar 
uma fundação e lhe atribuir a natureza jurídica de direito público, caso em que terá a natureza de 
uma autarquia; ou pode atribuir a natureza jurídica de direito privado, situação em que ela será 
administrada segundo os mesmos moldes das fundações privadas, com as derrogações próprias 
de direito público (como a exigência de licitação e de concurso público).!!
as fundações públicas podem possuir natureza jurídica de direito público ou de direito privado. No 
primeiro caso, elas são criadas por lei; enquanto, no segundo, elas recebem autorização 
legislativa, mas só adquirem personalidade jurídica com o registro do ato constitutivo. Assim, nem 
sempre terá que ocorrer o registro, pois, no caso das fundações públicas de direito público, a 
aquisição da personalidade jurídica ocorre com a vigência da lei, dispensando o registro.!!
e destinam as seguintes atividades às fundações públicas: assistência social; assistência médica 
e hospitalar; educação e ensino; pesquisa; e atividades culturais. As fundações prestam-se, 
principalmente, à realização de atividades não lucrativas e atípicas do Poder Público, mas de 
interesse coletivo.!
�22
!
As fundações públicas podem exercer atividades típicas da administração, inclusive aquelas 
relacionadas ao exercício do poder de polícia.!!
Dessa forma, a criação de fundaçõespúblicas de direito privado é autorizada por lei específica, 
enquanto as áreas de sua atuação serão disciplinadas em lei complementar.!!
Ministério Público não deve velar pelas fundações públicas. Por conseguinte, o controle das 
atividades das fundações públicas não ocorre da mesma forma como nas fundações privadas.!!
se a fundação é de direito público, ela é criada por lei. Assim, não há necessidade de registro do 
ato constitutivo.!!
2.2 Lei no 8.666/1993, e suas alterações (Licitações e contratos administrativos)!!
PROCESSOS LICITATÓRIOS!!
Licitação: um procedimento utilizado para oferecer a oportunidade aos diversos interessados em 
apresentar propostas em igualdade de condições para, ao final, selecionar aquela considerada a 
mais vantajosa para a Administração.!!
As normas gerais de licitação se aplicam a todos os entes federados (União, estados, Distrito 
Federal e municípios), envolvendo os três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), incluindo 
ainda os Tribunais de Contas e o Ministério Público. Aplica-se também aos órgãos encarregados 
de gerir os fundos especiais e às autarquias, fundações públicas. União faz normas gerais e 
outros entes normas específicas.!!
EC 19/1998 permitiu a elaboração de legislação própria para empresas públicas e sociedades de 
economia mista. Essa nova legislação é a Lei 13.303/2016, que apresenta um regime licitatório 
específico para as empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas subsidiárias, 
exploradoras de atividade econômica!!
Finalidade:!
- garantir a observância do princípio constitucional da isonomia: o procedimento deve 
proporcionar igualdade entre os participantes no procedimento licitatório. Este princípio sofreu 
flexibilização a partir da Lei 12.349/2010, uma vez que essa Lei incluiu possibilidades de se 
instituir margem de preferência para os possíveis candidatos; !
• margem de preferência para: (i) produtos manufaturados e para serviços nacionais que 
atendam a normas técnicas brasileiras; e (ii) bens e serviços produzidos ou prestados por 
empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa 
com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de 
acessibilidade previstas na legislação!
• Os casos de margem de preferência devem levar em conta (art. 3o, §6o): 

I - geração de emprego e renda;

II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais; 

III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País;

IV - custo adicional dos produtos e serviços; e 

V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados.!
- seleção da proposta mais vantajosa: a proposta mais vantajosa é aquela que atende da melhor 
maneira às necessidades da entidade e do interesse público, o que nem sempre será o menor 
preço; !
- promoção do desenvolvimento nacional sustentável: devido ao grande impacto que as compras 
governamentais têm na economia. As licitações públicas devem buscar o desenvolvimento 
econômico e o fortalecimento de cadeias produtivas de bens e serviços domésticos, com vistas 
à instituição de incentivos à pesquisa e à inovação.!
�23
!
Princípios!
O artigo 3o apresentado acima traz como princípios básicos da licitação a:!
legalidade: não pode prevalecer a vontade do administrador, pois sua atuação deve pautar-se no 
que a lei impõe;!
impessoalidade: na licitação, esse princípio está intimamente ligado aos princípios da isonomia e 
do julgamento objetivo. As decisões da Administração devem pautar-se em critérios objetivos, sem 
levar em consideração as condições pessoais dos licitantes;!
moralidade e probidade administrativa: o comportamento da Administração não deve ser 
apenas lícito, mas também se basear na moral, nos bons costumes, nas regras de boa 
administração, nos princípios da justiça e de equidade, na ideia comum de honestidade!!
igualdade: a licitação não se destina exclusivamente a escolha da proposta mais vantajosa. Para 
isso, bastaria que o Administrador comprasse de uma empresa de seu irmão com o menor preço 
do mercado. Contudo, deve ir além disso, garantindo também a igualdade de direitos a todos os 
interessados em contratar;!
publicidade: diz respeito não apenas à divulgação do procedimento para conhecimento de todos 
os interessados (publicação do edital, divulgação da carta-convite), como também aos atos da!
Administração praticados nas várias fases do procedimento. Quanto maior a competitividade, 
maior deve ser a publicidade (só propostas são sigilosas).!!
a adjudicação compulsória ao vencedor impede que a Administração, concluído o procedimento 
licitatório, atribua seu objeto a terceiro que não seja o legítimo vencedor.!!
objeto da licitação “é a obra, o serviço, a compra, a alienação, a concessão, a permissão e 
a locação que, afinal, será contratada com o particular”!!
Quanto à subcontratação, cabe saber que ela é permitida desde que expressamente prevista no 
edital.!!
os critérios desempate que constam no 
artigo 3o, § 2o da Lei 8.666/93 são os 
seguintes:!
§ 2o Em igualdade de condições, como critério 
de desempate, será assegurada preferência, 
sucessivamente, aos bens e serviços:!
II - produzidos no País;!
III - produzidos ou prestados por empresas 
brasileiras.!
acessibilidade previstas na legislação.!
IV - produzidos ou prestados por empresas 
que invistam em pesquisa e no!
desenvolvimento de tecnologia no País.!
V - produzidos ou prestados por empresas 
que comprovem cumprimento!
de reserva de cargos prevista em lei para 
pessoa com deficiência ou para!
reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de!
�24
!
Concorrência: universalidade e a ampla 
publicidade.!!
Tomada de preços (TP): modalidade de 
licitação entre interessados devidamente 
cadastrados ou que atenderem a todas as 
condições exigidas para cadastramento até o 
terceiro dia anterior à data do recebimento das 
propostas.!!
Convite é a modalidade de licitação entre 
interessados do ramo pertinente ao seu 
objeto, cadastrados ou não, escolhidos e 
convidados em número mínimo de 3 (três) 
pela unidade administrativa, a qual afixará, em 
local apropriado, carta-convite e estenderá 
aos demais cadastrados na correspondente 
especialidade que manifestarem seu interesse 
com antecedência de até 24 (vinte e quatro) 
horas da apresentação das propostas.!
!
!!
Concurso!
O concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho 
técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, 
conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 
45 (quarenta e cinco) dias. Nessa modalidade, não interessa mais o valor, mas a natureza do 
objeto.!
O julgamento é realizado por uma comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e 
reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não.!!!!
Leilão!
Nos termos do §5o do art. 22, o leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados 
para a venda, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação, dos 
seguintes bens: bens móveis inservíveis para a administração; produtos legalmente apreendidos 
ou penhorados; ou para a alienação de bens imóveis, em que a aquisição derivou de 
procedimentos judiciais ou dação em pagamento. Dessa forma, os bens arrematados poderão ser 
pagos à vista ou em percentual estabelecido no edital, que não pode ser inferior a 5%. Depois de 
lavrada a ata, os bens devem ser entregues imediatamente. O prazo para pagamento do restante 
�25
deve constar no edital de convocação. Por fim, o prazo de vinte e quatro horas é para pagamentos 
à vista em licitações internacionais.!!
Consulta!
Essa modalidade é aplicada exclusivamente às agências reguladoras. Dessa forma, a consulta 
não se aplica a: obras e serviços de engenharia civil(modalidades da Lei 8.666/1993); e bens e 
serviços comuns (pregão, Lei 10520/2002). A contratação respeite os limites de valor para o 
convite. Contudo, a consulta é uma modalidade de exceção, pois o artigo 54 da Lei 9.472/1997 
estabelece que a contratação de obras e serviços de engenharia civil está sujeita aos 
procedimentos previstos na Lei 8.666/1993. Além disso, o artigo 56 dispõe que os bens e serviços 
comuns poderão ser contratados por meio do pregão.!!!
Pregão!
As modalidades licitatórias previstas na Lei 8.666/1993, na maioria das vezes, não conseguiram 
dar a celeridade desejável à atividade administrativa de escolha dos futuros contratados. Para 
resolver este problema, a Lei 10.520/2002 instituiu uma nova modalidade licitatória, o pregão, com 
disciplina e procedimentos próprios, destinada à aquisição de bens e serviços comuns.!
A aplicação do pregão não decorre de seu valor, mas do objeto. O pregão é utilizado para a 
aquisição de bens e serviços comuns, independentemente do valor estimado para a contratação.!
Consideram-se bens e serviços comuns, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade 
possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais do mercado.!!
Inexigibilidade de licitação: considera-se rol de inexigibilidade como exemplificativo, isto é, 
podem existir casos não previstos expressamente na Lei. É inexigível a licitação quando houver 
inviabilidade de competição, para !
- aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, 
empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca.!
- para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, 
com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para 
serviços de publicidade e divulgação; dentre eles o patrocínio ou defesa de causas judiciais ou 
administrativas.!
• I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos; !
• II - pareceres, perícias e avaliações em geral;!
• IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; !
• V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; !
• VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;!
• VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.!
• III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias;!
- para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de 
empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.!!
Licitação dispensada (vedações)!
As hipóteses em que a licitação é dispensada estão expressamente previstas no artigo 17 da Lei 
8.666/1993. São casos em que, apesar de ser viável a competição, a Lei determina que não se 
realize licitação.!
Para a alienação de bens imóveis, a licitação é dispensada nas seguintes situações: a) dação em 
pagamento; b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração 
pública; c) permuta, por outro imóvel (compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das 
finalidades precípuas da administração); d) investidura; e) venda a outro órgão ou entidade da 
administração pública, de qualquer esfera de governo; f) alienação gratuita ou onerosa, 
aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis 
residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas 
habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social; g) procedimentos de legitimação 
de posse; h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação 
ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m2 
�26
(duzentos e cinquenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização 
fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; e i) 
alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da 
União e do Incra, onde incidam ocupações em áreas não superiores a 2.500 ha (dois mil e 
quinhentos hectares) para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais. !
Tratando-se de bens móveis, os casos de licitação dispensada são os seguintes: a) doação, 
permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade 
e conveniência socioeconômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação; b) permuta, 
permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública; c) venda de ações, 
que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica; d) venda de títulos, na 
forma da legislação pertinente; e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou 
entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades; f) venda de materiais e 
equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível!
por quem deles dispõe.!
Licitação dispensável!
• em razão do pequeno valor (8 mil em bens, 15 mil em engenharia)!
• em razão da situação: guerra, calamidade, licit frustrada, ameaça segurança, alta complexidade.!
• em razão do objeto: imóvel específico determinado por locação e instalação, produtos 
perecíveis, restauração obras de arte e objetos históricos, para forças armadas.!
• em razão da pessoa: ONGS, associações de deficientes; !!
INEXIGIBILIDADE NÃO É O MESMO QUE DISPENSA!!!!!
Procedimento:!!
fase interna: segundo o artigo 38 da LLC, o procedimento da licitação será iniciado com a 
abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo (1) 
a autorização respectiva, (2) a indicação sucinta de seu objeto e (3) do recurso próprio para a 
despesa;!!
fase externa: inicia-se com a audiência pública (somente para licitações de grande vulto), depois 
segue para a publicação do resumo do edital ou convite, recebimento da documentação, 
habilitação, julgamento das propostas, homologação e adjudicação.!!
O objetivo da audiência pública é fornecer informações aos possíveis interessados e permitir que 
eles se manifestem sobre o objeto a ser licitado. Realização: 15 dias úteis da publicação do edital; 
Divulgação: 10 dias úteis da sua realização.!!
O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da repartição 
interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção 
de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e 
proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará,!
obrigatoriamente, […]!
- o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos, especificações e outros 
complementos; LEI EXIGE QUANTIFICAÇÃO DE MATERIAIS E SERVIÇOS.!
- orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários; pode ser cotado em 
moeda nacional ou internacional (se for o caso da licit).!
- a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante vencedor;!
- as especificações complementares e as normas de execução pertinentes à licitação.!!
se um edital é alterado, a Administração terá que divulgar suas alterações da mesma forma que 
fez com o texto original, iniciando novamente o prazo para apresentação das propostas.!
Todavia, a lei coloca como exceção os casos em que, inquestionavelmente, a alteração não afetar 
a formulação das propostas. Por exemplo, um pequeno erro de digitação sem relação com a 
descrição do objeto. Nesse caso, não será reaberto o prazo inicial.!!
�27
Para Habilitação: !
I - habilitação jurídica;!
II - qualificação técnica;!
III - qualificação econômico-financeira; !
IV – regularidade fiscal e trabalhista;!!
Comissão de licitação!
permanente ou especial, criada pela Administração com a função de receber, examinar e julgar 
todos os documentos e procedimentosrelativos às licitações e ao cadastramento de licitantes. Ou 
seja, a comissão tem a função de receber, examinar e julgar os documentos e procedimentos, 
tanto da licitação quanto do cadastramento de licitantes. Dessa forma, a comissão é a 
responsável pela habilitação dos participantes e pelo julgamento das propostas.!!
Tipos de licitação:!
• menor preço: quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração 
determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as 
especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço (este é o critério obrigatório para o 
pregão);!
• melhor técnica; !
• técnica e preço; !
• maior lance ou oferta: nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso.!!
A “melhor técnica” e a “técnica e preço” destinam-se exclusivamente para os serviços de natureza 
predominantemente intelectual, em especial (exemplificativo) na elaboração de projetos, cálculos, 
fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, 
para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos. A licitação de 
técnica e preço aplica-se, ainda, na aquisição de bens e serviços de informática não comuns.!!
Após o julgamento das propostas, ocorrerá a deliberação da autoridade competente quanto à 
homologação e adjudicação do objeto da licitação.!
Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação 
desta Lei.!!
Revogação e anulação:!
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá revogar a 
licitação por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente 
comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, 
de ofićio ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.!
§ 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera obrigação de 
indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei (não exonera a 
Administração do dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em 
que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja!
imputável)!
§ 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado o disposto no parágrafo 
único do art. 59 desta Lei.!!
Sanções!
a) advertência;!
b) multa de mora, por atraso na execução;!
c) multa de ofićio, por inexecução total ou parcial, podendo ser aplicada cumulativamente com a 
advertência ou com as outras penalidades demonstradas abaixo;!
d) suspensão temporária da possibilidade de participar em licitação e impedimento de contratar 
com a Administração por até dois anos;!
e) declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto 
perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação 
perante a própria autoridade que aplicou a penalidade.!
�28
!
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS:!!
Contrato administrativo é o ajuste que a Administração Pública, agindo nessa qualidade, firma 
com o particular ou outra entidade administrativa para a consecução de objetivos de interesse 
público, nas condições estabelecidas pela própria Administração. Em regra, o contrato é a 
consequência da licitação.!!
Contrato administrativo é todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da administração 
pública e entes particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a 
estipulação de obrigações recíprocas.!!
contratos da administração: são os ajustes firmados pela Administração Pública e os particulares, 
nos quais a Administração não figura na qualidade de poder público. Esses contratos são regidos 
predominantemente pelo direito privado. Dessa forma, o Poder Público não age com supremacia 
sobre o privado. Também são conhecidos como contratos atípicos, semipúblicos ou horizontais;!!
contratos administrativos: são os ajustes que a Administração, nessa qualidade, celebra com 
pessoas fiśicas ou jurídicas, públicas ou privadas, para consecução de fins públicos, segundo o 
regime jurídico de direito público. Nesse caso, a Administração age com supremacia sobre o 
particular. Também são conhecidos como contratos típicos ou verticais.!
!
 Administração Pública goza das prerrogativas inerentes ao princípio da supremacia do interesse 
público sobre o privado, não é horizontal a relação entre partes.!!
A contratação deve ser formalizada obrigatoriamente por meio de termo de contrato nas seguintes 
situações:!
�29
- licitações realizadas nas modalidades tomada de preços, concorrência e pregão;!
- dispensa ou inexigibilidade de licitação, cujo valor esteja compreendido nos limites das 
modalidades tomada de preços e concorrência; e!
- contratações de qualquer valor das quais resultem obrigações futuras, por exemplo: entrega 
futura ou parcelada do objeto e assistência técnica.!!
Até mesmo para os contratos sem ônus a publicação do resumo do instrumento de contrato é 
obrigatória.!!
Cláusulas necessárias:!!
!!
Exigência de garantia!
À Administração é facultada a exigência de garantia a fim de assegurar a execução do contrato. 
Neste caso, porém, a garantia só poderá ser exigida do licitante vencedor e deverá estar prevista 
�30
no instrumento convocatório. caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública; seguro-garantia 
ou fiança bancária.!!
mesmo após a celebração do contrato, o particular pode pleitear a substituição da garantia. 
Contudo, cabe à Administração aceitar ou não a substituição.!!
Vigência contrato: em regra os contratos estão adstritos à vigência dos respectivos créditos 
orçamentários.!!
Prorrogação:!
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;!
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, que altere 
fundamentalmente as condições de execução do contrato;!
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem e no 
interesse da Administração;!
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permitidos por esta 
Lei;!
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela 
Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência;!
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto aos 
pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na execução do 
contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.!
§ 2o Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito devidamente autuados em 
processo e previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato.!!
Cláusulas exorbitantes!
O regime jurídico de direito público dá à Administração algumas prerrogativas que a colocam em 
situação de superioridade perante o particular. Essas prerrogativas, conhecidas como cláusulas 
exorbitantes, representam a principal diferença entre os contratos de direito público (contratos 
administrativos) e os contratos de direito privado. As principais cláusulas exorbitantes encontram-
se no artigo 58 da LLC:!
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à 
Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:!
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, 
respeitados os direitos do contratado;!
II - rescindi-los, unilateralmente,!
III - fiscalizar-lhes a execução;!
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;!
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e 
serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração 
administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como

Continue navegando