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CONSERVAÇÃO E REABILITAÇÃO DE EDIFÍCIOS Aula 4 1 CARACTERIZAÇÃO CONSTRUTIVA 2 Incluem-se nesta definição todos os edifícios construídos até ao início dos anos 40 do séc. XX, já que os posteriores são os já conhecidos edifícios de Betão Armado. CARACTERIZAÇÃO+CONSTRUTIVA 3 ✤Podem ser: • sapatas isoladas - no caso de pilares; • contínuas - no caso de paredes. ✤Material: alvenaria de pedra ou de tijolo; ✤A área de contacto da fundação tem de ser superior à da parede, para que se consigam distribuir melhor as cargas; ✤ a alvenaria da fundação é mais pobre que a das paredes, por ser este um elemento de transição. FUNDAÇÕES 4 ✤ Tipos de fundações: • fundação directa corrente - continuidade das paredes para fundações (um pouco mais largas estas últimas); FUNDAÇÕES 5 • fundação semi-directa com poços e arcos - abertura de poços quadrangulares com cerca de 1 m de largura de 3 em 3 metros. No topo destes executam-se arcos de alvenaria que os unem e por cima dos poços realiza-se a parede de alvenaria. FUNDAÇÕES 6 • fundação por estacaria - solos brandos como os arenosos, etc.. Ex: baixa pombalina. FUNDAÇÕES 7 Como determinar o tipo de fundação ??? SONDAGENS FUNDAÇÕES 8 Sondagens a edifícios antigos: ✦ abertura de poços de inspecção; ✦ com dimensão que permita o acesso e movimento de um homem; ✦ observação da fundação; ✦ observação do terreno; ✦ inspecção visual directa que pode ser complementada com ensaios laboratoriais. FUNDAÇÕES 9 Outra alternativa seriam as sondagens por furação com recolha de material. FUNDAÇÕES 10 Designadas também por paredes mestras. PAREDES+RESISTENTES 11 Principais características: ✦ grande espessura: • menor esbelteza; • menor risco de instabilidade por encurvadura; • maior núcleo central; • maior resistência ao derrubamento. ✦materiais heterogéneos; ✦ razoável resistência à compressão; ✦menor resistência ao corte; ✦ baixa resistência à tracção. PAREDES+RESISTENTES 12 ✦ as melhores apresentam silhares nas esquinas; ✦ aberturas de vãos com recurso a lintéis de pedra (mais frágeis), lintéis de madeira (estes últimos os mais utilizados, mas que apodreciam) e arcos de pedra; PAREDES+RESISTENTES 13 ✦ arcos de alvenaria de pedra são melhores que os de alvenaria de tijolo maciço; ✦ paredes mestras com pequenos arcos de descarga por cima dos vãos das janelas e portas. PAREDES+RESISTENTES 14 Principais características: ✤Piso térreo: terra batida ou enrocamento de pedra com revestimento de pedra, ladrilho, tijoleiras cerâmicas ou sobrados de madeira; ✤Pisos elevados: uso da madeira como elemento estrutural ou arcos e abóbadas em alvenaria de pedra; ✤Caves: edifícios de melhor qualidade os tectos das caves eram de abóbadas, já que estariam em contacto com zonas mais húmidas; PAVIMENTOS 15 Principais características: ✤ sobre os arcos e abóbadas, duas soluções: • estrutura de madeira apoiada nos elementos de alvenaria, construindo o vigamento para o suporte do soalho de madeira; • enchimento do arco com entulho, posteriormente era colocada camada de argamassa que servia de base para o assentamento do soalho, latejos de pedra ou de placas de materiais cerâmicos. PAVIMENTOS 16 Características dos elementos que os integram: ✤ pavimentos de madeira: • castanho (português); • choupo; • cedro; • carvalho; • casquinhas (Europa Central e América do Norte). O pinho e o eucalipto são menos comuns nos edifícios antigos. PAVIMENTOS 17 Características dos elementos que os integram: ✤ arcos e abóbadas: • pedra talhada - construções mais nobres de natureza religiosa e militar; • alvenaria de pedra irregular - necessita de cofragens e cimbres; • alvenaria cerâmica - com formas simétricas e rigor geométrico e estrutural. PAVIMENTOS 18 LISBOACOBERTURAS Principais características: ✤ coberturas inclinadas (as que mais predominam); ✤ coberturas planas; ✤ em terraço (arcos e abóbadas); ✤ coberturas curvas (abóbadas e cúpulas). 19 LISBOACOBERTURAS Principais inclinadas: 20 LISBOACOBERTURAS Principais inclinadas: 21 LISBOACOBERTURAS Principais inclinadas: 22 LISBOACOBERTURAS Principais inclinadas: 23 LISBOACOBERTURAS ➡ Dependendo da importância do edifício, assim as coberturas são mais complexas. ➡ podem ter várias águas, dependendo da geometria do edifício. 24 LISBOACOBERTURAS ➡ Quando exista uma estrutura de madeira a suportar a cobertura adoptam-se soluções pregadas, coladas, ao auxilio de peças em ferro, sistemas de encaixe e de ensambladuras, por forma a melhorar as ligações de apoio. 25 LISBOACOBERTURAS 26 LISBOACOBERTURAS ➡ As peças metálicas não são só utilizadas na união das diferentes peças de madeira, mas também na união da asna com a parede (esta última, ajuda a evitar o colapso da cobertura). 27 ✤madeira (mais comum); ✤ pedra; ✤metálicas. ESCADAS 28 No séc. XVII: • um único lanço entre andares; • localizadas junto às empenas dos edifícios; • largura inferior a 1 m; • espelhos de uns 0,20 m. No séc. XVIII: • escadas com dois lanços; • largura superior a 1 m; • localizada no centro do edifício. ESCADAS+MADEIRA 29 ✦mais usado no exterior, mas também no interior; ✦ construção rural; ✦ frequente uso no primeiro lanço de escadas. ESCADAS+PEDRA 30 ESCADAS+METÁLICAS ✦ aparecem no final do séc. XIX; 31 ✤ nem todas têm função estrutural; ✤ ajudam no travamento geral da estrutura em caso de sismo, devido à sua interligação entre paredes, pavimentos e coberturas. PAREDES+DE+COMPARTIMENTAÇÃO 32 Tipos de paredes de compartimentação: ✤ adobe (blocos de argila cozida ao sol); ✤ taipa (argila compactada); ✤ tabiques de madeira (fasquiado aplicado sobre tábuas ao alto revestido com barro ou reboco de argamassa de cal e saibro); ✤ frontal (Cruzes de Santo André) - estrutura de madeira com alvenaria de tijolo maciço ou de pedra irregular com argamassa; PAREDES+DE+COMPARTIMENTAÇÃO 33 Tipos de paredes de compartimentação: ✤ alvenaria de tijolo (fácil execução e económicas) a partir de meados do séc. XIX - pior comportamento frente a um sismo. PAREDES+DE+COMPARTIMENTAÇÃO 34 LISBOAREVESTIMENTOS+E+ACABAMENTOS ✤ revestimentos de paredes: ✴ primeira protecção do edifício, a chamada “pele”; ✴ paredes de alvenaria: • rebocos de argamassas fracas com areia e cal aérea, ou areia e barro; • traço 1:2 e 1:3 (cal e saibro) - baixa retracção, fraca resistência mecânica; boa porosidade; boa aderência à base e boa trabalhabilidade; • é necessário conhecer os traços e materiais utilizados nos rebocos dos edifícios antigos a reabilitar. 35 LISBOAREVESTIMENTOS+E+ACABAMENTOS • rebocos antigos tinham em geral 3 camadas, a primeira a mais forte (com mais ligante), pois permitia a ligação à base; • revestimento final podia ser mais fino, como é o caso de estuques, argamassas de cal e gesso, ou apenas gesso. Mais recentemente cimento, cal e gesso; • união de materiais com características mecânicas tão di ferentes (módulo de elast ic idade, coeficientes de retracção, etc) cria dificuldades de ligação - ex: madeira vs argamassa. 36 LISBOAREVESTIMENTOS+E+ACABAMENTOS ✤ acabamentos de paredes: ✴ caiação a branco, ou com cores adicionando pigmentos; ✴ a cal é obtida da cal viva, em pedra ou em pó; ✴ uso de aditivos, para ajudar a fixar a cal: óleos, por exemplo; ✴ azulejos - decoração e durabilidade da fachada; ✴ uso de argamassas fortes para garantir boa ligação do tosco ao azulejo e suficientemente fracas para minimizar os efeitos da retracção durante a secagem; 37LISBOAREVESTIMENTOS+E+ACABAMENTOS 38 LISBOAREVESTIMENTOS+E+ACABAMENTOS ✴ estuque liso ou decorado, escaiola para simular a nobreza da pedra e a printura à base de óleo de linhaça. 39 LISBOAREVESTIMENTOS+E+ACABAMENTOS ✤ revestimentos de piso: ✴madeira nos pisos elevados: • casquinhas; • pitespaine; • castanho; • pinho marítimo; • carvalho; • madeiras exóticas de África, Brasil e Índia. ✴ dureza da madeira importante para evitar o desgaste; ✴ lajedos de pedra, tijoleiras e ladrilhos cerâmicos em pavimentos térreos. 40 LISBOAREVESTIMENTOS+E+ACABAMENTOS ✤ acabamentos de piso: ✴ acabamento serve para: decoração ou protecção do revestimento; ✴ revestimentos de madeira: • lavagem periódica do pavimento e aplicação de ceras que embelezam e protegem o mesmo. ✴revestimentos de pedra: • sem acabamento específico; • “amaciado” que é um polimento para um acabamento mais liso e brilhante. 41 LISBOAREVESTIMENTOS+E+ACABAMENTOS ✴materiais cerâmicos: • aplicação de produtos oleósos, gordos, que impregnem o revest imento, tornando-se impermeável, mas sem película; • também se utilizava o óleo de linhaça. 42 LISBOAREVESTIMENTOS+E+ACABAMENTOS ✤ revestimentos de tecto: ✴ em pavimentos com estrutura de madeira: • forros: “saia e camisa” com pranchas colocadas em fiadas sobrepostas; 43 LISBOAREVESTIMENTOS+E+ACABAMENTOS • forro justaposto com encaixe em meia madeira, macho-fêmea ou com alheta; • estuques à base de cal e gesso aplicados sobre fasquiado de madeira. O mesmo pode ser trabalhado. 44 LISBOAREVESTIMENTOS+E+ACABAMENTOS ✴ em tectos de pavimentos à base de arcos e abóbadas de alvenaria: • deixa-se à vista; • rebocar com argamassas de cal e areia para posteriormente receber pintura ou acabamento com camada de estuque, simples ou decorado. 45 LISBOAREVESTIMENTOS+E+ACABAMENTOS ✤ acabamentos de tecto: ✴ pinturas com tintas de óleo, simples ou decoradas; ✴ tectos estucados ou rebocados podem ser ou não pintados; ✴ tectos estucados, podem-se encontrar pinturas de decorativas; ✴ caiação nos tectos rebocados. 46 LISBOAREVESTIMENTOS+E+ACABAMENTOS ✤ revestimentos de cobertura: ✴ telhas: • telha cerâmica (mais comum, a de canudo); • c o n s t r u ç õ e s m a i s p o b r e s a t e l h a e r a simplesmente colocada; • cons t ruções me lho res e ram ap l i cadas argamassas nas juntas; • telhado “mouriscado”, canais são preenchidos com argamassa, resultando um telhado de superfície quase lisa. 47 LISBOAREVESTIMENTOS+E+ACABAMENTOS 48 LISBOAREVESTIMENTOS+E+ACABAMENTOS ✴ beirados: • simples ou duplo, rematando cimalhas de pedra ou de argamassa. ✴ drenagem de águas pluviais: • água é directamente escoada do beirado para a rua; • recolha de águas exteriormente à cobertura e ao edifício - uso de caleiras fora do beirado (zinco, chumbo ou cobre); 49 LISBOAREVESTIMENTOS+E+ACABAMENTOS • intercepção da água antes de chegar ao beirado (sistema mais complexo, assegurar o adequado remate das uniões). ✴ chaminés: • remate do telhado com estes elementos emergentes tem de ser cuidado. ✴ juntas entre edifícios contíguos: • tem de ser cuidada. 50 LISBOAREVESTIMENTOS+E+ACABAMENTOS ✴ telha Marselha: • apareceu no séc. XVIII em Portugal; • facilita a construção dos telhados; • a sua configuração permite uma fácil circulação da água. ✴ coberturas planas: • mais complexas; • pendente razoável, 1 a 2%; • impermeabilização é difícil de obter; • recorre-se ao uso de lâminas de chumbo, cobre ou zinco em zonas de maior pluviosidade. 51
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