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23/01/2019 Minha Biblioteca: Rezende Obstetrícia, 13ª edição
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730723/cfi/6/26!/4/196/2@0:100 1/11
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Conceito | Etimologia
Histórico
Obstetrícia no Brasil
Bibliografia suplementar
Conceito | Etimologia
Obstetrícia é a área da Medicina que estuda os fenômenos da reprodução na mulher. Desse modo, está relacionada
com a gestação, o parto e o puerpério – com atenção à fisiologia, à patologia e aos acidentes –, e dita as regras de sua
assistência em circunstâncias normais e anômalas. Os cuidados com a gestante e o feto durante o ciclo grávido-puerperal
constituem a prática obstétrica, que pode ser aperfeiçoada pela experiência, e aprimorada com os conhecimentos teóricos
decorrentes da pesquisa, da prática clínica e da observação.
Obstetrícia deriva da palavra latina obstetrix, originária do verbo obstare, que significa ficar ao lado ou em face de. Na
opinião de Seligmann (1879), o vocábulo originário é adstetrix, que depois passou de ad para ob,
com obstetrix significando a mulher assistindo a parturiente. No entanto, em algumas antigas inscrições é possível
encontrar a grafia opstetrix, o que leva a crer que essa tenha sido a base do termo. Sendo ajudar a tradução exata de ops,
obstetrícia seria a mulher que presta auxílio. Nascentes parece exprimir o latim scilicet ars, a arte de afastar os obstáculos
do parto, enquanto obstare é estar no meio do caminho, impedindo a passagem. Nos textos bíblicos, nas mais antigas
versões, há registros de obstetricibus, obstetricabitis e obstetrices como parteira e partejar.
Eastman sinala que nos países de língua inglesa se usou o termo midwifery no lugar de obstetrícia até os fins do século
19; sua composição vem de mid (do middle english, a língua falada entre 1100 e 1500, correspondendo a com)
e wife (mulher, esposa), e uma expressão conhecida desde 1483, enquanto midwife(parteira) data de 1303.
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Na Inglaterra, midwifery e obstetrics são usados quase indistintamente, com o mesmo significado, mas como nos
Estados Unidos a atividade das parteiras foi clandestina por muito tempo, a primeira palavra carrega certo estigma e é
quase pejorativa.
Sinônimos de obstetrícia são tocologia (do grego tokos, parto, e logos, doutrina acerca de, teoria, tratado)
e maiêutica (também do grego, maieutikós, concernente ao parto; a raiz maia traduz-se por parteira, ama ou avó).
Histórico
O parto, na pré-história, à semelhança do ocorrido entre os animais, era solitário, e a obstetrícia surgiu no momento em
que isso deixou de ocorrer com a presença do pai durante o processo. As mulheres mais idosas, depois, passando a
ajudar com conselhos e práticas diversas, foram a origem das parteiras. Apesar da experiência dessas mulheres com o
processo de dar à luz, elas costumavam ser consideradas ignorantes, e até feiticeiras, o que tornava questionável o seu
papel na assistência ao parto. Em uma fase em que o parto ainda não se tinha desenhado nem caracterizado, a ajuda
psicológica dessas mulheres tinha um impacto positivo.
A atividade das parteiras é a mais antiga profissão conhecida, segundo os antropologistas Rosenberg e Trevatham
(2002), que estudaram profundamente como ocorriam os partos dos primeiros hominídeos, comparando o nascimento
humano com o dos símios e o dos grandes macacos. Inúmeras características distinguem o ser humano dos outros
primatas: a bipedestação, o crânio volumoso, o manuseio dos instrumentos, o desenvolvimento da linguagem e o parto
assistido, tão antigo quanto a própria família.
É possível estudar a história da obstetrícia por períodos evolutivos, a despeito de sua divisão arbitrária pelos autores.
Seguindo os parâmetros de Siebold (1981), algumas das fases demarcadas por ele serão unificadas aqui, simplificando e
facilitando a compreensão.
Primeiro período (Antiguidade ao fim do século 5 a.C.)
Se a Medicina de fato começou na proto-história, cerca de 2900 anos a.C., com o egípcio Imhotep,* médico e ministro
de Zoser, segundo faraó da terceira dinastia, a obstetrícia é ainda mais antiga, podendo-se encontrar as evidências de sua
prática na pré-história, conforme indicam os estudos geológicos dos povos primitivos, quando as leis naturais prevaleciam
e somente os mais capazes de cada geração sobreviviam. Tratava-se de uma tocologia intuitiva, sem qualquer
fundamentação anatômica ou fisiológica, voltada para a preservação das grandes famílias, que constituíam a base
econômica do homem paleolítico.
Segundo período (de Hipócrates ao início do século 3 da Era Cristã)
Hipócrates (460-377 a.C.) marcou uma época da civilização grega e teve grande influência nos preceitos obstétricos,
registrando e divulgando, reformados, os conhecimentos conservados pela tradição. Separou a medicina da religião e seus
aforismos (que eram o repositório dos conhecimentos de então) se relacionam com os sinais de gravidez e o sexo do
concepto; dentre outros aspectos, preconizam os esternutatórios no secundamento, ensinam a diagnosticar a morte do
feto pelo exame das mamas da gestante, e, ainda, aludem à diversidade das apresentações e posições e à existência de
circulares do cordão. Vêm de Hipócrates certas suposições como a de o feto nascer por suas forças e a de serem mais
vitais os bebês do sétimo mês que os do oitavo.
Terceiro período (do século 3 da Era Cristã aos fins do século 15)
À época da decadência e da divisão do Império Romano, a Obstetrícia, depois de Galeno, entrou em longo hiato de
estagnação, retroagindo, a pouco e pouco, ao sortilégio, à magia e aos procedimentos pré-hipocráticos. A vida do
concepto não era tão considerada, pois se vivia sob a influência da filosofia estoica que não atribuía alma ao concepto
enquanto no útero, a vida do concepto não era considerada importante, e ganharam destaque os embriótomos e o aborto.
No século 12, a Igreja Católica posiciona-se contra o abortamento provocado, o que ressalta o exercício da obstetrícia
pelos sacerdotes, no século seguinte, quando filósofos e teólogos aparecem intimamente ligados às universidades e
influindo inequivocamente na medicina. A medicina escolástica era voltada para o entendimento ou a confirmação de
antigos temas e postulados e a dialética, ocupada em conciliar, no acervo dos antigos textos, contradições doutrinárias. A
astrologia era uma ciência e os fenômenos da reprodução estavam subordinados a planetas e a estrelas. Os enfermos não
eram examinados e as gestantes e parturientes não deviam ser palpadas ou tocadas, o que se considerava imodesto e
decoroso. Em vez disso, consultavam-se o calendário e a posição dos astros. O médico era clérigo e, exprimindo-se em
latim, desprezava o trabalho manual, fugindo do sangue (Ecclesia abhorret a sanguine) e da cirurgia. Esse horror do
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trabalho manual perpassou os tempos e ainda no século 18 a Faculdade de Medicina de Paris exigia que os cirurgiões,
que quisessem elevar-se à condição de médicos, declarassem, em ato solene, não mais praticar a cirurgia, pois convinha
conservar pure et intacte la dignité de l’ordre des médecins.
Ainda no estágio medieval, em 335, foram inaugurados hospitais por iniciativa do Imperador Constantino, estimulado
pelo Papa Inocêncio III (século 13) e pelo gosto pelos estudos anatômicos, consubstanciado na dissecção do cadáver
humano, que foi retomada em 1315 com esse objetivo, por Mondino, em Bolonha.
Quarto período (do século 16 ao 19)
É na Renascença que há o verdadeiro ressurgimento da ciência e da arte dos partos. Relegam-se os preceitos galeno-
arábicos e se revela a obstetrícia, até então geminada à cirurgia ea ela subordinada.
O século 17, conhecido como le grand siècle, le siècle de Louis XIV, consolida a linhagem de ilustres parteiros
franceses, inaugurada por Ambrósio Paré e Guillemeau.* Francisco Mauriceau (1637-1709) (Figura 1.1) é o mais ilustre
desses mestres, mais voltado ao estudo, à prática e ao ensino da obstetrícia, sendo chamado por Nägele de oráculo dos
parteiros do século 17. Mauriceau escreveu o Traité des maladies des femmes grosses et de celles qui sont
accouchées(1668), obra extraordinária, clara e metódica, muitas vezes reeditada e da qual a segunda parte é um
repositório de observações clínicas, objetivamente narradas. Foi um homem de grande saber, e publicou na Observation
XXVI, o relato de um caso de insucesso na aplicação do fórcipe, empreendida, em 1670, pelo tocólogo inglês.
Os contemporâneos de Mauriceau o censuraram por ter sido violento e apaixonado, principalmente pela maneira como
respondia às críticas e por suas fervorosas discussões com Viardel (Figura 1.2), Peu, de La Motte e Lacuisse. Por conta de
sua condenação, o fórcipe foi divulgado com bastante atraso no continente europeu.
Retomando um esquecido preceito de Trótula, Mauriceau aconselhou a perineorrafia logo após o parto, descrevendo
minuciosamente seu mecanismo e diferentes tempos, revelando as peculiaridades das apresentações de fronte e as
manobras que facilitam a libertação da cabeça derradeira. Preconizou a amniotomia para induzir o trabalho e tratar as
hemorragias da inserção baixa da placenta, interpretou a natureza dos lóquios, e não estava de acordo com a dilatação
dos ossos da pelve como fase ordinária e complementar à passagem do feto, refutando o que estava amplamente
estabelecido.
A partir de então houve uma sucessão de episódios memoráveis e de tocólogos ilustres, estreitamente vinculados à
evolução da obstetrícia e à interpretação de seus fatos principais. Os primórdios do século 18 marcam o estágio
transicional e o florescimento dele: Grégoire, o Velho, fundou em 1720, no Hôtel Dieu, a primeira clínica de obstetrícia com
objetivos didáticos; o irlandês Fielding Ould (1710-1789) foi o man-midwife preconizador da episiotomia; e Nicolau Puzos
(1686-1753) foi o precursor dos professores de obstetrícia, que obteve, na França, o então inédito título de demonstrador,
tratando com bastante sucesso as hemorragias da inserção viciosa da placenta pela amniotomia larga, procedimento que
hoje leva seu nome.
A anestesia, trazida à obstetrícia por James Young Simpson (1847), não teve o seu emprego difundido sem criar
controvérsias religiosas e éticas. O procedimento, empregando o éter, foi usado pela primeira vez nos Estados Unidos, em
1846, no Massachusetts General Hospital, e introduzido na Europa por Robert Liston, ao praticar uma operação. Simpson
começou, então, a usar a anestesia em seus casos obstétricos, substituindo o éter pelo clorofórmio.
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Figura 1.1 Francisco Mauriceau (1637-1709).
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Figura 1.2 Gestante de acordo com Viardel (século 18).
Muitos obstetras combatiam a anestesia, que também suscitava muitas controvérsias religiosas.
A antissepsia, defendida por Lister desde 1867, também representa um progresso que a tocurgia não demorou a
incorporar, favorecendo o aprimoramento da arte dos partos. A cesárea abdominal refinou-se tecnicamente, eliminando as
ocorrências de hemorragia e infecção com a técnica de Porro (1876) e a sutura uterina (Kehrer, 1881; Sänger, 1882).
Na maior parte daquele século, e em quase todos os países, a obstetrícia era exercida por médicos generalistas que,
nas áreas rurais, percorriam longas distâncias, em carruagem ou a cavalo, para permanecer por 1 a 2 dias nas
residências, dormindo em cadeiras. O tédio da espera fazia parte da prática obstétrica, combinado à remuneração, longe
de compensadora, e aos honorários, recebidos com dificuldade.
A obstetrícia contemporânea tem seu berço nesses episódios e nesses precursores.
Obstetrícia no Brasil
Origens
A obstetrícia em Portugal, no começo da Renascença, era primitiva e refletia as limitações do tempo. Na Universidade
de Coimbra, toda a ciência médica dividia-se em duas cadeiras, dedicadas a comentar Galeno e Hipócrates, sem qualquer
aplicação prática, com a cirurgia sendo considerada um ofício subalterno. A despeito disso, um bom número de médicos
portugueses ensinaram em outras universidades da Europa; na França, na Espanha e na Itália.
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As práticas obstétricas brasileiras, à época do descobrimento e nos séculos seguintes, eram rudimentares. Viajantes e
cronistas, muitos deles missionários, nos deixaram descrições objetivas dos hábitos das várias famílias e tribos, quase
inalterados ainda hoje. A gestação parecia seguir seu fluxo normal, sem percalços evidentes, sem que que as mulheres
indígenas abandonassem seus afazeres domésticos.
Entre os tupinambás, quando o início do trabalho era anunciado pelas dores, a mulher estirava-se no solo ou sobre
uma tábua, espécie de mesa rústica de parto, conservada no interior das malocas. As mais idosas acudiam e o parto era
assistido também pelo marido, que comprimia o ventre da paciente e seccionava, posteriormente, o cordão umbilical com
os dentes ou pedra aguçada, levantando o recém-nascido, quando do sexo masculino, em cumprimento a um rito, o que
era feito pelo tio materno quando o pai não estava presente. Nas crianças do sexo feminino a onfalotomia era efetuada
pela própria parturiente ou por parente mais próxima. Banhado no riacho, com o nariz achatado, o corpo coberto de óleo e
pintado de preto e vermelho com jenipapo, o recém-nascido era colocado em uma tipoia, à entrada da habitação,
cerimônia cumprida antes de se beber o licor sagrado. A nova mãe banhava-se no rio, enquanto o marido punha-se na
rede para a receber as visitas das mulheres, que o presenteavam e consolavam dos sofrimentos havidos. Esse rito
constituía a couvade, choco ou covada (do latim cubare), reminiscência do pecado original, costume conhecido e seguido
entre muitos povos primitivos.
Ao se pensar sobre a obstetrícia brasileira, vale destacar a figura apostolar de Fernando Magalhães (1878-1944)
(Figura 1.3), criador da Escola Obstétrica Brasileira, que começou a conceber em 1911, como professor extraordinário da
Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. O nome de Magalhães está relacionado com o tratamento da infecção
puerperal, a operação cesariana (que passou de evento bissexto e mortífero a segurança e trivialidade atuais), a proteção
da vida embrionária (outrora preceito acadêmico, hoje fundamental), o desvendamento do mecanismo do parto, o
problema da distocia pélvica e a conduta nas hemorragias obstétricas. Ademais, seus posicionamentos tinham sentido
humanístico, universal e ecumênico, fazendo com que destoasse dos demais. A obstetrícia no Brasil divide-se em dois
períodos: antes e depois de Fernando Magalhães.
Sucedeu-lhe na cátedra Octávio Rodrigues Lima, professor na Maternidade-Escola de Laranjeiras, no Rio de Janeiro,
por quase um quarto de século. Era um homem da sociedade, como dizia Rezende, poliglota, “o último dos parteiros das
princesas de Petrópolis” e conhecido como didata inigualável. Era profundo conhecedor do mecanismo do parto, e sua
tese de livre-docência discorria sobre assinclitismo, percorrendo também temas basilares como a colpocitopatologia em
obstetrícia, e estudos sobre a reação decidual e a toxemia gravídica.
Um dos assistentes de Octávio o acompanhava nos trabalhos de parto, ajudando-o nasversões, nos volteios
intrauterinos, aprendendo as aplicações mais complexas do fórcipe e auxiliando nas cesáreas facilitadas pela incisão
longitudinal. Esse jovem auxiliar era Jorge de Rezende.
Jorge Fonte de Rezende nasceu em São Paulo do Amazonas, em 1911. Veio para a capital da República para estudar
na Faculdade Nacional de Medicina, e se formou na Maternidade-Escola de Laranjeiras. Foi influenciado pela doutrina de
Fernando Magalhães, mas foi como interno daquela Escola que se aproximou de Rodrigues Lima, em 1929, para seguir
seu caminho na obstetrícia. Ao se graduar, em 1931, a despeito de ter conquistado conhecimentos clínicos na Policlínica
Geral do Rio de Janeiro, dedicou-se à obstetrícia, sem afastar-se da pesquisa, publicando em 1933 seu primeiro artigo
científico: “Icterícia e gravidez”.
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Figura 1.3 Fernando Magalhães (1878-1944).
Logo tornou-se assistente de Clínica Obstétrica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, transferindo-se em 1933,
junto com Rodrigues Lima, para a Clínica Obstétrica da Escola de Medicina e Cirurgia do Instituto Hahnemaniano (atual
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – Escola de Medicina e Cirurgia), chegando a ocupar a chefia de
clínica.
Entre 1938 e 1939, foi assistente na Maternité Baudelocque, outrora Maternité Port-Royal e Maison d’Accouchements
Baudelocque, então dirigida por Alexandre Couvelaire, discípulo de Adolphe Pinard.
Em 1941, publicou Contribuição ao estudo da operação cesariana abdominal: sobre uma experiência pessoal de 114
casos, memória laureada pela Academia Nacional de Medicina, com o prêmio Madame Durocher. O prefácio desse ensaio,
assinado pelo professor Fernando Magalhães, realça o brilhantismo do autor e antevê nessa cirurgia, outrora infame, a
batalha acadêmica que consagraria a vida de Jorge de Rezende.
Em 1943, Rodrigues Lima transferiu-se para a Maternidade-Escola de Laranjeiras, a fim de ocupar a cátedra e suceder
Magalhães. Rezende, então, prestou concurso à Cátedra de Clínica Obstétrica da Escola de Medicina e Cirurgia,
apresentando a tese “Eritroblastose fetal, problema obstétrico”, que lhe garantiu a cátedra em 1944.
A operação cesariana sempre foi de um seus focos. Conseguiu cristalizar a tomotocia por meio da incisão estética de
Pfannenstiel, apresentando a experiência de seu grupo em 26 de novembro de 1958, no Centro de Estudos da
Maternidade Carmela Dutra.
Em 1957 foi nomeado membro titular da Academia Nacional de Medicina, agremiação das mais antigas e tradicionais
neste país, e, em 1959, assumiu a Maternidade da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, que funcionava
formalmente desde 1847, de acordo com o decreto do provedor José Clemente Pereira, mas que desde 1582 já acudia os
partos distócicos nas terras coloniais; a Jorge de Rezende são entregues seus rumos.
Rodeado por uma plêiade de assistentes, Jean Claude Nahoum, José Maria Barcellos, Wilson Mercadante, Isaac Amar,
Simão Coslovsky, Paulo Belfort, entre outros, a Casa de Anchieta tornou-se o maior centro de tocologia do país, onde
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eram estudadas as anomalias do líquido amniótico, a fonocardiografia fetal, as neoplasias trofoblásticas gestacionais, a
tocurgia vaginal, as infecções maternas e perinatais.
Os preceitos dessa escola obstétrica foram sistematizados em 1962, em tratado intitulado Obstetrícia, publicado em
dois volumes com muitas gravuras, sendo apresentado por um desenho original de Portinari, Mãe brasileira. Foram
publicadas mais de dez edições da obra, considerada um clássico na especialidade.
Com a aposentaria de Octávio Rodrigues Lima, Rezende assumiu, em 1971, a cátedra de obstetrícia da Faculdade de
Medicina da Universidade do Brasil (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro), mediante transferência da Escola de
Medicina e Cirurgia. Dirigiu de imediato a Maternidade-Escola de Laranjeiras, onde iniciara sua carreira na obstetrícia. Em
colaboração com Jorge Rodrigues Lima e Carlos Antonio Barbosa Montenegro, dá início a um movimento que trouxe para
a especialidade os préstimos da ultrassonografia. Em 1973, difundiu os conhecimentos da dinâmica uterina por influência
de Caldeyro-Barcia, da Escola Obstétrica de Montevidéu/Uruguai, propagou as técnicas da cardiotocografia e a avaliação
da vitabilidade fetal com dosagem de estriol e a microanálise do sangue fetal.
Em 1981, ao se aponsentar, continuou a fomentar os avanços da Obstetrícia moderna, comparecendo assiduamente à
Maternidade da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Às terças-feiras, sempre participava das sessões do Centro
de Estudos, que comemorou em 2008 a sessão de número 2 mil, assinalando a preocupação do professor Rezende com a
boa doutrina e a atualização técnico-científica de seus assistentes. Faleceu em 3 de maio de 2006, quase aos 95 anos de
profícua atividade intelectual, dono de uma trajetória brilhante, deixa órfã a Obstetrícia brasileira, que perde ao mesmo
tempo professor ilustre, tocólogo diligente e mestre amigo.
Dos seus sucessores, vale mencionar Carlos Antonio Barbosa Montenegro, carioca, nascido em Copacabana, em
1941. Aluno da Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, iniciou-se na carreira obstétrica em 1964,
quando foi plantonista na Maternidade-Escola de Laranjeiras. Apaixonado pela arte dos partos, tornou-se interno daquele
serviço em 1966, ligando-se em definitivo à instituição.
Já médico formado, permaneceu na Maternidade-Escola afeito aos trabalhos de anticoncepção da BENFAM, junto com
Walter Rodrigues, sendo nomeado auxiliar de ensino pelo professor Octávio Rodrigues Lima em 1969.
À essa época Montenegro já realizava a tocometria interna com balão por transmissão pneumática (avanço do modelo
hidráulico de Csapo, que pontificava suas pesquisas em Salvador) e o monitoramento intraparto com eletrodo aplicado no
escalpo fetal, o que lhe granjeia, a bem da verdade, a primazia dos estudos de perinatologia no Brasil.
Já interessado por medicina fetal, tema que pautaria toda a sua trajetória professoral, concluiu em 1970 a docência em
obstetrícia na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com a tese “Do diagnóstico
intraparto das circulares de cordão”.
Naquele tempo, havia crescente preocupação com a avaliação do bem-estar fetal. Dessa época, emergiram os testes
biocitológicos de Kamnitzer, catedrático de obstetrícia da Universidade Federal Fluminense; Ericsson Linhares e
Montenegro com o teste do estriol urinário e avaliação do hPL (lactogênio placentário humano). Vale aqui lembrar que em
1971 o professor Jorge de Rezende transferiu-se para a cátedra de obstetrícia da UFRJ, quando o professor Montenegro
já trabalhava em tempo integral na Maternidade-Escola com Jorge Rodrigues Lima, sobrinho de Octávio. Jorge Rodrigues
Lima queria ser sucessor de Octávio Rodrigues Lima, de modo que houve certa oposição desse e de Montenegro à
transferência de Rezende.
Esse mal-estar rapidamente cedeu lugar à amizade sólida e ao espírito científico, que perdurou por toda a vida do
professor Rezende.
Montenegro logo foi elevado a chefe de clínica da Maternidade-Escola da UFRJ, em 1975. Já em 1971, participara
ativamente do primeiro curso de pós-graduação em obstetrícia do Brasil, introduzindo, em 1973, o primeiro aparelho de
ultrassonografia no Rio de Janeiro e o terceiro do Brasil, trazido de São Francisco, nos Estados Unidos, na vinda de um
congresso em Osaka (Japão).
Na década de 1970 Montenegro desenvolveu os pilares da cardiotocografia intraparto, influenciado por Caldeyro-Barcia
e a Escola Obstétrica de Montevidéu, e iniciou os estudos de avaliação da vitabilidadefetal. Foi pioneiro, no Brasil, no
desenvolvimento da eletrocardiografia com eletrodos no escalpo fetal e nos testes de estriol urinário e da dosagem do
lactogênio placentário, sob a orientação de Ericson Linhares. Com o desenvolvimento do sonar Doppler, estabeleceu os
pilares da cardiotocografia anteparto, inaugurando o estudo do monitoramento fetal na gravidez de alto-risco. Não se deve
esquecer da microanálise do sangue fetal, técnica um pouco invasiva, mas ainda hoje essencial no diagnóstico do
sofrimento fetal agudo, procedimento realizado várias vezes por Montenegro, obstinado pela detecção da anoxia fetal.
Foram combatidos pela avaliação biofísica da vitabilidade fetal por Bussâmara Neme, com o teste de ocitocina (criado
por Pose, assistente de Caldeyro-Barcia) e o teste do exercício (desenvolvido por Estenbera). Foram técnicas que
perduraram até a incorporação do Doppler contínuo para a captação externa dos batimentos cardiofetais. A primeira vez
que se viu em sonar Doppler no Brasil foi um favor de Caldeyro-Barcia, na década de 1960, em exibição na Maternidade
de Laranjeiras. A incorporação dessa técnica possibilitou verdadeira revolução na propedêutica obstétrica, permitindo-se
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desenvolver métodos mais práticos de antever o bem-estar fetal. Nesse contexto, foi introduzido no Brasil por Montenegro
o teste de aceleração de Lee, hoje aceito e difundido, para a cardiotocografia basal anteparto.
Mas do que introduzir a ultrassonografia no Brasil, Montenegro e seus colaboradores fizeram escola, porque estavam
vinculados ao grande centro difusor da Medicina Fetal mundial, situado no King’s College Hospital, em Londres, Denmark
Hill. Ali ganhou destaque Stuart Campbell, assistente de Ian Donald, que chefiaria a medicina fetal naquela instituição,
acompanhado por seu assistente, Kipros Nicolaides, que viria a sucedê-lo.
Com a aposentadoria compulsória do professor Rezende, Montenegro assumiu interinamente a cátedra, quando foi
nomeado diretor da Maternidade-Escola em 1981, sendo reeleito até 1994.
Assumiu a cátedra de obstetrícia da UFRJ, defendendo tese sobre cardiotocografia anteparto, em 1983. Como titular de
obstetrícia, deu enorme projeção à pós-graduação naquela instituição, com numerosas teses ali desenvolvidas,
salientando-se as temáticas da biopsia do vilo corial, da cordocentese com a possibilidade de transfusão intravascular fetal
na doença hemolítica perinatal, da cardiotocografia computadorizada e da dopplervelocimetria uterina e fetal. A toxemia foi
estudada com extremo cuidado por ser uma das moléstias mais complexas na tocologia, com graves repercussões
clínicas.
Montenegro formou escola obstétrica, não mais filiada à obstetrícia gaulesa, mas trouxe os conhecimentos de Campbell
e Nicolaides do King’s College de Londres, que permearam consideravelmente os seus trabalhos. Nos concursos que
examinou pelo Brasil, defendia essa escola. Destacam-se apenas os de titulares de obstetrícia da Universidade do Estado
de São Paulo, da Universidade de Brasília, da Universidade Federal Fluminense, da Universidade de São Paulo em
seus campi em São Paulo e em Ribeirão Preto, além de participar da banca para professor de ginecologia da UFRJ.
Os progressos avolumaram-se. Montenegro trouxe o Doppler pulsátil para o Rio de Janeiro, não tardando seu
acoplamento ao mapeamento colorido, promovendo a visualização do vaso antes de insoná-lo (antes se ouvia o que se
imaginava ser fluxo vascular, para então insonar a região). Esses avanços vasculares possibilitaram descortinar outros
fluxos fetais, notadamente a artéria cerebral média, com os trabalhos de Torvid Kiserud, assistente de Wladimiroff,
introduzindo o conceito de centralização. No Brasil, essa avaliação foi apresentada por Campbell em uma palestra na
Maternidade-Escola de Laranjeiras, à ocasião do Congresso Mundial da FIGO de 1988, realizado no Rio de Janeiro.
Campbell brindou aos presentes com o melhor da Medicina Fetal à época, justificando tal empenho na qualidade dos
presentes, classificada por Montenegro como crème de la crème da Obstetrícia brasileira.
Quando Rezende passou a ocupar posição de emérito da Academia Nacional de Medicina, quis ser sucedido pelo
professor Montenegro, tal qual na cátedra. Em 1985, ao defender a tese “Perfil biofísico fetal”, Montenegro alcançou o
pináculo na medicina.
Montenegro ainda atua no magistério, mesmo após a aposentadoria na UFRJ. Esteve vinculado à 33a Enfermaria
(Maternidade) da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, último pouso do professor Rezende, e continua atuante
em seus projetos didático-pedagógicos. A atual edição desta obra nasceu na Santa Casa, cresceu cercada por seus
assistentes. Que desafio capitaneia professor Montenegro, neste país de iletrados, cuja cultura tem sido objeto de
barganha, ao assumir para si a editoração de um best seller qual Rezende | Obstetrícia.
Rezende-pai, ao referir que a obstetrícia do futuro seria dividida antes e depois de Magalhães, vaticinou preceito lapidar
áureo. Este autor atesta, e a despeito do malgrado de outros, que a Medicina Fetal no futuro será dividida no Brasil antes e
depois de Carlos Antonio Barbosa Montenegro.
De certo, a genética privilegiada de Jorge de Rezende-Filho, que ascendeu à cátedra de Obstetrícia da Universidade
Federal do Rio de Janeiro, após concurso longamente esperado – verdadeira gestação sabática –, irá contribuir na
coedição de obra tão monumental e no desenvolvimento da Obstetrícia brasileira, continuando o legado de Rezende-pai.
Muitos outros centros pontificaram neste último século nas terras fluminenses, mas a Santa Casa, apesar de
desativada, é símbolo de uma tradição, e juntamente com a Maternidade-Escola, são pioneiras na assistência obstétrica e
formadoras do conhecimento tocológico, o que justifica a primazia na descrição de sua história e seus professores. O
futuro que este autor antevê a essas casas do saber, aos berços da Obstetrícia no Brasil, é luminoso como sempre foi sua
história. Que ventos favônios continuem a beneficiar, ad perpetuam rei memoriam, esses centros irradiadores de doutrina
obstétrica irreprovável. É um modo de glorificar os nomes honrosos daqueles que precederam a este século e que tudo e
de tudo deram para a arte dos partos. Encerro com Magalhães ao confessar o orgulho que me toma fazer parte dessa
Escola Obstétrica, que me faz seu assistente, quando já me bastava o orgulho de ser um de seus discípulos.
Lembro com Padre Antonio Vieira: “e ainda disse mal e disse pouco.”
Bibliografia suplementar
Academia Nacional de Medicina. Em comemoração do centenário do ensino médico, Jornal do Commercio, 1908.
23/01/2019 Minha Biblioteca: Rezende Obstetrícia, 13ª edição
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730723/cfi/6/26!/4/196/2@0:100 10/11
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Briquet R. Evolução da obstetrícia. In: Obstetrícia normal. 3 ed. São Paulo: Sarvier; 1981.
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Geográfico Brasileiro. Rio de Janeiro, 24 de novembro a 2 de dezembro, 1975.
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brasileira, vol. I. Rio de Janeiro: Enciclopédia Médica Brasileira; 1983.
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*Imouthes, para os gregos, nasceu em 3000 a.C. e foi grão-vizir, arquiteto, chefe dos leitores sagrados, astrônomo e sábio.
Teria sido, ainda, sacerdote e escriba, considerado filho de Parth, criador do universo. Por sua grande habilidade na na
arte de curar, após sua morte foram erigidos templos em sua homenagem e seu nome foi divinizado em Memphis, no
período dos ptolomeus, reis macedônios, que governaram o Egito 200 a.C. (Lima, 1981).
*Na realidade, o primeiro gaulês foi em decorrência da permissão, concedida a alguns cirurgiões, em 1650, para penetrar
na sala de parto do Hôtel Dieu, evento de importância magna, que propiciaria o desvendamento dos fenômenos da
parturição natural. Somente 100 anos depois os obstetras alemães conseguiriam autorização semelhante. Já no século 16,
Wertt, em Hamburgo, foi obrigado a vestir-se de mulher para poder assistir a uma parturiente, e foi queimado vivo por tal
crime. E, nos EUA, só em 1850 foi realizada a primeria demonstração clínica de um parto, perante estudantes de medicina.
Em Buffalo, o Dr. James T. White teve o seu ato fortemente combatido.

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