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medicina no brasil

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Medicina No Brasil Colônia 
-Europeus trazem novas doenças e costumes pro Brasil
-Medicina antes da chegada dos europeus era mitíca
-Padres jesuítas eram chamados de ''médicos da côlonia'', eram responsáveis pela medicação e cuidados com a saúde. Esses padres fizeram a demonização da medicina do pagé (indígena), assim o indío foi demonizado por usar sua mítica para processos criativos. Havia dificuldade para repor medicamentos trazidos pelos padres da Europa o que abriu espaço para aprendizagem dos jesuítas que começam a entender o funcionamento da medicina indígena (num segundo momento). Assim os padres começam a incorporar elementos da medicina xamãmica à medicina europeia que eles tradicionalmente praticavam
-A incorporação precoce de nossa flora às possibilidades das duas medicinas exercidas no Brasil a erudita e a vulgar- é a maior influência desempenhada sobre as mesmas ou pelo jesuíta, ou pelo índio, ou pela ação conjunta de ambos.
-A incorporação precoce de nossa flora às possibilidades das duas medicinas exercidas no Brasil a erudita e a vulgar- é a maior influência desempenhada sobre as mesmas ou pelo jesuíta, ou pelo índio, ou pela ação conjunta de ambos.
-Existência de diversas doenças transmissíveis, trazidas inicialmente pelos colonos portugueses e, posteriormente, pelos escravos africanos e estrangeiros
-Eram frequentes as doenças sexualmente transmissíveis, a Lepra (Hanseníase), Tuberculose,Febre Amarela, Cólera, Malária, Varíola, Leishmaniose, além das provocadas por desnutrição, acidentes com animais peçonhentos e as decorrentes das aglomerações urbanas nas cidades e das condições precárias de trabalho nas lavouras;
-Não se pode falar em existência de uma política de saúde, porém eram tomadas medidas que visavam minimizar os problemas de saúde pública que afetavam a produção econômica e prejudicavam o comércio internacional
-Jesuítas atuavam como enfermeiros, médicos e boticários
-Em 1506, por inspiração de dois frades, houve uma grande matança de judeus em Lisboa, que ficou conhecida como a “matança de S. Domingos”, onde duas mil pessoas foram assassinada
-O primeiro médico a exercer o seu ofício no Brasil foi um cristão-novo, Jorge de Valadares, que aqui chegou em 1549, junto com o governador-geral. Em uma carta datada de 1550, o Padre Manuel da Nóbrega assim se dirigia ao Padre Simão Rodrigues, então em Lisboa: “Esta terra é muito sã para viver; e o confirmo agora, dizendo que me parece a melhor que possa achar, pois desde que estamos cá não ouvi que nenhum morresse de febre, mas somente de velhice e muitos de mal gálico ou de hidropsia”.Nesta terra abençoada havia, no início, dois tipos de profissionais: os físicos, que exerciam a medicina, e os cirurgiões barbeiros.Além dos atos operatórios mais comuns na época (amputar, reduzir luxações e tratar ferimentos e fraturas), ainda faziam sangramentos, aplicavam sanguessugas, arrancavam dentes e também cortavam o cabelo e a barba dos seus clientes.Começavam como aprendizes ou ajudantes dos profissionais mais velhos e, depois de experientes na arte, eram examinados. Os aprovados recebiam a “carta de cirurgião�barbeiro”, que lhes regularizava a profissão.
-O primeiro hospital foi construído em Olinda, em 1540, a Santa Casa de Misericórdia. Três anos depois foi construída a de Santos. A de Salvador foi fundada em 1550.
-O uso indiscriminado das sangrias, no Brasil, só deixou de ocorrer após a epidemia de febre amarela, em 1850. Tantos foram os pacientes que morreram depois de sangrados que os médicos não tiveram mais dúvida em considerar esta prática como prejudicial aos seus pacientes.
 Os Primeiros Livros De Medicina Publicados No Brasil
Três livros merecem destaque como os primeiros publicados em nosso país, no final do século XVII e início do século XVIII. São eles: o Tratado único das bexigas e sarampo, de Simão Pinheiro Morão, publicado em 1683, e que trata, principalmente, de epidemias de varíola; o Tratado único da constituição pestilencial de Pernambuco, de João Ferreira Rosa, publicado em 1694, e que trata de epidemias de febre amarela; e as Notícias do que é o achaque do bicho, de Miguel Dias Pimenta, publicado em 1707, e que trata do “mal do culo” ou “mal de Angola”. Descreve uma doençadisentérica que levava à morte, com gangrena do reto e que também costumava provocar prolapso retal. Hoje poderíamos especular que se tratava de casos de disenteria bacilar, doença causada por bactérias do gênero Shigella, ou mesmo de disenteria amebiana. Todos os três autores eram médicos de origem portuguesa. A importância histórica dos dois primeiros livros reside, principalmente, no fato de serem considerados os pioneiros em tratar da epidemiologia de doenças encontradas no Brasil.
Medicina Entre Os Africanos
-Muitos africanos professavam o islamismo, sabendo que a medicina árabe era muito deselvolvida é sabido que os africanos trouxeram amplos conhecimentos médicos para o Brasil
-Em alguns momentos os escravos eram os médicos da colônia,tinham conhecimento de sangrias (ventosas e sanguessugas)
-Com o número reduzido de médicos deixava espaço para os negros praticarem a medicina africana
-’’O cirurgião negro” , de Debret, Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. Nas palavras de Debret, o “cirurgião negro [...] aplica a sua habilidade em se tornar respeitado pelos seus compatriotas, que o veneram como um sábio inspirado, pois ele sabe emprestar a suas receitas um fundo misterioso e, mediante tais sortilégios, disfarça o simples curativo [...]”.
-Medicina africana ganha notabilidade e ocorreu a fusão entre saberes populares médicos e o saber dos cirurgiões barbeiros
-Tudo que os africanos faziam era considerado incivilizado para poder justificar a superioridade das populações brancas inclusive a medicina
-Uma perseguição violenta contra a cultura negra foi contra a prática da cura. Chamada de curandeirismo ou, na maioria das vezes, charlatanismo, a utilização de ervas pelos grupos negros no processo da cura, era visto pela sociedade branca como feitiçaria e heresia aos olhos da Igreja.
Primeiros médicos em Solo Brasileiro
Os primeiros médicos no solo brasileiro foram cristãos-novos. O primeiro estava na armada de Cabral e chegou aqui em 1500, era o Mestre João, que além de médico exercia outras profissões. 
Outros médicos que eram novos cristãos e imigraram para o país, foi Jorge de Valadares, um físico-mor, sendo o primeiro a exercer no Brasil medicina diplomado. No cargode físico-mor foi sucedido por Jorge Fernandes. Outro dos novos convertidos foi o médico Mestre Afonso Mendes, que veio ao Brasil em 1557. 
Os primeiros médicos eram formados em Portugal, onde o ensino se dava por leituras de Galeno, Hipócrates, Razis e Avicena e a anatomia se limitava a 9 dissecações de carneiro.
Medicina Indígena
-Doença e morte eram consideradas pelos indígenas como consequentes ao roubo de uma ou mais alma.Para os índios as doenças eram encaradas como castigo ou provação decorrentes da vontade de um ser sobrenatural ou da ação de astros
-Os Xamãs, por exemplo, são uma categoria especial de médico pajé
-Por meio de rituais que incluíam a interpretação de sonhos, ingestão de bebidas mágicas e a comunicação com os espíritos, os pajés – responsáveis pelas práticas médicas – procuravam a cura pela descoberta de um espírito raptor
-Índios eram tratados pelo pajé, misto de sacerdote e feiticeiro, que dizia manter relações sobrenaturais com os espíritos dos animais das florestas e que era o indivíduo mais respeitado e temido da tribo. Quando junto do doente, pronunciava palavras mágicas, realizava um minucioso interrogatório e palpava todo o seu corpo na procura de endurações, tumores e regiões inflamadas e doloridas. Nessas regiões fazia forte massagem e, após aspirar a fumaça das folhas queimadas do tabaco, soprava-a sobre o corpo do paciente pronunciando palavras mágicas e realizando gestos ameaçadores para afugentar os maus espíritos. Aspirava ao hálito do enfermo e o soprava o mais longe possível, para lá deixar a força maligna responsável pela doença.Como pagamento por seus serviços, o pajé solicitava e recebia arcos e flechas, vegetais de difícil colheita, pedras coloridas, penas de pássaros, etc.
-A terapêutica indígena era mística, contribuindo para sua eficácia o espírito sugestionável dos silvícolas. Baseava-se nas virtudes medicinais das plantas, sendo ainda empregados como medicamentos: sangue humano ou dos animais (fortificante), saliva (cicatrizante), urina (excitante e vomitiva), a cabeça ou cauda dos ofídios, gordura de onça oude outros animais, garras, chifres, ossos e cabelos, sapo queimado e pulverizado, etc.
-Alguns pajés sugavam a parte do corpo acometida pelo mal e tiravam da boca um espinho, graveto ou outro objeto qualquer, anunciando ser este o causador da doença, na vã tentativa de materializá-lo.
-As plantas eram colhidas frescas e mastigadas previamente pelo curador (pajé) que rotineiramente mantinha em segredo o nome do espécime usado
-A patologia indígena se resumia a bouba, bócio endêmico, malária, parasitoses e dermatoses, disenterias, febres inespecíficas, acidentes, envenenamentos, mordedura de animais venenosos, ferimentos de guerra e doenças, muitas delas introduzidas pelo convívio com o homem branco, como gripe, reumatismo, pleuris e pneumonia
 Medicina No Império
-Necessidade de saneamento dos portos onde escoavam as mercadorias, urbanização e infraestrutura nos centros urbanos para não afetar a imagem do Brasil nos países com os quais era mantido o comércio internacional
-A assistência médica limitava-se apenas às classes dominantes.Aos demais, restavam apenas os recursos da medicina popular;
-Surgem as primeiras Casas de Misericórdia (atendiam pessoas de todas as classes)foram necessárias devido a ocorrência de epidemias no país, como febre amarela e hanseníase ;
-Juntas Médicas 
-Houveram entraves para o deselvolvimento da Medicina no Brasil, por exemplo eram proibidos livros franceses no país e nesse momento a França era pioneira em estudo científico da medicina (livros franceses eram vistos como uma ameaça a ordem monárquica)
-Surgem as primeiras Universidades de Medicina, no RJ e na BA após a chegada de dom João.
Fisicatura
-A inexistência de uma assistência médica estruturada, fez com que proliferassem pelo país os Boticários (farmacêuticos). Aos boticários cabia a manipulação das fórmulas prescritas pelos médicos, mas a verdade é que eles próprios tomavam a iniciativa de indicá-los, fato comuníssimo até hoje. No Brasil eram proibidas as faculdades de medicina, por isso no ano de 1789 havia apenas 4 médicos no país. 
-Não dispondo de um aprendizado acadêmico, o processo de habilitação na função consistia tão somente em acompanhar um serviço de uma botica já estabelecida durante certo período de tempo, ao fim do qual prestavam exame perante fisicatura e se aprovado, o candidato recebia a carta de atuação. 
-No Brasil, entre 1808 e 1828, todas as atividades médicas – ou ‘artes de curar’, como se dizia – eram regulamentadas por uma instituição chamada Fisicatura-mor, órgão responsável por conceder autorizações e licenças para a atuação dos terapeutas. 
-Assim, tanto os curandeiros como os terapeutas acadêmicos – médicos e cirurgiões –e práticos – sangradores ou barbeiros, boticários e parteiras precisavam ter autorização para atuarem. “E a Fisicatura-mor limitava bem o que cada categoria podia fazer: a utilização de ervas medicinais nativas para curar doenças leves, por exemplo, era função do curandeiro; a parteira, por sua vez, só podia realizar partos; já as escarificações e a aplicação de ventosas e sanguessugas ficavam a cargo dos barbeiros e sangradores”. 
-Na Fisicatura, relações pessoais eram determinantes para aprovações de licenças e durações delas. Quando a Fisicatura-mor foi extinta, em 1828, o governo começou a redefinir o que seriam práticas terapêuticas legítimas e a fiscalização e autorização das atividades ficou por conta das Câmaras Municipais.
Vigilância Sanitária 
No dia 28 de janeiro de 1808, por ação de D. João VI, ao emitir carta régia que abriu os portos às nações amigas, houve a instalação oficial da vigilância de sanitária que fiscalizaria a conservação sanitária dos portos.
Primeiras Faculdades
-Durante a era colonial as universidades eram proibidas, por isso os físicos precisavam 
cursar uma universidade europeia, sendo o curso de Coimbra o mais procurado. Os cirurgiões 
formavam-se na prática, geralmente tornando-se ajudantes de um mestre-cirurgião habilitado 
ou ingressando em um hospital onde se fizesse ou ensinasse cirurgia, sendo necessário passar 
pelo crivo de autoridades sanitárias. 
-Ao longo do período colonial o cuidado com a saúde foi uma atribuição partilhada por 
diversos agentes de cura, como cirurgiões, físicos, sangradores, barbeiros, parteiras e seus 
aprendizes. A prática da medicina esteve também a cargo da assistência prestada nas enfermarias jesuíticas, nos hospitais da Misericórdia e nos hospitais militares, que, na maioria 
das vezes, constituíam a única fonte de assistência médica e fornecimento de medicamentos. 
Com a expulsão dos jesuítas, em 1759, os hospitais militares e os da Misericórdia se tornaram 
igualmente centros de ensino de cirurgia, onde destacadas figuras do período colonial 
receberam as primeiras noções desta arte, como José Soares de Castro, Manuel José Estrela e 
o próprio José Correia Picanço. Dessa forma, nada mais adequado para a instalação das 
primeiras escolas de ensino médico e cirúrgico no Brasil do que os hospitais militares da Bahia 
e do Rio de Janeiro. 
-O decreto de 18 de fevereiro de 1808 instituiu o Curso Médico de Cirurgia na Bahia e o 
decreto de 5 de novembro 1808, é instituída, no Hospital Militar do Rio de Janeiro, uma Escola 
Anatômica, Cirúrgica e Médica. Outros atos são sancionados e contribuem para a instalação, 
no Rio de Janeiro e na Bahia, de dois centros médico-cirúrgicos, matrizes das atuais Faculdades 
de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal da 
Bahia (UFBA). 
-Nas primeiras faculdades, somente na falta de brasileiros as cátedras das escolas de 
ensino superior do Império poderiam ser ocupadas por estrangeiros – professores eram 
brasileiros (Império) 
Currículo do médico nos primórdios 
- 1º ano: anatomia em geral, química, farmacêutica, matéria médica e cirúrgica, e suas 
aplicações; 
- 2º ano: anatomia e fisiologia; 
- 3º ano: higiene, etiologia, patologia e terapêutica; 
- 4º ano: instruções cirúrgicas e operações, e lições e práticas de obstetrícia; 
- 5º ano: prática de medicina, lições do quarto ano e obstetrícia. 
Os estudantes que soubessem latim ou geometria poderiam matricular-se no segundo 
ano do curso. Após a conclusão, os alunos aprovados poderiam obter a Carta de Cirurgia, e os 
que quisessem frequentar novamente o quarto e o quinto ano, e prestassem todos os exames 
com distinção, receberiam a graduação de formados em cirurgia. 
Reforma de 1813 
As exigências para o ingresso no curso não eram muito severas, devendo o candidato 
saber apenas ler e escrever, e compreender as línguas francesa e inglesa. 
As disciplinas foram assim distribuídas, em 1813: 
- 1º ano – noções de matéria cirúrgica sem aplicações; 
Reforma de 1820 
- 1º ano – anatomia (Joaquim José Marques). 
- 2º ano – fisiologia (Domingos Ribeiro dos Guimarães Peixoto); patologia (Vicente Navarro 
- de Andrade). 
- 3º ano – matéria médica, higiene geral e particular, terapêutica geral. 
- 4º ano – instruções cirúrgicas (Amaro Batista Pereira); medicina operatória (Jerônimo 
Alves de Moura). 
-5º ano – medicina clínica (Mariano José do Amaral). 
Decreto de 9 de setembro de 1826 
O decreto Imperial de 1826 estabeleceu, de forma mais ampla, a autonomia das então 
academias médico-cirúrgicas, do Rio de Janeiro e da Bahia, permitindo que estas efetivamente 
concedessem os dois tipos de diploma, a carta de cirurgião e a carta de cirurgião formado, 
rompendo assim com o processo de subordinação ao físico-mor e cirurgião-mor do Império. 
Entretanto outras questõesrelativas ao ensino médico, como a configuração das disciplinas, 
ainda permaneceram sujeitas às determinações do Governo Imperial. A carta de cirurgião era 
dada ao aluno depois que ele completasse o quinto ano do curso, e a carta de cirurgião 
formado eram conferidos ao aluno que além de frequentar o sexto ano do curso também 
repetisse as matérias do quarto e quinto anos. 
A revalidação dos diplomas de profissionais formados no exterior, que até então era 
realizada perante uma banca examinadora (composta pelo cirurgião-mor do Império, e por 
dois lentes da instituição) nas academias médico-cirúrgicas, com o decreto de 1826 passou a 
ser feita perante uma banca composta apenas por três professores.
Reforma de 1832 
-1° ano: física médica (Francisco de Paula Cândido); botânica médica e princípios 
elementares de zoologia (Francisco Freire Allemão de Cysneiros). 
- 2° ano: química médica e princípios elementares de mineralogia (Joaquim Vicente Torres 
Homem); anatomia geral e descritiva. 
- 3° ano: anatomia (Joaquim José Marques); fisiologia (Domingos Ribeiro dos Guimarães 
Peixoto). 
- 4° ano: patologia externa (Luís Francisco Ferreira); patologia interna (Joaquim José da 
Silva); farmácia, matéria médica, especialmente brasileira, terapêutica e arte de formular 
(João José de Carvalho). 
- 5° ano: anatomia topográfica, medicina operatória e aparelhos (Manoel Feliciano Pereira 
de Carvalho); partos, moléstias de mulheres pejadas e paridas e de meninos recém�
nascidos 
- (Francisco Júlio Xavier). 
- 6° ano: higiene e história da medicina (José Maria Cambuci do Vale); medicina legal (José 
Martins da Cruz Jobim).
Reforma Bom Retiro (1854) 
Os cursos de medicina (seis anos), o de farmácia (três anos) e o de obstetrícia (dois anos) 
foram mantidos, ampliando-se, porém, o número de disciplinas para dezoito, com inclusão de 
anatomia geral e patológica, patologia geral, química orgânica e farmácia, assim distribuídas: 
- 1º ano – física em geral, particularmente suas aplicações à medicina; química e 
mineralogia; anatomia descritiva (demonstrações anatômicas). 
- 2º ano – botânica e zoologia; química orgânica; fisiologia; anatomia descritiva (repetição). 
- 3º ano – fisiologia (continuação); anatomia geral e patológica; patologia geral; clínica 
externa. 
- 4º ano – patologia externa; patologia interna; partos. moléstias de mulheres pejadas e de 
recém-nascidos; clínica externa. 
- 5º ano – patologia interna (continuação); anatomia topográfica, medicina operatória e 
aparelhos; matéria médica e terapêutica; clínica interna. 
- 6º ano – higiene e história da medicina; medicina legal; farmácia; clínica interna. 
Reforma Leôncio De Carvalho (1879)
-o número de disciplinas do curso médico foi aumentado para 26 com a incorporação das seguintes cátedras em seu currículo: anatomia e fisiologia; clínica oftalmológica; clínica médica de adultos; clínica cirúrgica de adultos; clínica de moléstias médicas e cirúrgicas de crianças; moléstias cutâneas e sifilíticas; moléstias mentais.
Reforma Sabóia (1884) 
-. Cada Faculdade deveria ministrar 
um curso de Ciências Médicas e Cirúrgicas e mais três cursos anexos, o de Farmácia, ainda em 
três anos, o de Obstetrícia e Ginecologia, em dois anos, e o de Odontologia, em três anos. 
O curso de Medicina permanecia com duração de seis anos, e ao quadro do pessoal 
adicionou-se mais uma classe, a dos assistentes. Mandou-se publicar uma revista bimestral Instituiu-se um prêmio de viagem à Europa para o melhor aluno que concluísse o curso médico 
ou farmacêutico.
Médicos da Família Real
-João Fernandes Tavares:Foi médico da família real e visconde de Ponte Ferreira, como médico 
pessoal do imperador, assinou sua autopsia em Queluz. 
-Cláudio Velho da Mota Maia:Acompanhou Dom Pedro II no exílio, era barão, conde e duque.
-José Francisco Sigaud:Sigaud era um médico francês naturalizado brasileiro, sendo pioneiro da imprensa nacional, editor de periódicos médicos, sendo um dos fundadores da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro. Foi nomeado, por José Bonifácio de Andrada e Silva, 
médico honorário da família imperial pelos serviços prestados a D. Pedro II, especialmente no 
tratamento de uma moléstia que acometera o Imperador. 
-José Martins da Cruz Jobim:Graduado em Paris, precursor da Saúde Pública no Brasil, foi médico de dom Pedro I e um dos fundadores da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro. 
Higiene no Império
-Na capital, durante a maior parte do império as ruas eram pequenas, as casas antigas, 
havia acúmulo de lixo, esgoto a céu aberto e grande insalubridade. 
-A higiene no Império do Brasil começou a ser motivo de preocupação na década de 
1830, há a primeira mudança significativa na avaliação da salubridade do Brasil. A elaboração 
da nova percepção médica do país esteve aliada ao inédito esforço de afirmação profissional 
da medicina. 
-O higienismo estava relacionado ao chamado neohipocratismo, uma concepção 
ambientalista da medicina baseada na hipótese da relação intrínseca entre doença, ambiente 
e sociedade. 
-No ano de 1851 é instituída a junta central de higiene pública responsável pela 
organização e exercício da politica sanitária. 
Interpretações da doença 
-A doença no Brasil foi vista como vadiagem e imoralidade, além de precariedade da 
higiene na capital. 
Principais Patologias Explicadas
FEBRE AMARELA: Esta moléstia é particular a certos países quentes;É caracterizada pela cor amarela da pele e pelos vômitos pretos (...), não era conhecida no Rio de Janeiro até 30 de dezembro de 1849, (...) havendo aparecido na Bahia dois meses antes.Nos pretos a moléstia se apresentou geralmente menos grave, e na minha clínica não vi nenhum deles morrer de febre amarela, como também não vi a moléstia chegar até o vômito preto nessa raça. A moléstia acometia sobretudo os estrangeiros não aclimados (...). (Chernoviz, 1862)
BICHO DE PÉ:(...) Este bicho, denominado pelos naturalistas pulex penetrans, é provido de seis pés, de cor preta e parece-se com uma pulga mui pequena (...). Os negros, que andam descalços, são frequentemente incomodados por suas mordeduras: ele atravessa entretanto os vestidos, insinua-se em toda parte e nunca abandona voluntariamente a presa que tem agarrado. As crianças, as moças e as pessoas de pele fina são mais freqüentemente feridos1 por ele. (Chernoviz, 1862) 
OPILAÇÃO: Moléstia dos países quentes caracterizada pela fraqueza geral (anemia), palidez e inchação da face, acompanhada muitas vezes de perversão do gosto (...). A falta de apetite alterna com a perversão do gosto, que consiste em desejar e comer substâncias não alimentárias e que causam mais ou menos asco no estado de saúde, tais como carvão, terra e outras até imundas. Este apetite pervertido pode faltar nos doentes da raça branca, mas é frequente nos indivíduos de cor preta. É com verdadeiro furor que esses infelizes satisfazem seu gosto depravado. Para pôr obstáculo a esta paixão bizarra, é às vezes preciso recorrer aos meios coercitivos. Ao mesmo tempo em que este gosto depravado aumenta, o apetite para coisas alimentárias vai diminuindo. A opilação é a consequência do enfraquecimento da economia devido à presença nos intestinos (...) de grande número de pequenos vermes chamados ancylostomos, que subtraem continuamente o sangue (...). (Chernoviz, 1890) 
Hospitais 
Os primeiros hospitais do Brasil foram as Santas Casas de Misericórdia que agia por ação de 
caridade. Devido ao quadro de fragilidade que apresentavam as medidas sanitárias à população era levada a buscar outros meios para lutar contras as próprias doenças e a morte. Os mais abastados buscavam assistência médica na Europa ou nas clínicas particulares que começaram a surgir no Rio de Janeiro, ao passo que a população menos favorecia buscava a ajuda de curandeiros, que eram os responsáveis pelo tratamento daqueles que tinham pouco dinheiro para arcar com os custos médicos
Periódicos médicos 
 Folha Medicinal do Maranhão – (Verdadeiramente o primeiro) 
 Periódicos da Academia Imperial de Medicina – Sociedade Médicado RJ – Seminário de 
saúde pública e Revista médica fluminense 
 (Considerado o primeiro) - Periódico de Sigaud - O Propagador das Sciencias Medicas ou 
Anaes de Medicina, Cirurgia e Pharmacia; Para o Império do Brasil e Nações Estrangeiras, 
Seguidos de um Boletim especialmente Consagrado às Sciencias Naturaies, Zoologia, 
Botânica etc.
Primeiras Mulheres nas Faculdades de Medicina
Somente no ano de 1879 que o Ministro Leôncio de Carvalho estabelece, entre outras modificações, a possibilidade da matrícula de mulheres no curso médico, sendo a gaúcha Rita Lobato Velho Lopes a primeira a se formar na Escola de Medicina da Bahia, em 1887. Pode-se também traçar a presença da mulher na Faculdade de Medicina do Império primeiramente nos cursos de parteira. Madame Durocher foi a mais célebre parteira e se formar neste curso em 1834 e que adotava a estética de estilo masculino, por ser mais cômodo para a atividade exercida e decente para uma Parteira Diplomada, alegando ainda que este estilo inspirava mais confiança às mulheres, bem como o fato de não ser confundida à noite com as prostitutas, quando atendia. 
Manual de Medicina Popular
Havia no Brasil vários manuais de medicina popular que buscavam facilitar a leitura e continham descrição de doenças, conselhos sobre terapêutica e prognósticos. Esses manuais começaram a ser editados ainda no século XVI, sendo o primeiro redigido o Tratado Único das Bexigas e Sarampo, por Romão Mosia. Os livros possuíam linguagem acessível e eram de enorme serventia popular. O mais famoso foi elaborado pelo Dr. Pedro Chernovitz. 
 Medicina Na República
-A sociedade brasileira inicia a organização de seu Estado moderno, onde predominava grupos vinculados à exportação do café e da pecuária;
-Surge necessidades de se fazer avanços na medicina por uma necessidade economica já que o Br era conhecido como ''cemitério dos imigrantes'' isso abalava as relações internacionais já que o Br estava num período de exportação do café e pecúaria ao mesmo tempo que as áreas eram muito insalubres o que contribuia para uma visão negativa do país e impactava o comércio.Assim, visando reverter esse quadro começa a se organizar a medicina científica no país com a tomada de medidas sanitárias, estudo das epidemias rurais e urbanas, criação de institutos soroterápicos etc
-Visando estimular o comércio internacional e promover a política de imigração, trazendo para as lavouras cafeeiras a mão de obra necessária à produção do café, foram criadas as campanhas sanitárias como modelo de intervenção de combate às epidemias rurais e urbanas, lideradas por Oswaldo Cruz;
-Foi criado o Instituto Soroterápico de Manguinhos (mais tarde chamado Instituto Oswaldo Cruz), para a pesquisa e desenvolvimento de vacinas.
-1904: a imposição legal da vacinação contra a varíola desencadeou uma revolta popular, conhecida como Revolta da Vacina
Curandeirismo
-é uma arte ou técnica na qual o praticante — o curandeiro ou curador — afirma ter o poder de curar, quer recorrendo a forças misteriosas de que pretensamente disporia, quer pela pretendida colaboração regular de deuses,  HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Esp%C3%ADritos" \o "Espíritos" espíritos de luz, de mortos, de animais, etc., que lhe serviriam ou ele dominaria. Nesse sentido, envolve todo um conjunto de "rezas" e práticas de sacerdotes/terapeutas,  HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Benzedor" \o "Benzedor" benzedores,  HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Xam%C3%A3" \o "Xamã" xamãs,  HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Paj%C3%A9" \o "Pajé" pajés,  HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9dium" \o "Médium" médiums,  HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Babalorix%C3%A1" \o "Babalorixá" babalorixás,  HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Pai-de-santo" \o "Pai-de-santo" pais de santo, entre outros nomes como tais praticantes são designados a depender da região e cultura local
-Benzimentos, orações, chás, simpatias,amuletos
Charlatanismo
-Prometer uma cura infalível que não existe, se aproveita de um momento em que a pessoa está fragilizada 
-Ação, comportamento, dito ou prática de charlatão que consiste em explorar a credulidade pública através da venda de produtos e/ou serviços incapazes de curar doenças
*O código também trata de outras práticas que estão ligadas ao charlatanismo que são curandeirismo e o exercício ilegal da medicina.
Oswaldo Cruz
- Filho do médico Oswaldo Cruz nasceu no dia 5 de agosto de 1872, em São Luís de Paraitinga, São Paulo. Ele viveu na cidade até 1877, quando sua família se transferiu para o Rio de Janeiro.
- Aos 15 anos, ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Antes de concluir o curso, já publicara dois artigos sobre microbiologia na revista Brasil Médico.
- Em 24 de dezembro de 1892, formou-se doutor em medicina, com a tese Veiculação Microbiana pelas Águas. 
- Somente em 1896 pôde realizar o seu sonho: especializar-se em Bacteriologia no Instituto Pasteur de Paris, que, na época, reunia grandes nomes da ciência. 
- Em 1902, Cruz assumiu a direção-geral do novo Instituto. OSWALDO CRUZ
-Ao combater a Febre Amarela, Oswaldo Cruz acreditava em uma nova teoria: o transmissor da Febre Amarela era um mosquito. 
- Assim, suspendeu as desinfecções, método tradicional no combate à moléstia, e implantou medidas sanitárias com brigadas que percorreram casas, jardins, quintais e ruas, para eliminar focos de insetos. 
- Sua atuação provocou violenta reação popular.
-teve a capacidade de promover transformações no país, acumulando vitórias sobre a peste bubônica, a febre amarela e a varíola, e fundando a medicina experimental no Brasil– numa lógica de pesquisa associada ao ensino que ainda hoje pauta as atividades da Fundação que agora leva seu nome. Um século depois de sua morte, Oswaldo deixa inspiração para gerações de brasileiros dedicados, como ele foi, ao ideal de "fé eterna na sciencia".
Carlos Chagas
-Carlos Ribeiro Justiniano das Chagas (9/7/1879- 8/11/1934) nasce em Oliveira, filho de um fazendeiro. 
- Estuda Medicina no Rio de Janeiro, terminando o curso em 1903
-Neste mesmo ano ingressa no Instituto Bacteriológico Osvaldo Cruz, no Rio, que dirige a partir de 1917. 
- Em 1905 é enviado pelo médico Osvaldo Cruz a Santos, São Paulo, para deter uma epidemia de malária, descobre que a transmissão é feita por um mosquito e viabiliza o combate à doença
-Em 1907, ao chefiar a comissão de estudos e prevenção da malária em Minas Gerais, começa a pesquisar uma endemia de causa ignorada, mais tarde chamada de doença de Chagas. 
- Em 1909 identifica o agente causador da moléstia, um protozoário ao qual dá o nome de Trypanosoma cruzi, em homenagem a Osvaldo Cruz. 
-Também encontra o inseto transmissor, o barbeiro.
- Em 1918, como diretor de saúde pública do Rio de Janeiro, chefia a campanha contra a epidemia de gripe espanhola. 
- Suas investigações levam a métodos para o tratamento e a erradicação dessas doenças e lhe traz reconhecimento internacional.
- Ganha os prêmios no mundo todo. 
- Passa a integrar o Comitê de Higiene da Liga das Nações Unidas e funda o Centro Internacional de Leprologia. 
- Morre no Rio de Janeiro, com extensa obra publicada.

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