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Prévia do material em texto

AULA 00 
MICROECONOMIA, MACROECONOMIA E REGULAÇÃO PARA GESTOR 
PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE 
Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 1
Olá pessoal, 
 
Primeiramente, irei fazer uma breve apresentação. Meu nome é César de 
Oliveira Frade, sou funcionário de carreira do Banco Central do Brasil – 
BACEN – aprovado no concurso de 1997. 
 
Sou formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Minas Gerais – 
UFMG. Possuo uma Pós-graduação em Finanças e Mercado de Capitais pelo 
IBMEC, outra em Derivativos para Reguladores na Bolsa de Mercadorias e 
Futuros – BM&F e uma especialização em Derivativos Agrícolas pela Chicago 
Board of Trade – CBOT1. Sou Mestre em Economia2 com ênfase em Finanças na 
Universidade de Brasília e o Doutorado, pela mesma Universidade, está 
faltando apenas a defesa da Tese3, sendo que os créditos já foram concluídos. 
 
Comecei no Banco Central trabalhando com a emissão de títulos da dívida 
pública externa. De 2005 a 2008 fui Coordenador-Geral de Mercado de Capitais 
na Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, auxiliando em 
todas as mudanças legais e infralegais, principalmente aquelas que tinham 
ligação direta com o Conselho Monetário Nacional – CMN. Voltei ao BACEN 
para trabalhar na área de risco com derivativos em um Departamento da área 
de Fiscalização. No início de 2012 fui cedido para a Presidência da República e 
sou Coordenador da área de Estudos e Planejamento na Secretaria de Aviação 
Civil. 
 
Sou professor de Finanças, Microeconomia, Macroeconomia, Matemática, 
Sistema Financeiro Nacional, Mercado de Valores Mobiliários, Estatística e 
Econometria. Leciono na área de concursos públicos desde 2001, tendo dado 
aula em mais de uma dezena de cursinhos em várias cidades do país, desde 
presenciais até via satélite. 
 
Nesse curso, veremos tanto a parte de MICRO quanto a parte de MACRO e 
também REGULAÇÃO para o curso de GESTOR. Creio que no final dele, vocês 
estarão preparados para fazer, pelo menos, 90% das questões da prova sem 
 
1 A Chicago Board of Trade - CBOT é a maior bolsa de derivativos agrícolas do mundo. 
2A dissertação “Contágio Cambial no Interbancário Brasileiro: Uma Análise Empírica” defendida em 2003 foi 
publicada na Revista da BM&F, o paper aceito na Revista Estudos Econômicos e em alguns dos mais importantes 
Congressos de Economia da América Latina – LAMES. Versava sobre o risco sistêmico a ser propagado via mercado 
de câmbio e as contribuições da Câmara de Compensação de Câmbio da BM&F para a mitigação desse risco. 
3 Tese de Doutorado é um parto e a gestação já está durando alguns anos. Acho que pode ser que ela não saia. 
AULA 00 
MICROECONOMIA, MACROECONOMIA E REGULAÇÃO PARA GESTOR 
PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE 
Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 2
ter dúvida alguma. Garanto que esse curso será definitivo no aprendizado de 
micro. ESTE É UM CURSO TOTALMENTE REMODELADO. 
 
Possuo um estilo peculiar de dar aulas. Prefiro tanto em sala quanto em aulas 
escritas que elas transcorram como conversas informais. Entretanto, quando 
tenho que dar aulas de Teoria gosto de explicar não apenas a matéria mas 
também a forma como vocês devem raciocinar para acertar a questão. 
Acredito que todos aqui estão muito mais interessados em passar no concurso 
do que aprender Economia. 
 
Desta forma, estarei fazendo uma mescla entre um papo informal (papo que 
ocorrerá sempre que for possível) e a teoria formal. Mas nunca deixarei de 
ensinar qual o raciocínio que vocês devem utilizar para acertar as questões. 
Acredito que a matéria sendo exposta de forma informal torna a leitura mais 
tranqüila e isso pode auxiliar no aprendizado de uma forma geral. Exatamente 
por isso, utilizo com freqüência o Português de uma forma coloquial. 
 
Assim, a “Aula Demonstrativa” mostrará para vocês um pouco do que será 
esse curso. Não há a necessidade de nenhum conhecimento prévio de 
Economia, pois irei começar do zero. 
 
Serão várias páginas dissecando todo o assunto de forma clara e mostrando 
a vocês como devem raciocinar para conseguir êxito na prova. Além disso, 
nestas aulas resolveremos várias questões acerca de todos os assuntos. 
Serão mais de 600 questões apenas de micro, macro e regulação. Garanto a 
vocês que esse é o curso com o maior número de questões e o mais 
completo do mercado. Cada aula terá, em média, 80 páginas e os assuntos 
serão abordados de forma exaustiva. Em alguns momentos, estarei colocando 
um aviso de que aquele ponto é de nível avançado. Isso servirá para alertá-los 
de que não é tão comum em prova e também não é tão simples. 
 
As questões serão TODAS de provas anteriores e iremos fazer muitas, muitas 
mesmo. Serão várias questões da CESGRANRIO, CESPE, ESAF e FCC, mas 
também irei utilizar questões de outras bancas, em menor escala. Entretanto, 
eu estarei dando ênfase para questões da ESAF. 
 
Se o edital sair enquanto esse curso estiver em andamento, farei as 
adaptações necessárias, respeitando sempre minha área de conhecimento. 
AULA 00 
MICROECONOMIA, MACROECONOMIA E REGULAÇÃO PARA GESTOR 
PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE 
Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 3
Como o curso está sendo reescrito, preciso de 15 dias de intervalo entre as 
aulas para que elas fiquem, realmente, boas. 
 
 
Conteúdo Programático (uma aula quinzenal – Segunda): 
 
Aula 0 
Fundamentos de microeconomia: Teoria elementar do funcionamento do 
mercado: função de demanda, função de oferta, equilíbrio de mercado. 
 
Aula 1 
Fundamentos de microeconomia: Teoria do Consumidor 
 
Aula 2 
Fundamentos de microeconomia: Escassez, eficiência produtiva e alocativa, 
curva de possibilidades de produção, custos de oportunidade. 
 
Aula 3 
Fundamentos de microeconomia: Estrutura dos mercados de bens: 
concorrencial, oligopolista e monopolista. 
 
Aula 4 
Fundamentos de microeconomia: Impostos e incidência tributária. Impostos 
regressivos, neutros e progressivos. Excedente do Consumidor e excedente do 
Produtor. Peso-morto da tributação e do subsídio. Tarifas, quotas e comércio 
internacional. 
 
Aula 5 
Fundamentos de microeconomia: Falhas de Mercado: poder de mercado, bens 
públicos, semi-públicos, bens privados, externalidades, informação 
assimétrica. 
 
Aula 6 
Fundamentos de macroeconomia: O Balanço de Pagamentos no Brasil. 
 
Aula 7 
Fundamentos de macroeconomia: Agregados macroeconômicos: as identidades 
macroeconômicas básicas, o Sistema de Contas Nacionais, as Contas Nacionais 
no Brasil. Definição de Variáveis Nominais e Reais. Conceito de Déficit e Dívida 
Pública. 
 
AULA 00 
MICROECONOMIA, MACROECONOMIA E REGULAÇÃO PARA GESTOR 
PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE 
Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 4
Aula 8 
Fundamentos de macroeconomia: Agregados monetários. As contas do 
Sistema Monetário. 
 
Aula 9 
Fundamentos de macroeconomia: Desenvolvimento Brasileiro no pós-guerra: 
Plano de Metas, o milagre brasileiro, o II PND, a crise da dívida externa, os 
planos de Estabilização e a economia brasileira contemporânea. 
 
Aula 10 
Regulação: O Estado Regulador e a Defesa da livre concorrência. A criação das 
Agências Reguladoras. Teoria econômica da regulação, teoria da captura, 
teoria do agente principal e condicionamentos políticos da regulação. Defesa 
da concorrência: análise de mercado, práticas desleais, posição dominante, 
infrações à ordem econômica, cartel, monopólio, truste, praticas restritivas, 
oligopólio.Aula 11 
Regulação: O Estado Regulador e a Defesa da livre concorrência. A criação das 
Agências Reguladoras. Teoria econômica da regulação, teoria da captura, 
teoria do agente principal e condicionamentos políticos da regulação. Defesa 
da concorrência: análise de mercado, práticas desleais, posição dominante, 
infrações à ordem econômica, cartel, monopólio, truste, praticas restritivas, 
oligopólio. 
 
Aula 12 
Exercícios - Simulado 
 
Espero que este curso seja bastante útil a você e que possa, efetivamente, 
auxiliá-lo na preparação para o concurso do GESTOR. 
 
As dúvidas serão sanadas por meio do fórum do curso, a que todos os 
matriculados terão acesso. Se você tiver algum exercício de prova anterior e 
quiser que ele seja resolvido na aula, envie-o para o meu e-mail que farei o 
possível para incluí-lo no texto. 
 
As críticas ou sugestões poderão ser enviadas para: 
cesar.frade@pontodosconcursos.com.br. 
 
AULA 00 
MICROECONOMIA, MACROECONOMIA E REGULAÇÃO PARA GESTOR 
PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE 
Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 5
Finalmente, gostaria de dizer a vocês que muito mais do que saber toda a 
matéria, é importante que você saiba fazer uma prova e esteja tranqüilo! 
Portanto, tente aprender a matéria, mas certifique-se que você entendeu como 
deve proceder para marcar o “X” no lugar certo. Não interessa saber a 
matéria, interessa marcar o “X” no lugar certo e ver o nome na lista. Portanto, 
guarde que passa aquele que mais acerta e não aquele que mais sabe. Vocês 
aprender a fazer prova em primeiro lugar e esse é um dos objetivos desse 
curso. Tentarei ensinar a vocês o raciocínio a ser utilizado para acertar a 
questão no menor espaço de tempo possível. 
 
Prof. César Frade 
JANEIRO/2013 
 
AULA 00 
MICROECONOMIA, MACROECONOMIA E REGULAÇÃO PARA GESTOR 
PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE 
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1. Economia: Microeconomia x Macroeconomia 
 
A economia possui recursos escassos e a microeconomia estuda a melhor 
forma de aproveitar esses recursos que são colocados à disposição das 
pessoas. 
 
De uma forma simplificada, podemos dizer que enquanto a macroeconomia 
estuda os problemas existentes em um país, a microeconomia se preocupa 
com as decisões individuais das pessoas e empresas. Esse curso versará sobre 
as pessoas e empresas. 
 
Logo, para que você otimize o seu aprendizado, pense sempre nas suas 
decisões individuais para cada situação proposta no curso. Tentarei mostrar a 
vocês algumas situações inusitadas que ilustrariam bem cada momento. 
 
Acredito que a forma mais simples de aprendermos a microeconomia é 
pensando no nosso dia-a-dia, no cotidiano. 
 
Na verdade, acho que está na hora de passarmos para a matéria propriamente 
dita. Vamos lá? 
 
 
2. Curva de Demanda 
 
A curva de demanda informa a quantidade a ser consumida de um 
produto a cada nível de preço. 
 
De uma forma geral, sabemos que quanto maior for o preço de um bem menos 
as pessoas querem adquirir daquele bem. Veja que estou falando de uma 
forma geral, mas é claro que existem exceções. 
 
Imagine que você adore feijão ou carne. Se o preço do quilo do feijão subir, a 
sua tendência não seria reduzir o consumo do bem? Pois bem, se todos 
pensassem e tomassem atitudes dessa forma, a demanda coletiva do bem 
feijão cairia com essa alta de preço. 
 
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Portanto, o normal na atitude das pessoas é reduzir o consumo quando há 
aumento no preço do bem e aumentar o consumo quando o preço do 
bem for reduzido. 
 
 
 
 
 
 
• Geralmente, um aumento no preço reduz a quantidade 
demandada e vice-versa. 
 
Suponhamos que o bem esteja com o preço P1, conforme mostrado no 
desenho acima. Com esse preço, os consumidores estariam demandando uma 
quantidade Q1 e, portanto, estariam sobre o ponto 1 da curva de demanda. 
 
Se por um motivo qualquer (por exemplo, grande produção agrícola daquele 
bem) o preço cair para P2, haverá um conseqüente aumento da quantidade 
demanda para Q2. 
 
Imagine que o preço da carne caia 50%. Você concorda que a sua demanda 
por carne será aumentada? Por exemplo, ela poderá passar de Q1 para Q2. 
 
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MICROECONOMIA, MACROECONOMIA E REGULAÇÃO PARA GESTOR 
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Esses bens que atendem à referida Lei da Demanda são chamados de Bens 
Comuns. 
 
Entendemos como bens comuns aqueles bens em que as pessoas reduzem o 
seu consumo quando ocorre um aumento no preço ou quando as pessoas 
aumentam o seu consumo quando os preços são reduzidos. O livro do Varian 
define o bem comum exatamente como expus acima. 
 
Matematicamente, podemos definir os bens comuns da seguinte forma: 
 
 
���	����� ⇔ 	
�
�
	
�
≤ 0		��	 ∆
�
�
∆
�
≤ 0		 
 
 
Já sei que alguns de vocês não compreenderam a equação acima. Eu explico, 
calma. Na verdade, essa equação está mostrando exatamente aquilo que foi 
dito anteriormente, ou seja, que a demanda e os preços se “movimentam” em 
direções opostas quando o bem for considerado comum. 
 
De forma simplificada, podemos dizer que o símbolo 	 indica que estamos 
falando da variação, seria a diferença entre as quantidades inicial e final ou do 
preço inicial e final. 
 
Observe que a razão ����
�
���
��	 ∆��
�
∆��
� é negativa e isso indica que se a variação do 
preço for positiva (houver um aumento no preço), a variação da quantidade 
deverá ser negativa (haverá uma queda na quantidade demandada) e vice-
versa. Ocorrendo tais fatos, podemos garantir que a razão será sempre um 
número negativo, pois �� < 0		�	
�
� < 0. 
 
A dúvida agora reside na igualdade, não é mesmo. Isso é mera definição. Se o 
preço de um bem mudar e você continuar consumindo exatamente a mesma 
quantidade, esse bem será classificado como bem comum. 
 
Portanto, quando a equação informa que ���	����� ⇔ ���
�
���
≤ 0	, ela está 
dizendo que se o bem for comum, quando o preço cair a demanda irá subir ou 
AULA 00 
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ficar igual ou quando o preço subir a demanda deverá cair ou se manter 
constante. 
 
Além disso, indica também que sempre que o preço e a demanda se 
comportarem dessa forma, devemos concluir que o bem é comum. Ela não diz 
nada a mais, absolutamente nada. Com isso, vemos que vocês podem ficar 
tranqüilos com relação às representações matemáticas, não é mesmo? 
 
Observe que a regra é a relação inversa entre preço e quantidade. Entretanto, 
existem algumas exceções. Imagine que uma farmácia esteja colocando o 
preço de um remédio na promoção. Será que pelo fato de o preço do remédio 
estar mais barato, você irá comprar e consumir mais daquele remédio? 
 
Se o preço do sal cair em 30%, isso fará com que você compre mais sal e 
coloque mais sal na comida? 
 
A resposta para essas duas perguntas é NÃO. As pessoas não irão alterar o 
consumo desses produtos porque houve variação em seus preços. Veja que 
esses dois casos também são exemplos de bens comuns. 
 
Você acha que uma pessoa poderá reduzir o consumo de um bem quando o 
preço desse bem for reduzido? Ou seja, será que a queda do preçode um 
produto pode induzir o consumidor a comprar menos daquele produto? 
 
É intrigante essa situação, mas a resposta é SIM. É possível que uma pessoa 
reduza o consumo de um bem pelo fato de o preço do produto ter caído. 
Fazendo isso, ela passaria a ter uma quantidade maior de recursos para 
adquirir outros bens. Acredito que a melhor forma de explicar tal evento é por 
meio de um exemplo. Veja o exemplo. 
 
Suponha que um consumidor esteja comendo batata no café da manhã, batata 
no almoço e batata no jantar. Ele repete esse cardápio há 30 dias. Será que se 
o preço da batata cair, o consumidor irá consumir mais batata? A resposta é 
não. Se o preço da batata cair, esse consumidor dará graças a Deus por isso, 
pois sobrarão mais recursos para a aquisição de outro bem e, assim, poderá 
reduzir a quantidade demandada de batata. 
 
Esses são os chamados BENS DE GIFFEN. Vamos a um exemplo. 
AULA 00 
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Imagine que você tenha uma verba mensal de R$ 600,00 para fazer os seus 
almoços de um mês e deverá dividi-la entre as duas possibilidades existentes, 
quais sejam: sanduíche ou filé com fritas. De início, te digo que você preferiria 
sempre filé a sanduíche. Entretanto, o preço de uma refeição de filé custa, 
atualmente, R$ 30,00 enquanto que o sanduíche custa R$ 20,00. 
 
Assim sendo, se você tem esses preços e essa renda, a melhor forma que o 
indivíduo teria de conseguir almoçar seria comendo apenas sanduíche nos 
trinta dias. Dessa forma, estaria gastando a totalidade de sua verba mensal 
com sanduíche. Mas observe, essa pessoa prefere comer filé a sanduíche e não 
come filé todo dia senão os recursos acabariam em vinte dias e ela teria que 
ficar dez dias sem almoço. 
 
Suponha agora que o preço do sanduíche caia pela metade, ou seja, passe 
para R$ 10,00. A idéia inicial seria a de que se o preço do sanduíche caiu, o 
indivíduo deveria comer mais sanduíche, certo? Nesse caso, errado. 
 
Errado, porque a queda no preço do sanduíche fez com que sobrasse dinheiro 
e esse recurso poderia ser destinado a um bem que fizesse o consumidor mais 
feliz. Observe que se o consumidor continuar comprando apenas sanduíche, 
seu custo mensal de almoço passaria para R$300,00. Ele teria R$300,00 ainda 
para gastar. 
 
Sendo assim, qual seria a melhor escolha para o consumidor? 
 
É claro que a melhor escolha seria comer apenas filé, mas o consumidor 
continua sem ter recursos suficientes para isso. Assim, a melhor escolha seria 
comer quinze dias de filé e quinze dias de sanduíche. Dessa forma, estaria 
gastando R$ 450,00�30,00 × 15# com o almoço de filé e R$ 150,00 �10,00 × 15# 
com o sanduíche. 
 
Observe que o sanduíche é um bem de Giffen, pois uma queda em seu 
preço provocou uma redução na quantidade demandada. Entretanto, tenho 
que ressaltar que o sanduíche é um bem de Giffen para essa pessoas e nessa 
circunstância narrada. 
 
AULA 00 
MICROECONOMIA, MACROECONOMIA E REGULAÇÃO PARA GESTOR 
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No entanto, você deve guardar que um bem só pode ser classificado conforme 
sua situação, conforme o enredo da questão. Um bem de Giffen para uma 
determinada pessoa pode ser comum para outra. Quero dizer com isso que 
TODAS essas classificações são relativas. 
 
Certa vez, dando uma aula, um aluno me perguntou: Professor, você não vai 
explicar o que é Bem de Veblen? 
 
Eu respondi: Bem de quem?? 
 
Ele falou: Bem de Veblen. 
 
Respondi: Nunca ouvi falar nisso. Onde você leu isso? 
 
Ele responde: um professor me indicou um livro que fala desse bem. 
 
Enfim, esse foi o papo que tive com o aluno. Chegando em casa peguei o 
Varian e ele não falava nada, Pindyck não tinha nada, Mas-Colell muito menos. 
No dia que tinha aula na UnB (estava fazendo meu Doutorado) perguntei à 
minha orientadora e ela me respondeu: Bem de quem?? Ela sugeriu que eu 
perguntasse ao professor de micro, doutor em uma TOP 5 americana. E lá fui 
eu. Professor, o que é Bem de Veblen? E ele responde, nunca ouvi falar. 
Enfim...Só me restava uma coisa (e não era acreditar no livro que o aluno 
descreveu). 
 
O que me restava? Procurar no Google. Lá, eu tinha certeza que acharia. E 
descobri, claro. 
 
Veblen era um economista nascido em 1857 e que veio a falecer em 1929 
(ninguém nem sabia quem era Keynes na época). Pelo que li, ele vivia sempre 
em conflito com os outros acadêmicos da época e tinha ideias bastante 
independentes. Ficou conhecido como bem de Veblen4 aquele bem que teria a 
demanda aumentada quando ocorresse um aumento no preço. 
 
Dito isso, queria dizer a vocês para ESQUECEREM isso. Não existe essa 
definição nem no Varian, Pindyck, Mas-Collel ou Ferguson. Logo, não podemos 
 
4 Importante destacar que além desse conceito não estar em nenhum dos livros de vanguarda, eu nunca vi esse assunto 
sendo cobrado em prova e olha que já pesquisei nas provas que já foram elaboradas de 97 até os dias atuais. 
AULA 00 
MICROECONOMIA, MACROECONOMIA E REGULAÇÃO PARA GESTOR 
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levar em consideração, ou melhor, não devemos levar em consideração, na 
minha opinião, esse tipo de bem. 
 
O Mas-Collel define bem de Giffen da seguinte forma: 
 
“Although it may be natural to think that a fall in a good´s price will 
lead the consumer to purchase more of it, reverse situation is not an 
economic impossibility. Good L is said to be a Giffen good at (p,w) if 
( )
0
,
>
∂
∂
L
L
p
wpx
.” 
 
Matematicamente, podemos dizer que: 
 
 
���	$�	%&''�( ⇔ 	
�
�
	
�
> 0 
 
 
Vamos interpretar a equação, conforme a definição do Mas-Collel5? 
 
Observe que ele informa que um bem L é dito bem de Giffen se a relação 
preço-quantidade for positiva. Apesar de a frase que foi transcrita não afirmar 
que se a relação for positiva o bem é de Giffen, este fato é verdadeiro 
também. Ou seja, vale o “se, e somente se” que é representado pelo símbolo 
" ⇔ ". 
 
A equação descrita acima diz que se o preço cair e isso provocar uma redução 
na quantidade demanda, o bem em questão é de GIFFEN. Esse é o caso do 
exemplo do sanduíche, pois a razão entre dois número negativos (variações 
negativas) é um número positivo��� > 0�. 
 
Por outro lado, se o preço de um determinado bem for majorado e a demanda 
por esse bem também crescer teremos uma relação de proporção direta entre 
as grandezas��� > 0�, e o bem em questão também será considerado de 
GIFFEN, conforme a definição apresentada. Um exemplo desse tipo? Em geral, 
bens de ostentação possuem essa característica. 
 
5 O livro do Mas-Collel é utilizado há alguns anos nos mestrados e doutorados de algumas das melhores universidades 
brasileiras e americanas. 
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Imagine que você não entende nada de quadro, nunca foi a uma exposição e 
nunca viu um quadro famoso. Em um leilão são apresentados dois quadros da 
Monalisa. O primeiro deles enorme e o segundo pequeno. A sua tendência 
inicial seria dar um lance maior no quadro maior, não é mesmo? Ainda mais se 
você olhar para os dois e não verdiferença nenhuma entre eles. No entanto, 
após ficar sabendo que o menor é o autêntico, é capaz de você passar a dar 
maior valor a ele pelo simples fato de poder dizer que comprou um Da Vinci. 
Nesse exemplo, o preço subiu e você aumentou a demanda pelo quadro. Bens 
de ostentação funcionam dessa forma. 
 
• Se preço e quantidade forem grandezas diretamente 
proporcionais, consideramos o bem como sendo de 
GIFFEN. 
• Se preço e quantidade forem inversamente 
proporcionais, o bem é COMUM. 
 
 
2.1. Fatores que alteram a quantidade demandada 
 
São cinco os fatores que podem modificar a quantidade demandada. São eles: 
 
• Preço; 
• Renda; 
• Preço de Produtos Relacionados; 
• Gosto; e 
• Expectativas 
 
 
a) Preço 
 
Esse princípio já foi anunciado. Em geral, uma variação no preço do produto 
provoca uma alteração na quantidade demandada do mesmo. Importante 
ressaltar que apesar de o examinador cobrar com bastante freqüência 
questões acerca do Bem de Giffen, devemos pensar nesse bem apenas como 
uma exceção. 
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Tendo em vista o fato de já termos discutido exaustivamente o seu 
funcionamento, a partir de agora vamos tratar dos bens que possuem uma 
relação preço-quantidade inversamente proporcional. 
 
Observe que a curva de demanda é uma função que exprime a quantidade 
demandada pelos consumidores em função do preço do bem. 
Matematicamente, temos: 
 
� + , - . ∙ 
 
 
Sendo a e b constantes positivas. O sinal negativo mostra que a curva de 
demanda é negativamente inclinada, ou seja, que preço e quantidade são 
grandezas inversamente proporcionais. 
 
Sendo assim, quando aumentamos o preço do bem, haverá uma variação na 
quantidade demandada do mesmo e, portanto, um deslocamento SOBRE a 
curva de demanda. Veja a figura abaixo. 
 
 
 
 
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b) Renda 
 
Uma variação na sua renda poderá provocar uma alteração na quantidade 
demandada do bem. 
 
Se eu te perguntar, o que ocorreria com a demanda de um bem se você 
passasse nesse concurso público e, portanto, tivesse a sua renda aumentada? 
Provavelmente, você me responderia que esse aumento na sua renda 
provocaria um aumento na quantidade demandada do bem. 
 
Veja bem. Se atualmente você compra um curso de microeconomia do Ponto 
dos Concursos, será que quando você passar no concurso e a sua renda for 
aumentada, você irá comprar dois cursos de microeconomia? Você me disse 
que quando a renda aumentar você irá aumentar a demanda do bem e, assim, 
quando passar no concurso posso pressupor que comprará muito mais cursos 
do Ponto, não é mesmo? 
 
Pois bem. Já vimos que as coisas não funcionam assim. Existem alguns bens 
que você gosta de consumir (não é o caso de microeconomia) e existem outros 
que a situação te faz consumir. Muito provavelmente, quando a sua renda 
aumentar você irá aumentar o consumo daqueles bens que você gosta de 
consumir, mas que ainda não consome em uma quantidade adequada (por 
exemplo, viagens). No entanto, aqueles bens que você não gosta, mas 
consome por necessidade (como esse curso) podem ter o seu consumo 
reduzido com o aumento da renda. 
 
Isso dará origem a dois tipos distintos de bens. Serão os bens inferiores e os 
bens normais. 
 
Se não entenderam, não fiquem preocupados. Explico de novo e de uma forma 
mais clara. 
 
Se um consumidor tiver a sua renda aumentada e, com isso, optar por reduzir 
o consumo de um bem, esse bem será chamado de inferior. 
 
Já imagino que vocês devam estar com certa dúvida. Sempre pergunto em 
sala: Se o seu salário aumentar, o que ocorrerá com o seu consumo dos bens. 
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E a galera em peso responde: aumentará. No entanto, isto não está correto, 
como eu já disse. 
 
Imagine um bem que você não goste, mas consome porque não tem condições 
de comprar outro bem melhor, o que você gosta. Vou dar um exemplo que 
ocorreu comigo mesmo. 
 
Antes de passar em um concurso público, fui morar em Brasília para trabalhar 
como engenheiro. Foi uma época difícil, despesa com moradia aqui não é nada 
barata e o salário de engenheiro, na época, bem baixo. Portanto, era sempre 
necessário economizar para não ter que ficar pedindo dinheiro para meu pai. 
Um bem que não me agrada, em nenhuma hipótese, é carne de frango. Eu não 
gosto mesmo, mas quando tenho que comer, só o faço se for peito de frango. 
Mas duro, sem grana, morando em uma cidade cara, tinha que abrir uma 
exceção. Éramos 7 dividindo uma casa (uma república com três homens e 
quatro mulheres), todos sem dinheiro. Então, ficou decidido que comeríamos 
frango três vezes por semana (segunda, quarta e sexta), pois, na época, o 
frango custava algo em torno de R$ 1,00 / quilo. 
 
Conclusão: na minha cesta de consumo tinha o frango, entre outros 
bens. 
 
Um ano depois passei no concurso do BACEN. Te pergunto: Você acha que, por 
ter passado no concurso e estar recebendo um salário maior, eu aumentei o 
consumo de frango? Claro que não. Na verdade, quase deixei de comer 
frango. 
 
Logo, vimos que um aumento de renda pode provocar uma redução na 
quantidade demandada de um bem. Se isso ocorrer, dizemos que esse bem é 
inferior. 
 
Portanto, bens inferiores são aqueles que: 0<
∂
∂
R
Q XD . Observe que se a sua 
renda reduzir e a demanda pelo bem aumentar, esse bem também é inferior. 
Matematicamente: 
 
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Bem Inferior 0<
∂
∂
⇔
X
X
D
R
Q
 
 
 
Conclusão: Se a demanda pelo bem estiver em uma direção e a renda na 
direção oposta, esse bem será considerado inferior. 
 
Chegou a hora de explicar a equação, não é mesmo? 
 
Se o aumento da renda induzir a uma redução da demanda��� < 0�, a relação 
entre as grandezas será inversamente proporcional e a razão negativa. Assim, 
o bem será considerado inferior. De forma análoga, se a redução da renda 
provocar um aumento da demanda��� < 0�, o bem também é considerado 
inferior. 
 
No entanto, alguns dos bens que eu consumia antes de passar no concurso me 
deixavam satisfeitos. Esses bens tiveram um aumento de consumo quando 
a renda aumentou. Entre eles, podemos citar, no meu caso, viagens, 
picanha, filé mignon, entre outros. 
 
Segundo Hal Varian: 
 
“Normalmente pensaríamos que a demanda por um bem aumenta 
quando a renda aumenta. Os economistas, com uma falta singular de 
imaginação, chamam esses bens de normais.” 
 
Portanto, gravem: o inverso dos bens inferiores são os bens normais. 
 
Matematicamente, dizemos que um bem é normal: 
 
 
Bem Normal 0≥
∂
∂
⇔
X
X
D
R
Q
 
 
 
A equação acima indica que quando a renda e a quantidade demandada de um 
bem forem grandezas diretamente proporcionais, o bem será considerado 
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normal. Ou seja,se uma pessoa tiver um aumento da renda e optar por 
aumentar o consumo de um bem��� > 0�, esse bem poderá ser considerado 
normal, nessa situação. Por outro lado, se uma pessoa tiver a sua renda 
reduzida e com isso reduzir o consumo de um bem��� > 0�, esse bem também 
será considerado normal. 
 
Como foi dito anteriormente, uma mudança na renda poderá proporcionar uma 
mudança na quantidade demandada do bem mesmo sem que ocorra a 
mudança em seu preço. Como a função de demanda mostra uma relação entre 
o preço e a quantidade demandada de um bem, não teremos o que fazer a não 
ser DESLOCAR a curva para que seja possível aumentar a quantidade 
demandada a um determinado nível de preço. Veja na figura abaixo: 
 
 
 
Guarde uma dica. Sempre que o preço alterar a demanda, exatamente pelo 
fato de a curva estar em um plano PREÇO x QUANTIDADE, ocorrerá um 
deslocamento sobre a curva de demanda. Qualquer outra variável que venha a 
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modificar a quantidade demandada, exatamente pelo fato de manter o preço 
em um nível constante, provocará um deslocamento da curva de demanda. 
 
O último detalhe que gostaria de salientar nesse item é que todo bem de 
Giffen é inferior, mas nem todo inferior é de Giffen. Observe o diagrama de 
Venn abaixo: 
 
 
Observe que a totalidade dos bens que são classificados como bem de Giffen 
estão dentro dos bens inferiores. Tomando como referência o diagrama acima, 
vemos que os bens de Giffen encontram-se inseridos no círculo e a totalidade 
do círculo é subconjunto dos bens considerados inferiores. No entanto, é 
importante notar que existem alguns bens inferiores que não estão dentro do 
círculo. É exatamente por esse motivo que todo Giffen é inferior, mas nem 
todo inferior é Giffen. 
 
Tem mais um detalhe importante. Se o examinador afirmar que quando o 
preço de um bem cai e, consequentemente, isso provoca uma queda na 
quantidade demanda, sabemos que o bem é de Giffen. E como todo Giffen é 
inferior, podemos afirmar que se um bem tem uma queda no preço e, em 
conseqüência disso, sua demanda é reduzida, esse bem é inferior (pois é 
Giffen). 
 
Ultimamente tem sido muito comum o examinador colocar algumas afirmativas 
que não explicitam diretamente os bens de Giffen. Entretanto, nós já vimos 
que todo Giffen é inferior e não existe nenhum Giffen que seja normal. Logo, 
nenhuma normal é Giffen, certo? Portanto, se um examinador afirmar que um 
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bem é normal, ele pode estar querendo afirmar que aquele bem não é de 
Giffen e as grandezas preço e quantidade são inversamente proporcionais. 
 
Na verdade pessoal essa é a grande diferença de uma aula escrita como essa. 
Estou sempre com o intuito de mostrar a vocês o assunto da forma mais clara 
e falando das tendências mais atuais dos examinadores. É assim que faremos 
o tempo todo do curso. Dicas e mais dicas de resolução de questões. 
 
c) Preço de Produtos Relacionados 
 
Importante ressaltar que um único bem pode ter várias classificações. Por 
exemplo, ele pode ser normal e comum, inferior e comum, Giffen e inferior. Ou 
seja, não é apenas uma classificação por cada bem. 
 
Nesse tópico apresentaremos outra classificação para os mais variados bens. 
 
Imagine dois bens, por exemplo, manteiga e margarina. Suponha ainda que 
você é uma pessoa indiferente entre o consumo desses bens. Logo, se o preço 
da manteiga sobe, você irá reduzir o consumo da manteiga e substituí-la pela 
margarina. Sendo que esta última terá seu consumo majorado. Se o preço da 
manteiga cair, você vai consumir mais margarina. 
 
Pois bem, se dois bens tiverem essa característica eles são denominados de 
bens substitutos. Ou seja, se a mudança no preço de um dos bens provocar 
uma mudança na demanda do outro bem eles podem ser substitutos. Serão 
considerados substitutos se o aumento no preço de um bem provocar aumento 
da demanda do outro bem. De forma análoga, dois bens são substitutos se a 
redução no preço de um dos bens provocar redução na demanda do outro 
bem. 
 
Com isso concluímos que: 
 
 
Bens Substitutos 0>
∂
∂
⇔
Y
X
D
P
Q
 
 
 
É importante esclarecer que o símbolo (⇔ ) significa se, e somente se. A 
conclusão acima deve ser lida da seguinte forma: 
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Os bens são substitutos se 0>
∂
∂
Y
X
D
P
Q
 for verdadeiro e se 0>
∂
∂
Y
X
D
P
Q
, os bens são 
substitutos. 
 
Querem a interpretação da equação? Tenho certeza de que já conseguem fazer 
isso sozinhos, mas vamos lá. 
 
Quando a relação entre o preço de um dos bens e a quantidade do outro bem 
for diretamente proporcional, a razão entre a variação das grandezas será 
positiva��� > 0;
�
� > 0� e, portanto, os bens serão considerados substitutos. Falta 
sabermos a lógica econômica, não é mesmo? Pois bem, os bens são 
considerados substitutos porque as pessoas acabam trocando um bem pelo 
outro, substituem esses bens na sua cesta de consumo. Esse é o caso da 
margarina e da manteiga para o consumidor em questão. No entanto, pode ser 
que você não considere esses dois bens substitutos, por não gostar de 
margarina de forma alguma, mas algumas pessoas consideram. 
 
Agora imaginemos a gasolina e o óleo de motor. Se o preço da gasolina 
aumentar, as pessoas tendem a andar menos de carro e, portanto, reduzem a 
demanda por gasolina. Se as pessoas andarem menos de carro, elas passarão 
mais tempo sem efetuar a troca de óleo e, assim, a demanda por óleo de 
motor será reduzida. Recapitulando, um aumento no preço da gasolina reduz a 
demanda por gasolina e, conseqüentemente, reduz a demanda por óleo de 
motor. Esses dois bens são considerados bens complementares. 
 
São complementares aqueles bens que, em geral, o consumo de um bem induz 
o consumo de outro. Temos vários exemplos que funcionam bem, a pinga e o 
limão, a goiaba e o queijo minas. Enfim, é claro que coloquei esses exemplos, 
até certo ponto grotestos e regionalistas, para conseguir ilustrar a questão. 
 
Com isso concluímos que: 
 
 
Bens Complementares 0<
∂
∂
⇔
Y
X
D
P
Q
 
 
 
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Observe que está havendo uma mudança na quantidade demandada do bem X 
porque o preço do bem Y está sendo alterado. Dessa forma, haverá um 
deslocamento da curva de demanda, como ocorre no caso da renda. 
 
 
d) Gosto 
 
E possível que o gosto de uma pessoa altere o consumo de um determinado 
bem. Esse consumo poderá ser aumentado ou reduzido. Isto depende do bem 
e de cada pessoa. 
 
Apesar de esse ser mais um motivo para que haja alteração na quantidade 
demandada, não me lembro de nenhuma questão em prova que isso foi 
cobrado. 
 
Importante lembrar que essa alteração na quantidade demandada, tendo em 
vista o fato de que o preço do bem não é alterado, provoca um 
DESLOCAMENTO na curva de demanda. 
 
 
e) Expectativas 
 
As expectativas modificam a quantidade demandada. Imagine que após ler 
essa aula, vocêdecidiu se matricular no curso de Micro com a convicção de 
que se tudo for explicado dessa forma, não haverá nada que você não consiga 
compreender muito bem. E aí, você optou por comprar o curso dado que isso 
criou uma expectativa de aumento da probabilidade de passar. Com esse 
aumento, você acaba indo ao Shopping fazer compra e começando a gastar 
por conta, pois houve uma mudança da expectativa. 
 
Enfim, assim como esse exemplo que coloquei para vocês, vários outros 
podem ser colocados e inventados pelo examinador. O importante é tentar 
notar qual dos itens está alterando a demanda. Se for a expectativa a curva de 
demanda também será DESLOCADA. 
 
Alguns autores afirmam que a quantidade de compradores também altera a 
quantidade demandada. Entretanto, tal afirmativa é encontrada, apesar de 
estar correta, em um pequeno número de acadêmicos. No entanto, essa 
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afirmativa pode ser considerada correta sem o menor problema, pois aqueles 
que não colocam essa alternativa acabam por afirmar de forma implícita que o 
número de compradores foi aumentado por causa de alguma expectativa que 
foi gerada. Sendo assim, aqueles autores que não explicitam essa sexta 
característica que modifica os preços, acabam considerando-a nas 
EXPECTATIVAS. 
 
 
• Todo bem de Giffen é inferior, mas nem todo inferior é 
Giffen. 
• Se um bem for normal, ele não será de Giffen. 
• Se o preço de um bem for alterado, haverá um 
deslocamento sobre a curva de demanda. 
• Se a mudança na demanda de um bem vier de uma 
alteração na renda de um indivíduo, preço de um bem 
relacionado, gosto ou expectativas, haverá um 
deslocamento da curva de demanda. Lembre-se de 
que o preço do bem é mantido constante. 
 
 
3. Curva de Oferta 
 
A curva de oferta informa a quantidade a ser produzida de um produto a 
cada nível de preço. 
 
Se quando estudamos a curva de demanda estávamos raciocinando como se 
fossemos um consumidor, neste momento deveremos passar a raciocinar 
como um empresário uma vez que estamos estudando a curva de oferta. 
 
De uma forma geral, sabemos que quanto maior for o preço de um bem mais 
os produtores querem vender daquele bem. Veja que estou falando de uma 
forma geral, claro que existem exceções. 
 
Dessa forma, a curva de oferta será uma curva positivamente inclinada que se 
situa no espaço preço x quantidade, como demonstrado abaixo: 
 
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Observe que quando o preço do bem era P1, havia uma quantidade ofertada 
igual a Q1. À medida que o preço do bem aumentou, o empresário passou a ter 
um estímulo maior a aumentar a quantidade ofertada. Dessa forma, quando o 
preço passa para P2, o empresário aumenta a sua produção e passa a ofertar a 
quantidade Q2. 
 
Diferentemente de quando estávamos estudando a curva de demanda, na 
curva de oferta não temos as classificações dos bens em vários tipos, mas há 
uma exceção também. Exceção essa que faz com que a curva de oferta possa 
ser negativamente inclinada. 
 
Em geral sabemos que quanto maior o preço, maior a quantidade ofertada. 
 
No entanto, imagine uma situação em que há a criação de um site para 
concursos público, imaginemos a situação do Ponto dos Concursos. Há a 
necessidade de se fazer uma instalação inicial, contratar servidores que 
consigam armazenar as aulas, alugar sala, funcionários e por aí vai. Em 
determinado momento o site entra em contato com um professor de 
Microeconomia com o intuito de ministrar um curso da matéria. O professor irá 
dispor de uma quantidade x de horas para poder elaborar o curso e, para valer 
a pena, quer uma determinada remuneração. 
 
Para que essa remuneração seja conseguida, haverá uma cobrança do curso. 
No entanto, quanto maior for o número de alunos, menor poderá ser o preço 
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do curso. O curso pode ser ofertado em uma quantidade muito grande e uma 
redução de preço pode aumentar a quantidade a ser ofertada pelo curso 
(pense que existe servidor em número suficiente). 
 
É mais fácil pensar neste ponto, se analisarmos a curva de oferta e de 
demanda juntas, pelo menos intuitivamente é isso que faremos. 
 
Imagine que sejam 50 alunos interessados no curso, assim o preço deverá ser 
um para cobrir os custos. No entanto, se o preço for reduzido isso induzirá a 
um aumento do número de alunos, mas não haverá um acréscimo tão grande 
no trabalho do professor ou no custo do site. Basicamente, terá um incremento 
nas respostas do fórum. 
 
Dessa forma, a oferta poderá ser aumentada para 100 e o preço cobrado ser 
mais baixo. Se o preço cair pode ser que a demanda aumente novamente e a 
oferta volte a aumentar com preço ainda mais baixo. Observe que para que 
haja uma curva de oferta negativamente inclinada, há a necessidade de 
ganhos de escala, fato que ocorre em cursos via internet ou tele-presenciais. 
 
 
3.1. Fatores que alteram a quantidade ofertada 
 
São quatro6 os fatores que podem modificar a quantidade ofertada. São eles: 
 
• Preço; 
• Preço dos Insumos; 
• Tecnologia; e 
• Expectativas 
 
 
a) Preço 
 
Esse princípio já foi anunciado. Em geral, uma variação no preço do produto 
provoca uma alteração na quantidade ofertada do mesmo. Importante 
ressaltar que são poucas as questões que versam sobre curva de oferta 
negativamente inclinada. Isso é muito raro. 
 
6 Alguns autores podem colocar vários outros fatores. Entretanto, esses quatro fatores são os apresentados pelos mais 
renomados. Em geral, os outros podem ser encaixados no item expectativas. 
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Se examinador fizer uma pergunta e nela afirmar que a curva de oferta é 
positivamente inclinada, a tendência é que você marque que o item está 
correto, pois não foi utilizado nenhum chavão (sempre, nunca, etc). Logo, a 
pergunta fala de uma forma geral sobre a curva de oferta e, em geral, ela é 
positivamente inclinada. 
 
Observe que a curva de oferta é uma função que exprime a quantidade 
ofertada pelos produtores em função do preço do bem. Matematicamente, 
temos: 
 
QO = a + bP 
 
Sendo a e b constantes positivas. E o sinal positivo mostra que a curva de 
oferta é positivamente inclinada. Sendo assim, quando aumentamos o preço 
do bem, haverá uma variação na quantidade ofertada do mesmo e, portanto, 
um deslocamento SOBRE a curva de oferta. Veja a figura abaixo. 
 
 
 
 
 
 
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b) Preço dos Insumos 
 
Uma mudança no preço dos insumos7 provoca uma alteração na quantidade 
ofertada do bem. 
 
Se o preço do insumo subir, haverá um aumento no custo de produção que 
provocará uma redução no lucro. Essa redução no lucro faz com que o 
empresário tenha interesse em reduzir a quantidade ofertada do bem. 
 
Já sei. Você deve estar pensandoassim: se há uma redução no lucro, seria 
mais interessante que o empresário aumentasse a quantidade ofertada com o 
objetivo de ter o mesmo nível de lucro. 
 
Não é assim que você deve raciocinar. Pense no lucro por unidade produzida, 
mas como um percentual. Se o lucro por unidade cair em termos percentuais, 
pode ser que seja mais interessante para alguns empresários vender a 
empresa e aplicar no mercado financeiro. 
 
Entendido? Grave então, se o preço de um insumo subir haverá uma redução 
na quantidade ofertada. 
 
Observe que haverá uma mudança apenas no preço do insumo, sendo que o 
preço do bem será mantido constante. Como a curva de oferta mede a relação 
em um plano preço do bem x quantidade ofertada do bem, para que mudemos 
a quantidade ofertada sem que seja feita qualquer mudança no preço do bem 
será necessário DESLOCAR A CURVA DE OFERTA. 
 
Portanto, um aumento no preço do insumo provoca uma redução na 
quantidade ofertada, deslocando a curva de oferta para cima e para a 
esquerda, conforme mostrado abaixo: 
 
 
7 Segundo o Mini-dicionário Aurélio, insumo é o “elemento que entra no processo de produção de mercadorias ou 
serviços (máquinas e equipamentos, trabalho humano, etc.); fator de produção.” 
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Por outro lado, se o preço de um insumo ficar mais barato, isso provocará uma 
redução no custo do empresário e mantendo o preço do produto constante, 
aumentará o lucro. Dessa forma, o empresário terá um incentivo a aumentar a 
quantidade ofertada do bem. 
 
Ao aumentar a quantidade ofertada do bem, como o preço do bem está 
mantido constante, o empresário estará provocando um deslocamento da 
curva de oferta para baixo e para a direita. 
 
 
 
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Já sabemos que se uma alteração no preço de um bem modificar a sua 
quantidade ofertada haverá um deslocamento sobre a curva de oferta. No 
entanto, é importante destacar que qualquer outra variável que modificar a 
quantidade ofertada, tendo em vista o fato de que o preço é mantido 
constante, provocará um deslocamento da curva de oferta. 
 
Observe que para fazer qualquer tipo de análise em economia precisamos 
alterar uma variável e manter todas as outras variáveis constantes. Assim, 
podemos entender o que aquela variável sozinha pode provocar. Portanto, a 
nossa análise sempre será ceteris paribus8. 
 
Segundo Mankiw: 
 
“Os economistas usam a expressão ceteris paribus para dizer que 
todas as variáveis relevantes, exceto a que estiver sendo estudada na 
ocasião, são mantidas constantes. A expressão latina significa, 
literalmente, “outras coisas sendo iguais”. A curva de demanda se 
inclina para baixo porque, ceteris paribus, preços menores indicam 
uma maior quantidade demandada. 
 
Embora a expressão ceteris paribus se refira a uma situação 
hipotética na qual algumas variáveis são mantidas constantes, no 
mundo real muitas coisas se alteram simultaneamente. Por isso, 
quando usarmos ferramentas de oferta e de demanda para analisar 
fatos ou políticas, é importante ter em mente o que está sendo 
mantido constante e o que está mudando.” 
 
 
c) Tecnologia 
 
Sabemos que, normalmente, há um ganho tecnológico com o passar do tempo. 
Esse ganho tecnológico contribui para aumentar a quantidade ofertada dos 
bens. Esse é o senso comum e deve ser assim que você está pensando, certo? 
 
Então me explique. Você concorda que uma TV LED é mais desenvolvida 
tecnologicamente que uma TV de Plasma, certo? Então, porque que a 
 
8 Alguns autores escrevem “coeteris paribus”. 
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quantidade ofertada de TV LED é menor que a quantidade ofertada de TV de 
Plasma? 
 
Talvez você deva estar pensando: isto ocorre porque a TV LED é muito cara. 
Não, não é por causa disso. Se pensar assim, entraremos no problema do ovo 
e da galinha...rsrs 
 
Na verdade, a curva de oferta da TV de LED é uma e a curva de oferta da TV 
de Plasma é outra, completamente diferente. Isto porque estamos falando de 
produtos diferentes. Logo, possuem curvas diferentes. 
 
Observe que não estamos falando de tecnologia de produto e o exemplo que 
coloquei para vocês diz respeito à tecnologia do produto. Quando falamos de 
tecnologia provocando um aumento na quantidade ofertada, estamos 
nos referindo à TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO.9 
 
E isso faz todo sentido, pois se passamos a ter uma máquina mais produtiva, 
mais eficiente, ela poderá contribuir para aumentar a quantidade a ser 
ofertada pelos empresários. É claro que, em princípio, estamos tratando o 
preço do bem como constante e esse aumento da tecnologia de produção 
provocará um deslocamento da curva de oferta para baixo e para a direita. 
 
Guarde duas coisas muito importantes aqui. 
 
A primeira é que o examinador vai querer te enrolar e falar de tecnologia do 
produto, mas você não pode, em hipótese alguma, errar uma questão desse 
tipo. O que altera a quantidade ofertada é a TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO. 
 
A segunda é que a tecnologia de produção provoca um DESLOCAMENTO da 
curva de oferta. 
 
 
d) Expectativas 
 
Expectativas... Quem adora questão com expectativas é o CESPE, pois assim 
ele pode inventar qualquer história e fazer a pergunta. Cai em todas as 
bancas, mas o CESPE é campeão nesse item. 
 
9 É fundamental que você consiga fazer essa diferenciação. Faz toda a diferença na análise da questão. 
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As expectativas modificam a quantidade ofertada. Imagine que o Ministério da 
Fazenda fez uma previsão de que o Brasil irá crescer 6%, em média, nos 
próximos quatro anos. Isso é uma indicação de que a renda da população deve 
aumentar e assim altera a nossa expectativa a respeito do País. Dessa forma, 
com a mudança da expectativa em relação à renda das pessoas, o empresário 
acaba aumentando a quantidade ofertada do bem. 
 
Por outro lado, se um empresário do setor hoteleiro está pensando em 
construir um complexo hoteleiro no nordeste com o intuito de competir com a 
Croácia e Emirados Árabes como destino dos europeus nas férias e escuta falar 
que há uma tendência de valorização da moeda nacional em relação ao Euro e 
ao dólar, imediatamente ele passa a ter uma expectativa pessimista em 
relação ao seu empreendimento. Isto ocorre porque boa parte do seu custo 
será em moeda nacional e está sendo criada uma expectativa de que ela fique 
cada vez mais forte e, portanto, o destino pode estar ficando caro para os 
europeus. Essa expectativa pode acabar fazendo com que haja uma redução 
da quantidade ofertada. 
 
Enfim, assim como esse exemplo que coloquei para vocês, vários outros 
podem ser colocados e inventados pelo examinador. O importante é tentar 
notar qual dos itens está alterando a oferta. Se for a expectativa a curva de 
oferta também será DESLOCADA. Esse deslocamento pode ser tanto na 
direção do aumento quanto daredução da quantidade ofertada. 
 
DICA: A primeira coisa que devemos fazer quando pegamos uma questão de 
oferta e demanda é tentar saber qual fator está alterando a curva. Em geral, o 
erro da questão está no deslocamento SOBRE a curva ou no deslocamento 
DA curva. 
 
 
4. Equilíbrio 
 
Já estudamos tanto a curva de demanda quanto a curva de oferta 
separadamente. Agora, vamos juntar as duas curvas no mesmo espaço e 
verificar o que ocorre. É isso que chamamos de equilíbrio de mercado. Cuidado 
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com uma coisa. Aqui estamos falando de equilíbrio parcial e não de equilíbrio 
geral. 
 
Lembre-se que apesar de tanto a curva de oferta quanto a curva de demanda 
poderem ser tanto positivamente quanto negativamente inclinadas, sempre 
que ouvirmos falar em curva de demanda pensaremos em uma curva 
negativamente inclinada (descendente da esquerda para a direita). Quando 
ouvirmos falar na curva de oferta, devemos pensar em uma curva 
positivamente inclinada (ascendente da esquerda para a direita). 
 
Portanto, em geral, não se deve utilizar a curva de demanda positivamente 
inclinada (bem de Giffen) e a curva de oferta negativamente inclinada (ganhos 
de escala). Isso somente deve ocorrer quando estivermos tratando de 
exceções. Ou seja, se o examinador falar de uma curva de oferta ou de uma 
curva de demanda, devemos fazer um desenho de curvas positivamente e 
negativamente inclinadas, respectivamente. Veja abaixo como proceder: 
 
 
 
O ponto em que as curvas de oferta e demanda se cruzam se chama 
EQUILÍBRIO. Esse ponto indica o nível de preço e a quantidade que está 
sendo negociada de forma que não há sobra de estoque ou falta de produto. 
Ou seja, se o preço do bem em questão estiver cotado em P1, tudo que for 
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produzido pelo empresário será vendido e não haverá formação de estoques 
nem falta de produtos. Mais à frente veremos o que ocorre se o preço cobrado 
estiver acima ou abaixo de P1. 
 
Existem tipos diversos de questões que podem ser formuladas com o 
equilíbrio. A primeira delas ocorre quando o examinador determina uma 
equação matemática que represente a demanda e uma equação que 
represente a oferta. Com o objetivo de encontrar o equilíbrio, basta igualarmos 
as equações que determinam as curvas. 
 
Observe que o equilíbrio ocorre no ponto de encontro entre as duas curvas. 
Assim, quando igualamos a equação da curva oferta com a equação da curva 
demanda estamos supondo que a quantidade ofertada iguala a quantidade 
demandada. Dessa forma, iremos encontrar o ponto em cada uma das retas 
(das curvas de oferta e demanda) que equilibra o mercado. 
 
Já sei que você deve estar se perguntando o motivo pelo qual você deve 
igualar as curvas, certo? 
 
Vou te explicar. Observe que a equação que determina a demanda informa a 
quantidade que está sendo demandada a cada nível de preço. Por outro lado, a 
equação que determina a oferta informa a quantidade que está sendo ofertada 
a cada nível de preço. 
 
No equilíbrio, a quantidade que está sendo demandada é a mesma da que está 
sendo ofertada. Portanto, ao igualarmos as duas curvas, estamos dizendo que 
a quantidade ofertada se iguala à quantidade demandada. Dessa forma, 
formaremos uma equação que depende do preço, uma vez que o preço que 
está na equação da demanda é igual ao preço da equação da oferta. Se 
resolvermos a equação formada, encontraremos o preço de equilíbrio e se esse 
preço for o praticado no mercado, isso significa que toda a produção está 
sendo vendida e não sobra nem falta nenhuma unidade do produto. 
 
Vamos a um exemplo, para que vocês compreendam o procedimento a ser 
utilizado. 
 
Imagine que as curva de demanda e oferta sejam designadas pelas seguintes 
equações, respectivamente: 
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QD = 90 - 6P 
 
QO = -10 + 4P 
 
Se estivermos interessados em encontrar o preço de equilíbrio, devemos 
assumir que este preço ocorrerá quando a quantidade ofertada for igual à 
quantidade demandada, ou seja, QO = QD. Matematicamente, temos: 
 
00,10P
100P10
1090P6P4
P690P410
QQ DO
=
=
+=+
−=+−
=
 
 
Observe que ao igualarmos as equações e resolvermos para P, encontraremos 
que o preço de equilíbrio será igual a R$10,00. Se substituirmos esse valor em 
qualquer uma das duas equações (oferta ou demanda), a quantidade 
encontrada deverá ser a mesma. Afinal de contas, saímos exatamente desse 
pressuposto para encontrar o preço. 
 
Vamos verificar qual a quantidade demandada se o preço for igual a R$10,00: 
 
QD = 90 - 6P 
QD = 90 – 6x10 
QD = 90 – 60 
QD = 30 unidades 
 
Vamos, agora, verificar qual a quantidade ofertada se o preço for igual a 
R$10,00: 
 
QO = -10 + 4P 
QO = -10 + 4x10 
QO = -10 + 40 
QO = 30 unidades 
 
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Observe que o resultado encontrado foi exatamente o que estávamos 
prevendo, ou seja, que ao preço de R$10,00 a quantidade ofertada é igual à 
quantidade demandada. 
 
Isso significa que se o preço do bem estiver cotado a R$10,00, o empresário 
deverá optar por produzir 30 unidades do bem. De forma análoga, se o preço 
estiver cotado a R$10,00, o consumidor irá demandar 30 unidades do bem. E, 
dessa forma, tudo que está sendo produzido pelo empresário está sendo 
adquirido pelo consumidor e, com isso, estamos com o mercado em equilíbrio. 
 
Graficamente, podemos representar da seguinte forma: 
 
 
 
Imagine a situação em que o preço do mercado esteja abaixo do preço de 
equilíbrio. Porque motivo? Que tal pelo fato de o Governo ter congelado os 
preços em um patamar inferior àquele que seria o de equilíbrio10. 
 
Se o preço da mercadoria estiver cotado a R$8,00, haverá um aumento da 
quantidade demandada do bem uma vez que ele está custando menos e, ao 
mesmo tempo, uma redução da quantidade ofertada, pois o bem está com um 
preço mais baixo. 
 
Veja que se colocarmos esse preço na equação de demanda, teremos: 
 
10 Tal pressuposto nos faz relembrar o congelamento imposto pelo Plano Cruzado em 1986. 
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QD = 90 - 6P 
QD = 90 – 6x8 
QD = 90 – 48 
QD = 42 unidades 
 
De forma análoga, com o preço de R$8,00, a quantidade ofertada seria de: 
 
QO = -10 + 4P 
QO = -10 + 4x8 
QO = -10 + 32 
QO = 22 unidades 
 
Portanto, vemos que quando o preço estiver abaixo do preço de equilíbrio, a 
quantidade demandada supera a quantidade ofertada e, com isso, faltará 
produto no mercado. A diferença entre as quantidades, nesse caso, será 
chamada de excesso de demanda ou escassez de produtos. 
 
Graficamente, temos: 
 
 
 
Por outro lado, imaginemos uma situação em que o preço de mercado se situa 
acima do preço de equilíbrio. Isso pode ocorrer em uma economiacom livre 
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comércio e na qual o preço de equilíbrio internacional encontra-se em nível 
superior ao preço de equilíbrio. Logo, este fato induzirá a um aumento no 
preço interno do produto, redução da quantidade demanda internamente e 
aumento na quantidade produzida pelo empresário. 
 
Outra opção ocorre quando o Governo opta por estabelecer um preço mínimo 
para um produto com o intuito de induzir a produção e não provocar o 
desabastecimento. 
 
Veja o que ocorrerá se colocarmos o preço de R$13,00 na curva de demanda: 
 
QD = 90 – 6P 
QD = 90 – 6x13 
QD = 90 – 78 
QD = 12 unidades 
 
De forma análoga, com o preço de R$13,00, a quantidade ofertada seria de: 
 
QO = -10 + 4P 
QO = -10 + 4x13 
QO = -10 + 52 
QO = 42 unidades 
 
Observe que quando o preço está acima do preço de equilíbrio, a quantidade 
ofertada supera a quantidade demandada e, com isso, sobrará produto no 
mercado. A diferença entre as quantidades, nesse caso, será chamada de 
excesso de oferta ou excedente de produtos. 
 
Graficamente, temos: 
 
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Vamos passar a mais uma etapa do estudo do equilíbrio, a última. Vou te fazer 
uma pergunta e vamos ver se você consegue me responder corretamente. 
 
O que ocorre com a quantidade demandada da cerveja Antarctica se o preço 
da cerveja Skol aumentar? 
 
Não vale responder que você não gosta de Antarctica e só toma Skol, está 
combinado? 
 
A ideia é a seguinte: se o preço da cerveja Skol aumentar, haverá uma 
redução na quantidade demandada por Skol e, consequentemente, um 
aumento na demanda por Antarctica. Afinal de contas, os dois bens são 
substitutos. Veja: 
 
ANTARCTICA
D
SKOL
DSKOL Q Q P ↑⇒↓⇒↑ 
 
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Esse aumento no preço da Skol provoca um deslocamento na curva de 
demanda11 de D1 para D2, uma vez que essa mudança foi provocada por uma 
alteração no preço de produto relacionado. Veja o gráfico: 
 
 
 
 
Observe que para um dado preço P1 da cerveja Antarctica, tendo em vista o 
fato de o preço da Skol ter sido majorado, haverá um aumento na demanda 
por Antarctica para Q2. Dessa forma, o mercado sairá do equilíbrio, pois a 
quantidade ofertada de Antarctica será Q1 (representado pelo ponto 1 do 
gráfico) e a quantidade demandada será Q2 (representado pelo ponto 2 do 
gráfico). Observe ainda que o preço da cerveja Antarctica não sofreu qualquer 
alteração até o momento e continua sendo P1. 
 
Com o mercado em desequilíbrio e a quantidade demandada sendo maior que 
a quantidade ofertada, haverá formação de filas para a aquisição do bem e, 
portanto, um aumento do mesmo. Quando aumentamos o preço da cerveja 
Antarctica, haverá um deslocamento sobre a curva de oferta (do ponto 1 para 
o ponto 3) e um deslocamento simultâneo sobre a curva de demanda (do 
 
11 Já sei que você deve estar querendo saber se a curva de demanda é da Skol ou da Antarctica. Como o preço majorado 
foi o da cerveja Skol, só podemos deslocar a curva de demanda da Antarctica. Se estivéssemos com o gráfico da cerveja 
Skol, o deslocamento ocorreria sobre a curva de demanda, uma vez que a alteração ocorreu no preço do bem. 
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ponto 2 para o ponto 3), até que o equilíbrio seja reestabelecido. Veja o gráfico 
abaixo: 
 
 
 
Dessa forma, no final, haverá um aumento no preço e na quantidade de 
equilíbrio da cerveja Antarctica. (representado pelo ponto 3). Nesse momento, 
chegamos a um equilíbrio parcial. 
 
Não vou ficar repetindo esse procedimento diversas vezes. Se houver um 
deslocamento, seja da curva de demanda ou da curva de oferta, haverá um 
desequilíbrio inicial. Em seguida, as forças de mercado irão estabelecer um 
novo equilíbrio para o mercado. 
 
 
5. Elasticidades 
 
A elasticidade tem como objetivo medir a reação ocorrida em uma variável 
quando uma segunda variável for modificada. 
 
Sabemos que, em geral, quando o preço de um bem aumenta, a quantidade 
demandada do mesmo cai. Será que um empresário, antes mesmo de 
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aumentar o preço do seu produto, gostaria de saber como as pessoas iriam 
reagir a esse aumento de preços? Será que ele se interessaria em saber qual 
seria a redução percentual no consumo para cada 1% de aumento no preço? 
Essa medida é dada pela elasticidade. 
 
Existem inúmeras elasticidades, mas todas nos informam a relação entre duas 
variáveis quaisquer. 
 
Podemos conceituar a elasticidade como sendo um número que informa a 
variação percentual em uma variável em decorrência de uma mudança 
de 1% em outra variável. 
 
Segundo Pindyck: 
 
“Já vimos que a demanda por uma mercadoria depende de seu preço, 
bem como da renda do consumidor e dos preços de outras 
mercadorias. De modo semelhante, a oferta depende do preço, bem 
como de outras variáveis que afetam o custo de produção. Por 
exemplo, se o preço do café aumenta, sua quantidade demandada 
cairá e sua quantidade ofertada aumentará. Frequentemente, 
contudo, desejamos saber quanto irá aumentar ou cair a oferta ou a 
demanda. Quão sensível será a demanda de café em relação a seu 
preço? Se o preço aumentar 10%, qual deverá ser a variação da 
demanda? Quanto seria a variação da demanda se o nível de renda 
aumentasse em 5%? Utilizamos elasticidades para responder a 
perguntas como essas. 
 
A elasticidade é uma medida da sensibilidade de uma variável em 
relação a outra. Mais especificamente, trata-se de um número que 
nos informa a variação percentual que ocorrerá em uma variável 
como reação a uma variação de 1% em outra variável.” 
 
Apresentamos, acima, uma definição generalizada acerca do conceito 
elasticidade. No entanto, em microeconomia, estudaremos, em princípio, 
quatro importantes elasticidades12, quais sejam: 
 
• Elasticidade-preço da demanda13; 
 
12 A elasticidade é um importante informação a ser considerada quando estamos pensando em mercados regulados. 
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• Elasticidade-renda da demanda; 
• Elasticidade cruzada da demanda14; e 
• Elasticidade-preço da oferta. 
 
 
5.1. Elasticidade-preço da demanda 
 
A elasticidade-preço da demanda informa a variação percentual que 
ocorrerá na quantidade demandada de determinado bem quando o preço deste 
bem for modificado em 1%15. 
 
A elasticidade-preço da demanda é representada pela seguinte equação16: 
 
Q
P
P
Q
P
P
Q
Q
P
P
Q
Q
D ⋅∆
∆
=
∆
⋅
∆
=
∆
∆
=ε 
 
Vamos, em primeiro lugar, discutir o que significa, por exemplo, 
Q
Q∆
. É o 
mesmo que 
1
12S
SS
S
S −
=
∆
, sendo que S é o salário recebido por você. 
 
Esses anos de sala de aula me ensinaram que se os alunos não entenderem 
alguma coisa, mexa no bolso deles que irão entender rapidamente... E é isso 
que farei com vocês. 
 
Imagine, então que você perceba um salário mensal de R$3.000,00. Seu chefe 
acaba de te informar que você terá um aumento de 10% no salário pelos bons 
serviços prestados. Sabemos que, dessa forma, seu salário passará a ser de 
R$3.300,00, concorda? Logo, seu salário inicial (S1) era de R$3.000,00 e o seu 
salário final (S2) passou a R$3.300,00. Com isso, temos: 
 
13 Também pode ser chamada de elasticidade-preço da procura. Em todas as elasticidades, o termo demanda pode ser 
substituído pelo termo procura sem que o significado seja alterado. 
14 Também conhecida como elasticidade-preço cruzado da demanda. 
15 Essa alteração pode ser tanto com aumento ou redução no preço. 
16 Importante ressaltar que mais à frente explicarei o que é uma derivada. Não há necessidade de se preocupar com isto 
nesse momento. Entretanto, aquelas pessoas que sabem, já podem ir utilizando o conceito. 
Q
P
P
Q
Q
P
P
Q
⋅
∂
∂
=⋅
∆
∆
 
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%1010,0
3000
300
3000
30003300
S
SS
S
S
1
12 ===
−
=
−
=
∆
 
 
Observe que o resultado encontrado foi idêntico ao valor percentual do 
aumento dado. Então, quando estamos falando de 
Q
Q∆
, estamos verificando 
qual a variação percentual na quantidade demandada. De forma análoga, 
P
P∆
 é 
a variação percentual no preço. 
 
Portanto, a elasticidade-preço da demanda irá informar quantos por cento 
variou a quantidade demandada para cada variação percentual do preço do 
bem. 
 
Sabemos que, em geral, um aumento nos preços provoca uma redução na 
quantidade demandada e, analogamente, uma redução nos preços provoca um 
aumento na quantidade demandada. Dessa forma, vemos que: 
 
0
P
P
Q
Q
 ou 0
P
P
Q
Q
DD <+
−
=
∆
∆
=ε<
−
+
=
∆
∆
=ε 
 
Portanto, a elasticidade-preço da demanda é, em geral, um número 
negativo e isso representado pelo fato de as grandezas preço e quantidade 
serem inversamente proporcionais. Entretanto, há uma exceção e são os bens 
de Giffen. 
 
Os bens de Giffen possuem uma elasticidade-preço da demanda 
positiva. 
 
A partir de agora, não mais falaremos dos bens de Giffen e nem pensaremos 
neles para podermos desenvolver nossa matéria. Eles serão retomados apenas 
quando falarmos de exceções. Ou seja, se estivermos discutindo a 
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elasticidade-preço da demanda estará implícito que o resultado é um número 
negativo, a menos que falemos se tratar de um bem de Giffen17. Fechado? 
 
Imagine que um aumento de 10% no preço de um bem faça com que o 
consumidor reduza a demanda em 50%. Isso significa que se 
P
P∆
 for igual a 
10%, o consumidor irá reagir reduzindo o consumo, 
Q
Q∆
, em 50%. Observe 
que a reação do consumidor, nesse caso, foi muito forte quando o preço foi 
majorado. Neste caso, a elasticidade-preço da demanda é igual a: 
 
55
%10
%50
P
P
Q
Q
DD =ε⇒−=+
−
=
∆
∆
=ε 
 
Se o módulo da elasticidade-preço da demanda for maior do que 1, a 
demanda é considerada elástica. 
 
Ou seja, há uma reação por parte do consumidor reduzindo a quantidade 
demandada em um nível superior à variação no preço do bem. Tal fato pode 
ocorrer por alguns motivos. 
 
Primeiro, o produto possui bons substitutos na visão desse consumidor e 
quando o preço aumenta, ele desloca o seu consumo para o outro bem, para o 
bem substituto e, portanto, reage fortemente, reduzindo a demanda. 
 
Outra opção possível é que o bem seria considerado supérfluo pelo consumidor 
em questão. Quando o preço aumenta, ele passa a considerar que esse bem 
deve ter o seu consumo restringido uma vez que não seria um bem 
fundamental para ele. 
 
Observe que, nos dois casos, isso depende do consumidor em questão. Pois 
um bem que eu posso considerar supérfluo, você pode acreditar que seja 
fundamental para você, concorda? E vice-versa, claro. Você, por exemplo, 
pode achar que o frango é um ótimo substituto para a carne de boi, mas eu, 
 
17 Essa definição, apesar de importante para a Microeconomia, quando falamos de bens regulados perde um pouco da 
sua importância. 
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traumatizado com isso, não acredito. Então, quando o preço da carne de boi 
subir, não substituirei o produto por frango. No entanto, posso também ser 
elástico para a carne de boi, mas a substituirei por algum outro produto. 
Portanto, o fato de um produto ser elástico ou não depende dos costumes, 
gostos, etc dos consumidores que estão sendo analisados. 
 
Imagine, agora, que um aumento de 10% no preço de um bem faça com que o 
consumidor reduza a demanda em 3%. Isso significa que se 
P
P∆
 for igual a 
10%, o consumidor irá reagir reduzindo o consumo, 
Q
Q∆
, em 3%. Observe que 
a reação do consumidor, nesse caso, foi muito fraca quando o preço foi 
majorado. Neste caso, a elasticidade-preço da demanda é igual a: 
 
3,03,0
%10
%3
P
P
Q
Q
DD =ε⇒−=+
−
=
∆
∆
=ε 
 
Se o módulo da elasticidade-preço da demanda for menor do que 1, a 
demanda é considerada inelástica18. 
 
Ou seja, há uma reação por parte do consumidor reduzindo a quantidade 
demandada em magnitude inferior à variação no preço do bem. Isto pode 
ocorrer por alguns motivos. Interessante é que todas as vezes que solicito aos 
alunos para me dar um exemplo de um bem inelástico, elas me falam: sal. Eu, 
particularmente, não acho esse um bom exemplo, mas vamos discutir isso. 
 
O primeiro motivo para uma reação tão pequena por parte do consumidor é 
devido ao fato de o produto ser essencial para a sua sobrevivência. Estamos 
falando de um remédio, remédio esse que sem ele o consumidor morreria. Se 
o laboratório aumentar o preço do remédio, o que faria o consumidor? 
Compraria o remédio e continuaria tomando a mesma atitude enquanto tivesse 
 
18Os bens regulados, geralmente, são aqueles que possuem uma demanda inelástica para a média dos consumidores. O 
padrão é que exista uma regulação maior (controle mais próximo por parte do Governo) quando a inelasticidade do 
consumidor for alta, dada a grande dependência do consumidor pelo produto e, assim, o grande poder de mercado da 
empresa. Inelasticidade alta significa que o valor da elasticidade-preço da demanda, em módulo, é bem próxima de zero 
e isso mostra a dependência do consumidor em relação ao bem consumido. 
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recurso suficiente. Nesse caso, o aumento de preço pouco altera ou nada 
altera a quantidade demandada do bem. 
 
Um segundo caso e aqui se inclui o sal,

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