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Disciplina: Atividades Rítmicas Autores: Esp. Ana Paula Cruz Ramos Revisão Conteúdos: M.e Romário Keiti Pizzatto Fugita Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso Ano: 2016 Atividades Rítmicas ANO 2016 PALAVRA DA INSTITUIÇÃO Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão Universitária. A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas também brasileiros conscientes de sua cidadania. Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais, e grupos de estudos com alunos e tutores, o que proporciona excelente integração entre professores e estudantes. Bons estudos e conte sempre conosco! Faculdade São Braz Apresentação da disciplina Nesta disciplina será discutido o conceito de ritmo e musicalidade no trabalho pedagógico da sala de aula. Tendo o foco voltado para o desenvolvimento do conhecimento corporal e da sensibilização sonora, dando ao professor exemplos de atividades para o trabalho com o corpo e com instrumentos além do fundamento necessário para o desenvolvimento de atividades musicais variadas. Também se levantarão questões no aspecto de identidade cultural do indivíduo, elencando elementos do folclore regional para a formação dos alunos. Aula 1 – Atividades Rítmicas usando o Corpo Apresentação da Aula 1 Nesta aula será discutida a importância do trabalho musical com crianças, por meio da apresentação de vários exemplos que podem ser aplicados, todos eles com o objetivo de estimular a movimentação corporal, dando maior destaque para os pés e as mãos. Também serão apresentados alguns conceitos de musicalidade ao professor para estruturar uma base para propor as atividades com música em sala de aula. 1. A importância do trabalho musical em sala de aula Com a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica nacional em 2008, com a lei nº 11769, surge uma necessidade das escolas em todo o Brasil de se adequarem a essa nova realidade. A obrigatoriedade tem como fundamento a naturalidade com a qual as crianças interagem com as músicas ao ouvi-las, e busca desenvolver a capacidade motora das crianças durante essa interação. São capazes e indicados para o trabalho musical na escola todos os professores que tenham conhecimento musical básico, inclusive o professor especialista. LEI Nº 11769, DE 18 DE AGOSTO DE 2008 Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º O art. 26 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescido do seguinte § 6º: “Art. 26. [...] § 6º A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular de que trata o § 2o deste artigo.” (NR) [...] Disponível na integra no acesso: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2008/lei/l11769.htm Os estímulos sonoros são percebidos nos seres humanos desde a gestação, assim se tem que as crianças estão sujeitas ao trabalho de reconhecimento e experimentação de sons desde o nascimento. A capacidade de identificação de sons permite a associação dos mesmos a outras atividades, como a buzina de um carro ou uma torneira aberta. Da mesma maneira, essa associação pode ser aproveitada dentro do ambiente escolar onde se desenvolve a coordenação motora vinculada a um ritmo estabelecido por alguma música ou pelo professor. Importante Cabe ao professor transformar a música em fonte lúdica e criativa, criando sons e se comunicando através deles, oferecendo uma gama maior de estímulos, dando a dimensão do universo sonoro e auxiliando na apreensão deste universo pelo aluno. Esse universo não inclui somente a música convencional, mas também os sons do cotidiano, da natureza e do próprio corpo. A interação do professor com o aluno é importante para delinear a leitura de mundo. Sabe-se que o ser humano se desenvolve mediante suas interações sociais. O desenvolvimento da criança se dá a partir de quando ela interage melhor com o seu meio. As descobertas relativas aos sons são fundamentais para o seu autoconhecimento e a figura do professor é de fundamental importância como agente estimulador, cumprindo um papel relevante na educação musical. 1.1. Conceitos musicais para o trabalho em sala de aula O trabalho musical em sala de aula precede do professor um conhecimento básico dos fundamentos de música, é possível utilizar o som para trabalhar timbres, altura, intensidade, cantando, dançando, ouvindo diferentes estilos musicais. Trata-se de uma capacidade do professor em lidar com ritmo, melodia, harmonia, é bom que o mesmo tenha afinidade com algum instrumento musical e, mais ainda, um bom planejamento para as atividades musicais. A riqueza de sons é o que deve ser explorado pelo professor, levando o aluno a descobrir seu próprio corpo como elemento básico criador de sons e de músicas. Cabe ainda ao professor transformar a música em fonte criativa e lúdica, criando sons e se comunicando através deles, oferecendo uma gama maior de estímulos, dando a dimensão do universo sonoro e auxiliando na apreensão deste universo pelo aluno. Esse universo não inclui somente a música convencional, mas também os sons do cotidiano, da natureza e do próprio corpo. A música desenvolve na criança várias potencialidades como a capacidade de concentração, a habilidade motora, a percepção auditiva, a capacidade criativa, a socialização e a afetividade. É possível trabalhar a Música na aula de Português, Matemática, ou de qualquer outra disciplina, promovendo a integração dos conteúdos, sendo o professor o facilitador da aprendizagem. Dessa forma alguns conceitos musicais básicos são importantes para que o professor inicie o seu trabalho. Segue abaixo alguns deles: Melodia: é uma sequência de notas organizadas, proporcionando um sentido à música. É através dela que reconhecemos a música que está sendo tocada. Harmonia: quando dois ou mais sons são ouvidos simultaneamente, produzindo um acorde. Ritmo: é tudo o que diz respeito à duração dos sons. Há dois elementos importantes que formam o ritmo, são eles a pulsação e o acento. A pulsação se trata da cadência em que os sons são percebidos, e o acento é a presença de um som mais forte que os demais. É importante o professor planejar a aula de acordo com cada turma, desenvolvendo a percepção auditiva, trabalhando os parâmetros do som:intensidade (forte-fraco); timbre (frequência dos sons); altura (grave-agudo) e duração (lento-rápido). Pontos como a formação dos professores e as estratégias a serem utilizadas nesse ensino de Arte é uma questão que tem sido abordada com muita responsabilidade. O sucesso na aprendizagem do aluno é decorrente de muitas questões, mas principalmente da boa atuação do professor em sala de aula, mesmo ele não sendo o professor especialista ele necessita de um conhecimento básico das questões musicais e de um planejamento bem elaborado, com objetivos e estratégias previamente definidas. Acredita-se que a educação deve ser pensada de forma multicultural, possibilitando a transformação social e individual. Quanto melhor o seu preparo, melhor será a educação musical que ele irá desenvolver com seus alunos. O ensino de Música na escola não deveria se preocupar somente com o desenvolvimento de habilidades e conhecimentos específicos da área, mas sim, com a formação global do aluno. Os professores de música ainda têm dificuldade em justificar a obrigatoriedade do ensino da disciplina na educação básica, mesmo conhecendo todas as vantagens que a música traz para os indivíduos. É fundamental saberem quais os conhecimentos específicos devem ser transmitidos aos alunos e como ocorrerá o aprendizado, para dar a segurança e a excelência ao trabalho do professor. O planejamento do professor deve conter o tema, os objetivos, a metodologia, as estratégias, os recursos e a avaliação. Os componentes do planejamento de uma aula trabalhada com musicalidade são: Tema: conteúdo a ser trabalhado. Objetivos: o que os alunos conseguirão atingir com este trabalho. Metodologia: a forma que o professor irá trabalhar. Estratégias: é a maneira como os recursos são utilizados, para que os objetivos sejam alcançados. Recursos: materiais a serem utilizados. (Discos, CDs, filmes, internet, a voz, o corpo e os instrumentos musicais) Avaliação: verifica se os objetivos foram alcançados 1.2. Atividades musicais Na fase da educação infantil o trabalho rítmico utilizando o próprio corpo é de suma importância, tendo a voz e o corpo como pontos importantes no desenvolvimento infantil, o trabalho utilizando o próprio corpo é chamado de percurssão corporal. É necessário que os alunos compreendam a música como uma linguagem de emoções, tocando, cantando, dançando conforme a música. As atividades devem estimular a criatividade das crianças e um maior conhecimento do seu próprio corpo. Para iniciar o trabalho de musicalização nas escolas é importante que o professor utilize atividades rítmicas usando o corpo, pois torna o início do trabalho mais fácil, partindo de atividades simples até chegar nas mais complexas. Para o início do trabalho de percussão corporal, que é usar o próprio corpo como recurso sonoro, é orientado sempre que se inicie utilizando as palmas das mãos e pés, pela maior facilidade de assimilação e execução. Iniciando com batidas simples e com o desenrolar da atividade deixando-as mais complexas. A segui se propõe algumas atividades que desenvolvem a utilização do próprio corpo em conjunto com a música: Bater as mãos na mesa alternadamente em diferentes compassos; Bater palmas e bater as mãos na mesa alternadamente; Bater as mãos no peito; Estalos de dedos; Batidas nas bochechas; Estalos de língua; Sons variados da boca: sopro, assobio, estalo; Em roda um aluno inicia um som corporal, o próximo aluno repete o som do colega e acrescenta um novo som e assim consecutivamente; Bater os pés no chão alternadamente; Bater os dois pés juntos; Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Neste livro organizado pelo Centro de Criação de Imagem Popular são discutidos fundamentos do trabalho de música com crianças, com exemplos de atividades. Disponível em: http://www.cecip.org.br/site/atividades- musicais-com-criancas-de-ate-quatro-anos/ Depois do trabalho com mãos e pés, pode-se dar sequência utilizando todo o corpo, aproveitando várias músicas disponíveis para alegrar este momento de autoconhecimento da criança em relação ao seu próprio corpo. As letras das músicas citam partes do corpo, tornando um momento de muita descontração e alegria. Ouça Caso o professor não disponha de recursos musicais em sua escola, ou não haja o domínio de instrumentos para uso em atividades, recomenda-se o grupo Palavra Cantada. Link: http://palavracantada.com.br/radio/ De acordo com Neto (2007, p. 20) o esquema corporal é definido como a organização das sensações relativas ao próprio corpo em relação aos dados do mundo exterior. Esta construção está relacionada ao desenvolvimento e amadurecimento do sistema nervoso central. O espelho é importante para a construção e afirmação da imagem corporal. Através de brincadeiras em que a criança observa as partes de seu corpo e do corpo de seus colegas, ela toma conhecimento da sua corporeidade, conhecendo seu corpo e sua capacidade de se expressar. Resumo da Aula 1 Nesta aula foi verificada a importância do trabalho musical em sala de aula, não somente pela obrigatoriedade com a lei nº 11769, mas com os benefícios que isso traz para os alunos. Foram apresentados também alguns conceitos fundamentais de música que dão ao professor que pretende trabalhar isso em sala de aula uma base para poder moldar a atividade conforme as necessidades de sua turma. Apresentou-se ainda muitos exemplos de atividades que podem ser aplicados, com o foco voltado para a movimentação corporal dos alunos. Atividade de Aprendizagem Comente brevemente a importância de realizar atividades musicais usando sons do corpo e dê um exemplo de atividade. Aula 2 – Atividades Rítmicas com Instrumentos Apresentação da Aula 2 Nesta aula serão trabalhados alguns exercícios de musicalidade envolvendo não só as partes do corpo dos próprios alunos, como também a utilização de instrumentos, através de exemplos e de vídeos. O uso deles tem a função de aprimorar o discernimento nos alunos quanto a alguns conceitos musicais mais simples. 2. Atividades Rítmicas com Instrumentos Os exercícios rítmicos são realizados com objetivos exclusivamente musicais, como já dito antes, não devem ser usados como apresentações espetaculares. Sua aplicação em sala de aula pode ser estruturada inicialmente em instrumentos de percussão ou instrumentos de sucata para a adaptação da classe. Servem para despertar o desenvolvimento do senso rítmico, tornar consciente o ritmo instintivo e desse modo estimular a imaginação motriz e dinâmica que é imprescindível para a vida interior rítmica e consequentemente, preponderante para o ser musical. Como já verificado na aula anterior, o uso do recurso musical em sala de aula precede o conhecimento de alguns conceitos musicais. Após a compreensão dos elementos anteriores (Melodia, Harmonia e Ritmo), outros elementos também importantes são discutidos, são eles: Intensidade, Duração, Altura e Timbre. Saiba Mais Intensidade: permite distinguir sons fortes e sons fracos. Duração: permite distinguir sons longos e sons curtos. Altura: permite distinguir sons graves, médios e agudos. Timbre: permite distinguir a identidade da fonte sonora. O desenvolvimento da capacidade da criança de perceber variações de cada um desses elementos é bastante importante para a sua formação, e isso pode ser trabalho em sala de aula com estímulos que associem essas diferenças com movimentações do próprio corpo. 2.1.Início do trabalho musical coletivo Ví deo É possível acompanhar o vídeo descrito na aula, no qual a professora chama a turma para acompanhar, cada um do seu jeito, a música cantada por ela. Dando bastante ênfase às diferenças que as crianças percebem dos elementos dos sons a cada atividade. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Wc_epw_p_DY Outras maneiras de explorar os elementos da música, permitindo que a criança faça o reconhecimento por conta própria dos elementos e possa manipular esses elementos ao tentar reproduzir a música. A capacidade de impor o próprio ritmo e acento nas músicas que reproduz, dá à criança um início de consciência musical. Ví deo O vídeo apresenta exemplos de atividades de identificação e acentuação de ritmo de músicas com cantigas conhecidas, no caso deste vídeo a canção é do Alecrim dourado. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=t2NGNDptAUQ Uma vez trabalhada a consciência individual com os alunos, é preciso trabalhar esses conceitos musicais na coletividade, levando a criança a se identificar dentro de um grupo e perceber que cada um é importante dentro harmonia estabelecida. Com esse tipo de trabalho, também se permite que a criança verifique o momento que cada um precisa ser acionado para estabelecer a harmonia da música. Ví deo O vídeo apresenta exemplos de atividades de harmonização musical de grupo, com crianças separadas em linhas e cada uma é responsável pelo ritmo de uma parte da música. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=sdt-WD7LMMs Não é a pretensão da atividade musical que os alunos sejam grandes instrumentistas, mas o objetivo de musicalizar as crianças é o de trabalhar a sensibilidade musical, para que ela aprecie uma música de qualidade, para que ela adquira o estético e também se socialize com seus colegas. Nas séries iniciais a voz e o corpo são os principais instrumentos de aprendizagem. No 1º e no 2º ano os alunos precisam compreender a música enquanto linguagem dotada de sentido e capaz de evocar as emoções. Por isso, as ações de produção musical - tocar, cantar, compor, improvisar, dançar conforme a música - são imprescindíveis no planejamento das aulas. Outro exemplo abordado na aula, é o jogo musical cumulativo, com a finalidade de trabalhar a improvisação com os alunos: sentados em roda, os alunos devem eleger um colega para começar o jogo. Esse aluno deve, então, criar uma pequena célula rítmica e executá-la usando o corpo (bater duas palmas, por exemplo). A próxima criança na roda deve repetir o ritmo elaborado pelo colega e acrescentar a ele uma nova célula rítmica. O jogo segue até que todos os alunos da roda ampliem a sequência rítmica e consigam executá-la. O seu papel é orientar as crianças, e propor desafios que estimulem a criatividade. Num segundo momento o professor faz a mesma atividade utilizando tambor, pandeiro, chocalho. 2.2. Desenvolvimento musical da própria criança Do primeiro ao terceiro ano de vida os bebês ampliam os modos de expressão musical pelas conquistas vocais e corporais. Podem articular e entoar o maior número de sons, inclusive os da língua materna, reproduzindo letras simples, refrãos, explorando gestos sonoros, como bater palmas, pernas, pés, principalmente se estiverem andando. A capacidade de correr, pular, acompanhando uma música. As crianças se entusiasmam com esse tipo de atividade, por isso, a partir de agora, já é possível utilizar algo um pouco mais complexo. É interessante começar devagar, sabendo que a turma demora um pouco para memorizar cada passo da brincadeira. Inicialmente cantando para elas e depois treinar para que memorizem a letra da música: Uma educação musical que tenha como objetivo a formação integral do ser humano só pode acontecer em contextos onde os alunos sejam respeitados e estimulados em todas as direções. Explorar, experimentar, sentir, pensar, questionar, criar, discutir, argumentar [...] exercícios geradores de autodisciplina e consciência, são aspectos fundamentais em sua proposta, sempre promovendo situações de comunicação e relacionamento, de debate, estímulo ao pensar e conscientizar, integrando vivências musicais e de inter-relações humanas. (BRITO, S/d., S/p.). Resumo da Aula 2 Nesta aula foram estudados alguns conceitos musicais: intensidade, duração, altura e timbre, e como esses elementos podem ser explorados para o desenvolvimento da criança. Além disso, foi mencionado o trabalho com instrumentos musicais, com muitos exemplos na aula e vídeos onde se emprega as atividades com os alunos. Na sequência, discutiu-se a atividade musical coletiva que se dá quando a criança interage com seus colegas na produção musical. Por fim, relembrou-se da importância do desenvolvimento musical para a criança. Atividade de Aprendizagem Quais os objetivos de uma aula de educação musical usando instrumentos? Citar uma atividade rítmica utilizando um tambor. Aula 3 – Canções de Roda Apresentação da Aula 3 Nesta aula será trabalhado o conceito de canção de roda, trazendo o aspecto cultural e folclórico inerente dessa atividade, como ela pode ser resgatada para a sala de aula e o papel do professor nesse processo. 3. Canções de Roda Mais que passatempos, as brincadeiras de roda contribuem com a expressão oral, a audição e o ritmo das crianças. Enquanto rodam no pátio, cantando as divertidas canções, eles ainda se exercitam, trabalhando o equilíbrio e a coordenação motora. Quando se trabalha com crianças pequenas, as aulas precisam ser alegres e descontraídas para que o trabalho corporal tenha sentido. Ao inserir as cantigas de roda no convívio das crianças, aspectos como musicalidade e ritmo estarão sendo trabalhados, pois o ritmo se aprende por meio do corpo e do movimento, o que pode ser verificado através da cantiga “A Linda Rosa Juvenil”, que conta uma história e a cada estrofe apresenta novos personagens e novos ritmos, possibilitando as crianças cantarem, além de dançarem e dramatizarem. Portanto, pode-se confirmar que o corpo traduz em movimento os diferentes sons que percebe. A cantiga de roda une o canto, a dança, a improvisação (muitas cantigas, trabalham com um verso improvisado), o lúdico, a formação de grupo, a espontaneidade, a criatividade e a brincadeira como partes inerentes da sua existência. Tudo isso permite aos participantes da brincadeira entrar em contato com seu “mundo” interno e expressar suas emoções. 3.1. Canções de Roda na sala de aula Hoje, com a vida agitada dos pais, poucas crianças têm a oportunidade de ouvir canções ou brincar de roda em casa, pois nos momentos livres os pais normalmente optam por dar aos filhos computadores, tablets e jogos eletrônicos. Portanto, o professor acaba ficando com mais essa responsabilidade, a de vivenciar as canções populares, brincando com as rimas, vivenciando conteúdos de maneira lúdica. Importante É importante que os alunos conheçam a coreografia tradicional das cirandas como forma de preservar a cultura. Mas o professor também pode incentivar as adaptações e a criação de movimentos. Fugindo das atividades da maneira tradicional, com pequenas variações de movimento, o professor consegue manter o interesse das crianças por mais tempo. Educar a criança com elementos do seu cotidiano, do seu meio sociocultural e a partir de suas experiências ajudam a levar o aluno a sentir e a se expressar sobre a realidade em que ele vive, aprendendo a respeitar a diversidade humana. As canções de roda favorecem a cooperação, a participação, a solidariedade, auxiliando no desenvolvimentoglobal do aluno. As brincadeiras de roda, bem como alguns jogos do folclore têm um papel fundamental no desenvolvimento da criança. Através dos brinquedos cantados a criança partilha com os professores e colegas suas emoções, sua história, tornando uma atividade inclusiva. Todos de mãos dadas, todos em círculo participando da mesma forma. Não há diferença entre os participantes, sendo o círculo a representação do Todo. Muitas brincadeiras trabalham com temas emotivos, como “Dá um remelexo no corpo e dá um abraço no amigo”, ou então “Como é bom um amigo encontrar”. Esses contatos e essa relação de carinho com o outro é muito importante no desenvolvimento socioafetivo da criança. Ví deo O vídeo apresenta uma compilação de exemplos de atividades utilizando as brincadeiras de roda com crianças. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=WHRlPzW7etI Algumas brincadeiras de roda desenvolvem a lateralidade, que é a capacidade motora de perceber os dois lados do corpo: direito e esquerdo. O objetivo do professor nessas atividades é de proporcionar ao aluno a experimentação de ambos os lados, para que ele defina sua dominância. Outras brincadeiras podem desenvolver a respiração, a percepção auditiva, a organização temporal, o ritmo, a interdisciplinaridade, entre outros. Converse Com Seus Colegas Verifique com os seus colegas quais músicas, parlendas, rimas, canções folclóricas que podem ser trabalhadas andando, batendo as mãos, batendo os pés, acompanhando o andamento das músicas com instrumentos de percussão. Resumo da Aula 3 Nesta aula se discutiu sobre as canções de roda, incluindo o papel dessas canções na sociedade do ponto de vista folclórico. Além disso se verificou que atualmente, há maior necessidade das crianças terem esse contato com as brincadeiras de roda através do professor, pois, muitas vezes em casa não há essa oportunidade. Foi visto que o resgate das brincadeiras de roda pode ser trabalhado de forma mais contextualizada conforme a vivência dos alunos e variações das brincadeiras originais conseguem entreter as crianças melhor. Atividade de Aprendizagem Descreva duas variações de atividades utilizando a música Escravos de Jó. Aula 4 – A Música e a Identidade Cultural Apresentação da Aula Nesta aula será apresentado sobre a importância da identidade cultura na sociedade com exemplos de ícones culturais (celebrações, culinária e artesanato) de cada região do Brasil. Além disso será discutido sobre elementos do patrimônio imaterial nacional, como as festas juninas e o carnaval, e o conflito que a herança cultural apresenta diante dos avanços da tecnologia e da globalização. 4. Identidade Cultural O educador tem grande responsabilidade nas escolhas dos conteúdos a serem trabalhados com crianças. Precisa estar atento à qualidade musical apresentada, utilizar músicas e melodias curtas, criativas, se preocupando em oferecer qualidade, utilizando vários tipos de música para que a criança desenvolva suas habilidades. Para ampliar as referências das crianças, um exemplo seria o professor levar às aulas CDs de chorinho, coco de roda, maracatu e samba de roda. A cada estilo novo, agregar informações históricas e culturais, mostrando o mapa da região típica do gênero, DVDs com as danças relacionadas e fotos dos cantores. Também direcionar o olhar da turma para os elementos específicos de cada música e fazer perguntas como: Que instrumento produziu esse som? Como reproduzir o que foi escutado partindo da exploração do corpo, abafando a boca ou batendo na perna? Esse pode ser um gancho para um trabalho prático que inclui a experimentação e a confecção dos próprios instrumentos. A arte aparece em todos os povos, de todos os continentes, em todas as épocas. Ela é a necessidade humana de se expressar, de se comunicar com as pessoas e consigo mesmo, mas seu desenvolvimento como Arte depende da sociedade e do ambiente em que vive a sociedade, formando e desenvolvendo a visão de mundo de todos os indivíduos. Não existe somente uma forma de ouvir os sons. O que é possível de apreender com os sentidos tem a ver com as experiências sonoras de cada um, com a cultura em que se está inserido é que se constrói a identidade cultural conforme as vivências da pessoa. 4.1. Regionalismos O Brasil é um país de grande extensão, o que possibilitou que cada região desenvolvesse no decorrer de sua história uma cultura própria, com tradições características da população que lá reside. As diferenças de culturas não se restringem somente a festejos e danças, essas características regiões também abrangem a culinária, o artesanato e a própria fala, mas, longe de ser motivo de discriminação, essas diferenças têm papel de compor a base cultural do indivíduo, dando a ele uma identidade própria com suas origens. Quadro: Regiões com seus elementos culturais REGIÃO FESTIVIDADE CULINÁRIA ARTESANATO Centro-oeste Procissão de Fogaréu Arroz de Carreteiro e Escaldado Cerâmica e Barro Sul Dança do Pau de Fitas Barreado e Churrasco Palha e Cerêmica Sudeste Festa do Divino Sarapatel e Tutu de Feijão Redes e Bordados Norte Festival Folclórico de Parintins Caldeirada de Tucunaré e Tacacá Fibras, Madeira e Coquinhos Nordeste Maracatu Acarajé e Carne- de-Sol Rendas e Bordados Fonte: elaborado pelo DI Mesmo com todas as diferenças regionais no país, há festividades que estão presentes em todas as regiões, como o Carnaval e a Festa Junina. Ví deo As celebrações e festividades compõem a identidade cultural do brasileiro, sendo inclusive reconhecidas como patrimônio da humanidade, conforme verificado na reportagem da TV NBR, Brasil possui 25 manifestações reconhecidas como patrimônio imaterial pela Unesco, o vídeo está disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=X6QWNyM6IHU 4.2. Folclore Como o multiculturalismo da atualidade reflete na educação musical? Nas escolas a música é utilizada de diversas maneiras, seja nas comemorações, seja nas atividades diárias como lavar as mãos, dar bom dia aos amigos, reforçando hábitos e atitudes, mas a música pode oferecer bem mais do que isso às crianças. Ela desenvolve potencialidades como a criatividade, a habilidade motora, a capacidade de concentração, integrando conteúdos de várias disciplinas como por exemplo o Português e a História na análise das canções. A música é uma arte social, vinculada à sua época e ao seu lugar, suscetível às variações da sociedade, incluindo a variação tecnológica. “E como se constitui o gosto musical? Quais as influências culturais na formação da identidade musical?” A convivência social é fundamental na formação humana. E a música possui a função social e psicológica que contribui na formação da cultura, de valores e na formação da identidade cultural. A mídia exerce grande influência nas escolhas relacionadas a gêneros e estilos musicais, de tal modo que imaginar-se parte de uma nação tem muita relação com as escutas compartilhadas. Falar da música de um ou outro grupo social, de uma região do globo ou de uma época, faz referência a um tipo específico de música que pode agrupar elementos totalmente diferentes (música tradicional, erudita, popular ou experimental). Essa diversidade estabelece um compromisso entre o músico (compositor ou intérprete) e o público que deve adaptar sua escuta a uma cultura que ele descobre ao mesmo tempo que percebe a obra musical. A questão dos avanços tecnológicos no mundo atual implica na falta de incentivo familiar para oapego às tradições culturais da população. Nesse momento, é necessário muito incentivo por parte do professor para que a identidade cultural do brasileiro, independentemente de sua região, não seja perdida ou substituída por uma identidade global, ou seja, as pessoas sendo descaracterizadas culturalmente. O trabalho pedagógico com as crianças é um bom ponto de partida para despertar nelas o olhar para a cultural local, destacando a importância que as festividades e manifestações culturais tiveram na história da sociedade. Resumo da Aula 4 Nesta aula foram estudadas manifestações culturais tradicionais do Brasil em suas várias regiões, e se verificou que a globalização está influenciando as novas gerações com desinteresse na identidade cultural própria. Foi reforçada a importância do professor nesse resgate do folclore local dentro de sala de aula para recuperar o interesse pelo folclore nacional dos seus alunos. Além disso, foram dispostas as características regionais mais marcantes das regiões do Brasil. Atividade de Aprendizagem Na sua opinião qual a importância de se trabalhar músicas do folclore brasileiro com nossas crianças. Resumo da disciplina Uma vez concluídas as aulas da disciplina, pôde-se acompanhar muitos exemplos de atividades, algumas inclusive com exemplos na videoaula, e variações dessas atividades para prender a atenção dos alunos. Foi dado o devido destaque ao papel do professor na introdução das crianças ao universo musical, utilizando como base nas experiências que as crianças já vivenciaram. Para poder capacitar o professor para realizar as variações das atividades e propor um desenvolvimento rítmico mais rico para os alunos, foram verificas alguns conceitos musicais teóricos para situar o professor. Verificou-se a diferença do trabalho sonoro com instrumentos da percussão corporal, e maneiras de trabalhar com ambas as atividades. Também foi estudado o aspecto cultural da música, verificado em músicas de roda, festejos locais de cada região, a dualidade que o desenvolvimento tecnológico apresenta em relação à valorização das tradições. As principais diferenças entre as regiões do Brasil e o peso que elas oferecem à identidade cultural. Referências BRITO, Teca Alencar de. Música na Educação Infantil: Propostas para a formação integral da criança. Editora Fundação Peirópolis, 2003. DRUMONND, Elvira. Semeando Sons. L Miranda Editora. 2009 DRUMONND, Elvira. Jogos Rítmicos. L Miranda Editora.2009 FERREIRA, Sueli. O Ensino das Artes – Construindo Caminhos. Papirus Editora. 2001 PAIVA, Ione Maria Ramos. Cantando e Brincando –Desenvolvendo a Afetividade. Editora Sprint. 2006 ROSA NETO, Francisco. Manual de avaliação motora. 2007. Porto Alegre: Artmed. SUGIZAN, Geraldo de Azevedo. Educação Musical- Um fator preponderante na construção do ser. Editora CLR Balieiro. 1986