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1 2 APOSTILA DE PERFURAÇÃO DE ROCHAS Prof. Márcio Luiz de S. C. Barros 3 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MINAS Esta apostila está sendo atualizada em conjunto com os alunos do curso de Engenharia de Minas UFPE e gostaria de agradecer através de Aluízio Felix, Adriana Mauricio, Eraldo José Arruda, Flávia de Freitas Bastos, José de Moraes, Leonardo França da Rocha, Nilson Galvão Filho, Paulo Roberto da S. de A. Bezerra, Romildo Paulo Silva Neto, Rafael Franco e Silva, João Lucas Neves Coutinho, Walmir Pires dos Santos Neto, Willams Bernardo de Lima Souza e outros alunos que participaram da sua elaboração e ainda dos próximos que irão colaborar diretamente e indiretamente para uma atualização sempre permanente deste estudo, que se designa apenas a melhorar o conhecimento técnico na área de Perfuração de Rochas. 2013.1 4 Sumário 1. PERFURAÇÃO EM ROCHA 11 1.1 – INTRODUÇÃO 11 1.2 – HISTÓRIA DA PERFURAÇÃO 11 2. SURGIMENTO DA PERFURATRIZ 13 2.1 PERFURAÇAO POR VIBRAÇAO 1 6 2.2 PERFURAÇÃO POR JATO D’ÁGUA 16 2.3 PERFURAÇÃO POR JATO QUENTE (MÉTODO TÉRMICO DE PENETRAÇÃO) 17 2.4 PERFURAÇÃO QUÍMICA 1 9 2.5 PERFURAÇÃO A LASER 1 9 3. E�埈�ퟏ�埪�埪�ៅ�韵�៴�埈�០�埈� �韵� P韵�ퟢ�ퟡ�埈�ퟢ�埪�ퟡ�០�០� 22 4. CLASISIFICAÇÃO DAS PERFURATRIZES 24 4.1 P韵�ퟢ�ퟡ�埈�ퟢ�埪�埈�ퟢ�ퟏ�៥�韵�埈� P韵�ퟢ�埇�埈�埈�埈�ퟏ�埈�埪�埈� 25 4.1.1. C埔�埈�ퟢ�៴��ퟢ�ퟏ�埜�埜�埈� 26 4.1.2. C埪�韏�埜�韵� C埔�埈�ퟢ�៴��ퟢ�ퟏ�埜�埜�埈� 26 4.1.3. P៴�韵�埈�ៅ�埪�埈�ퟏ�埇� C埔�埈�ퟢ�៴��ퟢ�ퟏ�埜�埜�埈� 26 4.1.4. M埪�ퟢ�埈�韵�埜�韵�埈�韵�埈� 26 4.2 M埪�ퟢ�埈�韵�埜�韵�埈�韵�埈� 埈�韵�ퟢ�埈�ퟏ�埇�埪�ퟏ�埈� – S埈�០�埪�韵�ퟢ�埈�. 27 4.4 F埈�៴�埇�ퟏ�០�៴�埪�ៅ�韵�៴�埈�០� �埪�埈� P韵�ퟢ�ퟡ�埈�ퟢ�埪�埈�ퟢ�ퟏ�៥�韵�埈� P韵�ퟢ�埇�埈�埈�埈�ퟏ�埈�埪�埈� 36 4.4.1 Sퟏ�埈�埈�韵�ៅ�埪� �埪� P韵�ퟢ�埇�埈�埈�埈�០�០� 36 4.4.2 Sퟏ�埈�埈�韵�ៅ�埪� �韵� R០�埈�埪�ퟡ�០�០� 39 4.4.3 Sퟏ�埈�埈�韵�ៅ�埪� �韵� Lퟏ�ៅ�埪�韵�៥�埪� 40 5. LAMAS DE PERFURAÇÃO 45 6. LUBRIFICAÇÃO E MANUTENÇÃO DE PERFURATRIZES 47 5 6.1 L埈�韏�ퟢ�ퟏ�ퟡ�ퟏ�埇�埪��០�ퟢ� �韵� 埜�ퟏ�៴�埔�埪� 48 6.2 Ó埜�韵�០� 埜�埈�韏�ퟢ�ퟏ�ퟡ�ퟏ�埇�埪�៴�埈�韵� 50 6.3 M埪�៴�埈�埈�韵�៴�ퟡ�០�០� 埪�ퟢ�韵�埈�韵�៴�埈�ퟏ�埈�埪� / 埇�០�៴�埈�韵�ퟢ�埈�០�埈� 52 7. PERFURATRIZES ROTATIVAS 53 7.1 P韵�ퟢ�ퟡ�埈�ퟢ�埪�ퟡ�០�០� 埪�០�ퟢ� 埇�០�ퟢ�埈�韵� 56 7.2 P韵�ퟢ�ퟡ�埈�ퟢ�埪�ퟡ�០�០� 埪�០�ퟢ� 埪�韏�ퟢ�埪�埈�០�០� 56 7.3 P韵�ퟢ�ퟡ�埈�ퟢ�埪�ퟡ�០�០� 埪�០�ퟢ� �埈�韵�韏�ퟢ�埪� – Rퟕ�ퟑ�ퟑ�埈�埔� ퟓ�埈�韓�韓�埈�埐� , 埈�埈�埪��埪�埈� 韵�ៅ� 埪�韵�埈�ퟢ�៑�埜�韵�០�. 57 7.4 P韵�ퟢ�ퟡ�埈�ퟢ�埪�埈�ퟢ�ퟏ�៥� �韵� P埜�韵�៴�埪� S韵�埇�ퟡ�០�០� 59 7.4.1 V埪�៴�埈�埪�埃�韵�៴�埈� �០� Sퟏ�埈�埈�韵�ៅ�埪� 60 7.4.2 D韵�埈�埈�埪�៴�埈�埪�埃�韵�ៅ� �០� 埈�ퟏ�埈�埈�韵�ៅ�埪� 61 7.5 R埪�ퟏ�埈�韵� B០�ퟢ�ퟏ�៴�埃� 61 7.5.1 A埪�埜�ퟏ�埇�埪�ퟡ��韵�埈� 62 7.5.2 E�埈�ퟏ�埪�埪�ៅ�韵�៴�埈�០� �韵� P韵�ퟢ�ퟡ�埈�ퟢ�埪�ퟡ�០�០� R埪�ퟏ�埈�韵� B០�ퟢ�ퟏ�៴�埃� 63 7.6 B០�埈�埔�០�埜�韵� Dퟢ�ퟏ�埜�埜� 66 8. PERFURATRIZES ROTATIVOPERCUSSIVAS 66 8.1 FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO ROTOPERCUSSIVA 67 8.2 PERFURATRIZES DE FURO BAIXO ( DOWN THE HOLE OU IN THE HOLE ) 70 8.2.1 V埪�៴�埈�埪�埃�韵�៴�埈� 72 8.2.2 D韵�埈�埈�埪�៴�埈�埪�埃�韵�៴�埈� 72 8.3 PERFURAÇÃO DE PASSO ÚNICO 73 9. DRONES, PERFURATRIZES e DETERMINAÇÃO 73 9.1 DRONES SUBSTITUEM O ROD MAN 74 9.2 PERFURAÇÃO DE BAIXO IMPACTO 75 9.3 PROVENDO QUALIDADE DE INFORMAÇÃO 76 10. SISTEMAS DE AVANÇO 78 10.1A埈�埪�៴�ퟡ�០� 埪�៴�韵�埈�ៅ�០�埈�ퟏ�埇�០� 79 10.2A埈�埪�៴�ퟡ�០�埈� �韵� 埇�០�ퟢ�ퟢ�韵�៴�埈�韵� 81 6 10.3A埈�埪�៴�ퟡ�០� �韵� 埪�埪�ퟢ�埪�ퟡ�埈�埈�០� 83 11. PROCESSO DE SELEÇÃO PARA O MÉTODO DE PERFURAÇÃO 84 12. LOCOMOÇÃO 86 12.1 TAMANHO DAS PERFURATRIZES: 87 12.2 PRODUÇÃO HORÁRIA DA PERFURAÇÃO 90 13. Bퟢ�០�埇�埪� I៴�埈�韵�埃�ퟢ�埪�埜� 91 12.1 BROCAS PERCUSSIVAS (BROCA INTEGRAL) VERSUS BROCAS HIDRÁULICAS 96 13. EQUIPAMENTO SECCIONADO 97 13.1 ROSCAS 98 13.2 LUVAS: 10 1 13.3 PUNHOS 101 13.4 COROAS 102 13.4.1. PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE UMA COROA 103 13.4.2. BIT 104 13.4.2.1. Bퟏ�埈� �韵� ퟏ�៴�埈�韵�ퟢ�埈�០� 104 13.4.2.2. Bퟏ�埈� �韵� B០�埈��韵�埈� 105 13.4.2.3. BIT HD 105 13.4.2.4. BIT EXTRA HD (XHD) 106 13.4.2.5. BIT RETRAC 106 13.4.2.6. BIT COM FACE PLANA 107 13.4.2.7. BIT COM FACE CÔNCAVA 107 13.4.2.8. FACE CÔNCAVA COM CENTRO REBAIXADO (“DROPCENTRE”) 108 14 HASTES 109 15. CUIDADOS ESPECIAIS 121 16 ACESSÓRIOS 121 7 16.1 ACESSÓRIOS DE VERIFICAÇÃO: 122 16.2 ACESSÓRIOS DE AFIAÇÃO E RECONDICIONAMENTO: 125 17. DESGASTE DO CARBONETO DE TUNGSTÊNIO 17.1 D韵�埈�埃�埪�埈�埈�韵� Fퟢ�០�៴�埈�埪�埜� 126 17.2. D韵�埈�埃�埪�埈�埈�韵� L埪�埈�韵�ퟢ�埪�埜� 12 7 17.3 D韵�埈�埃�埪�埈�埈�韵� P韵�埜�韵� �韵� C០�韏�ퟢ�埪� 128 17.4. Aퟡ�ퟏ�埪�ퟡ�០�០� �韵� Bퟏ�埈�埈� – I៴�埈�埈�ퟢ�埈�ퟡ��韵�埈� 129 17.5. I៴�埈�韵�ퟢ�埈�埪�埜�០�埈� �韵� R韵�埪�ퟡ�ퟏ�埪�ퟡ�០�០� 130 17.6 R០�埈�ퟏ�៴�埪�埈� �韵� 埪�ퟡ�ퟏ�埪�ퟡ�០�០� 132 17.6.1 Aퟡ�ퟏ�埪�ퟡ�០�០� �韵� 韏�ퟢ�០�埇�埪�埈� I៴�埈�韵�埃�ퟢ�埪�ퟏ�埈� 132 17.6.2 Aퟡ�ퟏ�埪�ퟡ�០�០� �韵� 埪�埪�埈�埈�ퟏ�埜�埔�埪�埈� 韵�ៅ� X ០�埈� 韵�ៅ� Cퟢ�埈�៥� 133 17.6.3 Aퟡ�ퟏ�埪�ퟡ�០�០� �韵� Bퟏ�埈�埈� “B០�埈��韵�埈�” 135 17.7 C០�ퟢ�埈�韵� 韵� U埈�ퟏ�៴�埪�埃�韵�ៅ� – H埪�埈�埈�韵� R០�埈�埇�埪� D埈�埪�埜�埪� – I៴�埈�埈�ퟢ�埈�ퟡ��韵�埈� 137 18 C埪�ퟢ�埪�埇�埈�韵�ퟢ�埈�埈�埈�ퟏ�埇�埪�埈� �埪�埈� R០�埇�埔�埪�埈� 138 18.1 ퟢ�០�埇�埔�埪�埈� 埈�埃�៴�韵�埪�埈� 138 18.2 R០�埇�埔�埪�埈� S韵��ퟏ�ៅ�韵�៴�埈�埪�ퟢ�韵�埈� 138 18.3 R០�埇�埔�埪�埈� M韵�埈�埪�ៅ�៑�ퟢ�ퟡ�ퟏ�埇�埪�埈� 139 18.4 PROPRIEDADES DAS ROCHAS 140 18.4.1 D埈�ퟢ�韵�៥�埪� 141 18.4.2T韵�៴�埪�埇�ퟏ��埪��韵� 142 18.4.3 A韏�ퟢ�埪�埈�ퟏ�埈�ퟏ��埪��韵� 142 18.4.4 T韵�埈�埈�埈�ퟢ�埪� 142 18.4.5 E埈�埈�ퟢ�埈�埈�埈�ퟢ�埪� 142 18.5 C埪�ퟢ�埪�埇�埈�韵�ퟢ�埈�埈�埈�ퟏ�埇�埪�埈� �韵� �埈�韵�韏�ퟢ�埪� 143 19 AVALIAÇÕES DOS INDICES DE PERFURAÇÃO DAS ROCHAS 143 19.1 Í៴��ퟏ�埇�韵� �韵� T埪�埈�埪� �韵� 埪�韵�ퟢ�ퟡ�埈�ퟢ�埪�ퟡ�០�០� (DRI). 14 4 19.2 Í៴��ퟏ�埇�韵� �韵� ퟡ�ퟢ�埪�埃�ퟏ�埜�ퟏ��埪��韵� – S 14 4 19.2.1 Í៴��ퟏ�埇�韵� J (Sퟏ�韵�埈�韵�ퟢ�埈�) 14 6 20 TAXA DE PENETRAÇÃO 14 8 8 21 Í៴��ퟏ�埇�韵� �韵� D韵�埈�埃�埪�埈�埈�韵� �韵� Bퟏ�埈�埈� – IBD 150 22 MECANISMO DE QUEBRA DA ROCHA. 152 22.1 INFLUÊNCIA DA GEOLOGIA NA PERFURAÇÃO DE ROCHAS 155 22.2 O CONCEITO DE PERFURABILIDADE 160 22.3 A埈�埪�埜�ퟏ�埪�ퟡ�០�០� �埪� P韵�ퟢ�ퟡ�埈�ퟢ�埪�韏�ퟏ�埜�ퟏ��埪��韵� 160 22.4 I៴�ퟡ�埜�埈�ퟡ�៴�埇�ퟏ�埪� �埪� D埈�ퟢ�韵�៥�埪� 韵� A韏�ퟢ�埪�埈�ퟏ�埈�ퟏ��埪��韵� ៴�埪� P韵�ퟢ�ퟡ�埈�ퟢ�埪�韏�ퟏ�埜�ퟏ��埪��韵� �埪�埈� R០�埇�埔�埪�埈� 162 22.5 INFLUÊNCIA DA TEXTURA E DA GEOLOGIA ESTRUTURAL NA PERFURABILIDADE DAS ROCHAS 163 22.6 RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO E ENERGIA ESPECÍFICA COMO CRITÉRIO DE PERFURABILIDADE DAS ROCHAS 165 23 D韵�埈�埈�ퟏ�០�埈� ៴�埪� P韵�ퟢ�ퟡ�埈�ퟢ�埪�ퟡ�០�០� 167 24 C០�埜�韵�埈�០�ퟢ��韵� 埪�៑� 埪�埪�ퟢ�埪� P韵�ퟢ�ퟡ�埈�ퟢ�埪�埈�ퟢ�ퟏ�៥� 170 25 CUSTO DE PERFURAÇÃO 173 25.1 C埈�埈�埈�០�埈� ퟏ�៴��ퟏ�ퟢ�韵�埈�០�埈�: 173 25.2 C埈�埈�埈�០�埈� �ퟏ�ퟢ�韵�埈�០�埈�: 174 25.2.1 Aៅ�០�ퟢ�埈�ퟏ�៥�埪�ퟡ�០�០� 174 25.2.2 Eៅ�埪�ퟢ�ퟡ�埈�埈�ퟏ�ៅ�០�, ퟏ�ៅ�埪�០�埈�埈�០�埈� 韵� 埈�韵�埃�埈�ퟢ�០�埈� 174 25.2.3 C埈�埈�埈�០�埈� �韵� ៅ�埪�៴�埈�埈�韵�៴�ퟡ�០�០� 175 25.2.4 C埈�埈�埈�០�埈� �韵� ៅ�០�០� �韵� ០�韏�ퟢ�埪� 175 25.2.5 E៴�韵�ퟢ�埃�ퟏ�埪� 175 25.2.6 C埈�埈�埈�០�埈� 埇�០�ៅ� 埜�埈�韏�ퟢ�ퟏ�ퟡ�ퟏ�埇�埪�៴�埈�韵�埈� 175 25.2.7 C埈�埈�埈�០� 埇�០�ៅ� 韏�ퟢ�០�埇�埪�埈� 175 25.3 A ퟏ�ៅ�埪�០�ퟢ�埈�០�៴�埇�ퟏ�埪� �埪� 埈�埪�埈�埪� �韵� 埪�韵�៴�韵�埈�ퟢ�埪�ퟡ�០�០� ៴�០� 埇�埈�埈�埈�០� 埈�០�埈�埪�埜� �韵� 埪�韵�ퟢ�ퟡ�埈�ퟢ�埪�ퟡ�០�០� 176 26 TENDÊNCIAS 177 27 BASE PARA PERFURARAÇÃO DE BANCADA 181 27.1 FATORES QUE AFETAM A BANCADA PERFURAÇÃO 182 27.1.1 DIÂMETRO DO FURO 182 9 27.1.2 ALTURA �埪� BANCADA 182 27.1.3 FRAGMENTAÇÃO 183 27.1.4 CONDIÇÕES DE TERRENO 183 27.1.5 RESTRIÇÕES AMBIENTAIS 184 27.2 TERMINOLOGIAS USADAS EM MODELO DE PERFURAÇÃO 184 27.2.1 DIÂMETRO DA PERFURAÇÃO 185 27.2.2 ALTURA DA BANCADA E O COMPRIMENTO DA PERFURAÇÃO 188 27.3 AFASTAMENTO E ESPAÇAMENTO 192 27.3.1 Aퟡ�埪�埈�埈�埪�ៅ�韵�៴�埈�០� 192 27.3.2 E埈�埪�埪�ퟡ�埪�ៅ�韵�៴�埈�០� 195 27.3.3 EFICIÊNCIA DO MODELO DE PERFURAÇÃO 196 27.4 INCLINAÇÃO DOS FUROS 197 27.4.1 ALINHAMENTO DO FURO 198 27.4.2 C០�៴��ퟏ�ퟡ��韵�埈� �០� 埈�韵�ퟢ�ퟢ�韵�៴�០� �韵� 埈�ퟢ�埪�韏�埪�埜�埔�០� 199 27.5 MODELO GEOMÉTRICO DO FURO 199 MODELO PADRÃO PARA PERFURAR BANCADA PARA DETONAR. 200 27.5.1 H埪�韏�ퟏ�埜�ퟏ��埪��韵� �韵� D韵�埈�០�៴�埪�ퟡ�០�០� (B埜�埪�埈�埈�埪�韏�ퟏ�埜�ퟏ�埈�៑�) �埪� R០�埇�埔�埪� 201 27.5.2 Aퟡ�埪�埈�埈�埪�ៅ�韵�៴�埈�០� 韵� E埈�埪�埪�ퟡ�埪�ៅ�韵�៴�埈�០� 201 27.5.3 S埈�韏�埪�韵�ퟢ�ퟡ�埈�ퟢ�埪�ퟡ�០�០� (S埈�韏��ퟢ�ퟏ�埜�埜�ퟏ�៴�埃�) 202 27.5.4 I៴�埇�埜�ퟏ�៴�埪�ퟡ�០�០� �០� F埈�ퟢ�០� 202 27.5.5 M០��韵�埜�០�埈� 埪�埪�ퟢ�埪� 韏�埈�ퟢ�埪�埇�០�埈� 埈�韵�ퟢ�埈�ퟏ�埇�埪�ퟏ�埈� 203 27.5.6 M០��韵�埜�០�埈� �韵� P韵�ퟢ�ퟡ�埈�ퟢ�埪�ퟡ�០�០� 埪�埪�ퟢ�埪� D韵�埈�០�៴�埪�ퟡ�០�០� �韵� B埪�៴�埇�埪��埪�埈� 203 28 FOTOS: 207 28.1 P韵�ퟢ�ퟡ�埈�ퟢ�埪�埈�ퟢ�ퟏ�៥�韵�埈� S埈�韏�埈�韵�ퟢ�ퟢ�០�៴�韵�埪�埈� 207 28.2 PERFURATRIZES PARA CÉU ABERTO 211 28.3 C០�ៅ�埪�០�៴�韵�៴�埈�韵�埈� �埪�埈� P韵�ퟢ�ퟡ�埈�ퟢ�埪�埈�ퟢ�ퟏ�៥�韵�埈� 215 29 ANEXOS 219 29.1 Mퟡ�埈�០��០� 韩� 埪�韵�ퟢ�埇�埈�埈�埈�០�០� 韵� R០�埈�០� P៴�韵�埈�ៅ�០�埈�ퟏ�埇�០� 219 29.2. Mퟡ�埈�០��០� R០�埈�埪�埈�ퟏ�埈�០� 埇�០�ៅ� Cퟏ�ퟢ�埇�埈�埜�埪�ퟡ�០�០� Dퟏ�ퟢ�韵�埈�埪� 韵� Cퟏ�ퟢ�埇�埈�埜�埪�ퟡ�០�០� R韵�埈�韵�ퟢ�埈�埪� 220 10 1. PERFURAÇÃO EM ROCHA 1.1 – INTRODUÇÃO Normalmente em mineração, as rochas são quebradas por perfurações e explosões. Com exceção em extração de rochas já dimensionadas, perfuração e explosão são necessárias para a grande maioria das minerações. Apenas as rochas menos competentes e fracamente consolidadas ou intemperizadas, podem ser retiradas sem o auxílio de detonações, para isso se utilizam de escavadeiras mecânicas ou ocasionalmente por jato hidráulico ou outro meio de desmonte mecânico. A perfuração é também aplicada durante a exploração para obtenção de testemunhos de sondagens, para drenagem, estabilidade do maciço rochoso através da colocação de tirantes e testes de fundação e outras aplicações. Esta apostila é direcionada para a aplicação da perfuração em mineração. 11 Uma gama de variedades de materiais geológicos pode ser encontrada na perfuração, mas se eles são minérios ou rejeitos, isso não importa, pois a mesma broca pode ser usada tanto para o minério como para o estéril, mas diferentes métodos de perfuração poderão ser utilizados em uma mineração para diferentes formações geológicas. 1.2 – HISTÓRIA DA PERFURAÇÃO Inicialmente, a perfuração em rocha era efetuada com o objetivo de obter blocos de pedra para obras públicas. Para isso utilizavamse pedras mais duras (Sílex, etc.) que se friccionavam sobre pedras mais brandas (calcários, arenitos, etc.). Para que isso ocorresse, eram confeccionadas pedras com formatos especiais ou por vezes empregavamse chifres de animais ou qualquer outro objeto que possuísse dureza suficiente. Com a descoberta dos metais, começou a trabalhar os minérios que continham cobre e, posteriormente, o ferro. As ferramentas de metal permitem a realização de furos, onde posteriormente se aplicava uma cunha, possibilitando que um bloco fosse rapidamente destacado do maciço. Para uma melhor orientação, voltando no tempo e indo diretamente para as minas antigas, onde a perfuração de rocha era realizada por meio de ferramentas de ferro. Utilizavase um tipo de ponteiro que era golpeado contra a rocha, por meios de uma marreta e girando a cada golpe, o fazia penetrar na rocha. Este processo chamado de “Barra Mina”, ainda é usado em algumas partes do mundo. Nesta época já tinha a noção do sistema de percussão (bater) e rotação (girar) para possibilitar a furação e melhorar o rendimento. Com a evolução industrial, a técnica de mineração não poderia ficar para trás; portanto, a tecnologia de perfuração 12 teve que acompanhar o ritmo, o que exigiu grandes mudanças no sistema de perfuração de rochas. As minerações eram operadas de forma semelhante, mais não exigiam obtenção de blocos regulares. Dessa forma, passou a utilizar ferramentas apropriadas, como pás, picaretas, picões, etc. Da necessidade de grande produção resultou a introdução do rompimento do maciço rochoso pôr meio de aquecimento pelo fogo. Esta perdurou pôr muito tempo, mesmo após o advento da pólvora. A pólvora negra introduziu grandes alterações na mineração. A pólvora foi substituída pôr dinamite e, posteriormente, surgiram o nitrato de amônia e outros compostos explosivos. Figura 1 : Abertura de um túnel em rocha, em 1850 (Ref.: Graham West). A mão do homem foi gradativamente substituída pela máquina; introduziramse as perfuratrizes, aperfeiçoaramse as brocas, chegaram, finalmente, à introdução da ponta de carboneto de tungstênio, que se pode considerar como a maior revolução neste sentido, nas últimas décadas. 13 2. SURGIMENTO DA PERFURATRIZ Aos poucos, ferramentas rudimentares foram sendo substituídas por máquinas. As primeiras perfuratrizes de rochas surgiram no início do século XIX e, a princípio, usavam como fonte de energia o vapor, até então a forma comum de energia. Devido a problemas intrínsecos a este tipo de máquina, a barra de perfuração, que mais tarde se chamariade broca de mineração, era ligada solidamente ao pistão. Este, em seu movimento recíproco, arrastava consigo a broca, que golpeava a rocha em seu movimento descendente. O sistema de rotação era, a princípio, manual, passandose mais tarde a empregar dispositivos mecânicos. A mais antiga perfuratriz que se conhece data de 1838 (Michigan), tendo sido inventada por Singer, (mais tarde ele se dedicou à invenção da máquina de costura). A partir desta, várias pessoas dedicadas ao setor de mineração e estudiosas do assunto, começaram a desenvolver novos tipos de perfuratrizes, procurando tornálas sempre mais mecanizadas e produtivas. Era movida a vapor, e o pistão e a broca eram solidamente ligados. Permitia unicamente perfurações verticais, pôr gravidade, pois o pistão levantava o conjunto e o golpe era dado pelo peso próprio da queda do conjunto. Em 1849, Couch patenteou uma perfuratriz a vapor, a primeira perfuratriz com válvula automática. Sua operação era independente da gravidade e tinha rotação própria. Pesava um total de 5 toneladas. Em 1851, Fowle construiu a primeira perfuratriz com linguetas para a rotação. A patente de Fowle foi posteriormente, comprada por Burleigh, que fundou assim a primeira fábrica de perfuratrizes de que se tem notícia. Surgiram então as primeiras perfuratrizes a ar comprimido, que acabaram por substituir totalmente as movidas a vapor. Em 1851, Cave, na França, construiu uma 14 perfuratriz que funcionava tanto a vapor como a ar comprimido (possivelmente, a primeira perfuratriz a ar comprimido) que, no entanto ainda tinha comando manual da válvula e da rotação. As primeiras perfuratrizes movidas a ar comprimido, que se podem considerar como bem sucedidas em operação, foram construídas para esta obra pelo engenheirochefe Germain Sommeiller, sendo posta em operação em fins do verão de 1861. Estas máquinas a vapor e as primeiras pneumáticas eram pesadas e exigiam mais de dois homens para operálas. Podemos dizer que a maior contribuição técnica dada às perfuratrizes se deve a LEYNER em 1897. Ele introduziu o sistema de limpeza do furo a ar comprimido e a água (minas subterrâneas), rotação por eixo de catraca, lubrificação automática e válvula de regulagem. Devese a ele a primeira perfuratriz operada por um só homem. Foi uma longa caminhada de cerca de 50 anos, até que se logrou uma máquina semelhante às de hoje, isto é, até que se conseguiu desligar a broca do pistão, diminuindo dessa forma o efeito nocivo das massas mortas e aumentado o rendimento das máquinas. No entanto, foi uma caminhada produtiva, que permitiu à SAUNDERS afirmar, em 1889: “Há na perfuratriz de rocha mais invenções, pôr volume e peso, do que em qualquer outra máquina de igual importância”. Esta afirmativa permanece até os dias atuais. Com o avanço da civilização, conceitos técnicos foram desenvolvidos com novas filosofias de trabalho e novos equipamentos surgiram: Motores pneumáticos (radiais de pistões; de palhetas; de Engrenagens), Perfuratrizes maiores para furos mais profundos, maiores diâmetros ou especiais. Em sequência surgiram as perfuratrizes com rotação independente, que possibilitava mesclar a rotação com o impacto, de acordo com o tipo de rocha. A 15 perfuratriz com giro independente, gira o aço (haste) com o motor externo e o mecanismo interno (pistão) gera o impacto. Com a evolução do sistema, grandes perfuratrizes foram fabricadas. Voltando à história do desenvolvimento das Perfuratrizes chegando aos anos 60, quando a força hidráulica começou a ser usada nos equipamentos de perfuração. A Gardner Denver , firma americana foi a pioneira a lançar uma Perfuratriz de rocha totalmente hidráulica. Problemas vários obrigaram a Gardner Denver a abandonar o projeto. Na década de 80, finlandeses, suecos e americanos voltaram com novas ideias e foi lançando no mercado uma série de equipamentos. Perfuratrizes e Rompedores foram colocados no mercado com vantagens e desvantagens sobre os similares pneumáticos. É comum na maioria das operações das minas descuidos e ausência de bons procedimentos na execução da perfuração de rochas. Muitas vezes, é considerado como um processo não relevante dentro da lavra da mina. Esta prática reflete na qualidade e custo da mineração, uma vez que a perfuração é o início do processo de lavra e de fundamental importância para as etapas subsequentes: detonação, carregamento, transporte e britagem. (JUAREZ) Podemos citar como alguns exemplos de processos de corte de pedra e abertura de fogos; o choque de chama muito forte (Jet piercing) e sua variante, o plasma Jet , o ultrassom , a vibração , o choque elétrico , o jato de água e outros. Alguns ainda incipientes outros já utilizados comercialmente. 2.1 PERFURAÇAO POR VIBRAÇAO As perfuratrizes comuns apresentam uma vibração, na faixa de 5 a 100 cps. Experiência tem sido feita na desagregação de rochas, dentro da faixa, de 100 a 16 20.000 cps. Utilizase, para tal, material elétrico ou magnetoestritivo que aumenta e diminui de tamanho duas vezes durante um ciclo completo de um impulso elétrico ou magnético. Assim, um campo de 1000 cps produz 2.000 pulsações. O conjunto fica montado fixamente em seus pontos nodulares (quartos de comprimento de onda) para evitar interferência de outras vibrações. A vibração do elemento extrativo é ampliada por um concentrador cônico e a ampliação está na razão direta das diferenças de área do contato com o elemento, de um lado, e da ponta perfurante, do outro. Conseguese desta forma, em quartzitos, a velocidade de 5 cm/min (20.000 cps; 500 w). Estes resultados são considerados insatisfatórios e este método, possivelmente, se restringirá à perfuração em pequena escala, em materiais extremamente duros, como cerâmicas e diamantes. Outra forma, mais positiva, está sendo testada em perfuratrizes de rotação onde se coloca um elemento magnetoestritivo, atrás da coroa (1001.000 cps), conseguido, assim, energia adicional na perfuração e maior penetração.2.2 PERFURAÇÃO POR JATO D’ÁGUA Tratase de um processo que tem por finalidade evitar as desvantagens do sistema convencional de injeção do abrasivo. Neste método, o abrasivo é injetado entre a bomba e o injetor, diretamente na corrente de água de alta pressão. Há algum tempo estáse utilizando jato de água a grandes pressões, para corte de camadas de minério brando, principalmente carvão. Para que o método funcione, a camada de minério deve ter inclinação e espessura adequadas. Em condições favoráveis, este método rivaliza com os convencionais. O limite físico para uma operação manual de um bico de mangueira, além do qual o operador não mais 17 consegue segurala. Está em fluxo de 40 gal/min a 4.000 psi. Acima destes dados, terá de ser utilizado um dispositivo mecânico e que encarecera o sistema. As pressões requeridas para um corte efetivo do material baixaram significativamente. As baixas pressões reduzem a degradação das partículas do abrasivo durante o impacto e com os abrasivos certos, é possível recuperação de cerca de 90% do material, que pode ser recirculado reduzindo os custos operativos. Outra vantagem das baixas pressões diz respeito à possibilidade de utilização de bombas comuns e recuperação de água via decantação. 2.3 PERFURAÇÃO POR JATO QUENTE (MÉTODO TÉRMICO DE PENETRAÇÃO) Tal método consiste em apontar um jato quente para a superfície de uma rocha, a fim de criar tensões térmicas que proporcionam a fratura da mesma em pequenos estilhaços, retirando a camada superficial da rocha continuamente e produzindo uma perfuração, a rocha é fragmentada ou lascada, como resultado da expansão diferencial dos minerais constituintes de uma rocha que é termicamente induzida. Dependendo das características físicas dos materiais de certas rochas e com o acúmulo de tensões térmicas geradas pelo jato quente, pequenas falhas no interior da rocha podem se propagar em trincas desencadeando no processo de descamação da rocha em pequenos estilhaços. Este método de perfuração tem grande eficiência em rochas mais duras como granito ou quartzo, onde as taxas de penetração são mais altas se comparadas com as taxas obtidas por métodos convencionais. A fonte de calor para aquecimento da rocha pode ser elétrica (feixe de elétrons) e química (combustão). O primeiro caso, o acúmulo dos estilhaços ocasionado na descamação da rocha, tende a 18 obstruir a superfície desta, prejudicando a continuidade do processo. Já no segundo, os jatos de gases quentes, gerado pela combustão, são mais eficientes por gerar altos fluxos de calor e também retirar os estilhaços da perfuração para fora do local (este fenômeno é auxiliado pela movimentação do jato, resultado pelas altas velocidades ocorridas no processo). Poucos Jets Piercing (Plasma Jet) estão em operação. Um dos principais problemas com esse sistema tem sido o elevado custo do oxigênio e óleo combustível que tem ajudado a tornar o mesmo não atraente, além do mais incluem a dificuldade de fornecimento de fluidos de processo e o perfil de algumas rochas serem irregulares, Com todos estes inconvenientes, este processo de perfuração tem diminuído bastante a sua popularidade nos últimos anos devido ao aumento da versatilidade e penetrabilidade das novas brocas. Figura 2 : Jets Piercing. 19 2.4 PERFURAÇÃO QUÍMICA Ataque químico ou através da reação química, pode ser mais atraente na forma de acessório ao invés de um meio principal de penetração. Aditivos ao fluido de perfuração (amaciantes) tem demonstrado alguma melhoria na taxa de penetração na perfuração convencional. 2.5 PERFURAÇÃO A LASER A Vale em parceria com a PUCRio e a UTFPR, sob coordenação do professor Arthur Martins Braga (Departamento de Engenharia Mecânica da PUCRio), trabalha no desenvolvimento de um sistema a laser aplicado na perfuração de rochas. O projeto “Sistema a Laser para Perfuração de Rochas” iniciou no fim de 2008 realizando estudos experimentais e teóricos, fornecendo condições desse sistema em relação aos parâmetros de operação do laser e sua interação com a rocha. Visa também à integração de um sistema online de monitoramento das propriedades geometalúrgicas e geomecânicas do maciço. 20 Figura 3a: Sistema a Laser de Perfuração. Revelaramse possíveis vantagens comparadas aos métodos tradicionais, como: ▪ Aumentos da eficiência de perfuração; ▪ Redução no número de partes mecânicas móveis presentes na perfuratriz; ▪ Capacidade de perfurar diferentes materiais (rochas, metais, etc.); ▪ Redução nos custos com manutenção; ▪ Diminuição dos riscos de movimentação tectônica por não haver contato entre a broca óptica e a rocha. Só foi desenvolvido o equipamento de laboratório. O foco era à interação do laser com a rocha, questões térmicas que promovem a perfuração e as ondas adequadas para cada minério. O processo utilizado foi a espalação (spallation), que é a fissão 21 nuclear que ocorre quando um átomo é desintegrado pelo impacto de uma partícula altamente energética, a quebra é realizada por uma tensão térmica localizada, expandindo a rocha. Figura 3b: A profundidade de perfuração e as restrições de ondas são dificuldades enfrentadas. A espalação cria um impulso de tensão compressiva, quando se propaga descasca um filme fino e reflete como onda de tensão na fronteira livre. Este impulso tem duração de 3 a 8 nanosegundos e a magnitude varia de acordo com a fluência do laser. Esta técnica é adequada à espalação de filme ultrafinos (≤ 1µm de espessura) devido à ausência de contato físico na aplicação da carga. O protótipo possui diâmetro de meia polegada e tem consumo médio de 10 kW. A taxa de penetração varia com a rocha, mas leva poucos segundos para realizar um furo de 25 mm x 10 mm de diâmetro. O tempo é diretamente proporcional à profundidade. A rocha é retirada por injeção de gás ou líquido, mas a grande dificuldade está em definir o comprimento de onda para não se perder a intensidade na interação com o material22 injetado. O valor do investimento para uma mineradora utilizar um equipamento a laser seria maior que um equipamento tradicional, mas seria compensado pelo custo benefício devido ao maior tempo de utilização do laser, menor manutenção e custo operacional. A primeira vantagem do sistema a laser é a taxa de perfuração, visto ainda a falta de necessidade de brocas específicas para diferentes rochas, o tempo é reduzido pelo ajuste do comprimento de onda, além de ter mais precisão na geometria do furo. A grande dificuldade no momento é a relação profundidade e restrições de transmissão de ondas com alta potência por longas distâncias através de fibras óticas, podendo ser um limitador de penetração. Outra dificuldade é a necessidade do fluido utilizado ser invisível para o comprimento de onda determinado para o minério, o ajuste da cor do laser precisa ser compatível com o fluido e a rocha. Outro projeto está sendo realizado pela Foro Energy, que mistura broca e laser para utilização na indústria petrolífera. Há outro trabalho similar a partir de um spinoff entre a PUCRio e a Petrobras voltados a poços de petróleo no Brasil. 3. EQUIPAMENTOS DE PERFURAÇÃO O modo mais comum de efetuar um furo numa rocha é golpear a rocha com uma barra de ferro e rodála entre dois golpes sucessivos. Este procedimento é usado até hoje em alguns lugares na extração rudimentar de pedras, foi aperfeiçoada pelo homem para construir as máquinas que recebem o nome de “perfuratrizes de rochas”. Os diâmetros das perfurações para a escavação de maciços variam no Brasil, no que diz respeito à Engenharia Civil, normalmente 7/8’’ a 4’’ (22 mm a 100 mm). As profundidades das perfurações variam em função da rocha e do equipamento disponível, mas são raras as perfurações além de 30m, ficando a média entre 4 a 18 m. A perfuratriz é um equipamento específico utilizado para fazer furos a distâncias prédeterminadas, em diâmetros que variam de 22 mm a 150 mm em média. Nas 23 grandes minerações os diâmetros dos furos podem atingir 225 mm ou mais. Na perfuratriz é introduzida a broca, que é uma haste metálica que possui na extremidade materiais muito duros, chamados pastilha, que escava a rocha, perfurando. A perfuratriz manual transmite movimento de percussão e rotação à haste, mas é a pastilha quem executará a escavação da rocha. Sendo constituída de material mais duro que a rocha, recebe e transmite os golpes e vai gradualmente furandoa. Figura 4: Carretas de perfuração pw 5000. Entendase por perfuração de rocha, o perfeito sincronismo de quatro movimentos: impacto ou percussão , rotação , avanço e limpeza : Impacto ou percussão sua função é de provocar o cisalhamento no material a ser perfurado (rocha ou refratário). O impacto ou percussão é gerado pelo movimento 24 do pistão, e é transmitido pelo punho para as hastes para a coroa e para o material que está sendo perfurado. Rotação sua função é reposicionar as pastilhas da coroa, cobrindo toda a área do furo. A rotação é feita através de motores e redutores. Avanço tem como função manter as ferramentas constantemente em contato com a rocha ou refratário, evitandose assim a flutuação das hastes (aço). Uma perfuratriz pneumática trabalha normalmente com 23 a 27 libras de pressão de avanço. Limpeza tem como finalidade manter o furo limpo. Furo com detritos prejudica a perfuração, quanto mais limpo o furo maior a velocidade de penetração. 4. CLASISIFICAÇÃO DAS PERFURATRIZES Figura 5 As perfuratrizes utilizadas na perfuração de rochas classificamse em: − Perfuratrizes Percussivas; − Perfuratrizes Rotativas; 25 Figura 6 : Representação esquemática da perfuratriz rotativa. Fonte: IngersollRand, 1999. − Perfuratrizes RotativasPercussivas; Figura 7: Representação esquemática da perfuratriz percussiva. Fonte: IngersollRand, 1999. − Perfuratrizes de FuroBaixo. 26 Figura 8: Representação esquemática da perfuratriz percussiva. Fonte: IngersollRand, 1999. 4.1 Perfuratrizes Percussivas São aquelas que produzem o trabalho manual de perfuração de rocha. Um homem golpeava o ponteiro de ponta achatada, semelhante a uma talhadeira. Outro homem segurava o ponteiro, e a cada golpe girava o ponteiro de um pequeno arco de círculo. Cada golpe causava um corte na rocha, e a rotação, após cada golpe, permitia o corte completo do círculo e o avanço da perfuração. A perfuratriz percussiva reproduz esses movimentos. Embora chamada apenas percussiva, ele, na realidade, produz um giro na broca, imediatamente após cada golpe. Esse giro sempre de um pequeno arco de círculo é, portanto, descontínuo. Desta maneira reproduz as perfurações manuais, caracterizadas por outros tipos. 4.1.1. Churndrills Caracterizamse pela construção solidária da ponta percussora e do mecanismo de percussão. 27 4.1.2. Cable Churndrills Possuem um peso, preso a um cabo, e os golpes são produzidos pela suspensão e respectivo golpe por gravidade do peso. Os furos têm um diâmetro de 90 a 300 mm e se conseguem profundidades de até 500 m ou mais. Procurar fig 4.1.3. Pneumatic Churndrills Semelhantes às anteriores. O golpe é auxiliado por um pistão pneumático. Tem, por isso, mais potência que as anteriores, permitindo seu uso em rochas duras. São de custo elevado, necessitando, portanto, de pleno aproveitamento. Permitem fazer furos de 140 a 200 mm, à profundidade de 20 a 30 m. 4.1.4. Marteletes Caracterizamse pela construção separada da ponta percussora e do pistão. Marteletes movidos a ar comprimido (são os mais utilizados). 4.1.4.1. Marteletes Manuais Apesar da perfuração mecanizada em certa medida vem efetuando perfuração com diâmetros pequenos e menos importantes, sempre haverá operações onde as perfuratrizes manuais são mais adequadas ou certamente o único método a ser usado. As condições preferenciais de perfuração para furos pequenos são: Pequenos furos (22...34mm); Baixa altura da bancada (menor do que 6 m); Trabalhos pequenos onde a quantidade de furos é ínfima; Trabalhos ou parte dos trabalhos em condições de terreno difíceis. 28 Perfuratrizes manuais são projetadas para furos de pequenos diâmetros ou furos rasos. Devido ao tempo necessário para executar um furo e devido à baixa potência e pressão, esta perfuratriz é usada apenas quando o uso de equipamentos maiores é inviável ou impraticável. Na perfuratriz manual a pressão contra a rocha aumenta devido ao peso do operador ou um peso extra para perfurar a rocha, quadro abaixo. Faixa de diâmetro do furo 25......45mm (7/8”.....1 3/4 ”) Broca de aço integral 19......25mm (3/4”......1”) Profundidade do furo Até 6.400 mm Peso da perfuratriz 10......30kg Taxa de perfuração* 0,15......0,25m/min *Para um furo com 35mm de diâmetro em um granito de médio a duro. Perfuratriz manual usa de 400 mm a 6.400 mm de broca de aço. Estas brocas são arrumadas em séries em que o diâmetro do furo diminui com o aumento do comprimento da broca para evitar que a mesma fique presa no furo (ver brocas integrais). Estas perfuratrizes são normalmente equipadas com uma trava de aço enrijecido para facilitar a trocas de ferramenta. Elas também estão disponíveis numa versão silenciosa, equipadas com um silenciador interno, para usar em ares sensíveis ao ruído. O desenvolvimento de Perfuratriz hidráulica ultimamente tem as trazido para o campo das perfuratrizes manuais. Perfuratrizes hidráulicas manuais tem se mostrado superior às pneumáticas especialmente em: Consumo de energia; Custo da perfuração; Eficiência de saída; Condições de trabalho; 29 Vibrações menores; Maiores taxas de penetração; Melhora a eficiência do operador. 30 Figura 9: Marteletes manuais. 31 Figura 10.1: Martelete manual a ar comprimido. Figura 10.2: Martelete manual a ar comprimido. 32 Figura 10.3: Martelete manual a ar comprimido em operação. Os martelos perfuradores RH foram concebidos para trabalhos mais pesados, tais como, perfuração de bancada e secundária, assim como, perfuração com rebentamento suave. Os martelos RH possuem um robusto mecanismo rotativo com uma barra estriada e uma alta potência de impacto para perfurar rocha dura. Onde se podem utilizar: Perfuração de bancada e secundária, perfuração com rebentamento suave; O RH 571 para pequenos trabalhos; O RH 658 para perfurar furos mais profundos. O martelo correto para a sua aplicação O martelo leve RH 571 é o ideal para trabalhos de menor profundidade. O RH 658, ligeiramente mais pesado e mais poderoso, é adequado para furos de maior profundidade. O RH 572E combina a leveza com um conforto extra para o operador, graças às 33 pegas amortecedoras de vibrações e a um eficiente silenciador. Todos os modelos estão equipados com pegas em T para uma aderência sólida e confortável. A descarga pneumática incorporada permite ciclos de descarga de ar mais rápidos Regulador de fluxo contínuo para uma fácil compressão Robusto retentor de recuo com cavilha – muda as brocas rápida e facilmente As pegas com amortecedores de mola reduzem as vibrações em 75% O silenciador, em poliuretano resistente ao impacto e ao desgaste, reduz o nível do ruído em mais de 50%. Figura 10.4: Martelo perfurador RH. 34 Dados técnicos Encaba douro Com pri Cons umo de da broca Velo c. de Taxa de Ligaç ão Modelo Peso ment o1) ar a 6 bar (hex.) Impa cto rotaç ão penetr ação tubo s kg mm l/s mm golpes/min rpm mm/mi n mm RH 572E 22,8 583 37 22x108 2040 170 2602) 19 RH 5715L 17,8 510 39 22x108 2100 190 2952) 19 RH 5715LS 18,9 510 39 22x108 1980 190 2752) 19 RH 658L 24 565 58 22x108 2040 215 4252) 19 RH 658LS 25 565 58 22x108 2040 215 4102) 19 1) Incluindo o retentor da broca 2) Perfuração em granito com 33 mm, broca em aço integral tipo escopro (trabalhando a uma pressão de 6 bar) 4.2 Marteletes verticais – Stopers. 35 Figura 11: Marteletes verticais – Stopers . 4.3.Marteletes movidos a motor: Motor a gasolina – Pionjar e Cobra Como a Pionjär é acionada à gasolina, não há a necessidade de unidades de potência, mangueiras ou cabos elétricos. Todos os controles são colocados juntos para a fácil operação e a ignição se dá com apenas uma rápida puxada da corda de acionamento. Os usuários também irão apreciar os punhos com amortecimento de vibrações. A Pionjär é entregue em uma caixa de madeira com proteção para facilitar o transporte e oferece fácil acesso aos principais locais de serviço de manutenção. 36 Figura 12: Marteletes movidos a motor com motor a gasolina – Pionjar e Cobra. Figura 13: Motor elétrico – Bosch. O acionamento das perfuratrizes é feito principalmente por ar comprimido. Entretanto, existem no mercado perfuratrizes leves, e acionadas por motor a gasolina e destinadas a pequenos trabalhos, que comportariam o deslocamento de um compressor de ar. Essas perfuratrizes constituem com o motor a gasolina conjuntos únicos, portáteis. Para pequenos trabalhos representa o menor custo de perfuração. 37 Não são, todavia, recomendados para trabalhos de porte. Não tem a mesma potência que as perfuratrizes de ar comprimido. Figura 14: Compressor de ar. Os compressores de ar destinados ao acionamento das perfuratrizes percussivas podem ser estacionários ou portáteis. São estacionários quando montados sobre bases rígidas e de difícil deslocamento. Na maioria dos casos, são movidos por motor elétrico, havendo, em consequência, necessidade de se dispor de energia elétrica no canteiro. Os compressores são portáteis, quando montados sobre rodas, dotadas de pneus. Esses compressores utilizam normalmente motor diesel e são rebocáveis atravésde uma barra de tração. 4.4 Funcionamento das Perfuratrizes Percussivas As perfuratrizes percussivas transmitem à broca percussão e, no intervalo entre duas percussões sucessivas, uma rotação de pequeno arco de circulo. Simultaneamente esses dois movimentos ocorrem à introdução na perfuração de ar ou água de limpeza. 38 Portanto, há três sistemas na perfuratriz, que são: ▪ Sistema de percussão; ▪ Sistema de rotação; ▪ Sistema de limpeza. 4.4.1 Sistema da Percussão O sistema de percussão consta essencialmente de duas partes, ou seja, de um cilindro em cujo interior se desloca o pistão. Este é, em geral, formado por uma peça única, com dois diâmetros, sendo a parte de diâmetro maior o pistão propriamente dito e a de diâmetro menor o pescoço ou guia do pistão com a face de impacto. Figura 15 : Representação esquemática do sistema de compressão. Vejamos como se comporta dinamicamente, o mecanismo de percussão: Pistão 39 Esfera figuras Oscilante Figura 15.1 : Representação esquemática do sistema de compressão. Válvula Tubular: 1) Energia de impacto transmitida por golpe: e = p m S. (ПD 2 )/ 4 = mV 2 /2g p m = pressão da cabeça do pistão S = Curso do pistão m = massa do pistão V = Velocidade de impacto do pistão g = aceleração da gravidade D = diâmetro da cabeça do pistão 2) Energia transmitida por minuto: E = n. e = n. p m. (S .ПD 2 )/ 4 40 n = Número de golpes do pistão por minuto e = Energia de impacto transmitida por golpe 3) A energia transmitida por minuto está em relação direta com o avanço, em minuto, da perfuração, logo: B = k 1 . E = k 1 .n .Pm.(S ПD 2 )/4 4) A velocidade está em relação direta com o número de golpes e o curso do pistão, portanto: n . S = K2 . V Logo, B = k 1 . Pm .S. (ПD 2 ) /4. k 2 . V 5) Reunindo as constantes todas sob uma única, ou seja, k 3 = k 1 . П/4 . k 2 Teremos, B = k 3 . p m . D 2 . V Concluímos que a velocidade de penetração aumenta na razão direta da pressão média, da velocidade de impacto e do quadrado do diâmetro. 4.4.2 Sistema de Rotação 41 Nas perfuratrizes modernas são três os sistemas principais de rotação: Rotação em separado; Rotação Bob; Rotação por eixo de catraca. 1) Rotação em Separado Usase em casos especiais, quando o material a perfurar tem muita adesão ou fricção lateral ou quando o equipamento se torna muito pesado. Nestes casos, a perfuratriz possui um motor separado de seu corpo e a rotação é transmitida, de preferência à bucha de rotação. 2) Rotação Bob Neste sistema, a rotação se faz em função de um anel de catraca, externo ao pistão, e que arrasta o sistema de pistãobroca, através de ranhuras existentes no pescoço do pistão. figuras 3) Rotação por eixo de catraca Este sistema é utilizado em rochas mais duras e em maiores profundidades do que o sistema anterior e a catraca e linguetas estão montadas externamente ao pistão, acima dele, fazendose a transmissão do movimento de rotação através de um eixo de catraca. 42 Figura 15.2 : Representação esquemática do sistema de compressão. 4.4.3 Sistema de Limpeza Os resíduos de rocha produzidos pelo avanço da perfuração devem ser removidos do furo para evitar redução da eficiência ou travamento da broca. Por isso é indispensável que a perfuratriz tenha um sistema de limpeza. A limpeza dos detritos dos furos deve ser a mais rápida possível, para se obter máxima velocidade de penetração. Existem, basicamente, quatro sistemas de limpeza: Ar Água. Espuma Lama O primeiro sistema é mais simples, por questão de instalação e manuseio da perfuratriz. Utilizase o segundo sistema apenas quando a poeira assim o exigir ou em alguns casos excepcionais (grandes profundidades, etc.). 43 A limpeza a ar não apresenta maiores problemas, pois as perfuratrizes têm todas um dispositivo automático de sopro por dentro da broca ou das hastes rosqueadas. Quando assim for conveniente, poderá utilizar perfuratrizes que não sopram os detritos, mas o sugam, por dentro do mesmo furo da broca (sistema “ Vacumjet ” da Ingersoll Rand, etc.). Outro sistema utilizado em grandes perfurações é um exaustor de poeira, montado à boca do furo. a) VELOCIDADE DE AR REQUERIDA E DISPONÍVEL PARA PERFURAÇÃO A função do ar é remover o material cortado do furo e resfriar o rolamento da broca tricônica. Esta remoção do material cortado do fundo do furo é conhecida como limpeza do furo. É importante que a perfuratriz tenha uma velocidade de ar suficiente para mover os fragmentos de rocha rapidamente para o topo do furo. Se a velocidade é inadequada o material cortado não será removido do fundo do furo dentro de uma revolução da broca. Dessa forma, eles serão retrabalhados e partículas muito finas são geradas. Um indicativo de volume insuficiente de ar é a presença de partículas finas no material perfurado. Uma limpeza deficiente do furo implica numa redução da taxa de penetração e na redução da vida útil da broca. O movimento dos fragmentos na área anular entre a haste de perfuração e a parede do furo é um processo complexo que não pode ser modelado com exatidão. Experimentalmente, Bauer & Crosby (1990) encontraram que a velocidade de retorno dos fragmentos pode ser expressa como segue: Um = 264 x ρ 1/2 x d 1/2 Onde: Um = velocidade de retorno dos fragmentos da perfuração, em ft/min; ρ = densidade do fragmento em lb/ft 3 ; d = diâmetro do fragmento em polegadas. 44 O compressor da perfuratriz, para uma boa limpeza do furo, deve fornecer uma velocidade de ar 2,5 vezes superior à velocidade requerida para remoção da rocha (Crosby, 1998). A quantidade de ar disponível para a limpeza do furo obedece à equação básica de fluxo de ar: Q = v x A Onde: v = velocidade do ar; A = áreada seção transversal. Utilizandose esta equação é possível calcular a velocidade disponível para a limpeza do furo em função da vazão do compressor da perfuratriz, do diâmetro do furo e da haste de perfuração. A área anular de passagem do fluxo de ar é a diferença entre a área do furo e da haste, conforme figura abaixo. Figura 16 : Área anular de passagem do fluxo do ar. Fonte: Morais, 1999. O cálculo da velocidade de ar disponível na perfuratriz para a limpeza do furo será: BV = Q / A a => BV = 4.Q / π . (D f 2 – D h 2 ) => 45 BV = 183,3 x Q / (D f 2 –D h 2 ) Onde: BV = velocidade de ar disponível para a limpeza do furo, em ft/min; Q = vazão real do compressor, em CFM (ft 3 /min); D f = diâmetro da coroa em polegadas (in); D h = diâmetro da haste em polegadas (in); 183,3 = fator de conversão de unidades. Para se obter um melhor desempenho em perfuração, a velocidade de limpeza é um fator importante no equipamento de perfuração. A velocidade de retorno do material perfurado no fundo do furo varia de acordo com as condições de perfuração, isto é, densidade da rocha, profundidade do furo, umidade do material, tamanho da partícula e as condições do maciço (presença de descontinuidades). O consenso da maioria dos especialistas é que a faixa da velocidade do ar de 5.000 – 7.000 ft/min (1.525 – 2.135 m/min) representa os valores mínimos para material seco e 7.000 – 9.000 ft/min (2.135 – 2.745 m/min) para material úmido ou de densidade elevada, como por exemplo o minério de ferro. 46 Figura 17 : Furo de sistema de limpeza. É de máxima importância que a quantidade de ar necessária à perfeita limpeza do furo seja suficiente para expulsão fácil das partículas proveniente da desagregação produzida pelos impactos da pastilha sobre a rocha. Uma boa limpeza com remoção instantânea de grãos deixa o furo limpo e aumenta a velocidade de penetração, evitando a necessidade de retrabalhar a rocha já perfurada. Uma limpeza inadequada reduz a velocidade de penetração e aumenta o risco de se prender o equipamento. b) ÀGUA Para limpeza com água, tornamse necessários cuidados especiais. Primeiro, a pressão de água deve ser levemente inferior à pressão do ar (cerca de 1 bar) especialmente quando se usa brocas integrais sem retentor, na hora de maior formação de pó, que é o embocamento. Devido a isto, as perfuratrizes modernas vêm equipadas com cabeçote automático que abre a admissão de água de ar comprimido, tudo pela mesma alavanca de comando. Se a pressão da água for maior do que a do ar, o risco é de que a água entre na perfuratriz. Se for necessário uma melhora na limpeza com uma maior pressão de água, se recomenda equipamentos projetados para limpeza em separado. Os cuidados tidos ultimamente com as perfuratrizes têm resultado em sopro chamado adicional, que combina limpeza de água e ar e dá, ao concluir a perfuração, um sopro final, para perfeita limpeza do furo, através da paralisação da perfuratriz e uso integral do ar para limpeza. Retentores usados em punhos com limpeza central estão sempre sujeitos a danificação por sujeira na água e por atritos do tubo de limpeza. Se o retentor for 47 danificado ele deve ser trocado imediatamente, e se isto não for executado, o punho e a perfuratriz serão quase que imediatamente danificados. c) ESPUMA A mistura água + detergente (espuma) está se impondo cada vez mais, principalmente em minas subterrâneas. Essa mistura resulta numa atmosfera livre de poeira. A limpeza com espuma necessita de pequenos volumes de água, com isso se elimina grandes instalações. Numa instalação para a utilização de espumas é necessário um tanque de 80 a 100 litros que é o suficiente para uma jornada de trabalho. Mistura com água numa proporção 1:800 a 1:3000. O tanque é pressurizado pela linha de ar comprimido da perfuratriz. Uma mangueira conduz a mistura a um atomizador, onde o mesmo injeta o líquido no fluxo de ar que vai ao sopro da perfuratriz. 5. LAMAS DE PERFURAÇÃO Desde os primeiros poços perfurados pelo sistema rotativo, já se usa de forma bem simples um composto a base de água que tem por objetivo principal lubrificar a broca durante a perfuração. Sendo assim, os primeiros fluidos de perfuração desenvolvidos foram os de base aquosa. Ao longo dos anos, as lamas Base Água passaram a ser incorporadas por diversas substâncias para que algumas de suas características e funções fossem melhoradas. Algumas destas substâncias são: argilas, álcalis, sais, polímeros, gotas de óleo (formandose as emulsões) e várias outras substâncias insolúveis como barita, bentonita, argila e cascalho em suspensão. As composições destas lamas dependem então das substâncias nelas dissolvidas, dos materiais solúveis ou dispersos nas formações rochosas perfuradas, 48 da quantidade de infiltração da lama nos poros das formações e outros. As lamas de perfuração são uma classe especial dos fluidos de perfuração usados principalmente para a exploração de poços de petróleo. O termo ‘lama’ se refere basicamente à consistência espessa deste fluido, característica esta obtida através da adição de inúmeros materiais e elementos químicos. Existem inúmeros tipos de lamas de perfuração, que são classificadas de acordo com a fase do fluido, alcalinidade, dispersões e tipos de elementos químicos utilizados. Segundo FERREIRA (2002), uma variedade de fluidos de base aquosa vem sendo desenvolvida desde o início da perfuração dos poços de petróleo, porém podemos destacar como componentes clássicos das lamas de base aquosa, a barita e a bentonita. A barita é o nome comercial do sulfato de bário (BaSO 4 ), empregado basicamente para aumentar a densidade do fluido (GRAY & DARLEY, 1981). A barita por ter uma densidade elevada, algo próximo de 4,5 kg/m3, faz com que a lama fique mais densa, ajudando na estabilização da coluna de perfuração no fundo do poço. Quanto mais profundofor o poço, mais densa deve ser a lama para resistir à pressão hidrostática a que o poço estará submetido. Já a bentonita é uma argila de origem vulcânica que possui uma granulometria muito fina (inferior a 0,002mm) e tem como principal componente a montmorilonita (GRAY & DARLEY, 1981). A montmorilonita é um argilomineral do grupo das esmectitas (estrutura 2:1), apresenta forma lamelar, elevada atividade e se expandem na presença de água. Esta possui inúmeras características, destacandose sua ação como viscosificante (diminuição da viscosidade), redutor de filtrado dentre outras. As formulações das lamas de base aquosa foram evoluindo ao longo do tempo, ou seja, diversas substâncias dissolvidas e em suspensão foram sendo incorporados e seu desempenho operacional foi sendo testado. A partir do estudo e do teste destas novas formulações, diversos parâmetros operacionais de filtração, de viscosidade, de 49 lubrificação da broca, de toxidade, de densidade e de sua influência na taxa de perfuração, foram sendo analisados. Através da análise do resultado destes testes, as novas lamas foram evoluindo ao longo dos anos e passaram a ter formulações mais específicas para cada tipo de poço a ser perfurado, ou seja, passaram a desempenhar cada vez melhor as suas funções. Sendo assim, alguns exemplos destas melhorias das lamas ao longo dos anos foram sendo obtidas (FERREIRA, 2002): ● O amido foi considerado um bom agente redutor de filtrado e passou a ser empregado tanto em formulações de base aquosa quanto oleosa; ● Nos anos 30, o agente dispersante (redutor de viscosidade) mais popular para os fluidos de perfuração era o quebracho (tanino vegetal de coloração avermelhada). Estas lamas, que continham quebracho, possuíam elevado pH e tinham como característica a baixa força gel e a grande tolerância à incorporação de sólidos; ● Após os fluidos contendo tanino (quebracho), foram desenvolvido os fluidos à base de cal ( Lime Muds ), que possuíam basicamente as mesmas; ● Limpar o fundo do poço e levar os cavacos (fragmentos de rocha) de perfuração até a superfície; ● Manter os sólidos em suspensão durante a ausência de bombeamento; ● Exercer pressão hidrostática sobre as formações, de modo a evitar o influxo de fluidos indesejáveis ( kick ); ● Sustentar as paredes do poço evitando seu colapso; ● Resfriar e lubrificar a broca; Além destas funções básicas, existem determinadas características consideradas desejáveis às lamas de perfuração, tais como: serem facilmente bombeáveis; serem estáveis quimicamente, terem baixo grau de corrosão e abrasão e não causarem danos 50 às formações rochosas. Além disso, é importante que as lamas tenham um baixo custo de aquisição e serem facilmente separáveis dos cavacos na superfície. 6. LUBRIFICAÇÃO E MANUTENÇÃO DE PERFURATRIZES A boa lubrificação é característica essencial, não só da longa vida de uma perfuratriz, como também de seu rendimento. Para se conseguir boa lubrificação, tornase necessário ter um lubrificador adequado e o óleo lubrificante recomendado. Nos modelos antigos, o óleo lubrificante era colocado na própria perfuratriz, num lubrificador embutido que a mesma possuía. Este lubrificador embutido não tinha capacidade suficiente para longas operações e exigia que se completasse seu nível com muita frequência. Devido a isso, passouse a adotar o lubrificador externo à máquina, localizado na linha de ar. É o chamado lubrificador de linha. 6.1 Lubrificador de linha O lubrificador de linha consta de um dispositivo intercalado de linha de ar, pouco antes da perfuratriz. Poderá ser individual ou coletivo, servindo, neste último caso, a mais de uma perfuratriz, através de um manifold . O lubrificador fornece à corrente de ar o óleo perfeitamente dosado de acordo com a quantidade que está sendo consumida. 51 Figura 18.1: Lubrificador de linha . Figura 18.2: Lubrificador de linha . 52 Figura 18.3 : Dados técnicos do lubrificador de linha BJG – 30. Figura 18.4 : Dados reguladores das brocas integrais Sandvik Coroment. Este Venturi permite regulagem para ajustes corretos. Verificase na perfuratriz, se a lubrificação está correta, de modo seguinte: Colocando a mão diante da descarga de ar, por meio minuto, devese formar leve camada de óleo na óleo na pele, indicando isso existe uma descarga de ar com 53 óleo vaporizado. O punho da broca deve ficar também levemente lubrificado, durante o serviço, indicando tal fato que o óleo atingiu todas as partes da máquina. O óleo escorrendo pela perfuratriz indica o excesso e deverá ser corrigido. Os lubrificadores deverão ter dimensões adequadas, conforme o tamanho e número das perfuratrizes. A quantidade de óleo do lubrificador deve ser suficiente para o consumo de um turno. 6.2 Óleo lubrificante O consumo de óleo lubrificante é de 1,5 cm 3 /m 3 de ar comprimido. A colocação correta de um lubrificador de linha é de aproximadamente 3 m da perfuratriz. Desta forma, não próximo demais para atrapalhar o operador, nem longe demais para poder produzir depósito de óleo nas paredes da tubulação. Com óleo lubrificante utilizamse os óleos da série “ Rock Drill Oils ” que tem as seguintes características importantes: Boa adesividade O óleo deve ter boa resistência de película e, como tal, deve ter aditivos do tipo EP (extrema pressão). Boa emulsão O ar comprimido normalmente está mais ou menos saturado de vapor d’água. O óleo lubrificante deve possuir aditivos que permitam uma perfeita emulsão com a água, sem que haja perda das propriedades lubrificantes. O óleo deve também ter, com isto, propriedades anticorrosivas. Viscosidade correta – O óleo lubrificante não deve ter uma viscosidade elevada demais, para evitar perturbar a ação de válvulas. A viscosidade também não deve ser 54 baixa demais, para não ser eliminada com o ar comprimido. A viscosidade correta para as condições brasileiras é a seguinte: − 98,8ºC 60 a 70 seg; −37,8ºC 500 a 600 seg. Uniformidade Uniformidade de lubrificação a altas e baixas temperaturas. Ponto de fulgor Ponto de fulgor elevado, a fim de evitar “dieselagem” da perfuratriz em dias muitos quentes. Atóxico: o óleo deve conter aditivos que evitem irritação de mucosas ou náuseas. Resíduo de carbono – 0,3% (máximo). Ácidos Graxos livres (% oléicos) 0,4% máximo. Nunca se deve fazer economia no óleo lubrificante, considerando o estrago que um óleo incorreto pode trazer. Óleos comuns da série HD, Motor oils, etc., não servem. Não possuem em geral a propriedade de se emulsionarem. Um teste fácil de verificar a emulsionabilidade de um óleo correto é misturar em partes iguais óleo e água. A emulsão que se forma terá de se conservar no mínimo 24 horas sem separação sensível. Marca Tipo Marca Tipo Castr ol Patent Rock Drill Mobil oil Almo oil 3 Oil light Shell Tonna Oil F Esso Rock Drill Ep 65 Texaco Rock Drill lubrificant Ep Ipiran ga Ipidril 63 55 6.3 Manutenção preventiva / consertos Para a perfeita manutenção da perfuratriz deve ser obedecido o seguinte programa de manutenção preventiva: Antes de iniciar a operação diária: − Verificar se as mangueiras de ar e de água estão limpas de impurezas e/ou de água de condensação, antes de colocálas na perfuratriz. − Verificar se o lubrificador de linha está com óleo suficiente ( Nível do óleo do Lubrificador) e na posição correta. − Verificar se a bucha de rotação está limpa, e sem desgaste excessivo. − Nível do óleo Hidráulico − Condições do Mandril − Corrente de tração − Condições do carro (troloy) − Parafusos soltos − Trincas − Verifique as alavancas de comando NOTA: Toda anormalidade ou defeito deve ser anotado no diário e comunicada ao encarregado, para tomar as providências. Durante a operação diária: − Verificar se a lubrificação da perfuratriz está correta. A cada 200 horas de trabalho: − Recolher a perfuratriz à oficina, desmontar e revisar completamente. 56 Tomando os cuidados acima, a vida da perfuratriz será longa e seu rendimento será apreciável. A fim de complementar uma boa manutenção preventiva com uma boa revisão e um conserto adequado, serão dadas algumas diretrizes gerais sobre os cuidados ao ser examinada á maquina, depois de 200 horas de trabalho. Estas operações de exame e conserto estão gradualmente resumidas e generalizadas. Detalhes particulares de cada fabricante deverão ser examinados junto ao Manual de Instruções do mesmo. A perfuratriz, quando vem do serviço, deve ser desmontada sobre uma bancada. A seguir, as peças serão examinadas antes da lavagem, a fim de verificar como trabalharam e como a lubrificação está funcionando. Depois, são lavadas em líquido solvente, não detonante. Cada peça receberá sua atenção e será trocada ou retificada, conforme o caso. 7. PERFURATRIZES ROTATIVAS São perfuratrizes que transmitem à broca apenas movimento de rotação, não havendo percussão sobre a broca, sendo assim a demolição da rocha no furo é somente por rotação da broca, que trabalha com pressão constante. Utilizam toda energia na rotação. Alcançam um rendimento ótimo em rochas brandas. A penetração é determinada pelo desenho da coroa. O comando é elétrico ou hidráulico. Com o objetivo de girar as hastes e a broca para efetuar a perfuração, as perfuratrizes possuem um sistema de rotação montado, geralmente, sobre uma unidade que desliza no mastro da perfuratriz. Esta unidade é geralmente denominada de cabeça rotativa. O sistema de rotação é constituído por um motor elétrico ou um sistema 57 hidráulico. O primeiro é utilizado nas máquinas de maior porte, pois aproveita a grande facilidade de regulagem dos motores de corrente contínua, num intervalo de 0 a 100 RPM (Jimeno, 1994). Já o sistema hidráulico consiste de um circuito hidráulico com bombas de pressão contínua, com um conversor, para variar a velocidade de rotação do motor hidráulico. Na perfuração rotativa, a broca ataca a rocha com a energia fornecida pela máquina à haste de perfuração, que transmite a rotação e o peso de avanço (carga) para a broca. O mecanismo de avanço aplica uma carga acima de 65% do peso da máquina, forçando a broca em direção à rocha. A broca quebra e remove a rocha por uma ação de raspagem em rochas macias, esmagamento – trituração lasqueamento em rochas duras ou por uma combinação destas ações (Crosby, 1998). 58 Figura 19.1: Perfuratriz rotativa sob esteira. 59 Figura 19.2: Perfuratriz rotativa sob esteira. O equipamento é montado sobre uma plataforma ou carreta para facilitar a locomoção. De acordo com o tipo de broca, as perfuratrizes rotativas podem demolir a rocha de várias maneiras: 7.1 Perfuração por corte Executa esta com pontas dispostas ao longo da periferia da coroa, são as chamadas drag bits. Figura 20 : drag bits. 60 7.2 Perfuração por abrasão Trabalha com coroa de diamantes. São utilizados, principalmente, em abertura de poços, sondagens e etc. Modelos modernos têm utilizado o equipamento duplo: entre a parede do furo e a parede externa dos tubos, a água (ou lama) permanece estática, evitando levitação. A limpeza é feita por retirada do material de limpeza (e dos testemunhos) por dentro do tubo central, fazendo com que a perfuração e a amostragem sejam simultâneas. 7.3 Perfuração por quebra – Roller heades , usadas em petróleo. Figura 21: brocas tricônicas As brocas tricônicas consistem de três componentes principais: os cones, os rolamentos e o corpo. Os cones são montados sobre os eixos dos rolamentos os quais 61 são parte integrante do corpo da broca. Os elementos cortantes dos cones consistem de linhas circunferenciais de dentes salientes (ex. botões ou dentes). O tipo de formação rochosa é de fundamental importância para se definir a geometria dos insertos de tungstênio. Ao se projetar uma broca tricônica
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