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CITOLOGIA I

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CITOLOGIA I – 
Envoltórios e citoplasma 
celulares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- 2 - 
 
CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
ESTRUTURA QUÍMICA E METABOLISMO CELULAR 
A Citologia estuda a célula, sua estrutura e funções. No entanto para podermos entender bem 
uma célula precisamos primeiro conhecer do que ela é feita. 
Componentes químicos da célula 
CONSTITUINTES 
CÉLULAS 
ANIMAIS 
% 
CÉLULAS 
VEGETAIS 
% 
Água 60 75 
Substâncias minerais 4,3 2,45 
Substâncias 
orgânicas 
Glicídios 6,2 18,0 
Lipídios 11,7 0,5 
Proteínas 17,8 4,0 
Água 
Um dos componentes básicos da célula é a água. A água é solvente universal; para que as 
substâncias possam se encontrar e reagir, é preciso existir água. 
A água também ajuda a evitar variações bruscas de temperatura, pois apresenta valores 
elevados de calor específico, calor de vaporização e calor de fusão. 
Organismos pecilotérmicos não podem viver em lugares com temperaturas abaixo de zero, pois 
como não são capazes de controlar a temperatura do corpo a sua água congelaria e os levaria à 
morte. 
Nos processos de transporte de substâncias, intra e extracelulares, a água tem importante 
participação, assim como na eliminação de excretas celulares. 
A água também tem função lubrificante, estando presente em regiões onde há atrito, como por 
exemplo, nas articulações. 
Variação da taxa de água nos seres vivos. 
A quantidade de água varia de acordo com alguns fatores: 
1º - Metabolismo: é o conjunto de reações químicas de um organismo, podendo ser classificado 
como metabolismo energético e plástico. Quanto maior a atividade química (metabolismo) de um 
órgão, maior o teor hídrico. 
 
 
 
 
 
 
- 3 - 
 
CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
Quantidade de água em porcentagens do peso total em alguns órgãos humanos 
 Encéfalo de embrião 92,0 
 Músculos 83,4 
 Cérebro 77,8 
 Pulmões 70,9 
 Coração 70,9 
 Osso 48,2 
 Dentina 12,0 
2º - Idade: o encéfalo do embrião tem 92% de água e o do adulto 78%.A taxa de água em geral 
decresce com a idade. 
3º - Espécie: na espécie humana há 64% de água e nas medusas (água-viva) 98%.Esporos e 
sementes vegetais são as estruturas com menor proporção de água (15%). 
Sais Minerais 
Aparecem na composição da célula sob duas formas básicas: imobilizada e dissociada. Se 
apresentam sob a forma imobilizada como componentes de estruturas esqueléticas (cascas de 
ovos, ossos, etc.). Sob forma dissociada ou ionizada aparecem como na tabela abaixo: 
Cálcio 
(Ca2+) 
Componente dos ossos e dentes. Ativador de certas enzimas. Por exemplo : enzimas da 
coagulação . 
Magnésio 
( Mg2+) 
Faz parte da molécula de clorofila; é necessário, portanto, à fotossíntese. 
Ferro 
(Fe2+) 
Presente na hemoglobina do sangue, pigmento fundamental para o transporte de oxigênio. 
Componente de substâncias importantes na respiração e na fotossíntese (citocromos e 
ferrodoxina). 
Sódio 
(Na+) 
Tem concentração intracelular sempre mais baixa que nos líquidos externos. A membrana 
plasmática, por transporte ativo, constantemente bombeia o sódio, que tende a penetrar por 
difusão. Importante componente da concentração osmótica do sangue juntamente com o 
K . 
Potássio 
(K+) 
É mais abundante dentro das células que fora delas. Por transporte ativo, a membrana 
plasmática absorve o potássio do meio externo. Os íons sódio e potássio estão envolvidos nos 
fenômenos elétricos que ocorrem na membrana plasmática, na concentração muscular e na 
condução nervosa. 
 
 
- 4 - 
 
CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
Fosfato 
(PO4
-3) 
Componente dos ossos e dentes. Está no ATP, molécula energética das atividades celulares. É 
parte integrante do DNA e RNA, no código genético. 
Cloro 
(Cl-) 
Componente dos neurônios (transmissão de impulsos nervosos ). 
Iodo 
(I-) 
Entra na formação de hormônios tireoidianos. 
 
EXERCÍCIO (trio (mesmos alunos) vale 3,0 pontos). 
01. Que se endente por compostos inorgânicos? Cite exemplos. 
02. Nas células, como varia a quantidade de água em função da atividade metabólica e da 
idade? 
03. Como são encontrados os sais minerais nas células em geral? 
04. Que funções realizam os íons fosfatos nos organismos vivos? 
05. Como exemplos de compostos inorgânicos podem ser citados: 
a) Água e sais minerais; 
b) Água e açúcar; 
c) Sais minerais e açúcares; 
d) Água e ácidos nucléicos; 
e) Ácidos nucléicos e proteínas. 
06. A respeito da água como constituintes celulares foram formuladas as seguintes 
afirmações: 
I. A água age como solvente natural dos íons e outras substâncias encontradas nas 
células; 
II. A água geralmente se encontra dissociada ionicamente mantendo o pH e a 
pressão osmótica das células; 
III. A água funciona como enzima em muitas reações intracelulares; 
IV. A água é indispensável para a atividade celular, visto que os processos fisiológicos 
só ocorrem em meio aquoso; 
Estão corretas as afirmações: 
a) I e II; 
b) I e III; 
c) II e III; 
d) I e IV; 
e) III e IV. 
07. Proteínas: 
a) Relacionam-se com os fenômenos de condução do impulso nervoso; 
b) Participa da molécula de clorofila; 
c) Composto orgânico; 
d) Têm importância no processo de coagulação sanguínea; 
e) Um dos componentes do suco gástrico. 
 
 
 
- 5 - 
 
CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
08. O papel principal do íon PO4
--- na célula é: 
a) Manter o equilíbrio osmótico; 
b) Formar ligações de alta energia; 
c) Atuar como oxidante energético; 
d) Regular o equilíbrio ácida-base; 
e) Atuar como catalisador em reações metabólicas. 
Glicídios 
Os glicídios são também conhecidos como açúcares, sacarídeos, carboidratos ou hidratos de 
carbono. São moléculas compostas principalmente de: carbono, hidrogênio, oxigênio. Os 
açúcares mais simples são os monossacarídeos, que apresentam fórmula geral . O 
valor de n pode variar de 3 a 7 conforme o tipo de monossacarídeo. O nome do açúcar é dado 
de acordo com o número de átomos de carbono da molécula, seguido da terminação OSE. Por 
exemplo, triose, pentose, hexose. São monossacarídeos importantes: glicose, frutose, galactose, 
ribose e desoxirribose. 
n Fórmula Nome 
3 Triose 
4 Tetrose 
5 Pentose 
6 Hexose 
7 Heptose 
A junção de dois monossacarídeos dá origem a um dissacarídeo. Ex. sacarose. 
Quando temos muitos monossacarídeos ligados, ocorre a formação de um polissacarídeo, tal 
como o amido, o glicogênio, a celulose, a quitina, etc. 
Os glicídios são a fonte primária de energia para as atividades celulares, podendo também 
apresentar funções estruturais, isto é, formar estruturas celulares. Enquanto as plantas 
produzem seus próprios carboidratos, os animais incorporam-nos através do processo de 
nutrição. 
 
 
- 6 - 
 
CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
 
 
Metabolismo 
 
Anabolismo - reações químicas de síntese, que "juntando" moléculas simples produzem 
moléculas maiores 
Catabolismo - reações químicas de análise (decomposição) que "quebrando" moléculas 
grandes separam suas unidades menores 
 
Tabela – Monossacarídeos 
 Carboidrato Papel biológico 
Pentoses 
Ribose 
Uma das matérias-primas necessárias à produção de ácido ribonucléico. 
Desoxirribose 
Matéria-prima necessária à produção de ácido desoxirribonucléico (DNA). 
Hexoses 
Glicose 
é a molécula mais usada pelas células para obtenção de energia. é fabricada 
pelas partes verdes dos vegetais, na fotossíntese. Abundante em vegetais, no 
sangue, no mel. 
FrutoseOutra hexose, também com papel fundamentalmente energético. 
Galactose 
Um dos monossacarídeos constituinte da lactose do leite. Papel energético. 
 
 
 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
 Carboidrato 
Monossacarídeos 
constituintes 
Onde é encontrado e papel biológico 
DISSACARÍDEOS 
Sacarose glicose + frutose 
Em muitos vegetais. Abundante na cana-de-
açúcar e na beterraba. Papel energético. 
Lactose glicose + galactose Encontrado no leite. Papel energético. 
Maltose glicose + glicose 
Encontrado em alguns vegetais. Provém da 
digestão do amido no tubo digestivo de 
animais. Papel energético. 
POLISSACARÍDEOS 
Amido 
muitas moléculas 
de glicose 
Encontrados em raízes, caules e folhas. O 
excesso de glicose produzido na fotossíntese 
é armazenado sob forma de amido. 
Celulose 
muitas moléculas 
de glicose 
Componente esquelético da parede de células 
vegetais, funcionando como reforço. é o 
carboidrato mais abundante na natureza. 
Glicogênio 
muitas moléculas 
de glicose 
Encontrado no fígado e nos músculos. 
Constitui a reserva energética dos animais. 
 
IDENTIFICAÇÃO PRÁTICA DE ALGUNS CARBOIDRATOS 
Reagente Lugol 
(cor castanho-clara) 
 
 identificação de amido (polissacarídeo). 
 muda sua cor para azul-violeta (roxa). 
Reagente Benedict 
(cor azul) 
 aquecido na presença de glicose forma um precipitado amarelo-
escuro (alaranjado). 
 aquecido na presença de sacarose forma um precipitado amarelo-
claro. 
 
Lipídios 
A principal propriedade deste grupo de substâncias é o fato de serem insolúveis em água. 
Essas substâncias são formadas por C, H e O, mas em proporções diferentes da dos 
carboidratos. 
Fazem parte deste grupo as gorduras, os óleos, as ceras e os esteróides. As gorduras e os óleos 
formam o grupo dos triglicerídios, pois, por hidrólise, ambos liberam um álcool chamado 
 
 
- 8 - 
 
CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
glicerol e 3 "moléculas" de ácidos graxos. O ácido graxo pode ser saturado ou insaturado. O 
saturado é aquele onde há somente ligações simples entre os átomos de carbono, como por 
exemplo, o ácido palmítico e o ácido esteárico. O ácido graxo insaturado possui uma ou mais 
ligações duplas entre os carbonos, como, por exemplo, o ácido oléico. 
R = 10 ou mais átomos de carbono. 
 
Um lipídio é chamado "gordura" quando está no estado sólido à temperatura ambiente; caso 
esteja no estado líquido será denominado "óleo". 
As ceras são duras à temperatura ambiente e macias quando são aquecidas. As ceras, por 
hidrólise, liberam "uma" molécula de álcool e ácidos graxos, ambos de cadeia longa. 
Os esteróides são lipídios de cadeia complexa. Como exemplo pode-se citar o colesterol e 
alguns hormônios: estrógenos, testosterona. 
 
IDENTIFICAÇÃO PRÁTICA DE LIPÍDIOS 
 Sudam 
III 
 (vermelho) 
 insolúvel em água; flutua na água, por ter menor densidade. 
 solúvel em lipídios, os quais cora em vermelho, flutuando ambos na 
superfície da água. 
 
 
- 9 - 
 
CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
Funções dos lipídios nos seres vivos. 
a) são constituintes da membrana plasmática e de todas as membranas internas da célula 
(fosfolipídios); 
 
 
b) fornecem energia quando oxidados pelas células. São normalmente usados como reserva 
energética; 
c) fazem parte da estrutura de algumas vitaminas (A, D, E e K); 
d) originam alguns hormônios (andrógenos, progesterona, etc.); 
e) ajudam na proteção, pois as ceras são encontradas na pele, nos pêlos, nas penas, nas 
folhas, impedindo a desidratação dessas estruturas, através de um efeito impermeabilizante. 
Exercício. (trio – vale: 3,0 pontos) 
 
01. Que são lipídios e como podem ser classificados? 
 
 
02. Qual a importância do colesterol para os organismos vivos? 
 
 
03. Assinale a alternativa correta: 
a) Os lipídios contêm mais energia química, quando comparados com os carboidratos; 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
b) As gorduras e óleos são exemplos de lipídios simples formados pela reação de ácidos 
graxos e um álcool, mas nunca o glicerol; 
c) As células musculares e as hepáticas conseguem sintetizar o glicogênio a partir de 
CO2 e H2O; 
d) Os ácidos hialurônico e condroitinossulfúrico constituem-se em exemplos de 
esteróides de interesse biológico; 
e) O amido é encontrado no citoplasma das células animais formando uma solução 
coloidal. 
04. Faça a relação da coluna 01 com a coluna 02: 
1 Quitina ( ) Monossacarídeo 
2 Hormônios sexuais ( ) Lipídios simples 
3 Vitamina A ( ) Mucopolissacarídeo 
4 Cera ( ) Esteróides 
5 Desoxirribose ( ) Carotenóides 
 
05. As substancias orgânicas usadas pelos organismos vivos como fonte primária de energia e 
como reserva energética em potencial são respectivamente: 
a) Água e sais minerais; 
b) Açúcares e sais minerais; 
c) Lipídios e água; 
d) Açúcares e lipídios; 
e) Açúcares e água. 
 
06. São carboidratos, muito importante na síntese dos ácidos nucléicos: 
a) Glicose e galactose; 
b) Glicose e monose; 
c) Ribose e glicose; 
d) Ribose e desoxirribose; 
e) N.D.A. 
Proteínas 
São os principais constituintes estruturais das células. Elas têm três papéis fundamentais: 
1º - estruturam a matéria viva(função plástica), formando as fibras dos tecidos; 
2º - aceleram as reações químicas celulares (catálise) - neste caso as proteínas são chamadas 
de enzimas (catalisadores orgânicos); 
3º funcionam como elementos de defesa (anticorpos). 
As proteínas são macromoléculas orgânicas formadas pela junção de muitos aminoácidos (AA). 
Os aminoácidos são as unidades (monômeros) que constituem as proteínas (polímeros). 
Qualquer aminoácido contém um grupo carboxila e um grupo amina. 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
 
A fórmula geral de um aminoácido está representada abaixo: 
 
A ligação química entre dois AA chama-se ligação peptídica, e acontece sempre entre o C do 
radical ácido de uns AA e o N do radical amina do outro AA. 
 
Quando a ligação ocorre entre 2 AA chamamos a molécula formada de dipeptídio. Quando 
ocorre com 3 AA chamamos de tripeptídio. Acima de 4 AA a molécula é chamada de 
polipeptídio. As proteínas são sempre polipeptídios (costuma ter acima de 80 AA). 
IDENTIFICAÇÃO PRÁTICA DE PROTEÍNAS 
Reagente Millon (incolor) 
 Aquecido forma um precipitado vermelho com a 
proteína. 
Reação do Biureto 
 (CuSO4 + NaOH)(cor 
azul) 
 Muda a cor azul-clara para violácea (arroxeada). 
Existem vinte tipos diferentes de AA que fazem parte das proteínas. Uns mesmo AA podem 
aparecer várias vezes na mesma molécula. 
Aminoácidos 
essenciais 
Aminoácidos 
não essenciais 
 
 
- 12 - 
 
CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
Histidina (His) Alanina (Ala) 
Isoleucina (Iso) Arginina (Arg) 
Leucina (Leu) Asparagina (Asn) 
Lisina (Lis) Ácido aspártico (Asp) 
Metionina (Met) Cisteína (Cis) 
Fenilalanina (Fen) Ácido glutâmico (Glu) 
Treonina (Tre) Glicina (Gli) 
Triptofano (Tri) Glutamina (Gln) 
Valina (Val) Prolina (Pro) 
 
Serina (Ser) 
Tirosina (Tir) 
Partes desses AA são essenciais (precisam ser obtidos da alimentação), a partir dos quais o 
organismo pode sintetizar todos os demais (AA naturais). 
 
O que diferencia um AA de outro é o radical R. 
Se o número de aminoácidos, que formam determinada molécula, for superior a 80, 
convencionalmente, ela será chamada de proteína. Apesar de existirem somente 20 AA, o número de 
proteínas possível é praticamente infinito. 
As proteínas diferem entre si devidas:a) a quantidade de AA na molécula, 
b) os tipos de AA, 
c) a seqüência dos AA na molécula. 
 
 
- 13 - 
 
CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
Duas proteínas podem ter os mesmos AA nas mesmas quantidades, porém se a seqüência dos AA for 
diferente, as proteínas serão diferentes. Exemplo: imagine que cada letra da palavra AMOR seja um 
AA. Quantas palavras diferentes podem escrever com essas letras? 
ROMA, MORA, OMAR, RAMO, etc. 
A seqüência dos AA na cadeia polipeptídica é o que chamamos de estrutura primária da proteína. Se a 
estrutura primária de uma proteína for mudada, a proteína é mudada. A estrutura primária é 
importante para a forma espacial da proteína. 
O fio protéico (estrutura primária) não fica esticado, mas sim enrolado como um fio de telefone (forma 
helicoidal), devido à projeção espacial da ligação peptídica.Essa forma é chamada de estrutura 
secundária. 
Em muitas proteínas a própria hélice (estrutura secundária) sofre dobramento sobre si mesmo, 
adquirindo forma globosa chamada de estrutura terciária. 
É essa estrutura terciária (espacial = tridimensional) que determina a função biologicamente ativa, 
fazendo a proteína trabalhar como enzima, anticorpo, etc. 
Vários fatores tais como, temperatura, grau de acidez (pH), concentração de sais e outros podem 
alterar a estrutura espacial de uma proteína, sem alterar a sua estrutura primária. Este fenômeno é 
chamado de desnaturação. 
 
Uma das funções das proteínas é a função estrutural, pois fazem parte da arquitetura das células e 
tecidos dos organismos. 
PROTEÍNAS ESTRUTURAIS 
PROTEÍNA PAPEL BIOLÓGICO 
 
Colágeno 
Proteína presente nos ossos, cartilagens e tendões, e também na pele. Aumenta a 
resistência desses tecidos à tração. 
 
 
Queratina 
Recobre a superfície da pele dos vertebrados terrestres. É o mais abundante 
componente de unhas, garras, corpos, bicos e pêlos dos vertebrados. 
Impermeabilizando as superfícies corpóreas, diminuindo a desidratação. 
Actina e miosina Principais constituintes do músculo. Responsáveis pela contratilidade do músculo. 
 
 
- 14 - 
 
CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
Albumina 
Proteína mais abundante do plasma sangüíneo, conferindo-lhe viscosidade, pressão 
osmótica e função tampão. 
Hemoglobina 
Proteína presente nas hemácias. Relacionada ao transporte de gases pelas células 
vermelhas do sangue. 
 
Além da função estrutural as proteínas atuam como catalisadoras das reações químicas que 
ocorrem nas células. São as enzimas. A maior parte das informações contidas no DNA dos 
organismos, é referente à fabricação de enzimas. 
Cada reação que ocorre na célula necessita de uma enzima específica, isto é, uma mesma 
enzima não catalisa duas reações diferentes. A especificidade das enzimas é explicada pelo modelo 
da chave (reagente) e fechadura (enzima). A forma espacial da enzima deve ser complementar à 
forma espacial dos reagentes (substratos). As enzimas não são descartáveis, uma enzima pode ser 
usada diversas vezes. A desnaturação de uma enzima implica na sua inatividade, pois perdendo 
sua forma espacial ela não consegue mais se encaixar ao seu substrato específico. 
HOLOENZIMA = APOENZIMA + COENZIMA + COFATOR 
 
(enzima conjugada) (proteína) (orgânica) (inorgânica) 
 
 estrutura 3 VITAMINA sal=íon 
(atividade biológica) 
 
 
O inibidor enzimático tem forma semelhante ao substrato (reagente). Encaixando-se na enzima, 
bloqueia a entrada do substrato, inibindo a reação química. 
 
 
- 15 - 
 
CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
A temperatura é um fator importante na velocidade da atividade enzimática. A velocidade da reação 
enzimática aumenta com o aumento da temperatura até certo limite, então a velocidade diminui 
bruscamente. Para cada tipo de enzima existe uma temperatura ótima. Para os seres humanos, a 
maioria das enzimas tem sua temperatura ótima de funcionamento entre 35 e 40º C. 
 
VITAMINAS 
 
Vitaminas Uso no corpo deficiência Principais fontes 
 
A 
antixeroftálmica 
Necessária para o crescimento normal e 
para o funcionamento normal dos olhos, 
do nariz, dos pulmões. Previne 
resfriados e várias infecções . Evita a 
“cegueira noturna”. 
Cegueira 
noturna; 
xeroftalmina, 
“olhos secos” em 
crianças; cegueira 
total. 
Vegetais amarelos 
(cenoura, abóbora, batata 
doce, milho), pêssego, 
nectarina, abricó, gema de ovo, 
manteiga, fígado. 
 
 
B1 
(tiamina) 
Auxilia na oxidação dos carboidratos. 
Estimula o apetite. Mantém o tônus 
muscular e o bom funcionamento do 
sistema nervoso. Previne beribéri. 
Perda de apetite, 
fadiga muscular, 
nervosismo, 
beribéri (homem) 
e polineurite 
(pássaros). 
Cerais na forma integral e pães, 
feijão, fígado, carne de porco, 
ovos, fermento de padaria, 
vegetais de folhas. 
 
 
B2 
(riboflavina) 
Auxilia na oxidação dos alimentos. 
Essencial à respiração celular. Mantém a 
tonalidade saudável da pele. Atua na 
coordenação motora. 
Ruptura da 
mucosa da boca, 
dos lábios, da 
língua e das 
bochechas. 
Vegetais de folhas (couve, 
repolho, espinafre etc), carnes 
magras, ovos, fermento de 
padaria, fígado, leite. 
 
 
B (PP) 
(ácido nicotínico) 
Mantém o tônus nervoso e muscular e o 
bom funcionamento do aparelho 
digestório. Previne a pelagra. 
Inércia e falta de 
energia, 
nervosismo 
extremo, distúrbios 
digestivos, pelagra 
(homem) e língua 
preta (cães). 
Lêvedo de cerveja, carnes 
magras, ovos, fígado, leite. 
B6 
(piridoxina) 
Auxilia a oxidação dos alimentos. 
Mantém a pele saudável. 
Doenças de pele, 
distúrbios 
nervosos, inércia e 
extrema apatia. 
Lêvedo de cerveja, cereais 
integrais, fígado, carnes 
magras, peixe, leite. 
 
B12 
(cianocobalamina) 
Importante para a maturidade das 
hemácias. 
Anemia 
perniciosa. 
Fígado. Leite e seus derivados, 
em carnes, peixes, ostras e 
leveduras. 
 
 
- 16 - 
 
CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
(ácido ascórbico) 
C 
Anti-escorbútica 
Previne infecções. Mantém a integridade 
dos vasos sangüíneos e a saúde dos 
dentes. Previne escorbuto. 
Inércia e fadiga 
em adutos, 
insônia e 
nervosismo em 
crianças, 
sangramento das 
gengivas, 
inflamações nas 
juntas, dentes 
alterados, 
escorbuto. 
Frutas cítricas (limão, lima, 
laranja), tomate, couve, 
repolho e outros vegetais de 
folha, pimentão, morango, 
abacaxi, goiaba, caju. 
(ergosterol = 
precursor da 
vitamina D) 
D 
Anti-raquítica 
Atua no metabolismo do cálcio e do 
fósforo. Mantém os ossos e os dentes 
em bom estado. Previne o 
raquitismo. 
Problemas nos 
dentes, ossos 
fracos, contribui 
para os sintomas da 
artrite, 
raquitismo, 
osteomalácia 
(adultos). 
Lêvedo, óleo de fígado de 
bacalhau, gema de ovo, 
manteiga 
(- tocoferol) 
E 
Anti-oxidante 
Promove a fertilidade. Previne o aborto. 
Atua no sistema nervoso involuntário , 
no sistema muscular e nos músculos 
involuntários. 
Esterilidade do 
macho, aborto. 
Oxidação de 
ácidos graxos 
insaturados e 
enzimas 
mitocondriais. 
Óleo de germe de trigo, carnes 
magras, laticínios, alface, óleo 
de amendoim. 
 
Anti- hemorrágica 
Atua na coagulação do sangue. 
Previne hemorragias. 
Hemorragias 
prolongadas: 
retarda o processo 
de cogulação. 
Vegetais verdes, tomate, 
castanha, espinafre, alface, 
repolho, couve,óleos 
vegetais. 
Procariontes, procariotas ou procariotos (grego: pro, anterior, antes + karyon, noz ou amêndoa - 
núcleo) são organismos unicelulares que não apresentam seu material genético delimitado por uma 
membrana. Estes seres não possuem nenhum tipo de compartimentalização interna por membranas, 
estando ausentes várias outras organelas, como as mitocôndrias , o Complexo de Golgi e o fuso 
mitótico. 
Esta definição engloba todos os organismos dos domínios Bacteria e Archaea. Tais células possuem 
diversas outras diferenças se compararmos com as células eucarióticas. Elas não possuem a maior 
parte das organelas (o ribossomo é presente), seu DNA é cíclico, a fluidez de suas membranas são 
apenas controladas por fosfolipídios (e não por fosfolipídios e esteróis como em células eucarióticas), 
não se juntam formando organismos pluricelulares, já que não tem a capacidade de formar tecidos, 
etc. 
 
 
- 17 - 
 
CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
Este nome tem origem grega onde karyon, significa noz ou núcleo, combinado com o prefixo pro-, que 
significa anterior. Células com um núcleo são chamadas eucariontes, onde o prefixo eu- significa bom 
ou verdadeiro. Em algumas células procariontes observadas ao microscópio eletrônico foram 
observados vestígios nucleares pouco visíveis. 
 
Deinococcus radiodurans: um procariota. 
Além do núcleo, os procariontes também não possuem outras organelas celulares (como mitocôndrios 
ou cloroplastos) e o seu citoplasma não é dividido em compartimentos, ao contrário do que acontece 
nos eucariontes. O DNA dos procariontes, geralmente composto por um único cromossoma circular, 
encontra-se localizado numa zona chamada nucleóide no citoplasma. Este não constitui, no entanto, 
um verdadeiro núcleo. Também pode existir DNA sob a forma de anéis, os plasmídeos. Os 
mesossomos, invaginações na membrana citoplamática, estão incluídos na composição dos 
procariotos. 
Os procariontes apresentam metabolismos muito diversificados, o que é refletido na sua capacidade de 
colonização de diferentes ambientes, tais como tratos digestivos de animais, ambientes vulcânicos, 
ambientes salobros, etc. Apesar de não possuirem organelas celulares, podem conduzir seus processos 
metabólicos na membrana celular. A maioria possui parede celular, algo que não acontece com certos 
tipos de células eucariotas (como as dos animais). 
São sempre organismos unicelulares, reproduzindo-se assexuadamente por fissão binária. Outras 
formas de recombinação de DNA entre procariontes incluem a transformação e a transdução. Estas 
podem ocorrer entre organismos de diferentes géneros, emprestando características de um género a 
outro diferente. Um exemplo deste processo é a aquisição de resistência a antibióticos através da 
transferência de plasmídeos contendo genes que conferem essa resistência. 
As bactérias têm uma grande necessidade de regular sua expressão gênica. Elas desenvolveram 
mecanismos para reprimir a transcrição de todos os genes que codificam enzimas não necessárias em 
determinado momento, e para ativar outros que codificam aquelas que são necessárias. 
A espécie bacteriana Escherichia coli se destaca como organismo modelo e como ferramenta biológica 
para pesquisas científicas. 
Dos Procariontes aos Eucariontes 
Atualmente, a maioria dos biólogos considera que todos os seres vivos conhecidos na Terra podem ser 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
divididos em dois grandes grupos: os seres procariontes e os seres eucariontes. O principal critério de 
distinção entre estes grupos é a sua organização celular. 
Ao longo de vários milhões de anos, os seres procariontes habitaram ambientes aquáticos e foram-se 
diversificando, sobretudo no que se refere ao seu metabolismo. Alguns desses seres unicelulares 
desenvolveram um processo metabólico que conduzia à libertação de oxigênio – a fotossíntese. O 
surgimento do oxigênio na atmosfera teve um impacto brutal na vida dos únicos habitantes da Terra 
(os procariontes). Este gás, muito reativo, estabelece ligações com diversas moléculas, destruindo-as 
ou modificando-as drasticamente. Desta forma muitos grupos de procariontes foram extintos, 
envenenados pelo oxigênio. Contudo, alguns conseguiram sobreviver em ambientes que permaneciam 
anaeróbios. 
Entre os sobreviventes, contam-se indivíduos que desenvolveram a capacidade de resistirem ao 
oxigênio. Entre eles, houve um grupo, que à semelhança das atuais mitocôndrias, era capaz de 
aproveitar este gás para oxidar os compostos orgânicos, obtendo assim uma grande quantidade de 
energia. 
Apesar destas capacidades, fotossíntese e respiração, a simplicidade dos organismos procariontes 
limitava os processos metabólicos que podiam ser realizados simultaneamente. Alguns grupos de 
procariontes evoluíram e aumentaram a sua complexidade, tendo, muito provavelmente, estado na 
origem dos organismos eucariontes. 
 Fundamentalmente, existem duas hipóteses que tentam explicar a origem dos seres eucariontes a 
partir dos procariontes: 
- Hipótese Autogênica e a 
- Hipótese Endossimbiótica. 
 Segundo a Hipótese Autogenética, os seres eucariontes são o resultado de uma evolução gradual 
dos seres procariontes. Numa fase inicial, as células desenvolveram sistemas endomembranares 
resultantes de invaginações da membrana plasmática. Algumas dessas invaginações armazenavam o 
DNA, formando um núcleo. Outras membranas evoluíram no sentido de produzir organelas 
semelhantes ao retículo endoplasmático. 
Posteriormente, algumas porções do material genético abandonaram o núcleo e evoluíram sozinhas no 
interior de estruturas membranares. Desta forma, formaram-se organelas como as mitocôndrias e os 
cloroplastos. 
Esta hipótese pressupõe que o material genético do núcleo e das organelas (sobretudo das 
mitocôndrias e dos cloroplastos) tenha uma estrutura idêntica. Contudo, tal não se verifica. O material 
genético destas organelas apresenta, geralmente, uma maior semelhança com o das bactérias 
autônomas, do que com o material genético presente no núcleo. 
Esta e outras observações levaram ao desenvolvimento de outro modelo ou hipótese – a Hipótese 
Endossimbiótica. 
Esta hipótese parece reunir um maior consenso entre a comunidade científica. Esta hipótese, 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
largamente desenvolvida por Lynn Margulis da Universidade de Massachusetts, defende que os seres 
eucariontes terão resultado da evolução conjunta de vários organismos procariontes, os quais foram 
estabelecendo associações simbióticas entre si. O termo endossimbiótica resulta do fato de algumas 
células viverem no interior de outras, numa relação de simbiose. 
Embora este modelo admita que os sistemas endomembranares e o núcleo tenham resultado de 
invaginações da membrana plasmática, as mitocôndrias e os cloroplastos seriam, até a cerca de 2100 
m.a., organismos autônomos. Nessa altura, algumas células de maiores dimensões (células 
hospedeiras) terão capturado células menores, como as ancestrais das mitocôndrias e dos cloroplastos. 
Alguns destes ancestrais conseguiam sobreviver no interior da célula procariótica de maiores 
dimensões, estabelecendo-se relações de simbiose. 
A íntima cooperação entre estas células conduziu ao estabelecimento de uma relação simbiótica 
estável e permanente. A evolução conjunta destes organismos terá levado ao surgimento das células 
eucarióticas constituídas por várias organelas, alguns dos quais foram, em tempos, organismos 
autônomos. 
 Assim, as primeiras relações endossimbióticas terão sido estabelecidas com os ancestrais das 
mitocôndrias. Os ancestrais das mitocôndrias seriam organismos quetinham desenvolvido a 
capacidade de produzir energia, de forma muito rentável, utilizando o oxigênio no processo de 
degradação de compostos orgânicos. 
 Por outro lado, outro grupo de procariontes, semelhante às atuais cianobactérias, tinha desenvolvido a 
capacidade de produzir compostos orgânicos utilizando a energia luminosa. A associação das células 
procarióticas de maiores dimensões com estes seres, ancestrais dos cloroplastos, conferia-lhe 
vantagens evidentes. 
 Mas nem todas as células eucarióticas possuem cloroplastos. Este fato é explicado, segundo a 
Hipótese Endossimbiótica, pelo estabelecimento de relações simbióticas de forma sequencial. Isto é, as 
primeiras relações endossimbióticas terão sido estabelecidas com os ancestrais das mitocôndrias e, só 
posteriormente, algumas dessas células terão estabelecido elações de simbiose com os ancestrais dos 
cloroplastos. 
 
 
EM SÍNTESE 
 
 
Hipótese autogénica 
Os seres eucariontes são o resultado de uma evolução gradual dos seres procariontes. 
Hipótese endossimbiótica 
Os seres eucariontes terão resultado da evolução conjunta de vários organismos 
procariontes, os quais foram estabelecendo associações simbióticas entre si. 
 Hipótese. autogénica Hipótese endossimbiótica 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
Semelhanças 
Origem dos eucariontes a partir dos procariontes; 
Os sistemas endomembranares e o núcleo resultam de invaginações da 
membrana plasmática. 
Diferenças 
Origem a partir de um só ser 
procarionte; 
 Os cloroplastos e mitocôndrias 
resultam de porções de material 
genético que abandonaram o núcleo 
e evoluíram sozinhas no interior de 
estruturas membranares. 
Origem a partir de mais do que um ser 
procarionte; 
 Os cloroplastos e mitocôndrias resultam 
de associações simbióticas entre uma 
célula hospedeira e ancestrais de 
mitocôndrias e cloroplastos. 
 
CÉLULAS PROCARIONTES 
Esquema mostrando estruturas de uma célula procarionte flagelada. 
 
O termo procarionto é derivado das palavras gregas pro que significa anterior, antes e karyon que 
significa noz ou amêndoa - núcleo. São organismos unicelulares que não possuem um envoltório 
nuclear, cujo material genético encontra-se disperso no citoplasma como o próprio termo sugere. Esta 
definição engloba todos os organismos dos domínios Bacteria e Archaea. Para descrevermos a 
estrutura de uma célula procarionte nada melhor do que começarmos por seu envoltório celular. 
Envoltório celular 
O envelope celular bacteriano é constituído por uma membrana interna (membrana plasmática - 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
semelhante a dos eucariotos) e por uma segunda camada (a parede celular propriamente dita) que é 
composta principalmente por peptidoglicano. No caso das bactérias gram-negativas ainda há uma 
terceira camada (membrana externa) que é semelhante à membrana interna, no entanto muito mais 
permeável. Das estruturas mencionadas anteriormente apenas a membrana plasmática não faz parte 
da parede celular bacteriana. 
Parede celular 
Podemos considerar a parede celular sendo uma, se não a mais, importante estrutura para as 
bactérias, sendo esta o alvo de muitos antibióticos que, por exemplo, inibem sua formação. Por ser 
muito resistente, permitindo que a bactéria sobreviva em ambientes muito hostis, esta exerce uma 
força contrária à da osmose evitando que a bactéria estoure; a parede celular de algumas bactérias 
resiste a uma pressão de até 20 atm. Além do mais, é responsável pela forma (morfologia) bacteriana 
de uma maneira análoga a um pneu, e é característico de cada espécie bacteriana que pode ser 
semelhantes entre algumas espécies ou em alguns casos muito diferentes, permitindo assim uma 
forma de classificação bacteriana (para melhor esclarecimento clique aqui). Deve-se levar em 
consideração que alguns procariontes não possuem parede celular, como os micoplasmas. 
Saiba mais 
Há mais de cem anos atrás, Hans Christian Gram (médico dinamarquês) desenvolveu uma técnica de 
coloração que hoje é nomeada Técnica de Gram. Não vamos nos ater aos detalhes da técnica, mas 
esta permitiu dividir as bactérias em dois grandes grupos: as bactérias gram-positivas e gram-
negativas. Por este método não é possível caracterizar a estrutura bacteriana responsável pela 
coloração. Com o passar dos anos foram desenvolvidas novas tecnologias que permitiram identificar a 
ultra-estrutura bacteriana (microscopia eletrônica e desenvolvimento de novas técnicas de análise 
bioquímicas). Hoje sabemos que isto se deve a diferenças na ultra-estrutura da parede celular 
bacteriana. 
Membrana plasmática 
É uma dupla camada de fosfolipídios e proteínas, esta última tem várias funções como permeabilidade 
seletiva, produção de energia, etc. Delimita o que está dentro ou o que está fora da célula. Quando 
analisada por intermédio da microscopia eletrônica, é possível visualizar invaginações desta membrana. 
A estrutura recebe o nome de mesossoma e, embora seja lhe sejam atribuídas funções na respiração 
e divisão celular, alguns autores afirmam que esta não possui função alguma e que seja apenas um 
simples artefato de preparação para visualização na microscopia eletrônica. 
Hialoplasma ou citoplasma 
É um líquido com consistência de gel, contendo sais, glicose e outros açúcares, proteínas funcionais e 
várias outras moléculas orgânicas. Contém também ARNm (ARN mensageiro) e ribossomas. Os 
ribossomas procariotas são bastante diferentes dos eucariotas (essas diferenças foram usadas para 
desenvolver antibióticos usados para afectar exclusivamente os ribossomas das bactérias). No 
citoplasma também está presente o seu único cromossomo; os procariontes podem possuir material 
genético extracromossomal, denominado plasmídeo, que são pequenas moléculas de ADN circular 
(quando comparada com o cromossomo) que normalmente contêm genes que conferem resistência a 
antibióticos. Os procariontes podem ter mais de uma cópia de plasmídeo. 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
CÉLULAS EUCARIONTES 
 
Típica célula eucarionte 
A palavra Eucarionte é derivada do grego eu, que significa verdadeiro e karyon, que significa noz ou 
amêndoa - núcleo. Como o próprio nome sugere, inclui todos os seres vivos com células que possuem 
núcleo que delimita o seu material genético do citoplasma. Além disso as células eucariontes possuem 
várias organelas. 
Quando comparado com as células procariontes, os eucariontes são muito mais complexos, possuem 
várias organelas e a maioria das reações ocorre em compartimentos próprios. A transdução de sinal é 
muito mais sofisticada e o seu material genético está numa forma mais compactada do que em 
procariontes. 
As células eucarióticas apresentam várias diferenças entre si. Se analisarmos uma célula animal, uma 
vegetal e um fungo, encontraremos diferenças significativas, no entanto todas essas apresentam 
características em comum; começaremos com as estruturas comuns a essas células e posteriormente 
abordaremos suas diferenças. 
Membrana plasmática 
 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
Composição química 
Açúcares 
Todas as membranas plasmáticas celulares são constituídas predominantemente 
por fosfolipídeos e proteínas em proporções variáveis e uma pequena fração de açúcares, na forma 
de oligossacarídeos. Exteriormente, na grande maioria das células animais, a membrana plasmática 
apresenta uma camada rica em glicídeos: o glicocálix ou glicocálice.[4]Entre outros papeis, o glicocálix 
tem a função de reconhecimento químico da célula para seu exterior e tem também função protetora, 
impedindo que alguns tipos de vírus ou bactérias se anexem à célula. 
LipídiosOs lipídios presentes nas membranas celulares pertencem predominantemente ao grupo 
dos fosfolipídeos. Estas moléculas são formadas pela união de três grupos de moléculas menores: 
um álcool, geralmente o glicerol, duas moléculas de ácidos graxos e um grupo fosfato, que pode 
conter ou não uma segunda molécula de álcool. A proporção de fosfolipídeos varia muito: compõe 
cerca de 50% da membrana plasmática e 90% da membrana mitocondrial.[5] A estrutura das 
membranas deve-se primariamente a essa camada dupla de fosfolipídios. Esses lipídios são moléculas 
longas com uma extremidade hidrofílica (tem afinidade com a água) e a cadeia hidrofóbica (não tem 
afinidade com a água). O grupo fosfato está situado nas lâminas externas da estrutura trilaminar. A 
parte situada entre as lâminas fosfatadas é composta pelas cadeias hidrofóbicas. As 
membranasanimais possuem ainda o colesterol,[6] e as células vegetais possuem outros esteróis, 
importantes para o controle da fluidez das membranas. Em certa temperatura, quanto maior a 
concentração de esteróis, menos fluida será a membrana. As células procariontes, salvo algumas 
exceções, não possuem esteróis. 
Proteínas 
As proteínas são os principais componentes funcionais das membranas celulares. A maioria das 
proteínas da membrana celular está mergulhada na camada dupla do fosfolipídios, interrompendo sua 
continuidade, são as proteínas integrais. Outras, as proteínas periféricas, estão aderentes às 
extremidades de proteínas integrais. Algumas proteínas atuam notransporte de substâncias para 
dentro ou para fora da célula. Entre estas, encontram-se glicoproteínas (proteínas ligadas 
a carboidratos). Algumas destas proteínas formam conexões, os fibronexos, entre 
o citoplasma e macromoléculas da matriz extracelular. Os grupos sangüíneos A-B-O, M-N e Rh, bem 
como fatores HLA, são antígenos dasuperfície externa da membrana. 
Principais características da membrana celular 
A membrana celular é responsável pela manutenção de uma substancia do meio intracelular, que é 
diferente do meio extracelular e pela recepção de nutrientes e sinais químicos do meio extracelular. 
Para o funcionamento normal e regular das células, deve haver a seleção das substâncias que entram 
e o impedimento da entrada de partículas indesejáveis, ou ainda, a eliminação das que se encontram 
no citoplasma. Por ser o componente celular mais externo e possuir receptores específicos, a 
membrana tem a capacidade de reconhecer outras células e diversos tipos de moléculas, 
como hormônios.[7] 
As membranas celulares possuem mecanismos de adesão, de vedação do espaço intercelular e de 
comunicação entre as células. Os microvilos ou microvilosidades são muito freqüentes e aumentam a 
superfície celular. 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
Não confundir a membrana celular com a parede celular (das células vegetais, por exemplo), que tem 
uma função principalmente de proteção mecânica da célula. Devido à membrana citoplasmática não 
ser muito forte, as plantas possuem a parede celular, que é mais resistente. 
A membrana celular é uma camada fina e altamente estruturada de moléculas de lípidos e proteínas, 
organizadas de forma a manter o potencial eléctrico da célula e a controlar o que entra e sai da célula 
(permeabilidade selectiva da membrana). Sua estrutura só vagamente pode ser verificada com 
um microscópio de transmissão electrônica. Muitas vezes, esta membrana contém proteínas receptoras 
de moléculas específicas, os Receptores de membrana, que servem para regular o comportamento da 
célula e, nos organismosmulticelulares, a sua organização em tecidos (ou em colónias). 
Por outro lado, a membrana celular não é, nem um corpo rígido, nem homogêneo – é muitas vezes 
descrita como um fluido bidimensional e tem a capacidade de mudar de forma einvaginar-se para o 
interior da célula, formando alguns dos seus organelos. 
A matriz fosfolipídica da membrana foi pela primeira vez postulada em 1825 por Gorter e Grendal; no 
entanto, só em 1895, Charles Overton deu força a esta teoria, tendo observado que a membrana 
celular apenas deixava passar algumas substâncias, todas lipossolúveis. 
Transporte através das membranas 
Mesmo nas membranas não biológicas, como as de plástico ou celulose, há moléculas que as 
conseguem atravessar, em determinadas condições. Dependendo das propriedades da membrana e 
das moléculas (ou átomos ou íons) em presença, o transporte através das membranas classifica-se 
em: 
 Transporte passivo – quando não envolve o consumo de energia do sistema, sendo utilizada 
apenas a energia cinética das moléculas; a movimentação dá-se a favor do gradiente de 
concentração. 
 Transporte ativo – quando o transporte das moléculas envolve a utilização de energia pelo 
sistema; no caso da célula viva, a energia utilizada é na forma de Adenosina tri-fosfato (ATP); a 
movimentação das substâncias dá-se contra o gradiente de concentração. 
O transporte através das membranas pode ainda ser classificado em mediado, 
envolve permeases (transporte ativo e difusão facilitada), e não-mediado (difusão directa). 
Transporte passivo 
O interior das células – o citoplasma – é basicamente uma solução aquosa de sais e 
substâncias orgânicas. O transporte passivo de substâncias na célula pode ser realizado através 
de difusão ou por osmose. 
A difusão se dá quando a concentração interna de certa substância é menor que a externa, e as 
particulas tendem a entrar na célula. Quando a concentração interna é maior, as substâncias tendem a 
sair. A difusão pode ser auxiliada por enzimas permeases sendo classificada difusão facilitada. Quando 
não há ação de enzimas, é chamada difusão simples 
No que se refere à osmose, quando a concentração externa de substâncias é maior que a interna, 
parte do líquido citoplasmático tende a sair fazendo com que a célula murche -plasmólise. Quando a 
concentração interna é maior, o líquido do meio externo tende a entrar na célula, dilatando-a -
 Turgência, entretanto existe ainda a situação em que a célula murcha e depois por motivos externos 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
volta a obter sua quantidade normal de água,então esse fato é chamado de Deplasmolise, ou seja, 
uma plasmolise inversa. Neste caso, se a diferença de concentração for muito grande, pode acontecer 
que a célula estoure. As células que possuem vacúolos são mais resistentes à diferença de 
concentração, pois estas organelas, além de outras funções, agem retendo líquido. 
Transporte ativo 
O transporte ativo através da membrana celular é primariamente realizado pelas enzimas ATPases, 
como a importante bomba de sódio e potássio, que tem função de manter opotencial 
eletroquímico das células. 
Muitas células possuem uma ATPase do cálcio que opera as concentrações intracelulares baixas de 
cálcio e controla a concentração normal (ou de reserva) deste importante mensageiro secundário. Uma 
outra enzima actua quando a concentração de cálcio sobe demasiadamente. Isto mostra que 
um íon pode ser transportado por diferentes enzimas, que não se encontram permanentemente ativas. 
Há ainda dois processos em que, não apenas moléculas específicas, mas a própria estrutura da 
membrana celular é envolvida no transporte de matéria (principalmente de grandes moléculas) para 
dentro e para fora da célula: 
 endocitose – em que a membrana celular envolve partículas ou fluido do exterior -
 fagocitose ou pinocitose - e a transporta para dentro, na forma duma vesícula; e 
 exocitose – em queuma vesícula contendo material que deve ser expelido se une à membrana 
celular, que depois expele o seu conteúdo. A exocitose pode se subdividir em Clasmocitose, 
defecação celular, ou Clasmatose quando resíduos provenientes da digestão intracelular realizado 
pelas células é eliminado, e em secreções quando a célula descarrega substâncias no meio 
externo. 
Nos seres humanos e animais, a secreção serve como meio que o corpo possui de eliminar resíduos 
metabólicos celulares que ainda tem importância funcional. 
Através da fusão entre o lisossomo e bolsas formadas na fagocitose ou pinocitose, forma-se o vacúolo 
digestivo. Nesse vacúolo, parte das substâncias são digeridas e transformadas em moléculas menores 
que atravessam a membrana e se espalham no citosol. A outra parte não digerida permanece no 
vacúolo, que agora passa a ser vacúolo residual. A clasmocitose termina quando o vacúolo residual se 
funde à membrana plasmática da célula e expulsa o seu conteúdo para o meio externo. 
Membrana celular 
(ou membrana plasmática ou membrana citoplasmática ou plasmalema) 
Toda a célula, seja procarionte ou eucarionte, apresenta uma membrana que isola do meio exterior: a 
membrana plasmática. A membrana plasmática é tão fina (entre 6 a 9 nm) que os mais aperfeiçoados 
microscópios ópticos não conseguiram torná-la visível. Foi somente após o desenvolvimento da 
microscopia eletrônica que a membrana plasmática pode ser observada. Nas grandes ampliações 
obtidas pelo microscópio eletrônico, cortes transversais da membrana aparecem como uma linha mais 
clara entre duas mais escuras, delimitando o contorno de cada célula. 
 
Constituição química da membrana plasmática 
Estudos com membranas plasmáticas isoladas revelam que seus componentes mais abundantes são 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
fosfolipídios, colesterol e proteínas. É por isso que se costumam dizer que as membranas plasmáticas 
têm constituição lipoprotéica. 
 
 
 
A organização molecular da membrana plasmática 
Uma vez identificados os fosfolipídios e as proteínas como os principais componentes moleculares da 
membrana, os cientistas passaram a investigar como estas substâncias estavam organizadas. 
 
O modelo do mosaico fluído 
A disposição das moléculas na membrana plasmática foi elucidada recentemente, sendo que os lipídios 
formam uma camada dupla e contínua, no meio da qual se encaixam moléculas de proteína. A dupla 
camada de fosfolipídios é fluida, de consistência oleosa, e as proteínas mudam de posição 
continuamente, como se fossem peças de um mosaico. Esse modelo foi sugerido por dois 
pesquisadores, Singer e Nicholson, e recebeu o nome de Modelo Mosaico Fluido. 
Os fosfolipídios têm a função de manter a estrutura da membrana e as proteínas têm diversas funções. 
As membranas plasmáticas de um eucariócitos contêm quantidades particularmente grande 
de colesterol. As moléculas de colesterol aumentam as propriedades da barreira da bicamada lipídica 
e devido a seus rígidos anéis planos de esteróides diminuem a mobilidade e torna a bicamada lipídica 
menos fluida. 
 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
 
 
Funções das proteínas na membrana plasmática 
 
As proteínas da membrana plasmática exercem grandes variedades de funções: atuam 
preferencialmente nos mecanismos de transporte, organizando verdadeiros túneis que permitem a 
passagem de substâncias para dentro e para fora da célula, funcionam como receptores de membrana, 
encarregadas de receber sinais de substâncias que levam alguma mensagem para a célula, favorecem 
a adesão de células adjacentes em um tecido, servem como ponto de ancoragem para o citoesqueleto. 
 Proteínas de adesão: em células adjacentes, as proteínas da membrana podem aderir umas 
às outras. 
 Proteínas que facilitam o transporte de substâncias entre células. 
 Proteínas de reconhecimento: determinadas glicoproteínas atuam na membrana como um 
verdadeiro “selo marcador”, sendo identificadas especificamente por outras células. 
 Proteínas receptoras de membrana. 
 Proteínas de transporte: podem desempenhar papel na difusão facilitada, formando um 
canal por onde passam algumas substâncias, ou no transporte ativo, em que há gasto de 
energia fornecida pela substância ATP. O ATP (adenosina trifosfato) é uma molécula derivada 
de nucleotídeo que armazena a energia liberada nos processos bioenergéticos que ocorrem nas 
células (respiração aeróbia, por exemplo). Toda vez que é necessária energia para a realização 
de uma atividade celular (transporte ativo, por exemplo) ela é fornecida por moléculas de ATP. 
 Proteínas de ação enzimática: uma ou mais proteínas podem atuar isoladamente como 
enzima na membrana ou em conjunto, como se fossem parte de uma “linha de montagem” de 
uma determinada via metabólica. 
 Proteínas com função de ancoragem para o citoesqueleto. 
 
 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
Transporte pela Membrana Plasmática 
A capacidade de uma membrana de ser atravessada por algumas substâncias e não por outras define 
suapermeabilidade. Em uma solução, encontram-se o solvente (meio líquido dispersante) e 
o soluto(partícula dissolvida). Classificam-se as membranas, de acordo com a permeabilidade, em 4 
tipos: 
a) Permeável: permite a passagem do solvente e do soluto; 
b) Impermeável: não permite a passagem do solvente nem do soluto; 
c) Semipermeável: permite a passagem do solvente, mas não do soluto; 
d) Seletivamente permeável: permite a passagem do solvente e de alguns tipos de soluto. 
Nessa última classificação se enquadra a membrana plasmática. 
A passagem aleatória de partículas sempre ocorre de um local de maior concentração para 
outro de concentração menor (a favor do gradiente de concentração). Isso se dá até que a 
distribuição das partículas seja uniforme. A partir do momento em que o equilíbrio for atingido, as 
trocas de substâncias entre dois meios tornam-se proporcionais. 
A passagem de substâncias através das membranas celulares envolve vários mecanismos, entre os 
quais podemos citar: 
Transporte passivo 
Osmose 
Difusão simples 
Difusão facilitada 
 
Transporte ativo 
Bomba de sódio e potássio 
 
Endocitose e exocitose 
Fagocitose 
Pinocitose 
 
 
 
 
 
 
 Transporte Passivo 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
Ocorre sempre a favor do gradiente, no sentido de igualar as concentrações nas duas faces da 
membrana. Não envolve gasto de energia. 
 Osmose 
A água se movimenta livremente através da membrana, sempre do local de menor concentração de 
soluto para o de maior concentração. A pressão com a qual a água é forçada a atravessar a membrana 
é conhecida por pressão osmótica. 
 
 
A osmose não é influenciada pela natureza do 
soluto, mas pelo número de partículas. 
Quando duas soluções contêm a mesma 
quantidade de partículas por unidade de 
volume, mesmo que não sejam do mesmo 
tipo, exercem a mesma pressão osmótica e 
são isotônicas. Caso sejam separadas por 
uma membrana, haverá fluxo de água nos 
dois sentidos de modo proporcional. 
Quando se comparam soluções de 
concentrações diferentes, a que possui mais 
soluto e, portanto, maior pressão osmótica é 
chamada hipertônica, e a de menor 
concentração de soluto e menor pressão 
osmótica é hipotônica. Separadas por uma 
membrana, há maior fluxo de água da 
solução hipotônica para a hipertônica, até que 
as duas soluções se tornem isotônicas. 
A osmose pode provocar alterações de 
volume celular. Uma hemácia humana é 
isotônica em relação a uma solução de cloreto 
de sódio a 0,9% (“soluçãofisiológica”). Caso 
seja colocada em um meio com maior 
concentração, perde água e murcha. Se 
estiver em um meio mais diluído (hipotônico), 
absorve água por osmose e aumenta de 
volume, podendo romper (hemólise). 
 Se um paramécio é colocado em um meio hipotônico, absorve água por osmose. O excesso de água é 
eliminado pelo aumento de freqüência dos batimentos do vacúolo pulsátil (ou contrátil). 
 
Protozoários marinhos não possuem vacúolo pulsátil, já que o meio externo é hipertônico. 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
A pressão osmótica de uma solução pode ser medida em um osmômetro. A solução avaliada é 
colocada em um tubo de vidro fechado com uma membrana semipermeável, introduzido em um 
recipiente contendo água destilada, como mostra a figura. 
 
 
 
Por osmose, a água entra na solução fazendo subir o nível líquido no tubo de vidro. Como no 
recipiente há água destilada, a concentração de partículas na solução será sempre maior que fora do 
tubo de vidro. Todavia, quando o peso da coluna líquida dentro do tubo de vidro for igual à força 
osmótica, o fluxo de água cessa. Conclui-se, então, que a pressão osmótica da solução é igual à 
pressão hidrostática exercida pela coluna líquida. 
 
Transporte Passivo 
 
Difusão 
Consiste na passagem das moléculas do soluto, do local de maior para o local de menor 
concentração, até estabelecer um equilíbrio. É um processo lento, exceto quando o gradiente 
de concentração for muito elevado ou as distâncias percorridas forem curtas. A passagem 
de substâncias, através da membrana, se dá em resposta ao gradiente de concentração. 
 
 
 
Difusão Facilitada 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
Certas substâncias entram na célula a favor do 
gradiente de concentração e sem gasto energético, 
mas com uma velocidade maior do que a permitida 
pela difusão simples. Isto ocorre, por exemplo, com 
a glicose, com alguns aminoácidos e certas 
vitaminas. A velocidade da difusão facilitada não é 
proporcional à concentração da substância. 
Aumentando-se a concentração, atinge-se um 
ponto de saturação, a partir do qual a entrada 
obedece à difusão simples. Isto sugere a existência 
de uma molécula transportadora 
chamada permease na membrana. Quando todas 
as permeases estão sendo utilizadas, a velocidade 
não pode aumentar. Como alguns solutos 
diferentes podem competir pela mesma permease, 
a presença de um dificulta a passagem do outro. 
 
 
 
 
 
Osmose na célula vegetal 
 
Como já foi dito anteriormente, se duas soluções se mantêm separadas por uma membrana 
semipermeável, ocorre fluxo de água da solução mais diluída para a mais concentrada. Essa difusão do 
solvente chama-se osmose. 
Quando uma célula vegetal está em meio hipotônico, absorve água. Ao contrário da célula animal, ela 
não se rompe, pois é revestida pela parede celular ou membrana celulósica, que é totalmente 
permeável, mas tem elasticidade limitada, restringindo o aumento do volume da célula. Assim, a 
entrada de água na célula não depende apenas da diferença de pressão osmótica entre o meio 
extracelular e o meio intracelular (principalmente a pressão osmótica do suco vacuolar, líquido 
presente no interior do vacúolo da célula vegetal). Depende, também, da pressão contrária exercida 
pela parede celular. Essa pressão é conhecida por pressão de turgescência, ou resistência da 
membrana celulósica à entrada de água na célula. 
 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
As Relações Hídricas da Célula Vegetal 
A osmose na célula vegetal depende da pressão osmótica (PO) exercida pela solução do vacúolo, que 
também é chamada de sucção interna do vacúolo (Si). Podemos chamar a pressão osmótica ou sucção 
interna do vacúolo de força de entrada de água na célula vegetal. 
Conforme a água entra na célula vegetal, a membrana celulósica sofre deformação e começa exercer 
força contrária à entrada de água na célula vegetal. 
Essa força de resistência à entrada de água na célula vegetal é denominada pressão de Turgor ou 
Turgescência (PT) ou resistência da membrana celulósica (M). Essa turgescência à entrada de água na 
célula vegetal pode ser chamada de força de saída de água da célula vegetal. A diferença entre as 
forças de entrada e saída de água da célula vegetal é denominada de diferença de pressão de difusão 
DPD ou sucção celular (Sc). 
Assim, temos: 
DPD = PO - 
PT 
 
Ou 
Sc = Si - M 
 
A Célula Vegetal em Meio Isotônico 
Quando está em meio isotônico, a parede 
celular não oferece resistência à entrada de 
água, pois não está sendo distendida (PT = 
zero). Mas, como as concentrações de 
partículas dentro e fora da célula são iguais, 
a diferença de pressão de difusão é nula. 
A célula está flácida. A força de entrada 
(PO) de água é igual à força de saída (PT) 
de água da célula. 
Como DPD = PO – PT DPD = zero 
 
A Célula Vegetal em Meio Hipotônico 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
Quando o meio é hipotônico, há diferença de 
pressão osmótica entre os meios intra 
e extra- celular. À medida que a célula 
absorve água, distende a membrana 
celulósica, que passa a oferecer resistência à 
entrada de água. Ao mesmo tempo, a entrada 
de água na célula dilui o suco vacuolar, cuja 
pressão osmótica diminui. Em certo instante, a 
pressão de turgescência(PT) se iguala à 
pressão osmótica(PO), tornando a entrada e a 
saída de água proporcionais. 
PO = PT, portanto 
DPD = PO – PT DPD =zero 
A célula está túrgida. 
 
 
A Célula Vegetal em Meio Hipertônico 
 
Quando a célula está em meio hipertônico, 
perde água e seu citoplasma se retrai, 
deslocando a membrana plasmática da 
parede celular. Como não há deformação da 
parede celular, ela não exerce pressão de 
turgescência (PT = zero). Nesse caso: 
DPD = PO 
Diz-se que a célula está plasmolisada. Se 
a célula plasmolisada for colocada em meio 
hipotônico, absorve água e retorna à 
situação inicial. O fenômeno inverso à 
plasmólise chama-se deplasmólise ou 
desplasmolise. 
 
 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
Quando a célula fica exposta ao ar, perde água por evaporação e se retrai. Nesse caso, o retraimento 
é acompanhado pela parede celular. Retraída, a membrana celulósica não oferece resistência à entrada 
de água. Pelo contrário, auxilia-a. A célula está dessecada ou murcha. 
Como a parede celular está retraída, exerce uma pressão no sentido de voltar à situação inicial e acaba 
favorecendo a entrada de água na célula vegetal. Assim, temos uma situação contrária da célula 
túrgida e o valor de (PT) ou (M) é negativo. 
A expressão das relações hídricas da célula vegetal ficará assim: 
DPT = PO – (–PT) 
DPT = PO + PT 
O gráfico a seguir, conhecido por diagrama de Höfler, ilustra as variações de pressões expostas 
anteriormente. 
 
 
 
Na situação A, a célula está túrgida (PO = PT e DPD = zero). Em B, PT = zero e DPD = PO, a célula 
está plasmolisada. Se a parede celular se retrai, a pressão de turgescência passa a auxiliar a entrada 
de água (DPD > PO), como indicado na situação C, de uma célula dessecada. 
 
 Transporte Ativo 
 
Neste processo, as substâncias são transportadas com gasto de energia, podendo ocorrer do local de 
menor para o de maior concentração (contra o gradiente de concentração). Esse gradiente pode 
ser químico ou elétrico, como no transporte de íons. O transporte ativo age como uma “porta 
giratória”. A molécula a ser transportada liga-se à molécula transportadora (proteína da membrana) 
como uma enzima se liga ao substrato. A molécula transportadoragira e libera a molécula carregada 
no outro lado da membrana. Gira, novamente, voltando à posição inicial. A bomba de sódio e 
potássio liga-se em um íon Na+ na face interna da membrana e o libera na face externa. Ali, se liga a 
um íon K+ e o libera na face externa. A energia para o transporte ativo vem da hidrólise do ATP. 
 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
 
 
Transporte acoplado 
Muitas membranas pegam carona com 
outras substâncias ou íons, para entrar 
ou sair das células, utilizando o mesmo 
“veículo de transporte". É o que ocorre 
por exemplo, com moléculas de açúcar 
que ingressam nas células contra o seu 
gradiente de concentração. Como vimos 
no item anterior, a bomba de 
sódio/potássio expulsa íons de sódio da 
célula, ao mesmo tempo que faz os íons 
potássio ingressarem, utilizando a 
mesma proteína transportadora (o 
mesmo canal iônico), com gasto de 
energia. Assim, a concentração de íons 
de sódio dentro da célula fica baixa, o 
que induz esses íons a retornarem para 
o interior celular. 
Ao mesmo tempo, moléculas de açúcar, 
cuja concentração dentro da célula é 
alta, aproveitam o ingresso de sódio e o 
“acompanham” para o meio intracelular. 
Esse transporte simultâneo, ocorre com 
a participação de uma proteína de 
membrana “cotransportadora” que, 
ao mesmo tempo em que favorece o 
retorno de íons de sódio para a célula, 
também deixa entrar moléculas de 
açúcar cuja concentração na célula é 
elevada. 
Note que a energia utilizada nesse tipo 
de transporte é indiretamente 
proveniente da que é gerada no 
transporte ativo de íons de 
sódio/potássio. 
 
 
 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
Endocitose e exocitose 
Enquanto que a difusão simples e facilitada e o transporte ativo são mecanismos de entrada ou saída 
para moléculas e ions de pequenas dimensões, as grandes moléculas ou até partículas constituídas por 
agregados moleculares são transportadas através de outros processos. 
Endocitose 
Este processo permite o transporte de substâncias do meio extra- para o intracelular, através de 
vesículas limitadas por membranas, a que se dá o nome de vesículas de endocitose ou endocíticas. 
Estas são formadas por invaginação da membrana plasmática, seguida de fusão e separação de um 
segmento da mesma. 
Há três tipos de endocitose: pinocitose, fagocitose e endocitose mediada. 
Pinocitose 
Neste caso, as vesículas são de pequenas dimensões e a célula ingere moléculas solúveis que, de outro 
modo, teriam dificuldades em penetrar a membrana. 
O mecanismo pinocítico envolve gasto de energia e é muito seletivo para certas substâncias, como os 
sais, aminoácidos e certas proteínas, todas elas solúveis em água. 
 
 
Este processo, que ocorre em diversas células, tem uma considerável importância para a Medicina: o 
seu estudo mais aprofundado pode permitir o tratamento de grupos de células com substâncias que 
geralmente não penetram a membrana citoplasmática (diluindo-as numa solução que contenha um 
indutor de pinocitose como, por exemplo, a albumina, fazendo com que a substância siga a albumina 
até ao interior da célula e aí desempenhe a sua função). 
 
Endocitose mediada 
Se a invaginação da membrana for desencadeada pela ligação de uma determinada substância a um 
constituinte específico da membrana trata-se de um processo de endocitose mediada e chama-se a 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
esse constituinte receptor. 
Para entrar na célula deste modo é necessário que a membrana possua receptores específicos para a 
substância em questão. 
Este mecanismo é utilizado por muitos vírus (como o HIV, por exemplo) e toxinas para penetrar na 
célula dado que ao longo do tempo foram desenvolvendo uma complementaridade com os receptores. 
Este processo é também importante para a Medicina, pois foram introduzidos em medicamentos 
usados para destruir células tumorais fragmentos que se ligam aos receptores membranares 
específicos das células que se pretende destruir. 
 
 
 
Fagocitose 
Este processo é muito semelhante à pinocitose, sendo a única diferença o fato de o material envolvido 
pela membrana não estar diluído. 
Enquanto que a pinocitose é um processo comum a quase todas as células eucarióticas, muitas das 
células pertencentes a organismos multicelulares não efetuam fagocitose, sendo esta efetuada por 
células específicas. Nos protistas a fagocitose é freqüentemente uma das formas de ingestão de 
alimentos. 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
 
Os glóbulos brancos utilizam este processo para envolver materiais estranhos como bactérias ou até 
células danificadas. Dentro da célula fagocítica, enzimas citoplasmáticas são secretadas para a vesícula 
e degradam o material até este ficar com uma forma inofensiva. 
Exocitose 
Enquanto que na endocitose as substâncias entram 
nas células, existe um processo inverso: a exocitose. 
Depois de endocitado, o material sofre 
transformações sendo os produtos resultantes 
absorvidos através da membrana do organito e 
permanecendo o que resta na vesícula de onde será 
posteriormente exocitado. 
A exocitose permite, assim, a excreção e secreção de 
substâncias e dá-se em três fases: migração, fusão e 
lançamento. Na primeira, as vesículas de exocitose 
deslocam-se através do citoplasma. Na segunda, dá-
se a fusão da vesícula com a membrana celular. Por 
último, lança-se o conteúdo da vesícula no meio 
extracelular. 
 
 
 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
 
 
Citosol, Citoplasma ou hialoplasma 
 
Os primeiros citologistas acreditavam que o interior da célula viva era preenchido por um fluído 
homogêneo e viscoso, no qual estava mergulhado o núcleo. Esse fluido recebeu o nome de 
citoplasma (do grego kytos, célula, e plasma, aquilo que dá forma, que modela). 
Hoje se sabe que o espaço situado entre a membrana plasmática e o núcleo é bem diferente do que 
imaginaram aqueles citologistas pioneiros. Além da parte fluida, o citoplasma contém bolsas e canais 
membranosos e organelas ou orgânulos citoplasmáticos, que desempenham funções 
específicas no metabolismo da célula eucarionte. 
 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
 
 
O fluido citoplasmático é constituído principalmente por água, proteínas, sais minerais e 
açucares. No citosol ocorre a maioria das reações químicas vitais, entre elas a fabricação das 
moléculas que irão constituir as estruturas celulares. É também no citosol que muitas substâncias de 
reserva das células animais, como as gorduras e o glicogênio, ficam armazenadas. 
 
 
 
Na periferia do citoplasma, o citosol é mais viscoso, tendo consistência de gelatina mole. Essa região é 
chamada de ectoplasma (do grego, ectos, fora). Na parte mais central da célula situa-se o endoplasma 
(do grego, endos, dentro), de consistência mais fluida. 
 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
 
Célula Vegetal 
Ciclose 
O citosol encontra-se em contínuo movimento, impulsionado pela contração rítmica de certos fios de 
proteínas presentes no citoplasma, em um processo semelhante ao que faz nossos músculos se 
movimentarem. Os fluxos de citosol constituem o que os biólogos denominam ciclose. Em algumas 
células, a ciclose é tão intensa que há verdadeiras correntes circulatórias internas. Sua velocidade 
aumenta com elevação da temperatura e diminui em temperaturas baixas, assim como na falta de 
oxigênio. 
Movimento amebóide 
Alguns tipos de células têm a capacidade de alterar rapidamente a consistência de seu citosol, gerandofluxos internos que permitem à célula mudar de forma e se movimentar. Esse tipo de movimento 
celular, presente em muitos protozoários e em alguns tipos de células de animais multicelulares, é 
chamado movimento amebóide. 
 
 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
 
 
Como são os organóides? 
 Alguns dos organóides (também chamados de orgânulos ou organelas) do citoplasma são 
membranosos, isto é, são revestidos por uma membrana lipoprotéica semelhante à membrana 
plasmática. Estamos nos referindo a retículo endoplasmático, mitocôndrias, sistema 
golgiense (ou complexo de golgi) 
lisossomos, peroxissomos, glioxissomos, cloroplastos e vacúolos. Os organóides não 
membranosos são os ribossomos e os centríolos. 
 
 O retículo endoplasmático 
 
Tipos de retículo 
O citoplasma das células eucariontes contém inúmeras bolsas e tubos cujas paredes têm uma 
organização semelhante à da membrana plasmática. Essas estruturas membranosas formam uma 
complexa rede de canais interligados, conhecida pelo nome de retículo endoplasmático. Pode-se 
distinguir dois tipos de retículo: rugoso (ou granular) e liso (ou agranular). 
 Retículo endoplasmático rugoso (RER) e liso (REL) 
O retículo endoplasmático rugoso (RER), também chamado de ergastoplasma, é formado por 
sacos achatados, cujas membranas têm aspecto verrugoso devido à presença de grânulos – 
osribossomos – aderidos à sua superfície externa (voltada para o citosol). Já o retículo 
endoplasmático liso (REL) é formado por estruturas membranosas tubulares, sem ribossomos 
aderidos, e, portanto, de superfície lisa. 
 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
 
Os dois tipos de retículo estão interligados e a transição entre eles é gradual. Se observarmos o 
retículo endoplasmático partindo do retículo rugoso em direção ao liso, vemos as bolsas se tornarem 
menores e a quantidade de ribossomos aderidos diminui progressivamente, até deixar de existir. 
 
Funções do retículo endoplasmático 
O retículo endoplasmático atua como uma rede de distribuição de substâncias no interior da célula. No 
líquido existente dentro de suas bolsas e tubos, diversos tipos de substâncias se deslocam sem se 
misturar com o citosol. 
Produção de lipídios 
Uma importante função de retículo endoplasmático liso é a produção de lipídios. A lecitina e o 
colesterol, por exemplo, os principais componentes lipídicos de todas as membranas celulares são 
produzidos no REL. Outros tipos de lipídios produzidos no retículo liso são os hormônios esteróides, 
entre os quais estão a testosterona e os estrógeno, hormônios sexuais produzidos nas células das 
gônadas de animais vertebrados. 
Desintoxicação 
O retículo endoplasmático liso também participa dos processos de desintoxicação do 
organismo. Nas células do fígado, o REL, absorve substâncias tóxicas, modificando-as ou destruindo-
as, de modo a não causarem danos ao organismo. É a atuação do retículo das células hepáticas que 
permite eliminar parte do álcool, medicamentos e outras substâncias potencialmente nocivas 
que ingerimos. 
Armazenamento de substâncias 
Dentro das bolsas do retículo liso também pode haver armazenamento de substâncias. Os 
vacúolos das células vegetais, por exemplo, são bolsas membranosas derivadas do retículo que 
crescem pelo acúmulo de soluções aquosas ali armazenadas. 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
Produção de proteínas 
O retículo endoplasmático rugoso, graças à presença dos ribossomos, é responsável por 
boa parte da produção de proteínas da célula. As proteínas fabricadas nos ribossomos do RER 
penetram nas bolsas e se deslocam em direção ao aparelho de Golgi, passando pelos estreitos e 
tortuosos canais co retículo endoplasmático liso. 
 Os vacúolos 
Os vacúolos das células vegetais são interpretados com regiões expandidas do retículo 
endoplasmático. Em células vegetais jovens observam-se algumas dessas regiões, formando 
pequenos vacúolos isolados um do outro. Mas, à medida que a célula atinge a fase adulta, esses 
pequenos vacúolos se fundem, formando-se um único, grande e central, com ramificações que 
lembram sua origem reticular. A expansão do vacúolo leva o restante do citoplasma a ficar comprimido 
e restrito à porção periférica da célula. Além disso, a função do vacúolo é regular as trocas de água 
que ocorrem na osmose. 
 
Em protozoários de água doce existem vacúolos pulsáteis (também chamados contráteis), que 
exercem o papel de reguladores osmóticos. O ingresso constante de água, do meio para o interior da 
célula, coloca em risco a integridade celular. A remoção contínua dessa água mantém constante a 
concentração dos líquidos celulares e evita riscos de rompimento da célula. É um trabalho que 
consome energia. 
 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
 
 
Aparelho de Golgi 
A denominação aparelho ou complexo de Golgi é uma homenagem ao citologista italiano Camilo 
Golgi, que, em 1898, descobriu essa estrutura citoplasmática. Ao verificar que certas regiões com 
citoplasma celular se coravam por sais de ósmio de prata, Golgi imaginou que ali deveria existir algum 
tipo de estrutura, posteriormente confirmada pela microscopia eletrônica. 
Dictiossomos 
O aparelho de Golgi está presente em praticamente todas as células eucariontes, e consiste de bolsas 
membranosas achatadas, empilhadas como pratos. Cada uma dessas pilhas recebe o nome 
dedictiossomo. Nas células animais, os dictiossomos geralmente se encontram reunidos em um único 
local, próximo ao núcleo. Nas células vegetais, geralmente há vários dictiossomos espalhados pelo 
citoplasma. 
 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
 
Funções do aparelho de Golgi 
O aparelho de Golgi atua como centro de armazenamento, transformação, empacotamento e 
remessa de substâncias na célula. Muitas das substâncias que passam pelo aparelho de Golgi 
serão eliminadas da célula, indo atuar em diferentes partes do organismo. É o que ocorre, por 
exemplo, com asenzimas digestivas produzidas e eliminadas pelas células de diversos órgãos 
(estômago, intestino, pâncreas etc.). Outras substâncias, tais como o muco que lubrifica as superfícies 
internas do nosso corpo, também são processadas e eliminadas pelo aparelho de Golgi. Assim, o 
principal papel dessa estrutura citoplasmática é a eliminação de substâncias que atuam fora da célula, 
processo genericamente denominado secreção celular. 
Secreção de enzimas digestivas 
As enzimas digestivas do pâncreas, por exemplo, são produzidas no RER e levadas até as bolsas 
do aparelho de Golgi, onde são empacotadas em pequenas bolsas, que se desprendem dos 
dictiossomos e se acumulam em um dos pólos da célula pancreática. Quando chega o sinal de que há 
alimento para ser digerido, as bolsas cheias de enzimas se deslocam até a membrana plasmática, 
fundem-se com ela e eliminam seu conteúdo para o meio exterior. 
A produção de enzimas digestivas pelo pâncreas é apenas um entre muitos exemplos do papel do 
aparelho de Golgi nos processos de secreção celular. Praticamente todas as células do corpo sintetizam 
e secretam uma grande variedade de proteínas que atuam fora delas. 
 
 
Formação do acrossomo do espermatozóide 
O aparelho de Golgi desempenha um papel importante na formação dos espermatozóides. Estes 
contêm bolsas repletas de enzimas digestivas, que irão perfurar as membranas do óvulo e permitir a 
 
 
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CITOLOGIA I – ENVOLTÓRIOS E CITOPLASMA CELULARES 
fecundação. A bolsa de enzimas do espermatozóide maduro, originada no aparelho de Golgi, é 
o acrossomo (do grego acros, alto, topo, e somatos, corpo), termo que significa “corpo localizado

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