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CASOS CONCRETOS DIREITO EMPRESARIAL AVANÇADO II

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CASOS CONCRETOS – DIREITO EMPRESARIAL AVANÇADO II
AULA 1
CASO CONCRETO
Fernando emitiu um título de crédito em favor de Renata, o qual circulou através de diversos endossos até o atual portador. Após o prazo de vencimento, o portador decidiu executar um dos endossantes, tendo em vista que o título não foi pago pelo devedor original. Todavia, ao ser executado, o endossante alegou em sua defesa que não poderia ser executado, haja vista que recebeu o título de um menor, o qual não teria capacidade civil, e o que tornaria nula a cadeia de endossos. Diante dessa situação hipotética, pergunta-se: 
Tem fundamento a defesa apresentada pelo endossante?
Não, pois as obrigações são autônomas. Não merece ser acolhida a defesa apresentada, tendo em vista que ao lançar sua assinatura no título o endossante vincula sua obrigação de pagar como garantidor, sendo que as obrigações são autônomas e independentes.
Qual o princípio que pode ser aplicado no caso em tela? 
Princípio da autonomia; aplicáveis a espécie os princípios da autonomia, em que cada obrigação é autônoma com relação às demais, independentemente da situação do obrigado e o da oponibilidade das exceções pessoais, cuja relação pessoal com qualquer dos obrigados não pode ser alegada como defesa (art. 7 e 17 LUG 57663/1966).
QUESTÃO OBJETIVA 1 
São princípios gerais dos títulos de crédito: 
a) literalidade, forma e causa. 
b) forma, causa e abstração. 
c) negociabilidade, anterioridade e literalidade. 
d) modelo, cártula e autonomia 
e) cartularidade, literalidade e autonomia 
QUESTÃO OBJETIVA 2 
Quanto à classificação dos títulos de crédito, é incorreto afirmar: 
a) Quanto ao modelo, os títulos podem ser classificados como livres (letra de câmbio e nota promissória) e vinculados (cheque e duplicata). 
b) quanto à estrutura, os títulos se classificam como ordem de pagamento ou promessa de pagamento. 
c) como exemplo de ordem de pagamento, temos a letra de câmbio, e como promessa de pagamento a nota promissória. 
d) quanto às hipóteses de emissão, os títulos de créditos podem ser classificados em causais e não causais. 
e) todos os títulos de crédito existentes no Brasil podem ser considerados não causais, visto que não dependem de causa específica para serem emitidos.
AULA 2
CASO CONCRETO
Fernando Lopes emite uma letra de câmbio em face de Luan e a favor de Eduarda, que a endossa em branco para Rebeca, a qual endossa em preto para Maria que, por sua vez, também endossa em preto para João. Este endossa em branco e repassa o título para Dora, que repassa o título por tradição para Eunice, e assim vai por Emerson e Vitor. Por fim, Vitor transmite o título para Miro, através de endosso em preto. Diante disso: 
Determine quais os obrigados pelo pagamento do referido título. 
Fernando Lopes, Luan, Eduarda, Rebeca, Maria e Vitor
Especifique o principal efeito do endosso realizado por Vitor.
O principal efeito do endosso em preto é fazer com que o título fique nominal e caso o portador queira transferi-lo, obrigatoriamente devera faze-lo por endosso.
QUESTÃO OBJETIVA 1
No que se refere ao instituto do aval, assinale a alternativa correta: 
a) o aval tem exatamente os mesmos efeitos do endosso. 
b) em qualquer título de crédito, é vedado o aval parcial, conforme determina o artigo 897, parágrafo único do Código Civil. 
c) no caso das letras de câmbio, é permitido o aval parcial, por força de previsão em legislação especial. 
d) o aval corresponde a um tipo de fiança, tendo em vista que possui as mesmas características. 
e) assim como a fiança, o aval admite benefício de ordem, ou seja, primeiramente a cobrança deve recair sobre o avalizado, e depois sobre o avalista.
AULA 3
CASO CONCRETO
(VIII Exame Unificado da OAB – 2ª Fase – Empresarial – Prático-Profissional – 2012) 
Pedro emite nota promissória para o beneficiário João, com o aval de Bianca. Antes do vencimento, João endossa a respectiva nota promissória para Caio. Na data de vencimento, Caio cobra o título de Pedro, mas esse não realiza o pagamento, sob a alegação de que sua assinatura foi falsificada. Após realizar o protesto da nota promissória, Caio procura um advogado com as seguintes indagações: 
Tendo em vista que a obrigação de Pedro é nula, o aval dado por Bianca é válido?
Sim. Em razão do princípio da autonomia das obrigações cambiais, a obrigação do avalista se mantém mesmo no caso de a obrigação que ele garantiu ser nula por qualquer razão que não seja vício de forma, com base no art. 32 OU art. 7º da LUG
Decreto nº 57.663/66.
 Contra qual(is) devedor(es) cambiário(s) Caio poderia cobrar sua nota promissória? Responda, justificadamente, empregando os argumentos jurídicos apropriados e indicando os dispositivos legais pertinentes. 
Caio poderá cobrar sua nota promissória da avalista Bianca e do endossante João, nos termos do artigo 47 da LUG – Decreto nº 57.663/66.
QUESTÃO OBJETIVA
(MAGISTRATURA/MG – VUNESP – 2012) 
É correto afirmar que o cancelamento do protesto, após quitação do débito: 
a) é ônus do credor 
b) é ônus do devedor 
c) é ônus do tabelião de protestos, que deverá proceder de ofício. 
d) dependerá sempre de intervenção do Poder Judiciário, mediante alvará ou mandado, conforme seja jurisdição voluntária ou contenciosa
AULA 4
CASO CONCRETO 
(OAB – XIV Exame – Prático-Profissional – 2ª Fase – 2014) 
Uma letra de câmbio foi sacada por Celso Ramos com cláusula “sem despesas” e vencimento no dia 11.09.2013. O tomador, Antônio Olinto, transferiu a cambial por endosso para Pedro Afonso no dia 03.09.2013. O título recebeu três avais, todos antes do vencimento, sendo dois em branco e superpostos, e um aval em preto em favor de Antônio Olinto. A letra de câmbio foi aceita e o endossatário apresentou o título para pagamento ao aceitante no dia 12.09.2013. Diante da recusa, o portador, no mesmo dia, apresentou o título a protesto por falta de pagamento, que foi lavrado no dia 18.09.2013. Com base nas informações contidas no texto e na legislação cambial, responda aos seguintes itens. 
Quem é o avalizado nos avais em branco prestados na letra de câmbio? São avais simultâneos ou sucessivos? Justifique. 
O avalizado nos avais em branco prestados na letra de câmbio é o sacador, Celso Ramos. De acordo com o Art. 31, última alínea, do Decreto n. 57.663/66 (LUG), na falta de indicação do avalizado, entender-se-á ser pelo sacador. Os avais em branco e superpostos são considerados simultâneos (Súmula 189 do STF), ou seja, cada coavalista é responsável por uma quota-parte da dívida e todos respondem pela integralidade perante o portador Pedro Afonso.
Nas condições descritas no enunciado, indique e justifique quem poderá ser demandado em eventual ação cambial proposta pelo endossatário? 
O endossatário poderá demandar apenas o aceitante em eventual ação cambial, porque o título foi apresentado a pagamento no dia 12 de setembro, ou seja, após o prazo legal previsto no Art. 20 do Decreto n. 2.044/1908 (dia do vencimento, 11 de setembro de 2013). Assim, houve perda do direito de ação em face dos coobrigados Celso Ramos – sacador, Antônio Olinto – endossante e de todos os avalistas, com fundamento no Art. 53 da LUG. Ressalte-se que a aplicação do Art. 20 do Decreto n. 2.044/1908 se dá em razão da reserva ao Art. 5º do Anexo II da LUG, Portanto, o prazo para apresentação a pagamento da letra de câmbio sacada “sem despesas” é regulado pelo Decreto n. 2.044/1908 e não pelo Art.38 da LUG.
QUESTÃO OBJETIVA
(TJMG – Juiz – 2014) 
Com relação à nota promissória, analise as afirmativas, assinalando com V as verdadeiras e com F as falsas. 
( ) O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título. 
( ) A ação cambial contra o endossador e o avalista da nota promissória prescreve em trinta e seis meses contados do dia em que ação pode ser proposta. 
( ) O devedor somente poderá opor ao portador da nota promissória exceção fundadaem direito pessoal, na nulidade de sua obrigação e na falta de requisito necessário ao exercício da ação cambial. 
( ) Sendo a nota promissória rural, emitida por uma cooperativa em favor de seus cooperados, um título de crédito de natureza causal, a respectiva execução se encontra vinculada à eficácia do negócio jurídico subjacente. 
Assinale a alternativa que apresenta sequência CORRETA. 
a) FVVF 
b) VFVV 
c) VVFF 
d) FFFV
AULA 5
CASO CONCRETO
Maria e Bernardo são casados e possuem conta corrente no Banco Brasileiro S.A. Para efetuar o pagamento de um tratamento dentário da esposa, Bernardo emite um cheque no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) em favor do dentista Alberto. Sendo assim, o dentista depositou o cheque e foi surpreendido pela devolução do cheque por falta de fundos. Tendo em vista que não conseguiu o pagamento do cheque, Alberto promoveu execução em face de Maria, tendo em vista que foi a usuária do tratamento dentário. Analisando caso concreto, responda as seguintes questões: 
Tendo em vista que a conta corrente é conjunta, será procedente a execução em face de Maria? 
Não segundo o entendimento pacificado do STJ, apenas o assinante da cártula, ainda que pertence a conta conjunta deve responder pela falta de fundos no pagamento do cheque, havendo assim uma ilegitimidade passiva da esposa no caso em tela.
Quais os requisitos legais que devem conter num cheque?
Artigo 1º da lei 7.357/85.
Art. 1º O cheque contêm:
I - a denominação ‘’cheque’’ inscrita no contexto do título e expressa na língua em que este é redigido;
II - a ordem incondicional de pagar quantia determinada;
III - o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado);
IV - a indicação do lugar de pagamento;
V - a indicação da data e do lugar de emissão;
VI - a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes especiais.
Parágrafo único - A assinatura do emitente ou a de seu mandatário com poderes especiais pode ser constituída, na forma de legislação específica, por chancela mecânica ou processo equivalente.
QUESTÃO OBJETIVA:
(TJCE – Juiz – 2014) 
Antônio emitiu um cheque nominativo a José contra o Banco Brasileiro S.A. No mesmo dia, José endossou o cheque a Ricardo, fazendo constar do título que não garantiria o seu pagamento e que a eficácia do endosso estava subordinada à condição de que Maria, irmã de Ricardo, lhe pagasse uma dívida que venceria dali a dez (10) dias. Vinte (20) dias depois da emissão do título e sem que Maria tivesse honrado a dívida para com José, Ricardo apresentou o cheque para pagamento, mas o título lhe foi devolvido porque João não mantinha fundos disponíveis em poder do sacado. Nesse caso, 
a) Ricardo não poderá endossar o cheque a terceiro, pois o cheque só admite um único endosso. 
b) o endosso em preto de cheque nominativo exonera o emitente do título de responsabilidade pelo seu pagamento. 
c) por força de lei, o emitente do cheque deve ter fundos disponíveis em poder do sacado, e a infração desse preceito prejudica a validade do título como cheque. 
d) José responderá perante Ricardo pelo pagamento do cheque, porque se reputa não escrita cláusula que isente o endossante de responsabilidade pelo pagamento do título. 
e) a despeito do inadimplemento de Maria, Ricardo ostenta legitimidade para cobrar o pagamento do título porque se reputa não escrita qualquer condição a que o endosso seja subordinado.
AULA 6
CASO CONCRETO 
(TJ/ DF /Juiz/ 2012) 
A respeito da assim chamada "duplicata virtual '', "duplicata escritural" ou "duplicata eletrônica", esclareça como se dá o seu saque e quais são os requisitos necessários para que tenha eficácia executiva, bem como forneça dois argumentos, retirados exclusivamente da Lei 5.474168 que, em tese, não permitiriam a constituição do crédito cambial na forma esclarecida. 
Duplicata virtual, dá -se o seu saque quando o saca dor (prestador de 
Duplicata virtual, dá –se o seu saque quando o sacador (prestador de serviços) emite dados referentes ao negócio jurídico realizado e /ou concretizado, podendo ser uma compra de produto, ou venda de serviço pelo sistema virtual e informa o teor (dados) da negociação a uma instituição financeira competente que gerará um boleto e assim cobrará a devedor/comprador ou tomador de serviço, para que efetue o pagamento (sacado). Acrescente –se que tal boleto não é um título de crédito, mas possui as características de uma duplicata na forma virtual. 
QUESTÃO OBJETIVA 
(Magistratura PE – FCC/2011) 
No que tange à duplicata: 
a) o comprador poderá deixar de aceitá-la por vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, exclusivamente. 
b) é lícito ao comprador resgatá-la antes do aceite, mas não antes do vencimento. 
c) trata-se de título causal, que por isso não admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento. 
d) é título protestável por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, podendo o protesto ser tirado mediante apresentação da duplicata, da triplicata, ou ainda por simples indicações do portador, na falta de devolução do título. 
e) em nenhum caso poderá o sacado reter a duplicata em seu poder até a data do vencimento, devendo comunicar eventuais divergências à apresentante com a devolução do título.
AULA 7
CASO CONCRETO
(TJRJ – XLIV Concurso – Magistratura – 2ª fase – adaptada) 
A Representações de Papéis Ltda., com sede nesta cidade, é notificada por B Celulose S/A, dando conta da extinção do contrato firmado entre as partes, em maio de 2017, que vigorava por prazo indeterminado. Na oportunidade, foi esclarecido que a partir do recebimento da referida notificação, novos negócios em nome da notificante, não poderiam ser realizados, pois esta passaria a operar diretamente com os clientes os respectivos pedidos. Inconformada, A propõe ação em face de B, onde sustenta que fez grandes investimentos no interesse desta última, não deu causa à extinção do contrato, cujos negócios dele oriundos representavam 80% do seu faturamento, não tendo sido observado o prazo legal para que a notificação pudesse surtir o efeito pretendido. Além disso, a cessação abrupta da atividade desenvolvida acarretara danos materiais e morais que pretendia ver indenizados. Esclareça qual a disciplina legal a ser adotada, bem como explique as peculiaridades do contrato e o alegado direito à indenização. 
No caso em tela, deve -se ser aplicado o princípio da continuidade de contratual, o qual aduz sobre a obrigatoriedade do cumprimento dos contratos (pacta sunt servanda). Além disso, nos termos do código civil vigente, não há como se conceber a extinção do contrato de forma unilateral na espécie, visto a grandeza dos investimentos aplicados pela em presa no ti ficada e que ainda, pelo curto espaço de tempo entre a aplicação dos valor es e a extinção contratual, não restou possibilidade de a mesma ter retorno dos recursos aplicados , devendo sim, caso não haja a prorrogação do contrato até o que s e dê o tempo razoável a fim de mitigar os prejuízos , a parte prejudica da ser indenizada pelos danos mate riais decorrentes dos investimentos que fez ainda na vigência da avença e que serão certamente perdidos , e m razão da forma repentina em que se dera a quebra contratual. Nesse sentido é expressão do código civil pátrio, vejamos: 
Art . 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte. Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos. (CC) 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem , ainda que exclusivamentemoral, come te ato ilícito . (CC)
QUESTÃO OBJETIVA
(ADVOGADO PETROBRÁS – CESGRANRIO/2011) 
Quando um empresário licencia o uso de sua marca a outro, prestando-lhe serviços de organização empresarial, com ou sem venda de produtos, mediante remuneração direta ou indireta, sem que fique caracterizado vínculo empregatício, tem-se um contrato de: 
a) compra e venda mercantil. 
b) comodato. 
c) franquia. 
d) corretagem. 
e) comissão mercantil.
AULA 8
CASO CONCRETO 
(XIII Exame OAB - 2014.1 (FGV – MAR/14) 
Direito Empresarial Banco Colares S/A, com fundamento no inadimplemento de contrato de alienação fiduciária em garantia celebrado nos termos do artigo 66-B, da Lei nº 4.728/65, requereu a busca e apreensão do bem, com pedido de liminar. Previamente ao pedido, o fiduciário comprovou o não pagamento por Augusto Corrêa, fiduciante, das quatro últimas parcelas do financiamento. O pedido foi deferido e a liminar executada. O fiduciante não apresentou resposta no prazo legal, porém, dois dias após executada a liminar, pagou a integralidade da dívida pendente, em conformidade com os valores apresentados pelo fiduciário na inicial. Diante do pagamento comprovado nos autos, o Juiz determinou a entrega do bem livre de ônus, mas este já havia sido alienado pelo fiduciário durante o prazo legal para o pagamento da dívida. O fiduciário justificou sua conduta pela ausência de resposta do fiduciante ao pedido de busca e apreensão. 
Poderá ser aplicada alguma penalidade ao fiduciário pela alienação do bem, ou este agiu em exercício regular do direito? Justifique 
Si m, é poss ível a aplicação de pe nal idade de mul ta e m f avor do f iduci ante , u ma vez que o 
f i duci ári o re ali zou a al i enação ante s da consol i dação da propri edade e pos se pl ena do be m no seu 
patrimônio. Com o pagame nto in tegral da div i da doi s após a e xe cução da l i mi n ar, o fi du ci ante tem 
di re i to à res ti tui ção do bem, com base no § 2° e no §6° do arti go 3 do de cre to lei 911/ 69.
Si m, é poss ível a aplicação de pe nal idade de mul ta e m f avor do f iduci ante , u ma vez que o 
f i duci ári o re ali zou a al i enação ante s da consol i dação da propri edade e pos se pl ena do be m no seu 
patrimônio. Com o pagame nto in tegral da div i da doi s após a e xe cução da l i mi n ar, o fi du ci ante tem 
di re i to à res ti tui ção do bem, com base no § 2° e no §6° do arti go 3 do de cre to lei 911/ 69.
Sim, é possível a aplicação de penalidade de multa em favor do fiduciante, uma vez que o fiduciário realizou a alienação antes da consolidação da propriedade e posse plena do bem no seu patrimônio. Com o pagamento integral da dívida dois após a execução da liminar, o fiduciante tem direito à restituição do bem, com base no § 2° e no §6° do artigo 3 do decreto lei 911/ 69.
b) Comprovado pelo fiduciante que a alienação do bem lhe causou danos emergentes e lucros cessantes, que medida poderá´ propor seu advogado em face do fiduciário? 
O advogado poderá pleitear em juízo, através de ação própria, o pagamento de indenização pelo fiduciário, diante de ilicitude de sua conduta pois a imposição de multa pelo juiz não exclui a responsabilidade por perdas e danos, com base no artigo 3º, §7º do decreto -lei nº911/69.
QUESTÃO OBJETIVA
(MAGISTRATURA/DF – 2011) 
Espécie de leasing em que o bem arrendado já pertence à empresa arrendadora é: 
A) leasing financeiro; 
B) leasing de retorno; 
C) leasing operacional; 
D) nenhuma das alternativas anteriores é correta.
AULA 9
CASO CONCRETO
(XXII Exame de Ordem Unificado – 2017.1) 
Na recuperação judicial de Têxtil Sonora S/A, o Banco Japurá S/A, titular de 58% dos créditos com garantia real, indicou ao juiz os representantes e suplentes de sua classe no Comitê de Credores. Xinguara Participações S/A, credora da mesma classe, impugnou a referida indicação, alegando descumprimento do Art. 35, inciso I, alínea b, da Lei nº 11.101/2005, porque a assembleia-geral de credores tem por atribuições deliberar sobre a constituição do Comitê de Credores, assim como escolher seus membros e sua substituição, não tendo havido deliberação nesse sentido. Ademais, aduz a impugnante que não houve manifestação do Comitê de Credores, já constituído apenas com representantes dos credores trabalhistas e quirografários, sobre a proposta do devedor de alienação de unidade produtiva isolada não prevista no plano de recuperação. Ouvido o administrador judicial, este não se manifestou sobre a primeira impugnação e, em relação à segunda, opinou pela sua improcedência em razão de não constar do rol de atribuições legais do Comitê manifestar-se sobre a proposta do devedor. Com base na hipótese apresentada, responda aos itens a seguir. 
Deveria ter sido convocada assembleia de credores para eleição dos representantes da classe dos credores com garantia real, como sustenta a credora Xinguara Participações S/A? 
Não. Como o Banco Japurá S/A tem 58% do total dos créditos de sua classe, portanto a maioria, o juiz, independentemente da realização de assembleia, determinará a nomeação do representante e dos suplentes da respectiva classe ainda não representada no Comitê, com fundamento no Art. 26, § 2º, inciso I, da Lei nº 11.101/2005 
Deve ser acatada a opinião do administrador judicial sobre a dispensa de oitiva do Comitê de Credores por falta de previsão legal? 
Não. O Comitê de Credores terá a atribuição, na recuperação judicial, de se manifestar nas hipóteses previstas nesta Lei), de acordo com o Art. 27, inciso I, alínea f, da Lei nº 11.101/2005 
QUESTÃO OBJETIVA 
(Ministério Público/SP – 2011) 
A atual Lei de Falências, que regula a Recuperação Judicial, a Extrajudicial e a Falência do empresário e da sociedade empresária, instituída por meio da Lei n.º 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, trouxe uma profunda reforma no direito falimentar brasileiro. Das alternativas a seguir, a única correta é: 
a) a suspensão das ações de execução contra o devedor, na Recuperação Judicial, não excederá o prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados do deferimento do processamento da Recuperação, prorrogáveis uma única vez por 60 (sessenta) dias, a critério do Juiz. 
b) a remuneração do administrador judicial não pode exceder a 10% (dez por cento) do valor devido aos credores submetidos à Recuperação Judicial. 
c) a constituição do Comitê de Credores é obrigatória, na Falência e na Recuperação Judicial, e, dentre suas responsabilidades, estão a fiscalização e o exame das contas do administrador judicial. 
d) havendo objeção ao Plano de Recuperação Judicial, o Juiz deverá deliberar sobre o assunto, após parecer do Comitê de Credores, administrador judicial e Ministério Público. 
e) a intimação do Ministério Público será realizada, no processo de Recuperação Judicial, após o deferimento do processamento da Recuperação Judicial.
AULA 10
CASO CONCRETO
(FGV - OAB – VIII Exame – Prova Prático-Profissional – 2014 – adaptada) 
Em 29/01/2010, ABC Barraca de Areia Ltda. ajuizou sua recuperação judicial, distribuída à 1ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro. Em 03/02/2010, quarta-feira, foi publicada no Diário de Justiça Eletrônico do Rio de Janeiro (“DJE-RJ”) a decisão do juiz que deferiu o processamento da recuperação judicial e, dentre outras providências, nomeou o economista João como administrador judicial da sociedade. Decorridos 15 (quinze) dias, alguns credores apresentaram a João as informações que entenderam corretas acerca da classificação e do valor de seus créditos. Quarenta e cinco dias depois, foi publicado, no DJE-RJ e num jornal de grande circulação, novo edital, contendo a relação dos credores elaborada por João. No dia 20/04/2010, você é procurado pelos representantes de XYZ Cadeiras Ltda., os quais lhe apresentam um contrato de compra e venda firmado com ABC Barraca de Areia Ltda., datado de 04/12/2009, pelo qual aquela forneceu a esta 1.000 (mil) cadeiras, pelo preçode R$ 100.000,00 (cem mil reais), que deveria ter sido pago em 28/01/2010, mas não o foi. Diligente, você verifica no edital mais recente que, da relação de credores, não consta o credor XYZ Cadeiras Ltda. E, examinando os autos em cartório, constata que o quadro-geral de credores ainda não foi homologado pelo juiz. Diante da situação narrada no enunciado da questão, qual seria a medida processual cabível e o respectivo fundamento legal para que a sociedade XYZ Cadeiras Ltda. possa ser incluída no quadro de credores da referida recuperação judicial?
A credora apresentou ao advogado os documentos comprobatórios do crédito e informou sua origem, cabendo-lhe o conhecimento técnico de sua classificação no quadro de credores da recuperação, para os fins do art. 9, II, da Lei n. 11.101/05. Em nenhum momento a sociedade credora informou ao advogado que: a) habilitou tempestivamente o crédito; b) o crédito foi relacionado pelo devedor para os fins do art. 51, III, da Lei n. 11.101/05; c) o administrador judicial excluiu o crédito após a verificação, razão pela qual foi omitido na relação por ele elaborada. Por fim, informa-se que “no edital mais recente [...], da relação de credores, não consta o credor XYZ Cadeiras Ltda.” e que ainda não foi homologado o quadro de credores na recuperação.
Com base em todas as informações contidas no enunciado, pode-se concluir que:
(i) o devedor não relacionou o crédito para os fins do art. 51, III, da Lei n. 11.101/05, do contrário ele teria sido mantido ou excluído da relação do administrador judicial; (ii) o credor não habilitou tempestivamente seu crédito e contrata o advogado para que realize sua cobrança no processo de recuperação judicial pela via cabível; (iii) a impropriedade de impugnação à relação de credores com fundamento no art. 8º, seja pelo escoamento do prazo de 10 dias, seja pela ausência do crédito tanto na relação apresentada pelo devedor quanto naquela elaborada pelo administrador judicial; (iv) a inadequação da AÇÃO DE RETIFICAÇÃO DO QUADRO-GERAL DE CREDORES, prevista no parágrafo 6º do art. 10 da Lei n. 11.101/05; (v) o descabimento da AÇÃO REVISIONAL DO QUADROGERAL DE CREDORES, prevista no art. 19 da Lei n. 11.101/05. Assim sendo, a peça cabível é “HABILITAÇÃO DE CRÉDITO RETARDATÁRIA”, com fundamento no art. 10, caput, da Lei n. 11.101/05 (“Não observado o prazo estipulado no art. 7º, § 1º, desta Lei, as habilitações de crédito serão recebidas como retardatárias”).
Alternativamente, admite-se a propositura de “IMPUGNAÇÃO À RELAÇÃO DE CREDORES” ou “IMPUGNAÇÃO”, com base no parágrafo 5º do art. 10, sob o fundamento de que as habilitações serão recebidas e autuadas como impugnação à relação de credores (arts. 13 a 15). Sem embargo, é fundamental precisar que já foi exaurido o prazo do art. 7º, § 1º da Lei n. 11.101/05 OU foi exaurido o prazo de 15 dias da publicação do edital, mas ainda não foi homologado o quadro geral de credores pelo juiz.
A petição deve ser endereçada ao Juízo onde se processa a recuperação judicial (art. 3º da Lei n. 11.101/05), que é a 1ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro (dado contido no enunciado). Deve haver referência ao processo de recuperação e que a petição será distribuída por dependência ao Juízo da Recuperação.
No cabeçalho, o candidato deverá qualificar a sociedade XYZ Cadeiras Ltda. e informar que está procedendo à habilitação retardatária do crédito ou à impugnação da relação de credores elaborada por João, administrador judicial, que não é o representante legal da sociedade recuperanda (art. 64 da Lei n. 11.101/05), eis que não é contra esta que se destina a habilitação.
Como se trata de habilitação retardatária, ainda que recebida como impugnação, a petição inicial deve preencher os requisitos constantes dos incisos I a III, do art. 9º, valendo destacar que, conforme impõe o inciso III deste artigo e o art. 13 da Lei n. 11.101/05, o examinando também deve indicar as provas que pretende produzir.
QUESTÕES OBJETIVAS
(CESPE – OAB/SP – 2007) 
No tocante à habilitação de crédito e impugnação previstas na Lei n.º 11.101/05, é correto afirmar que: 
a) na recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários, com exceção daqueles derivados da relação de trabalho, não terão direito a voto nas deliberações da assembleia geral de credores, ressalvada a hipótese de homologação do quadro geral de credores contendo tais créditos. 
b) na falência, os credores retardatários farão jus aos rateios extras eventualmente realizados, mas ficarão sujeitos ao pagamento de custas, não se computando os acessórios compreendidos entre o término do prazo e a data do pedido de habilitação. 
c) após a homologação do quadro geral de credores, é vedado qualquer pedido de retificação para inclusão de créditos retardatários. 
d) da decisão judicial sobre a impugnação caberá recurso de apelação. 
(EJEF – Juiz Estadual/MG – 2008) 
Quanto à falência e à recuperação judicial, é INCORRETO afirmar que: 
a) Na falência, os créditos retardatários perderão o direito a rateios eventualmente realizados e ficarão sujeitos ao pagamento de custas, não se computando os acessórios compreendidos entre o término do prazo e a data do pedido de habilitação.
b) Após a homologação do quadro-geral de credores, aqueles que não habilitaram seu crédito poderão, observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, requerer ao juízo da falência ou da recuperação judicial a retificação do quadro-geral para inclusão do respectivo crédito. 
c) Na recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários têm direito a voto nas deliberações da assembleia-geral de credores. 
d) As habilitações de crédito retardatárias, se apresentadas antes da homologação do quadro-geral de credores, serão recebidas como impugnação.
AULA 11
CASO CONCRETO 
(BNDES – Advocacia – 2010) 
Uma empresa propôs aos seus credores recuperação extrajudicial em 15 de janeiro de 2014, solicitando a homologação judicial 2 (dois) meses depois, com a assinatura de 2/3 (dois terços) das dívidas com credores trabalhistas e 3/5 (três quintos) das dívidas com credores quirografários. Esse pedido foi acompanhado do respectivo plano de recuperação, nos mesmos moldes do que havia sido concedido em dezembro de 2012 pelo mesmo Juízo. O procedimento adotado pela empresa teve como principal finalidade afastar qualquer possibilidade de pedido de falência, bem como priorizar o recebimento dos créditos que estavam vencidos em detrimento dos vincendos, caso a falência fosse decretada. Considerando esses dados, emita sua opinião legal, de maneira fundamentada, com base no pedido formulado pela empresa, à luz do ordenamento jurídico em vigor. 
O pedido deve ser indeferido, por não atendimento dos requisitos básicos para propositura da recuperação extrajudicial, tendo em vista que ela já tinha pedido recuperação a menos de 2 anos e o art. 161, §3 da lei de falências é bem claro ao dizer que o devedor não pode requerer a homologação de plano extrajudicial, se houver obtido recuperação judicial ou homologação de outro plano de recuperação extrajudicial há menos de 2 anos. Além disso, este pedido envolve créditos trabalhistas, e o art. 161 § 1 diz que estes créditos não entram na recuperação extrajudicial.
QUESTÃO OBJETIVA: 
(MPT – Procurador do Trabalho – 2008) 
A respeito da recuperação extrajudicial assinale a alternativa CORRETA: 
a) os credores trabalhistas, tributários, titulares de posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóveis cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, e de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio e o credor decorrente de adiantamento de contrato de câmbio para exportação, não serão atingidos pelo plano de recuperação extrajudicial; 
b) para simplesmente procurar seus credores e tentar encontrar, junto com eles, uma saída negociada para a crise,o empresário ou sociedade empresária precisará atender aos requisitos da Lei para a recuperação extrajudicial; 
c) não haverá qualquer requisito a ser preenchido pelo empresário e a sociedade empresária para requerer a homologação do acordo de recuperação extrajudicial; 
d) a desistência da adesão ao plano por parte do credor poderá ocorrer a qualquer momento, independentemente da distribuição do pedido de homologação;
AULA 12
CASO CONCRETO
(TJRJ – Juiz - 2013) 
Determinada empresa ingressa com pedido de recuperação judicial perante uma das Varas Empresarias do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, tendo o juiz deferido seu processamento. 
Discorra sobre a possibilidade, ou não, da prorrogação do prazo de 180 dias previsto no art. 6º, parágrafo 4º da Lei nº 11.101/2005.
Deferido o processamento da recuperação judicial, determina o art. 6º da Lei n. 11.101/2005 que são suspensas as ações e execuções em face do devedor, inclusive as dos sócios com responsabilidade ilimitada. O §4º do mesmo dispositivo assenta, por sua vez, que essa suspensão se dá pelo prazo improrrogável de 180 dias, contado do deferimento do processamento da recuperação, após o que volta a correr, bem como continuam de forma automática as ações e execuções suspensas, isto é, independentemente de qualquer pronunciamento judicial. Essa suspensão, vale dizer, não atinge ações de cobrança de quantias ilíquidas, que continuam tramitando nos respectivos juízos, nem as execuções fiscais, tampouco as ações relativas a créditos que não se submetem à recuperação judicial - em especial aqueles listados no art. 49, §3º, da Lei n. 11.101/05. Esse prazo de suspensão justifica-se para se garantir que a empresa que passa por dificuldades financeiras tenha um período para se organizar, razão pela qual evita-se a alienação ou oneração de seus bens. É chamado por alguns de prazo de suspiro. Não obstante a lei preveja ser esse prazo improrrogável, a jurisprudência tem flexibilizado a disposição, permitindo a prorrogação nos casos que não puderem ser imputados ao próprio devedor alguma culpa pela demora. Com efeito, a ideia do legislador ao prever um prazo improrrogável de 180 dias era de que a assembleia de credores e, consequentemente, a votação do plano de recuperação judicial, ocorressem dentro de 150 dias. Mas não é o que se verifica na prática, em razão das burocracias judiciais, razão pela qual os tribunais têm admitido a prorrogação do prazo. 
Responda, de forma fundamentada, se o crédito decorrente de adiantamento de contrato de câmbio se sujeita à recuperação judicial. 
Com relação ao crédito decorrente de adiantamento de contrato de câmbio, o mesmo não se submete aos efeitos da recuperação judicial, conforme destaca o art. 49, §4º da LRE, podendo ser objeto de pedido de restituição, nos termos do art. 86, II da mesma lei. Inclusive, há entendimento sumulado dos tribunais superiores no sentido de que deverá ser recebido antes de qualquer outro crédito no caso de falência do devedor. De tal modo, ele é recebido antes mesmo dos créditos extra concursais.
QUESTÕES OBJETIVAS
(TJDFT – Juiz Substituto/2005) 
Assinale a alternativa incorreta. Nos termos da Lei nº 11.101/2005, na hipótese de recuperação judicial, pode-se afirmar que: 
a) não tem legitimidade para obter o benefício quem já o obteve há menos de 5 anos; 
b) se o sócio controlador tiver sido condenado por crime falimentar. 
c) pode ser requerida pelos herdeiros do devedor. 
d) que são legitimados para o pedido apenas as sociedades empresárias e não o empresário individual.
 
(FCC – TRT 6ª Região/PE – Juiz do Trabalho – 2013) 
O plano de recuperação judicial poderá prever, observada a legislação pertinente a cada caso, dentre outros meios de recuperação, 
a) a ineficácia dos contratos de alienação fiduciária. 
b) a alienação de bem objeto de garantia real, com a supressão da garantia, independente de aprovação expressa do credor titular da respectiva garantia. 
c) nos créditos em moeda estrangeira, o afastamento da variação cambial, independentemente de aprovação expressa do credor titular do respectivo crédito.
d) a redução salarial e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva 
e) o parcelamento dos créditos tributários no prazo máximo de quinze anos.
AULA 13
CASO CONCRETO
(OAB – XI Exame de Ordem – Prático Profissional – 2013) 
José, empresário individual que teve sua falência decretada em 20.10.2011, vendeu um sítio de sua propriedade para Antônio, em agosto de 2011. Antônio prenotou a escritura de compra e venda do sítio em 18.10.2011, mas o registro da transferência imobiliária só foi efetuado em 05.11.2011, 15 (quinze) dias após a decretação da falência. Isto posto, responda aos itens a seguir. 
É válida e eficaz a compra e venda acima referida? 
Neste caso está claro que se trata de Direito Falimentar, regulado pela Lei n. 11.101/2005; mais especificamente sobre a eficácia e ineficácia das relações jurídicas praticadas pelo empresário, o que nos remete ao artigo 129 e 130 da mencionada legislação, que dispõe:
Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores:
I – o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal, por qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título;
II – o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal, por qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato;
III – a constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro do termo legal, tratando-se de dívida contraída anteriormente; se os bens dados em hipoteca forem objeto de outras posteriores, a massa falida receberá a parte que devia caber ao credor da hipoteca revogada;
IV – a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da decretação da falência;
V – a renúncia à herança ou a legado, até 2 (dois) anos antes da decretação da falência;
VI – a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento expresso ou o pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao devedor bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos credores, após serem devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e documentos;
VII – os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação anterior.
Parágrafo único. A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa ou pleiteada mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo.
Art. 130. São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida.
Questiona-se sobre a validade e eficácia da compra e venda de um bem imóvel. Para responder corretamente essa assertiva é essencial lembrar o quanto disposto no artigo 108 do Código Civil: Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Neste caso, independente da data que consta no contrato de compra e venda, este somente operou validade no momento da transcrição, ou seja, no dia 05/11/2011.
Dito isso e consoante o quanto previsto no artigo 129, VII, da Lei de Falências, os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da falência, são considerados ineficazes para a massa falida, independente de ter agido de boaou má-fé; salvo se tiver havido prenotação anterior, o que não é o presente caso. Desta forma, o ato praticado por José é válido, mas não tem eficácia.
A referida compra e venda poderia eventualmente vir a ser revogada? 
 Neste caso, cabe salientar que todo e qualquer ato praticado nos termos do artigo 129 da Lei n. 11.101/2005 são considerados nulos de pleno direito, ou seja, nunca operaram efeitos no mundo jurídico. Entretanto, essa nulidade deve ser declarada judicialmente através da ação revocatória, regulada pelos artigos 132 a 138 do mesmo diploma legal.
Neste ponto discordo do padrão oficial que indica o artigo 130 como o correto. Este determina que “são revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida”.
Os elementos do artigo 129 são ineficazes independente de má-fé, o que é exigida no artigo 130. Os artigos corretos são os que indico, 132 a 138, todos da Lei n. 11.101/2005.
QUESTÃO OBJETIVA 
(TJDFT – Juiz Substituto/DF – 2007) 
Assinale a assertiva correta: 
a) A falência cessa os efeitos do mandato, cabendo ao mandatário, de imediato, prestar contas de sua gestão ao juízo falimentar. 
b) Os juros bancários posteriores à decretação da falência, debitados da conta do falido, devem ser creditados de novo, a não ser que o banco depositário desconhecesse a falência de seu cliente quando apurou o lançamento. 
c) O credor de coobrigados solidários cujas falências sejam decretadas tem o direito de concorrer em apenas uma delas, pela totalidade de seu crédito. 
d) A decretação da falência não suspende o exercício do direito de retenção sobre os bens sujeitos à arrecadação. 
(VUNESP – Procurador do Município/Ribeirão Preto-SP – 2007) 
O prazo de contestação na ação de falência será de: 
a) 24 horas 
b) 48 horas 
c) 5 dias 
d) 10 dias 
e) 15 dias
AULA 14
CASO CONCRETO
(FGV – OAB - XV Exame de Ordem Unificado – 2014 - Adaptada) 
João Lima Artigos Esportivos Ltda. celebrou contrato de locação de imóvel comercial, localizado na Galeria Madureira, para a instalação do estabelecimento comercial da sociedade. Atingida por forte crise setorial, a sociedade acumulou dívidas vultosas e não conseguiu honrá-las. Com a decretação da falência, como ficaria a situação do contrato de locação comercial celebrado pelo locatário? 
Será mantido, mas poderá ser denunciado, a qualquer tempo, pelo administrador judicial da massa falida.
QUESTÃO OBJETIVA
(OAB/MG – 2007) 
São efeitos da sentença declaratória da falência, exceto: 
a) a perda da administração dos bens do falido, que passam a ser guardados e conservados pelo administrador judicial nomeado pelo juiz. 
b) a sujeição dos credores ao concurso universal da falência. 
c) o encerramento dos contratos bilaterais do falido. 
d) o encerramento das contas correntes do falido.
AULA 15
CASO CONCRETO
(FGV – OAB - XIII Exame de Ordem Unificado – 2014 - Adaptada) 
A assembleia geral de credores da sociedade falida “Concessionária de Veículos Pereira Ltda.” aprovou, com o voto favorável de credores que representam 3/4 (três quartos) dos créditos presentes à assembleia, a constituição de sociedade formada pelos empregados do próprio devedor. Sobre esta modalidade de realização do ativo, determinado credor que votou contrariamente, questiona sobre a legalidade desse procedimento. Responda ao questionamento do credor, fundamentando sua resposta. 
A decisão dos credores aprovada em assembleia geral de credores é totalmente valida e amparada pela legislação falimentar, haja vista que o Art. 145 dispõe que o juiz homologara qualquer outra modalidade de realização do ativo desde que aprovada pela assembleia geral de credores, inclusive com a constituição de sociedade de credores dos empregados do próprio devedor.
QUESTÃO OBJETIVA 
(OAB/MG – 2008) 
Na falência, o crédito trabalhista habilitado conta com posição de destaque na hierarquia da classificação dos credores até o valor de 150 salários mínimos. Em relação ao credor trabalhista cujo crédito superar esse limite, é verdade afirmar: 
a) os saldos excedentes do seu crédito serão incluídos na classe dos créditos quirografários. 
b) os saldos excedentes do seu crédito serão incluídos na classe dos créditos subordinados. 
c) os saldos excedentes do seu crédito serão incluídos na classe dos créditos com privilégio especial. 
d) os saldos excedentes do seu crédito não poderão ser reclamados na falência. 
(OAB/MG – 2008) 
A preferência do crédito com garantia real na falência: 
a) é limitada a 150 (cento e cinquenta) salários mínimos. 
b) é limitada a ao valor do bem gravado. 
c) é limitada a 50% da avaliação dos bens arrecadados. 
d) é ilimitada.
AULA 16
CASO CONCRETO
(FGV – OAB - XIV Exame de Ordem Unificado – 2014 - Adaptada) 
Passa Sete Serviços Médicos S/A apresentou a seus credores plano de recuperação extrajudicial, que obteve a aprovação de mais de quatro quintos dos créditos de todas as classes por ele abrangidas. O plano estabeleceu a produção de efeitos anteriores à homologação judicial, exclusivamente, em relação à forma de pagamento dos credores signatários que a ele aderiram, alterando o valor dos créditos com deságio de 30% (trinta por cento). Diante do caso em tela, a companhia questiona sobre a possibilidade e a licitude do plano de recuperação judicial apresentado. Responda ao questionamento da companhia, fundamentando sua resposta. 
É lícito que o plano estabeleça a produção de efeitos anteriores à homologação, desde que exclusivamente em relação à modificação do valor ou da forma de pagamento dos credores signatários.
A possibilidade do plano ser homologado é total, uma vez que o devedor conseguiu 4/5 dos créditos e só precisava de 3/5, logo, atendeu ao requisito do artigo 163 da 11.101/05. Quanto a licitude, inobstante o artigo 165 informe que os efeitos do plano só valer após a homologação judicial, o devedor pode produzir efeitos anteriores a sua homologação por expressa previsão d o §1º do artigo 165, todos d a 11.101/05, logo, é lícito. 
QUESTÃO OBJETIVA 
(TJGO – Juiz - 2007) 
Assinale a alternativa que especifica um dos requisitos objetivos para a homologação do plano de recuperação extrajudicial: 
a) Existência de plano de reestruturação do capital, propiciando o ingresso de recursos. 
b) Não pode ser previsto no plano o pagamento antecipado de nenhuma dívida. 
c) Previsão de realização parcial do ativo para obtenção de recursos necessários ao plano de recuperação da empresa. 
d) Previsão de equalização de encargos financeiros, com redução de direitos creditórios dos credores da empresa. 
(VUNESP – TJ/SP – 2013) 
Submetem-se aos efeitos da recuperação os seguintes créditos: 
a) Garantidos por propriedade fiduciária de bens móveis ou imóveis e de arrendamento mercantil. 
b) Fiscais e parafiscais. 
c) Debêntures com garantia real. 
d) Importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação (ACC).

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