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Apostila 2 de 3 - Introdução à Economia (Inteco) - Universidade de Brasília (UnB) - 1º/2010

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INTRODUÇÃO À 
ECONOMIA 
UnB-1°/2010 
••• • • • • • • • • • • ♦ • • • • ••••• • • • •••••••••••••• •••••••••• • • ♦ ••••••••••••••• •• • ••••••• ♦ ••••••••••••••••••• • • • • • 
APOSTILA Nº 2 
MÓDULO li 
íUNlDADES 3 e 4J 
Listas de Exercícios 
3A� 38'9 3C e 4 
Simulado ll 
INTRODUÇÃO À ECONOMIA - UnB - 1º/2010 Página 1 de 164
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UNIDADE 3 
Bruno Pereira Rezende e Flávio Rabelo Versiani 
Partiremos agora para o estudo da Contabilidade Nacional e do Balanço de Pagamentos. 
;. Contabilidade Nacional (ou as •contas Nacionais") objetiva mensurar a produção total de bens e
l serviçds numa economia, em determinado período, e bem assim mostrar a composição da renda gerada pela
atividade produtiva (entre salários, lucros, etc.) e dos gastos efetuados (especialmente a divisão entre gastos db
consumo e de investimento).
A Contabilidade Nacional guarda semelhanças com os sistema.s contábeis das empresas, e tem
essencialmente o mesmo propósito: facilitar o acompanhamento da atividade produtiva e fornecer elementos
e_ara sua melhor administra.cão - no caso, para a formulação e implementação de políticas econômicas
governamentais.
O estudo das Contas Nacionais envolve alguns conceitos e definições que devem ser bem compreendidos.
A medida mais abrangente da produção total num pais ou região, em dado perlodo, é o Produto Interno Bruto
(PIB); mas falaremos também no Produto Nacional, na diferença entre valores brutos e líquidos. no conceito dê
Renda Nacional, etc. A melhor forma de entender e reter esses conceitos, sem recorrer a um "decoreba"
mecânico, é resolver os exercícios da Unidade. Faça os exercícios da lista 3A para fixar melhor esses pontos.
,· 
A medida da produção em vários períodos nos permite analisar sua ·variação ao longo do tempo. Nesse
caso, é necessário considerar as mudanças nos preços dos vários bens e serviços. Quando ocorre, por exemplo,
um aumento no valor da produção de um ano para outro, será importante saber se houve aumento efetívo da 
produção, em termos da quantidade de bens e serviços, ou se aumentaram apenas os preços. Para eliminar o
efeito das variações de p�os (ou seía, para deflacionar os valores monetários correntes, e chegar a v�es reais/
é preciso primeiro medir essas variações. Isso é feito por meio de índices de preços, que estudaremos também
nessa Unidade.( 
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Os índi s e r o são números que mostram a variação média de preços de certo conjunto de bens e
serviços. Um objetivo freqüente do exame das mudanças de preços é avaliar seu impacto no orçamento dos
consumidores; se há inflação, por exemplo (uma alta generalizada de preços), o poder de compra de meu salário
obviamente diminui. Assim, o índice de Preços ao Consumidor (IPC, também chamado de Índice do Custo de Vida,
ICV) é provavelmente o indicador de preços que mais chama a atenção do público.
É fácil perceber que pode haver vários IPCs: o conjunto de bens e serviços a ser considerado é diferente, ---- . ----
...Jlara diferentes consumidores (familias de baixa renda, por exemplo, não consomem produtos mais carõsj'; e 
preços variam entre localidades (o custo de moradia é mais alto em Brasília do que em outras cidades). Assim, um 
d_os índices produzidos pelo ln<tituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), órgão do governo federal, é 
calculado para cada uma das onze capitais mais importantes, e se baseia na estrotura de consumo de familias 
com renda entre l e 6 salários mínimos. A agregação desses onze índices fornece o indic;Nacio,;;ld;-P-;z�; ao 
-Consumidor {INPq. ---------
INTRODUÇÃO À ECONOMIA - UnB - 1º/2010 Página 2 de 164
t importante entender a idéia básica de um IPC: trata•se de uma média dos preços dos vários bens e 
serviços consumidos na faixa de renda estabelecida, cada preço ponderado pela importância relativa do bem ou 
serviço respectivo nas d•�spesas desses consumidores. Faça os exercícios da Lista 30 para garantir que voce 
entenda bem essa parte da matéria. 
O Balanço de Pagamentos é o registro contábil das transações efetuadas por um pais com o exterior em -· ---·---�=--:-- ----� - -- --·-·- -- ___. um período cfeOO'ITlll1õl!uinOrm·a1mente um ano). Estudaremos a estrutura do balanço de pagamentos, suas 
con�sromponentes, os conceitos de deficit e �úperávlt e a relação entre o balanço de pagamentos e a variação 
das reservas internacionais de um pais. Essa parte da unidade será multo importante posteriormente, quando 
estudarmos noções de Economia Internacional. Fique atento e resolva os exercícios da Unidade para averiguar se 
entendeu bem essas questões. 
A Contabilidade Nacional, como voce verá, inclui também o estudo de outras medidas importantes 
relacionadas à atividade econômica de um pais e sua relação com o resto do mundo. O conteúdo visto na 
disciplina Introdução à Economia é àpenas uma pequena pane de um ramo muito mais amplo de conhecimento. 
. ' 
Caso tenha interesse em aprofundar seus conhecimentos nessa área (muito requisitada em concursos públícos, 
por exemplo), uma sugestão é cursar a disciplina Contabilidade Nacional, ofertada todos os semestres pelo 
Departamento de Economia da UnB, sendo Introdução à Economia seu ünico pré-requisito. 
Não deixe de fazer os exercícios das Listas 3A (mensuração do produto), 38 (referente aos índices de 
preços) e 3C (referente ao Balanço de Pagamentos), no final desta apostila, para conferír se entendeu bem a 
matéria e está preparado para os controles de leitura e a próxima prova. 
Bons estudos! 
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feJii/AlJ1{fjf CONTABILIDADE NACIONAL
Uma introdução às Contas Nacionais 
Bruno Pereira Rezende 
1. INTRODUÇÃO
Você está iniciando seus estudos no campo da Macra.ecculi10'lia, que é o campo da economia que 
estuda as variáveis econômicas agregadas, tendo por objetivo principal determinar quais são os fatores que --
inffuendam nos níveis de renda e produto na economia. Segundo Gregory Mankiw (200S), os estudos de 
Microeconomla e Macroeconomia podem ser definidos como: 
• Microeccocmla · '"'o estudo de como famílias e empresas tomam decisões e de como----
�ragem nos mercados";
• Macroeconomia: "o estudo de fenômenos que afetarn a economia como um todo, inclusive
_inflação, desemprego e crescimento econômico•. 
Como visto no início do curso, a Economia lida com um problema básico que é a alocação de recursos 
escassos. Essa alocação deve se dar de maneira eficiente, de modo que se maximize a produção em função 
!los fatores utilizados. Assim, surse ai a nec,,ssidade de se registrar os dados da atividade econômica de
modo a permitir que tal análise seja possível. Surge, entao, a �tabj!jdade NacjonaJ (CN), que é, segundo 
Bresser-Pereira e Nakano (1972), •o conjunto de estatísticas de ordem econômica, preparadas e
.sjstematizadas com o objetivo de possibilitar uma visão quantitativa, a mais precisa possível, da economia 
de um país .. É uma síntese contábil dos fatos que caracterizam a atividade econômica de um pais.• 
Os primeiros estudos de CN datam de fins do século XVII, quando se introduziu o conceito de renda 
nacional. Mas seria somente no século XX que a CN se desenvolveria de maneira mais sistemática, 
especialmente após a crise econômica das décadas de 1920 e 1930, seguida pela Segunda Guerra Mundial. 
A partir de então, os economistas passaram a
perceber a necessidade de criar técnicas que permitissem a 
mensuração e avaliação das atividades econômicas, e aí teve origem a CN moderna, também referida como 
Contabilidade Social. Trata-se, portanto, de uma técnica que apresenta, por termos quantitativos, o quadro 
•r-,:;;I do conjunto da economia de determinada região (seja ela um muniápio, um estado, um �aís, um
bloco econômico etc.) durante certo período de tempo. 
Antes de iniciarmos os estudos de Contabilidade Nacional, é importante distinguir dois tipos de 
-,-.------- \ �-�>.;.; variáveis utilizadas em pesquisa econômica: as/yariávels de fluxoJe a!i variáveis estoque�As primeiras são 
medidas ao longo de determinado período de tempo, ou seja, mensuram a produçllo o consumo � 
investimentos etc. por unidade de tempo. Já as segifn"cra's são medidas num determinado moment9,. e 
( _exemplos tipices são reservas de dinheiro, montante dívida etc. A CN trabalha essencialmente com 
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variáveis de fluxo, uma vez que trabalha com períodos de tempo (geralmente um trimestre ou um ano).�--------� 
INTRODUÇÃO À ECONOMIA - UnB - 1º/2010 Página 4 de 164
A CN tem por objetivos básicos a mensuração da atividade econômica (valendo-se de indicadores --- -":"-.:------: como produção, consumo, investimento, rendimento etc.), a -�"ração ao longo do tempo e do espaç�
(o que permite comparar a economia de dois países, por exemplo, com relação ao seu produto).,.!_
elaboraç�o de previsões de caráter econômico e sua utilização como instrumento de política econômica.-·-- -
Mas a CN taC!1!>�s.sw..lim�- Por só registrar atividades remuneradas, sua mensuração não 
considera os setores informai�da economia (embora pesquisas recentes venham faicndo e'silmãlivãl ....... 
_,.. __ _ 
desse valor), não registra as atividades ilícitas (tais como o tráfico de drogas, armas etc.), não leva em - -.:_________ ---
consideração os��ntais ou a importância social dos bens produzidos e não mensura � 
autoconsumo. Ao conjunto de atividades, legais ou ilegais, que não são declaradas às autoridades e que, ----------------·�-'-�;;::::=-=�-:----:---:::-------__:­portant_?:..� são incluídas na C�.s!Jj_ma-se._��bter.™>eil'.'.7
Existem diversos sistemas de CN, mas nos ateremos à Contabilidade da Renda Nacional ou Sistema 
de Contas Na�i!.is�.q,.,e se trata do •�egistro sistemático dos fatos econômicos que realizam as diversas- ·-- -···-··---
entidades do pais" (BRESSER-PEREIRA e NAKANO, 1972). Preocupa-se, portanto, com a descrição do fluxo-· ·- --- -' . ,, ,,_,.,_.... ··-
de bens e serviços finais produzidos cm uma unidade territorial em certo período de tempo, e pode ser -----·-
J!lensu�Ç.9-$,ggw:LJ!J)Jili..i!i�os gue permitem, assim, descrever o que se pasla_em__®lgcmi.n�da
economia em determinado espaço temporal produto, espesa 'renda.____ .. ________ _ 
2. MEDINDO A RENDA NACIONAL
Nos noticiários, estamos acostumados a ouvir constantes referências ao produto interno bruto 
(PIB) quando se analisa a renda total obtida na economia. E, dessa maneira, podemos dizer que •� 
� ���� ao mesmo tempo: a renda total de todas as pessoas da economia e a despesa total com
bens e se.cv.iços..p.cQdmicios oa ecooom,!t' (MANKIW, 2005). o que explica o fato de o PIB ser capaz de 
medfr tanto a renda quanto a despesa em uma economia vem da Igualdade entre essas duas, ou seja:� 
,.)l-analisarmos a economia como um todo, podemos dizer q!Je a renda dev�ser igual à despesa. Mas por quê? 
/ 
A explicação para tal fato pass,i pelo diagrama de fluxo circular da renda, que será apresentado abaixo. 
2.1 O FLUXO QRCULAR DA RENDA 
Para fins didáticos, imaginemos uma economia bastante simplificada, onde existam apenas as 
empresas, j)rodutoras de bens e serviços, e as famr1ias, �nsumidoras de bens e serviços e fornecedoras de 
l -� 
1 fato<es de produção (terra, capital e trabalho) às empresas. Desconsideremos as hipóteses de comércio 
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com o exterior, de intervenção estatal na economia, de produção de bens intermediários e de formação de
\ estoques. Nesse sistema, as empresas recebem das famílias os fatores de produção e pagam a elas uma 
''{emuneração na forma de renda (salários, aluguéis, lucros e/ou juros). Utilizando esses fatores comprados
da{ famr1ias, as empresas produzem bens e serviços que serão vendidos às familias, que poderão comprar
'·-... 2 
<*Y..Z. '.::i'";Í 
á �s-fi?-$(;. 
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tais produtos com a remuneração recebida pela venda de fatores de produção às empresas. Desse modo, o 
que ocorre na economia é um cido da renda e da despesa: v;eoda Q11i através dos mercados de fatores de 
produção, enquanto a despesa flui através do mercado de bens e serviços (veja imagem abaixo). 
--..h --
Receita 
Bens e ser.iços 
��� 
Eh-'PREsi\s=· ':-:·�-' ·., .·. 
-.Produzem e vendem·· 
Bens e Serviços 
- Contratem e utilizam
fatores de· Pf?dução ,.
Insumos 
Salérios, Aluguéis e Lucros 
MERCADO DE BENS 
E SERVIÇOS: 
_. As empresas vendem
-. As fammas compram 
MERCADOS OE FATORES 
DE PRODUÇÃO: 
+ As famiftas vandem
_. As empresas compram
Setas Interna� indicam o fluxo de bens e serviços 
Setas externas: indicam o fluxo de dinheiro 
-
Des sa 
Bens e sen,içes 
comprados 
FAMÍLIAS:. 
-�me
consomem bens e
·seMÇOS.
_. São proprietárias
de fatores de produção
e os vendem
Terra. Cepital e 
trabalho 
Renda 
O PIB dessa economia pode, dessa maneira, ser calculado de d� maneiras: somando-se a despesa 
total das famílias com os bens e serviços vendidos pelas empresas oJ,omando•se a renda total (isso é, 
salários, aluguéis.jµros e lucros) paga às famílias pelas empresas. 
Evidentemente, as economias na realidade não são tão simples, e uma série de condições foi 
imposta acima para que esse fluxo circular seja válido. Na vida real, as famllias não gastam toda a sua 
renda, os agentes econômicos realizam transações com o exterior, famílias e empresas paaam impostos ao 
governo, nem todos os bens e serviços produzidos s5o consumidos, M formação de estoques para 
consumo futuro, há produção de bens intermediários (que, como você Já viu na unidade 1 do curso, 
entrarão na composição de um bem final) etc. Entretanto, simplíficações são extremamente importantes 
para o estudo econômico. Além disso, in_dependente de uma transação envolver governos. empresas ou 
�mil_ias, ela possui necessariame para a e<:onomia 
como um todo, a despesa e a renda são sempre iguais• (MANKIW, 2005). 
1 • \ ) . .:.._ ,,A;r-,J_� 
V� •"'·'\' .,>..> .. \ '-"\ 
2.2 DEFINIÇÃO DE PRODUTO INTERNO BRUTO 
Antes de prosseguir à mensuração do PIB, é necessário definir, em te rmos formais, o que se 
entende por produto interno bruto, e para isso usaremos a definiçlio de Gregory Manklw: 
b 
INTRODUÇÃO À ECONOMIA - UnB - 1º/2010 Página 6 de 164
!_i'(;.. "Produto inremo bruto (PIB) é o valor de mercado de rodos os bens e serviços finais
'✓ ·-----,,-----:-:----:-:- --- -----p;;;;;;;idos em um pois em um dado per/oda d; Í�m,;;:"
Analisaremos agora cada parte dessa definição separadamente. 
Por somar diferentes tipos de bens e serviços em uma mesma medida da atividade econômic., (isso 
é, não se faz distinção se os produtos ali englobados são iPods, bananas ou cortes de cabelo), utiliza-se para 
mensuração do PIB os preços de mercado de cada um dos produtos envolvidos. Assim, ao dizer que o PIB 
"é o valor de merc;ido", quer-se dizer que engloba o valor total dos produtos em questão, ou seja, 
corresponde ao somatório dos valores que as pessoas pagam por esses bens e serviços . ..... ___ - ... ---------------.:.. 
Quanto ao termo "todos•, é necessário
fazer uma il])�t1tc_ressalva: o PIB tenta ser o mais-. ------- ·--�----.. -_ ... --• --'"'.""".""�----
1!.btan_&erite_po"._�el, mas há certas atividades que, como vimos acima, não são incluídas nas contas 
nacionais, dada a sua dificuldade de mensuração. Trata-se, sobretudo, d;s atividades llegals.Assím;-ão�·--'---------�-
dizer que o PIB equivale ao somatório do valor de mercado de todos os bens e serviços, deve-se ter em 
mente que são todos os itens produzidos naquela economia e vendidos lego/mente no mercado. e,l.ém de. 
cxclu�s .�e.�zidos e vendidos ilegalmente, o PIB também exclui os it!U'
..S. prod��-coasutnidos
em casa (autoconsumo}. Isso qu�dizer que, caso você produza um bolo de laranja em casa e o utilize para 
consumo próprio, ele não entrará no cômputo do PIB. Mas se você for dono de uma pequena padaria e 
vender o bolo para um consumidor qualquer, ai, sim, o valor do bolo será incluído no PIB. Com rei� à 
moradia, seu valor é incluído no cálculo do PIB por meio da estimativa do valor do aluauel do imóvel. lssg_. -- ---
�ca que, ainda que o imóvel seja próprio, o governo estima qual seria o valor do aluguel desse imóvel ---·----------------
er• que esse l(<l.lor.{�ãJ>Jtllil.LgL!gtal do imóvel) seja incluído no PIB. 
Por "bens e serviços", o que se quer dizer é que o PIB Inclui tanto bens tangíveis (por exemplo, 
iPods e bananas) quanto serviços intangíveis (cortes de cabelo e ingressos de shows}. E s�o bens e serviços 
finois apenas, excluindo•se, portanto. os bens intermediários do cômputo. Isso visa e\iftar o chamado 
Je'�,;;;;;ro·àupla conrogem,\que ocorrer� se somássemos tanto o valor dos bens intermediários quanto 
✓ ��r dos bens finais. No preço final do iPod, já estao inclusos os valores de todos os itens que entram em
sua composição, ou seja, não é necessário incluir no cálculo do PIB, além do valor do IPod, também o valor
dos bens intermediários utilizados para a sua produção. Caso ísso fosse feito, lncorrer-se:,a na dupla
contagem, distorcendo-se o valor verdadeiro do PIB. Além disso, dizer que se trata de bens e serviços finais
produzidos envolve apenas aqueles produzidos no presente. Desse modo, um veiculo produzido em 2009
entrará no PIB de 2i'.f0"'9,"',�n"'d"-'e
=
pe""n""d"'e,.,n�t
7
e=m-:e-:n7te:-::;d:e-:e::,e::-:s:e::-:r o-;;" não vendido no ano em questão. E caso um-­
veículo produzido e vendido em 2007 seja revendido em 2009, ele não entrará no PIB de 2009, uma vez 
--·•·- -::::::::-::::::::::;::;:==- ·---· -((ü'e não foi produzido nesse ano, mas apenas recomerciafmd<>. 
O PIB leva em consideração o espaço geográfico e o horizonte temporal. Com relação ao espaço
geográfico, mede a produção total no interior de determinado país. 'e; um cidadão brasileiro vai trabalhar 
cm uma loja de fost food nos Estados Unidos, o valor rç[ere.n_tP à sua produção entrará no PIB 
�americano# e não no brasilelr�D� �esma maneira,.
º valor da pro�uç:lo da rede norteamericana
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McDonald's no Brasil é incluído no PIB br•sileiro, apesar de sua matriz estar localizada fora do pais. O que - ·--------------
se vê aqui é que, quanto às fronteiras geográficas, o PIB envolve o que foi produzido no Interior de 
determinado território, independentemente da nacionalidade da empresa ou do trabalhador. Com relação 
ao hori20nte temporal, o PIB mensura a produção em determinado período de tempo especifico, 
geralmente um ano ou um trimestre. O PIB se trnta, portanto, de uma variável de fluxo, e por isso é 
mensurado ao longo de determinado tempo. 
Quando se fala de PIB trimestral, às vezes se apresenta o •p1B anualizado" ou "a uma taxa anual". 
isso significa apenas que, grosso modo, multiplicou-se o valor do PIB trimestral por 4, como estimativa de 
quanto seria o PIB anual caso se mantivessem as condições de produção no período considerado. Mas para 
isso é necessário um ajustamento sozonol, visto que a economia produz mais bens e serviços em 
determinadas épocas do ano que em outras (no mês de dezembro, por eJ<emplo, a produçlo é geralmente 
maior devido às festas de fim de ano). Assim, normalmente os dados aoµallzados do PIB sãO-�JustadQS.-- . . 
sazonalmente de modo a refletir de maneira mais verossímil qual seria a produção anual ��t:QJlomia em 
questão caso se ma�se o ritmo de produção do trimestre considerado, respeitando-se as variações ·-·· .. 
sazonais. ---....... _ 
2.3 CÁLCULO DO PIB 
Como exposto acima na explicaç3o sobre o fluxo circular da renda, a atividade econômica pode ser 
medida sob três óticas diferentes: como todu� como �e co���� Como fõii;_ló{_�
­
corresponde à soma total dos bens e serviços finais produzidos no espaço geográfico e período de tempo 
considerados; como�lz respeito à remuneração paga às famílias pelos fatores de produção Que elas
fornecem às empresas; e com
�
efere-se à despesa total das famílias ao comprar os bens e 
serviços produzidos pelas empresas.assãrêmos agora ao cilc�lo do PIB sÕb.cadauma.dessas ótlc�: 
2.3.1 ÓTICA DO PRODUTO 
De acordo com o esquema do Ruxo circular, você viu que o produto coincide com a soma das 
vendas das empresas sob a forma de bens e serviços às familias, supondo que não existam nem bens nem 
serviços intermediários (na definição de PIB, você viu que, ao somar os valores de bens finais e bens 
intermediários, incorre-se no erro da dupla contagem). f' ótica do produto leva em consideração, em 
primeiro lugar, o valor bruto da produção do bem final. Isso significa dizer que, se estamos analisando a 
contribuição do setor de vestuário para o PIB de determinada economia, não levaremos em consideração 
os valores da produção no setor produtor de algodão e no. setor de tecidos, que são setores Intermediários 
na produção de roupas, mas apenas os valores da produç5o de tecido, que é o bem final em questão. Veja 
o exemplo numérico abaixo.
5 
INTRODUÇÃO À ECONOMIA - UnB - 1º/2010 Página 8 de 164
ObseNe o setor produtor de
algodão. Não há valor de insumos, Lima ve2 
que consideramos aqui esse setor como a 
'i:,·) 
Jnsumos1 1 
Valor Adicionado' 
Valor Bruto da Produção' 
Algodão Tecido Roupa 
- 50 120 
50 70 130 
50 120 250 
primeira do processo produtivo. O valor adicionado (ou valor agregado) nesse setor foi igual a 50 unidades 
monetárias (UM). Isso significa dizer que, ao longo da produção nesse determinado setor, agregou-se valor 
ao produto em questão (algodão) no valor de SOUM. Como o valor dos insumos é zero, temos que o valor 
bruto da produção no setor de algodão corresponde a 0+50=50UM. 
Passando ao setor produtor de tecidos, podemos observar que há um valor de insumos igual a 
SOUM. Isso porque todo o algodão produzido na etapa anterior do processo produtivo foi utilizado para a 
produção de tecidos, entrando aí como insumo a essa produção. Ao longo dessa segunda etapa produtiva, 
o valor adicionado ao valor já existente (ou seja, o valor adicionado às SOUM correspondentes à produção
de algodão realizada na primeira etapa da produção) foi igual a 70UM. Desse modo, o valor total da
produção nessa etapa corresponde ao somatório do valor agregado especificamente nessa etapa com o
valor de seus Insumos. Dessa maneira, temos que o valor bruto da produção de tecido é igual a 120.
Por fim, analisando-se a terceira etapa de produção, que é a de roupas, temos que o valor dos 
insumos é igual a 120UM (isso é, assumindo que todo o tecido foi empregado na produção de roupas, 
temos que todas as 120UM de tecido foram empregadas corno insumo para fabricar roupas). Se o valor 
adicionado
a essa etapa da produção é igual a 130UM, logo temos que o valor bruto da produção de roupa 
é igual a 120+130=250UM. Como dito anteriormente, a ótica de mensuração do PIB pelo produto leva em 
consideração o valor bruto da produção do bem final. Dessa maneira, podemos dizer que o valor do 
produto para essa economia (ou seja, o PIB dessa economia, considerando que só existem esses três 
setores de produção) é igual ao valor bruto da produção de roupas, ou seja, 250UM. 
Mas há também outra maneíra de se chegar ao valor do PIB pela ótica do produto (repare que não 
se trata de uma nova ótíca de mensuração, é apenas mais uma maneira de se obter o PIB pela mesma 
ótica). Como você deve ter reparado, em cada uma das três etapas produtívas, o valor adicionado 
corresponde à díferença entre o que havia de produto antes daquela etapa e o que há de produto ao fínal 
daquela etapa (ou seja, valor bruto de produção menos insumos). Se o valor dos insumos na etapa 1 é igual 
a zero, podemos dizer que o valor bruto da produção do bem final, portanto, nada mais é que a soma dos 
1 Em Economia, insumo refere-se bens ou serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços, sejam eles
matêriQS-primas, uso de equipamentos, bens intermediários, capital, horas de trabalho etc 
2 
�Ior adicionado corresponde a quanto cada empresa adiciona ao valor dos bens e serviços que ela processa,
�rrespondendo ao Rf�� elo qual ela vende seus produtos (isso é, ao valor bruto de sua produçâõ)-ltfent1S" os 
lo.s.uo.to� {ou seja, Q.t,materiais uti 1za os na pro . N<10 h<fõ"êêe�mentêtr<1nsformação do�di:itO(o 
comércio, por �xernplo,�dicróriãr-vãlõr ao vender' um produto mais caro que seu preço de compra, sem que 
efetue quaisquer transformações no produto). 
'O valor bruto da produção corresponde ao somatório de insumos e valor adícionado naquela etapa-de pr,q.d.ução (o 
Valor 'adicionado em c'ãõ�tap�e,.;p�o, encontrado subtraindo-se os gastos com insumos do valor bruto 
da produção em cada etapa produtiva). 6 ' -' ) J ) l ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) 
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valores adicionados em cada etapa do processo produtivo. Vejamos os números. Somando-se os valores 
adicionados e cada uma das três etapas do processo produtivo acima, temos: 50+70+130=250UM. 
Encontramos as mesmas 2S0UM do valor bruto da produção de roupas! Isso significa que, no cômputo do 
PIB pela ótica do produto, tanto faz se observarmos o valor bruto da produção do setor que produz o bem 
final (no caso, o setor produtor de roupa) ou se somarmos os valores adicionados em todas as etapas de 
produção. 
Atenção: não confunda o somatório do valor adicionado com o problema da dupla contagem I O 
problema da dupla contagem ocorre quando, além do valor bruto da produção do bem final, também 
somamos o valor bruto a produç�o dos bens Intermediários (nesse caso, o valor - errado - do PIB nessa 
situação seria igual a So+12o+250=420UM). O somatório do valor adicionado leva em consideração apenas 
{ o que cada setor agregou de valor ao produto em questão (ou seja, do valor bruto da produção de cada
( setor, é excluído o valor gasto com insumos: 50·0=50; 120-50=70; 250-120•130). Não há, portanto, dupla
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contagem no cálculo do PIB pelo somatório dos valores adicionados.
Podemos, portanto, elaborar outra definição de PIB complementar à outra acima apresentada. O 
PIB pode ser tanto •o valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos em um pais em um 
dado período de tempo• quanto "a soma dos valores adicionados por_ cada setor econômico do processo 
de produção de bens e serviços finais em um país em um dado período de tempo•. Isso porque, como você 
viu acima, ambas as metodologias empregadas levam ao mesmo resultado. 
Você acabou de ver como o PIB pode ser mensurado pela ótica do produto. Passaremos agora à 
análise dessa mensuração pela ótica da renda, que leva em consideração a remuneração paga aos fatores 
de produção. 
2.3.2 ÓTICA DA RENDA 
A ótica da renda permite que se meça o produto por meio da renda gerada no processo produtivo. 
Essa renda corresponde à remuneração dos fatores de produção empregados no processo produtivo, e os 
tipos de remuncraçJo existentes são: §r,oJ (pagos ao trabalhador, como remuneração pelo fat;­
trabalho). aluguéls (pagos aos proprietários de bens de capital, como remuneração pelo fator terra),rucros j 
(pagos como remuneração pelo capital de empréstimo) eluros �pagos como remuneraçao pelo capital 
produtivo). O valor adicionado cm cada etapa do processo produtivo corresponde à remuneração dos 
fatores de produção envolvidos naquela �ª- Desse modo, podemos estabelecer a igualdade entre---------�--;--------produto e renda, ou seja: 
PRODUTO= valor agregado= RENDA= Salários+ Aluguéis+ lucros+ Juros 
7 
INTRODUÇÃO À ECONOMIA - UnB - 1º/2010 Página 10 de 164
Tomemos o mesmo exemplo 
utilizado acima, agora com alguns dados 
adicionais (veja o quadro ao lado).·lncluímos 
agora os valores das.rendas em cada uma das 
etapas de produção. Já vimos que o PIB pode 
ser calculado, pela ótica do produto, tanto 
Insumos 
Salários 
Aluguéis 
Lucros 
Juros 
Valor Adicionado
Valor Bruto da Produção 
Algodão 
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20 
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50 
Tecido Roupa 
so 120 
20 30 
20 20 
10 50 
20 30 
70 130 
17.0 250 
pelo valor bruto qa produção do bem final (no caso, roupas) quanto pelo somatório dos valores 
adicionados em cada etapa de produção. No parágrafo anterior, afirmou-se que o somatório das rendas em 
cada etapa de produção corresponde ao valor adicionado nessa etapa. Vejamos:
Etapa 1 -Algodão - Somatório das rendas = 10+ 10<· 10+ 20 =50UM 
Etapa 2 -Tecido -Somatório das rendas= 20+20+10+20=70UM 
Etapa 3 -Roupa -Somatório das rendas= 30+20+50+30 =130UM 
Como você pode ver, o valor adicionado a cada etapa de produção corresponde, de fato, ao 
somatório das rendas pagas nessa etapa. Se acima você viu que o somatorio dos valores agregados em 
todas as etapas da produção é igual ao PIB dessa economia, logo podemos dizer que o somatório das 
rendas em todas as etapas de produção também corresponde ao PIB dessa economia. Assim, pela ótica da 
renda, podemos dizer que: 
'PIB= Salários+ Aluguéis+ lucros+ Juros 
No exemplo dado, temos que: 
L Salários= 10+20+30=60UM 
L Aluguéis= 10+20+20=SOU_M 
L Lucros= 10+10+50=70UM 
l Juros= 20+20+30=70UM
Logo, PIB= 60+S0+70+70=250UM (valor igual ao do PIB pela ótica do produto). 
A - · ara fins de exercícios, nem sempre são dados os valores de todos os componentes da 
�enda Ipode-se, por exemplo, omitir os juros}. Nesse caso, considere que o valor do componente em 
�qtJestãG-fóiôesprezado por ser igual a zero. 
Como você viu até agora, o PIB pode ser calculado tanto pela ótica do produto quanto pela ótica da 
despesa, dando em ambos os casos o mesmo resultado final. Veremos agora a última ótica de mensuração 
do PIB, a ótica da despesa (ou do dispêndio). 
2.3.3 ÓTICA DA DESPESA 
A mensuração do PIB pela ótica da despesa permite medir o produto po, meio do dispêndio ou da
demanda (compras de bens e serviços finais), ou seja, leva em consideração os possíveis destinos do 
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INTRODUÇÃO À ECONOMIA - UnB - 1º/2010 Página 11 de 164
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ad uire e para quais fins. A ótica da despesa i:>Óssui quatro 
comeonentes básicos, que são:�onsum5
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investimento, astos do governo xportações 1qu1ifas. ada um 
deles será discutido separadamente a seguir. 
. O consumo se refere aos bens adquiridos para satisfação das necessidades pessoais das famílias 
�pr:a de bens e serviços, excetuando-se a compra e mo enoais novos. eg ndo 
Mankiw (2005), •os 'bens' incluem as despesas das famílias em bens duráveis, como carros e
eletrodomésticos, e bens não-duráveis, como alimento e vestuário. Os 'serviços' incluem itens Intangíveis, 
como cortes de cabelo e serviços de saúde. As despesas da família em educação também são incluídas no 
consumo de serviços". 
Os gastos em investimento se referem às "despesas em equipamento de capital, estoques e 
estruturas, Incluindo a compra de novos imóveis residenciais pelas famílias" (MANKIW, 2005). 
�orrespondem, portanto. à compra de bens que serão, no futuro, utilizados para a produção de bens e 
serviços (bens de capital). O�es são aqui contabilizados devido ao fato de ser intenção dos 
contadores de renda nacional mensurar toda a produ ão no eríodo uestão, independentemente de 
ela ser vendida ou não. Quando se u em que é estocado, considera-se como se a mpresa 
ti comprado" o produto dela mesma, entrando assim como des esa de Investimento da empresa. 
uando a empresa vende o bem que estava estocado, esse valor é então descontado do valor de 
Investimento, entrando aí com sinal negativo de modo a compensar a despesa positiva de seu comprador 
(e evitar que esse valor seja contabilizado outra vez). 
Gastos governamentais dizem respeito a às despesas produtivas do governo em todos os llmbltos, 
municipal, estadual e federal. Mas nem todos os gastos governamentais são contabillzados no PIB. O PIB 
tem o propósito de mensurar a renda e a despesa referentes à produção de bens e serviços. Portanto, o 
pagamento de benefícios de seguridade social (chamado de pagamento de transferência}, por exemplo, 
não é aqui contabilizado como gaSt-o governamental, uma vez que, apesar de afetar a renda das famílias, .. 
não reflete a produção ec� Mas pagamentos do governo a uma professora de uma escola 
pública, por exemplo, são, sim, contabilizados como gastos governamentais para fins de mensuração do 
PIB, uma vez que se refere a um pagamento por um serviço efetuado (refletindo, portanto, na produção 
dessa economia). 
Por fim, as exportações líquidas' referem-se à diferença entre exportações• e imnoctaçõP<' 
(exportações menos importações), A subtração das importações é feita devido ao fato de as importações 
de bens e serviços já serem incluídas em outros dos componentes do PIB pela ótica da despesa vistos 
acima. Quando você importa um iPod dos Estados Unidos no valor de US$300, essa transação aumenta o 
• Em Economia, o termo "líquido" tem por referência uma operação de subtração. "Exportações líquidas" se refere à
diferença entre exportações e importações {isso ê. exportações menos importações); "importações liquidas·, por sua
vez, equivale a importações menos exportações.
5 Exportaçõc� referem-se às compl'as, por estrangeiros. de bens prodvzidos internamente. 
6 Importações referem-se às cOIT'lpras interiias de bens estrangeiros. 
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INTRODUÇÃO À ECONOMIA - UnB - 1º/2010 Página 12 de 164
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componente consumo em US$300, uma vez que o ,Pod faz parte das despesas de co�o das famílias 
Entretanto, o objetivo do PIB é mensurar os bens e servi�os que são produzidos internamente. Dessa 
maneir.J, os US$300 das importações ent:_g.co...Go.A�ioal oeg,;:,.t'tV-0-paca CO"'f'et-1�� -
Reduz-se, portanto, as exportações liquidas em US$300. "Em outras palavras, as exportaçõ.esJíq.w.d.as 
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incluem os bens e serviços produzidos no exterior (com sinal negativo) porque esses bens e �viçõsjá 
-�ctu/tllJST'l@"t&A-SUmo,,,-A{J�mento e nas compras do governo (com in:i-Ôsitivo). Assim sendo,
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·---,__ nii&-afeta o PIB" ortanto, lembre-se: apesar de estarem inclusas nas exportações líquidas, as importações -------------
não afetam o PIB. 
Pela ótica da despesa, temos que o PIB corresponde ao somatório desses quatro componentes: 
Y = e+ 1 + G + El, sendo: 
Y=PIB, C=Consumo, l=lnvestimento, G=Gastos do Governo e EL=Exportações líquidas. 
Essa equação é utilizada para economias abertas (que realizam transações com o exterior, isso é, 
exportam e importam bens e serviços). Em uma economia fechada (isso é, uma economia que não realiza 
transações com o exterior), não temos nem exportações nem importações. O valor das expo1,ações 
líquidas é, portanto, igual a zero, e o PIB pode ser calculado por: 
Y=C+ l+G 
No anexo 1, ao final deste texto, você encontra uma série de dados do 16GE relativos ao PIB 
brasileiro de�d� 195, com sua distribuição setorial na economia, bem como sua divisão entre os diversos 
componentes da ótica do dispêndio. Sobre a denominação "PIB a preços de mercado" indicada na tabela, 
você verá abaixo, no item 2.6, AS DIVERSAS MEDIDAS DO PRODUTO. 
2.4 PIB REAL e PIB NOMINAL 
Vimos acima que o PIB mede a despesa total em bens e serviços em uma economia. Se a despesa 
aumenta de um ano para o outro (ou seja, se o valor do PIB aumenta), há duas possíveis explica ões para 
esse fato: em primeiro lugar, pode-se dizer que a economia está produzindo mais, e o valor dos 
componentes do PIB aumenta por isso; mas também lÍ oossível que a economia tenha produzido o mes'!)_o 
tanto, ou até menos, e os preços tenham aumentado. E ai surge um problema na análise do PIB como 
indicador da produção de um país: como saber se as alterações do PIB de um erfedo--para-e-<'>1,!ti:a_são 
. frutos de ma,s produção ou de uma a�.çãQJlos pre�os? É para isso que os economistas efetuam a 
� eni'fü PIB real e PIB nominal.\. 
O PIB �a�bens e serviços a preços constantes de um ano-base (um ano cujos '--------r�---
preços de mercado são estabelecidos como padrão para mensuração), ou seja, faz-se a seguinte hipótese: 
qual seria o PIB no período analisado se os preços do ano-base tivessem se mantido, segundo as 
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quantidades atuais? Desse modo, o cálculo do�não faz nada mais que multiplicar as quantidades
comercializadas de todos os bens no ano corrente (isso é, no ano em análise) pelos preços dos mesmos
bens no ano-base. Você verá abaixo um exemplo numérico. Mas antes disso, vamos definir PIB nominal.
...._,
O PIB nominal avalia a produção de bens e serviços a preços correntes, ou ·seja, considera as
variações de preços ocorridas na economia. O PIB nominal não está preocupado em retirar os efeitos da....____-==-,.....r.:-,c-:::::-:=::--::::-:-:;-:-::-:-::-".C""', .... -= inflação da economia (que é o que o PIB real fa2), mas sim em avaliar o montante total de produção do
período em questão, quanto de dinheiro "circulou" no fluxo da renda nesse período. O PIB nominal é dado,
portanto, pelo produto de quantidade vendida no ano corrente pelos o do próprio a orrente.
Como você pode ver, a única coisa que se altera nas mensurações do PIB real e do Pi8 nominal sao os
preços: no
primeiro caso, os preços são do ano-base; no segundo, do ano corrente. E a diferença de valores
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unidade deste módulo, tratar-se da inflação). Vejamos agora o exemplo numérico. 
Suponha uma economia simples em que existam apenas dois mercados, de batata frita e
refrigerante. Os dados de preços e quantidades dessa economia ao longo dos anos de 2007, 2008 e 2009
estão apresentados na tabela abaixo.
O PIB nomlnal ., como vimos acima, é 
dado pelo produto de preços e quantidades no
próprio ano em questão. Desse modo, temos
que:
PIBn2007 = 4xl00♦2x150 = R$700
PIBn,ooa = Sx80♦2,Sx120 = R$700
PIBn,.,. = 5,Sx80+1,2x200: R$680
Preço da Batata Frita
Quantidade de Batata
Frita 
Preço do Refrigerante
Quantidade de
Refrigerante 
2007
R$4,00
100
R$2,00
150
2008 2009
RSS,00 R$5,S0 
80· 80
R$2,S0 R$1,20
120 200
O PIB nominal revela, portanto, que a produção da economia permaneceu constante de 2007 para
2008, sofrendo uma ligeira queda em 2009. Vejamos agora o que o PIB real tem a nos dizer.
Consideraremos como ano-base o ano de 2007.
PIBr2..,: 4xl00+2x1S0: R$700
Como você pode perceber: o PIB real no ano-base coincidiu com seu PIB nominal. E isso sempre
ocorre, uma ve2 que os preços tomados para o cálculo do PIB real são os preços do ano-base (que, no caso,-
é o próprio ano em Questão).
PIBr,008 • 4x80+2x120 • R$560
PIBr20o, • 4x80+2x200 • R$720
Observe agora que, se descontarmos os efeitos das variações de preços (Isso é, calculando-se o PIB
real), temos uma situação diferente da mostrada por meio do PIB nominal: o PIB real em 2008 foi menor
que o de 2007 (lembre-se que o PIB nominal de 2007 e 2008 é igual), enquanto o PIB real em 2009 foi
maior que o de 2008 (lembre-se que o PIB nominal de 2009 é menor que o de 2007).
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INTRODUÇÃO À ECONOMIA - UnB - 1º/2010 Página 14 de 164
Mas então, qual das duas formas é a correta? Não existe forma correta ou errada. Ambas servem
para seus próprios propósitos. Como você viu acima, se você quiser saber qual foi a produção de fato de 
um ;mo, sem deixar que as variações de preços interfiri!m na sua análise, você deve observar o PIB real; se 
você quiser saber qual foi o montante total de dinheiro (ou seja, a despesa total) que circulou na economia, 
independentemente de suas variações de preços, aí o recomendável é utilizar o PIB nominal 
2.4.1 DEFLATOR IMPLÍCITO DO PIB
Como você viu, o PIB nominal reflete, ao mesmo tempo, os preços dos bens e serviços e as
quantidades comercializadas desse bem no ano corrente, enquanto o PIB real, ao considerar os preços 
apenas do ano-base, reflete apenas as quantidades produzidas. Temos, portanto, a seguinte situação: 
PIB nominal= preços correntes x quantidades correntes 
PIB real= preços do ano-base x quantidades correntes 
Se quisermos, portanto, avaliar a variação dos preços ocorrida do ano-base para o ano corrente em 
questão, é possível fazê-lo observando os valores do PIB nominal e do PIB real do ano corrente. Se 
dividirmos PIB nominal por PIB real, temos: 
PIB nominal preços correntes x quantidades correntes 
PIB real preços o ano-base x quantidades correntes 
preços correntes 
preços do ano-base 
Temos, portanto, que � razão entre PIB nominal e PIB real nos dá a relação entre os r os 
correntes e; os ereços do ano-base. Dessa maneira_, urge o chamado Detrator Implícito do PIB "uma 
- - - �-:::-::--�-,----::c,::----;--,,,......,.--,--...l "------=.. medida do nível os calculada como a razão entre o PIB nomina e o PIB real multip icada por cem" 
(MANKIW, 2005). Portanto, 
Deflator Implícito = 
do PIB 
PIB nominal x 100 
PIB real 
Como PIB nominal e PIB real no ano-base são iguais, o deflator implícito do PIB para o ano-base é 
sempre igual a cem. Para os anos subsequentes, o deflator mede as variações nos preços (e não nas 
quantidades), ou seja, ele "mede a variação do PIB nominal a partir do ano-base que não pode ser atribuída 
a uma variação do PIB real" (MANKIW, 2005). 
Tomemos os exemplos dados acima: 
P1Bn2007 = R$700; P16n2003 = R$700; PIBn200, = R$680 
P1Br200,= R$700; P1Br20,, = R$560; PIBr20"' = R$720 
O valor do dellator implícito do PIB para cada um desses anos será, portanto: 
Deflator200, = (700/700)x100 = 100 
Deflator20oo = (700/5G0)x100 = 125 
Deflator,00, = (680/720)x100 = 94,44 
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INTRODUÇÃO À ECONOMIA - UnB - 1º/2010 Página 15 de 164
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( O deflator é, dessa maneira, uma das medidas da variação do nível geral de preços em uma 
( economia. Você verá no prox,mo texto outra medida, o Índice de Preços ao Consumidor, e aprenderá as 
diferenças básicas entre esse índice e o deflator para a mensuração da alteração de preços. Pelos valores 
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calculados, podemos chegar ao valor da inflação medida pelo deflator i 
ser medida da seguinte maneira: 
Taxa de Inflação = 
2.5 PIB E BEM-ESTAR ECONÔMICO 
DIP.,02 • DIP.,. 1 x lOO 
OJP�no 1 
' ·to do PIB. Essa variação pode 
O PIB é regularmente utilizado como indicador de bem-estar econômico, seja por indicar a riqueza 
total de um país ou pelo PIB per capita (que é obtido pela divisão do valor total do PIB pela população 
local}. Mas não é um indicador ideal. O PIB per copito, por exemplo, não leva em consideração a 
distrlbuiç5o de renda, o acesso a saúde e educação etc. (o assunto indicadores sociais e desigualdade será
tratado na última unidade do curso). O próprio PIB não indica a preservação do meio ambiente. Um pais 
pode experimentar um rápido crescjmento econõmico em detrimento da preservação ambiental, o que 
esconderia seus verdadeiros efeitos sobre o "bem-estar• dessa população. Q PIB não considera tampouco -
as atividades que ocorrem fora dos mercados. Produção doméstica, seryiço..de dona-de-casa. trabalho 
voluntário, horas de lazer perdidas com o aumento do trabalho: nada é computado OQ PtB. Mas isso não faz 
do PIB uma medida desprezível do bem-estar econômico. No fim das contas, pode-se dizer que o PIB é, sim, 
uma boa medida do bem-estar econômico, uma vez que nos permite mensurar a renda, a despesa e o 
produto totais de uma economia ao longo de um período. Dessa maneira, permite-nos avaliar o 
desenvolvimento e o crescimento médios da economia como um todo. Assim, o PIB não se revela uma 
medida eficaz do bem-estar econômico para a maioria dos propósitos a que se destina, mas não para 
todos. 
2.6 AS DIVERSAS MEDIDAS DO PRODUTO 
o PIB, como você viu acima, é uma das maneiras de mensuraç3o do produto disponível em 
Economia. Mas não é a única. Inicialmente, você já viu que há diferentes óticas de mensurnção do PIB, cada 
uma analisando diferentes componentes. Dessa maneira, qual será a relação entre o PIB medido pela ótica 
'-:;;:;--:-:-;,-:-:==------------------da pmd11ção o medjdo pela despesa e o medido pela renda 1 
Você deve se lembrar que o [!'.10 pela ótica da despes?Jreflete os valores que foram pagos no 
mercado para compra dos bens e serviços produzidos, dividindo-se entre �onsumo, investimento. gastos do 
governo e exportações líquidas. Dessa maneira, ao calcularmos o PIB
peta ótica da despesa, obtemos o ----------
chamado PIB a preços cie roeccaciP foy P!Bpm). que reflete; portanto, o valor de mercado pago pelos bens e -
serviços na econof(lla. 
13 
INTRODUÇÃO À ECONOMIA - UnB - 1º/2010 Página 16 de 164
Já o f 18 pela ótica da rendg mensura �-!_emuneração dos fatores de produção em todas as etapas
do processo de produção, e por isso é chamado PIB a custo de fatores (ou PIBcf) !)Ião deveriam portanto, 
dar o mesmo valor os produtos calculados taat.o;ela ótica eia despesa quanto pela.ót-i��nda?�
se não houver partici ação overnamental na economia. O Governo pode intervir na economia por meio da 
1t çobrança de impostos indiretos 'e pelttconcessão de subsídios. )?essa maneira, o valor de mercado dos 
ens diferencia-se do custo de seus fatores de produção por esses dois componentes:· impostos indiretos e 
--sub+idios. Qual é, então, a relação existente entre o PIB calculado a preços de mercado e o PIB a custo de , 
fatores? Observe a relação abaixo: 
PIBpm -impostos indiretos+ subsídios= PIBcf 
Ou 
PIBcf + impostos indiretos- subsídios= PIBpm 
Isso porque, €nauanto o: impostos jpdiretos são gastos pelo produtor, sendo portanto adicionados 
ao custo de produção para que se componha o preço de mercado do produto, 9s subsídios funcionam 
�omo auxilio à produção, e seu valor é descontado do custo de produção J2.ª!à]nunar o preço de merca�o. 
É essa, portanto, a relação que se estabelece entre PIBpm e PIBcf. 
Como você viu acima, o valor PIB pela soma dos valores adicionados 
ao PIB pela ótica da renda. Dessa maneira, o PIB calculado pela ótica da produção sai, como pela renda, a custo de fatores. 
Veremos agora outras medidas diferentes do PIB, mas antes definiremos alguns conceitos 
econômicos importantes: 
� o "B" de PIB indica que está incluso no valor do PIB os gastos com depreciação, ou seja,_j.... 
deterioração do.s.,bens de ç;ipitaLRa �rerlw� Os gastos com teparos):le máquinas, por exemplo, entram 
como depreciação, e a depreciação está inclusa no PIB. 
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caso se exclua o valor da depreciação com máquinas e equipamentos do produto bruto, 
teremos então o produto liquido, que é, portanto, a quantidade total de produção, descontados o valor da 
depreciação. 
7 INTERNJ":f o__'.'I" do PIB indica que se inclui no PIB o valor de todos os bens e serviços. ptb.d.!J_zjdos
internamer,te em um pais, independentemente da nacionalidade da empresa ou funcionár.i.o� os 
�_--;p
::;r:;:o:;:;d;:u:;zi_y,::;--_;-A;:in::d;:a:--:q::u-;;e;-::-um;::a-;e:;m=p:::re:;s-;:a-;e:::s;:tr;::a:;;n:;;g:;;er::ir°'a T.,na:s"t"'a r-.:aa'ªa'"'n"'o""""pa","'s"'r-;::em::::e::-te:::--:;;,;das para o exterior, esse valor é
incluído no produto interno, uma vez que foi produzido dentro dos limites geográficos desse país. Se uma 
empresa do país em questão está instalada no exterior, ainda que ela remeta rendas para esse pais, suas 
rendas não entrarão no produto interno, uma vez que não foi produzida no próprio país. 
{ NA�ALj-quando se ue contabiliz r n~ u. · roduzido dentro das fronteiras do país, mas 
sim tudo o que foi produzido por emwesas e pessoas rio pcóll(i.0..12._aís e enviado para o país (afinal, de nada 
adianta uma empresa nacional produzir no exterior e manter renda lá fora), utiliza-se o produto nacio�. 
1 Impostos indiretos são aqueles cobrados por produto. Os impostos diretos correspondem ao imposto de renda. 
14 
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INTRODUÇÃO À ECONOMIA - UnB - 1º/2010 Página 17 de 164
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exterior)8.
Agora, sim, qual a relação entre essas medidas?
Produto Bruto - depreciação e Produto líquido 
ou 
Produto Uquido + depreciação= Produto Bruto 
Prodvto Interno - renda enviada ao exterior+ renda recebida do exterior• Produto Nacional 
Como você já aprendeu, podemos utilizat. a terme ""líqe,id,Q_" indicando uma subtraç!_o. Nesse caso, 
podemos diter que renda nviada ao exterior - renda recebida do exterior a renda liquida enviada ao 
exterior. Assim, .--
Produto lnterno-(renda enviada ao exterior-renda recebida do exterior) e Produto Nacional 
Prodvto Interno - renda líquida enviada ao exterior= Produto Nacional 
ou 
Produto Nacional + renda líquida enviada ao exterior = Produto Interno 
Em resumo, temos: 
Produto Bruto -depreciação • Produto líquido 
Produto Interno - renda líquida enviada ao exterior= Produto Nacional 
Produto a preços de mercado -impostos indiretos+ subsídios* Produto a custo de fatores 
As nomenclaturas para os conceitos apresentados acima são: Bruto - B; Líquido - L; Interno - f; 
Nacional - N; Preços de Mercado-PM; Custo �d!:.e..'.F::;:a�to:'.!r!e�s,:.-:êcf::S. �º�=ll!.!::o�d�o,_, !:é.!:po�s�si:ve;:l'...:t:!e:'.:rm�o�s..1c=J!bl!i!!na!!:ç�õ�e�s
dessas várias medidas do produto, taís como. PIBpm, PIBcf, PNBpm, PNBcf, Pllpm, Pilei, PNLpm e PNLcf. 
Para achar o valor de um a partir do outro, basta ver o que muda na nomenclatura de um para a do outro, 
e então efetuar as transformações necessárias. Por exemplo: se você tem o PIBpm e deseja encontrar o 
PNBpm. A única alteração é do "I" e do "N", ou seja, você deve transformar o valor interno em valor 
nacional. Para fazê-lo, basta seguir conforme explicado acima. Assím, 
PIBpm - renda líquida enviada ao exterior a PNBpm 
Atenção: Renda enviada e renda recebida não são equivafentes de importação e exportação. ma ernpresa brasUcira 
em Angola que env,a rendimentos para su nz no Brasil o az s.em com ar a quer produto cm troca. Deisa 
maneira, não há relação entre renda liquidll enviada ao exterior e importações liqt,aidas. N3o confunda! 
15 
INTRODUÇÃO À ECONOMIA - UnB - 1º/2010 Página 18 de 164
Procedc .. se da mesma maneira quando hâ mais de uma transformação. Por exemplo, Para 
transformar o PIBpm em PNLcf, deve-se fazer o seguinte: 
PIBpm-depreciação - renda líquida enviada ao exterior-impostos indiretos+ subsídios: PNLcf 
2.6.1 O PIB E O PNB 
Como o que diferencia PIB e PNB é a renda líquida enviada ao exterior, é de se esperar que o PNB 
----­
seja maior naqueles países em que a renda líquida enviada ao exterior seja menor, ou seja, aqueles paises 
que recebem mais de suas empresas e residentes no exterior do que enviam para o exterior as empresas e 
residentes estrangeiros instalados nesse pais. E o caso de países como os Estados Unidos. Esses países 
possuem, portanto, um PNB maior que seu PIB. Em países como o Brasil, em que a renda líquida enviada ao 
exterior é positiva (ou seja, há mais renda de estrangeiros enviada para o exterior do que renda de 
empresas e indivíduo_s brasileiros no exterior enviada para o Brasil), o PIB é, por consequência, maior que o 
PNB. 
A importância disso reside no fato de qual indicador utilizar como medida da produção nacional. É 
evidente que é mais interessante para um país parecer (ao menos nos números) que sua economia é maior, 
mais forte e produz mais. Dessa maneira, é de se esperar que os países analisem qual o maior indicador
dentre PIB e PNB e o utilizem com mais predominância. �esse modo, o PIB é a medida do produto mais 
utilizada no Brasil, enquanto o PNB é o mais utilizado nos Estados Unidos.
BIBllOGRAFIA 
MANKIW, N.G. Introdução à Economia. Trad. Allan Vidigal Hastings. São Paulo: Pioneira Thomson 
Learníng, 2005 
GREMAUD et ai. Economia Brasileira Contemporânea. 4ed. São Paulo: Atlas, 2002. Cap. 2 
Introdução à
Economia - A Representação da Vida Econômica 
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. NAKANO, Yoshiaki. Contabilidade Social. Apostila da FGV/SP : EC­
MACRO-L-9, agosto de 1972. 
16 
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INTRODUÇÃO À ECONOMIA - UnB - 1º/2010 Página 19 de 164
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nexo 1 · Tabela -Indicadores de vo
lum
e e valores correntes 
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alores Correntes (1 000 000 R
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o 
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es 
servlç-o
s 
produtos 
m
e.read
o 
fam
ilias 
pública 
capital fixo 
serviços 
(-) 
1995 
35 555 
169 578 
410 938 
616 071 
89 570 
705 641 
440 712 
148 433 
129 297 
(·) 2 088
51
207 
61
920 
1996 
4
0958 
193 025 
508 878 
742 861 
101104 
843 966 
545 735 
169 604 
142 382 
1
430
55 421 
70
606 
1997 
44 824 
217 033 
568 771 
830 628 
108 518 
939 147 
609 294 
186 854 
163134 
524
64 056 
84 714 
1998 
47 845 
222 200 
595 951 
865996 
113 280 
979 276 
629 994 
202 108 
166174 
581 
67 890 
87 471 
1999 
50
782 
240 735 
636 321 
927 838 
137 162 
1
065 000
 
689 376 
216174 
166 745 
7 666 
100 229 
115
191 
2000 
57 241 
283 321 
681
086 
1
021648 
157 834 
1
179 482 
758 941 
226085 
198151 
17
106 
117 691 
138
492 
2001 
66819 
301171 
750 623 
l
118 613
183 523 
1
302
136 
826 468 
258 043 
221
772 
12 982 
158 619 
175 748 
2002 
84 251 
344 406 
844 472 
1 273
129
204 693 
1
477 822 
912 058 
304 044 
241
162 
(-}2
811 
208 323 
185 954 
2003 
108 619 
409 504 
952 491 
1
470 614 
229 334 
1
699 948 
1 052 759 
329 596 
259 714 
8
3
81 
254 770 
205 272 
2004 
1151
94 
501 771 
1 049 293 
1
666 258 
275 240 
1
941
498 
1
160 611 
373 284 
312 516 
19 817 
318 892 
243 622 
2005 
105163 
539 283 
1
197 807 
1 842 253 
304 986 
2 147 239 
1
294 230 
427 553 
342 237 
5 739 
324 842 
247 36· 2 
2006 
111 229 
585 602 
1
337 903 
2 034 734 
335 063 
2 369 797 
14
28 906 
474 773 
389 328 
8
012 
340 457 
271
679 
2007 
133 015 
623 721 
1
466 783 
2 223 519 
374 092 
2 597 611 
1
579 616 
517 287 
455 213 
5 459 
355 399 
315 362 
2008.1 
43 745 
150 442 
367 404 
561591 
104 052 
665 643 
417
705 
129 341 
122 801 
H
 416 
79
166 
82 954 
2008.11 
53
688 
168 483 
398 261 
620 433 
109154 
729 586 
435 725 
138 691 
134 961 
18
111 
96883 
94 784 
2008.111 
37 330 
189 255 
404 973 
631558 
115 779 
747 337 
452164 
138 004 
152 589 
748 
113 664 
109 832 
2008.IV 
28 772 
174 316 
424 384 
627 471 
119 680 
747 152 
447 821 
178 372 
138406 
(·) 20 133
124 544 
121 858 
2008 
163 536 
682 497 
1
595 021 
2 441
054 
448 665 
2 889 719 
1 753 414 
584 408 
548 757 
H
 1
690
414 257 
409 427 
2009.1 
41194 
142 803 
400 607 
584 605 
100 005 
684 609 
443 961 
153 272 
113 812 
\·) 22 349
85 967 
90 054 
Fonte: IBG
E 
O
bserve q
ue "2008.1" refere-se ao prim
eiro trim
estre de 2008, "2008.11" ao segundo trim
estre desse an
o e assim
 sucessivam
ente. 
Con
sulte outras tabelas e dados sobre as Contas N
acionais brasileiras no site do IBG
E, em
: 
http://w
w
w
.ibge.gov. br /hom
e/estatistica/i ndicadores/pib
/defaultcnt.shtm
 
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INTRODUÇÃO À ECONOMIA - UnB - 1º/2010 Página 20 de 164
Solclim do e;;inoo Ce11!ral do Brasil 
1.2 - Produto Interno Bruto (PIB) 
·0�'<"º((' \ 
..... ·-·-•-•· .... , ., ..... -·· .. ·-· -·- ·--··· ..... . ··--·---·-· 
Ano PIB <1 J')CCÇ0$ flator 
corr�nlc$ ícito 
emR$ ('lo) 
1986 1 274 149,2 
1907 4 030 206.2 
19e8 29376 628,0 
i9&9 425505 1 304.4 
1990 11546795 2 731.0 
1{101 GO 285 999 416,7 
199.l. 640 956 766 969,0 
1993 1'109711 4182 1 996,1 
1094 3-10 204 679 000 2 240.2 
1995 705 640 892 0!)2 9J.9 
1096 643 965 631 310 17,1 
1997 939 146 616 912 7,6 
1990 970 275 748 883 4,2 
1999 1064 999 71 l 799 8.5 
iOCô 1 179 48.? 000 000 6.2 
2001 1 302 130 000 000 9,0 
2002 1 477 822 000 000 1M 
Wô3 1 699 948•000 000 13.7 
2004 1 941 496 000 000 o.o
2005 2 147 239 000 000 7,2 
2006 2 369 797 000 000 6,t 
2097 2 597 611423 918 3,7 
Fonto: ltJGE 
ia.x.,s reais de varlaçao (%) 
....... -····-··-····· ------··--· 
Agrope-lndüstrla Serviços PIB 
cu:'iria 
-8,Ô 11,'1 6,1 7,5 
15,0 1,0 3,1 3,5 
0,8 • 2,G 2,3 -0,1 
2.0 2.9 3.5 3,2 
·J,7 -8,2 ·0,6 • -1,3 
1,4 0,3 2.0 1,0 
4.0 • 4,2 1,5 • 0.5 
-0,1 7,0 :;,2 4,9 
5,5 ô,7 4,7 5,9 
5,7 4,7 3,2 4,2 
3,U 1,1 2,2 2,2 
0.8 4,2 2.6 3.• 
3,4 • 2,6 1, 1 o.o
õ,5 -1,9 1,2 0,3 
2.7 4,8 3,6 4,.S 
6. 1 • 0,8 1,9 1.3 
M 2,1 ,3,,. 2.7 
5,8 1,3 0,8 1, 1 
2,3 7,0 5,0 5,7 
0,3 2.1 3.7 3,2 
4,5 2,3 4,2 la.O 
5,9 4,7 5,4 5,7 
,t;i 
À) 
População 
(1.000 hab.) 
60.S 134 653 
62.G 137 268 
62.G 139819 
64.0 142307 
61,8 146593 
62,4 149094 
62,0 151 547 
65,1 153 986 
68,9 158 431 
11.8 158875 
73.4 101 323 
75,6 163 780 
75,9 166 2.$2 
70,1 168 754 
79,3 171280 
80,4 1'13622 
82,5 176 391 
83.5 178 085 
&8.2 181 566 
91,0 184 184 
04,6 186 771 
100,0 160 300 
·- ··· ·--·-··· .... 
PJB per capita 
Pre-ços cons• 
t.an(cs dç 
2001 (R$} 
11 668,21 
11 049.90 
11 626,78 
11 78'1.-19 
10 942.33 
to 8Q9.5S 
10 63-5,51 
10{182,55 
1 f 443,61 
11 743,40 
11 813,99 
f2 029.55 
11 854,66 
11 708,60 
12 032,87 
i2 012.59 
12152,?.9 
12 113,47 
12622,02 
128-37.15 
13 162.07 
13 722,19 
Taxa real 
dç v;tri.i• 
ç.aot¼) 
5,4 
1,G 
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- 0.7 
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1. INTRODUÇÃO
f NDICES DE PREÇOS
Definições Conceituais, C6/culo do 
IPC, fndices de Preços Brasileiros, Defloçfio, lndexoçõo 
Redação inicial: Bruno Pereira Rezende e Michael William Dantas Lima
Revisão e adendos: F. R. Versiani
Na segunda unidade do curso estudamos
a determinação de preços, pela interaçao da
oferta e procura; vimos como o preço de determinado bem pode tender ao aumento ou à
redução, sob certas circunstâncias. Por exemplo: se um artigo fica na moda, a demanda por ele
aumenta, e seu p·reço tenderá a subir. Mas sabemos que os movimentos de preços podem
ta mbém ocorrer de forma generalizada, ao longo do tempo, havendo períodos de alta geral de
p!eços lo gue caracteriza uma inflaçjl:l) e, menos comumente, períodos de queda conjunta de
�os(• :Ma Elefl�o). Essas alterações gerais de preços podem afetar profundamente os agentes
econômicos: a inflação onera o orçamento dos assalari�dos pode levar à falência, pelo aumento
de custos, quem tenha se comprometido a produzir algo por um valor fixo, etc. Isso ressalta a
Importância de medir as variações gerais de preços. Esse é o propósito dos índices de preços.
2, DEFINIÇÕES CONCEJTUAJS 
2.1 Índices de Preços
� 
Um · ice de preços é um Indicador da variação média de um conjunto de preços, entre um
período tomado como base e o período considerado. t�ui-se ao período-base o lndice 100; q ya!pr do
índice para o outro eriodo indicar� a porcentagem de aumento ou redução média de preços, nesse
Intervalo de tempo.
Por exemplo: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor definido abaixo), tendo como base
dezembro de 1993 (INPCal00), foi, em fevereiro de 2009, igual a 3.003,43. Considerando que o INPC do
mês anterior fora 2.994,lS, conclui-se que o aumento de preços, medido por esse índice, foi de 0,31%,
entre Janeiro e fevereiro de 2009.
Ou seja, o aumento percentual de preços em fevereiro, em relação a janeiro (a taxa de inflação de
!:_vereíro), medida pelo INPC, foi:
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preços � Cor;'5(..)CT1 i dor 
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ÍNDICE DE PREÇOS CF<v.) -ÍNDICE DE PREÇOS QAN.J 
TAXA DE INFLAÇÃO lffV.I = ------------------------------------------- X 100
ÍNDICE DE PREÇOS IIAN.) 
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ão há uma única taxa de inflação, pois há vácia.s--eluS-fJGSSÍ�de construção de um
índice de preços, dependendo do uso que se pretenda faze0esse íos•C1ua>er->t-Q-da.m_e.1fu!! 
- 2.2 Os Índices de Preços ao Consumidor
!.A�c'.!la::s�se:...'.:d�e:...!'.ín�d�lc::e::s:...'..'.m�•'.'.:is'....:co'.'..n�h'..'.:e�c:::id::'.:a�é'....'.!a..:d�o�s�ín.lld;:.:i:,.ce.,s�d::;.e_P�r:.,ea,c,:o�s .lª:;;º�C�o=n�s,�,m=id::o:\:.C JIPCs), também 
chamados de �0dices do Custo de Vld,;t. que expressam a variação de preços dos bens e serviços 
consumj<lQ.â por u�a unidade familiar típica. � 
O cômputo de um índice de preços baseia-se num 5i5tsma de pendocaçã" que define a 
�ortância relativa de cada bem ou serviço no conjunto de preços çoosi�o. No caso do IPC, utiliza-se
o peso relativo de cada item no dispêndio do consumidor. Obviamente a variação no preço de y�m
que constitui boa parte da despesa mensal de um consumidor (como aluguel, ou gastos de ali�çãol----�---
}to mais importante, em seu orçamento, do ue a de um artigo que pesa pouco em seus gastos 
(_saiX,as.,ie úísfQrqs por exemplo). Assim, os (
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C�s�
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d�ia!ls�o,,n,,d,s.e.ra""'"'ª� da variação de preços que afeta
�m consumidor típico. ---,, tpés � cri dia 'J fbf I d.er,o�
cad, 1 PC. Por exemplo; o� Bca<jleiro de Geografia e Estatística (IBGE) vinculado ao Ministério do 
Planejamento, produi dois IPCs: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o Índice Nacion�e
P,-;os ao Consumidor Amplo {IPCA). O Ôe destina a medir a variação de preços para�com o 
chefe assalariado, de renda mais baixa (que são geralmente as famílias mais afetadas pela inflação), 
procurando c.9brir cerca de metade daquelas familias. Assim, baseia-se atualmente numa amostra de 
f�mílias com o rendimento familiar mensal de f a 6 salários mínimos �na amostragem definida emÉ?�Já
o���cura medir o movi_mento geral de preços no mercado varejista, e assim considera famílias com·
renda, de qualquer fonte, entre 1 a 40 salários mínimos (excluindo, dessa forma, famílias de rendas muito
baixas ou muito altas, cujos hábitos de consumo são em geral menos uniformes). As família ssa faixa e 
renda repre total de famílias brasileir s. �S'(/1.JÍ� · - Ô�70 
farn; 1 1·ar (�
A determinação das pondera�ões, nos I PCs, é feita por meio de uma Pes uisa de Or amento 
Familiar {P;� aplicada a uma amostra de famílias do nível de renda escolhido. A POF determina.-
percentual da des e mensal, nas famílias da amostra, correspondente a cada bem ou serviço;< 
tpercentual define o peso a ser aplicado à variação do preço respectivo, no cálculo.Jio_jo.dice. No ca 
IBGE, a última POF foi feita em 2002-2003, e sua popàeração implantada em 2006. 
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A coleta de preços, feita periodicamente (nos principais IPCs, semanalmente) é outra etapa 
fundamental. ES5a coleta abjpilit.a..deteffflinar u preço itlédtc,-,_,:µiiLcada bem ou serviço é � 
comercializado, em uma dada localidade. 
Há vários outros IPCs calculados no Brasil; por exemplo, índices de cobertura regional ou local. 
Além disso, outras entidades que não o IBGE1 como a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Fundação Institui�. --......, 
de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo {FIPE-USP), produzem também seus índices. EsS3, 
multiplicidade de indicadores de preços se relaciona com o longo e intenso processo inflacionário po_r que 
passou a economia brasileira, até o Plano Real, em 1994. Nos dez anos anteriores a 1994, raramente o 
aumento de preços mensal foi menor do que 10%, e muitas vezes excedeu 20%. Nesse regime de alta 
inflaçJo, há grande Interesse por parte da população em saber como variam os preços, pois isso define a 
evolução do valor real dos rendimentos de cada um (se meu salário não varia e os preços dobram, meu 
poder de compra se r.eduz à metade). ê•e interesse estimulou o surslmento de diversos IPCs. na busca de 
indicadores que refletissem, da forma mais acurada possível, a variação de preços (e da renda real) para 
determinadas parcelas da população. IPCs eram amplamente utilizados, naquele período, como evidência \'hl. 
d erda de poder de com ra dos salários, o ue embasava reivindicações de aumentos nos salários 1P\
nominais que compensassem tais perdas. 
2.3 Outros índices 
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Além de consumidores, outros grupos têm também interesse no acompanhamento de 
variações de preços (especialmente quando a inflação é muito alta). Assim, o[ndice de Preços por 
-�tacado {IPA}. Jcalculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), mede a variação média dos preços 
P@
dc._matérías-primas (relevante, por exemplo, para grandes empresas), 9 IPA é também uma média ,l.fnftS-
,Ponderada, mas o sistema de ponderação é diferente do usado nos IPCs. oiú)dice Nacional de �rr,a"3 
Preços da Construção Cívil (INcc!:}calculado também pela FGV. mede, como o nome indica, a 
variação dos preços que incidem sobre o custo de construç5o, ponderados pela incidência relativa 
no custo total de uma obra típica (há subíndices para diferentes tipos de obras). E existem 
também lndices abrangentes, como ol!._ndlçe Geral de Preços IIGPlje o[Deflator Implícito
do PI' 
que serão discutidos abaixo. 
Veremos abaixo um panorama mais detalhado dos índices de preços mais importantes. 
Antes, porém, vamos examinar mais de perto a forma de cálculo de um IPC. Isso nos ajudará a 
compreender melhor a significação desse índice. 
3 
INTRODUÇÃO À ECONOMIA - UnB - 1º/2010 Página 24 de 164
3. CÁLCULO DO ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR
o cálculo do IPC pode se dar, em princípio, de diferentes formas, de acordo com a
metodologia e a ponderação adotadas. 
\Ponderação.Existem duas maneiras bási,as de ponderar os preços dos diversos bens e_ 
serviços, no cálculo de um índice de preços: ou se toma, para ponderação,.a estrutura de conSUj]lD 
d9-1�'Í-OJ�·gb{a�se:J(�o�q�u�e�o'.:s�e:s�t:a t�ís�t�ic�o�s�c�l:'.'.'ª:'.m�a�m��d;e�'�' c:_r:r'!!•t�ér�i�o�d�e�L�a�sp�e:.)y�r::_:es"), ou a � rutura de 
consumo do ano atual ("critério de Pa.asche"). A literatura técnica discute as vantagens e 
desvantagens teóricas desse critérios (e de outros que têm sido propostos); na maioria das vezes, 
!1º entanto, considerações de ordem prática (em particular, a complexidade e custo de realização 
das Pesquisas de Orçamento Familiar), fazem com que se adote uma pooderação com base no . . 
passado. Enquanto não se faz ___, POF - ue od var vários anos -, mantêm-se as 
ponderações derivadas da POF anterior. (No caso do IBGE, por exemplo, as última 
feitas em 1987-1988, 1995-1996 e 2002-2003). 
Em situações concretas, portanto, os cálculos têm características COffiiiOS A ___ _;_ _____ __:_. __ _:__ ________ __..,, ___ ___compreensão de como é calculado o IPC para uma pequena cesta hipotética de consumo, com --- --------� 
dois ou três bens apenas facilita o e.o.te�os. Vamos supor um índ_ice 
,,-
calculado por ponderação a partir do ano-base, o que será apresentado a seguir. 
Considere as seguintes inform�ções a respeito do consumo de uma cesta de bens 
simplificada de um consumidor típico, em 2008 e 2009: 
2008 2009 
Preço Quant. Preço Quant. 
Refrigerante 2,00 7 2,50 5 
Sanduíche 3,00 6 2,10 8 
Batata Frita 4,00 2 4,00 4 
Tomando 2008 como o ano-base, vamos utilizar para ponderação as· quantidades 
consumidas nesse ano. Percorremos, então, os passos que se seguem: 
1) Cálculo da despesa com cada bem da cesta de consumo, em 2008.
2) Cálculo d·o percentual da despesa total correspondente a cada bem, em 2008 (o
que define a ponderação).
3) Cálculo dos índices parciais (variação percentual no preço de cada bem).
4) Cálculo do IPC: média ponderada dos índices parciais.
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2008 2009 
Preço Quant. Preço Quant. Despesa Pesos índices de Cálculo do 
(R$) (R$) em ( participação preço IPC{média 
2008 de cada bem parciais ponderada 
lRS) na despesa (2008=100) dos 
total em índices 
2008) parciais) 
Refrigerante 2,00 7 2,50 4 14,00 0,35 125 43,75' 
�anduiche 3,00 6 2,00 9 18,00 0,45 66,7 30,02 
Batata Frita 4,00 2 4,00 3 8,00 0,20 100 20,00 
Totais 40,00 1,00 93,77 
Siga os passos no quadro acima. 
12 passo. Primeiramente, calculamos a despesa do consumidor com cada bem. Isso 
pode ser feito multiplicando-se as colunas "preço" e "quantidadeH no ano-base (2008). A despesa 
com refrigerante, portanto, é igual a 7 x R$2,00 = R$14,00, e assim sucessivamente. Está 
terminada a primeira etapa' do cálculo do IPC. A segunda etapa refere-se ao cálculo do peso de 
cada bem na cesta. 
22 passo. Para calcular o peso do bem na cesta, basta dividirmos a despesa individual 
do bem pelo somatório de todas as despesas. Somando-se R$14 + R$18 + R$8, temos uma 
despesa total de R$40. Assim, os pesos de cada bem podem ser calculados dividindo-se a 'despesa 
com esse bem por 40. Para o refrigerante, por exemplo, o peso será igual a: 14/40 = 0,35. 
Devemos fazer o mesmo para os demais bens. 
3º passo. Agora, devemos calcular a variação do preço de cada bem da cesta de 2008 
_para 2009 J9u seja, os índices de preço parciais). Para fazer isso, devemos dividir o preço do bem 
em 2009 pelo preço do bem em 2003 e multiplicar o valor resultante por 100. Para o refrigerante,.....-
teremos: lOO•x 2,50/2,00 = 125. Fazendo isso para os demais bens, agora só resta calcularmos a 
média ponderada desses índices parciais. 
42 passo. O IPC, ou seja, a média ponderada dos índices parciais, é obtido 
multiplicando-se cada Úm desses índices (abti4es "º 39 pafle-)-pai-pectivo peso {obtido oo-22 
passo), e somando esses produtosyAssim, para o refrigerante teremos: 0,35 x 125 = 43,75.
Procedendo da mesma maneira para os demais bens, e somando os resultados, che
�
ao 
número final, mostrado na célula inferior da última coluna, na tabela aci°:a: o valor do��m
&o9Jigual a 43,75 +30,02+ 20�,7?]
/ . s 
(rdoes parC1·8/-9.: véf'r1 r.9�
ele t:ô4o bem (Iem pe!j i6
·':
INTRODUÇÃO À ECONOMIA - UnB - 1º/2010 Página 26 de 164
O que isso significa? Nosso IPC passou de 100, em 2008, para 93,8 (arredondando), em 
� 
2009. O consumidor típico gastaria, em 2009, uma quantia menor (6,2% menor), para comprar i! 
mesma cesta de consumo que comprava em 2008. 
De fato, no entanto, nosso consumidor típico em geral não compraria as mesmas 
quantid eria a reduzir seu consumo do que ficou mais caro, e comprar 
mais do que ficou mais barato, como indicado na curva de demanda usual {o que é exemplificado 
na tabela acima). Com os dados da tabela poderíamos também calcular um IPC utilizando a 
ponderação dada pelas quantidades consumidas no ano presente {2009); os pàssos a seguír 
seriam inteiramente análogos. Quem se der ao trabalho de segui-los, verá que o resultado será 
{<J inferior ao obtido acima: �e ca1c1,1lado pelo "crjtériQ de Paasch�" {ponderação pelo. ano.
corrente) é, em números redondo:;, 9J .3 (em vez de 93,8). Isso é o que geralmente acontece, 
justamente por causa do efeito da variação de preços sobre a quantidade demandada: os bens 
�_:__:_:,:___;...�..;....:_:��.:..::.._���c...c..::.---------� 
que aumentaram de preço. (e tiveram redução na quantídade demandada) tenderão a tér--:----:---,-'�-__:__:_ _ __;__�...:....:..;_:--..:_,:_::..:..::._:�_::._:_::� 
ponder�ção maíor, pelo critério do ano-base {quando eram mais demandados). �ostuma-se dize:AA
que a ponderação pelo ano-base tende a exagerar aumentos de preços (e a ponderação pelo ano� 
corrente tende a mascará-los). 
Esse tipo de consideração leva os estatísticos a discutirem os prós e contras da 
ponderação pelo ano-base ou pelo ano corrente (ou de outras metodologias possíveis), no 
cômputo de;um IPC. Mas isso não precisa nos preocupar aqui. Pois, como se disse acima, nos 
casos concretos se usa, quase sempre, a ponderação a partir de uma dada POF, pela maior 
praticidade e menor custo. Ou seja: a generalidade dos IPCs se baseia numa ponderação passada. 
·�� ara quem gosta de fórmulas, o cálculo pelas duas ponderações pode ser 
representado como se segue: 
Ponderação pelo ano-base: 
,,..;J, --1:x Pc X q b)
G"' !PCc = -
L (pb X qb) 
Ponderação pelo ano corrente: 
L (p, X q,) 
IPC, = 
í (pb X q,) 
Sendo: 
Pc - preço no ano corrente 
Pb - preço no ano base
qc-quantídade no ano corrente 
qb - quantidade no ano base 
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