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Crédito Digital - Contas Nacionais e Indicadores Socioeconômicos (Tema 4)

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ADMINISTRAÇÃO – ECONOMIA EMPRESARIAL 
Tema 4 - Contas Nacionais e Indicadores Socioeconômicos 
Definição 
• Contas nacionais, indicadores socioeconômicos e suas utilidades. Metodologia das contas nacionais e sua utilização na mensuração da 
atividade econômica. Outros índices complementares e seu uso para avaliação do status de uma economia. 
Propósito 
• Apresentar os princípios fundamentais das contas nacionais e 
diferentes indicadores para o estudo do desempenho da 
economia e contribuição para o desenvolvimento econômico. 
 
Preparação 
• Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos uma 
calculadora científica ou papel e lápis. 
Objetivos 
• MÓDULO 1 - Aplicar os princípios básicos das contas 
nacionais 
• MÓDULO 2 - Reconhecer indicadores alternativos e 
complementares às contas nacionais 
 
Introdução 
• De forma geral, a contabilidade nacional é um sistema contábil que permite a avaliação da economia em certo período de tempo, em 
seus mais variados aspectos, assim como indicadores socioeconômicos. 
• O Produto Interno Bruto (PIB) é a estatística mais importante do sistema de contas nacionais. Analisar a evolução do PIB é função da 
teoria macroeconômica, como você poderá estudar em outros temas. 
• As contas nacionais fornecem os insumos, em forma de dados, para que a macroeconomia utilize modelos empíricos e explique a 
evolução do PIB. 
• Assim como as contas nacionais, os indicadores sociais informam sobre o estado da economia. As contas nacionais monitoram o gasto dos 
consumidores, as vendas dos produtores, os gastos de investimentos privados e públicos, as compras do governo e outras diversas 
transações entre setores da economia, permitindo a investigação do motivo pelo qual alguns países são mais ricos ou crescem mais 
rápido do que outros. 
• O PIB tem algumas limitações, e, por isso, existem outros indicadores socioeconômicos também utilizados para mensurar a situação 
econômica, como taxa de desemprego, coeficiente de Gini, Índice de Desenvolvimento Humano, Índices de Preços e taxa de inflação. 
 
MÓDULO 1 
• Aplicar os princípios básicos das contas nacionais 
 
Produto Interno Bruto – PIB 
• O PIB é o indicador mais utilizado para analisar o desempenho de uma economia. Seu objetivo é sintetizar em um único número o valor 
correspondente à atividade econômica em moeda corrente. 
• Percebemos que o PIB é um indicador essencial e muito útil. Ele é utilizado, preponderantemente, em nossa economia. 
• No Brasil, quem é responsável pelo cálculo do PIB? 
➢ No Brasil, o PIB é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Economia (IBGE), a partir de diversos dados, tanto administrativos 
quanto oriundos de pesquisas domiciliares. Alguns desses dados são produzidos pelo próprio IBGE e outros são provenientes de 
fontes externas, como o Banco Central e a Fundação Getúlio Vargas. 
 
Fluxo Circular do PIB 
• O PIB é a soma do valor de todos os bens e serviços finais 
produzidos em um país ao longo de um período de tempo. 
Uma forma de calcular diretamente o PIB é pesquisar as 
firmas desta economia e somar o valor de sua produção de 
bens e serviços finais. 
• Uma das maneiras de calcular o PIB é utilizando o fluxo 
circular expandido! 
➢ O princípio fundamental das contas nacionais é que o 
fluxo de dinheiro que entra em cada setor ou mercado é 
igual ao que sai. O princípio fundamental exige que a 
soma total de fluxos de capital que sai de determinada 
caixa seja igual à soma total que entra. É uma questão 
de contabilidade. Observe o fluxo circular na imagem. 
 
 
➢ As famílias têm gastos nos mercados de bens e consumo, e também são proprietárias dos fatores de produção, vendendo o uso 
destes às firmas e recebendo em troca salários, lucros, juros e alugueis. As empresas compram e pagam pela utilização desses 
fatores de produção. 
➢ A maior parte da renda das famílias é proveniente de salários pela venda da mão de obra. Além dos salários, a renda das famílias é 
composta por ações (participação na propriedade de empresas), aluguéis (de imóveis, terras e bens de capital) e bônus (títulos de 
dívidas que pagam juros). Portanto, a renda familiar é composta por salários, aluguéis, juros e lucros. 
➢ As famílias pagam impostos ao governo e também podem receber transferências governamentais, como no caso de aposentadorias 
e auxílios sociais. A renda total das famílias após elas pagarem impostos e receberem transferência é conhecida como renda 
disponível. As famílias não costumam gastar toda sua renda disponível em bens e serviços, de forma que parte da renda disponível é 
transformada em poupança privada, indo para mercados financeiros. 
➢ Os mercados financeiros recebem renda tanto das famílias do país em questão, como também do governo e do resto do mundo. Os 
mercados financeiros são instituições, como, por exemplo, bancos, onde indivíduos, governo e empresas podem comprar e vender 
ações, bônus e fazer empréstimos. 
➢ O governo destina parte dos impostos às famílias, na forma de transferências. A outra parte das arrecadações tributárias é utilizada 
para a compra de bens e serviços, e, frequentemente, precisa ser complementada na forma de empréstimos governamentais. 
➢ Os bens e serviços adquiridos pelo governo variam de equipamentos hospitalares até o pagamento de salário de professores. O 
“resto do mundo” (todos os demais países) participa comprando bens e serviços produzidos no Brasil, como petróleo, soja e minério 
de ferro, que são denominadas exportações, ou vendendo bens e serviços ao Brasil, como respiradores hospitalares, combustíveis e 
automóveis, por meio das importações. Os demais países também realizam transações nos mercados financeiros, seja pela compra 
de ações de empresas brasileiras por estrangeiros ou por empréstimos de firmas brasileiras com instituições estrangeiras. 
➢ Além das famílias, as empresas compram máquinas e mão de obra no mercado de bens e serviços para viabilizar a sua produção. A 
aquisição de máquinas é considerada como gasto em investimentos, uma vez que estão relacionados à capacidade física produtiva. 
O gasto com aumento de estoques também é considerado investimento, pois contribui para o aumento das vendas futuras de uma 
firma. 
• Apresentamos a segunda maneira de calcular o PIB: somando o fluxo de fundos recebidos pelas vendas no mercado de bens e serviços! 
➢ A outra maneira de calcularmos o PIB, a partir do fluxo circular, é somando o fluxo de fundos recebidos pelas vendas no mercado de 
bens e serviços. Pela regra fundamental da contabilidade, o fluxo de renda que sai do mercado de bens e serviços em direção às 
firmas deve ser igual ao que entra no mesmo e sai de outras fontes. 
➢ Na Figura 1, o fluxo total direcionado ao mercado de bens e serviços é conhecido como gasto agregado, ou seja, a soma dos gastos 
de consumo, de investimento, das compras governamentais e das exportações, subtraindo as importações. 
• E, por fim, podemos calcular o PIB a partir do fluxo de renda das firmas! 
➢ Essa é a terceira maneira de calcular o PIB: a partir do fluxo de renda das firmas para os mercados de fatores. Nesse fluxo, temos os 
salários pagos à mão de obra, juros, lucros e aluguéis. 
➢ Para calcular o PIB, podemos somar o total das rendas dos fatores recebidas pelas famílias e pagas pelas firmas. O PIB pode ser 
calculado a partir de três prerrogativas: o valor da produção de bens e serviços finais, os gastos em bens e serviços finais produzidos 
internamente e a renda de fatores obtidos pelas firmas na economia. 
O PIB mede somente bens e serviços finais, a fim de evitar dupla contagem. Considere, por exemplo, um país produz R$ 100,00 de cevada e R$ 
500,00 de cerveja. Nesse caso, o PIB do país será de R$ 500,00, uma vez que o valor da cevada já é considerado no valor da cerveja. 
• Como são contabilizados os bens e serviços? 
➢ Os bens e serviços finais são contabilizados a preços enfrentados pelo consumidor, levando-se em contaos impostos sobre os 
produtos comercializados. Uma forma de calcular o valor de todos os bens e serviços finais de uma economia é representado pela 
soma do valor agregado em cada etapa da produção, em que este valor agregado é igual ao valor do produto da firma menos o valor 
de todos os bens intermediários utilizados na produção. 
Assim, existe uma outra definição: PIB é o total do valor agregado de todas as firmas na economia. 
Bens Usados, Estoques e Valores Imputados 
• Há bens e serviços que são computados de forma especial no PIB. O primeiro deles são os bens usados. 
• Quando a Som Livre produz discos do Jorge Benjor e os vende por 15 reais, esse montante é adicionado ao PIB do Brasil. Quando uma 
pessoa que comprou esse disco resolve revendê-lo, anos depois, por 50 reais, esse valor não entra no cálculo do PIB. Isso acontece 
porque somente os valores correspondentes a bens e serviços produzidos no momento presente são contabilizados, e a venda do disco 
do Jorge Benjor reflete apenas a transferência de um ativo, e não um acréscimo à renda da economia. Além de bens usados, os estoques 
também apresentam uma abordagem diferenciada. A produção de um bem aumentou durante um mês e, ao final deste, ele estragou, 
pois era perecível, ou foi para estoque. O aumento da produção aumenta o PIB em ambos os cenários. No primeiro, em que o bem 
estragou, houve maior pagamento de salários, e a não venda do bem reflete em menores lucros. Já no segundo cenário, em que o bem 
foi para o estoque da firma, é tratado como compra por parte da própria firma, e, portanto, faz parte do PIB. Contudo, a venda desses 
bens que se encontravam estocados não entra no cálculo. 
• Como a economia é diversa e oferece bens e serviços bastante diferenciados, não é possível, em todos os casos, calcular o PIB desses 
bens e serviços em preços de mercado. Quando isso acontece, utilizamos uma estimativa do preço, conhecida como valor imputado. 
Aluguéis, moradias e serviços prestados pelo governo são alguns dos casos nos quais utilizamos valores imputados, em vez de preços de 
mercado. 
• No caso de moradia, estima-se que a dona do imóvel pague um valor de aluguel para ela mesma, e esse valor é considerado parte do PIB. 
No caso dos serviços públicos, os salários dos servidores são usados como uma medida de valor correspondente à sua produção. 
• Embora existam mais casos em que uma imputação seja necessária, em muitos desses não é realizada, como aluguéis de carros e outros 
bens duráveis, bens e serviços produzidos e consumidos em casa, como refeições, e bens e serviços da economia informal. 
 
Cálculo do PIB 
• Suponha que uma economia produza 3 peixes e 5 cocos. Para 
fazer o cálculo do PIB, utilizamos preços de mercado, ou seja, 
preços que refletem a disposição dos indivíduos a pagar 
sobre aquele produto. Se cada unidade de peixe custa R$ 
5,00 e de coco, R$ 2,00, o PIB desta economia é de: 
 
PIB 
= (Preço do peixe × Quantidade de peixe) 
+ (Preço do coco × Quantidade de coco) 
= (R$ 5,00 × 3) + (R$ 2,00 × 5) 
= R$ 25,00 
 Componente da Despesa 
• As contas nacionais dividem o PIB em quatro categorias para despesa: 
➢ Consumo (C) - O consumo compreende os bens e serviços adquiridos pelos domicílios. Os bens são classificados em duráveis e não 
duráveis. 
o DURÁVEIS - São bens que duram um longo período de tempo, 
como automóveis e eletrodomésticos. 
o NÃO DURÁVEIS - São bens que duram um curto período de 
tempo, como alimentos e vestuário. 
➢ Investimento (I) - O investimento consiste em bens adquiridos para uso futuro, e pode ser de três naturezas: investimento fixo de 
empresas, investimento fixo imobiliário e investimento em estoques. O primeiro equivale à compra de nova unidade para produção 
‒ por exemplo, equipamentos e maquinários. O segundo consiste na aquisição de uma nova residência para fins de moradia ou de 
aluguel pelas famílias. Por fim, o investimento em estoques é o aumento de estoques de bens por uma firma. 
➢ Compras do Governo (G) - As compras do governo são os bens e serviços adquiridos pelos governos federais, estaduais e municipais, 
e incluem itens como equipamentos hospitalares e escolares, e serviços prestados por servidores públicos. Não consideramos gasto 
do governo transferências como previdência e assistência social. Essas transferências não são contabilizadas no PIB, pois apenas 
realocam uma renda que já existe, e não há transação entre bens e serviços. 
➢ Exportações Líquidas (NX) - As exportações líquidas são a parte da identidade das contas nacionais que considera o comércio com 
outros países. Elas são o valor das exportações (o que é vendido para outros países) menos o valor das importações (o que 
compramos de outros países). As exportações líquidas são negativas quando o valor das importações é maior do que o valor das 
exportações, e positivas, no caso oposto. 
• Portando, sendo Y o PIB, temos: 
Y = C + I + G + NX • Essa equação é conhecida como identidade das contas 
nacionais. 
 
Componente da Oferta 
• Para calcular o PIB pelo componente da oferta, somamos os valores agregados totais de cada firma, que é denominado valor adicionado 
bruto (VAB), e representa o valor da diferença entre o que é produzido e o consumo intermediário. Para chegar ao PIB a preços de 
mercado, somamos o VAB com impostos indiretos e subtraímos subsídios: 
PIB = ∑ VAB + impostos indiretos - subsídios 
∑ 
• Essa letra grega é o Sigma, e representa um somatório. 
• Para compreendermos melhor, vamos resolver a questão a seguir: 
➢ Seja uma padaria que produza um pão e o venda a R$ 1,00. Para produzi-lo, o padeiro gastou 100 gr. de farinha de trigo e 10 ml de 
água. O custo de R$ 1,00 considera os gastos com os ingredientes para produzi-lo. Suponha que o custo desses ingredientes seja de 
30 centavos. Qual será o valor agregado a essa padaria e o valor da sua contribuição para o PIB? 
O valor agregado desta padaria é de 70 centavos, e sua contribuição para o PIB é de R$ 0,70. 
 
Componente da Renda 
• O cálculo do PIB, pela ótica da renda, consiste na soma de todas as rendas dos agentes habitantes do país em questão, como salários, 
juros, lucros e aluguéis. A soma dos juros, lucros e aluguéis é conhecida na contabilidade nacional como Excedente Operacional Bruto 
(EOB). Portanto, para chegar ao PIB a preços de mercado, devemos somar salários, EOB e impostos indiretos, e subtrair os subsídios: 
PIB = salários + EOB + impostos indiretos - subsídios 
Fluxo vs Estoque 
• O PIB é uma medida de fluxo de novos bens e serviços finais produzidos durante um certo período de tempo, e não um estoque de 
riqueza existente em um país. Se um país não produz durante um ano, seu PIB anual é zero. 
• O estoque é uma quantidade medida em certo ponto do tempo, enquanto o fluxo é uma quantidade medida por unidade de tempo. 
• Para compreendermos melhor, vamos resolver a questão a seguir: 
➢ Pense numa caixa d’água. A água dentro da caixa é um estoque e equivale à quantidade de água da caixa em um certo período do 
tempo. Já a água que entra na caixa pelo cano é um fluxo, sendo a quantidade de água adicionada ao longo do tempo. O que 
podemos considerar sobre a unidade de medida dessas variáveis? 
A unidade de medida dessas duas variáveis é diferente. Assim, suas unidades de medidas são diferentes. Enquanto pelo cano (fluxo) entram 10 
L por minuto, a caixa d’água contém 100 L. 
• A Figura 2 ilustra um exemplo do cálculo do PIB pelas três óticas em uma economia hipotética: 
 
PIB Real vs PIB Nominal e O Deflator do PIB 
• Como já vimos, o PIB nos possibilita fazer comparações tanto entre nações quanto entre períodos de tempo. Contudo, devemos prestar 
atenção ao fazermos comparações entre períodos de tempo. Parte do aumento do PIB ao longo do tempo representa um aumento nos 
preços dos bens e serviços, e não um aumento na quantidade produzida, uma vez que o PIB é calculado em moeda corrente. Da mesma 
forma, uma economia podeestar aumentando, mas seu PIB pode estar caindo se os preços estiverem reduzindo. 
• Para compreender melhor a questão, analise a situação a seguir: 
➢ Em minhas pesquisas, verifiquei que o PIB do Brasil em 2019, segundo o IPEA Data, foi de 7.256.882,00 milhões de reais, enquanto 
em 2009 foi de 3.333.039,30 milhões de reais. Todavia, em 10 anos, a economia brasileira não mais que dobrou de tamanho. Para 
fazermos essa comparação de forma correta é preciso calcular o PIB real, ou seja, a quantidade de bens e serviços finais que uma 
economia produziu. Pedro, economista 
o Para entendermos como calculamos o PIB real, vamos imaginar uma economia que produza apenas peixes e cocos. No primeiro ano, o 
preço do peixe é de R$ 3,00, o do coco é de R$ 1,00, e são produzidos 10 peixes e 25 cocos. No segundo ano, o preço do peixe é de R$ 
5,00, o do coco é de R$ 2,00, e são produzidos 15 peixes e 30 cocos. 
o No primeiro ano, o valor total da produção é de R$ 55,00. No segundo ano, é de R$ 135. O PIB nominal do segundo ano é 145% maior que 
o do primeiro. Contudo, fica claro, a partir do exemplo, que os preços aumentaram, e mesmo que a quantidade também tenha 
aumentado, o aumento da quantidade é menor do que 145%. 
o Para chegarmos ao aumento da quantidade produzida, devemos calcular o PIB como se os preços não tivessem mudado, ou seja, 
utilizando os preços do primeiro ano e as quantidades do segundo. Assim, o PIB do segundo ano calculado a partir dos preços do primeiro 
é igual a R$ 75, o que representa um aumento de 36%. Portanto, o PIB real é o valor total de bens e serviços finais produzidos na 
economia durante um ano, e calculado como se os preços tivessem permanecidos constantes, ou seja, no nível de um determinado ano 
base. 
 
Sobre O PIB Real 
• Sempre vem acompanhado de informações do ano-base em questão. Os dados do PIB em que os preços não são ajustados é denominado 
PIB nominal, isto é, o PIB a preços correntes. Se tivéssemos utilizado o PIB nominal para comparar a economia dos dois anos, como 
mostrado no exemplo anterior, teríamos encontrado um crescimento de 145%, enquanto, na realidade, a economia cresceu 36%. 
• Previne que a variação dos preços distorça o valor da mudança na produção de produtos e serviços ao longo do tempo. Na prática, o ano-
base é atualizado periodicamente, a cada cinco anos, para garantir que os preços não estejam demasiadamente defasados. 
 
Deflator do PIB 
• Além do PIB nominal e do PIB real, podemos calcular o 
deflator do PIB, que corresponde à razão entre o PIB nominal 
e o PIB real. O deflator do PIB reflete o que está ocorrendo 
com o nível geral de preços da economia. 
 
• No exemplo sobre a economia hipotética, a variação do deflator do PIB é de 80% (135 ÷÷ 75 = (1,8 – 1) x 100 = 80%). O deflator do PIB 
representa a variação de preços mais abrangente na economia, pois sintetiza uma medida de preços de todos os bens e serviços 
produzidos. Como veremos, o deflator é diferente dos índices de preço frequentemente utilizados, porque sua estrutura muda conforme 
a composição do PIB se altera, enquanto os índices de preço, no geral, possuem uma cesta de bens fixa. 
 
Sazonalidade 
• Além do PIB anual, os economistas se interessam pelo PIB de períodos de tempo mais curtos (trimestrais). Contudo, conforme estudamos 
sua evolução trimestral, logo notamos um padrão sazonal regular. 
• A Figura 3 ilustra a evolução do PIB trimestral do Brasil entre 
2016 e 2019. O número 1 no eixo x representa o primeiro 
trimestre de 2016, o número 5 representa o primeiro 
trimestre de 2017, e assim por diante. As linhas pontilhadas 
marcam o último trimestre de cada ano. A produção total 
aumenta durante o ano, com pico no último trimestre, 
conforme ilustra a Figura 3. Parte da variação sazonal do PIB 
reflete a variação na capacidade de produção ao longo do 
ano. Por exemplo, certos cultivos são produzidos em 
determinadas estações, assim como indivíduos apresentam 
preferências sazonais, como a de comprar presentes no 
Natal, chocolates na Páscoa e viajar no verão. 
 
 
• Para estudar as flutuações reais do PIB, tiramos a parte da flutuação previsível atribuída à sazonalidade do PIB. A maior parte das 
estatísticas é ajustada sazonalmente, ou seja, os dados são ajustados de modo a remover as flutuações sazonais regulares. Portanto, 
quando observamos flutuações no PIB real ou em outros indicadores, devemos buscar outros fatores além da sazonalidade para explicar 
tais flutuações. 
 
Outros Indicadores de Renda das Contas Nacionais 
• Esses indicadores são: 
➢ PIB per capita 
o Outra medida derivada do PIB é o PIB per capita, que é a 
renda média individual de um país. Para calcular o PIB per 
capita, dividimos o PIB daquele país pela sua população: 
o Assim como o PIB real, o PIB per capita permite uma melhor comparação entre economias, porque eliminamos o efeito de uma 
população maior. Assim, um país cuja população é maior terá uma economia maior simplesmente pelo fato de que há mais indivíduos 
trabalhando. A razão para o PIB ser frequentemente usado para analisar o desempenho econômico é que uma economia com grande 
produção de bens e serviços é capaz de satisfazer melhor às demandas dos domicílios, empresas e governo. A partir do PIB, podemos 
comparar o tamanho da economia de países, avaliar a evolução do PIB no tempo, comparando o seu desempenho anual, analisar o PIB 
per capita etc. 
o Como já mencionado, o PIB é um indicador imperfeito da economia, uma vez que existem limitações para o seu cálculo. Portanto, 
diversos fatores relevantes não são considerados no PIB: distribuição de renda, qualidade de vida, educação, saúde, segurança etc. É 
possível que uma nação tenha um PIB pequeno e uma qualidade de vida alta, como também um PIB alto e uma baixa qualidade de vida. 
Ao longo deste tema, abordaremos outros indicadores que mensuram diferentes esferas da economia e ajudam a medir com mais 
precisão o bem-estar. 
➢ Produto Nacional Bruto 
o Além do PIB, existem outros indicadores de renda bastante 
utilizados que se relacionam com ele. O primeiro deles é o 
Produto Nacional Bruto (PNB), que considera o valor da 
produção de propriedade de residentes, ou seja, de 
brasileiros. A produção de estrangeiros no Brasil é levada em 
consideração no PIB, mas não no PNB. A produção de 
brasileiros em países estrangeiros, por exemplo, não é 
considerada no PIB, mas entra no PNB. 
 
o Nessa expressão, a Renda Líquida Enviada ao Exterior (RLEE) é a diferença entre pagamentos de fatores oriundos do exterior (por 
exemplo, o salário de um brasileiro que trabalha na Europa) e pagamentos de fatores destinados ao exterior (como o salário de um norte-
americano que trabalha no Brasil). As diferenças entre PIB e PNB podem ser expressivas em alguns países, como também podem quase 
não existir em outros. Isso acontece devido à composição da economia, ao grau de endividamento externo e à quantidade de empresas 
multinacionais que remetem lucros aos seus países de origem. 
o Podemos calcular o Produto Nacional Líquido (PNL) a partir 
da subtração da depreciação do capital, isto é, da parcela do 
capital que se desgasta ao longo de um período: 
PNL = PNB - Depreciação do Capital 
o Como a depreciação do capital representa um custo para a produção, por meio da sua subtração, temos o resultado líquido da atividade 
econômica. Imagine, por exemplo, uma máquina de moer café que precisa de manutenção, pois está com uma peça quebrada. Essa peça 
quebrada é um exemplo de depreciação do capital. 
o O Produto Nacional Líquido é aproximadamente igual a outro indicador de renda, a Renda Nacional, que mede o quanto ganharam todas 
as pessoas que integram uma economia. A diferença entre os dois indicadores ocorre devido a uma pequena correção, conhecida como 
discrepância estatística, ocasionada porque fontes diferentes de dados podem não ser exatamente correspondentes. Em uma economia 
fechada, ou seja,sem trocas com o exterior, e sem governo, o PIB, PNB, RND e RDP são iguais. Em uma economia fechada e com governo, 
as estimativas de PIB e PNB são idênticas. 
 
MÓDULO 2 
• Reconhecer indicadores alternativos e complementares às contas nacionais 
 
Índice de Preços ao Consumidor e Inflação 
• Para começar, vamos analisar a seguinte informação: Ipea reduz projeção para a inflação de 2020, de 2,9% para 1,8%. Os alimentos, que 
dispararam de preço na quarentena, contudo, devem encerrar o ano com uma alta de 3%. Fonte: Correio Braziliense, 2020. Como 
podemos observar, ao acompanhar notícias sobre nossa economia, é comum analisar as projeções sobre as altas e baixas dos preços. 
• O que são índices de preço? 
➢ Assim como o PIB e as medidas de renda que vimos no módulo anterior, existem diversos índices de preços em uma economia. O 
mais utilizado é o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), mas também há o Índice de Preços do Produtor (IPP), que mostra como o 
custo de produção evoluiu. 
➢ No Brasil, esses índices são calculados pelo IBGE, FGV e Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo 
(FIPE). De forma análoga ao PIB, os índices de preço transformam inúmeros valores de bens e serviços em um único indicador de 
nível geral de preços. 
 
Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) 
• O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é, desde 1999, o índice oficial do governo para medir a inflação, isto é, o aumento no 
nível geral de preços. Seu objetivo é mensurar a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referente ao 
consumo pessoal das famílias com rendimento mensal entre 1 e 40 salários mínimos. Para calcular o IPCA, o IBGE envia funcionários a 
estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, entre os dias 1 e 30 de cada mês de referência para coletar o preço de uma 
determinada cesta de bens e serviços. 
• A divulgação do índice acontece até o décimo-quinto dia do mês seguinte. A coleta de informações é realizada nas regiões metropolitanas 
do Rio de Janeiro, Porto Alegre, São Paulo, Recife, Belo Horizonte, Belém, Salvador, Curitiba, e nos municípios de Brasília e Goiânia. 
• Para melhor compreensão sobre o cálculo do IPCA, vamos a um exemplo. Suponha que um consumidor padrão compre 10 bananas e 2 
abacaxis todos os meses. Sua cesta de consumo é, portanto, composta por 10 bananas e 2 abacaxis, e o seu IPCA é: 
 
• Suponha que o preço da banana é de R$ 2,00, e do abacaxi, 
de R$ 5,00. Escolhendo 2010 como ano-base, os preços da 
banana e do abacaxi eram respectivamente de R$ 1,00 e de 
R$ 3,00. Assim, o IPCA desta cesta de consumo é de: 
• Esse valor nos informa o quanto custa, no momento corrente, adquirir 2 abacaxis e 10 bananas em relação a quanto custava a aquisição 
desses mesmos bens em 2010. Assim, em 2020, a compra de 10 bananas e 2 abacaxis custa R$ 1,87 a mais do que em 2010. 
 
IPCA vs Deflator do PIB 
• Como vimos na seção sobre o PIB, o seu deflator nos fornece uma medida de evolução de preços. Assim, o deflator do PIB considera uma 
cesta de bens e serviços igual à produção do país naquele ano, enquanto o IPCA considera uma cesta fixa. Portanto, um aumento dos 
preços de bens e serviços adquiridos por empresas e governo serão refletidas no deflator, mas não aparecerão no IPCA. Além disso, o 
deflator só considera bens e serviços produzidos internamente, enquanto na cesta do IPCA pode haver itens importados, como, por 
exemplo, vinhos, eletrônicos e queijos. 
EXEMPLO - Suponha que o preço do vinho aumentou porque a França teve um ano atípico, com temperaturas altas e muita chuva, que 
estragaram grande parte da plantação de uvas. A quebra da safra da uva resultou em um aumento no preço do vinho. Dessa maneira, o 
crescimento no preço do vinho francês importado aparecerá no IPCA brasileiro, mas não no deflator do PIB. 
• A outra diferença deve-se à forma que cada índice pondera os pesos dos bens. O IPCA atribui um peso fixo ao preço dos bens, devido à 
utilização de uma cesta fixa, enquanto o deflator concede pesos variados, de acordo com a produção interna daquele ano. Índices de 
preços que possuem cestas de bens e serviços fixas chamam-se índices de Laspeyeres, e os com cestas variáveis chamam-se índices de 
Paasche. Portanto, o IPCA é um índice de Laspeyeres e o deflator do PIB é um índice de Paasche. 
• E por que usar o IPCA e não o deflator no PIB? Na realidade, não existe uma resposta certa, nem um índice melhor do que o outro. Cada 
índice tem suas propriedades e diferentes utilidades. Quando os preços de bens diferentes estão variando em proporções diversas, um 
índice de Laspeyeres, de cesta fixa, costuma superestimar o aumento do custo de vida. Isto acontece visto que uma cesta fixa não leva em 
consideração a possibilidade de substituição de bens e serviços pelos consumidores. Por outro lado, um índice de Paasche, de cesta 
variável, subestima o aumento do custo de vida, pois, ao levar em conta a substituição de itens, não reflete a redução de bem-estar e 
satisfação que tal substituição pode causar. Dependendo do interesse em questão, podemos escolher um índice em detrimento do outro. 
EXEMPLO - Se você é proprietário(a) de uma empresa de construção civil, o seu índice de interesse para negócios será o Índice de Preços do 
Produtor. No entanto, um(a) senhor(a) aposentado(a) certamente estará mais interessado(a) em acompanhar o IPCA. 
 
Índice de Preços do Produtos 
• O IPP (Índice de Preços do Produtor) mede o preço de uma certa cesta adquirida por empresas, não por consumidores. O foco do índice 
reside nas indústrias extrativas e de transformação, tendo como principal objetivo mensurar a mudança média dos preços de venda 
recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços, assim como sua evolução ao longo do tempo. 
• O IPP abrange informações de, aproximadamente, duas mil empresas, sobre os preços recebidos pelo produtor, isentos de impostos e 
tarifas, o que resulta na coleta de aproximadamente seis mil preços. Como os produtores tendem rápido do que o IPCA acerca das 
pressões inflacionárias, e, por isso, algumas vezes é considerado como um aviso prévio de alerta sobre mudanças na inflação. 
• O IPP é calculado de forma análoga ao IPCA, mas considera sua cesta de consumo específica. 
 
Taxa de Inflação 
• Com tantos índices apresentados, você deve estar se perguntando o porquê de tantas formas diferentes de mensurar a evolução dos 
preços e de calcular a taxa de inflação. Por que isso é tão importante? 
• Para ilustrar sua importância, devemos definir primeiro o que 
é a taxa de inflação. Como mencionado na apresentação do 
IPCA, ele é o índice oficialmente utilizado para medir a 
inflação no Brasil. A partir do IPCA, podemos calcular a taxa 
de inflação, que é a sua mudança percentual anual: 
 
• Para explicar a importância da taxa de inflação em uma economia, precisamos definir o que é poder de compra. Poder de compra é a 
quantidade de bens e serviços que determinada renda pode adquirir. Veja a seguir um caso que exemplifica essa questão: 
➢ Suponha que Gabriel seja assistente em um centro de pesquisa de economia e receba R$ 1.300,00 mensais. O prato preferido de 
Gabriel é galeto, acompanhado de uma Coca-Cola gelada, cujo preço é de R$ 20,00. Se a sua cesta de consumo é apenas galeto com 
Coca-Cola, e ele gasta toda sua renda com isso, qual é o seu poder de compra? 
Seu poder de compra é a quantidade de cestas de consumo que ele consegue adquirir com a sua renda. Sendo assim, com sua renda, Gabriel 
pode consumir 65 galetos acompanhados de Coca-Cola (R$ 1.300,00 ÷ R$ 20,00 = 65). 
• No Brasil, mais do que em outros países, a inflação foi, por décadas, um problema comum. O grande problema da inflação é que ela 
deteriora o poder de compra dos consumidores. 
EXEMPLO - Como ilustrado no exemplo das bananas e abacaxis, a compra destes bens em 2020 era 1,87 vezes mais cara do que em 2010. 
Podemos tambémmedir a queda no poder de compra ocasionado pela inflação. Por exemplo, suponha que Júlia tivesse R$ 10,00 para comprar 
bananas em 2010. Com as bananas custando R$ 1,00 em 2010, Júlia comprava 10 unidades. Todavia, em 2020, quando o preço da banana 
passou a ser R$ 2,00, com os mesmos R$ 10,00, Júlia comprava 5 bananas. 
• Com o aumento dos preços dos bens e serviços, o poder de compra vai sendo reduzido, ou seja, podemos comprar menos unidades de 
bens e serviços, uma vez que a maioria dos contratos e salários tendem a ser reajustados de forma mais lenta, enquanto os outros preços 
da economia são reajustados mais rapidamente. Caso todos os preços se ajustassem na mesma velocidade, proporção e periodicidade, 
não haveria problema em um aumento no nível de preços daquela economia, já que todos seguiriam com sua renda real inalterada. 
• Os economistas consideram que as taxas de inflação elevadas geram custos econômicos significativos. Os mais importantes são os custos 
de sola de sapato, de menu e de unidade de conta. No geral, as pessoas mantêm moeda, seja em forma de dinheiro na carteira, seja em 
contas correntes em bancos, por conveniência, para realizar transações. Uma alta taxa de inflação desestimula os indivíduos a manterem 
moeda, porque o poder de compra do dinheiro se deteriora. Isso faz com que as pessoas busquem formas de reduzir a quantidade de 
moeda que retêm, mesmo que envolva custos consideráveis. O primeiro custo é o de sola de sapato, que se trata de uma alusão à 
necessidade de andar de um lado para o outro quando as pessoas não mantêm dinheiro. Um retrato desse custo é a hiperinflação alemã 
dos anos 20, em que comerciantes contratavam maratonistas para ir ao banco diversas vezes ao dia para converter o dinheiro em moeda 
estrangeira mais estável ou em ativos que rendiam juros. Ao se esforçarem para evitar a redução do poder de compra, esses maratonistas 
poderiam ter sido utilizados em outras atividades produtivas. 
• A quantidade de transações bancárias é tamanha que exige que o número de empregados em bancos aumente consideravelmente. No 
Brasil, nos anos de hiperinflação, o setor bancário correspondia a 15% do seu PIB. Para lidar com a hiperinflação, o tamanho necessário 
do setor bancário representou uma perda de recursos reais para a sociedade, uma vez que esses funcionários também poderiam estar 
empregados em outras atividades produtivas. Outro custo da inflação é o de menu. Em economias modernas, em geral, os preços dos 
bens e serviços são listados. Em um restaurante, por exemplo, a mudança do preço de um item significa necessidade de confeccionar 
novos cardápios, o que envolve custos. Quando temos uma inflação alta, os preços são alterados com mais frequência e, portanto, as 
empresas incorrem com mais frequência nesses custos. No Brasil, os funcionários de supermercados gastavam quase metade do tempo 
de trabalho remarcando preços. 
• Na economia moderna, os contratos deixaram de ser expressados em espécie, como, por exemplo, galinhas, e deram lugar à moeda, 
assim como outros cálculos da economia. Essa função da moeda é conhecida como unidade de conta, e é um papel que se degrada pela 
inflação: um real vale menos no próximo ano do que neste. A consequência é a redução da qualidade das decisões econômicas devido à 
incerteza da mudança da unidade de conta. Portanto, os custos de unidade de conta da inflação refletem a forma com que ela torna a 
moeda uma unidade de medida menos confiável. Esse custo se reflete particularmente no sistema tributário, pois a inflação distorce a 
medida de renda pela qual o imposto é cobrado. 
EXEMPLO - Suponha uma taxa de inflação de 10% e uma família que compre um apartamento por R$ 100.000,00, e o venda um ano depois por 
R$ 110.000,00. A família não teve lucro em termos reais com a transação, mas, segundo o sistema tributário, obteve um ganho de R$ 
10.000,00, e deverá pagar impostos sobre esse ganho “fantasma”. 
• Diversas empresas são desencorajadas a realizar investimentos produtivos devido aos impostos sobre esses ganhos, gerando mais custos 
para a economia. Sendo assim, quando temos uma inflação muito alta, como aconteceu no Brasil nas décadas de 80 e 90, o aumento da 
renda dos indivíduos não acompanhou a rapidez do aumento dos preços dos bens e serviços, reduzindo o poder de compra dos 
consumidores. A redução do poder de compra reduz o bem-estar e satisfação dos indivíduos, uma vez que deixam de consumir os itens 
desejados e, em muitos casos, até os necessários. Durante esses anos, a inflação brasileira chegou à marca dos 1000%, e o Brasil ficou 
conhecido mundialmente pela hiperinflação que assolava a sociedade. Foram realizadas diversas tentativas de reduzir a inflação, algumas 
deixando a situação ainda mais crítica. Por fim, em 1994, foi lançado o Plano Real, que, entre muitas outras medidas, deu fim ao cruzeiro 
e implantou o real que conhecemos hoje em dia. 
• A Figura 5 exibe a série histórica do IPCA, iniciada nos anos 
80, e mostra sua evolução até os dias de hoje. É possível 
notar claramente a hiperinflação dos anos 80 e 90, dando 
lugar a uma estabilidade dos preços a partir de 1995: 
 
• A Figura 6 mostra a evolução do IPCA a partir de 1995 até 
2019: 
 
Taxa de Desemprego 
• A taxa de desemprego, assim como o PIB e a taxa de inflação, constitui-se como um indicador sobre a situação da economia. Ela é 
calculada e divulgada atualmente pelo IBGE, a partir da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio Contínua (PNADC). 
• Até 2016, contudo, a pesquisa utilizada era a Pesquisa Mensal do Emprego (PME). A PNADC foi planejada para produzir indicadores 
trimestrais sobre a força de trabalho e outros indicadores anuais sobre temas suplementares permanentes. 
• O desemprego, como é conhecido popularmente, aparece na 
pesquisa pelo conceito de desocupação. A Figura 7 mostra a 
série histórica para o desemprego no Brasil: 
 
 
• O que é desemprego? 
➢ Para definirmos desemprego, vamos primeiro definir o que é emprego. Emprego é o número total de pessoas correntemente 
empregadas, seja em tempo integral ou parcial. O desemprego, por sua vez, é o número de pessoas com idade para trabalhar (acima 
de 14 anos) que não estão trabalhando, mas estão disponíveis e tentam encontrar trabalho. 
➢ Para alguém ser considerado desempregado, não basta não possuir um emprego. Aposentados e incapacitados que recebem 
benefícios não são considerados desempregados, uma vez que não procuram emprego e nem estão disponíveis para tal. Portanto, o 
desemprego é o número total de pessoas que estão ativamente procurando emprego, mas não estão empregadas. 
➢ Para calcular o desemprego de um país, precisamos definir antes outros conceitos. A força de trabalho é composta de pessoas que 
têm idade para trabalhar, ou seja, aqueles acima de 14 anos e que estão trabalhando ou procurando trabalho. A taxa de participação 
na força de trabalho é a parcela da população em idade ativa, ou seja, apta a trabalhar, e que está na força de trabalho. 
 
• Segundo a metodologia do IBGE, o aposentado e incapacitado do exemplo acima estão fora da força de trabalho. Um universitário que 
dedica seu tempo somente aos estudos e uma dona de casa que não trabalha fora também não estão na força de trabalho. Já uma 
empreendedora que possui seu próprio negócio está ocupada na força de trabalho. 
• A taxa de desemprego é a parcela dos indivíduos da força de 
trabalho que estão desempregadas. 
 
• A taxa de desemprego é um bom indicador da situação do mercado de trabalho, mas, assim como qualquer indicador, não dever ser 
considerada um reflexo exato de pessoas que desejam trabalhar, porém não conseguem emprego. 
• Como encontrar o emprego adequado leva algumas semanas ou meses, um trabalhador que tem certeza de que encontrará um emprego, 
mas ainda não aceitou uma oferta, é considerado como desocupado. Esse aspecto reflete por que, mesmo em situações de crescimento 
econômico, da taxade desemprego não ir a zero. Além disso, há pessoas que gostariam de trabalhar, mas não estão, e também não são 
contabilizadas como desempregados. Isso acontece porque, para ser classificado como desocupado, é preciso ter procurado emprego 
recentemente. 
• Os desalentados são pessoas que gostariam de trabalhar e estariam disponíveis, porém não procuraram trabalho por acharem que não 
encontrariam. Vários são os motivos que levam as pessoas a desistirem, por exemplo: não encontrar trabalho na localidade em que 
vivem, não conseguir trabalho adequado ou por ser considerado muito jovem ou idoso, não ter experiência profissional ou qualificação 
etc. 
• É possível que a taxa de desemprego subestime a real situação do mercado de trabalho, não contabilizando uma parte das pessoas que 
querem trabalhar, mas não acham emprego. Existem também aqueles marginalmente ligados à força de trabalho, pessoas que 
responderam que gostariam de ter um emprego e o buscaram no passado recente, mas que, no momento, não estão buscando. Por fim, 
existem os subempregados, que são aqueles empregados em tempo parcial, mas que gostariam de ter um trabalho em tempo integral e 
não o encontram. Estes últimos também não são contabilizados como desocupados. 
• O recebimento de algum benefício de programas sociais como Bolsa Família e Seguro Desemprego não significa que o indivíduo que o 
recebe é considerado desocupado. É possível que alguém esteja recebendo, mas trabalhe na informalidade e seja classificado como 
ocupado. Pode ocorrer que beneficiários não estejam de fato ocupados e também não estejam buscando emprego, e, portanto, serão 
classificados como fora da força de trabalho. 
• A taxa de desemprego precisa ser avaliada com cuidado, uma vez que varia bastante em grupos etários, gênero e raça. Por exemplo, é 
mais fácil conseguir um emprego para jovens maiores de 24 anos, uma vez que já são qualificados e/ou possuem alguma experiência 
prévia. Empregos para trabalhadores acima dos 54 anos costumam ser mais difíceis, podendo o desemprego ser maior nessa faixa etária. 
Além disso, pelo fato de o Brasil ser um país muito extenso e diverso, as taxas de desemprego tendem a ser diferentes segundo as regiões 
do país. 
 
Coeficiente de Gini 
• É importante compreendermos que o Coeficiente de Gini (Estatístico, sociólogo e demógrafo italiano que desenvolveu o coeficiente 
batizado com seu nome, que mede a desigualdade de renda em uma sociedade) é uma medida de distribuição criada em 1912 pelo 
italiano Corrado Gini, e frequentemente utilizada como indicador da desigualdade em uma economia, medindo a distribuição de renda e 
de riqueza entre a população. O coeficiente varia de 0 (zero) a 1, em que 0 (zero) representa igualdade perfeita, e 1, desigualdade 
perfeita. Por exemplo, um país em que apenas um indivíduo detém toda a renda da economia e o restante não tem renda, tem um 
coeficiente de Gini igual a 1. 
• Dentre as diversas medidas de desigualdade de renda, o coeficiente de Gini é a mais utilizada, sendo baseado na curva de Lorenz. 
• Para construir o coeficiente, coloque a porcentagem cumulativa dos domicílios no eixo horizontal, dos mais pobres aos mais ricos, e no 
eixo vertical, a porcentagem cumulativa de renda. O coeficiente é calculado por meio da razão das áreas no diagrama da curva de Lorenz. 
Se a área entre a linha de perfeita igualdade e a curva de Lorenz é a, e a área abaixo da curva de Lorenz é b, então, o coeficiente de Gini é 
a/(a+b); isto é, o dobro da área entre a curva de Lorenz e a linha de igualdade perfeita. Se não existe diferença entre as duas, o 
coeficiente é 0 (zero), o caso de igualdade perfeita. 
• O exemplo a seguir ilustra a construção deste índice: 
 
• Na prática, o índice é utilizado para analisar diferenciais na concentração da renda pessoal ao longo de toda a distribuição de renda, o que 
permite contribuir para a análise da situação socioeconômica da população, identificando quais são os segmentos que requerem maior 
atenção de políticas públicas de saúde, educação e proteção social, entre outras. Além disso, fornece mais insumos para processos de 
planejamento, gestão e avaliação de políticas de distribuição de renda. 
• Você deve estar se perguntando: por que deveríamos nos preocupar com desigualdade? Altos níveis de desigualdade representam um 
custo para a economia, afetando seu desempenho e o bem-estar dos indivíduos. 
• Sabemos que o acesso ao mercado financeiro não é perfeito, ou seja, nem todos os que desejam obter empréstimo o conseguem. Isso 
acontece porque a instituição, por exemplo um banco, faz uma análise de crédito e, no geral, exige que o indivíduo tenha uma fonte de 
renda ou patrimônio para oferecer como garantia. 
• Em uma economia cuja desigualdade é alta, poucos indivíduos concentram a maior parte da renda e do patrimônio. A consequência é que 
diversas pessoas que precisam de um empréstimo não vão consegui-lo. Agora, suponha que Vitória deseje obter um empréstimo para 
começar uma pequena empresa de tecnologia, uma vez que não tem renda suficiente para fazê-lo sem ajuda. Contudo, pelo fato de 
Vitória não ter renda ou patrimônio suficientes, ela não consegue o empréstimo no banco. A consequência é que Vitória perderá a 
oportunidade e terá de fazer outra coisa menos produtiva, deixando de contribuir para o PIB daquele país, de empregar diversos 
funcionários e de lançar um novo produto com maior qualidade e menor preço no mercado, o que tem consequência também sobre o 
bem-estar dos consumidores. 
• Em uma sociedade com alto índice de desigualdade, muitas pessoas deixam de utilizar suas habilidades que poderiam contribuir para o 
bem-estar por falta de acesso às oportunidades. A situação ilustrada, ainda que hipotética, é apenas uma das consequências da 
desigualdade. 
 
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 
• O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida resumida do progresso a longo prazo em três dimensões básicas do 
desenvolvimento humano: renda, educação e expectativa de vida. Assim como o coeficiente de Gini, quanto mais próximo de 1, mais 
desenvolvido é o país, e quanto mais próximo de 0 (zero), menos desenvolvido. 
• O objetivo a criação do IDH foi o de oferecer uma medida alternativa de bem-estar e desenvolvimento ao Produto Interno Bruto (PIB) per 
capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento. 
• Criado por Mahbubul Haq com a colaboração do economista indiano Amartya Sen, o IDH pretende ser uma medida geral e sintética que, 
apesar de ampliar a perspectiva sobre o desenvolvimento humano, não abrange nem esgota todos os aspectos de desenvolvimento. 
Portanto, não é uma representação da satisfação ou felicidade das pessoas, nem classifica o melhor lugar para viver. 
• Embora o IDH considere outros aspectos do desenvolvimento, e não apenas o econômico, como o PIB, há ainda muitos aspectos do 
desenvolvimento humano que não são contemplados nesse índice, tais como: democracia, participação, equidade e sustentabilidade. 
• Buscando lidar com a dimensão da desigualdade no IDH, foi criado, em 2010, o IDH Ajustado à Desigualdade (IDHAD), que leva em 
consideração a desigualdade em todas as três dimensões do IDH, considerando o valor médio de cada uma delas de acordo com seu nível 
de desigualdade. 
• Com a introdução do IDHAD, o IDH tradicional pode ser visto como um índice de desenvolvimento humano potencial, e o IDHAD, como 
um índice do desenvolvimento humano real. A diferença entre o IDH e o IDHAD pode ser considerada como uma perda no 
desenvolvimento humano potencial devido à desigualdade. 
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) 
• No Brasil, além do IDH, existe o IDHM, uma adaptação do IDH global para os municípios brasileiros. O IDHM brasileiro segue as mesmas 
três dimensões do IDH Global ‒ longevidade, educação e renda, mas vai além: adequa a metodologia global ao contexto brasileiro e à 
disponibilidade de indicadores nacionais.• Como está organizado o IDHM brasileiro? 
➢ Embora quantifiquem as mesmas dimensões, os indicadores levados em conta no IDHM são mais adequados para avaliar o 
desenvolvimento dos municípios brasileiros. Assim, o IDHM ― incluindo seus três componentes, IDHM Longevidade, IDHM Educação 
e IDHM Renda ― conta um pouco da história dos municípios em três importantes dimensões do desenvolvimento humano durantes 
duas décadas da história brasileira. 
 
CONCLUSÃO 
Considerações Finais 
• Neste tema, estudamos as contas nacionais e alguns dos mais importantes indicadores socioeconômicos. Vimos como calcular o Produto 
Interno Bruno (PIB), uma das medidas fundamentais de renda em uma economia. Percebemos que o PIB, porém, é insuficiente como 
medida de bem-estar: de que vale ter uma renda alta se há muitas pessoas desempregadas ou se a desigualdade de renda é alta? 
• Abordamos também a taxa de desemprego e, como medida de desigualdade, o Índice de Gini. E, por fim, vimos medidas de preços e 
inflação para avaliar as mudanças no custo de vida, e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para incorporar outras dimensões da 
economia e da sociedade. 
• Você encontrará todos esses indicadores com grande frequência nos jornais, e acompanhará os mais acalorados debates sobre o que 
deve ser feito para aumentar a renda, diminuir a inflação, melhorar a qualidade de vida etc. Use os conceitos que aprendemos aqui para 
participar do debate! 
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Verificando o Aprendizado 
• Módulo 1 
1. AO LONGO DESTE MÓDULO, ESTUDAMOS AS CONTAS NACIONAIS E SEUS AGREGADOS. A RESPEITO DO PIB, ASSINALE A ALTERNATIVA 
INCORRETA: 
a) O valor agregado total dos bens e serviços finais, e o gasto 
agregado em bens e serviços produzidos internamente em 
uma economia não são equivalentes. 
b) O gasto agregado entre bens e serviços finais produzidos 
domesticamente e a renda total de fatores são diferentes. 
c) O PIB possui quatro métodos diferentes de cálculo, e cada 
um deles fornece a mesma estimativa. 
d) O PIB pode ser calculado a partir de três métodos, e todos 
são equivalentes. 
A - Incorreta. Consideremos a relação entre valor agregado total 
de todos os bens e serviços finais produzidos internamente, e o 
gasto agregado em bens e serviços finais produzidos 
internamente. Essas duas quantidades são iguais porque cada 
bem e serviço final produzido na economia é comprado por 
alguém ou acrescentado aos estoques, e acréscimos aos estoques 
são considerados como gastos das firmas segundo o princípio 
básico da economia. 
B - Incorreta. Considere a relação entre gasto agregado entre 
bens e serviços finais produzidos domesticamente e a renda de 
fator total. Essas duas quantidades são iguais porque todo o gasto 
que é encaminhado à firma para pagar compras de bens e serviços 
finais produzidos domesticamente é receita das firmas. Essa 
receita precisa ser gasta pela firma para pagar seus fatores de 
produção, na forma de salários, lucros, juros e aluguéis. Tomado 
em conjunto, isso significa que os três métodos de cálculo do PIB 
são equivalentes. 
C – Correta. Existem três óticas pelas quais o PIB pode ser 
calculado e que produzem exatamente a mesma estimativa. São 
elas: oferta, despesa e renda. 
D - Incorreta. São três métodos diferentes de cálculo que 
produzem a mesma estimativa, de modo que não existe um quarto 
método. 
 
2. SUPONHA QUE, EM UMA ECONOMIA, HAJA APENAS DOIS BENS: PÃO E CAFÉ. EM 2018, FORAM VENDIDOS UM MILHÃO DE GRÃOS DE 
CAFÉ A R$ 0,40 A UNIDADE, E 800.000 UNIDADES DE PÃO A R$ 0,60 A UNIDADE. DE 2018 PARA 2019, O PREÇO DO CAFÉ SUBIU 25% E A 
QUANTIDADE DE PORÇÕES VENDIDAS CAIU 10%, ENQUANTO O PREÇO DO PÃO CAIU 15% E O NÚMERO DE PORÇÕES VENDIDAS 
AUMENTOU EM 5%. ASSINALE A ALTERNATIVA VERDADEIRA: 
a) O PIB nominal em 2018 foi de R$ 800.000. b) O PIB nominal em 2019 foi de R$ 878.000. 
c) O PIB real em 2019, calculado a preços de 2018, foi 
exatamente igual ao PIB nominal de 2019. 
d) O crescimento do PIB real, usando 2018 como ano-base, foi 
de -1,8%. 
A - Incorreta. Em 2018, o PIB nominal era de (1.000.000 x R$ 0,40) + (80.000 x R$ 0,60) = R$ 400.000,00 + R$ 480.000,00 = R$ 880.000,00. 
B - Incorreta. Um aumento de 25% no preço do café, de 2018 para 2019, significa que o preço do café em 2019 era 1,25 x R$ 0,40 = R$ 0,50. 
Uma queda de 10% nas vendas de café significa que, em 2019, foram vendidos 1.000.000 x 0,9 = 900.000 grãos de café. Portanto, o valor total 
das vendas de café em 2019 foi de 900.000 x R$ 0,50 = R$ 450.000,00. Uma queda de 15% no preço do pão em 2019 significa que, em 2019, ele 
foi de 0,85 x R$ 0,60 = R$ 0,51. Um aumento de 5% das vendas de pão significa que foram vendidas 800.000 x 1,05 = 840.000 unidades em 
2019. O valor total das vendas de pão foi, portanto, 840.000 x R$ 0,51 = 428.400. O PIB nominal em 2019 foi de R$ 450.000,00 + R$ 428.400,00 
= R$ 878.400,00. 
C - Incorreta. Para chegarmos ao valor do PIB real em 2019, temos que calcular o valor das vendas no ano em questão, utilizando os preços do 
ano anterior: (900.000 grãos de café x R$ 0,40) + (840.000 x R$ 0,60) = R$ 360.000,00 + R$ 504.000,00 = R$ 864.000,00. 
D – Correta. Vamos medir o PIB real usando 2018 como ano-base. O PIB real de 2018 é, portanto, o próprio PIB nominal: 0,4x1.000.000 + 
0,6x800.000 = 880.000. O PIB real de 2019 é 0,4x900.000 + 0,6x840.000 = 864.000. Observe que usamos os preços de 2018, porém alteramos 
as quantidades de acordo com as variações dadas no enunciado. A taxa de crescimento do PIB real entre 2018 e 2019 é (864.000 - 
880.000)/880.000 = -1,8% 
• Módulo 2 
1. QUAL DOS CASOS ABAIXO DESCREVE UM TRABALHADOR DESEMPREGADO, DE ACORDO COM A DEFINIÇÃO VISTA NESTE MÓDULO? 
a) Maria, uma trabalhadora idosa, foi despedida e desistiu de 
procurar emprego há meses. 
b) Gabriel, um professor do ensino infantil, está aproveitando 
suas férias de verão. 
c) Júlia, bancária, recentemente despedida de um banco de 
investimentos, está buscando uma nova vaga no mercado. 
d) Clara, estudante universitária, voltou a frequentar a 
faculdade porque não conseguiu emprego. 
A - Incorreta. Maria não é contabilizada como desempregada, pois 
não está ativamente buscando emprego. No entanto, é 
considerada desalentada em medidas mais amplas de 
subutilização de trabalho. 
B - Incorreta. Gabriel não é considerado desempregado, pois tem 
um emprego: professor de educação infantil. 
C – Correta. Júlia está desempregada, não está trabalhando e está 
ativamente procurando emprego. 
D - Incorreta. Clara não é desempregada, mas marginalmente 
ligada à força de trabalho. Ela é contada em medidas mais amplas 
de subutilização. 
2. SOBRE O ÍNDICE DE PREÇOS E A TAXA DE INFLAÇÃO, ASSINALE A AFIRMATIVA CORRETA: 
a) O índice de preços ao consumidor (IPCA) mede o nível de 
preços em uma economia, sendo o único índice relevante. 
b) A inflação alta implica em diversos custos sociais, que são 
comumente conhecidos por custo de sola de sapato, custo 
de menu e deterioração da função de unidade de conta. 
c) O amplo uso da tecnologia revolucionou o setor bancário, 
tornando mais simples para o cliente o acesso e 
administração de seus ativos. Os custos de sola de sapato 
são mais altos quando há mais tecnologia. 
d) Durante um período de inflação alta, estabelecimentos 
como mercados e restaurantes ganham bastante devido à 
alta dos preços. 
 
A - Incorreta. Os índices de preços em uma economia são diversos, e cada um deles mede o nível geral de preços em uma certa situação e sob 
uma ótica determinada. Para os consumidores, o índice de maior relevância será o IPCA, enquanto para os produtores, será o IPP. Não existe 
um índice que seja melhor do que o outro, cada um será mais adequado para determinada análise. 
B – Correta. A sociedade incorre em diversos custos com a inflação. São eles: custo de menu, custo de solade sapato e perda da função de 
unidade de conta da moeda. 
C - Incorreta. Os custos de sola de sapato associados à inflação 
serão mais baixos porque é menos trabalhoso para os indivíduos 
administrarem seus ativos, a fim de economizar na quantidade de 
dinheiro vivo que mantêm. Essa redução no custo de converter 
ativos não monetários em moeda viva se traduz em um custo de 
sola de sapato mais baixo. 
D - Incorreta. Os restaurantes e estabelecimentos que vendem 
produtos, como mercados e farmácias, assim como o restante da 
sociedade, perdem durante um processo de hiperinflação devido 
aos custos de menu e a constante alocação de funcionários para 
atividades não produtivas, como a remarcação de produtos.

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