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ECONOMIA E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO

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Prévia do material em texto

Economia e Políticas 
Públicas para Educação
1ª edição
2017
Economia e Políticas 
Públicas para Educação
3
Palavras do professor
Olá! Seja bem-vindo(a) à disciplina Economia e Políticas Públicas para 
a Educação! 
Esta disciplina será muito importante para a sua vida profissional, pois 
quando você decidiu fazer o curso de Pedagogia foi influenciado(a) 
pela realidade educacional que sempre lhe cercou, tanto positivamente 
quanto negativamente. Exemplos de bons professores, metodologias e 
escolas bem estruturadas lhe estimularam a acreditar na Educação. Mas, 
se você estudou em situações precárias e desiguais, pode ter surgido em 
você a vontade de lutar por uma Educação de qualidade.
Esta disciplina tem por objetivo apresentar a você conceitos e ferramentas 
necessários para uma educação voltada para a promoção da igualdade e 
a formação de cidadãos conscientes de seus direitos e deveres.
O conteúdo será apresentado de forma prática, para que você tenha inte-
resse em refletir sobre as questões propostas. São oito unidades que vão 
abordar: os conceitos fundamentais sobre Economia e Políticas Públicas; 
a origem e a evolução das políticas educacionais brasileiras; os modelos 
econômicos; as demandas educacionais vigentes; as tendências atu-
ais em políticas educacionais; a relação entre Economia e Educação; o 
financiamento da Educação; além dos desafios, perspectivas e propo-
sições para as políticas públicas educacionais brasileiras.
Que tenhamos um ótimo curso!
1
4
Unidade de estudo 1
Conceitos Fundamentais
Para iniciar seus estudos
Nesta unidade você conhecerá os principais conceitos da disciplina e vai 
compreender os termos “Economia” e “Política”! Também, vamos enten-
der como esses conceitos fazem parte da sua vida e como são fundamen-
tais para o exercício da sua profissão. Vamos lá?
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender os principais conceitos sobre economia e políticas 
públicas.
• Refletir sobre a relação entre economia e políticas públicas.
1.1 Compreendendo o conceito de 
Economia 
Talvez você esteja se perguntando: o que Economia tem a ver com Edu-
cação? Eu realmente preciso aprender sobre isso? Sim, como futuro(a) 
educador(a) é importante apreender conceitos como o de Economia para 
entender melhor o contexto educacional. Mas, afinal, o que é Economia?
5
Economia e Políticas Públicas para a Educação | Unidade de estudo 1 – Conceitos Fundamentais
A palavra economia vem do gregooikonomia, que significa direção de uma casa.De acordo com o dicionário da 
Língua Portuguesa, a palavra Economia significa “ciência que estuda a produção, distribuição e consumo de bens 
e serviços, e a repartição de rendimentos”, ou seja, essa ciência visa estudar a forma como os bens e serviços, 
indispensáveis à necessidade humana, são produzidos e distribuídos. Estamos falando, portanto, de despesas, 
dinheiro, recursos, consumo, lucro, impostos, poupança, distribuição de despesas etc. 
Podemos dividir a Economia em macroeconomia e microeconomia. Resumidamente, podemos entender a 
macroeconomia como o ramo da economia que estuda os aspectos econômicos como um conjunto, isto é, glo-
bais, continentais, de um país ou de uma região. Já a microeconomia é o ramo que estuda os aspectos individuais, 
isto é, o comportamento dos indivíduos e também dos mercados.
Além desses dois ramos, a Economia pode ser aplicada em várias áreas, como no Estado, nas empresas, na famí-
lia, no trabalho, na informação e na Educação, entre outros. É através da Economia que podemos discutir ques-
tões relacionadas à desigualdade social, o que vai gerar um impacto direto na qualidade da educação.
Figura 1.1 – Distribuição de renda no mundo
Legenda: Gráfico com a porcentagem da distribuição de renda no mundo
Fonte:<https://www.ecodebate.com.br/2015/04/01/a-desigualdade-no-seculo-xxi-segundo-thomas-piketty-por-jose-
-eustaquio-diniz-alves-e-miguel-antonio-pinho-bruno/>. Acesso em: 2017.
As desigualdades sociais são fruto de um sistema econômico que privilegia os mais ricos e oprime os mais pobres. 
Esse sistema econômico, o capitalismo, apresenta algumas características que o definem historicamente:
a) propriedade privada dos meios de produção, para cuja ativação é necessária a presença do tra-
balho assalariado formalmente livre; b) sistema de mercado, baseado na iniciativa e na empresa 
privada, não necessariamente pessoal; c) processos de racionalização dos meios e métodos dire-
tos e indiretos para a valorização do capital e a exploração das oportunidades de mercado para 
efeito de lucro. (BOBBIO;MATTEUCCI; PASQUINO, 2010, p. 141).
Essas características estão presentes no sistema econômico do Brasil. Por ser um país com dimensão continental 
e em desenvolvimento, a desigualdade é ainda maior, pois a propriedade privada mais lucrativa está nas mãos 
de empresários que compõem uma parte muito pequena da sociedade, em relação à classe trabalhadora. A 
Figura 1.1 mostrou a distribuição de renda no mundo e, no Brasil, a realidade não é muito diferente. A fortuna 
está nas mãos de poucos, enquanto muitos trabalham para aumentar a riqueza desses poucos.
6
Economia e Políticas Públicas para a Educação | Unidade de estudo 1 – Conceitos Fundamentais
Propriedade privada: propriedade que não é pública, que não pertence ao Estado.
Glossário
O teórico Karl Marx nos ajuda a entender melhor as características desse sistema a partir de suas análises sob 
o ponto de vista da exploração que existe na relação entre “trabalho assalariado e trabalhador”, ou, em outras 
palavras, na “valorização do capital através da mais-valia extorquida ao trabalhador”. Isto é, “o trabalho perde 
o seu valor logo que entra no mercado das mercadorias capitalistas, tornando-se ele mesmo mercadoria” 
(BOBBIO;MATTEUCCI; PASQUINO, 2010, p. 142).
Mais-valia: segundo Marx, é o valor da força de trabalho do trabalhador que não é remune-
rada pelo patrão.
Glossário
Em meio a um contexto econômico em que a minoria detém as maiores riquezas e a minoria permanece sendo 
explorada, em que as relações são mediadas pelo capital, em que o setor público é cada vez mais sucateado, 
temos a Educação, fortemente influenciada pelos modelos econômicos vigentes. A economia pode nos ajudar a 
entender melhor as mudanças que vêm acontecendo no âmbito educacional, mas a partir dela também pode-
mos refletir e questionar o tipo de educação que nos é oferecida. 
Conforme você pode visualizar na Figura 1.1, a distribuição de renda no mundo é extrema-
mente desigual. Quais seriam os principais impactos para as famílias mais necessitadas eco-
nomicamente no que diz respeito ao direito a uma educação de qualidade?
7
Economia e Políticas Públicas para a Educação | Unidade de estudo 1 – Conceitos Fundamentais
1.2 Economia da Educação
A Economia da Educação é uma área voltada para os estudos das questões econômicas que envolvem o campo 
educacional, como as condições de oferta do ensino e o financiamento da educação. Para compreender as 
demandas educacionais vigentes, é fundamental conhecer com um pouco mais de profundidade as implicações 
e os desdobramentos da Economia no campo educação.
Na Unidade 7 aprofundaremos nossos estudos sobre as políticas de financiamento da edu-
cação no Brasil. 
!
A área da Economia da Educação foi transformada em disciplina no início da década de 1960, quando a “teoria 
do capital humano” estava sendo amplamente difundida entre os estudiosos da Educação. Nesta unidade fare-
mos uma apresentação dos pressupostos básicos dessa teoria e durante a disciplina refletiremos sobre os seus 
reflexos nas políticas educacionais.
Teoria do capital humano: formulada principalmente por Theodore W. Schultz, considera 
que a educação é um dos meios mais importantes para ampliar a produtividade econômica e 
as taxas de lucro. A educação é entendida como principalcondição para o desenvolvimento 
econômico e individual, ou seja, quanto mais capacitado, mais preparado para o mercado de 
trabalho. Portanto, o indivíduo que se educa estará valorizando a si mesmo, e consequente-
mente, o capital.
Glossário
.
8
Economia e Políticas Públicas para a Educação | Unidade de estudo 1 – Conceitos Fundamentais
Figura 1.2 – A produção para o capital 
Legenda: ilustração da produção da exploração através do capital.
Fonte:<https://br.123rf.com/photo_51699042_natural-selection-evolution-cycle-cycling-concept.html>. Acesso em: 
2017.
Podemos distinguir três momentos no desenvolvimento da teoria do capital humano: a década de 1960, em que 
a teoria é divulgada de forma positiva; a década de 1970, quando críticas foram feitas à teoria; e a década de 
1980, em que esforços foram feitos para superar as críticas que estavam sendo feitas até o momento (SAVIANI, 
1999). Vejamos esses períodos com mais atenção, destacando seus desdobramentos no cenário educacional 
correspondente. 
Quando a teoria começa a ser difundida na década de 1960, vários estudos econômicos estavam sendo divul-
gados e a teoria contribuiu para o entendimento da educação como algo decisivo para a economia. A teoria do 
capital humano acabou se transformando na moda do momento, contribuindo para a valorização e a propaga-
ção do modelo de ensino baseado na Pedagogia Tecnicista. 
Pedagogia Tecnicista: este modelo teve início nos Estados Unidos e é baseado no modelo 
da fábrica. Seu objetivo é produzir indivíduos competentes para o mercado de trabalho. O 
processo educativo passa a ser objetivo e racional, em atendimento às exigências industriais 
e tecnológicas.
Glossário
Muitas são as críticas feitas à Pedagogia Tecnicista, devido às suas características que levam a um processo de 
ensino que proporciona o autoritarismo do professor e a passividade do aluno. Esse modelo também se encaixa 
perfeitamente em uma sociedade capitalista, voltada para a exploração do trabalho, pois produz alunos que 
serão apenas trabalhadores “eficientes” ao mercado de trabalho. 
9
Economia e Políticas Públicas para a Educação | Unidade de estudo 1 – Conceitos Fundamentais
Para entender mais sobre o modelo fabril que caracterizou a Pedagogia Tecnicista, assista ao 
filme “Tempos Modernos” (1936) de Charles Chaplin através do link: <https://www.youtube.
com/watch?v=ieJ1_5y7fT8>.
A partir da década de 1970 começaram a surgir críticas à economia da educação, e consequentemente, à teoria 
do capital humano. A principal delas, influenciada pela tendênciacrítico-reprodutivista, elucidava o fato que 
subordinar a educação ao desenvolvimento econômico era o mesmo que subordinar a educação ao capitalismo. 
Tendênciacrítico-reprodutivista: também conhecida como pessimismo pedagógico, com-
preende a educação como reprodutora do sistema social.
Glossário
A teoria do capital humano passa a ser entendida então, como reprodutora dos interesses da classe dominante, 
haja vista que o objetivo da escola passa a ser a qualificação do trabalhador para a exploração da mais-valia. 
Nesse sentido, as críticas à Economia da Educação possibilitam enxergar as consequências de uma educação 
reprodutora da desigualdade social.
Já na década de 1980 temos outro movimento, que se deu no sentido de tentar superar os limites impostos pelas 
críticas da década anterior. Segundo Saviani (1999), autores como Cláudio Salm, numa proposta de fazer a crítica 
das “críticas”, afirmando que a educação não está direta e mecanicamente ligada ao capital, totalizam a sepa-
ração entre a escola e o trabalho. 
Para os autores dessa crítica, o capital não teria a necessidade de recorrer à escola para qualificar as forças de 
trabalho, pois o capital seria autossuficiente e portador de recursos próprios. A função da escola seria, portanto, 
a produção da cidadania. 
10
Economia e Políticas Públicas para a Educação | Unidade de estudo 1 – Conceitos Fundamentais
Cidadania: é a qualidade do cidadão. Condição de um indivíduo enquanto membro de um 
estado. Indivíduo detentor de direitos e obrigações perante o Estado. Exercício da condição 
de ser cidadão através da participação na política e na vida pública.
Glossário
Mas como produzir cidadãos em meio a um contexto educacional totalmente refém das regras do mercado, dos 
acordos internacionais, da liberdade à iniciativa privada? Você agora está começando a refletir sobre as influên-
cias da Economia nas políticas públicas desenvolvidas para a Educação.
Para realizar o desafio você precisa compreender com clareza as relações entre a economia e 
as políticas públicas educacionais. 
1.3 O que é Política?
Muitos fogem dessa palavra, pois acreditam que Política não se discute. Entretanto, não podemos reduzir o 
conceito de Política às ações dos políticos, representantes eleitos, que muitas vezes trazem muita indignação à 
população. Agora que você já sabe os principais conceitos sobre Economia e Economia da Educação, compreen-
derá com mais clareza os conceitos referentes à Política e às Políticas Públicas. 
A palavra política vem do grego, polis, que significa tudo aquilo que se refere à cidade. Assim, podemos inicial-
mente definir Política como algo relacionado a todas as ações que se referem à cidade, ou seja, ao que é público, 
civil ou urbano. Esse é o sentido clássico de Política, e, durante muito tempo, os estudos sobre ela estavam volta-
dos para as atividades humanas que se referiam ao Estado.
11
Economia e Políticas Públicas para a Educação | Unidade de estudo 1 – Conceitos Fundamentais
A primeira grande obra a expandir o conceito de política foi a do filósofo Aristóteles, intitu-
lada “Política”. 
Segundo Bobbio,Matteucci e Pasquino (2010), esse sentido clássico foi se perdendo com a modernidade, sendo 
substituído por termos como “ciência política”, “ciência do Estado” etc., passando a significar o conjunto de ativi-
dades que tem como referência o Estado.
Estado: regime político. Instituição responsável pela organização política e administrativa de 
um território e de sua população. Diferença entre os que governam e os que são governados. 
Glossário
Quando falamos em Política, estamos nos referindo, portanto, a um exercício de poder, como, por exemplo, atos 
de proibição, implantação de impostos, criação de leis etc., que são atos que envolvem o Estado em sua relação 
com os interesses e decisões que afetam a cidade, a sociedade, a população. Ou seja, a Política está ligada dire-
tamente às ações que envolvem o coletivo.
Será que se todos tivessem esse entendimento a respeito do que é a Política ainda teríamos pessoas que dizem 
odiar a Política ou que são apolíticas? Aliás, é possível ser apolítico? A Política não envolve apenas os candidatos 
que elegemos, os programas de governo ou a corrupção. Todos nós estamos envolvidos politicamente, e não 
apenas pelo fato de que exercemos nosso direito ao voto para escolher nossos representantes.
Veja mais alguns significados da palavra Política para ampliar o seu entendimento: ciência ou arte de governar; 
princípios da ação de um governo; orientação administrativa de um governo; arte de dirigir as relações entre um 
Estado e outro; habilidade para lidar com qualquer assunto a fim de obter o que se almeja; estratégia; cortesia; 
cerimônia; etc. 
Como se pode ver, vários significados podem ser dados à palavra Política, mas o mais importante é compreender 
que a Política pode ser desenvolvida ou exercida em basicamente dois campos: através do Poder Público, com as 
suas ações governamentais que envolvem leis, programas, investimentos e financiamentos públicos, conforme 
já colocado anteriormente; e através de movimentos sociais, como debates, greves, lutas por direitos etc.
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Economia e Políticas Públicas para a Educação | Unidade de estudo 1 – Conceitos Fundamentais
Público: adjetivoque se refere ao que é pertencente ao povo, de todos, acessível a todos, 
conhecido por todos e que se faz diante de todos. 
Glossário
Portanto, é impossível dizer que uma pessoa seja apolítica, pois todas as suas relações estão ligadas a atos polí-
ticos. Quando uma pessoa obedece a uma norma estabelecida pelo Estado, quando reivindica seus direitos, 
influencia outras pessoas para obter algo, debate suas ideias, escolhe anular ou não o seu voto, entre outros 
exemplos, significa que essa pessoa está envolvida com Política. Até o fato de se recusar a falar sobre Política 
pode ser considerado, também, um ato político.
Se todos nós estamos envolvidos diretamente com a Política, por que há tanto desconheci-
mento sobre o assunto? Será que a escola realmente tem contribuído para formar cidadãos 
críticos e conscientes dos seus direitos, ou será que a escola não é lugar para falar sobre 
política? Que tal pensar sobre esse assunto?
A Política, enquanto ciência também se divide em outras áreas como a política demográfica (visa solucionar 
os problemas decorrentes do crescimento demográfico); a política econômica (visa influenciar as decisões dos 
agentes econômicos); a política externa (visa às relações entre Estados); e a política fiscal (visa às medidas relacio-
nadas ao orçamento público). Essas áreas estão diretamente ligadas às ações governamentais, ao poder público 
e são fundamentais para a execução de políticas públicas.
Para conhecer alguns episódios da política no Brasil, principalmente na década de 1980, e as 
relações entre mídia e poder que influenciam a política brasileira até os dias de hoje, assista 
ao documentário “Muito além do Cidadão Kane” (1993) através do link: <https://www.you-
tube.com/watch?v=049U7TjOjSA>. 
13
Economia e Políticas Públicas para a Educação | Unidade de estudo 1 – Conceitos Fundamentais
1.4 Políticas Públicas
Quando o Estado planeja e executa ações que visam à garantia de direitos para a sociedade, estamos falando 
de Políticas Públicas. Embora não exista um conceito totalmente consolidado na literatura acadêmica, podemos 
entender as políticas públicas como ações, programas e projetos do governo voltados para garantir os direitos 
dos cidadãos.
Apesar da complexidade em definir esse conceito, é importante entender que as políticas públicas estão rela-
cionadas à vida dos cidadãos que compõem uma sociedade. Os problemas relacionados à garantia dos direitos 
precisam ser identificados e analisados para que as ações possam ser planejadas e executadas.
Embora as políticas públicas sejam um conjunto de ações do poder público, várias parcerias com o setor privado 
têm sido feitas para a implementação de políticas sociais. Portanto, o campo das políticas públicas é muito amplo 
e implica conhecer o contexto histórico e econômico em que estão inseridas.
Segundo Azevedo (1997), o estudo sobre as políticas públicas no Brasil ganhou grande destaque na década de 
1980, ampliando esse campo investigativo principalmente nas áreas da Sociologia e da Ciência Política. Essa 
ampliação está diretamente ligada ao contexto histórico do país, que após um período de ditadura militar, iniciou 
o processo de abertura democrática. 
Nas Unidades 2 e 3 apresentaremos a evolução histórica das políticas públicas no país e a 
contextualização dos modelos econômicos. 
Com a ampliação dos estudos a respeito das políticas públicas, essa temática passou a fazer parte do currículo de 
outras áreas, como a saúde, a educação, o meio ambiente, a justiça, a economia, entre outras. Como exemplos 
de políticas públicas podemos citar programas e ações como a pavimentação de ruas, saneamento básico, saúde 
pública, escola pública, programas habitacionais, leis que proíbem a comercialização de produtos que prejudi-
cam a saúde ou meioambiente etc. 
O principal objetivo é a garantia de direitos para o exercício da cidadania. Portanto, vários programas são cria-
dos pelo poder público, com ou sem a parceria privada, para promover a igualdade e a qualidade de vida. Dessa 
forma, todos os poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) estão envolvidos, atuando através da criação de leis 
que irão regulamentar programas e orçamentos, bem como através de autorizações referentes à distribuição de 
serviços e recursos. 
14
Economia e Políticas Públicas para a Educação | Unidade de estudo 1 – Conceitos Fundamentais
Figura 1.5 – Políticas Públicas
Legenda: Regulamentos; Políticas e Requisitos; Normas de Segurança; Acordos Regulatórios.
Fonte: <https://br.123rf.com/photo_40505988_compliance-design-concept-set-with-regulations-policies-and-require-
ments-flat-icons-isolated-vector-.html>. Acesso em: 2017.
De acordo com a atual Constituição Federal, todo cidadão brasileiro possui direitos e garantias fundamentais. 
Esses direitos são individuais e coletivos:
Artigo 5º: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade. (BRASIL, 1988).
A partir desses direitos fundamentais, os gestores públicos, com o objetivo de promover a equidade, precisam 
garantir os direitos sociais:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o trans-
porte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistên-
cia aos desamparados, na forma desta Constituição. (BRASIL, 1988)
A Constituição Federal é a lei maior, portanto, todos os programas e ações sociais precisam estar pautados nela. 
Além da Constituição Federal temos a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) que mesmo sendo um 
documento que não exige obrigação legal, fundamenta os princípios das constituições de vários países.
Acesse o link<http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Declara%C3%A7%C3%A3o-
-Universal-dos-Direitos-Humanos/declaracao-universal-dos-direitos-humanos.html> 
para conhecer a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Dentre os programas sociais desenvolvidos na esfera federal, podemos citar o Bolsa Família; o Minha Casa Minha 
Vida; a Lei Maria da Penha; o Mais Médicos; a Farmácia Popular; o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC); 
entre outros. São programas e ações que visam ao benefício do coletivo e do individual, de forma a tentar pro-
mover a equidade.
15
Economia e Políticas Públicas para a Educação | Unidade de estudo 1 – Conceitos Fundamentais
Equidade: igualdade, justiça, imparcialidade. 
Glossário
É importante destacar que as políticas públicas não conseguem resolver plenamente os problemas da sociedade, 
mas são fundamentais para diminuir a desigualdade social. Para um exame mais profundo das políticas públicas 
e suas implicações para a garantia, ou não, da equidade, é preciso considerar a perspectivas geral e concreta 
dessa análise:
[...] quando se enfocam as políticas públicas em um plano mais geral, e, portanto, mais abstrato 
isto significa ter presente as estruturas de poder e de dominação, os conflitos infiltrados por todo 
o tecido social e que têm no Estado o locus da sua condensação [...] Em um plano mais concreto, 
o conceito de políticas públicas implica considerar os recursos de poder que operam na sua defi-
nição e que têm nas instituições do Estado, sobretudo na máquina governamental, o seu princi-
pal referente. Outra importante dimensão que se deve considerar nas análises é que as políticas 
públicas são definidas, implementadas, reformuladas ou desativadas com base na memória da 
sociedade ou do Estado em que têm lugar e que por isso guardam estreita relação com as repre-
sentações sociais que cada sociedade desenvolve por si própria. Nesse sentido, são construções 
informadas pelos valores, símbolos, normas, enfim, pelas representações sociais que integram o 
universo cultural e simbólicode uma determinada realidade. (AZEVEDO, 1997, p. 5-6).
A grande mídia e as redes sociais contribuem bastante na criação das representações sociais para o entendi-
mento do que seja a política, além de influenciarem na aceitação ou não de determinados projetos sociais. Além 
disso, infelizmente, no Brasil temos uma característica de descontinuidade, ou seja, os projetos terminam junto 
com os mandatos dos representantes políticos. A descontinuidade faz com que muitas pessoas duvidem da rele-
vância das políticas públicas e, inclusive, se posicionem contrariamente aos programas sociais. 
Sendo assim, para compreender melhor o conceito e a prática das políticas públicas, é preciso conhecer e refletir 
sobre o contexto em que estas são desenvolvidas, desde o planejamento à fiscalização. 
1.5 Políticas Públicas e Educação
Como você aprendeu anteriormente, de acordo com o artigo 6º da Constituição Federal, a educação é um direito 
social. A Constituição Federal também define em seu artigo 205 que, a educação, além de ser um direito de todos 
é “dever do Estado e da família e será promovida com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvi-
mento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. (BRASIL, 1988).
O Estado deverá, então, promover programas e ações para a garantia desse direito. Portanto, podemos entender 
a educação como uma política pública. É importante destacar que uma abordagem da educação como política 
pública ou política social,
[...] requer diluí-la na sua inserção mais ampla: o espaço teórico-analítico próprio das políticas 
públicas, que representam a materialidade da intervenção do Estado, ou o “Estado em ação”. 
Desse modo pode-se resgatar, nesse mesmo espaço, as particularidades da política educacional 
contextualizadas segundo as distintas vertentes analíticas. (AZEVEDO, 1997, p. 5).
16
Economia e Políticas Públicas para a Educação | Unidade de estudo 1 – Conceitos Fundamentais
A citação acima traz mais um entendimento a respeito do conceito de política pública: o “Estado em ação”. Assim, 
as políticas públicas para a educação ou as políticas educacionais podem ser compreendidas como a intervenção 
do Estado em prol da educação, ou o Estado em ação para promover a educação.
Você está atento(a) e já sabe que as questões a respeito da contextualização histórica da evolução das políticas 
públicas e das influências dos modelos econômicos serão vistas nas próximas unidades. Portanto, agora analisa-
remos as políticas educacionais de forma prática, para que o conceito fique mais claro.
Figura 1.6 - Direitos
Legenda: A Constituição Federal prevê vários direitos sociais aos cidadãos.
Fonte:<http://www.professor.bio.br/historia/imagens/questoes/6429.jpg>. Acesso em: 2017.
Vamos continuar conhecendo o que a Constituição Federal dispõe a respeito da Educação. No artigo 206 estão 
descritos os princípios que deverão embasar o ensino:
I- igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II- liberdade de aprender, ensi-
nar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III- pluralismo de ideias e de concep-
ções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; IV- gratuidade do 
ensino público em estabelecimentos oficiais; V- valorização dos profissionais da educação esco-
lar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso 
público de provas e títulos, aos das redes públicas; VI- gestão democrática do ensino público, na 
forma da lei; VII- garantia de padrão de qualidade; VIII- piso salarial profissional nacional para os 
profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal. (BRASIL, 1988).
A palavra “princípio” significa base, lei, regra, começo, início, máxima, preceito moral. Nesse sentido, tanto o 
poder público quanto a iniciativa privada devem oferecer o ensino visando à igualdade, à liberdade, ao plura-
lismo, à valorização dos profissionais da educação, ao padrão de qualidade e ao respeito ao piso salarial. Como 
você pode ver, o acesso à escola, a aprendizagem e o trabalho do professor são voltados para garantir uma edu-
cação de qualidade ao aluno, pois esse é um direito social. 
No que diz respeito ao poder público, está previsto que o Estado deve oferecer educação gratuita e que a gestão 
deve ser democrática. Isso significa que nas escolas públicas não pode ocorrer nenhum tipo de cobranças e taxas, 
haja vista que a escola pública é mantida pelos impostos pagos pela população.
17
Economia e Políticas Públicas para a Educação | Unidade de estudo 1 – Conceitos Fundamentais
Gestão Democrática: participação de toda a comunidade escolar na administração e no 
desenvolvimento pedagógico da escola.
Glossário
Esses princípios correspondem a uma perspectiva de escola democrática e também estão presentes da Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), aprovada em 20 de dezembro de 1996. A LDBEN é uma política 
pública, pois estabelece as diretrizes da educação nacional. O contexto histórico e uma análise mais profunda da 
LDBEN serão apresentados nas próximas unidades.
Enquanto profissional da educação é importante que você conheça com profundidade a Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação.
Para que o Estado cumpra o seu dever, garantindo educação de qualidade, é preciso que ações sejam voltadas 
para atender a todos, sem distinção de cor, religião, condição física, mental ou idade, e que haja a oportuni-
dade de que todos sejam atendidos pela escola pública. Assim, políticas públicas precisam ser desenvolvidas para 
atender também aos alunos portadores de deficiências, transtornos globais de desenvolvimento, altas habilida-
des ou superdotação; ofertar educação para os alunos que não concluíram na idade própria, ou seja, educação 
para jovens e adultos; e ofertar o ensino noturno regular para que os trabalhadores tenham condições de estudar.
Mas não basta que o aluno tenha acesso à escola, é preciso que ele permaneça, portanto, o poder público tam-
bém deve garantir a distribuição de materiais escolares; transporte escolar; alimentação; e assistência à saúde. 
Esses são os padrões mínimos para a uma educação de qualidade.
18
Economia e Políticas Públicas para a Educação | Unidade de estudo 1 – Conceitos Fundamentais
Figura 1.7 – Direito a uma educação de qualidade
Legenda: Todos precisam conhecer os seus direitos.
Fonte:<https://br.123rf.com/photo_51854422_diverse-group-people-holding-placard-concept.html>. Acesso em: 2017.
A educação é um direito público subjetivo, ou seja, o poder público tem a obrigação de oferecer acesso gratuito 
ao ensino obrigatório. A idade obrigatória para cursar a educação básica é dos 4 aos 17 anos, portanto, toda 
criança e adolescente com idades nessa faixa precisam estar obrigatoriamente matriculados em uma escola, 
sendo os pais responsabilizados caso isso não aconteça. 
A educação básica é composta pela Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Aos estados 
compete garantir o Ensino Fundamental e oferecer, prioritariamente, o Ensino Médio. Já os municípios devem 
oferecer a Educação Infantil e prioritariamente, o Ensino Fundamental. O Ensino Superior é responsabilidade da 
União.
De acordo com o artigo 208, §3º da Constituição Federal: “Compete ao Poder Público recensear os educandos 
no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola” 
(BRASIL, 1988). É por isso que as matrículas precisam ser divulgadas em diferentes meios para que a população 
seja convocada e mecanismos devem ser criados para cadastrar as informações dos alunos. A frequência do 
aluno deve ser obrigatoriamente registrada e os pais sempre devem ser convocados quando os alunos extrapo-
lam o limite de 30 faltas consecutivas. 
Caso o poder público não cumpra o seu papel, as autoridadescompetentes poderão ser responsabilizadas. Assim, 
é importante que medidas de controle e fiscalização funcionem para que os direitos sejam garantidos. É impor-
tante também que a população conheça os programas e ações voltados para a educação, a fim de que possam 
denunciar irregularidades.
Para que as políticas públicas cumpram sua função social, é preciso que cidadãos estejam atentos e lutem por 
seus direitos. Em um sistema capitalista, as opressões e as explorações produzem a desigualdade, mas a igual-
dade é um direito, portanto, é preciso lutar para que as condições sejam mais justas para todos.
19
Economia e Políticas Públicas para a Educação | Unidade de estudo 1 – Conceitos Fundamentais
Acompanhe os programas e ações desenvolvidos pelo Ministério da Educação através do 
link<http://portal.mec.gov.br/acoes-e-programas> e já se prepare para o Desafio da disci-
plina.
20
Considerações finais
Ao longo desta unidade, você estudou os seguintes pontos:
• ECONOMIA: é a ciência que estuda a forma como os bens e servi-
ços, indispensáveis à necessidade humana, são produzidos e dis-
tribuídos.
• CAPITALISMO: sistema econômico caracterizado pela proprie-
dade privada dos meios de produção e exploração das forças de 
trabalho assalariado, visando exclusivamente o lucro. Portanto, 
todo o sistema político está nas mãos dos detentores do capital.
• ECONOMIA DA EDUCAÇÃO: é a área de estudos sobre as ques-
tões econômicas que envolvem o campo educacional, como por 
exemplo, as condições de oferta do ensino e o financiamento da 
educação.
• TEORIA DO CAPITAL HUMANO: nessa teoria aeducação é vista 
como a principal condição para o desenvolvimento econômico e 
individual. O indivíduo se educa para valorizar o capital.
• POLÍTICA: todas as ações que se referem à cidade, ao coletivo. 
É o exercício do poder que envolve os interesses e decisões que 
afetam a cidade, a sociedade, a população. 
• POLÍTICAS PÚBLICAS: ações, programas e projetos do governo 
voltados para garantir os direitos dos cidadãos, ou seja, o “Estado 
em ação”.
Nas próximas unidades esses conceitos serão importantes para que você 
entenda melhor as relações entre Economia e Educação, e reflita sobre as 
políticas públicas educacionais em vigor.
.
Referências bibliográficas
21
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relações entre educação e estrutura econômico-social capitalista. 5. ed. 
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Direitos Humanos adotada e proclamada pela Resolução nº 217 A (III) da 
Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948. Assi-
nada pelo Brasil na mesma data. Disponível em: <http://www.direitoshu-
manos.usp.br/index.php/Declara%C3%A7%C3%A3o-Universal-dos-
-Direitos-Humanos/declaracao-universal-dos-direitos-humanos.html>. 
Acesso em: 2017. 
SAVIANI, Demerval. Prefácio. In: FRIGOTTO G.A produtividade da escola 
improdutiva: um (re) exame das relações entre educação e estrutura eco-
nômico-social capitalista. 5. ed. São Paulo: Cortez, 1999.
24
Economia e Políticas Públicas para Educação | Unidade de estudo 2 – Origem e Evolução
Figura 2.1 – Voltando à História da Educação
Legenda: Os conhecimentos obtidos na disciplina História da Educação vão lhe ajudar bastante nesta unidade.
Fonte:<https://previews.123rf.com/images/aoosthuizen/aoosthuizen1304/aoosthuizen130400079/19145795-Railway-
disappear-in-watch-grunge-old-art-decay-black-and-white-Stock-Photo.jpg>. Acesso em: 2017.
2.1 O Contexto Década da Era Vargas
Você viu na Unidade 1 que os estudos sobre as políticas públicas no Brasil são mais visíveis a partir da década 
de 1960 com a aceitação da Teoria do Capital Humano. Na década de 1980 os estudos no campo das políticas 
educacionais se intensificaram, devido à abertura política com o fim da ditadura militar. Mas para entender a 
evolução dessas políticas, precisamos voltar à década de 1930.
A quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929 trouxe consequências para o Brasil, como a grande crise do 
café. Contudo, essa mesma crise motivou o desenvolvimento industrial e da educação.
De 1930 a 1937, motivada pela industrialização, emergente e pelo fortalecimento do Estado-
-nação, a educação ganhou importância e foram efetuadas ações governamentais com a pers-
pectiva de organizar, em plano nacional, a educação escolar. (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2005, 
p. 151-152).
Os autores acima também destacam que com a Revolução industrial de 1930, o capitalismo industrial no Brasil 
se consolidou, determinando novas exigências educacionais. Exemplo disso foi o crescimento do número das 
escolas primárias nos vinte anos que se seguiram, bem como o crescimento das escolas técnicas. 
O Ministério da Educação (MEC), que você conhece hoje, teve sua origem no ano de 1930 e era chamado de 
Ministério da Educação e Saúde Pública (MESP). Duas áreas tão importantes e fundamentais compondo o mesmo 
Ministério não parece ser o ideal, mas não se esqueça de que estamos falando de uma época em que essas ques-
tões começavam a ganhar visibilidade.
25
Economia e Políticas Públicas para Educação | Unidade de estudo 2 – Origem e Evolução
Para conhecer um pouco mais a história do MEC e sua atual composição, acesse o Portal 
através do link<http://portal.mec.gov.br/institucional>. 
Em 1931 foi iniciada a Reforma Francisco Campos que proporcionou ações do Estado Nacional mais voltadas 
para a educação, nos ensinos secundário, comercial e superior. Entretanto, é importante destacar que de 1930 a 
1945 o país viveu um período de governo centralizado, o que influenciou na organização da educação:
Com a Reforma Francisco Campos, iniciada em 1931, o Estado organizou a educação escolar no 
plano nacional, especialmente nos níveis secundários e universitários e na modalidade do ensino 
comercial, deixando em segundo plano o ensino primário e a formação dos professores. (LIBÂ-
NEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2005, p. 153-154).
Não se esqueça de que estamos falando do período conhecido como Estado Novo, período da Ditadura de 
Getúlio Vargas. Aliado a outros líderes dos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul, ele participou de 
um golpe de estado que derrubou o presidente Washington Luiz e impediu a posse do sucessor, Júlio Prestes. A 
era Vargas foi marcada por várias mudanças econômicas e sociais e durou 15 anos.
Segundo Libâneo,Oliveira eToschi (2005), na primeira fase do governo de Vargas, as propostas educacionais 
eram organizadas por educadores católicos e liberais, mas assim que o Ministro Francisco Campos assumiu o 
MESP, impôs as diretrizes traçadas pelo Ministério.
Liberal: partidário da liberdade econômica, política, religiosa etc. Defende as ideias do Libe-
ralismo (doutrina que defende a mínima intervenção do Estado na economia e privilegia a 
liberdade do indivíduo em relação ao poder do Estado). 
Glossário
Em 1937 Getúlio Vargas outorga uma nova constituição,totalmente diferente da de 1934, fruto da Revolução 
Constitucionalista de 1932. A Constituição de 1934, que objetivava a organização de um regime democrático, 
no que diz respeito à educação, apresentava ideias tanto dos educadores católicos e liberais, como as propostas 
do Manifesto dos Pioneiros da Educação. 
26
Economia e Políticas Públicas para Educação | Unidade de estudo 2 – Origem e Evolução
O escolanovismo, como você deve lembrar, defendia uma escola única, pública, laica, obrigatória e gratuita. Esse 
movimento, segundo Libâneo,Oliveira eToschi (2005) incentivou a sociedade civil a se mobilizar em torno da 
educação.
Você pode acessar o Manifesto dos Pioneiros da Educação através do link<http://www.domi-
niopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=205210>.
Mas em 1937, com a nova Constituição sancionando a ditadura de Vargas, os debates sobre a educação ficaram 
limitados. A educação ficou nas mãos da elite, mas vários educadores se colocaram em defesa de uma escola 
para todos. Apesar da pressão social, o ensino, mesmo em expansão, continuou mantendo sua característica 
conservadora e elitista (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2005).
Figura 2.2 – Anísio Teixeira
Legenda: Anísio Spindola Teixeira (1900 – 1971). Grande difusor do escolanovismo e um 
dos intelectuais signatários do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova.
Fonte: <http://obviousmag.org/viver_a_deriva_e_sentir_que_tudo_esta_bem/assets_c/2016/05/AN%C3%8DSIO-TEI-
XEIRA-miniatura-800x358-149372.jpg>. Acesso em: 2017
Nos anos de 1942 e 1946 foram promulgadas as Leis Orgânicas do Ensino, fato também conhecido como 
Reforma Capanema. Essas leis desobrigavam o Estado a manter e expandir o ensino público, mas também esta-
beleceram a reforma do ensino agrícola, comercial e secundário.
Com a Lei Orgânica de 1942 foi criado o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), um sistema de 
ensino paralelo para preparar mão de obra qualificada. O SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) 
foi criado através da Lei Orgânica de 1946, também com o objetivo de preparar mão de obra qualificada.
O Estado, para atender às demandas do mercado de trabalho, cria esses dois sistemas de ensino paralelos, por 
não dispor de uma estrutura satisfatória para a educação profissional. A grande característica da educação 
27
Economia e Políticas Públicas para Educação | Unidade de estudo 2 – Origem e Evolução
durante o Estado Novo foi a escola dualista, o que trazia consequências nas formas do poder público agir em 
favor da educação. No dualismo educacional oficializa-se o
ensino secundário para as elites e o ensino profissionalizante para as classes populares. As leis 
orgânicas desse período, por meio de exames rígidos e seletivos, tornavam o ensino antidemo-
crático, ao dificultarem ou impedirem o acesso das classes populares não só ao ensino propedêu-
tico, de nível médio, mas também ao ensino superior. (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2005, p. 164).
Esses autores também chamam atenção para o fato de que a classe média não estava interessada nesse tipo de 
ensino. Portanto, ao invés de o Estado investir no sistema público de educação, deixou por conta das indústrias e 
do comércio essa responsabilidade.
O interesse do Estado não era a formação completa do aluno da classe trabalhadora, mas 
abastecer o mercado com mão de obra. Você ainda consegue perceber esse tipo de escola 
nos dias atuais, em que a classe popular recebe o mínimo para conseguir um emprego atra-
vés da formação técnica, enquanto a elite é formada para o ensino superior?
2.2 O Contexto da Ditadura Militar 
Com o fim da Era Vargas em 1945 o país viveu, até 1960, um período de crescimento da industrialização, levando 
o Estado a adotar uma política de desenvolvimento da educação. A ênfase no ensino profissionalizante ainda 
permanecia devido ao contexto econômico. Em 1959 foi divulgado o Manifesto dos Educadores em defesa da 
escola pública e em 1961 foi promulgada a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei n. 4.024/1961). 
1964 é o ano do golpe militar, em que mais uma ditadura se impõe. Um novo golpe, só que dessa vez mais 
duro, mais rígido, mais repressor. Algumas correntes insistem em chamar o período que vai de 1964 a 1985 de 
intervenção militar. Entretanto, os registros históricos comprovam que foi uma ditadura, iniciada com um golpe 
militar, em que predominavam a censura e a tortura a qualquer forma de objeção ao regime.
O livro “Brasil:Nunca mais” (Paulo Evaristo Arns, Editora Vozes, 1985) apresenta o trabalho de 
uma equipe de especialistas que durante oito anos reuniu cópias de mais de 700 processos 
políticos que tramitaram pela Justiça Militar, entre abril de 64 e março de 79. O livro é um 
relato doloroso da repressão e tortura que se abateram sobre o Brasil.
28
Economia e Políticas Públicas para Educação | Unidade de estudo 2 – Origem e Evolução
No que se refere ao campo educacional, o contexto da ditadura militar trouxe grandes consequências. Mais uma 
vez temos a acentuação do ensino técnico com o objetivo de limitar a inserção da classe trabalhadora no ensino 
superior. 
Em relação às reformas educacionais, foram promulgadas as Leis n. 5.540/1968 que reformou o Ensino Superior 
e a Lei n. 5.692/1971 que reformou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, através da implantação do ensino 
de 1º e 2º graus. Convém destacar que essas legislações estavam a serviço da ditadura militar e representavam 
seus ideais.
Lembre-se que a Lei n. 5.692/1971 não é uma nova LDB, mas sim uma reforma da primeira 
LDB,da Lei n. 4.024/1961.
As novas legislações em vigor trouxeram algumas mudanças no ensino, como a obrigatoriedade de ensino de 
Educação Moral e Cívica em todos os graus e modalidades (OSPB – Organização Social e Política Brasileira, no 
fim do grau médio; e EPB – Estudos de Problemas Brasileiros, no curso superior). O objetivo dessa disciplina era 
propagar os ideais da ditadura militar, para que a sociedade aceitasse e obedecesse ao regime.
Não podemos deixar de destacar que o período da Ditadura Militar foi marcado por muita luta, haja vista que os 
direitos civis, ao invés de serem garantidos, passaram a ser subtraídos. Alguns exemplos: em 1967 todas as orga-
nizações foram consideradas subversivas e fora da lei, como a União Nacional dos Estudantes (UNE); houve um 
intenso controle das escolas do grau médio e os grêmios foram transformados em centros cívicos; em 1969 foi 
outorgado o Decreto-Lei n. 477 que proibia aos professores, alunos e funcionários das escolas toda e qualquer 
manifestação de caráter político.
A repressão motivou a luta contra a opressão e vários intelectuais e artistas se colocaram contra o regime militar. 
Alguns foram exilados, muitos foram torturados e outros muitos foram assassinados, simplesmente porque que-
riam exercer o direito da liberdade de pensamento e de expressão.
29
Economia e Políticas Públicas para Educação | Unidade de estudo 2 – Origem e Evolução
Figura 2.3 – Paulo Freire
Legenda: Educador que lutou pela educação popular no Brasil. Recebeu o título de Patrono da Educação Brasileira.
Fonte:<https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/originals/1f/bd/b3/1fbdb3fa38b8c0d91826f9dfd9101ecc.jpg>. Acesso 
em: 2017.
Esse período também foi marcado pela dualidade da escola, principalmente devido à Reforma Tecnicista. Você 
viu na Unidade 1 que a Pedagogia Tecnicista é marcada pela formação voltada para o mercado de trabalho. A 
Reforma Tecnicista foi implementada como garantia para os acordos que o Ministério da Educação fez secreta-
mente com os Estados Unidos, e ficaram conhecidos como acordos MEC-USAID.
Esses acordos foram divulgados publicamente apenas em 1996 e foram implementados a partir da Lei n. 
5.540/1968. O Brasil, diante da grave crise econômica, buscava moldar seu ensino de acordo com os padrões 
dos Estados Unidos,e, para isso, se submeteu a esses acordos para receber financiamento. Cabe destacar que 
durante a Ditadura Militar a dívida externa do Brasil cresceu exponencialmente, afundando o país financeira-
mente. 
Dívida externa: débitos resultantes de empréstimos contraídos por um Estado no estran-
geiro..
Glossário
As políticas educacionais desse período, portanto, estavam voltadas para atender ao mercado de trabalho de 
acordo com o padrão estadunidense. Nesses acordos o Brasil se comprometeu a buscar auxílio dos Estados Uni-
dos, portanto, algumas medidas foram tomadas: obrigatoriedade do ensino da língua inglesa; ampliação dos 
cursos técnicos; diminuição da carga horária de História e a retirada de disciplinas como a Filosofia dos currículos 
escolares. 
Para receber investimento, essas mudanças foram obrigatórias e atingiram gravemente a qualidade do ensino no 
país. As escolas estavam voltadas apenas para a produção de mão de obra “qualificada”. Veremos nas próximas 
unidades que o objetivo desses acordos era levar à privatização do ensino público, haja vista que esses acordos 
favoreceram apenas as escolas privadas que dispunham dos recursos necessários ao ensino profissionalizante.
30
Economia e Políticas Públicas para Educação | Unidade de estudo 2 – Origem e Evolução
Privatização: ato de privatizar um bem público em uma propriedade privada.
Glossário
Outra política educacional implementada se deu através do Decreto n. 68.908/1971 com a criação do vestibular 
classificatório, limitando o acesso ao ensino superior àqueles que recebiam uma educação completa e não vol-
tada para o mercado de trabalho. Consequentemente, temos a continuidade da elite ocupando o ensino superior 
e a classe popular estagnando no ensino profissionalizante para ingressar no mercado de trabalho.
2.3 O Contexto das Décadas de 1980 e 1990
Com o fim da Ditadura Militar em 1985 e a abertura política, novos horizontes começam a se delinear no âmbito 
educacional. Entretanto, as políticas continuam submissas às exigências internacionais. Alguns economistas 
consideram a década de 1980 como a “década perdida” devido à estagnação financeira que atingiu a América 
Latina, mas foi também um período de intensificação dos movimentos sociais no Brasil.
O cenário político foi marcado pela organização civil através de sindicatos e associações que deflagraram várias 
greves trabalhistas em busca de melhores salários e condições de trabalho. Temos o exemplo também da cam-
panha pelas Diretas Já, em que o povo foi às ruas exigir o direito ao voto direto nas urnas para a eleição dos seus 
representantes.
A política educacional também foi marcada por importantes acontecimentos, como o Plano Mineiro de 
Educação que ocorreu de 1984 a 1987, em que trinta e uma escolas de ensino Normal foram transformadas em 
Centros Específicos de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério (CEFAM). Em 1985 aconteceu a inauguração 
do primeiro Centro Integrado de Educação Pública (CIEP) no Rio de Janeiro, projeto inovador de ensino integral. O 
projeto foi desenvolvido pelo antropólogo Darcy Ribeiro no governo de Leonel Brizola. 
As aulas eram organizadas em períodos que iam das 8h da manhã até às 17h, com a oferta de atividades cultu-
rais, aulas de educação física e estudos dirigidos, além do currículo oficial. Uma característica marcante dos CIEPs 
é a estrutura arquitetônica, projeto desenvolvido pelo arquiteto Oscar Niemeyer. 
Outro programa também voltado para a formação integral foi implementado em 1988, o Programa de Formação 
Integral da Criança (Profic) em São Paulo. Esse programa durou até 1993 e tinha por objetivo estender o tempo de 
permanências das crianças mais pobres nas escolas para melhorar o processo de ensino-aprendizagem.
Em 1988 tivemos a promulgação da nova Constituição Federal, também chamada de Constituição Cidadã, devido 
ao processo de redemocratização do país. Foi a primeira constituição a apresentar um capítulo inteiro sobre a 
Educação. Na Unidade 1 você conheceu os principais deveres do Estado para garantir os direitos dos cidadãos.
31
Economia e Políticas Públicas para Educação | Unidade de estudo 2 – Origem e Evolução
A década de 1990 também foi marcada por grandes mudanças nas políticas educacionais. Em 1990 foi realizada 
a Conferência Mundial de Educação para Todos, na Tailândia, na cidade de Jontiem. Nessa conferência foi 
aprovada a Declaração Mundial de Educação para Todos. 
Na Unidade 4 apresentaremos mais detalhes sobre a Conferência Mundial de Educação para 
Todos de 1990.
Outras ações governamentais que marcaram a década de 1990 foram o Programa Nacional de Alfabetização e 
Cidadania (PINAC) em 1990; a realização da Semana Mundial de Educação para Todos (Brasília) em 1993 para 
elaborar o Plano Decenal de Educação para o período de 1993 a 2003; a elaboração dos Parâmetros Curriculares 
Nacionais (PCNs) em 1995; e a promulgação da nova LDB em 1996.
O Programa Nacional de Alfabetização e Cidadania (PINAC) tinha como objetivo combater o analfabetismo e 
valorizar o professor. Infelizmente o programa não conseguiu atingir as metas e não beneficiou o ensino público, 
pois não estava clara a forma da distribuição das verbas, além dos atrasos nos repasses. Instituições de ensino 
não regular foram as mais beneficiadas com o projeto.
O Plano Nacional de Educação para Todos está inserido no contexto do início do governo do presidente Fernando 
Collor de Mello, acompanhando a discussão internacional que estava sendo realizada sobre o plano decenal para 
os países do terceiro mundo.
Proposto pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), 
pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), pelo Programa das Nações Unidas para 
o Desenvolvimento (PNUD), pelo Banco Mundial, o Plano Decenal de Educação para Todos foi 
editado em 1993, mas nunca saiu do papel, sendo abandonado com a posse de Fernando Henri-
que Cardoso em 1995. Com o projeto de reformar toda a educação brasileira, este governo, cujo 
término se deu em 2002, apresentou o Plano Nacional de Educação como continuidade do Plano 
Decenal de 1993. (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2005, p. 179).
O Plano Nacional de Educação está previsto em Lei e tem por objetivo determinar as metas e as estratégias para 
as políticas educacionais que serão implementadas dos dez anos seguintes. O atual Plano de Educação foi apro-
vado em 2014 e durará até o ano de 2024.
32
Economia e Políticas Públicas para Educação | Unidade de estudo 2 – Origem e Evolução
 
Para conhecer as metas do atual Plano Nacional de Educação siga o link<http://pne.mec.
gov.br/>.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) compõem um documento que se propõe a oferecer orientações 
para a construção de uma Base Nacional Comum para a Educação Básica. A versão preliminar foi divulgada em 
1995, já os PCNs para o Ensino Fundamental I foram publicados em 1997 e os destinados ao Ensino Fundamental 
II foram publicados em 1998. Os PCNs para o Ensino Médio foram publicados em 1999.
Figura 2.4 – PCNs
Legenda: Parâmetros Curriculares Nacionais
Fonte: <http://brasilescola.uol.com.br/upload/e/PCN.jpg>. Acesso em: 2017.
Os PCNs não podem ser entendidos como uma legislação, mas como com uma orientação para as escolas for-
mularem seus currículos e seus Projetos Políticos-Pedagógicos. O objetivo é a formação para a cidadania demo-
crática. Embora o MEC afirme que os documentos são resultados de vários debates e reflexões de educadores de 
vários estados e municípios, na verdade, os PCNs são fruto de um estudo realizado pela Fundação Carlos Chagas. 
Os PCNs apresentam temas transversais que deverão perpassar todas as disciplinas. Os temas estão divididos em 
seis áreas: Ética; Orientação Sexual; Meio Ambiente; Saúde; Pluralidade Cultural; Trabalho e Consumo.
33
Economia e Políticas Públicas para Educação | Unidade deestudo 2 – Origem e Evolução
2.4 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
No dia 20 de dezembro de 1996 foi sancionada a Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 
9.394/1996, também conhecida como a Lei Darcy Ribeiro. Muitas são as críticas à Nova LDBEN, pois apesar de 
vários anos de discussão, o texto aprovado não correspondeu às demandas que estavam sendo discutidas, além 
do número de artigos ser muito pequeno, apenas 92 na época da aprovação. Mas, segundo Demo:
Num país que tem muitas leis para não serem cumpridas, sobretudo na esfera da educação, falar 
pouco é garantia de não aumentar as bobagens, além de fugir das prolixidades usuais nessa parte. 
Nesse sentido, ao lado de ranços que a Lei preserva, há avanços incontestáveis, que vão em grande 
parte – por conta da mão do Senador Darcy Ribeiro, frequentemente mal interpretado como “mal 
interventor”, por ter intercalado no processo decisório sua proposta oriunda do Senado. (DEMO, 
2011, p. 5).
Apesar das críticas ao processo de aprovação da nova LDBEN, é importante conhecer e analisar os seus artigos, 
pois se trata de uma política pública que define as normas de funcionamento da educação nacional. Para enten-
der as principais mudanças, vamos apresentar resumidamente os principais pontos da LDB n. 4.024/1961 e da 
Lei n. 5692/1971.
Alguns destaques da LDB n. 4.024/1961 são: 
• Organização curricular – limitada em relação ao currículo previsto anteriormente pelas Leis Orgânicas;
• As línguas clássicas foram obrigatoriamente suprimidas;
• Parceria curricular dos Conselhos Federal e Estaduais de Educação para a determinação de disciplinas 
curriculares do Ensino Médio;
• Possibilidade de criação de disciplinas optativas pelos estabelecimentos de ensino;
• Tratava todos os níveis de ensino, organizando-os com validade para todo o território nacional;
• Plano Nacional de Educação - o governo passou a ter de investir no mínimo 12% da arrecadação com 
educação. Metas qualitativas e quantitativas que deveriam ser alcançadas em oito anos: atingir 100% de 
matrícula no ensino primário, 70% da população entre 12 e 14 anos na quinta e sextaséries, expansão 
do ensino médio e superior, expansão do ensino médio e superior e formação de 100% do professorado 
até 1970.
Alguns pontos da Lei n. 5.692/1971:
• Estrutura curricular baseada no núcleo comum (Comunicação e expressão, Estudos Sociais e Ciências);
• Inclusão das disciplinas: Estudos sociais, Educação Moral e cívica e Organização Social e política brasi-
leira no currículo do primeiro e segundo graus;
• Obrigatoriedade da profissionalização no ensino de segundo grau – foram criadas 130 habilitações; 
• Gestão da escola – os cargos de gerenciamento eram ocupados através de indicação;
• Supervisores – profissionais encarregados de zelar pela prática docente, controlando os planejamentos, 
verificando as técnicas;
• Inspetores – profissionais encarregados de fazer cumprir o aparato técnico;
34
Economia e Políticas Públicas para Educação | Unidade de estudo 2 – Origem e Evolução
• Orientadores – profissionais encarregados de ajustar o alunado às exigências pedagógicas e disciplinares;
• Administradores – encarregados de fazer cumprir o aparato técnico.
Agora vamos analisar a Nova LDBEN sob o ponto de vista das políticas educacionais. Segundo Demo (2011), a Lei 
apresenta uma característica flexível, permitindo interpretações abusivas ou ambíguas, além de oportunizar o 
seu mau aproveitamento para alimentar o corporativismo local e classista, ou seja, para aproveitamento próprio, 
ao invés de garantir os direitos dos alunos. Ela também pode ser mal utilizada por autoridades locais, que poderão 
investir minimamente alegando falta de recursos ou não se preocupando em verificar a aprendizagem.
O autor ainda destaca duas questões, como o problema do exagero nas considerações a respeito das particulari-
dades locais e o risco da não prestação de contas. É preciso atentar para essas possibilidades, para que os direitos 
dos alunos não sejam prejudicados devido à má interpretação ou má-fé na aplicação da legislação.
Figura 2.5 - Direitos na LDB
Legenda: Quais são os direitos previstos na LDBEN?
Fonte: <http://4.bp.blogspot.com/_8eYURIvIDGU/SayKOEC1iOI/AAAAAAAAA64/wUJi6FNBI3Y/s400/direitosetas.jpg>. 
Acesso em: 2017.
A nova LDBEN também define os princípios que deverão embasar o ensino, assim como a Constituição Federal de 
1988. Porém, ela amplia esses princípios, conforme disposto nos incisos do artigo 3º:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, 
ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias 
e de concepções pedagógicas; IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; V - coexistência de 
instituições públicas e privadas de ensino; VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos 
oficiais; VII - valorização do profissional da educação escolar; VIII - gestão democrática do ensino 
público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; IX - garantia de padrão de 
qualidade; X - valorização da experiência extraescolar; XI - vinculação entre a educação esco-
lar, o trabalho e as práticas sociais. XII - consideração com a diversidade étnico-racial. (BRASIL, 
[1996]/2010).
Alguns princípios foram acrescentados à Lei, pois as Políticas Públicas precisam atender às demandas e às 
mudanças da sociedade. Uma grande diferença é que a Nova LDBEN apresenta de forma clara a coexistência de 
instituições públicas e privadas de ensino, abrindo mais possibilidades para a iniciativa privada atuar.
No artigo 2º essa vertente também fica bem explícita: 
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A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de 
solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo 
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, [1996]/2010).
No texto constitucional a educação aparece como um “dever do Estado e da Família”, já na Nova LDBEN a ordem 
ficou invertida. Pode parecer um simples equívoco na digitação das palavras, mas a ideia de que a iniciativa pri-
vada vem antes do poder público parece bastante evidente.
O Título III da Nova LDBEN dispõe a respeito do Direito à Educação e do Dever de Educar. O dever do Estado com 
a educação pública está definido mediante a garantia de:
Quadro 2.1 – Dever do Estado
DEVER DO ESTADO
Educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da 
seguinte forma: pré-escola, ensino fundamental e ensino médio.
Educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade.
Atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, 
preferencialmente na rede regular de ensino.
Acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e médio para todos os que não os concluíram na idade 
própria.
Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada 
um.
Oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando.
Oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às 
suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e 
permanência na escola.
Atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares 
de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
Padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de 
insumosindispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem.
Vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino fundamental mais próxima de sua residência a toda 
criança a partir do dia em que completar 4 (quatro) anos de idade.
Legenda: Dever do Estado para com a educação
Fonte: Fonte: LDBEN nº 9394/94, artigo 4º (BRASIL, [1996]/2010).
Essas são as obrigações do estado na garantia de uma educação pública e de qualidade. A LBDEN já passou por 
várias alterações, como a definição da idade mínima obrigatória para estudar. A partir de 2013 a idade mínima 
para estar na escola passou a ser 4 (quatro) anos, ou seja, a Educação Infantil passou a ser obrigatória. No texto 
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original o Ensino Médio também não era obrigatório, mas também passou a ser obrigatório a partir do ano de 
2013.
Vejamos agora as incumbências da União, dos Estados e dos Municípios, para que nas outras unidades fique mais 
fácil para você entender a implementação de determinadas políticas educacionais. 
Quadro 2.2 – Incumbências da União
INCUBÊNCIAS DA UNIÃO
Elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do sistema federal de ensino e o dos 
Territórios.
Prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o 
desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, 
exercendo sua função redistributiva e supletiva.
Estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes 
para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus conte-
údos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum.
Estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, diretrizes e procedimentos 
para identificação, cadastramento e atendimento, na educação básica e na educação superior, de alunos 
com altas habilidades ou superdotação.
Assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior, 
em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da quali-
dade do ensino.
Baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação.
Assegurar processo nacional de avaliação das instituições de educação superior, com a cooperação dos sis-
temas que tiverem responsabilidade sobre este nível de ensino.
Autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de edu-
cação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino.
Legenda: Incumbências da União para com a educação
Fonte: LDBEN n. 9394/1996, artigo 9º (BRASIL, [1996]/2010).
Quadro 2.3 – Incumbências dos Estados e do Distrito Federal
INCUMBÊNCIAS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL
Organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino.
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Economia e Políticas Públicas para Educação | Unidade de estudo 2 – Origem e Evolução
Nas próximas unidades passaremos a apresentar reflexões sobre as políticas educacionais 
atuais que lhe ajudarão a realizar o Desafio da disciplina!
Segundo Demo (2011, p. 80) a Nova LDBEN trouxe uma infeliz confirmação: “nosso maior atraso histórico não 
está na economia, reconhecida como já importante no mundo, mas na educação.” O autor traz essa afirmação, 
pois é necessário que as políticas educacionais resolvam, pelo menos, o atraso histórico que marca nossa edu-
cação. São muitos avanços e muitos retrocessos, principalmente porque o professor não é visto com a devida 
prioridade.
E já que nesta Unidade recorremos à História, porque não encerrarmos com uma canção que nos faz pensar 
sobre os retrocessos que insistem em permanecer? É uma canção de Belchior, que ficou eternizada na interpre-
tação da cantora Elis Regina:
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Definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do ensino fundamental, as quais devem 
assegurar a distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e 
os recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público.
Elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância com as diretrizes e planos nacionais 
de educação, integrando e coordenando as suas ações e as dos seus Municípios.
Autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de edu-
cação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino.
Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino.
Assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio a todos que o demandarem, 
respeitado o disposto no art. 38 desta Lei.
Assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual. 
Legenda: Incumbências dos estados e do Distrito Federal para com a educação
Fonte: LDBEN n. 9394/1996, artigo 10 (BRASIL, [1996]/2010).
Quadro 2.4 – Incumbências dos Municípios
INCUMBÊNCIAS DOS MUNICÍPIOS
Organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino, 
integrando-os às políticas e planos educacionais da União e dos Estados.
Exercer ação redistributiva em relação às suas escolas.
Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino.
Autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema de ensino.
Oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental, permitida 
a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades 
de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição 
Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino.
Assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal. 
Legenda: Incumbências dos municípios para com a educação
Fonte: LDBEN n. 9394/1996, artigo 11 (BRASIL, [1996]/2010).
Agora que você já sabe as incumbências do poder público entenderá com mais clareza as políticas educacionais 
vigentes, quando formos estudar as Unidades 4 e 5, em que as políticas educacionais atuais serão apresentadas. 
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Considerações finais
Nesta unidade fizemos uma viagem no tempo através da História da Edu-
cação, para conhecer a origem e a evolução das políticas públicas educa-
cionais. 
Você aprendeu que:
• Os estudos no campo das políticas educacionais se intensificaram 
na década de 1980, devido à abertura política com o fim da dita-
dura militar;
• A Revolução Industrial de 1930 contribuiu para definir as novas 
exigências educacionais;
• Em 1931 foi iniciada a Reforma Francisco Campos, que propor-
cionou mudanças voltadas para os ensinos secundário, comercial 
e superior;
• Uma das principais características da educação durante o Estado 
Novo foi a escola dualista, influenciando nas formas como o poder 
público agia em favor da educação;
• No período da Ditadura Militar foram promulgadas as Leis n. 
5.540/1968 (Reforma do Ensino Superior) e a Lei n. 5.692/1971 
(reforma da LDB).
• Aspolíticas educacionais desenvolvidas durante o período da 
Ditadura Militar estavam voltadas para atender ao mercado de 
trabalho de acordo com o padrão estadunidense. Para isso, o Bra-
sil assinou vários acordos para conseguir financiamento externo, 
o que aumentou a dívida externa;
• A década de 1990 também foi marcada por grandes mudanças 
nas políticas educacionais, como a aprovação da Nova LDBEN n. 
9394/1996.
Na próxima unidade você vai conhecer os modelos econômicos que 
influenciam as políticas educacionais.
Até lá...
Referências bibliográficas40
ARNS, Paulo Evaristo. Brasil: Nunca mais. 1 ed. Petrópolis: Vozes, 1985.
AZEVEDO, Fernando de; et al. Manifestos dos pioneiros da Educa-
ção Nova (1932) e dos educadores (1959). Disponível em: <http://
www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_
action=&co_obra=205210>. Acesso em: 2017.
AZEVEDO,J.M.L.Aeducaçãocomopolíticapública:polêmicasdo nosso-
tempo.Campinas:AutoresAssociados,1997.
BOBBIO, N.; MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G. Dicionário de política. 2. v. 
Brasília: Edunb, 2010.
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FERNANDES, Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle. Como nossos 
pais. Disponível em: <https://www.vagalume.com.br/belchior/como-
-nossos-pais.html>. Acesso em: 2017. 
LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J. F.; TOSCHI, M. S. Educaçãoescolar:políticas,es
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC). Apresentação. Disponível em: <http://
portal.mec.gov.br/institucional>. Acesso em: 2017.
Referências bibliográficas
41
PLANO NACIONAL DA EDUCAÇÃO (PNE). O Plano Nacional de Educa-
ção (2014/2024) em movimento. Disponível em: <http://pne.mec.gov.
br/>. Acesso em: 2017.
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Unidade de estudo 3
Modelos econômicos
Para iniciar seus estudos
Nesta unidade, você conhecerá os modelos econômicos do capitalismo: 
o liberalismo, o Estado de bem-estar social e o neoliberalismo. O enten-
dimento desses modelos servirá de base para identificar as influências da 
economia nas políticas educacionais.
Objetivos de Aprendizagem
• Identificar as influências dos modelos econômicos nas políticas 
educacionais.
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Economia e Políticas Públicas para Educação | Unidade de estudo 3 – Modelos econômicos
3.1 Sistemas econômicos
Para identificar as influências dos modelos econômicos nas políticas educacionais, é necessário que você conheça 
o modelo econômico que rege a nossa sociedade. Mas, primeiro, você precisa entender o que são os sistemas 
econômicos. 
Um sistema econômico pode ser entendido como a organização da produção, distribuição e do consumo de bens 
e serviços de determinada economia, ou seja, trata-se da maneira como as questões e os problemas econômicos 
são definidos e resolvidos. Podemos destacar dois tipos de sistemas econômicos em nossa sociedade: o capi-
talismo e o socialismo. 
Os sistemas econômicos possuem modelos próprios e específicos de estruturação. Portanto, cada sistema eco-
nômico irá disporde vários modelos econômicos que vão dar forma aos sistemas econômicos. 
Nesta unidade, vamos apresentar os sistemas capitalista e socialista, mas daremos destaque aos modelos eco-
nômicos capitalistas, pois o nosso sistema econômico é o capitalismo e ele é determinante para as políticas 
educacionais.
Figura 3.1 – Sistemas Econômicos.
Legenda: Capitalismo X Socialismo.
Fonte:https://pt.123rf.com/search.php?word=Capitalismo+Socialismo&imgtype=&t_word=socialism+capitalism&t_lang=
pt&oriSearch=Capitalismo+X+Socialismo&srch_lang=pt&sti=lvehi7mnu0ncyllo5u|&mediapopup=25550992
3.1.1 O sistema capitalista
Segundo Bobbio,Matteucci e Pasquino (2010, p. 141), o capitalismo é um “[...] conjunto de comportamentos 
individuais e coletivos, atinentes à produção, distribuição e consumo de bens”. Na Unidade 1, você aprendeu que 
o capitalismo é um sistema econômico que privilegia o capital e a propriedade privada. Portanto, os mais 
ricos são privilegiados, enquanto que os mais pobres são explorados. Mas será que sempre foi assim? Existiu 
algum sistema econômico antes do capitalismo? 
No Egito antigo, podemos identificar um modo de produção predominantemente asiático, em que a economia 
era baseada no trabalho compulsório. Os cidadãos tinham que trabalhar para contribuir com parte da sua produ-
ção agrícola para o Estado. Também havia a obrigatoriedade de dedicarem alguns meses do ano para trabalhar 
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Economia e Políticas Públicas para Educação | Unidade de estudo 3 – Modelos econômicos
nas obras públicas (prédios, templos, estradas etc.). Com isso, o Estado garantia proporcionar a ordem e a alimen-
tação da sociedade caso acontecesse algum desastre social.
Entre os povos clássicos (Grécia e Roma), predominava um sistema econômico caracterizado pela escravidão. 
Mas, com o surgimento do Império Romano, um novo sistema econômico foi desenvolvendo-se: o feudalismo. 
Várias crises agravaram-se no final do Império Romano, tanto na economia quanto na política, ocasionando um 
alto índice de violência, inflação e desemprego,o que levou muitas pessoas a refugiarem-se nos campos. Esse 
movimento consolidou gradualmente a sociedade feudal clássica na Idade Média, entre os séculos X e XII. 
O funcionamento do sistema feudal começou da seguinte maneira: com as invasões bárbaras (germânicas), 
muitos guerreiros nobres misturavam-se entre os romanos e ofereciam proteção militar aos plebeus, que, em 
troca, se ofereciam como servos para a produção de alimentos.Desenvolveu-se então a relação de vassalagem e 
suserania, ou seja, os suseranos eram os proprietários das terras e davam lotes aos vassalos (servos).
O poder estava nas mãos dos senhores feudais, os donos dos feudos (terras). Portanto, a estrutura do sistema 
feudal é baseada na agricultura e na servidão entre os que possuíam terras e os servos.
aquele que não é nobre; membro da classe inferior da antiga Roma.
Glossário
No final da Idade Média, devido ao renascimento comercial e urbano, surgiu uma nova classe social:a burguesia. 
Do século V ao XII, o comércio era praticamente inexistente, mas, com o fim das Cruzadas, o comércio cresceu 
novamente, dando início ao renascimento comercial.
Classe social: grupo social constituído por pessoas que possuem padrões culturais, econô-
micos e políticos iguais.
Glossário
Os comerciantes já operavam livremente trazendo mercadorias, intermediando trocas e prestando serviços 
financeiros. Porém,as mudanças na produção de alimentação aumentaram o comércio com o Oriente Médio 
e vários pontos de venda foram transformando-se em cidades comerciais, abrigando novos profissionais. Essas 
cidades comerciais recebiam o nome de burgo, que significa fortaleza, pois eram cercadas e protegidas por 
muralhas.
Enquanto a população crescia, os comerciantes criaram estratégias para dominar a produção de alguns pro-
dutospor meiodas corporações de ofício(profissão). Assim, impediam que outra classe regulasse a produção, a 
venda e os profissionais.
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Economia e Políticas Públicas para Educação | Unidade de estudo 3 – Modelos econômicos
 
Corporação: associação de pessoas sujeitas às mesmas regras; organização de membros de 
uma mesma profissão.
Glossário
As corporações de ofício regulamentavam a produção artesanal das cidades e eram compostas por mestres, ofi-
ciais e aprendizes. Só poderia trabalhar em determinada profissão (sapateiro, pedreiro, carpinteiro, artesão, pin-
tor etc.) quem era membro da corporação correspondente ao seu ofício. O aprendiz levava geralmente dez anos 
em cada ofício para tornar-se um mestre. Caso desobedecessem às regras, poderiam ser expulsos da cidade. 
Além disso, os preços dos produtos eram definidos pelas corporações, o que evitava a concorrência entre eles. 
Havia também um controle de qualidade sobre os produtos e a proibição da entrada de produtos similares fabri-
cados em outras cidades.
Os comerciantes foram ficando cada vez mais ricos, pois os lucros só aumentavam, o que levou ao acúmulo de 
capital. Esses comerciantes passaram a ser chamados de burgueses, pois dominavam economicamente os bur-
gos e exerciam forte influência política nessas cidades.
Além dos burgueses, outras duas classes surgiram para a contribuição do desenvolvimento

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