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Apostila Biossegurança e Biotecnologia Aplicada às Ciências da Saúde

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MATERIAL DIDÁTICO 
 
BIOSEGURANÇA E 
BIOTECNOLOGIA APLICADA ÀS 
CIÊNCIAS DA SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
U N I V E R S I DA D E
CANDIDO MENDES
 
CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA 
PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 
 
Impressão 
e 
Editoração 
 
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SUMÁRIO 
 
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................. 03 
 
UNIDADE 2 – EVOLUÇÃO DA BIOTECNOLOGIA E DA BIOSSEGURANÇA ..... 05 
 
UNIDADE 3 – PRINCÍPIOS DE BIOSSEGURANÇA .............................................. 10 
3.1 Classes de riscos biológicos ............................................................................. 11 
3.2 Procedimentos Operacionais Padrão – POP e os Manuais de segurança ....... 12 
3.3 Equipamentos de proteção individual e coletiva - EPI e EPC ........................... 14 
3.4 Acidentes de trabalho com material biológico ................................................... 19 
 
UNIDADE 4 – GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE LABORATÓRIOS ............ 25 
 
UNIDADE 5 – A BISSEGURANÇA NA BIOLOGIA MOLECULAR ........................ 30 
 
UNIDADE 6 – BIOSSEGURANÇA EM BIOTECNOLOGIA .................................... 36 
6.1 Biossegurança na experimentação animal ........................................................ 36 
6.2 Riscos biológicos em laboratórios de pesquisa ................................................. 37 
6.3 Biossegurança e bactérias patogênicas ............................................................ 43 
6.4 Biotecnologia, doenças emergentes e uso sustentável da biodiversidade ........ 46 
6.5 Biodiversidade e os transgênicos ...................................................................... 50 
6.6 Príons e biossegurança ..................................................................................... 52 
6.7 A manipulação de fungos .................................................................................. 57 
 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 64 
 
 
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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO 
 
Acidentes de trânsito, desabamentos, intoxicações, acidentes de trabalho e 
outros tanto sinistros têm sido episódios recorrentes no Brasil, embora o século XXI 
já esteja descortinado e as tecnologias estejam bem avançadas. 
Na área da biotecnologia, a situação não foge a essa regra acima, que 
precisa ser combatida urgentemente, entrementes os acidentes decorrentes de 
infecções em laboratório sejam em números menores. 
Biossegurança em biotecnologia serão os temas discutidos neste módulo. 
Falaremos brevemente de sua evolução, dos princípios norteadores, enfatizaremos 
o gerenciamento de resíduos de laboratórios, a biossegurança na biologia molecular 
e alguns tópicos especiais como a biossegurança na experimentação animal, os 
riscos em relação às bactérias patogênicas, a questão dos transgênicos, os príons e 
na manipulação de fungos. 
Teremos a oportunidade de compreender esse novo caminho trilhado pelos 
pesquisadores, a biotecnologia, que desde a Lei nº 8.974/95 (REVOGADA), é tema 
permanente de preocupação no meio científico. No texto publicado no ano 2000, a 
palavra biossegurança foi oficializada através da Política Nacional de 
Biodiversidade, tendo por definição, “a Ciência voltada para o controle e 
minimização de riscos advindos da prática de diferentes tecnologias, seja em 
laboratório, sejam aplicadas ao meio ambiente”, onde o fundamento básico da 
Biossegurança é assegurar o avanço dos processos tecnológicos e proteger a saúde 
humana, animal e o meio ambiente. 
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como 
premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um 
pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados 
cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, 
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, 
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma 
redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas 
opiniões pessoais. 
 
 
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Ao final do módulo, encontram-se várias referências que foram ora 
utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, podem servir para 
sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos estudos. 
 
 
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UNIDADE 2 – EVOLUÇÃO DA BIOTECNOLOGIA E DA 
BIOSSEGURANÇA 
 
O termo biotecnologia foi utilizado originalmente pelo engenheiro húngaro 
Karl Ereky, em 1919, para se referir a “todas as linhas de trabalho, cujos produtos 
eram produzidos a partir de matéria bruta com auxílio de organismos vivos”. 
Atualmente, define-se biotecnologia de dois modos: um mais amplo e outro 
mais restrito. De modo mais amplo, biotecnologia refere-se a qualquer técnica que 
utilize organismos vivos (ou parte deles), para produzir ou modificar produtos, para 
melhorar plantas e animais ou para desenvolver microrganismos para usos 
específicos. Nesse sentido, o homem vem utilizando a biotecnologia desde os 
primórdios da humanidade, a partir do momento em que começou a domesticar 
animais e plantas, a utilizar plantas medicinais para curar seus males, 
microrganismos para fabricar bebidas e alimentos e a produzir vacinas para se 
imunizar contra doenças, o homem estava dessa forma praticando a biotecnologia. 
De um modo mais restrito, o termo biotecnologia vem sendo recentemente 
utilizado para designar as técnicas advindas da bioquímica, biologia celular e 
molecular, que podem trazer benefícios aos seres humanos. 
Os avanços das áreas acima somando-se a genética, biologia molecular, a 
microbiologia e outras, colocaram uma série de ferramentas à disposição do homem, 
permitindo o desenvolvimento de produtos e processo que têm um impacto direto no 
bem-estar da humanidade, mesmo não envolvendo a manipulação direta do material 
genético, isto é, a engenharia genética. 
A possibilidade de modificação do genoma dos seres vivos oferecidas pela 
transferência de genes entre organismos que não se cruzam por vias naturais, 
utilizando a engenharia genética, abre grandes esperanças de melhoria de 
qualidade de vida e da saúde dos seres humanos. Por outro lado, são graves os 
riscos advindos de intervenções abusivas, descuidadas e mal intencionadas. Daí 
surge a necessidade de uma intervenção do Estado limitando tais ações e, quando 
necessário, o emprego de sanções paraos casos com maior abusividade. 
 
 
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A substituição do medo pelo respeito e aceitação dessas novas tecnologias 
somente será alcançada a partir do momento em que forem dadas as devidas 
informações sobre os mecanismos e as leis naturais que formam a base destas 
inovações. Aí, a compreensão e o conhecimento irão vencer o medo. 
Segundo Binsfeld (2004), o debate já dura mais de 40 anos. Desde a década 
de 1960, já haviam resoluções de organismos internacionais mencionando a 
manipulação genética e suas consequências do ponto de vista do direito penal. Mas 
foi na década de oitenta do século passado que esses organismos internacionais 
começaram a aprovar recomendações e resoluções com o intuito de 
conscientização dos governos e impulsionar os Estados para intervirem diretamente 
no controle e na imposição de limites aos possíveis riscos advindos das técnicas de 
engenharia genética. 
A biotecnologia moderna, também conhecida como engenharia genética ou 
tecnologia do DNA recombinante, envolve modificação direta do DNA, que 
representa o material genético de um ser vivo, de forma a alterar, precisamente, 
definidas características do organismo vivo. A etapa inicial é a identificação e 
isolamento de uma sequência de DNA que corresponde ao gene que controla uma 
característica de interesse. O gene é isolado de um organismo doador e clonado em 
um vetor específico, que amplifica o fragmento de DNA de interesse e permite uma 
fácil purificação e recuperação do referido fragmento. Os plasmídeos são os vetores 
de clonagem, nos quais a sequência de DNA de interesse é inserida, sendo 
transferidos para bactérias hospedeiras. Com o crescimento da bactéria em meio de 
cultivo o plasmídeo é multiplicado, permitindo o isolamento do fragmento de DNA de 
interesse em grandes quantidades. Assim, eles podem ser manipulados e 
transferidos para plantas ou para outros organismos vivos. 
A breve explicação acima mostra que a biotecnologia é um conjunto de 
técnicas que integra conhecimentos de genética molecular, bioquímica, 
microbiologia e tecnologia industrial para a obtenção de produtos de valor 
socioeconômico ou científico a partir de organismos vivos ou parte deles, com 
objetivos específicos (VARELLA, 1996). 
 
 
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Domingues (1989) define biotecnologia como a aplicação dos princípios 
científicos e da engenharia ao processamento de materiais, utilizando agentes 
biológicos, para prover bens e serviços para fins médicos, agrícolas, agroindustriais 
e ambientais. 
Dentre os processos biotecnológicos estão incluídos desde a produção de 
álcool, vinhos, cervejas, queijos e pães pelo processo de fermentação, até proteínas 
raras, aminoácidos, vitaminas, esteroides, antibióticos, enzimas e uma variedade de 
produtos químicos e medicamentos (DOMINGUES, 1989). 
Biotecnológicos também são os processos de manejo das funções vitais da 
célula de plantas, de animais e do homem visando à fabricação de produtos e à 
prestação de serviços de grande utilidade (GANDER, 1996). Ou, ainda, pode-se 
entender por biotecnologia toda metodologia que utilize técnicas de manejo de 
organismos vivos ou algumas de suas partes, com a finalidade de obter bens e 
serviços que satisfaçam as mais diversas necessidades humanas. 
De forma geral a biotecnologia pode ser diferenciada em dois níveis: 
a) clássica ou convencional, que utiliza os organismos naturais; e, 
b) moderna ou avançada, que utiliza organismos geneticamente 
modificados. 
Da definição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2005), a 
biossegurança é um conjunto de ações voltadas para: prevenção, minimização e 
eliminação de riscos para a saúde, ajuda na proteção do meio ambiente contra 
resíduos e na conscientização do profissional da saúde, sendo este conceito muito 
discutido e valorizado nos dias atuais. 
Foi por volta de 1970, quando uma série de estudos detectou que os 
profissionais de laboratórios clínicos e área da saúde apresentavam mais casos de 
tuberculose, hepatite B e shigelose, do que pessoas envolvidas com outras 
atividades que começou uma construção do conceito de biossegurança na reunião 
de Asilomar na Califórnia, onde a comunidade científica iniciou a discussão sobre os 
impactos da engenharia genética na sociedade, a partir daí, o termo biossegurança, 
vem ao longo dos anos, sofrendo alterações, colocando em foco a saúde do 
 
 
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trabalhador aos riscos biológicos no ambiente ocupacional, riscos químicos, físicos, 
radioativos e ergonômicos, até o termo atual. 
Segundo Prade et al. (2009), os laboratórios clínicos apresentam uma série 
de situações, atividades e fatores potenciais de risco aos profissionais, os quais 
podem produzir alterações leves, moderadas ou graves. Podem causar acidentes de 
trabalho e/ou doenças profissionais nos indivíduos a eles expostos, pois os líquidos 
biológicos e os sólidos manuseados nos laboratórios de análises clínicas são quase 
sempre, fontes de contaminação. Não há dúvida que devemos ter cuidados, para 
não haver contaminação cruzada dos materiais, não contaminar o pessoal do 
laboratório, e da equipe de limpeza, os equipamentos e o meio ambiente através de 
aerossóis. Esses cuidados mais o descarte dos materiais fazem parte das boas 
práticas em laboratório clínico, seguindo as regras de biossegurança. 
Na opinião de especialistas que discutem a biossegurança, o grande 
problema não está nas tecnologias disponíveis para eliminar e minimizar os riscos e, 
sim, no comportamento dos profissionais. A biossegurança não está apenas 
relacionada a sistemas modernos de esterilização do ar de um laboratório ou 
câmaras de desinfecção das roupas de segurança. Um profissional de saúde que 
não lava as mãos com a frequência adequada ou o lixo hospitalar descartado de 
maneira errada são práticas do dia-a-dia que também trazem riscos (ANVISA, 2005). 
Por isso, a adoção de normas de biossegurança em laboratórios clínicos é 
condição fundamental para a segurança dos trabalhadores, qualquer que seja área 
de atuação, pois os riscos estão sempre presentes, porém, é importante que o 
profissional da área da saúde procure fazer treinamentos e ter acesso às 
informações que podem contribuir de forma decisiva para melhoria das condições de 
própria segurança, livrando-os dos riscos desnecessários que enfrentam o seu dia-
a-dia (PRADE et al., 2009; BRASIL, 2004). 
Ainda sobre o conceito de biossegurança, o “Manual de Diretrizes gerais 
para o trabalho em contenção com agentes biológicos”, elaborado pelo Ministério da 
Saúde em 2006, define biossegurança como a condição de segurança alcançada 
por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar os 
 
 
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fatores de risco inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana,animal e vegetal, o meio ambiente. 
No entendimento de Viera e Lapa (2006), biossegurança compreende a 
aplicação de uma série de técnicas e equipamentos, com a finalidade de minimizar a 
exposição dos técnicos e do ambiente a agentes perigosos. Essencialmente, 
determina em que condições os agentes biológicos podem ser manipulados e 
contidos seguramente. Essas condições são estruturadas a partir de três fatores 
básicos: as técnicas e as boas práticas, os equipamentos de proteção coletivos e 
individuais (EPC e EPI) e a arquitetura das instalações laboratoriais. 
Para organizar de forma sistemática as medidas de biossegurança 
adequadas para cada situação, os microrganismos foram divididos em classes de 
risco, e os laboratórios ou ambientes em níveis de biossegurança, de acordo com 
sua estrutura e equipamentos (MAZUR; GALLER, 2010). 
As classificações de risco do organismo e dos níveis de biossegurança (NB) 
dos laboratórios atuam como diretrizes na definição da biossegurança necessária, 
porém outros fatores devem ser levados em conta. As estratégias de biossegurança 
na consideração dos riscos envolvidos devem incluir diversos aspectos além destes, 
como a técnica em si, o laboratorista, os equipamentos e práticas complementares 
de descontaminação, para a minimização dos acidentes. 
Apesar disso, preliminarmente, pode-se associar a classe de risco ao nível 
de biossegurança para adequação inicial da estrutura do laboratório em relação aos 
microrganismos trabalhados. 
Adiante, falaremos em detalhes sobre os riscos, as classes, os 
procedimentos operacionais e os acidentes com material biológico, além de enfatizar 
os riscos associados aos organismos geneticamente modificados, conhecidos por 
OGM, visando sempre contribuir para a biossegurança em laboratórios destinados a 
eles. 
 
 
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UNIDADE 3 – PRINCÍPIOS DE BIOSSEGURANÇA 
 
Os profissionais de laboratórios clínicos, além de estarem expostos aos 
riscos ocupacionais: ergonômicos, físicos e químicos, trabalham com agentes 
infecciosos e com materiais potencialmente contaminados, que são os riscos 
biológicos. Esses profissionais devem ser conscientizados sobre os riscos 
potenciais, e treinados a estarem aptos para exercerem as técnicas e práticas 
necessárias para o manuseio seguro dos materiais e fluidos biológicos (ZOCHIO, 
2009). 
Perigo pode ser definido como qualquer componente químico, físico ou 
biológico que cause efeito adverso à saúde humana, animal e ambiental. Por sua 
vez, risco é a probabilidade de ocorrência de um efeito adverso em decorrência da 
exposição ao perigo. Sendo assim, podemos definir o conceito de avaliação de risco 
como a combinação de procedimentos ou métodos, por meio dos quais é possível 
identificar e avaliar, caso a caso, a probabilidade de ocorrência de efeitos adversos. 
A importância no conhecimento e na identificação do risco torna sua 
avaliação primordial para a aplicação de técnicas e procedimentos que possibilitem 
que estes sejam atenuados ou eliminados. Identificar o agente manipulado, os tipos 
de ensaio realizados e conhecer a espécie utilizada são critérios importantes para 
uma avaliação de risco eficiente. Além disso, esta avaliação deverá contemplar as 
várias dimensões que envolvem a questão, sejam elas relativas a procedimentos 
(boas práticas: padrões e especiais), a infraestrutura (desenho, instalações físicas e 
equipamentos de proteção) ou a capacitação e qualificação das equipes (BRASIL, 
2004). 
A organização do trabalho e as práticas gerenciais também passaram a ser 
reconhecidas como importante foco de análise, seja como causadoras de acidentes, 
doenças e desconforto, ou como integrantes fundamentais de um programa de 
Biossegurança nas instituições. 
 
 
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3.1 Classes de riscos biológicos 
A classe de risco na qual um agente biológico é classificado está 
diretamente relacionada ao nível de biossegurança que deverá ser utilizado para a 
manipulação do agente. 
Os riscos biológicos se subdividem nas seguintes classes: 
 classe de risco 1 – o risco individual e para comunidade é baixo, são agentes 
biológicos que têm probabilidade nula ou baixa de provocar infecções no 
homem ou em animais sadios e de risco potencial mínimo para o profissional 
do laboratório e para o ambiente. Exemplo: Lactobacillus; 
 classe de risco 2 – o risco individual é moderado e para comunidade é 
limitado. Aplica-se a agentes biológicos que provocam infecções no homem 
ou nos animais, cujo risco de propagação na comunidade e de disseminação 
no meio ambiente é limitado, não constituindo em sério risco a quem os 
manipula em condições de contenção, pois existem medidas terapêuticas e 
profiláticas eficientes. Exemplo: Toxoplasma spp; 
 classe de risco 3 – o risco individual é alto e para comunidade é limitado. 
Aplica-se a agentes biológicos que provocam infecções, graves ou letais, no 
homem e nos animais e representam um sério risco a quem os manipulam. 
Representam risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente, 
podendo se propagar de indivíduo para indivíduo, mas existem medidas de 
tratamento e prevenção. Exemplo: Bacillus anthracis; 
 classe de risco 4 – o risco individual para a comunidade é elevado. Aplica-se 
a agentes biológicos de fácil propagação, altamente patogênicos para o 
homem, animais e meio ambiente, representando grande risco a quem os 
manipula, com grande poder de transmissibilidade via aerossol ou com riscos 
de transmissão desconhecido, não existindo medidas profiláticas ou 
terapêuticas. Exemplo: Vírus Ebola (BRASIL, 2004). 
A classe de risco 2 aplica-se a laboratórios de análises clínicas, no qual o 
trabalho envolve sangue humano, líquidos corporais, tecidos ou linhas de células 
humanas primárias através das quais a presença do agente infeccioso pode ser 
 
 
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desconhecida. Os agentes infecciosos são de um espectro de gravidade moderada 
para a comunidade e gravidade variável a uma patologia humana (ZOCHIO, 2009). 
Devido aos riscos ocupacionais, principalmente os riscos biológicos, cada 
laboratório deverá desenvolver um manual de biossegurança ou de operações que 
identifique os riscos que poderão ser encontrados. E onde se especifique também as 
práticas e procedimentos específicos para minimizar ou eliminar as exposições a 
estes riscos (ZOCHIO, 2009). 
 
3.2 Procedimentos Operacionais Padrão – POP – e os Manuais de Segurança 
Os POP são protocolos que descrevem detalhadamente cada atividade 
realizada no laboratório, desde a coleta até a emissão de resultado final, incluindo 
utilização de equipamentos, procedimentos técnicos, cuidados de biossegurança e 
condutas a serem adotadas em acidentes (BRASIL, 1999). 
Para biossegurança dos laboratórios de análises clínicas, o POP é 
fundamental, pois ele tem como objetivo padronizar todas as ações para que 
diferentes técnicos possam compreender e executar, da mesma maneira, uma 
determinada tarefa. Esses protocolos devem estar escritos de forma clara e 
completa, possibilitandoa compreensão e adesão de todos. Além disso, eles devem 
ser realistas para que seus técnicos possam de fato, seguir o estabelecido (BRASIL, 
1999). 
Seria interessante e válido que as chefias dos laboratórios convidassem os 
funcionários para participarem da elaboração dos POP, afinal de contas, são eles 
que manipulam, que têm conhecimento empírico dos procedimentos. Esses 
protocolos devem ser atualizados regularmente e suas alterações apresentadas e 
discutidas com os técnicos. Os técnicos do laboratório devem assinar um termo 
atestando que conhecem e se comprometem a cumprir o POP. Conforme Brasil 
(1999), os POP devem estar disponíveis em local de fácil acesso e conhecido de 
todos os profissionais que atuam no ambiente laboratorial. 
Segundo a ANVISA (2005), os POPs têm como objetivo padronizar todas as 
ações para que diferentes técnicos possam compreender e executar, da mesma 
maneira, uma determinada tarefa, garantindo assim qualidade. Reafirma que esses 
 
 
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protocolos devem estar escritos de forma clara e completa, possibilitando a 
compreensão e adesão de todos. Também ressaltam que devem estar disponíveis 
em local de acesso e conhecido de todos os profissionais que atuam no ambiente 
laboratorial, revisados e atualizados periodicamente e devem ser assinados pelo 
responsável do laboratório. 
Os manuais de biossegurança dos laboratórios clínicos são de 
responsabilidade de comissões formadas por chefes de setores, médicos, e até 
mesmo funcionários. Essas comissões preparam normas de biossegurança, dentro 
da legislação vigente e suas revisões quando necessárias. Elas são distribuídas a 
todos os setores do laboratório que estejam envolvidos direta ou indiretamente com 
a rotina que envolva o contato com material clínico. Isto envolve os setores 
burocráticos, uma vez que as visitas aos setores técnicos constituem uma atividade 
de rotina. Investigam os acidentes e suas causas buscando soluções que minimizem 
a repetição do mesmo, coordena a coleta e descarte de rejeitos, garante o 
treinamento dos funcionários e a realização do programa, e o registro de todas as 
atividades ligadas à biossegurança (ZOCHIO, 2009). 
Os respectivos chefes de setores devem verificar e relatar à comissão de 
biossegurança, os riscos decorrentes das atividades do seu setor, assegurar a 
realização das atividades de biossegurança e treinar seus funcionários. 
O coordenador de segurança do setor coopera com o respectivo chefe para 
garantir que todas essas atividades sejam cumpridas. 
Não podemos nos esquecer de outros órgãos e comissões que só tem a 
contribuir com as boas práticas e segurança das pessoas envolvidas. 
 CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes): essa comissão deve 
ser criada por funcionários de todos os níveis, que deve atender às 
exigências legais vigentes. Tem como filosofia, despertar nos funcionários o 
interesse pela prevenção de acidentes e promover a proteção dos riscos 
ocupacionais (BERNARDINO; PAIZANTE, 2007). 
 SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina 
do Trabalho) e PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde 
 
 
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Ocupacional): esses serviços devem estar sob responsabilidade de um 
médico do trabalho junto ao técnico ou engenheiro de segurança e, se 
possível, outros profissionais interligados. O SESMT tem for finalidade 
promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho 
(BERNARDINO; PAIZANTE, 2007). 
 PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais): esse serviço deve 
ficar sob responsabilidade direta da Comissão de Biossegurança, avaliam os 
riscos biológicos e o local de trabalho, esse programa deve ser reavaliado 
uma vez por ano (NR 32). 
 
3.3 Equipamentos de proteção individual e coletiva - EPI e EPC 
Os equipamentos de proteção individual (EPI), como o próprio nome diz, são 
equipamentos que servem para proteção do contato com agentes infecciosos, 
substâncias irritantes e tóxicas, materiais perfurocortantes e materiais submetidos a 
aquecimento ou congelamento (BRASIL, 1999). 
Os procedimentos de manipulação de amostras biológicas produzem 
partículas que podem entrar pelas vias aéreas e causar infecções ou contaminar 
roupas, bancadas e equipamentos. Usar EPI é um direito do profissional da saúde e 
a instituição em que esse profissional trabalha é obrigada a fornecê-los. É 
fundamental que o profissional da saúde utilize os EPI de forma correta, mesmo 
porque o uso indevido desses equipamentos também pode provocar acidentes. Os 
EPI, descartáveis ou não, deverão estar à disposição em número suficiente nos 
postos de trabalho, de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou 
reposição (NR 32). 
Os EPI que devem estar disponíveis, obrigatoriamente, para todos os 
profissionais que trabalham em ambientes laboratoriais são: jalecos, luvas, 
máscaras, óculos e protetores faciais. Há também protetores de ouvido para 
trabalhos muito demorados com equipamentos que emitam ruídos, além dos níveis 
recomendados pelo Ministério do Trabalho e do Emprego e máscaras de proteção 
contra gases para uso na manipulação de substâncias químicas tóxicas e em caso 
de acidentes. 
 
 
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O jaleco protege a roupa e a pele do profissional do laboratório clínico, da 
contaminação por sangue, fluidos corpóreos, salpicos e derramamentos de material 
infectados, que pode ocorrer desde a coleta, transporte, manipulação e descarte de 
amostras clínicas. É importante que o jaleco seja colocado assim que o profissional 
entre no laboratório, e permaneça com ele o tempo todo, porém ao ir a cantinas, 
refeitórios, bancos, bibliotecas, auditórios, outros, ele deve ser retirado, pois são 
áreas não contaminadas e o jaleco pode levar agentes biológicos para estes locais. 
O jaleco deve ser confeccionado em tecido resistente à penetração de líquidos, com 
comprimento abaixo do joelho e mangas longas, podendo ser descartável ou não. 
Caso não seja, deve ser resistente à descontaminação e autoclavação (BRASIL, 
1999). Jamais se deve arregaçar as mangas do jaleco e expor a pele ao contato 
com microrganismos depositados no local de trabalho. 
Se numa unidade hospitalar, a limpeza do jaleco pode ser feita na própria 
lavanderia desta instituição, caso possua. Em caso contrário, se não disponível, o 
ideal é que primeiramente o jaleco seja autoclavado e depois levado para casa, esse 
procedimento não gera riscos de contaminação (BRASIL, 1999). 
As luvas descartáveis servem para manipulação de materiais potencialmente 
infectantes, conhecidas como luvas de procedimentos, que são de látex (borracha 
natural) ou de material sintético (vinil). Estas últimas, além de mais resistentes aos 
materiais perfurocortantes, são também indicadas a pessoas alérgicas às luvas de 
borracha natural. 
As luvas descartáveis devem ser usadas em todos os procedimentos, desde 
coleta, transporte, manipulação até o descarte das amostras biológicas, pois elas 
são uma barreira de proteção contra agentes infecciosos.É importante que as luvas 
devam ser calçadas com cuidado para que não rasguem e que fique bem aderida a 
pele, evitando acidentes (SBPC, 2009). 
As luvas de borracha são grossas e antiderrapantes, servem para 
manipulação de resíduos ou lavagem de materiais ou procedimentos de limpeza em 
geral. As luvas resistentes à temperatura (alta e baixa) servem para manipulação de 
materiais submetidos a aquecimento ou congelamento, como procedimentos que 
utilizem estufas para secagem de materiais, banho-maria, câmaras frias, freezer 
 
 
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para conservação de amostras, além de outros. As luvas de borracha e as 
resistentes à temperatura podem ser reutilizadas (BRASIL, 1999). 
As máscaras descartáveis e os óculos de proteção devem ser utilizados em 
todas as atividades que envolvam a formação de aerossol ou suspensão de 
partículas como pipetagem, centrifugação, execução de raspados epidérmicos, 
semeadura de material clínico, outros. Na manipulação de amostras contendo 
agente infeccioso da tuberculose, deve-se usar a máscara N95 ou respirador de 
partículas. 
Os óculos de proteção devem ser de material rígido, leve e cobrir 
completamente a área dos olhos. É importante lembrar que os óculos de grau não 
substituem os óculos de proteção. É importante o uso dos óculos com máscara 
descartável, pois protegem todo o rosto. Outra opção para proteger o rosto é o 
protetor facial. Ele é feito com o mesmo material dos óculos, deve ser ajustável a 
cabeça e cobrir todo o rosto. Os óculos e os protetores faciais são equipamentos 
reutilizáveis e devem ser desinfetados (BRASIL, 1999). Esses equipamentos 
funcionam como barreiras para: olhos, nariz, boca e pele contra respingos e 
aerossóis de materiais infectados por agentes patogênicos e substâncias químicas, 
evitando lesões. 
Dentre os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC), encontramos as 
cabines de segurança biológica (CSB) também chamadas de capelas de fluxo 
laminar, as capelas de exaustão química, os chuveiros de emergência, o lava-olhos 
e outros. 
As CSB são equipamentos utilizados para proteger o profissional e o 
ambiente laboratorial dos aerossóis potencialmente infectantes que podem se 
espalhar durante a manipulação. Alguns tipos de cabine protegem também o 
produto que está sendo manipulado do contato com o meio externo, evitando 
contaminações. Existem três tipos de cabines de segurança biológico: 
 classe I – o ar que sai passa através de um filtro especial denominado de 
HEPA (High Efficiency Particulate Air – alta eficiência para partículas de ar) e 
é eliminado no ambiente livre das partículas contaminadas. Esse tipo de 
 
 
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cabine protege o manipulador e o ambiente, porém não evita a contaminação 
do material que está sendo manipulado; 
 classe II – o ar é filtrado em filtros HEPA, antes de entrar e antes de sair da 
cabine, protegendo o manipulador, o ambiente e o material. Essas duas 
cabines possuem abertura frontal; 
 classe III – o ar é estéril, essa cabine é completamente fechada, o que 
impede a troca de ar com o ambiente e funciona com pressão negativa, ela 
oferece total segurança ao manipulador, ambiente e material, os recipientes e 
o material a serem manipulados entram e saem por meio de câmaras de 
desinfecção (BRASIL, 1999). 
A CSB II é ideal para laboratórios clínicos, principalmente para 
procedimentos microbiológicos, laboratórios de saúde pública e unidades 
hemoterápicas. Todos os procedimentos envolvendo amostras biológicas devem ser 
feitos em CSB, porém, se a quantidade de CSB disponíveis no laboratório não for 
suficiente, os procedimentos priorizados são: separação de soro, manipulação de 
amostras de secreções e de outros fluidos corporais (BRASIL, 1999). 
Segundo a NR 32, é importante que a cabine esteja funcionando no mínimo 
30 minutos antes do início do trabalho e permaneça ligada mais 30 minutos após a 
sua conclusão e ser submetida a processo de limpeza, descontaminação e 
desinfecção, nas paredes laterais e internas e superfície de trabalho antes do início 
das atividades, e na ocorrência de acidentes e derramamentos de respingos. 
A cada seis meses, as CSBs devem ser testadas, calibradas e certificadas, a 
luz ultravioleta deve manter registro de contagem de tempo de uso, pois sua vida útil 
de 7500 horas e os filtros HEPA devem ser testados e certificados de acordo com a 
especificação do fabricante ou no mínimo uma vez por ano (BRASIL, 2004). 
As capelas de exaustão química são equipamentos que protegem os 
profissionais na manipulação de substâncias químicas que liberam vapores tóxicos e 
irritantes, por exemplo, na manipulação de formaldeído, pois seu odor é irritante e 
pode causar hipersensibilidade, porém muito usado em laboratórios clínicos para 
descontaminação (BRASIL, 1999). 
 
 
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O chuveiro de emergência é utilizado em casos de acidentes em que haja 
projeção de grande quantidade de sangue, substâncias químicas ou outro material 
biológico sobre o profissional. O jato de água deve ser forte e acionado por 
alavancas de mão, cotovelos ou joelhos, para possibilitar a remoção imediata da 
substância reduzindo os danos para o indivíduo (BRASIL, 1999). 
O lava-olhos é um equipamento utilizado para acidentes na mucosa ocular, o 
jato de água também deve ser forte e dirigido aos olhos. Quando ocorrer acidente 
com derrame de material nos olhos, estes devem ser lavados por, no mínimo 15 
minutos, para remoção da substância, reduzindo danos ao indivíduo. Em geral, o 
lava-olhos é instalado junto dos chuveiros ou junto das pias do laboratório, porém a 
proteção com óculos pode evitar esses tipos de acidentes, que às vezes pode levar 
a danos irreversíveis (BRASIL 1999). Segundo a NR 32, os chuveiros e os lava-
olhos devem ser higienizados semanalmente. 
Nos laboratórios clínicos deve constar também kit de primeiros socorros, 
com material necessário para pequenos ferimentos na pele, kit de desinfecção, para 
descontaminação em casos de acidentes com material biológico, porém os 
funcionários devem ser treinados para o manuseio. 
Os extintores de incêndio usados em laboratórios são: extintor de água 
(mangueira) para fogo em papel e madeira; extintor de dióxido de carbono (pó 
químico ou espuma) para fogo em líquidos ou gases inflamáveis; extintor de dióxido 
de carbono (pó químico seco) para fogo em equipamentos elétricos. A manta ou 
cobertor serve para abafar ou envolver a vítima de incêndio, é confeccionado em lã 
ou algodão grosso, não pode ter fibras sintéticas. O balde com areia ou absorvente 
granulado, é derramado sobre substâncias químicas perigosas como álcalis para 
neutralizá-lo. O número dos telefones do corpo de bombeiros e dos responsáveis 
pela segurança das chefias dos laboratórios deve estar em local de fácil acesso e à 
vista de todos (BRASIL, 1999). 
Zochio (2009) completa que os laboratórios são obrigados a manter em boas 
condições de funcionamento todos esses equipamentos citados, os quais devem 
estar sinalizados com placas indicativas, instaladosou colocados em locais 
 
 
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conhecidos de todos e de fácil acesso, bem como os funcionários devem receber 
treinamentos para utilizá-los. 
 
3.4 Acidentes de trabalho com material biológico 
Estudos de Rapparini (2010) reforçam que há muito tempo as repercussões 
do trabalho na vida e na saúde do homem vêm sendo objeto de reflexões e análises. 
As doenças e os acidentes relacionados ao trabalho constituem um importante 
problema de saúde pública. 
Os trabalhadores da área da saúde sujeitos ao risco de exposições 
percutâneas, envolvendo material biológico, representam 12% da população 
trabalhadora, um universo de 35 milhões de pessoas em todo o mundo. 
Historicamente, esses profissionais não vinham sendo considerados como categoria 
de alto risco para acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. 
Nas últimas três décadas, diferentes estudos realizados nos campos das 
ciências sociais e humanas e nas ciências da saúde, em relação aos processos de 
saúde e doença desses trabalhadores, têm revelado dados alarmantes. Na atividade 
da área da saúde, há exposição a uma multiplicidade de riscos: físicos, químicos, 
biológicos, psicossociais, ergonômicos, mecânicos e de acidentes. 
As estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) são da ocorrência 
mundial de três milhões de acidentes percutâneos com agulhas contaminadas por 
material biológico por ano entre trabalhadores da área da saúde. Baseando-se em 
um modelo de estudo de carga de doenças, a OMS considera que, em 2000, 
possam ter ocorrido 16 mil casos de hepatite C, 66 mil de hepatite B e mil casos de 
infecção pelo HIV devido a exposições ocupacionais percutâneas entre estes 
trabalhadores. 
O texto – excerto – que segue é de autoria da Dra. Cristiane Rapparini, 
médica, mestre e doutora em Infectologia pela UFRJ, docente colaboradora do 
programa de Pós-Graduação em Doenças Infecciosas e Parasitárias da UFRJ e 
coordenadora do Projeto Riscobiológico.org. 
 
 
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No texto, a doutora contextualiza acidentes e doenças relacionadas ao 
trabalho nacional e internacionalmente, relacionando a legislação pertinente e as 
normas regulamentadores, sobre as quais daremos breve atenção. Especificamente 
de interesse a este módulo, temos os acidentes de trabalho com material biológico, 
as exposições percutâneas, mucosas, cutâneas ou mordeduras envolvendo sangue 
ou outros fluidos e secreções corporais. 
Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelam uma média 
diária de aproximadamente seis mil mortes de trabalhadores como resultado de 
acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho, totalizando anualmente mais de 2,2 
milhões de mortes. Retratam ainda que, anualmente, 270 milhões de trabalhadores 
são vítimas de acidentes do trabalho que levam ao afastamento, por pelo menos três 
dias, e a ocorrência de 160 milhões de incidentes que originam doenças 
relacionadas ao ambiente profissional. Estes números podem subestimar de forma 
importante a realidade, principalmente pela fragilidade da cobertura e notificação dos 
sistemas de informações de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho nos 
diversos países. 
No contexto nacional, o reconhecimento do acidente do trabalho como 
evento crítico na saúde do trabalhador foi oficialmente identificado como gravíssimo 
problema de saúde pública, desde a década de 1970. A queda observada no 
número de acidentes do trabalho nos últimos anos no país pode ser explicada como 
resultado de vários fatores, que vão desde a adoção de uma política de engenharia 
de segurança e medicina do trabalho, com o estabelecimento de normas 
regulamentadoras e formação específica de profissionais, até as questões que não 
refletem, na realidade, melhorias na qualidade de saúde e segurança no trabalho, 
mas que estão relacionadas a restrições que a legislação sofreu progressivamente 
no conceito do acidente e das doenças relacionadas ao trabalho, o que implicou 
mudança na concessão de benefícios. 
A despeito da tendência de declínio nas últimas décadas, a mortalidade vem 
se mantendo em patamares mais elevados do que a de outros países. O aumento 
da letalidade, concomitante à tendência declinante da mortalidade, tem sido 
interpretado como indicativo de sub-registro dos casos de acidentes. 
 
 
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De acordo com os dados do Ministério da Previdência Social (MPS), em 
2008, foram registrados aproximadamente 750.000 acidentes do trabalho e 2.750 
mortes, o que corresponde a 230 óbitos por mês ou mais de sete mortes por dia. 
Com base nos dados do Anuário Estatístico da Previdência Social de 2008, 
verifica-se que na categoria “Saúde e serviços sociais”, com um número médio de 
1.700.000 vínculos empregatícios, foram registrados 52.559 acidentes (7,0% do total 
do país), correspondendo a uma taxa de incidência de 30,9 acidentes/1.000 vínculos 
empregatícios. As atividades com maior número de registros foram aquelas da 
categoria “Atividades de atendimento hospitalar”. 
Os índices de registros de acidentes do setor da saúde estão crescendo. O 
setor saúde tem superado áreas historicamente consideradas de maior risco, como 
da construção civil e metalurgia, por exemplo. 
A legislação brasileira sobre acidentes do trabalho sofreu importantes 
modificações ao longo dos anos. A primeira lei a respeito surgiu em 1919 e 
considerava o conceito de ‘risco profissional’ como natural à atividade exercida. 
Essa legislação previa a comunicação do acidente de trabalho à autoridade policial e 
o pagamento de indenização ao trabalhador ou à sua família, calculado de acordo 
com a gravidade das sequelas do acidente. 
Em 1972, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) iniciou o programa de 
formação de especialistas e técnicos em medicina e segurança do trabalho, tendo 
sido publicada uma portaria que obrigava as empresas a criar serviços médicos para 
os empregados, dependendo do tamanho e do risco da empresa. 
Essa portaria ministerial tinha como base a recomendação nº 112 da OIT, de 
1959, que foi o primeiro instrumento internacional em que foram definidos de 
maneira precisa e objetiva as funções, a organização e os meios de ação dos 
serviços de medicina do trabalho, servindo como base para as diretrizes de outras 
instituições científicas. 
Em 1978, o MTE aprovou as Normas Regulamentadoras (NR) relativas à 
segurança e à medicina do trabalho. Mediante essas normas, estabeleceram-se, 
segundo critérios de risco e número de empregados das empresas, a 
obrigatoriedade de serviços e programas responsáveis pelas questões relativas à 
 
 
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saúde e segurança no ambiente de trabalho. No final de 2005, foi publicada uma 
nova NR (NR-32), relacionada à segurança e saúde no trabalho em serviços de 
saúde. Nela, constam recomendações contempladas nas NRs anteriores,considerando-se as especificidades para controle e prevenção dos riscos 
encontrados no ambiente de trabalho da saúde. 
A legislação brasileira sobre acidentes de trabalho, atualmente em vigor, é 
de 1991 e foi regulamentada em 1992 (Lei Básica da Previdência Social). 
No glossário da NR-32, acidente é definido como um evento súbito e 
inesperado que interfere nas condições normais de operação e que pode resultar em 
danos ao trabalhador, à propriedade ou ao meio ambiente, ao passo que incidente é 
um evento súbito e inesperado que interfira na atividade normal do trabalho sem 
dano ao trabalhador, à propriedade ou ao meio ambiente. 
A NR-32 reafirma que os trabalhadores devem comunicar imediatamente 
todo acidente ou incidente, com possível exposição a agentes biológicos, ao 
responsável pelo local de trabalho e, quando houver, ao serviço de segurança e 
saúde do trabalho e à Cipa. Para fins de aplicação desta NR, considera-se risco 
biológico a probabilidade da exposição ocupacional a agentes biológicos, que são os 
microrganismos, geneticamente modificados ou não, as culturas de células, os 
parasitas, as toxinas e os príons. 
O Ministério da Saúde publicou em 1999 a Portaria nº 1.339, com uma lista 
de doenças relacionadas ao trabalho, referindo-se a entidades nosológicas, agentes 
e situações de exposição ocupacional, codificadas de acordo com a Classificação 
Internacional de Doenças – CID-10 (Brasil, 1999). A mesma lista foi adotada pela 
previdência social para fins de caracterização dos acidentes do trabalho e 
procedimentos decorrentes. As doenças infecciosas e parasitárias relacionadas com 
o trabalho, de acordo com essa portaria, são: tuberculose, carbúnculo (antraz), 
brucelose, leptospirose, tétano, psitacose/ornitose/doenças dos tratadores de aves, 
dengue, febre amarela, hepatites virais, doença pelo HIV, dermatofitose e outras 
micoses superficiais, candidíase, paracoccidioidomicose (blastomicose sul-
americana, blastomicose brasileira, doença de Lutz), malária, leishmaniose cutânea 
ou leishmaniose cutâneo mucosa. 
 
 
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Essas informações constam também de um documento publicado em 2001 
em que doenças são relacionadas com potenciais agentes ou fatores de risco 
ocupacionais. Essa iniciativa contribui não apenas para a vigilância em saúde, mas 
também na caracterização, pelos serviços de saúde, do diagnóstico de doenças e 
seu vínculo com o trabalho, auxiliando os médicos e viabilizando o adequado 
tratamento e notificação. 
Em 2004, foi publicada uma portaria pelo Ministério da Saúde (Portaria nº 
777, de 28 abro 2004) que dispõe sobre a regulamentação da notificação 
compulsória de agravos à saúde do trabalhador, acidentes e doenças relacionados 
com o trabalho, em uma rede de serviços sentinela. Para efeitos dessa portaria, os 
acidentes do trabalho com exposição a material biológico foram classificados como 
agravos de notificação compulsória. 
Em 2005, foi aprovada a Lei de Biossegurança, que estabelece normas de 
segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos 
geneticamente modificados (OGMs) e seus derivados, cria o Conselho Nacional de 
Biossegurança (CNBS), reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança 
(CTNBio) e dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança (PNB). 
Sobre os acidentes com material biológico, deve-se atentar para as 
características de exposição (relacionadas ao descarte de material perfurocortante e 
descarte de material) e principais patógenos envolvidos. 
São circunstâncias comuns de exposição: 
 coletores cheios acima do limite permitido; 
 agulhas ou outros materiais perfurocortantes projetados para fora do coletor; 
 dificuldade de descarte do próprio instrumento (por exemplo, escalpes); 
 montagem incorreta dos coletores; 
 localização inadequada; 
 coletores pequenos ou em número insuficiente para um determinado setor; 
 descarte incorreto com desconexão da agulha da seringa. 
 
 
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O desconhecimento dos trabalhadores em relação à necessidade de 
descarte de qualquer material perfurocortante – vidros, frascos e ampolas –, 
independentemente de estar ou não contaminado, em coletores resistentes e 
específicos para essa finalidade, tem sido responsável por frequentes acidentes na 
equipe de limpeza pela manipulação de lixo comum. Todos os materiais 
perfurocortantes devem ser desprezados em coletores rígidos e padronizados para 
cada tipo de descarte. 
Uma grande variedade de patógenos pode ser responsável pela 
contaminação de trabalhadores da área da saúde, já tendo sido descritos casos de 
infecção ocupacional com sessenta diferentes agentes infecciosos, após exposição 
a sangue e outros materiais biológicos: 26 diferentes vírus, 18 
bactérias/micobactérias/rickettsias, 13 protozoários e três fungos. 
Nas doenças de curta duração, que cursam com baixos níveis do agente 
infeccioso na circulação sanguínea e nas quais há contenção da infecção pelo 
sistema imunológico, a possibilidade de contaminação do trabalhador acidentado 
durante o curto período de circulação sanguínea é improvável, e essas doenças não 
são normalmente de transmissão sanguínea. Outras infecções cursam com a 
presença contínua ou intermitente de partícula infecciosa na corrente sanguínea, 
oferecendo um risco contínuo de transmissão. 
Dessa forma, o papel das bactérias, dos fungos e dos parasitas nas doenças 
ocupacionais por transmissão sanguínea não é tão importante quanto os riscos 
associados à transmissão viral. O HIV-1, o vírus da hepatite B (HBV) e o da hepatite 
C (HCV) são os agentes mais importantes envolvidos nessas infecções 
ocupacionais. Com esses vírus, é comum a ocorrência de longos períodos de tempo 
sem sinais clínicos que indiquem a suspeita do risco de infecção. Além disso, esses 
são os agentes etiológicos mais frequentes pela maior prevalência entre a 
população geral e a maior gravidade da infecção provocada, podendo representar 
maior probabilidade de hospitalização e atendimento em serviços de saúde em 
relação a outros agentes infecciosos (RAPPARINI, 2010). 
 
 
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UNIDADE 4 – GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE 
LABORATÓRIOS 
 
Para Ferreira e Sisinno (2010) discutir a questão de resíduos gerados em 
laboratórios e de seu gerenciamento é tratar de uma questão polêmica e de ampla 
abrangência em relação à saúde humana e ao meio ambiente. O problema se 
complica ainda mais quando se constatam as precárias condições de tratamento e 
disposição final dos resíduos nas cidades brasileiras e as dificuldades orçamentárias 
das instituições públicas, principalmente aquelas ligadas aos sistemas de saúde. 
Mas, afinal, quais são esses resíduos e em que tipo de laboratório são 
produzidos? São os resíduos sólidos, definidos, segundo a NBR-10004, como sendo 
os resíduos nos estados sólido e semissólido que resultam de atividades de origem 
industrial, (...) comercial, (...) de serviços (...). Ficam incluídos nesta definição (...) 
determinados líquidos, cujas particularidades tornaminviável o seu lançamento na 
rede pública de esgotos ou corpos de água ou exijam para isso soluções técnicas e 
economicamente inviáveis face à melhor tecnologia disponível (ABNT, 2004). 
Tomada ao pé da letra, tal definição englobaria quase todos os resíduos 
gerados nos laboratórios de unidades industriais e comerciais de prestação de 
serviços. Entretanto, os resíduos de serviços de saúde – definidos nas resoluções 
RDC nº 306 da ANVISA e nº 358 do CONAMA deverão ser classificados, 
gerenciados e tratados de acordo com as orientações descritas nessas resoluções 
(ANVISA, 2004; CONAMA, 2005). 
A importância da discussão desse tema se baseia no fato de que a 
inexistência de sistemas de tratamento de esgotos faz com que os resíduos líquidos 
despejados na rede pública sejam lançados nos corpos d’água receptores in natura, 
nas condições em que foram gerados. Da mesma forma, os resíduos sólidos 
coletados pelo sistema de limpeza urbana são, na maioria das vezes, dispostos em 
vazadouros a céu aberto (‘lixões’) e aterros controlados, sem a infraestrutura 
sanitária necessária para proteção ao meio ambiente. 
 
 
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Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (lBGE, 2002), das 
228.413 toneladas por dia de lixo coletadas no Brasil em 2000, cerca de 59% foram 
dispostas em aterros controlados, vazadouros a céu aberto e em áreas alagadas. 
Essa situação inadequada, entretanto, não exime o cidadão comum nem os 
técnicos que produzem resíduos, durante suas atividades profissionais, da 
responsabilidade perante a preservação ambiental. Na medida em que se detém 
maior conhecimento específico sobre o assunto, maior se torna a responsabilidade 
sobre os riscos potenciais. Sem que o cidadão comum seja isentado das suas 
responsabilidades éticas, o lançamento indiscriminado de agulhas hipodérmicas 
contaminadas no ambiente tem gravidade muito maior se os autores são um 
laboratório ou uma unidade de serviços de saúde, que não poderiam ignorar os 
riscos de tal procedimento. 
Portanto, podemos ter como pressupostos básicos para se contemplar um 
gerenciamento de resíduos correto, efetivo e viável, a responsabilidade, o 
envolvimento e, claro, o conhecimento dos resíduos que podemos resumir em 
informação e educação. 
Fugindo um pouco ao descarte dos resíduos, em se tratando do espaço 
físico de um laboratório clínico, é importante que a desinfecção de pisos, paredes, 
vidraças, bancadas e superfícies não metálicas, seja feita com hipoclorito e sódio 
0,5% e para superfícies metálicas, álcool etílico 70%, o piso deve ser limpo duas 
vezes por dia e o lixo retirado nessa frequência também. A equipe de limpeza deve 
estar treinada em relação os riscos e situações de emergências e também usar os 
EPIs e EPCs (NR 32). 
O gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde, onde se inserem os 
gerados nos laboratórios, se constitui em um conjunto de procedimentos de gestão, 
planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas normativas e 
legais com objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar o descarte 
seguro e eficiente, visando a proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde 
pública, dos recursos naturais e meio ambiente (SBPC, 2009). 
O responsável técnico do laboratório pode ser o coordenador responsável 
pela elaboração e implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços 
 
 
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de Saúde (PGRSS), mas, quando sua formação profissional não abranger o 
conhecimentos necessários, este poderá ser assessorado por equipe de trabalho 
que possuam as qualificações correspondentes ou necessárias (SBPC, 2009). 
É recomendável que o laboratório, antes de implantar o PGRSS, estude por 
um período de dois a três meses os diferentes tipos de resíduos gerados pelo 
laboratório, a fim de verificar o percentual de cada um dos tipos de resíduos, e 
atender às orientações e regulamentações estaduais, municipais ou federais. Assim, 
ao implantar o PGRSS, procure saber algumas características da cidade, do aterro 
sanitário, do tratamento de água e esgoto, das empresas especializadas em 
transporte de resíduos, de abrigo de lixo, etc. (SBPC, 2009). 
Os resíduos de saúde são classificados em: 
 grupo A – resíduos com possível presença de agentes biológicos, que podem 
apresentar riscos de infecção; 
 grupo B – resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar 
riscos à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas 
características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade; 
 grupo C – quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que 
contenham radionucleídeos; 
 Grupo D – resíduos que não apresentam riscos biológicos, químico ou 
radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podem ser comparados aos 
resíduos domiciliares; 
 Grupo E – materiais perfurocortantes ou escarificantes como lâminas de 
bisturi, agulhas, escalpes, ampolas de vidros, lancetas, tubos de ensaio, 
capilares, placas de Petri, lâminas, lamínulas, pipetas e outros (SBPC, 2009). 
O percentual médio da composição dos resíduos gerados nos 
estabelecimentos de saúde para os grupos A, B e C varia de 10 a 25%, e de 75 a 
90% para o grupo D. O setor de coleta do laboratório pode gerar resíduos 
classificados nos quatro grupos descritos (SBPC, 2009). 
Segundo a NR 32, os resíduos do grupo A, com risco biológico, devem ser 
submetidos a tratamento antes de serem descartados, utilizando-se processo físico 
 
 
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(calor ou radiações ionizantes) ou outros processos que sejam validados para 
obtenção de redução ou eliminação da carga microbiana, então os resíduos podem 
ser acondicionados em sacos impermeáveis e podem ser tratados como resíduos 
comuns. Porém se não ocorrer a esterilização, os resíduos são acondicionados em 
saco branco leitoso, que deve ser identificado e não pode ultrapassar 2/3 de sua 
capacidade e devem ser fechados, de tal forma que não se permita o seu 
derramamento, mesmo virados com abertura para baixo. 
Os resíduos do grupo E (perfurocortantes), recomenda-se descartar 
separadamente, imediatamente após o uso, em recipientes rígidos, resistentes à 
perfuração, ruptura e vazamentos, com tampa e seu preenchimento máximo deve 
ficar abaixo de 5 cm do bocal. Devem estar identificados com símbolo internacional 
de risco biológico, acrescido da inscrição de “PERFUROCORTANTE” (NR 32). 
Os resíduos do grupo B (lixo químico) devem ser descartados de acordo 
com suas características das classes de substâncias químicas (tóxicas, corrosivas, 
irritantes, outras), por isso deve ser mantida a rotulagem do fabricante na 
embalagem original (NR 32) e jamais se deve misturar substâncias químicas, pois 
essa mistura pode liberar gases tóxicos (BRASIL, 1999). 
Para resíduos do grupo D, destinados à reciclagem ou reutilização, a 
identificação deve ser feita nos recipientes e nos abrigos de guarda recipientes, 
usando códigos de cores e suas correspondentes nomeações: 
I - Papel – azul; 
II - metais – amarelo; 
III - vidros – verde;IV - plásticos – vermelho; 
V - resíduos orgânicos – marrom (SBPC, 2009). 
Recomenda-se identificar de forma clara e de fácil visualização os sacos de 
acondicionamento, recipientes de coleta interna e externa, os recipientes de 
transporte interno e externo e os locais de armazenamento. Quando o transporte for 
manual, deve ser realizado de forma que não exista o contato com nenhuma parte 
do corpo e quando for por carros deve ser realizado em carros apropriados, em 
sentido único com roteiro definido em horários que não coincidentes com distribuição 
 
 
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de roupas, alimentos, medicamentos ou períodos de maior fluxo de pessoas. É 
importante capacitar a equipe de coleta, prestadores de serviços para situações de 
emergência (falta de energia, incêndio) e acidentes (por perfurocortantes). Além 
disso, realizar auditorias periódicas, para verificar se as metas estão sendo 
alcançadas e como está a equipe do laboratório no cumprimento dos protocolos 
estabelecidos pelo programa (NR 32). 
 
 
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UNIDADE 5 – A BISSEGURANÇA NA BIOLOGIA 
MOLECULAR 
 
A biologia é a ciência que se dedica ao estudo dos organismos vivos, suas 
características estruturais e funcionais, crescimento, origem, evolução e distribuição, 
baseada, originalmente, na observação direta e em experimentos simples. 
Com o advento da microscopia ótica e, posteriormente, dos métodos 
bioquímicos de fracionamento e purificação de moléculas orgânicas foram 
desenvolvidos procedimentos capazes de estudar as organizações biológicas no 
nível celular e molecular. Neste sentido, pode-se considerar o advento da biologia 
molecular como uma consequência natural da evolução das técnicas biológicas 
(MAZUR; GALLER, 2010). 
De maneira geral, a biologia molecular estuda as macromoléculas e seus 
mecanismos funcionais, podendo ser definida como o ramo da biologia que lida com 
os fenômenos celulares, através do estudo do DNA, RNA, proteínas e outras 
macromoléculas envolvidas na genética e função celular. Para essa finalidade, os 
pesquisadores utilizam técnicas e instrumentos sofisticados de separação, 
manipulação, visualização e análise molecular. 
Os principais objetos de interesse da biologia molecular são a biossíntese, 
estrutura e funções das macromoléculas essenciais à vida, como os ácidos 
nucleicos e proteínas, e seu papel na replicação e transmissão da informação 
genética, bem como a estrutura e função dos genes (MAZUR; GALLER, 2010). 
Uma compreensão mais abrangente do conceito e evolução da biologia 
molecular pode ser obtida a partir de uma visão histórica, observando-se a 
convergência dos esforços de geneticistas, físicos e químicos estruturais unidos na 
busca por uma resposta sobre a estrutura e função do gene. 
No início do século XX, embora ainda incipiente, a genética deu passos 
largos com as contribuições de Mendel, do grupo de Morgan (1926), que 
desenvolveu os primeiros modelos com Drosophila, e Muller (1926), que reconheceu 
o gene como a base da vida e começou a pesquisar sua estrutura, entre outros. Em 
1938, percebendo a importância desta nova abordagem física e química da biologia, 
 
 
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Warren Weaver, então diretor da Fundação Rockefeller, introduziu o termo biologia 
molecular (MAZUR; GALLER, 2010). 
Em um notável episódio, Francis Crick (Nobel em 1962 apud MAZUR; 
GALLER, 2010) explicou por que começou a se intitular um biólogo molecular: 
 
Fui forçado a me chamar de biólogo molecular quando um clérigo insistente 
me perguntou o que eu fazia e fiquei cansado de explicar que eu era uma 
mistura de cristalógrafo, biofísico, bioquímico e geneticista, uma explanação 
que em todo caso ele achou difícil de compreender e aceitar. 
 
Linus Pauling (Nobel em química em 1954) também utilizou seus 
conhecimentos em química estrutural para estudar a estrutura das macromoléculas 
em trabalho teóricos e experimentais e se interessou, ao contrário de outros 
bioquímicos, pela investigação de forças de ligação não covalentes, como pontes de 
hidrogênio. 
Posteriormente, descobriu-se que estas ligações fracas têm grande 
importância na estrutura e funcionalidade das proteínas e ácidos nucleicos (Crick, 
1996 apud MAZUR; GALLER, 2010). O laboratório de Pauling, no reconhecido 
California Institute of Technology, também fez uso da cristalografia de Raios X, 
aperfeiçoando o método de obtenção de imagens moleculares únicas. Suas 
pesquisas levaram à descoberta de estruturas proteicas, como alfa hélices, e se 
dirigiram para a estrutura do DNA (PAULING& COREY, 1950 apud MAZUR; 
GALLER, 2010). 
A biologia molecular foi vista como produto do encontro da bioquímica com a 
genética, que vinham seguindo trajetórias historicamente distintas, embora 
estudando estruturas e mecanismos semelhantes, na mesma escala de tamanho, 
como a síntese proteica. A bioquímica se interessava pelo metabolismo, ao passo 
que a biologia molecular investigava a reprodução. 
De maneira geral, a primeira etapa das análises moleculares pressupõe a 
obtenção das moléculas de interesse que podem já estar disponíveis, serem 
adquiridas de outros laboratórios ou no comércio ou ainda extraídas de organismos, 
 
 
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como células animais ou vegetais, protozoários, bactérias, fungos e vírus, no 
laboratório. 
Em laboratórios de biologia molecular, que devido ao seu caráter intrínseco 
se dedicam ao estudo do DNA, RNA e proteínas, recomenda-se que os organismos 
usados como fontes (doadores) dessas moléculas não sejam introduzidos vivos, por 
questões de praticidade, infraestrutura e biossegurança. 
Estes devem ser criados ou cultivados em espaços apropriados, como 
biotérios, infectórios, casas de vegetação, laboratórios de microbiologia e cultura de 
células ou ainda coletados do ambiente exterior. A introdução apenas das moléculas 
de interesse no laboratório, extraídas previamente, favorece a biossegurança 
(MAZUR; GALLER, 2010). 
Os microrganismos utilizados para a amplificação e/ou expressão, como 
bactérias, leveduras e vírus recombinantes, considerados ferramentas 
imprescindíveis, são preservados e cultivados em laboratórios, a partir de 
equipamentos e procedimentos específicos. 
Neste contexto, os principais riscos à biossegurança nos laboratórios de 
biologia molecular não são os agentes biológicos patogênicos e sim os OGMs 
através de práticas de manipulação de DNA, como mutações, deleções, inserções, e 
seus derivados (proteínas recombinantes). Por estes motivos, os OGMs podem ser 
vistos como a principal preocupação de biossegurança em laboratórios. 
De maneira geral, os cuidados de biossegurança nos laboratórios de biologia 
molecular começam na adequação das roupas dos técnicos, sejam pesquisadores, 
pós-graduandos e estagiários ou auxiliares. Jalecos descartáveis ou de algodão,com mangas longas, cobrindo até os joelhos, calças compridas e calçados fechados 
de uso restrito ao laboratório são essenciais. 
Acessórios como brincos, anéis e relógios devem ser evitados, bem como o 
uso de telefones celulares. Nenhum procedimento deve ser realizado sem luvas e, 
dependendo do nível de biossegurança do laboratório, toucas para cabelos e pro-
pés são obrigatórios. 
 
 
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A remoção dos jalecos, luvas e pro-pés é obrigatória na saída, mesmo 
momentânea, do laboratório. Ao término das técnicas e da reorganização dos 
equipamentos e reagentes, é necessário remover as luvas, evitando-se o contato 
com maçanetas e outros equipamentos. 
Os frascos, recipientes e tubos com DNA recombinante e OGMs só poderão 
ser abertos em capelas de fluxo certificadas, que serão descontaminadas por 
irradiação com luz UV, após o manuseio. Na substituição, os filtros precisam ser 
incinerados. 
Todos os materiais como pipetas, ponteiras e tubos, após o uso, deverão ser 
descartados em hipoclorito de sódio renovado diariamente, a 1%, pelo menos, 
permanecendo por, no mínimo, 12 horas, até o seu descarte final. 
É importante que estes materiais sejam completamente imersos no 
desinfetante. Pulverizadores com álcool a 70% devem ser disponibilizados e 
utilizados sobre as superfícies de trabalho, frascos e alguns equipamentos, antes e 
depois do uso. 
Líquidos ricos em proteínas, como leite e sangue, podem ser descartados 
em recipientes separados com desinfetante, observando-se a adequação dos 
volumes praticados. Materiais orgânicos sólidos, como tecidos animais ou 
precipitados de células, devem ser autoclavados e depositados em sacos plásticos, 
os quais são selados previamente e levados ao lixo de biológicos para incineração. 
Nesse sentido, o lixo é classificado em perfurocortante, biológico e regular. 
Em relação aos principais equipamentos e características, o laboratório deve 
dispor de capelas de fluxo laminar certificadas, capela de exaustão de gases e 
sistema de descontaminação por UV para micropipetas. Deve também ter uma sala 
reservada para o manuseio de OGMs vivos ou ativos com capela de fluxo laminar 
vertical. Todos os materiais, reagentes e equipamentos necessários devem ser 
organizados no local, antes da realização das técnicas. Sob hipótese alguma, os 
OGMs podem ser transportados para fora do laboratório, sem a devida autorização 
do técnico responsável. 
 
 
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É necessário que os técnicos sejam experientes em técnicas microbiológicas 
de manipulação de microrganismos, com ênfase nos aspectos de assepsia, 
antissepsia e descontam inação de agentes biológicos. 
Em se tratando das boas práticas no laboratório de biologia molecular, estas 
são essenciais para proteção dos técnicos e, principalmente, para se evitar o escape 
de OGMs, assim como são importantes em todas as áreas que envolvem perigo 
para o ser humano. 
Porém, a descrição detalhada de pormenores práticos na realização das 
técnicas pode ser pouco interessante e cansativa para os interessados, mas deve 
ser ministrada na formação técnico-científica teórica e, especialmente, prática do 
mesmos. O processo educativo só se completará na orientação e supervisão 
cotidianas no laboratório. 
A formação científica, o conhecimento dos aspectos moleculares e vivência 
adquirida e atualizada ao longo dos anos em laboratórios possibilitam ao técnico 
responsável e principal determinar os cuidados necessários na sua realidade local, 
que devem ser transferidos pedagogicamente à sua equipe. Recomenda-se também 
que as equipes realizem discussões regulares sobre aspectos locais de 
biossegurança e seus problemas práticos. 
As Comissões Internas de Biossegurança em OGMs (CIBios) devem 
promover eventos de formação e treinamento e também atuar como órgãos de 
consulta e supervisão dos laboratórios, devendo ser apoiadas pela administração 
superior. Cabe também às CIBios a orientação jurídica, principalmente no tocante à 
Lei de Biossegurança Nacional, referente aos procedimentos com OGMs, embora 
seu conhecimento seja de responsabilidade do técnico principal do laboratório. 
Consultas aos seus membros ou diretamente à Comissão Técnica Nacional de 
Biossegurança (CTNBio) sobre aspectos práticos ou legais também devem ser feitas 
(MAZUR; GALLER, 2010). 
Apesar da importância da arquitetura e da engenharia do laboratório e dos 
equipamentos de proteção individual e coletiva, repousa sobre o elemento humano a 
principal responsabilidade dos cuidados de biossegurança. Portanto, a limitação de 
algumas instalações não pode ser utilizada como justificam para falta de cuidados. 
 
 
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Independente das facilidades de um laboratório, até de nível máximo de 
biossegurança, a não observação das boas práticas pode acarretar acidentes de 
consequências variáveis. 
Neste contexto, a realização de treinamentos práticos, seminários de 
atualização e conscientização regulares são de grande importância, bem como o 
bom relacionamento da equipe. 
Sistemas de fiscalização institucionais também podem ser eficientes, 
principalmente quando estimulam a conscientização profissional, antes dos 
procedimentos punitivos, por vezes inevitáveis. A inobservância das regras de 
biossegurança é passível de denúncias e pode implicar sérias medidas 
administrativas e legais. 
O exercício da ciência visa à melhoria da qualidade de vida da humanidade, 
portanto, considerando que a prática da biossegurança nos laboratórios consiste na 
arte de realizar pesquisa e desenvolvimento em respeito à vida, a realização de 
rotinas laboratoriais descuidadas pode ser vista como paradoxal, ferindo princípios 
básicos da ciência em benefício da sociedade. 
Nesse sentido, talvez o maior desafio da implantação da biossegurança, 
onde quer que se faça necessária, seja o processo de reeducação e conscientização 
dos profissionais de laboratórios e dos administradores, de órgãos de fomento e 
fiscalização. Como resultado, a concentração continuada dos esforços no indivíduo 
e na sua formação profissional possibilitará a implementação disciplinada das 
práticas, criando ambiente laboratorial adequado e condições seguras para as 
comunidades e o meio ambiente (MAZUR; GALLER, 2010). 
 
 
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UNIDADE 6 – BIOSSEGURANÇA EM BIOTECNOLOGIA 
 
6.1 Biossegurança na experimentação animal 
Os seres vivos são, e deverão ser por muito tempo, a base das 
investigações biológicas. Sua importância no ensino, na pesquisa biomédica, no 
desenvolvimento de técnicas cirúrgicas, no diagnóstico de enfermidades, na 
produção e no controle de imunobiológicos e fármacos, fazem com que os animais 
de laboratório sejam imprescindíveis e de suma importância para a saúde humana e 
animal (MAJEROWICZ, 2004). 
Os modelos animais, aqueles que possuem

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