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TCC de Ellias Enrick Sales de Lima Pereira

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA 
 
 
 
 
 
ELLIAS ENRICK SALES DE LIMA PEREIRA 
 
 
 
 
 
Detecção de anticorpos IgA e IgG contra peptídeos da proteína Spike do 
SARS-CoV-2 em leite materno 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL 
2023 
 
ELLIAS ENRICK SALES DE LIMA PEREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Detecção de anticorpos IgA e IgG contra peptídeos da proteína Spike do 
SARS-CoV-2 em leite materno 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao curso de 
graduação em Farmácia, da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte, como 
requisito parcial à obtenção do título de 
Bacharel em Farmácia. Orientadora: 
Profa. Dra. Paula Renata Lima Machado. 
Coorientador: Me. Cleverton da Paz 
Mangabeira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL 
2023 
 
 
 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas - SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS 
 
 Pereira, Ellias Enrick Sales de Lima. 
 Detecção de anticorpos IgA e IgG contra peptídeos da proteína 
Spike do SARS-CoV-2 em leite materno / Ellias Enrick Sales de 
Lima Pereira. - 2023. 
 33f.: il. 
 
 Trabalho de Conclusão de Curso - TCC (graduação) - 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências 
da Saúde, Departamento de Farmácia. Natal, RN, 2023. 
 Orientação: Dra. Paula Renata Lima Machado. 
 
 
 1. SARS-CoV-2 - TCC. 2. ELISA - TCC. 3. IgG - TCC. 4. IgA - 
TCC. 5. Lactentes - TCC. I. Machado, Paula Renata Lima. II. 
Título. 
 
RN/UF/BS-CCS CDU 616.2 
 
 
 
 
 
Elaborado por ANA CRISTINA DA SILVA LOPES - CRB-15/263 
 
 
ELLIAS ENRICK SALES DE LIMA PEREIRA 
 
 
Detecção de anticorpos IgA e IgG contra peptídeos da proteína Spike do 
SARS-CoV-2 em leite materno 
 
Monografia apresentada ao curso de 
graduação em Farmácia, da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte, como 
requisito parcial à obtenção do título de 
Bacharel em Farmácia. Orientadora: 
Profa. Dra. Paula Renata Lima Machado. 
Coorientador: Me. Cleverton da Paz 
Mangabeira. 
 
 
 
Aprovada em: 08/12/2023. 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
Profa. Dra. Paula Renata Lima Machado 
Orientador(a) 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
 
 
Profa. Dra. Valeria Soraya de Farias sales 
Membro interno 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
 
 
Prof. Dra. Telma Maria Araujo Moura Lemos 
Membro interno 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos meus amigos e professores que 
acreditaram em mim, dedico este 
trabalho. Vocês foram a minha inspiração, 
o meu apoio e a minha motivação. 
Agradeço a cada um de vocês por me 
acompanharem nessa jornada, por me 
ensinarem, por me encorajarem e por me 
desafiarem a crescer. Sem vocês, eu não 
teria chegado até aqui. Muito obrigado! 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço a Deus Jeová por me dar a oportunidade de realizar este trabalho e 
por me guiar em todos os momentos agradeço também à minha família, que me 
apoiou de forma discreta, mas constante, aos meus orientadores, que me deram 
suporte acadêmico e profissional, me orientando com sabedoria e paciência, meus 
amigos que sempre estiveram ao meu lado e principalmente a equipe do laboratório 
de imunologia que colaboraram para que essa pesquisa pudesse acontecer, sem 
vocês Cleverton, Thales e Maverson nada disso seria possível, principalmente sem 
o apoio da professora Dra. Paula que me aceitou como parte da equipe de pesquisa 
e confiou em mim para realizar todos os experimentos que me trouxeram até aqui. 
Agradeço a todos que, de alguma forma, colaboraram para a realização deste 
trabalho ou em algum momento da minha formação. Muitos ajudaram e alguns 
dificultaram meu caminho, mas a todos vocês, o meu sincero agradecimento, pois 
independente de tudo me trouxeram até aqui, me motivaram a viver essa jornada 
sem nunca desistir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
A pandemia de COVID-19, causada pelo coronavírus associado à síndrome 
respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2) foi um desafio global sem precedentes 
para a saúde pública. A gravidez aumenta os riscos de complicações graves 
causadas pela infecção. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar presença de 
anticorpos IgG e IgA contra peptídeos da proteína Spike do SARS-CoV-2 no sangue 
periférico de gestantes com a COVID-19 no momento do parto e gestantes que 
tiveram COVID-19 durante a gravidez e no momento do parto estavam 
assintomáticas, assim como no leite materno. Foram coletadas amostras de sangue 
e leite materno de 20 gestantes atendidas na Maternidade Escola Januário Cicco 
(MEJC), Natal, RN. As amostras foram analisadas através do ensaio 
imunoenzimático (ELISA) para a detecção de anticorpos IgG e IgA específicos para 
SARS-CoV-2. De acordo com os resultados, a presença de anticorpos IgG e IgA 
anti-SARS-CoV-2 variou entre as gestantes que tiveram COVID-19. Entre as 
mulheres que apresentaram sintomas da doença no momento do parto, 60% (6/10) 
apresentaram IgG anti-SARS-CoV-2 e 70% (7/10) IgA detectável no leite materno, já 
entre as mulheres que estavam assintomáticas no parto e tiveram infecção por 
COVID-19 confirmada durante a gestação, 40% (4/10) apresentaram IgG e 70% 
(7/10) IgA. Os dados sugerem que a infecção por SARS-CoV-2 e/ou a vacinação 
induz a produção de anticorpos detectáveis no leite materno, que pode persistir por 
meses após a recuperação clínica. A presença de anticorpos no leite materno pode 
representar uma fonte de proteção passiva para os lactentes, reforçando assim a 
importância do aleitamento materno. 
 
Palavras-chave: SARS-CoV-2; ELISA; IgG; IgA; Lactentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The COVID-19 pandemic, caused by the severe acute respiratory syndrome 
coronavirus 2 (SARS-CoV-2), was an unprecedented global challenge for public 
health. Pregnancy increases the risks of severe complications caused by infection. 
Thus, the aim of this study was to evaluate the presence of IgG and IgA antibodies 
against peptides of the Spike protein of SARS-CoV-2 in the peripheral blood of 
pregnant women with COVID-19 at the time of delivery and pregnant women who 
had COVID-19 during pregnancy and at the time of delivery were asymptomatic, as 
well as in breast milk. Blood and breast milk samples were collected from 20 
pregnant women attended at the Maternity School Januário Cicco (MEJC), Natal, 
RN. The samples were analyzed by enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA) for 
the detection of IgG and IgA anti-SARS-CoV-2. According to the results, the 
presence of specific IgG and IgA antibodies against the peptides of the Spike protein 
of SARS-CoV-2 varied among pregnant women who had COVID-19. Among women 
who presented symptoms of the disease in childbirth, 60% (6/10) had IgG anti-
SARS-CoV-2 and 70% (7/10) had IgA detectable in breast milk, while among women 
who were asymptomatic and had confirmed COVID-19 infection during pregnancy, 
40% (4/10) had IgG and 70% (7/10) IgA. The data suggest that SARS-CoV-2 
infection and/or vaccination induces the production of detectable antibodies in breast 
milk, which may persist for months after clinical recovery. The presence of antibodies 
in breast milk may represent a source of passive protection for infants, thus 
reinforcing the importance of breastfeeding. 
Keywords: SARS-CoV-2; ELISA; IgG; IgA; Infants. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO...................................................................................... 9 
1.1 Pandemia de COVID-19...................................................................... 9 
1.2 Características de SARS-Cov-2.........................................................10 
1.3 Infecção por SARS-CoV-2 na gravidez.................................…......... 11 
1.4 Tratamento........................................................................................... 12 
1.5 Vacinas................................................................................................. 13 
1.6 Características dos anticorpos.......................................................... 15 
2 OBJETIVOS.......................................................................................... 19 
3 CASUÍSTICA E MÉTODOS.................................................................. 20 
4 RESULTADOS..................................................................................... 23 
5 DISCUSSÃO......................................................................................... 25 
6 CONCLUSÕES..................................................................................... 29 
 REFERÊNCIAS.................................................................................... 30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
1.1. Pandemia de COVID-19 
 
A pandemia de COVID-19 (Coronavirus disease 2019), causada pelo SARS-
CoV-2 (Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavírus 2 ou coronavírus 
associado a síndrome respiratória aguda grave 2), foi um desafio global sem 
precedentes para a saúde pública e a pesquisa médica devido a facilidade de 
transmissão de SARS-CoV-2 e a gravidade dos sintomas nos casos mais sérios da 
doença. Até 06 de novembro de 2023, foram confirmados globalmente 771.820.937 
casos de COVID-19, incluindo 6.978.175 mortes. Com o primeiro caso registrado em 
dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, na China, rapidamente, o vírus se espalhou 
para outros países, levando a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma 
pandemia em 11 de março de 2020. Em 26 de fevereiro de 2020 o Brasil registrou 
oficialmente seu primeiro caso (BUTANTAN, 2023; WHO, 2023). 
No Brasil até 17/11/2023 a COVID-19 teve 38.022.277 casos e 707.286 
mortes confirmadas, levando a uma taxa de mortalidade 336,6/100 mil habitantes, 
com o maior número de óbitos acumulados registrado no estado de São Paulo 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2023). 
A pandemia de COVID-19 também teve impactos significativos em bebês e 
crianças, afetando diretamente suas vidas de várias maneiras, registrando no seu 
ápice em 2022 com uma morte por dia de crianças de 6 meses a 5 anos (FIOCRUZ, 
2022). 
Com o fim da pandemia declarado pela OMS em 5 de maio de 2023 e com 
um total de 13.504.973.753 doses de vacinas administradas globalmente até 17 de 
setembro de 2023, é reforçada a importância da pesquisa contínua na área da 
virologia e imunologia, para que se possa obter um entendimento maior sobre o 
SARS-CoV-2 e a biologia de outros vírus, a fim de evitar novas pandemias (WHO, 
2023). 
 
 
 
 
 
10 
 
1.2. Características do SARS-CoV-2 
 
O SARS-CoV-2 pertence à família Coronaviridae, que apresenta espécies que 
podem causar infecções respiratórias em humanos e animais. Os coronavírus 
receberam esse nome por causa da aparência de coroa que têm quando 
observados ao microscópio eletrônico (BUTANTAN, 2023; PAHO, 2023). 
São vírus envelopados, ou seja, possuem uma camada de lipídios que 
envolve seu material genético. Eles também têm espículas na superfície, que são 
proteínas que se ligam aos receptores das células hospedeiras para facilitar a 
entrada do vírus. Ao todo, sete coronavírus humanos (HCoVs) já foram identificados: 
HCoV-229E, HCoV-OC43, HCoV-NL63, HCoV-HKU1, SARS-CoV, MERS-COV e 
mais recente, o novo coronavírus (que no início foi temporariamente nomeado 2019-
nCoV e, em 11 de fevereiro de 2020, recebeu a denominação de SARS-CoV-2). 
Esse novo coronavírus é responsável por causar a doença COVID-19, que se 
manifesta por sintomas como febre, tosse, falta de ar e perda de olfato e paladar. A 
COVID-19 pode evoluir para formas graves e levar à morte, especialmente em 
pessoas com comorbidades ou idosas. A transmissão do vírus ocorre principalmente 
por meio de gotículas suspensas no ar que podem ser inaladas, ou através de 
superfícies contaminadas, com posterior contato com as vias respiratórias. Quatro 
deles causam apenas resfriados comuns, enquanto os outros três podem provocar 
síndromes respiratórias graves, como a SARS, MERS e a COVID-19 (BUTANTAN, 
2023; PAHO, 2023; UZUNIAN, 2020). 
A síndrome respiratória aguda grave (SARS) associada à infecção por SARS-
CoV surgiu na China em 2002 e se espalhou para vários países, infectando mais de 
8 mil pessoas e matando cerca de 800. A doença foi controlada em 2004 e não 
houve novos casos (WHO, 2015). 
A Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Middle East Respiratory 
Syndrome) está associada a infecção por MERS-CoV, que surgiu na Arábia Saudita 
em 2012 e ainda circula em alguns países do Oriente Médio, Europa e América do 
Norte. A doença afetou mais de 2 mil pessoas e matou cerca de 35% delas (WHO, 
2023). 
 
 
 
11 
 
1.3. Infecção por SARS-CoV-2 na gravidez 
 
A gravidez aumenta os riscos de complicações graves causadas pela 
infecção por SARS-CoV-2, como parto prematuro e morte fetal. Além disso, a 
infecção por SARS-CoV-2 pode afetar a placenta de maneiras diferentes, 
dependendo da variante do vírus. O risco aumentado de natimorto e pré-eclâmpsia 
tem mais probabilidade de estar relacionado a alterações inflamatórias que afetam a 
placenta. A placenta expressa os receptores celulares para o SARS-CoV-2, que são 
a enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2) e a serina protease 2 
transmembrana (TMPRSS2), e alguns pacientes com COVID-19 se tornam 
virêmicos, o que significa que há a possibilidade de infecção da placenta pelo SARS-
CoV-2. A transmissão vertical de SARS-CoV-2 na gravidez parece ser incomum. 
Além disso, a expressão de ACE2 na placenta diminui ao longo da gravidez. No 
entanto, a coagulação e inflamação associadas ao SARS-CoV-2 ocorrem mesmo na 
ausência de infecção placentária, manifestando-se mais comumente como trombose 
intervilosa e deposição de fibrina. O exame da decídua em gestações afetadas pelo 
SARS-CoV-2 demonstrou ativação local das células natural killer e linfócitos T 
maternos, incluindo a regulação da expressão gênica associada à pré-eclâmpsia 
(MALE, 2022). 
As mudanças fisiológicas, mecânicas e imunológicas nas mulheres grávidas 
podem influenciar a sua probabilidade de serem infectadas pelo SARS-CoV-2. Os 
principais sintomas da COVID-19 estão relacionados a uma alteração da função 
microcirculatória; de fato, as gestantes infectadas têm maior risco de apresentar 
sintomas semelhantes à pré-eclâmpsia e de necessitar de internação hospitalar e 
cuidados intensivos. Considerando que a incidência de complicações obstétricas, 
como o parto prematuro, parece ser proporcional à gravidade da infecção, os recém-
nascidos de mães infectadas com um quadro clínico mais grave podem ter um pior 
desfecho, principalmente devido à morbidade e mortalidade neonatais associadas à 
prematuridade. O número de mulheres grávidas vacinadas contra COVID-19 até o 
momento, globalmente, ultrapassou centenas de milhares sem relatos de eventos 
adversos em excesso em relação à população não gestante. Isso vale para a 
eficácia da vacinação durante a amamentação, que é considerada semelhante à das 
mulheres não gestantes (ROSE et al., 2022). 
12 
 
A vacinação na gravidez pode evitar complicações para a mãe e o bebê, 
como mostram exemplos de vacinas contra varíola, coqueluche, tétano e influenza. 
A infecção por SARS-CoV-2 na gravidez também aumenta os riscos maternos, por 
isso é importante vacinar-se contra esse vírus. (MACKIN; WALKER, 2021). 
 
1.4. Tratamento 
 
No início da pandemia, antes de se ter evidências científicas sobre a eficácia 
de algum fármaco contra a COVID-19, diferentes fármacos foram testados entre eles 
as aminoquinolinas (hidroxicloroquina e cloroquina) que são antimaláricoscom ação 
imunomoduladora e antiviral in vitro, mas que apresentam riscos cardíacos e 
oftalmológicos. Aminoquinolinas em associação com azitromicina, um antibiótico 
com efeito anti-inflamatório, que pode potencializar o efeito das aminoquinolinas, 
mas também aumentar os riscos cardíacos. Oseltamivir, um antiviral usado para 
tratar a gripe, que não tem evidência de eficácia contra o SARS-CoV-2 e pode 
causar náuseas e vômitos. Lopinavir/ritonavir, uma combinação de antirretrovirais 
usada para tratar o HIV, que tem atividade in vitro contra o SARS-CoV-2, mas que 
não mostrou benefício clínico em estudos randomizados e pode causar diarreia e 
alterações hepáticas. Glicocorticosteroides, que são anti-inflamatórios usados para 
reduzir a resposta imune exagerada que pode levar à síndrome do desconforto 
respiratório agudo, mas que podem aumentar o risco de infecções secundárias e 
complicações metabólicas. Tocilizumabe, um anticorpo monoclonal que bloqueia a 
interleucina 6 (IL-6), uma citocina pró-inflamatória envolvida na resposta imune à 
COVID-19, mas que pode causar reações alérgicas e infecções graves. Heparinas, 
que são anticoagulantes usados para prevenir e tratar as complicações 
tromboembólicas associadas à COVID-19, mas que podem causar sangramentos e 
trombocitopenia. Antibacterianos, que são usados para tratar as infecções 
bacterianas secundárias que podem ocorrer em pacientes com COVID-19, mas que 
devem ser prescritos com critério para evitar a resistência bacteriana e os efeitos 
adversos. Mas todos eles tiveram sua eficácia contra o vírus da COVID-19 
desmentida (FALAVIGNA et al., 2020). 
A busca por novos fármacos para a COVID-19 se concentra principalmente 
em novos compostos que atuam contra proteínas específicas do SARS-CoV-2. Para 
isso, é importante controlar as interações entre as moléculas pequenas e os alvos 
13 
 
biológicos. Uma das principais técnicas de pesquisa e desenvolvimento da indústria 
farmacêutica é o planejamento de fármacos baseado na estrutura do receptor 
(SBDD). Essa técnica ajudou a encontrar várias moléculas bioativas para diversos 
alvos moleculares. Os remédios para o HIV/AIDS são um exemplo de sucesso do 
SBDD. Outros exemplos mais recentes são o ivacaftor (2012, fibrose cística), o 
sofosbuvir (2013, hepatite crônica), o riociguate (2013, hipertensão pulmonar), a 
canagliflozina (2013, diabetes tipo 2), o erdafitinib (2019, câncer), e o ripretinib 
(2020, câncer). Um dos grandes desafios atuais é usar as técnicas de SBDD e de 
planejamento de fármacos baseado na estrutura do ligante (LBDD) para desenvolver 
novos remédios que atuam em alvos moleculares específicos do SARS-CoV-2 
(FERREIRA; ANDRICOPULO, 2020). 
Durante muito tempo após o início da pandemia, não havia nenhum fármaco 
específico contra o SARS-CoV-2, mas conforme o tempo foi passando e os 
cientistas puderam ter um entendimento melhor do vírus, fármacos específicos para 
tratar a COVID-19 foram surgindo, como o PF-07321332, um novo medicamento 
oral contra a COVID-19 desenvolvido pela Pfizer. O PF-07321332, também 
chamado de nirmatrelvir, é um inibidor da protease 3Cl do SARS-CoV-2, uma 
enzima essencial para a replicação viral. O nirmatrelvir bloqueia a clivagem da 
poliproteína viral, impedindo a formação de proteínas virais funcionais. O nirmatrelvir 
é administrado em combinação com o ritonavir, outro inibidor da protease, para 
aumentar sua biodisponibilidade e eficácia. O nirmatrelvir demonstrou atividade 
antiviral in vitro contra vários coronavírus humanos e um bom perfil de segurança e 
tolerabilidade in vivo. O nirmatrelvir está em fase III de ensaio clínico com o nome 
comercial de Paxlovid. O Paxlovid é uma das opções de tratamento oral para a 
COVID-19, juntamente com o molnupiravir, um inibidor da polimerase viral (MARZI et 
al., 2022). 
 
1.5. Vacinas 
 
Diante da pandemia de COVID-19, houve esforço global para acelerar o 
desenvolvimento de vacinas. Cerca de 175 grupos de pesquisa trabalharam com 
diferentes tipos de vacinas. A OMS monitorou constantemente o progresso desses 
projetos, que contam com recursos públicos e privados, para acelerar o tempo de 
14 
 
desenvolvimento, sem comprometer a qualidade e a segurança das vacinas (LIMA; 
ALMEIDA; KFOURI, 2021). 
 As vacinas usadas contra a COVID-19 no Brasil são a CoronaVac, a 
Oxford/AstraZeneca, a Pfizer/BioNTech e a Janssen. Elas se diferenciam pelo tipo 
de tecnologia, pelo intervalo entre as doses e pela eficácia: 
• A CoronaVac é uma vacina de vírus inativado, que usa o próprio SARS-CoV-2 
modificado para não causar infecção. Ela induz uma resposta imune 
moderada com uma dose e requer uma segunda dose após 21 a 28 dias. A 
eficácia da CoronaVac é de 64% para prevenir casos sintomáticos de COVID-
19. 
• A Oxford/AstraZeneca é uma vacina de vetor viral, que usa um adenovírus de 
chimpanzé modificado para carregar o código genético da proteína Spike do 
SARS-CoV-2. Ela oferece proteção cerca de 21 dias após a primeira dose e 
requer uma segunda dose após três meses. A eficácia da 
Oxford/AstraZeneca é de cerca de 76% para prevenir casos sintomáticos de 
COVID-19. 
• A Pfizer/BioNTech é uma vacina de RNA mensageiro, que usa o material 
genético do SARS-CoV-2 para instruir as células a produzirem a proteína 
Spike. Ela induz uma resposta imune forte com uma dose e requer uma 
segunda dose após três meses. A eficácia da Pfizer/BioNTech é de 95% para 
prevenir casos sintomáticos de COVID-19. 
• A Janssen é uma vacina de vetor viral, que usa um adenovírus humano 
modificado para carregar o código genético da proteína Spike do SARS-CoV-
2. Ela oferece proteção com uma única dose e tem eficácia de 66% para 
prevenir casos moderados a graves de COVID-19. (BUTANTAN, 2023) 
 
A vacinação contra a COVID-19 é uma das medidas mais eficazes para 
prevenir a doença e reduzir as complicações e mortes causadas pelo SARS-CoV-2. 
A vacinação também contribuiu para diminuir a circulação do vírus na sociedade, 
protegendo as pessoas que ainda não se vacinaram ou que não podem se vacinar 
por algum motivo. Mas por mais que a vacinação traga inúmeros benefícios, a 
vacina não dispensa as medidas de prevenção. Além disso, ainda não se sabe por 
quanto tempo dura a imunidade conferida pelas vacinas ou se elas são capazes de 
15 
 
impedir a transmissão do vírus de uma pessoa para outra (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 
2023). 
Atualmente, a OMS reconhece quatro variantes de preocupação: alfa 
(identificada pela primeira vez no Reino Unido), beta (África do Sul), gama (Brasil) e 
delta (Índia). Essas variantes têm se espalhado pelo mundo e representam um risco 
maior para a saúde pública, pois podem ser mais contagiosas, mais virulentas ou 
mais capazes de escapar da proteção das vacinas. Diante desse cenário, é 
fundamental manter a vigilância genômica e epidemiológica coordenada para 
detectar qualquer mudança significativa no comportamento do vírus ou na resposta 
das vacinas. Além disso, é essencial acelerar o processo de imunização da 
população com as vacinas disponíveis, que ainda são eficazes contra as variantes, 
principalmente para prevenir casos graves e óbitos. As vacinas também podem 
reduzir a circulação do vírus e, consequentemente, as chances de surgirem novas 
variantes (BUTANTAN, 2021). 
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já aprovou o registro de 
uma vacina bivalente contra COVID-19, desenvolvida pela empresa Novavax. Essa 
vacina usa uma tecnologia que combina proteínas recombinantes do SARS-CoV-2 
com um adjuvante à base de saponina. Segundo os estudos clínicos realizados em 
vários países, essa vacina apresentou uma eficácia geral de 90,4% e uma eficácia 
contra as variantes alfa, beta e gama de 93,2%. A empresa ainda está avaliando a 
eficácia contra a variante delta (ANVISA, 2023). 
 
1.6. Característica dos anticorpos 
 
A imunoglobulina G (IgG) é uma das proteínas mais abundantesno soro 
humano, que pertence a uma das cinco classes de imunoglobulinas existentes, junto 
com a IgM, IgD, IgA e IgE. Essas glicoproteínas têm estruturas e funções diferentes, 
dependendo da cadeia pesada que possuam. A IgG pode ser dividida em quatro 
subclasses: IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4, que variam em abundância, ligação 
antigênica, ativação do complemento, meia-vida e transporte placentário. Além 
disso, a resposta de anticorpos IgG a diferentes tipos de antígenos pode favorecer 
uma ou outra subclasse. A deficiência seletiva de uma subclasse pode aumentar a 
suscetibilidade a certas classes de patógenos, mas isso é raro ou pouco frequente. 
O antígeno que entra no nosso corpo e sua composição química influenciam a 
16 
 
reação imunológica secundária e a troca de classe dos anticorpos. Além do antígeno 
em si, outros sinais secundários também afetam a diferenciação das células B, como 
os receptores de reconhecimento de padrões e as citocinas produzidas por outras 
células do sistema imune. A IgG1 é a principal subclasse de IgG e é induzida por 
antígenos proteicos solúveis e proteínas de membrana. Ela também é acompanhada 
por níveis menores das outras subclasses, principalmente IgG3 e IgG4. A falta de 
IgG1, que pode ocorrer em algumas deficiências primárias e secundárias de 
anticorpos, pode levar a uma redução dos níveis totais de IgG 
(hipogamaglobulinemia). A deficiência de IgG1, às vezes em combinação com 
outras deficiências de subclasses de IgG, está associada a infecções recorrentes. A 
IgG2 é a subclasse de IgG mais específica para antígenos polissacarídicos 
capsulares bacterianos. A deficiência de IgG2 pode resultar na ausência quase total 
de anticorpos IgG contra carboidratos, embora essas respostas possam ser 
compensadas por níveis aumentados de outras subclasses de IgG, especialmente 
IgG1 e IgG3. A suscetibilidade aumentada a certas infecções bacterianas está 
associada à deficiência de IgG2, sugerindo um papel dessa subclasse na defesa 
contra esses patógenos. A concentração baixa de IgG2 muitas vezes ocorre em 
associação com uma deficiência de IgG4 e/ou IgA1 e IgA2. Uma análise extensa das 
reatividades contra carboidratos em imunoglobulina intravenosa revelou que, 
embora a IgG2 represente a maior parte da reatividade contra muitos glicanos, isso 
nem sempre é o caso. Em respostas imunes normais em indivíduos saudáveis, 
também podem ser observadas respostas de IgG1 e IgG3, e certamente contra 
glicanos conjugados a proteínas, que acontece na reação às vacinas 
pneumocócicas de segunda geração. Os anticorpos IgG3 são muito eficazes na 
indução de funções efetoras, ou seja, na ativação de mecanismos de defesa do 
organismo. As infecções virais em geral levam à produção de anticorpos IgG das 
subclasses IgG1 e IgG3, sendo que os IgG3 aparecem primeiro no decorrer da 
infecção. Respostas dominadas por IgG3 parecem ser raras (VIDARSSON; 
DEKKERS; RISPENS, 2014). 
A IgG é um tipo de anticorpo que desempenha um papel importante na 
imunidade passiva do feto por ser a única imunoglobulina capaz de atravessar a 
placenta e conferir proteção ao feto contra agentes infecciosos nos primeiros meses 
de vida. O mecanismo pelo qual a IgG atravessa a placenta envolve o transporte 
ativo mediado por receptores específicos para a região Fc da IgG, chamados de 
17 
 
receptores Fc neonatais (FcRn). Esses receptores são expressos nas células 
sinciciotrofoblastos, que formam a camada mais externa da placenta. A IgG materna 
se liga ao FcRn em endossomos com pH ácido e é transportada para a membrana 
basal da célula, onde é liberada na circulação fetal em pH neutro. Esse processo 
ocorre a partir da 13ª semana de gestação e aumenta progressivamente até o final 
da gravidez. Os quatro subtipos de IgG (IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4) podem atravessar 
a placenta, mas com velocidades diferentes. A IgG1 é a mais abundante e a mais 
eficiente na transferência placentária, seguida pela IgG3, IgG4 e IgG2. No terceiro 
trimestre, os níveis de IgG no feto podem ultrapassar os níveis maternos. A 
transferência de IgG é benéfica para o feto, mas pode ser prejudicial em casos de 
doenças autoimunes ou aloimunes maternas, como a eritroblastose fetal ou a 
trombocitopenia neonatal aloimune (CIOBANU et al., 2020). 
Os anticorpos IgA podem ser detectados antes dos anticorpos da subclasse 
IgG em um paciente em processo infecioso, pois é rapidamente produzido ao início 
de uma infecção, antes que os linfócitos B mudem de classe para produzir IgG 
(STERLIN, D. et al. 2021). 
Nas superfícies mucosas, as imunoglobulinas IgA produzidas localmente por 
células plasmáticas sub-epiteliais, desempenham um papel-chave na proteção 
contra toxinas, bactérias, vírus e protozoários, sendo o principal anticorpo a atuar no 
trato respiratório e digestivo. Existem duas subclasses de IgA em humanos, IgA1 e 
IgA2, que podem existir como monômeros ou como multímeros formados por 
unidades monoméricas de IgA polimerizadas por ligações covalentes com a cadeia J 
(principalmente dímeros). As IgAs são encontradas em diversas secreções mucosas, 
mas também são abundantes no soro (2–3 mg/ml), predominantemente na forma 
monomérica. Além de seu papel bem documentado na proteção dos epitélios contra 
patógenos invasores, as SIgAs possuem atividades biológicas adicionais; elas 
podem atuar como moléculas anti-inflamatórias e antialérgicas, manter a 
homeostase mucosa e regular a microbiota intestinal (LORIN; MOUQUET, 2015). 
O anticorpo da subclasse IgA é incapaz de atravessar o tecido placentário e 
chegar até um feto, pois apenas a subclasse IgG interage com os receptores Fc na 
superfície do tecido placentários e por isso pode chegar até um feto, ficando restrito 
somente as mucosas e sendo encontrado no sangue (MARTINEZ et al., 2018). 
IgA é um tipo de anticorpo que tem domínios variáveis e constantes nas 
cadeias pesadas (HC) e leves (LC), codificados por éxons separados. Todos os 
18 
 
domínios têm uma estrutura globular semelhante, chamada de dobra de 
imunoglobulina. A região de dobradiça é codificada por uma sequência no início do 
exon que codifica o domínio Cα2. A região de dobradiça dá flexibilidade ao IgA, que 
é importante para sua atividade, essa região varia muito em comprimento e 
sequência entre as IgAs de diferentes espécies (SOUSA-PEREIRA; WOOF, 2019). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
2. OBJETIVOS 
 
Avaliar presença de anticorpos IgG e IgA contra peptídeos da proteína Spike 
do SARS-CoV-2 no sangue periférico de gestantes com a COVID-19 no momento do 
parto e gestantes que tiveram COVID-19 durante a gravidez e no momento do parto 
estavam assintomáticas, assim como no leite materno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
3. CASUÍSTICA E MÉTODOS 
 
Trata-se de um estudo de coorte prospectiva envolvendo a Maternidade 
Escola Januário Cicco (MEJC). Foram incluídas gestantes com diagnóstico 
confirmado da COVID-19 durante a gravidez ou gestantes com suspeita de COVID-
19 no momento do parto (sintomáticas). O presente projeto foi submetido e aprovado 
pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) 
da UFRN com a aprovação número 4.816.259. Todos os pacientes ou responsáveis 
foram informados sobre os objetivos do estudo e assinaram o Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento Livre Esclarecido 
concordando em participar do estudo. 
No prontuário foram colhidas as informações sobre comorbidades, evolução 
do trabalho de parto e intercorrências clínicas, de 20 mães que realizaram o parto na 
MEJC. Dentre as 20 gestantes, seis (30%) delas apresentavam diabetes 
gestacional. Além disso, duas (10%) das 20 gestantes tinham hipertensão arterial 
sistêmica, outras seis (30%) das 20 gestantes tinham hipertensão gestacional. De 
fato, uma dasgestantes com hipertensão gestacional desenvolveu pré-eclâmpsia e 
precisou de cuidados intensivos. Uma das 20 gestantes também tinha o exame para 
toxoplasmose positivo, por fim, uma das 20 gestantes tinha obesidade, um fator de 
risco para diversas complicações na gravidez e no parto. 
A coleta de amostras foi realizada de seguinte maneira: 
(1) Gestantes sintomáticas: na admissão no hospital foi realizada a coleta de 
secreção naso/orofaríngea com swab para pesquisa de SARS-CoV-2 por RT-PCR e 
no pós-parto foram coletados sangue periférico e o leite materno para pesquisa de 
anticorpos IgG e IgA anti- SARS-CoV-2. 
(2) Gestantes que tiveram a COVID-19 durante a gravidez e no momento do 
parto estavam assintomáticas: no pós-parto foram coletados sangue periférico e o 
leite materno para pesquisa de anticorpos IgG e IgA anti- SARS-CoV-2. 
O leite materno foi obtido por expressão manual de única mama não sugada 
previamente, sendo coletado no início e final da mamada, um volume de 
aproximadamente 3mL. 
Amostras de sangue foram coletadas das gestantes sintomáticas para 
pesquisa de anticorpos IgG e IgA anti-SARS-CoV-2 a partir de sete dias após o 
início dos sintomas. 
21 
 
Antes de adicionar as amostras de leite materno nas placas de ELISA, foi 
realizada uma etapa de preparação para eliminar possíveis interferentes. Amostras 
foram centrifugadas a 2000 rpm por 10 minutos, sendo descartado o sobrenadante e 
pipetado 100 µL de amostra de leite materno nos poços da placa. 
O método escolhido para quantificar a presença de anticorpos IgA e IgG 
específicos para a proteína S do SARS-CoV-2 no leite materno foi o imunoensaio 
ELISA. A ELISA é um método que permite detectar a presença de anticorpos 
específicos contra um antígeno em uma amostra biológica. Neste caso, os antígenos 
foram os peptídeos da proteína Spike de SARS-CoV-2, que é responsável pela 
ligação do vírus às células humanas. Para realizar o imunoensaio, foi preparado 
uma solução de antígenos com 1 mg do antígeno (proteína spike do SARS-CoV-2) + 
1ml de água milli-Q e em seguida foi sensibilizada uma microplaca de 96 poços com 
50 µl dos peptídeos da proteína Spike. No dia seguinte, após a placa ficar pelo 
menos 12 horas na geladeira na etapa de sensibilização, a placa foi lavada 3 vezes 
com 30 µl de PBS (tampão fosfato salino) com Tween 20 a 0,05%. Em seguida, foi 
aplicada 100 µl de uma solução de bloqueio em cada poço da placa contendo soro 
bovino fetal (PBS com SBF à 10%) para evitar a ligação inespecífica de outras 
proteínas à placa. Depois de deixar a placa em temperatura ambiente por 2 horas, 
passamos para a próxima etapa de lavagem, lavando novamente a placa por mais 3 
vezes. Com as etapas de preparação da placa finalizadas, adicionamos 50 µl das 
amostras diluídas de soro ou leite materno, que é o alvo da pesquisa da presença 
dos anticorpos IgA e IgG contra o SARS-CoV-2 e incubamos em uma estufa a 37° 
por 30 minutos. Após o tempo de incubação, a placa foi lavada 5 vezes com PBS 
com Tween 20 a 0,05%, para remover as proteínas que não se ligaram ao antígeno. 
e passado para a próxima etapa, onde foi adicionado anticorpos conjugados 
específicos contra as imunoglobulinas humanas, marcados com uma enzima, que 
permite a leitura por um espectrofotômetro, e esse anti-anticorpo reconhece os 
anticorpos IgA e IgG, e como temos anticorpos ligados nos antígenos no fundo dos 
poços da placa de ELISA, no caso os peptídeos da proteína S do vírus, podemos 
detectar a presença de anticorpos específicos contra a proteína S do SARS-CoV-2 
com 50 µl anticorpo conjugado por poço na Diluição de 1/500: 10 µl do anticorpo + 
4990 uL de PBS + SBF à 10% . A placa foi incubada novamente por 30 minutos e 
lavada pela última vez por 7 vezes para iniciar a próxima etapa, onde adicionamos 
50 µl de TMB (3,3′,5,5′-Tetramethylbenzidine (TMB) Liquid Substrate System for 
22 
 
ELISA, Sigma-Aldrich), que é um composto que reage com a enzima do conjugado e 
produz uma mudança de cor e deixamos na estufa por 10 minutos. Por fim a reação 
foi parada usando ácido sulfúrico 2 N e podemos iniciar a leitura da absorbância, e 
como a intensidade da cor é proporcional à quantidade de anticorpos na amostra, e 
podemos avaliar a presença dos anticorpos em um espectrofotômetro, e nesse caso 
usamos o Microplate Reader URIT-660 que foi configurado para ler a absorbância 
no espectro entre 450/630 nm. 
Como controle negativo, utilizou-se 26 amostras de soro e leite materno de 
mulheres, obtidas em um período anterior à pandemia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
4. RESULTADOS 
 
No estudo foram incluídas 20 mulheres grávidas, com mediana de idade de 
27,5 anos. Sendo que das 20 pacientes, 10 estavam sintomáticas no momento da 
coleta das amostras de secreção naso/orofaríngea e sangue periférico e 10 tiveram 
a COVID-19 durante a gravidez e estavam assintomáticas no momento do parto. 
Das 20 pacientes, 13 (65%) realizaram parto cesariano e 7 (35%) parto normal. 
Das 10 pacientes sintomáticas, 8 apresentaram a RT-qPCR positiva para 
pesquisa do RNA viral do SARS-CoV-2 e 2 foram negativas. 
Das oito pacientes que apresentaram infecção por SARS-CoV-2 confirmada 
por RT-qPCR, 37,5% apresentaram febre, 62,5% tosse, 37,5% coriza, 12,5% dor de 
garganta, 50% dispneia, 25% cefaleia, 25% anosmia, 37,5% mialgia e 12,5% 
diarreia. Em relação aos marcadores laboratoriais observou-se que, em geral, as 
pacientes apresentaram resultados dentro dos valores de referência em relação aos 
leucócitos e plaquetas. No caso da proteína C reativa (PCR) foram encontrados 
valores elevados (>5,0 mg/dL) em 7 das 8 pacientes com detecção molecular 
positiva para SARS-CoV-2. 
Foram encontradas opacidades pulmonares bilaterais em três (37,5%) das 
pacientes com detecção molecular positiva para a SARS-CoV-2, enquanto nas mães 
assintomáticas os exames de imagem foram considerados normais. A média de 
internação entre as pacientes positivas para a infecção foi de 10 dias. 
Em relação à sorologia, das 10 gestantes sintomáticas, 50% (5/10) 
apresentaram anticorpos IgG ou IgA anti-SARS-CoV-2, sendo que 30% foram IgG e 
IgA positivos; 10% IgG positivo e IgA negativo; 10% IgG negativo e IgA positivo; 
50% IgG negativo e IgA negativo (Tabela 1). 
Das 10 mulheres que tiveram a COVID-19 na gravidez e estavam 
assintomáticas no momento do parto, 90% apresentaram anticorpos IgG ou IgA anti-
SARS-CoV-2, sendo que 70% foram IgG e IgA positivos; 0% IgG positivo e IgA 
negativo; 20% IgG negativo e IgA positivo; 10% IgG negativo e IgA negativo. 
Das pacientes com infecção ativa, nenhuma até o momento da pesquisa 
havia se vacinado, destas, 50% apresentaram anticorpos IgG e 50% apresentaram 
anticorpos IgA anti-SARS-CoV-2. Das pacientes com RT-PCR negativa, nenhuma 
até o momento da pesquisa havia se vacinado. Dentre elas, nenhuma apresentou 
anticorpos IgG ou anticorpos IgA anti-SARS-CoV-2. Entre as pacientes que haviam 
24 
 
tido a doença anteriormente oito haviam se vacinado, destas 100% apresentaram 
anticorpos IgG e/ou IgA anti-SARS-CoV-2 no leite materno. 
No soro das 20 pacientes, 55% (11/20) delas, apresentaram IgG anti-SARS-
CoV-2 e a transferência de anticorpos para o leite materno foi confirmada em 50% 
(10/20) das amostras, 65% (13/20), delas apresentaram IgA no soro, com a 
transferência de imunoglobulina confirmada para o leite materno (Tabela 1). 
 
Tabela 1 – Pesquisa de anticorpos anti-SARS-CoV-2 em gestantes. 
Tipo de amostra 
Gestantes sintomáticas* Gestantes pós-COVID-19 
Sorologia anti-SARS-CoV-2 Sorologia anti-SARS-CoV-2 
IgG+ IgA+ IgG+ IgA+ 
Soro 4/10 (40%) 4/10 (40%) 7/10 (70%) 9/10 (90%) 
Leite materno 6/10 (60%) 7/10 (70%) 4/10 (40%) 7/10 (70%) 
Fonte: autoria própria. 
*Gestantes com sintomas respiratórios no momento parto. 
**Gestante que tiveram COVID-19 durante a gravidez e no momento do parto estavamassintomáticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
5. DISCUSSÃO 
 
A amamentação é fundamental para a saúde e crescimento da criança 
enquanto o sistema imunológico não está completamente desenvolvido, além de 
fornecer suporte nutricional e imunológico à saúde da criança. O leite materno tem 
um papel fundamental no trato intestinal das crianças, como é detalhado no estudo 
de Araújo e colaboradores (2006) que analisou a contribuição imunológica do leite 
materno na prevenção de doenças infecciosas e alérgicas infantis. Os autores 
destacam que a imunidade é conferida pelos anticorpos maternos, transmitidos 
durante o aleitamento, principalmente pela IgA, que no trato digestivo da criança 
impede que microrganismos patogênicos colonizem o trato enterogástrico infantil. 
Corroborando com os nossos resultados, Young e colaboradores (2022) 
encontraram evidências de anticorpos IgA e IgG anti-SARS-CoV-2, fazendo um 
comparativo da presença de anticorpos provenientes de mães vacinadas e mães 
que tiveram infecção por SARS-CoV-2 confirmada. Os pesquisadores afirmam que o 
estudo não é capaz de demonstrar se esses anticorpos ou a quantidade deles no 
leite materno podem fornecer proteção contra COVID-19 para as crianças 
amamentadas, mas que a diferença entre a quantidade de anticorpos presentes no 
leite materno de uma mãe vacinada é maior do que os anticorpos presentes no leite 
de uma mãe que teve infecção por COVID-19, mas não foi vacinada. Portanto, ainda 
não é possível concluir que o leite materno de uma mãe vacinada substituiria a 
vacinação de bebês ou crianças. 
Atualmente, muitas mães abandonam a amamentação precocemente. Uma 
recente revisão sistemática conduzida por Mosca et al. (2022) indicou que o 
conhecimento das mães sobre os elementos imunológicos presentes no leite pode 
influenciar na duração do tempo de amamentação, servindo de motivação para 
conscientizar da importância da amamentação de um recém-nascido com a duração 
adequada. 
Além de anticorpos, o leite fornece uma enorme quantidade de nutrientes que 
ajudam no desenvolvimento da criança e evitam que microrganismos indesejados 
possam causar problemas, através de enzimas especificas presentes no leite 
materno. O estudo realizado por Passanha et al. (2010) discute que no recém-
nascido, a imaturidade do epitélio intestinal, a baixa acidez gástrica e a menor 
26 
 
atividade de enzimas digestivas não constituem uma barreira muito eficiente contra a 
entrada de micro-organismos. 
Mesmo durante a fase sintomática a gestante não deve parar de amamentar a 
criança por medo de transmitir o vírus para o filho através do leite, pois até o 
momento não há estudo que confirme essa forma de transmissão, como detalham 
os estudos de Pace et al. (2021) e Krogstad et al. (2021) confirmando que não foi 
detectada a presença do vírus da COVID-19 no leite materno e que a amamentação 
não deve ser interrompida e que os benefícios da transferência de IgA e IgG 
específicas contra a COVID-19 são superiores ao potencial risco de infecção. 
Como destaca o estudo de Peng e colaboradores (2020), a infecção pelo 
vírus da COVID-19 através do leite materno ainda não foi confirmada, porém o vírus 
é transmitido principalmente pelo ar, então caso a mãe esteja com sintomas de 
COVID-19, ela deve usar máscara ao entrar em contato com a criança, para evitar 
uma infecção no recém-nascido. 
O artigo de MU (2021) e colaboradores trata da influência da microbiota 
materna na produção de imunoglobulina A (IgA) em neonatos. Os autores mostram 
que camundongos neonatos imunocompetentes amamentados por mães 
imunodeficientes apresentaram um aumento de IgA induzido pela microbiota 
materna, reforçando que a amamentação é importante mesmo com mães 
imunodeficientes. 
A gravidez e a COVID-19 são condições que afetam a fisiologia respiratória, 
hormonal e imunológica das mulheres. A gestação reduz a capacidade respiratória e 
a tolerância à hipoxia, o que pode aumentar o risco de complicações em caso de 
infecção pelo SARS-CoV-2. O pós-parto é marcado por uma queda nos níveis de 
estrogênio e progesterona, que podem ter efeitos protetores contra o vírus. Além 
disso, o sistema imunológico se modula durante a gravidez para evitar a rejeição do 
feto, alterando as funções de células como fagócitos, dendríticas, NK e T. Outro fator 
que pode influenciar a suscetibilidade ao SARS-CoV-2 é a expressão da ECA2, a 
enzima que o vírus usa para entrar nas células. A ECA2 tem função vasodilatadora e 
anti-inflamatória, mas também facilita a infecção viral. A ECA2 está aumentada na 
gravidez, o que pode favorecer a entrada do vírus da COVID-19 nas células 
hospedeiras ou outros tipos de vírus, como detalha a revisão de Amorim e 
colaboradores (2021). 
27 
 
A revisão sistemática de Delmoro (2021) analisou a relação entre o SARS-
CoV-2 e as citocinas inflamatórias na gestação. O trabalho revisa a literatura sobre 
como a infecção pelo vírus pode aumentar os processos inflamatórios que ocorrem 
naturalmente na gravidez e causar danos ao feto. O trabalho também sugere que o 
monitoramento das citocinas inflamatórias e o controle delas pode ser uma 
estratégia para reduzir os riscos da COVID-19 para o feto durante a gestação. 
A COVID-19 é uma doença viral que pode causar pneumonia grave e 
complicações em pacientes que pertencem a algum grupo de risco. As gestantes e 
puérperas fazem parte desse grupo, pois têm alterações fisiológicas e imunológicas 
que as tornam mais vulneráveis à infecção pelo SARS-CoV-2. Estudos mostram que 
essas mulheres têm mais chances de desenvolver a forma grave da doença, de ter 
partos prematuros e de sofrer repercussões pós-parto para si e para seus bebês. 
Diante disso, é fundamental prevenir a contaminação, seguindo as medidas de 
proteção, reconhecendo os sintomas e buscando orientação médica. Além disso, é 
necessário informar as gestantes e seus familiares sobre os cuidados pré-natal, peri 
e pós-parto, considerando o cenário atípico da pandemia. Com isso, Soares e 
colaboradores (2021) fizeram um trabalho focando na informação no contexto da 
pandemia, sobre os riscos para as gestantes e puérperas, as consequências para o 
parto e o bebê, e a importância da prevenção e da informação, colaborando com 
esta pesquisa, pois é importante que as mães saibam que o leite materno transfere 
anticorpos importantes para seus filhos. 
A gravidez altera a fisiologia da mulher, aumentando o risco de complicações 
graves relacionadas à COVID-19 e exigindo uma vacinação adequada, eficaz e 
segura contra a doença. Na revisão sistemática feita por Oliveira et al (2023), 
esclareceram quais vacinas contra a COVID-19 são seguras para gestantes, seus 
efeitos adversos e o programa de vacinação. As vacinas atualmente seguras para 
administração gestacional são Pfizer e CoronaVac. Por meio de estudos realizados 
em animais, as vacinas não apresentaram efeitos teratogênicos, além de não 
demonstrarem efeitos adversos, o único efeito adverso foi a dor no local da 
aplicação. Mesmo com as vacinas comprovadamente seguras para a mãe e feto, a 
vacinação ainda precisa ser feita com cuidado e acompanhamento médico. Deve ser 
realizada preferencialmente antes do terceiro trimestre e evitada durante quadros 
gripais, também não deve ser administrada junto com outra vacina. 
28 
 
Mesmo com o fim da pandemia já declarado pela OMS, pesquisas para novos 
tratamentos contra o vírus da COVID-19 ainda estão em curso e novas ideias lidar 
com a infecção por esse vírus, surgem a todo momento, como o trabalho de revisão 
de Vieira e colaboradores (2023) que avaliou se é relevante o emprego de 
imunoglobulina como uma opção terapêutica para pacientes com COVID-19 
proveniente de pessoas que se curam da infecção pelo SARS-CoV-2. Esse plasma 
deve possuir anticorpos contra o vírus em quantidades e atividade biológica 
adequadas para conferirimunidade passiva ao receptor. A utilização do plasma 
convalescente, contendo anticorpos específicos desenvolvidos após a recuperação 
da COVID-19, como tratamento para pacientes infectados pelo SARS-CoV-2, está 
atualmente sob pesquisa e análise. No entanto, alguns estudos indicam que essa 
estratégia pode enfrentar dificuldades diante das variantes do vírus. 
Um dado que chamou atenção no estudo, foi que das 20 gestantes, 6 delas 
apresentaram diabetes gestacional, uma condição que pode trazer riscos para a 
saúde da mãe e do bebê. Segundo o artigo de Lorin e Mouquet (2015), o tratamento 
atual do diabetes gestacional inclui a insulinoterapia, que é o método tradicional, e a 
metformina, que vem se mostrando uma alternativa segura e eficaz. Além disso, o 
artigo sugere um algoritmo de tratamento multidisciplinar, que envolve a 
monitorização da glicemia capilar e da circunferência abdominal fetal por meio de 
ultrassonografia obstétrica. Essas medidas podem ajudar a prevenir complicações 
como a macrosomia fetal, a hipoglicemia neonatal e a pré-eclâmpsia. 
Outra informação que chamou atenção, foi que 6 das 20 participantes 
apresentavam hipertensão gestacional, o que corresponde a 30% das pacientes. 
Esse dado é relevante, pois a hipertensão gestacional, que é a elevação da pressão 
arterial após a 20ª semana de gestação pode evoluir para pré-eclâmpsia, uma 
síndrome grave que afeta os rins, o fígado e o cérebro da gestante. De fato, uma 
das gestantes com hipertensão gestacional desenvolveu pré-eclâmpsia e precisou 
de cuidados intensivos para evitar perder a vida e a criança. Claramente a 
hipertensão gestacional pode trazer sérias complicações para a saúde da mãe e do 
bebê, conforme demonstrado no artigo de Martinez e colaboradores (2014) 
explicando que a hipertensão gestacional é uma das principais causas de morte 
materna no Brasil e no mundo, e que está associada a alterações em diversos 
sistemas do corpo da gestante. 
29 
 
6. CONCLUSÃO 
 
No presente estudo foi possível detectar anticorpos IgG e IgA anti-SARS-
CoV-2 no sangue periférico e leite materno de gestantes com a COVID-19 no 
momento do parto e gestantes que tiveram COVID-19 durante a gravidez e no 
momento do parto estavam assintomáticas. Foi encontrado que 70% das pacientes 
foram positivas para IgA e 50% foram positivas para IgG no leite materno, o que 
indica uma resposta imune das mães à infecção pelo coronavírus. No entanto, esses 
resultados ainda não são suficientes para afirmar que as crianças que receberam 
esse leite materno estarão protegidas contra a COVID-19. A vacinação continua 
sendo a forma mais segura e eficaz de prevenir a doença e suas complicações. Mais 
estudos se fazem necessários para avaliar o tempo de excreção dos anticorpos e a 
transferência desses anticorpos do leite materno para as crianças, bem como o seu 
impacto na proteção contra a COVID-19. 
 
 
30 
 
REFERÊNCIAS 
 
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