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Sistema Muscular Comparado

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FACULDADE ANHANGUERA DE BAURU
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – ANATOMIA COMPARADA
Prof. Dr. João Carrara
Sistema Muscular
O sistema muscular, do ponto de vista quantitativo é muito amplo, pois forma de um terço a metade do volume corpóreo dos vertebrados. Funcionalmente, a musculatura também é da mais alta importância, pois o sistema nervoso se expressa através da contração das fibras musculares. Desde a locomoção à circulação sanguínea, as principais funções do organismo são proporcionadas ou associadas à atividade muscular, incluindo a produção de calor corpóreo. 
Tipos de Musculatura 
- Distinguem-se dois tipos principais de tecido muscular – o liso e o estriado.
Músculo Liso: As fibras musculares lisas são as mais simples e menores. O músculo liso é encontrado principalmente na parede do tubo digestório. Seguramente outros lugares, que derivam desse tubo também apresentam musculatura lisa – bexiga, a traqueia e os brônquios pulmonares. Entretanto, existem outros lugares onde as fibras musculares lisas se originaram independentemente do tubo digestório, como nos vasos sanguíneos, os órgãos genitais, o tecido conjuntivo da pele, e outras regiões. No músculo liso, como o nome indica, as fibrilas parecem ser simples; não existem bandas transversais nas fibras, tal como se observa nas células musculares estriadas. Essa musculatura é considerada como involuntária, por estar sobre o controle do sistema nervoso autônomo. Nessa musculatura a contração é relativamente lenta e pode ser duradoura; entretanto a intensidade é menor que no estriado, ao contrário, o músculo estriado pode ser mais rapidamente estimulado e contrair mais vigorosamente, mas a fadiga ocorre mais prontamente. 
Músculo Estriado: As fibras deste tipo de tecido constituem a “carne”, e estão dispostas formando músculos que se inserem e movem elementos esqueléticos. As células musculares estriadas são multinucleadas, com numerosos núcleos dispersos ao longo de sua extensão. Na maioria dos grupos de vertebrados os núcleos estão situados no interior das fibras; nos mamíferos e de certo modo nas aves, os núcleos estão, pelo contrário, dispostos superficialmente. O músculo estriado como um todo pode contrair-se fraco ou fortemente, por um intervalo de tempo curto ou longo; o resultado varia de acordo com a quantidade de fibras estimuladas e a quantidade e velocidade dos estímulos nervosos. Cada fibra muscular, entretanto, contrai-se na base do “tudo ou nada”; a contração é total ou simplesmente não ocorre. A ação de um músculo é efetuada através do encurtamento de suas fibras, do que resulta uma tração sobre os ossos ou outros elementos nos quais as duas extremidades do músculo estão inseridas. 
Músculo Cardíaco: No coração encontra-se um tipo especial de musculatura inexistente em outros órgãos, a qual é autônoma, e apresenta bandas transversais semelhantes àquelas observadas nas fibras estriadas. Há também os discos intercalares, os quais possuem complexos juncionais e comunicantes que ligam firmemente as células desse tecido, mas permite que haja troca de substâncias entre células vizinhas. Assim, toda a musculatura cardíaca é uma rede contínua de fibras que se ramificam e se anastomosam, formando uma massa única de tecido sincicial que facilita a transmissão dos impulsos de forma sincrônica através do miocárdio. O coração dos vertebrados possui a capacidade de contrair-se ritmicamente, sendo esta propriedade é denominada automatismo cardíaco. O controle da atividade cardíaca é realizado através de inervação simpática e parassimpática. Estes nervos agem sobre uma rede de células musculares cardíacas modificadas situadas, no homem, na parede do átrio direito: o chamado nó sinoatrial, também conhecido como “marca-passos”. Então, o estímulo gerado espalha-se por todo o miocárdio resultando na contração. O impulso chega ao nó atrioventricular, na porção inferior do septo inter-atrial e se propaga aos ventrículos através do feixe atrioventricular, percorrendo então todo o miocárdio. 
Componentes Anatômicos dos Músculos Esqueléticos 
Um músculo esquelético típico possui uma porção média e as extremidades. A porção medial é carnosa e recebe o nome de ventre muscular. Nele predominam as fibras musculares, sendo, portanto a parte ativa do músculo, isto é, a parte contrátil. Quanto às extremidades, uma é denominada origem, a mais estável e fixa em relação ao movimento a ser efetuado; e a outra inserção, a região que se move durante a contração. As fibras musculares nunca se inserem diretamente no osso ou cartilagem; a inserção é sempre feita por meio de tecido conjuntivo que dependendo da forma recebe o nome de tendão, quando formam estruturas terminais cilindroides ou de aponeurose (Fig. 5.1.2), quando formam estruturas laminares (típicas de músculos largos). Tanto tendões quanto aponeuroses são esbranquiçados e brilhantes, muito resistentes e praticamente inextensíveis, constituídos por tecido conjuntivo denso, rico em fibras colágenas e desenvolvem a função de prender o músculo às diversas estruturas como ossos, cartilagens, cápsulas articulares, etc. O músculo como um todo, é envolto por uma delgada lâmina de tecido conjuntivo, o epimísio; no interior do músculo, outras bainhas, o endomísio e o perimísio envolvem e separam fibras e feixes musculares, respectivamente. 
Classificação dos Músculos 
Quanto à Forma do Músculo e Arranjo de suas Fibras 
A função do músculo condiciona sua forma e arranjo de suas fibras. Como as funções dos músculos são múltiplas e variadas, também o são sua morfologia e arranjo de suas fibras. De modo geral possuem suas fibras dispostas em duas maneiras diferentes à direção da tração exercida pelo mesmo: paralelas ou oblíquas. 
Disposição Paralela das Fibras: pode ser encontrada tanto em músculos longos (nos quais há predomínio do comprimento sobre a largura), como nos músculos largos (nos quais há predomínio da largura sobre o comprimento). Nos músculos longos observa-se uma convergência das fibras musculares em direção aos tendões, tanto de origem como de inserção, de tal modo que na parte média o músculo tem maior diâmetro que nas extremidades e por seu aspecto característico é denominado fusiforme. Já nos músculos largos pode haver convergência das fibras musculares para uma das extremidades, originando os músculos em leque. 
Disposição Oblíqua das Fibras: esse tipo de disposição é encontrado em músculos denominados peniformes. Esses músculos recebem essa denominação pela semelhança com a forma de uma pena. Se os feixes musculares se prendem em uma só borda do tendão falamos em músculo unipenado; se os feixes se prendem nas duas bordas do tendão, será bipenado. 
Quanto à Origem 
Quando os músculos se originam por mais de um tendão, diz-se que apresentam mais de uma cabeça de origem. São então classificados como músculos bíceps, tríceps ou quadríceps, conforme apresentam 2, 3 ou 4 cabeças de origem. 
Quanto à Inserção - Do mesmo modo os mm podem inserir-se por mais de um tendão. Quando há dois tendões de inserção, são denominados bicaudados; três ou mais, policaudados. Ex. músculo flexor longo dos dedos do pé. 
Quanto ao Ventre Muscular
Alguns músculos apresentam mais de um ventre muscular, com tendões intermediários situados entre eles. São ditos digástricos os músculos que apresentam dois ventres e poligástricos os que apresentam número maior. 
Quanto à Ação 
Dependendo da ação principal resultante da contração muscular, o músculo pode ser classificado como flexor, extensor, adutor, abdutor, rotador medial, rotador lateral, pronador, supinador, flexor plantar, flexor dorsal, etc. 
Estudo Comparativo
O estudo comparativo dos músculos é difícil devido à variabilidade dos músculos e da aparente facilidade com que eles mudam de função. Uma massa de tecido muscular que constitui uma unidade em um animal pode-se dividir em dois ou mais músculos distintos em outro animal; parecem existir outros casos em que músculos originalmenteseparados se fundiram. Como em outros sistemas de órgãos, são dados aos músculos, na medida do possível, nomes usados na anatomia humana. 
O movimento muscular voluntário em peixes apresenta, relativamente, menos complexidade que o dos humanos, sendo dedicado principalmente às suas necessidades primordiais, como: abrir e fechar a boca; movimentar os olhos; abrir e fechar as aberturas branquiais; mover as nadadeiras e promover movimentos laterais de áreas do corpo visando a locomoção através da coluna de água. Em todos os tipos de peixes os músculos do corpo tendem a manter a sua organização segmentar plesiomórfica, dispostos em unidades denominadas miômeros e separadas por miosseptos. Tanto em peixes cartilaginosos quanto em ósseos, a musculatura axial – aquela que abrange o corpo – é dividida por um septo lateral, ou horizontal, em uma porção dorsal, sendo chamados de músculos epaxiais ou epiaxiais, e outra ventral, denominando-se de músculos hipoaxiais ou hipaxiais. Essas duas divisões principais podem ser diferenciadas pelo tipo de inervação particular que cada uma recebe: músculos epaxiais são inervados por ramos dorsais dos nervos espinhais, enquanto que os músculos hipoaxiais são inervados pelos ramos ventrais dos mesmos. 
Também são característicos de peixes, os grupos de músculos responsáveis pelos movimentos mandibulares, oculares, branquiais (músculos constritores e elevadores das brânquias), os chamados músculos hipobranquiais e a musculatura das nadadeiras – composta essencialmente por extensores dorsais e flexores ventrais. 
 
A vida terrestre implica em algumas modificações inerentes ao novo hábitat a ser explorado e os anfíbios representam uma interessante forma de transição dos peixes, para os demais animais adaptados ao meio terrestre. A musculatura do tronco dos anfíbios apresenta-se primariamente metamérica, ou segmentada, como nos peixes, mas exibindo algumas diferenças notórias. O septo horizontal, que separa a musculatura epi e hipoaxial, situa-se em uma posição mais dorsal, resultando em uma redução dos músculos dorsais. Tal modificação provém do modo de vida tetrápoda, tipicamente caracterizado pela deambulação. Partes deste sistema axial, assim como a musculatura original das brânquias, realizam movimentos da cabeça, um movimento muito limitado e restrito em peixes. 
A musculatura hipoaxial ou ventral apresenta modificações ainda mais evidenciáveis. Os miosseptos, tão evidentes separando os feixes musculares de cada segmento do corpo de peixes, são reduzidos ou ausentes na musculatura ventral de muitos anfíbios. É caracterizada ainda por sua divisão em três camadas, formando os músculos oblíquo externo, interno e transverso. O músculo reto abdominal, presente em alguns peixes, encontra- se bem desenvolvido nos anfíbios. A descrição da musculatura apendicular é notavelmente complexa e, mesmo nos tetrápodas mais plesiomórficos, a locomoção na terra e a gama de movimentos potencialmente realizáveis, como a deambulação, saltos e o trepar, envolvem inúmeros fatores e desenvolvimento de diferentes tipos de músculos.
Nos répteis, devido ao maior desenvolvimento das costelas e à maior especialização da locomoção em meio terrestre, a musculatura axial começa a apresentar algumas das características complexas encontradas em mamíferos. A maioria dos répteis é capaz de realizar movimentos maiores da coluna vertebral, resultado da especialização de alguns dos músculos da porção dorsal do tronco. Nos quelônios, a presença de uma carapaça rígida e imóvel reduz a necessidade de uma musculatura axial mais elaborada, excetuando-se a região cervical. Os músculos dérmicos, que não existem em peixes e são inconspícuos nos anfíbios, são proeminentes nos répteis, especialmente nas serpentes – onde auxiliam no movimento de locomoção, levantando e abaixando as escamas da face ventral do corpo, aumentando e diminuindo a fricção com o substrato, alternadamente. A musculatura dos membros dos répteis apresenta grande variação, dependendo do tipo de locomoção empregada. 
A musculatura das aves difere em vários aspectos do sistema muscular da maioria dos vertebrados terrestres, provenientes principalmente de adaptações ao voo e ao uso inerente do bico. A musculatura dorsal apresenta-se pouco desenvolvida, uma vez que a maioria das vértebras do tronco encontra-se fundidas (e apresentam movimento limitado), assim como também a musculatura abdominal. Entretanto, os músculos extrínsecos das asas são bastante desenvolvidos nas aves que voam, especialmente o músculo depressor grande peitoral, que pode representar até um quinto do peso total de uma ave. Sua função é movimentar a asa para baixo e origina-se no esterno e na fúrcula, inserindo-se na face inferior do úmero. 
O sistema muscular dos mamíferos apresenta inúmeras formas de especialização, sendo impraticável uma menção mais detalhada. Contudo, alguns aspectos distintivos podem ser apresentados. A disposição metamérica dos músculos axiais está totalmente ausente ou obscurecida. Com o desenvolvimento da capacidade de locomoção, através do uso dos membros, observa-se que os músculos extrínsecos associados a estes cobrem uma considerável parte da musculatura do tronco, especialmente na região torácica. Os músculos branquiais, relacionados primariamente com o movimento dos arcos branquiais, desenvolvem-se em músculos da face, do pescoço e dos ombros nos mamíferos (masseter, temporal, digástrico, trapézio, esternomastoideo e cleidomastoideo) representam derivações da musculatura branquial primordial, sendo chamados de músculos branquioméricos. Os músculos dérmicos (ou tegumentares) alcançam seu maior grau de desenvolvimento nos mamíferos. São responsáveis pelas expressões faciais, movimentos das pálpebras, nariz e lábios, eriçamento dos pelos e pela constituição dos esfíncteres.

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