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Caderno - Direito Constitucional II - Diogo Guanabara

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DIREITO CONSTITUCIONAL II
PROFESSOR: DIOGO GUANABARAProvas:
19/09
21/11
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA
FEDERAÇÃO BRASILEIRA: ENTES E VEDAÇÕES
Entes Federativos: União, Estados-Membros, Municípios e Distrito Federal (Art. 18, CF/88). Todos gozam de autonomia política (capacidade de auto-organização, auto legislação, auto governo e auto administração).
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
Auto-organização: criar sua própria lei maior
Auto legislação: revela a possibilidade de o DF, Estados-Membros, União e Municípios criar suas leis específicas (leis que regulam o estado X, mas não regula o estado Y, por exemplo)
Auto governo: permite que os entes federativos se organizem em termos de governo.
Autoadministração: revela a capacidade de cada ente federativo organizar sua máquina burocrática
Vedações Constitucionais 
Art. 19, CF/88 
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
        I -  estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
        II -  recusar fé aos documentos públicos;
        III -  criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
Manutenção da Forma Federativa – pretende preservar a integridade do Estado Federativo Brasileiro, impedindo por exemplo que um desses entes federativos crie uma igreja (rompendo com o princípio da laicidade do Estado Brasileiro)
Proibições:
Estado Laico (I)
Recusar fé aos documentos públicos – Fé pública é uma capacidade que é conferida aos servidores públicos no Brasil, é a veracidade da palavra do servidor (II)
Criar distinções entre brasileiros e preferências entre si (III)
Imunidade Tributária Recíproca (art. 150, VI, “a”) – os entes federativos não podem tributar uns aos outros
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre: (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
UNIÃO
Entidade Federal formada pela reunião das partes componentes da federação
União é diferente de República Federativa do Brasil (apesar de ter o mesmo território do Estado Federativo Brasileiro)
OBS) Soberania do Estado Brasileiro é configurada à República Federativa Brasileira e a União tem autonomia política, não soberania
Dupla personalidade:
Interna Pessoa Jurídica de Dir. Púlico Interno Autônomo
Externa Representação da RFB no âmbito internacional (não necessariamente o presidente da república)
Atributos da Autonomia Política:
Auto-organização Reger-se pela sua Constituição (CF/88), que é a lei maior da União e da República Federativa (há artigos que só se aplicam a União e outros que se aplicam a República Federativa Brasileira)
Auto legislação Capacidade de elaborar e reger-se pelas suas leis (que vão reger os interesses exclusivos da União)
Autogoverno Eleger seu Poder Executivo e Poder Legislativo e organizar o Poder Judiciário
Autoadministração Organizar a estrutura administrativa, dos serviços e servidores
ESTADOS-MEMBROS
Frações políticas que compõem o Estado Federal dotados de Autonomia
Atributos da Autonomia Política:
Auto-organização (Art. 25, caput) Elaborar e reger-se pela sua Constituição (Poder Constituinte Derivado Decorrente)
Auto legislação (Art. 25, caput) Elaborar e reger-se pelas suas leis
Autogoverno (Arts. 27, 28 e 125) Eleger seu Poder Executivo e Poder Legislativo e organizar o Poder Judiciário
Autoadministração Organizar a estrutura administrativa, dos serviços e servidores
Formação de Estados-Membros 
Plebiscito com população diretamente interessada
Condição prévia essencial e prejudicial
Propositura do projeto de Lei Complementar após aprovação pelo plebiscito
Audiência das Assembleias Legislativas
Parecer não vinculante
Aprovação pelo congresso nacional
Maioria absoluta (art.69)
Fusão entre os Estados-Membros
Fusão de territórios com formação de novo Estado-Membro/Território Federal distinto dos anteriores
“População diretamente interessada?”
Cisão de Estados-Membros
Subdivisão de um Estado-Membro existente para se formar dois ou mais Estados/Território Federal novos
“População diretamente interessada?”
Desmembramento de Estados-Membro
Possibilidade de um ou mais Estados-membro cederem parte do seu território para formar um novo Estado/Território Federal que não existia, ou se anexar a um Estado-Membro que já existe
Modalidades:
Desmembramento-Formação (Parte desmembrada de um Estado se transforma em novo Estado que não existia anteriormente) 
Desmembramento-Anexação (Não haverá criação de novo Estado-Membro. O Estado-Membro existente anexa um território ao seu.)
MUNICÍPIOS
Frações políticas que compõem o Estado Federal dotados de Autonomia
Atributos da Autonomia Política:
Auto-organização (art. 29, caput) Elaborar e reger-se pela sua Lei Orgânica
Autolegislação (art. 30) Elaborar e reger-se pelas suas Leis Municipais
Autogoverno (art. 29, I) Eleger o seu Poder Executivo e Poder Legislativo
Auto-administração Organizar a estrutura administrativa, dos serviços públicos e servidores 
Formação de Municípios
Lei Complementar Federal: Período de criação de Municípios
Ainda não criada
ADI 2240-BA 
Propositura de Projeto de Lei Estadual
Estudo de Viabilidade Municipal: Estudo técnico
Plebiscito com a “População Diretamente Interessada” : 
Condição prévia essencial e prejudicial
Lei Estadual criadora do Município 
DISTRITO FEDERAL
Distrito Federal = Brasília + “Cidades Satélites”
Brasília = Capital Federal; Capital da União; Sede do Governo do Distrito Federal
Atributos da Autonomia Política:
Auto-organização (art. 32, caput) Elaborar e reger-se pela sua Lei Orgânica
Autolegislação (art. 32, §2º) Elaborar e reger-se pelas suas Leis Distritais
Autogoverno (art. 32, 3º) Eleger o seu Poder Executivo e Poder Legislativo, e Organizar seu Poder Judiciário
Auto-administração Organizar a estrutura administrativa, dos serviços públicos e servidores 
Características Importantes:
Não pode subdividir-se em Municípios (art. 32, caput)
Autonomia do DF é parcialmente tutelada pela União 
Art. 21, XII e XIV
Art. 22, XVII
TERRITÓRIOS FEDERAIS
Não são dotados de Autonomia Política
Autarquias pertencentes à União (art. 18, §2º)
Ainda Existem Territórios Federais?
Amapá e Roraima: art. 14, caput, ADCT
Fernando de Noronha: art. 15, ADCT
Processo de Criação
Lei Complementar : art. 18, §§ 2º e 3º
Plebiscito para aprovação 
Características Importantes:
Regulação por Lei Federal : art. 33, caput
Podem se subdividir em Municípios: art. 33, §1º
Poder Executivo Governador (art. 84, XIV)
Poder Legislativo 4 Deputados Federais (art. 45,§2º)
Poder Judiciário; Ministério Público; Defensoria Pública Territórios com mais de 100 mil habitantes (art. 33, §3º c/c art. 21, XIII) 
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Poder de ação e atuação atribuído aos vários Órgãos, Entes Federção e Agentes constitucionais com o fim de realizar as tarefas constitucionalmente previstas.
PRINCÍPIO DA PREDOMINÂNCIA DE INTERESSES
	ENTE FEDERATIVO
	INTERESSE
	UNIÃO
	GERAL
	ESTADOS-MEMBROS
	REGIONAL
	MUNICÍPIO
	INTERESSE LOCAL
	DISTRITO FEDERAL
	REGIONAL + LOCAL (ART. 32, §1°)
TÉCNICAS CLÁSSICAS DE REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS
Enumeração de Poderes (UNIÃO) + Poderes Remanescentes (ESTADOS-MEMBROS) EUA, Argentina e México
Enumeração de Poderes (ESTADOS-MEMBROS) + Poderes Remanescentes (UNIÃO) Canadá 
Enumeração de Competências Exclusivas aos Entes Índia e Venezuela
CLASSIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS
1ª ClassificaçãoLegislativa
Material (=Não-legislativa; Administrativa)
2ª Classificação
Exclusivas Não admitem delegação
Privativas Admitem delegação
Comum (=Cumulativa; Paralela) Natureza Administrativa. Pertencem ao mesmo tempo a U, E, M e DF
Concorrentes Natureza Legislativa. Pertencem ao mesmo tempo a U, E, M e DF
Suplementar Exercida pelos Estados-Membros e Municípios para complementar ou suprir falta de normas gerais
Competência Suplementar-Complementar
Competência Suplementar-Supletiva
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS: UNIÃO
Competência Material
Competência Exclusiva: art. 21
Competência Comum: art. 23
“Federalismo Cooperação”
Responsabilidade Solidária
Competência Legislativa
Competência Privativa: art. 22
Hipótese de delegação: art. 22, p. único
Competência Concorrente: art. 24
“Normas Gerais”: art. 24, §1°
A questão das Normas Gerais
Condomínio Legislativo
Área de atuação conjunta em matéria legislativa
“Normas Gerais” segundo o STF: 
“Normas Gerais são normas com Aplicação Federativa Uniforme” – (Min. Aires Brito, ADIn 3.645-9/PR)
“Normas Gerais são normas com maior abstração, à semelhança dos princípios” – (Min. Carlos Velloso, ADIn-MC 9273/RS)
“Normas Gerais são aquelas que permitem ou proíbem certas condutas” – (Min. Elen Grace, ADIn 2396-9/MS)
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS: ESTADOS-MEMBROS
Competência Material
Competência Remanescente (=Residual): art. 25, §1°
Competência Comum, art. 23
Explorar Serviço local de Gás Canalizado: art. 25, §2°
Instituir Regiões Metropolitanas, Aglomerações Urbanas e Microrregiões: art. 25, §3°
Competência Legislativa
Competência Remanescente: art. 25, §§1° e 3°
Competência Delegada pela União: art. 22, p. único
Competência Concorrente: art. 24 (“Normas Específicas”)
Competência Suplementar
Competência Complementar: art. 24, §2°
Competência Supletiva: art. 24, §3°
Superveniência de lei federal? (art. 24, § 4°)
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS: MUNICÍPIOS
Competência Material
Competência Enumerada: art. 30, I, III, IV, V e VIII; art. 144, §8°, art. 182
Competência Comum: art. 23; art. 30, VI, VII, e IX
Competência Legislativa
Competência Exclusiva: art. 30, I a IX
Interesse Local?
Competência Suplementar-Complementar: art. 30, II
Competência Suplementar-Supletiva? (correntes doutrinárias)
Competência para criar o Plano Diretor: art. 182, §1°
REPATIÇÃO DE COMPETÊNCIAS: DISTRITO FEDERAL
Competência Material
Competência Comum, art. 23
Competência Legislativa (art. 32, §1°)
Competência Expressa: art. 32, caput
Competência Residual: art. 25, §1°
Competência Delegada: art. 22, p. único
Competência Concorrente: art. 24
Competência Suplementar: art. 24, §§2° e 3°
Competência Privativa: art. 30, I a IX
SISTEMA CONSTITUCIONAL DE CRISES
DIREITO DE CRISE E MEIOS DE SALVAGUARDA
A CRISE e a “obrigação” de observar amplamente os direitos e garantias fundamentais. 
Direito de Crise: Conjunto de normas constitucionais que tem por objeto as situações de crise e finalidade a mantença ou o restabelecimento da normalidade constitucional.
Existência de direitos Fundamentais Estatais. Ex: direito de existência; de autopreservação; independência; de supremacia territorial; de relações; de jurisdição.
Meios de Salvaguarda: 
Defesa dos direitos fundamentais estatais da autopreservação e existência. 
Instrumentos de acautelamento do Estado Democrático de Direito. Medidas extraordinárias. 
Espécies: 
Estado de Defesa 
Estado de Sítio 
Intervenção 
Garantia da lei e da Ordem – GLO
Consequências da utilização dos meios de Salvaguarda? 
Redução da eficácia de direitos e garantias fundamentais. 
Aumento do Poder de Polícia da Administração.
Atuação ilimitada?
Limites às Medidas de Salvaguarda
Limites Institucionais Invioláveis pelas Medidas de Salvaguarda (exemplos internos): 
Separação e Independência dos Poderes; 
Prerrogativas institucionais e dos membros do Poder Judiciário; 
Imunidades dos Membros do Congresso; 
Prerrogativas institucionais e dos membros do Ministério Público; 
Inviolabilidade dos atos dos Advogados
Limites Previstos em Tratados e Convenções (exemplos externo): 
Pacto dos dir. Civis e Políticos: 
Art. 4 - “Quando situações excepcionais ameacem a existência da nação e sejam proclamadas oficialmente, os Estados Partes do presente Pacto podem adotar, na estrita medida exigida pela situação, medidas que suspendam as obrigações decorrentes do presente Pacto, desde que tais medidas não sejam incompatíveis com as demais obrigações que lhes sejam impostas pelo Direito Internacional e não acarretem discriminação alguma apenas por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião ou origem social.” 
Imposssibilidade de suspensão dos direitos dos arts. 6º, 7º e 8º.
ESTADO DE DEFESA
Objetivo: Preservar ou Reestabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social, ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
Pressupostos de Fato do Estado de Defesa: 
“Grave e iminente instabilidade institucional” 
“Calamidades de grande proporções na natureza” 
Ex: terremotos, maremotos, chuva torrencial, etc.
Decreto (procedimento - art. 136): 
Oitiva do Conselho da República e Conselho da Defesa Nacional. 
Decreto do Presidente da República. 
Submissão, em 24 horas, ao Congresso Nacional, com justificativa. 
Decisão por Maioria Absoluta pelo C.N.
Decreto (medidas possíveis - art. 136, §1º): 
Rol exemplificativo? 
Restrições aos direitos de: 
Reunião, ainda que exercida no seio das associações; 
Sigilo de correspondência; 
Sigilo de comunicação telegráfica e telefônica. 
Medidas de ocupação e uso temporário de bens públicos (Hipótese de Calamidade de grandes proporções)
Limitações Formais impostas do Estado (art. 136, §3º): 
Prisão por crime contra o Estado: 
Comunicação imediata ao juiz competente (que relaxará, se não for legal). Acompanha-se declaração do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação. 
Faculta-se ao preso requerer exame de corpo de delito. 
Prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias (salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário). 
É vedada a incomunicabilidade do preso.
ESTADO DE SÍTIO
Objetivo: Estabelecer um regime jurídico excepcional - a que uma comunidade territorial é temporariamente sujeita - criado por determinação da autoridade estatal, ao atribuir poderes extraordinários às autoridades públicas de restringir a liberdade dos cidadãos.
Decreto (procedimento - art. 137 e 138): 
Oitiva do Conselho da República e Conselho da Defesa Nacional. 
Solicitar autorização do Congresso Nacional, com justificativas. 
Decisão do C.N. por Maioria Absoluta 
Decreto pelo Presidente da República.
Espécies de Estado de Sítio: 
Estado de Sítio Pleno 
Sem limitações materiais expressas à atuação do Estado. 
Presuposto de Fato: (i) Declaração de Guerra; ou (ii) Resposta à agressão estrangeira. 
Estado de Sítio Restrito 
Com limitações expresssos à atuação do Estado. 
Medidas autorizadas (art. 139, incs. I a VII) 
Presuposto de Fato: (i) Comoção grave de repercussão nacional; ou (ii) Ocorrência de fatos que comprovem ineficácia do Estado de Defesa.
EXECUÇÃO DO ESTADO DE DEFESA E SÍTIO
O Decreto Presidencial ... 
... tem Natureza Política (STF, nº 3.556/1914) 
... é “Norma complexa” 
... cria “Direito Particular” (alcance geográfico reduzido das normas jurídicas)
Controle pelo Poder Legislativo 
Estado de Defesa (posterior) e Estado de Sítio (anterior) 
Acompanhamento por comissão de 05 membros (art. 140) 
Controle pelo Poder Judiciário 
Controle sobre o cumprimento dos pressupostos formais das Medidas. 
Vedação de Controle pelo Poder Judiciário? 
Art. 170 (CF/37) 
“Durante o Estado de Emergência ou Estado de Guerra, dos atos praticados em virtude deles não poderão conhecer os Juizes e Tribunais”
INTERVENÇÃO
Exceção à regra de Autonomia 
Características 
Ato Político (Poder Executivo) 
Medida Excepcional 
Princípios: 
Princípioda Excepcionalidade 
Princípio da Taxatividade 
Princípio da Temporalidade
Intervenção Federal 
Art. 34: União Estados e DF 
Art. 35: União Municípios localizados em Territórios Federais 
Intervenção Estadual 
Art. 35: Estados Municípios
Art. 34 e 35 
“Solicitação” Discricionariedade do Presidente da República 
“Requisição” Vinculação do Presidente da República
Espécies de Intervenção
Espontânea (art. 34, I, II, III e V) 
Presidente da República age ex offício 
Provocada por Solicitação (art. 34, IV c/c 36, I, primeira parte) 
Solicitação do Poder Legislativo ou Executivo coactos ou impedidos 
Provocada por Requisição 
Requisição do STF Coação contra o Poder Judiciário (art. 34, IV c/c 36, I, segunda parte) 
Requisição do STF, STJ ou TSE Desobediência de ordem ou decisão judicial (art. 34, VI c/c 36, II)
Provocada dependendo de provimento de Representação Interventiva (R.I) 
Provimento do STF a R.I Em caso de ofensa aos Princípios Constitucionais Sensíveis (Art. 34, VII c/c 36, III, primeira parte) 
Provimento do STF a R.I Promover a execução de Lei Federal (Art. 34, VI c/c 36, III, segunda parte)
Decreto e Execução da Intervenção Federal
Presidente da República (art. 84, X) 
Sendo “Espontânea”, ouvirá: 
Conselho da República (art. 90, I)
Conselho de Defesa Nacional (art. 91, §1º, III)
Não vinculação dos Pareceres 
Conteúdo do Decreto Interventivo 
Amplitude 
Prazo 
Condições da Execução 
Nomeação de Interventor (*) 
Medidas Graduais : art. 36, §3º
Controle Político da Intervenção Federal
Congresso Nacional (art. 36, §1º e 2º c/c art. 49, IV) 
24 horas depois da expedição do Decreto 
Convocação Extraordinária 
Desobediência pelo Presidente da República ? 
Crime de Responsabilidade (art.85, II)
Hipóteses de Dispensa do Controle Político da Intervenção Federal (art. 36, §3º): 
Promover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial 
Combater afronta a Princípios Constitucionais Sensíveis
Intervenção Estadual
Rol taxativo : art. 35 
Competência do Governador do Estado 
Decreto de Intervenção com o mesmo conteúdo do Decreto de Intervenção Federal 
Controle Político Assembleia Legislativa (art. 36,§1º) 
Art. 35, IV Dispensa do Controle Político 
Súmula STF 637: “Não cabe Recurso Extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere pedido de Intervenção Estadual em Município”
GARANTIA DA LEI E DA ORDEM
Objetivo: Preservar a ordem pública, a integridade da população e garantir o funcionamento regular das instituições. 
Ato discricionário do Presidente da República 
Características das Operações de Garantia da Lei e da Ordem: 
Atuação de forma integrada 
Emprego da Inteligência e Contrainteligência 
Limitação do uso da força e das restrições à população 
Emprego e Dissuasão
	TIPO
	DEFINIÇÕES
	Violência Urbana
	De acordo com o art. 15 da Lei Complementar (LC) 97/99
	Greve da Polícia Militar
	De acordo com o art. 15 da Lei Complementar (LC) 97/99
	Outras*
	De acordo com o art. 15 da Lei Complementar (LC) 97/99
	Segurança de Eventos
	De acordo com art. 5 da Decreto n° 3.897/2001
	Garantia da Votação e Apuração
	De acordo com o Código Eleitoral Brasileiro
*Outras: Operações como ações referentes a questões indígenas, segurança de instalações de interesse nacional etc.
Controvérsia: 
ADIN 5032 (competência da Justiça Militar o julgamento de crimes cometidos no exercício das atribuições subsidiárias das Forças Armadas) 
Art. 15, §7º, LC 97/99
§ 7o A atuação do militar nos casos previstos nos arts. 13, 14, 15, 16-A, nos incisos IV e V do art. 17, no inciso III do art. 17-A, nos incisos VI e VII do art. 18, nas atividades de defesa civil a que se refere o art. 16 desta Lei Complementar e no inciso XIV do art. 23 da Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 ( Código Eleitoral), é considerada atividade militar para os fins do art. 124 da Constituição Federal . (Redação dada pela Lei Complementar nº 136, de 2010).
PODER LEGISLATIVO
Como no Brasil o poder legislativo é organizado? Ele é organizado de acordo com cada ente federativo, cada ente federativo tem seu poder legislativo. Tem-se poder legislativo em nível da união, em nível dos estados membros, municípios e do DF. Qual a distinção entre eles? Vai estar de acordo com a competência de cada um desses entes. A estrutura do poder legislativo não é a mesma em cada um dos entes. No que se refere ao poder legislativo da união, ele é bicameral, é composto por duas casas legislativas, tal como Montesquieu previu na sua ideia original lá no espírito das leis. Os demais poderes legislativos são unicamerais. No âmbito federal o poder legislativo é chamado congresso nacional que é composto por duas casas, o senado federal e a câmara dos deputados. No âmbito dos estados membros o poder legislativo é estruturado através das suas assembleias legislativas que é composta por deputados estaduais. Nos municípios o poder legislativo está encarnado na câmara municipais de vereadores. No DF tem-se a câmara distrital que é composta por deputados distritais.
Segundo a teoria clássica de separação dos poderes de Montesquieu vão ser distribuídas funções do governo em instituições, então a função executiva para Montesquieu vai ser distribuída para uma instituição que Montesquieu previu como monarquia, então o monarca vai exercer a função executiva, o parlamento vai exercer a função legislativa, e os juízes vão exercer para Montesquieu a função jurisdicional. Então Montesquieu revoluciona a política quando diz que essas três funções precisam estar em três estruturas institucionais diferentes, coisa que na época não existia. Ele prevê ainda um mecanismo que é o mecanismo de freios e contrapesos. De maneira a controlar-se uns aos outros os poderes exercerão funções excepcionalmente dadas a outras instituições, isso quer dizer que na essência o parlamento vai fazer a função legislativa, na essência o monarca vai fazer a função executiva, na essência o juiz vai fazer a função jurisdicional, mas isso não impede que de forma atípica, de forma excepcional esses poderes realizem pequenas funções de um outro poder. Então excepcionalmente por exemplo o poder legislativo vai poder fazer em alguns momentos funções executivas, essas são as funções atípicas que o poder realiza.
FUNÇÕES TÍPICAS E ATÍPICAS 
O poder legislativo no Brasil vai exercer algumas funções típicas dele. Aqui no Brasil compete ao poder legislativo fazer a função legislativa (fazer leis) e também tem uma função fiscalizadora. Cabe ao poder legislativo a função de fiscalizar o poder executivo. Ele fiscaliza o poder executivo através das investigações que envolvem a política administrativa, então é uma função fiscalizadora político-administrativa cujo exemplo mais evidente é a criação de CPIs. O poder legislativo também pode fiscalizar no âmbito financeiro-orçamentário, ou seja, ele pode fiscalizar como é que o poder executivo se planejou para gastar dinheiro e como ele está gastando dinheiro público, isso é objeto do julgamento de contas.
De forma atípica cabe a um poder exercer uma pequena parte de uma função de um outro poder. De forma atípica o poder legislativo vai fazer uma função administrativa, quando por exemplo ele faz licitações públicas para comprar equipamentos de informática para câmara, senado ou congresso, quando ele faz concurso público para incorporar pessoas no serviço público da câmara os deputados ou do senado, quando eventualmente dentro do senado federal ou dentro da câmara se instaura um processo administrativo disciplinar em que vai avaliar se há ou não uma infração cometida por um servidor público da câmara ou do senado. São funções típicas do poder executivo e de que forma excepcional o poder legislativo vai fazer. Além disso o poder legislativo exerce a função de julgar.
CONGRESSO NACIONAL
O congresso nacional brasileiro é uma estrutura jurídica que engloba as duas casas do poder legislativo brasileiro, uma das casas seria a câmara dos deputados e a outra seria o senado federal. Os integrantes docongresso nacional são os deputados e senadores, que em um dado momento são chamados de congressistas, porque vão exercitar uma função que é da competência do congresso nacional.
Como se organiza internamente esse congresso? A direção do congresso nacional é fruto de uma composição entre os partidos que ali estão e essa composição da ensejo a criação de uma mesa. A mesa é o órgão diretivo, ela é quem vai dirigir o congresso nacional. Art. 57 § 5º “A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal”. A mesa, portanto, do congresso nacional vai ser composta por uma serie de cargos e além disso cada casa do congresso nacional tem que ter a sua respectiva mesa diretora, então tem-se uma mesa diretora do senado e uma mesa diretora da câmara. Quem compõe esse órgão diretivo (mesa)? É composto por cargos que o regimento interno de cada casa legislativa tem. O regimento interno é uma lei que vai organizar internamente. Uma das funções desse regimento interno é dizer quem é que dirige aquela câmara dos deputados, o senado ou o congresso. A direção da casa ficara sobre o encargo da mesa diretora que segue a seguinte ordem: presidente, 1° vice presidente, 2° vice presidente, 1° secretário, 2° secretário e 3° e 4° secretários. Se a mesa é da câmara dos deputados, todos o integrantes da mesa serão deputados federais, se a mesa for do senado, todos os integrantes serão senadores, se for a mesa do congresso nacional será composta por integrantes da câmara e do senado, sendo que a presidência fica sobre o encargo do presidente do senado. O congresso nacional, portanto, por ser uma casa composta pelas duas câmaras vai ter a sua mesa diretora composta alternadamente por membros da câmara e do senado de forma que o presidente do congresso seja o mesmo presidente do senado. Essa mesa tem um mandato de 2 anos. Art. 57 § 4º “Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente”. Esse paragrafo diz que a eleição é sempre no dia 1 de fevereiro a cada dois anos, sendo que a mesa não pode ser reeleita, não pode haver reeleição no mandato subsequente. A mesa não pode ser reconduzida para o biênio subsequente na mesma legislatura, mas se for duas legislaturas subsequentes diferentes pode. O período de trabalho do congresso nacional de 4 anos chama-se legislatura.
Reuniões
Legislatura é o período de tempo de trabalho no poder legislativo que é composto por 4 anos, é o quadriênio (mesmo período de mandato do presidente). 
Sessão legislativa é o período de trabalho de 1 ano que se inicia no dia 2 de fevereiro e finaliza no dia 22 de dezembro. Dentro da sessão legislativa de 1 ano existem dois períodos legislativo, os semestres, chamados de período, o primeiro período legislativo vai do dia 2 de fevereiro ao dia 17 de julho e o segundo período legislativo vai do dia 1 de agosto a 22 de dezembro. E o intervalo de tempo entre os períodos? É chamado de recesso parlamentar (férias) é o período em que o congresso nacional não vai estar atuando de forma direta, não há sessões ordinárias. Durante esse recesso parlamentar há possibilidades extraordinárias de uma convocação do congresso, ou seja, que os parlamentares saiam dessas “férias” e voltem a trabalhar para fazer sessões ordinárias.  § 6º “A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á:   I -  pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República;   II -  pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional”. Nesse artigo há a possibilidade de durante o período de recesso o congresso seja convocado novamente, que hipóteses são essas? Hipóteses iniciais em que o presidente do senado convoca para uma sessão extraordinária em caso de decretação de intervenção federal, decretação de estado de defesa ou de pedido de autorização para estado de sítio. Nessa convocação extraordinária não recebem nenhum tipo de vantagem econômica.
Sessão ordinária é um dia de trabalho no parlamento.
Sessão conjunta é a sessão do congresso nacional porque ela é conjunto da câmara + senado, é uma sessão em que estão no mesmo plenário senadores e deputados lado a lado votando matérias que envolvem o congresso nacional.
Competências
O que cabe ao congresso nacional fazer? Ele tem as suas competências regidas por 2 artigos, 48 e 49 da CF. No art. 48 há o rol de competências do congresso nacional que ele pode deliberar sobre aquelas matérias e essas matérias vão ser objeto de sanção ou veto do presidente da república, logo, tudo que o congresso nacional deliberar na forma do art. 48 vai virar lei se tiver a concordância do presidente da república. O art. 49 traz matérias que são da competência do congresso nacional que são terminativas, ou seja, são exclusivas do congresso nacional, não são passadas para outro poder validar elas, elas são matérias em que o congresso nacional delibera sem a sanção do presidente da república e se tornam decreto legislativo.
O trabalho do congresso nacional é feito fragmentando as pessoas em grupos, chamados comissões. As comissões são de 4 espécies, elas podem ser temporárias, podem ser permanentes, chamadas também de comissões temáticas, são assim chamadas pois vão discutir temas que vão ser objeto de deliberação no congresso nacional, existem também as chamadas comissões mistas, que são compostas de parlamentares da câmara e parlamentares do senado federal, existem também as comissões de representação, que é a comissão que funciona no congresso nacional enquanto ele estiver em recesso. 
CÂMARA DOS DEPUTADOS (ART. 51)
A câmara dos deputados tem sua competência prevista no art. 51 da CF. A câmara dos deputados representa os interesses do povo brasileiro, cada membro da câmara dos deputados tem um mandato de 4 anos. O n° de deputados federais é definido pela lei complementar n° 78/93, ela diz que no brasil nós temos 513 deputados federais. Como é a divisão desse número de deputados pelos estados membros? A regra prevista na CF é de que o número de deputados federais do brasil será distribuído aos estados membros de forma proporcional à população que nele habita, ou seja, estados mais populosos terão mais deputados federais do que estados menos populosos, desde que obedeça a ordem constitucional de que no mínimo um estado membro tem que ter 8 deputados e no máximo 70 deputados. 
SENADO FEDERAL (ART. 52)
O senado federal é composto por pessoas que são votadas para representar os estados-membro e o DF, ou seja, eles não representam as pessoas, eles devem defender o interesse dos estados membro. O mandato de um senador é de 8 anos. O senado federal tem uma renovação distinta da câmara, a câmara de 4 em 4 anos se renova integralmente, o senado federal de 4 em 4 anos se renova alternativamente por 1/3 e 2/3, ou seja, a cada 4 anos nós votamos em 1 senador ou 2 senadores da república. No senado há um número fixo de senadores por estado, a quantidade não varia em função do estado ser mais ou menos populoso, esse número é de 3 senadores, cada senador é eleito com 2 suplentes.
	
	SENADO FEDERAL (ART. 52)
	CÂMARA DOS DEPUTADOS (ART. 51)
	COMPOSIÇÃO
	REPRESENTANTES DOS ESTADOS E DF
	REPRESENTANTES DO POVO
	SISTEMA DE ELEIÇÃO
	PRINCÍPIO MAJORITÁRIO 
	PRINCÍPIO PROPORCIONAL
	Nº DE PARLAMENTARES
	3 SENADORES + 2 SUPLENTES(81 SENADORES)
	LC 78/93 – 513 DEPUTADOS FEDERAIS
	MANDATO
	8 ANOS (2 LEGISLATURAS)
	4 ANOS (1 LEGISLATURA)
	RENOVAÇÃO
	A CADA 4 ANOS, POR 1/3 E 2/3
	A CADA 4 ANOS
	IDADE MÍNIMA (CONDIÇÃO DE ELEGIBILIDADE)
	35 ANOS
	21 ANOS
PODER LEGISLATIVO: FISCALIZAÇÃO
Essa função fiscalizadora se processa numa fiscalização político administrativa e numa fiscalização financeiro orçamentária. Quando eu estou trabalhando com a possibilidade de o congresso nacional fazer a sua função fiscalizadora político administrativa eu estou possibilitando que o poder executivo desempenhe o papel de fiscal dos outros poderes especialmente do poder executivo, então, por exemplo, ele pode analisar a administração do Brasil, da coisa pública, ele pode também convocar ministro de estado para responder perguntas, quaisquer que sejam. E, além dos dois exemplos anteriores, uma das formas mais comuns que o poder legislativo tem de fiscalizar o poder executivo é a criação das CPIs, para que se possa investigar de que maneira o poder executivo está cometendo ou não algum desvio de finalidade ou algum ilícito na administração da coisa pública. Além da fiscalização político administrativa é dado também ao congresso nacional a possibilidade de fiscalizar o dinheiro, as contas públicas através da competência que lhe é dada de fiscalização financeiro orçamentária, aqui é dado ao congresso nacional o poder de olhar a prestação de contas, olhar como o dinheiro público foi gasto e concordar ou não com isso, o congresso faz um julgamento de contas públicas, e nesse caso o poder legislativo vai contar com o auxílio valioso de uma grande instituição de auditoria que são os tribunais de contas do Brasil.
COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO (CPI) (ART. 58, §3º)
Art. 58. “O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores”.
A CPI é uma comissão de parlamentares que detém os chamados poderes de investigação próprio das autoridades judiciais, isso quer dizer que a CPI tem o mesmo poder dos membros do poder judiciário, ou seja, a CPI se equivale a um juiz? Não, a CPI não tem os mesmos poderes típicos do poder judiciário, a CPI tem poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, são chamados poderes instrutórios. Autoridade judicial é a mesma coisa que autoridade judiciária? Não, autoridade judiciária é o juiz, é o tribunal, autoridade judicial é aquela que se utiliza do direito para investigar o cometimento ou não de uma ilicitude, de um crime. A CPI metaforicamente equivale a um delegado de polícia. Tecnicamente a CPI tem que respeitar aquela área de atuação que é reservada ao juiz, ela não pode fazer tarefas que ao juiz são reservadas, ou seja, ela não pode desrespeitar a cláusula de reserva de jurisdição, que são situações previstas na constituição em que somente o juiz poderá atuar. A CPI também é caracterizada por ser um direito público das minorias, ela é um instrumento de proteção das minorias, nesse caso, minorias parlamentares (o equivalente a oposição, aquele grupo que não tem a maioria no parlamento), ela faz com que essas minorias possam investigar o poder executivo e esse direito publico das minorias fica evidente quando se presta atenção aos requisitos de criação de CPI.
Os parlamentares obedecendo o parágrafo 3° da constituição devem cumprir com todos os requisitos para a criação de uma CPI, são eles: requerimento subscrito (=com aprovação) de 1/3 dos Parlamentares , e esses parlamentares podem ser exclusivamente de uma casa, ou seja da câmara ou do senado, ou podem ser de ambas as casas (CPI mista) esse requisito mínimo reflete o direito público das minorias, da oposição, de fiscalizar o governo, razão pela qual esse direito jamais pode ser subjugado, jamais vai poder ser aniquilado pela vontade da maioria do parlamento, ou seja, a vontade da maioria não pode prevalecer sobre a vontade da minoria; indicação de fato determinado do Poder Público; indicação de Prazo Certo, CPI é uma comissão parlamentar de inquérito temporária, deve ser indicado um tempo investigação, no regimento interno da câmara dos deputados está previsto que o tempo máximo de uma CPI é de 120 dias podendo ser prorrogada por mais 60 dias, e no senado federal o tempo máximo de uma CPI é de uma legislatura, quando a comissão for mista segue a previsão do senado. 
LIMITES INVESTIGATÓRIOS DA CPI
As CPIs não podem ultrapassar os limites dos poderes investigatórios de uma autoridade judicial, ou seja, a CPI não pode infringir situações que estão cravadas por uma reserva de jurisdição, se ela ultrapassa essa linha de competência que é do juiz e não da CPI, estaremos diante de uma decisão da CPI inconstitucional. A CPI pode, a título de exemplo, requisitar informações e documentos em repartição pública, pode determinar perícia ou diligência, pode inquirir testemunhas sendo que a testemunha é obrigada a contar a verdade sob pena do cometimento de crime de falso testemunho, a testemunha não tem o direito de permanecer em silêncio sobre fatos em que ela é testemunha (se ela mentir), pode também realizar oitiva de investigado, investigado é diferente de testemunha, investigado fica numa situação em que o estado tem que provar que você cometeu algum ilícito, razão pela qual tem-se algumas garantias individuais dentre as quais o direito de não produzir provas contra si mesmo e por isso lhe é assegurado o direito de não auto-incriminação e o direito de permanecer em silêncio, a CPI pode também quebrar sigilo bancário, fiscal e dados. A CPI pode determinar a quebra do sigilo da comunicação telefônica (o que se fala com o interlocutor)? Não, pois tem a ver com a privacidade, que deve ser protegida. Mas a CPI pode quebrar o sigilo telefônico, que são os dados do telefone.
A CPI não pode realizar atos de natureza cautelar, porque esses atos são de reserva de jurisdição, não pode decretar prisão do investigado (salvo crime de “falso testemunho” = mentir), não pode autorizar a quebra de sigilo das comunicações telefônicas, não pode expedir mandado de busca e apreensão domiciliar, não pode impedir presença de advogados dos depoentes quando eles são investigados, porque é um direito do investigado ter o seu advogado ali presente, não pode investigar atos de conteúdo jurisdicional.
TRIBUNAIS DE CONTAS (ART. 70 E SEGS)
O poder legislativo vai julgar as contas públicas do poder executivo, esse julgamento é uma análise técnica de finanças públicas, parlamentares não sabem fazer isso, nesse sentido a constituição previu a criação de tribunais de contas como órgãos auxiliares do poder judiciário no controle externo de outros poderes, especialmente aqui o controle externo financeiro do poder executivo. No Brasil temos o tribunal de contas da União, os tribunais de contas dos estados (quando tiver dinheiro de estado ou/e de municípios envolvido), tribunal do DF, e existem também os tribunais de contas dos municípios. No entanto, há uma disposição no parágrafo 4° do art. 31 da CF que veda a criação de novos TCMs, mas a constituição resguardou aqueles TCMs criados anteriormente à nova CF/88. 
JULGAMENTO DE CONTAS DO PODER EXECUTIVO
Quem detém a competência para julgar as contas públicas do poder executivo é o poder legislativo, contando com o auxílio do respectivo tribunal de contas, por exemplo, contas públicas do presidente serão julgadas pelo congresso nacional, contas públicas do governador do estadoserão julgadas pela assembleia legislativa do respectivo estado, contas públicas de prefeitos serão julgadas pela câmara municipal. 
Os tribunais de contas têm o poder não de julgar, eles vão fazer o chamado parecer prévio que vai apenas apreciar as contas públicas, esse parecer prévio é um opinativo, opinando pela rejeição das contas, opinando pela aprovação das contas ou opinando pela aprovação com ressalvas, esse parecer prévio não é vinculativo da decisão do poder legislativo, é apenas uma opinião, o julgamento em sí cabe ao poder legislativo. No que se refere ao julgamento das contas públicas (aprovação, rejeição ou aprovação com ressalvas das contas públicas) dos prefeitos no Brasil esse parecer prévio só deixará de prevalecer pelo voto contrário de 2/3 dos vereadores da câmara municipal.
PODER LEGISLATIVO (ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS)
IMUNIDADES PARLAMENTARES
É um conjunto de prerrogativas que é dado aos parlamentares brasileiros para que eles realizem a função de fiscalização. Essas prerrogativas se destinam ao cargo que é ocupado pelo parlamentar, portanto não se destinam a pessoa do parlamentar, portanto são prerrogativas em razão da função que ele ocupa. Essas imunidades parlamentares se apresentam de duas maneiras: imunidades materiais e formais. As imunidades materiais podem ser também chamadas de imunidades reais, substantivas e de inviolabilidade parlamentar, são aquelas que garantem a liberdade de expressão do parlamentar. As imunidades formais podem também ser chamadas de imunidades processuais ou adjetivas, e protegem o parlamentar no campo do processo criminal e isso quer dizer que a prisão do parlamentar é uma prisão diferenciada e que o processo criminal do parlamentar é um processo diferente do processo penal que nós comumente seguimos e o foro de julgamento desse parlamentar é um foro diferente. 
§ 8º “As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida”. O parágrafo 8° do art. 53 diz que as imunidades dos parlamentares não podem ser retiradas dele durante o período em que se viver estado de sítio. As imunidades podem ser suspensas durante o estado de sítio em caso de voto de 2/3 dos membros da casa respectiva, quando se dirigir a atos fora do recinto parlamentar (plenário, anexos, gabinete). As imunidades podem ser suspensas durante um período de uma intervenção federal, estado de defesa ou GLO? Não, porque não há previsão legal nesse sentido. 
IMUNIDADE MATERIAL (“FREEDOM OF SPEECH”)
Art. 53, caput “Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”. O art. garante que o parlamentar federal por qualquer opinião, palavra ou voto vai estar impedido de ser responsabilizado civil, penal, politicamente e disciplinarmente, ele tem uma liberdade muito grande no que se refere a sua liberdade de expressão. O parlamentar não pode ser responsabilizado civilmente e pelos crimes contra a honra, caso ele profira com sua opinião palavra ou voto uma injúria, uma difamação ou uma calúnia. Também o parlamentar não pode perder o mandato por cometer o crime de responsabilidade e também não pode ser cassado (sofrer sansão disciplinar) o seu mandato por uma opinião palavra ou voto que desagrade a maioria, salvo em situações em que há quebra de decoro parlamentar.
LIMITES DA IMUNIDADE MATERIAL
Qual o limite pra esse parlamentar utilizar essa prerrogativa? A imunidade como regra básica protege o parlamentar em qualquer lugar do território nacional e não apenas no recinto do congresso nacional. Como é que o STF analisa o critério do abuso da imunidade? Ele faz uma distinção. A imunidade pode ser utilizada em situações dentro do recinto parlamentar e fora do recinto parlamentar. Se a opinião palavra ou voto do parlamentar se der dentro do recinto, tem-se uma imunidade quase de caráter pleno como regra geral, a exceção é que ele pode ser responsabilizado exclusivamente por quebra de decoro parlamentar, é uma sanção disciplinar que ele pode sofrer por um abuso de imunidade. O que é uma quebra de decoro parlamentar? Está previsto no art. 55, parágrafo 1° que gera para o parlamentar uma situação de cassação do mandato. § 1º - “É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas”. É quebra de decoro parlamentar aquilo que for previsto no regimento interno de cada casa do congresso, aquilo que for abusar dessa imunidade e a percepção de vantagens indevidas. 
IMUNIDADE FORMAL
As imunidades formais se processam no campo da imunidade formal em relação a prisão, relação ao processo penal e imunidade formal em relação ao foro por prerrogativa de função (foro privilegiado). 
Art. 53 § 1º “Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal”.
IMUNIDADE FORMAL EM RELAÇÃO A PRISÃO (FREEDOM FROM ARREST)
Essa é uma garantia contra a manipulação política do parlamento. Como no brasil ela é prevista? Art. 53,  § 2º “Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão”. Os parlamentares federais desde a diplomação não poderão ser presos, essa é a regra geral. A diplomação, portanto, vai ser o termo inicial da assunção dessa prerrogativa. Linha cronológica entre a eleição do parlamentar e a sua posse: primeiro ocorre a eleição, depois a fase da proclamação do resultado, depois há a fase em que os deputados e senadores serão diplomados e depois disso há a fase em que eles tomam a posse, que é feito do dia 1 de fevereiro do início da nova legislatura. O parlamentar ganha essa prerrogativa assegurando a ele o direito de não ser preso antes mesmo da posse, na diplomação. Quais são as exceções (hipóteses em que ele pode ser preso)? Essa prisão é permitida se estivermos diante de uma situação em que o parlamentar comete um crime e é pego em flagrante delito e esse crime tem que ser inafiançável. Além de ressalvar que o parlamentar não vai ser preso, salvo na situação anteriormente explicada, essa imunidade vai obrigar que o seu processo penal seja diferenciado. 
O que é “resolver sobre a prisão” (parágrafo 2°) é relaxar a prisão, ou seja, por em liberdade o parlamentar mesmo que ele tenha cometido um crime em flagrante delito e esse crime seja inafiançável, os requisitos são: ele tem que receber o auto de prisão em flagrante em 24h e por maioria absoluta daquela casa e por voto ostensivo (aberto) a casa pode relaxar a prisão. Isso abarca situações em que o parlamentar é processado, julgado, condenado e essa condenação é transitado em julgado? Não, essa imunidade não abarca situações em que há uma sentença transitada em julgado. 
IMUNIDADE FORMAL EM RELAÇÃO AO PROCESSO PENAL
Art. 53, parágrafos 3° a 5º, ele ganha essa imunidade também no momento da diplomação. § 3º “Recebida a denúncia contra Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação”
 § 4º “O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora”.
§ 5º “A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.”
Essa imunidade permite ao parlamentar a sustação do processo penal. Pode ser de crime inafiançável ou não, qualquer crime. A constituição diz que o crime que gerou o processo penal tem que terocorrido após a diplomação para que haja sustação. Se o crime ocorreu antes da diplomação, o processo penal que vai ser gerado a partir desse crime não vai gozar dessa imunidade formal ainda que esse processo tenha sido ajuizado após a diplomação, o que interessa é o momento do crime. 
Quais são os requisitos dessa sustação do processo? Um partido políticos tem que tomar a iniciativa de pedir a sustação do processo penal, não precisa ser o partido político do parlamentar, além disso o voto tem que ser por maioria absoluta, assim o processo será suspenso, essa deliberação (votação) tem que ser em 45 dias após o recebimento do pedido de sustação pela mesa diretora. 
Essa sustação impede a sustação de inquérito policial? Eu posso impedir que um delegado ou que o MP deixe de investigar um parlamentar? Não, essa sustação não impede que um inquérito policial seja feito. Essa sustação também permite a suspensão de processos cíveis, administrativos, disciplinares? Não, o único processo possível de ser suspenso é o penal, por qualquer tipo de crime.
PRERROGATIVA DE FORO DOS PARLAMENTARES
Os parlamentares do Brasil são julgados em um foro diferente, parágrafo 1° do art. 53, § 1º “Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal”. Se o parlamentar é diplomado deputado federal os processos penais dele vão para o STF (os processos cíveis e administrativos não vão, só os penais). E se for uma ação de improbidade administrativa, essa ação é julgada onde? Até 2002 o STF entendia que caberia ao STF julgar ações de improbidade administrativa contra parlamentares federais, só que em 2002 mudou o entendimento e disse “considerando que a infração de improbidade administrativa tem natureza cível e não penal, tem que descer todos os processos de improbidade administrativa para o juízo competente”. 
Se o parlamentar tem ação penal desde a eleição e ganha a eleição e é diplomado, essa ação vai pra onde? Fica no juízo de primeiro grau onde estava, ou vai pro STF? Depende, 3 de maio de 2018 foi a data em o que o STF julgou uma ação penal 937, que mudou o seu entendimento. Como era antes desse julgado? O cara era eleito e independente do momento em que as ações foram ajuizadas e quantas fossem ele iria, no momento em que fosse eleito, trazer tudo para o STF. Em alguns momentos o parlamentar jogava com esse foro, por exemplo ele cometia um crime e uma semana antes do julgamento dele ele renunciava o cargo para perder o foro e o processo descer e ele não ser preso rapidamente. O STF falou, em 3 de maio de 2018, que entende-se que esse paragrafo primeiro tem que ser lido no sentido de que esse foro privilegiado só pode ser aplicado apenas a crimes cometidos no exercício do cargo e em razão das funções a ele relacionadas, isso quer dizer que se esse parlamentar tinha processo antes de ser diplomado ele não cometeu esse crime em razão do mandato razão pela qual não tem foro privilegiado e quer dizer que eu posso ser parlamentar e cometer um crime e ser processado mas se esse crime não dizer respeito a função que o parlamentar estiver exercendo, não haverá direito ao foro privilegiado. 
E aqueles parlamentares que já tem processo no STF por crimes cometidos antes da sua diplomação tendo ou não ligação com seu cargo faz o que? O STF falou “para não ter problema, continuaremos julgando”. Com relação aos processos anteriores a esse julgado de 2002 que já estão tramitando no STF a jurisprudência anterior continua valendo, ou seja, vai continuar sendo julgado no STF, eles vão dar, nesse caso, razão ao princípio da atualidade do mandato que diz que enquanto o cara é parlamentar ele ganha o direito de ser julgado pelo STF, quando ele deixa de ser parlamentar, volta pro juízo de origem. Tecnicamente não vai ser aos parlamentares assegurado o direito da chamada “perpetuatio iurisdictionis”, ou seja, o direito que você tem na condição de réu de ser processado em julgado em um juízo ainda que você mude o seu domicilio ou mude seu estado.
Prerrogativa de Foro de Concurso de Agentes
E se o parlamentar na constância do seu mandato, em função desse cargo que ocupa comete o crime com mais de uma pessoa? Como funcionaria o forro por prerrogativa de função? O foro por prerrogativa de função de um agente criminoso em concurso de agente tem a possibilidade de atrair o foro para todos os participantes do crime? O STF falava que o concurso de agente vai fazer com que no foro por prerrogativa de função seja julgado apenas aquele detentor de mandato eletivo. Ocorreria em regra pelo STF, um desmembramento do processo, o processo ia ser desmembrado e um dos autores seria julgado pelo STF e os demais pelo juízo de primeiro grau. O fato criminoso é único só que vai ser julgado por dois juízos diferentes. O STF vinha seguindo esse entendimento por um bom tempo, até chegar na ação penal 407, a ação do mensalão que era um concurso de agente gigantesco com vários delitos em conjunto. O STF se deparou com o seguinte dilema: “se eu não entender o mecanismo como um todo, dificilmente eu vou conseguir dar conta do fato criminoso em sí”. Então o STF naquele caso teve uma posição extremamente diferente da que vinha sendo tomada. O STF afirmou que em que pese se tenha um concurso de agentes, eu não posso desmembrar os réus dessa ação porque do contrario eu não vou conseguir entender o fato criminoso em si. Então o mensalão foi um marco no sentido de que nós vimos uma serie de pessoas que não tinha mandato eletivo serem julgadas pelo STF, ou seja, o foro por prerrogativa de função de alguns parlamentares que eram julgados no STF atraiu todos os outros réus dessa ação. 	Portanto, não ficou claro ainda os critérios que o STF utiliza para deixar a ação no STF ou desmembrar ela para o primeiro grau.
Prerrogativa de Foro dos Deputados Estaduais
Esse foro por prerrogativa de função ele se processa também pros deputados estaduais? Art. 27, CF, parágrafo 1°.
§ 1º “Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas”.
Esse parágrafo fala que aplica-se aos deputados estaduais as regras do estatuto dos parlamentares, se aplica aos parlamentares estaduais as mesmas regras de imunidades materiais e as mesmas regras de imunidades formais que os parlamentares federais tem, então a liberdade de opinião, palavra e voto também se aplica aos deputados estaduais, as imunidades formais em relação a prisão, em relação ao processo penal e ao foro privilegiado também se aplicam aos parlamentares estaduais, levando em conta o princípio da simetria, ou seja, o foro privilegiado do parlamentar federal vai ser o STF, no entanto o foro privilegiado dos deputados estaduais vai ser um tribunal superior no seu âmbito estadual, na pratica o parlamentar estadual no que se refere a crimes comuns será processado e julgado ou pelo TJ ou pelo TRF da sua região que é a segunda instância acima do juízo de primeiro grau, o TJ vai ser o lugar em que esse parlamentar estadual sera julgado quando cometer um crime comum de competência estadual e o TRF sera o tribunal para processar e julgar ele quando ele cometer crimes de competência federal, e quando cometer crimes de natureza eleitoral o juízo competente é o TRE. Então se o deputado estadual comprar votos para se eleger isso é um crime que vai ser processado perante o TRE, e se o TRE condená-lo ele será condenado por crime eleitoral. 
Prerrogativa de Foro dos vereadores
E com relação aos parlamentares municipais, os vereadores? Art. 29, VIII fala do que deve conter uma lei orgânica municipal. 
Art. 29. “O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintespreceitos: VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município”.
Só desrespeito aos parlamentares municipais as imunidades em relação as suas opiniões palavras ou voto, tecnicamente os vereadores não possuem imunidades formais, porque a CF só reservou aos vereadores as imunidades materiais, em relação a suas opiniões palavras ou voto nos limites da circunscrição municipal, quer dizer que o vereador só pode emitir opinião palavra ou voto e ter direito a uma imunidade material por essas questões se ele falar no seu mandato de alguma maneira referido a sua atuação no limite do seu território. 
O STF reiterou através de súmula que não pode uma constituição estadual criar foro com prerrogativa de função para vereadores, porque esse é um tipo de imunidade que não está autorizada pela constituição. Diz a súmula “A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual”. Uma constituição de um estado criou a ideia de que o parlamentar municipal teria um foro privilegiado no TJ e aí entraram com uma ADIn contra essa previsão da constituição estadual e o STF falou que a CF não deu autorização para que o estado membro no âmbito da sua autonomia legislativa e de organização criasse um foro por prerrogativa de função para os vereadores. Essa súmula fala do júri, mas ela se aplica de uma maneira geral a qualquer foro privilegiado, a qualquer imunidade formal que eventualmente uma constituição estadual venha a outorgar a um vereador, então o vereador não tem imunidade em relação a prisão, em relação ao processo penal e também em relação ao foro privilegiado. 
Outras imunidades
Os parlamentares federais nos termos do art. 53, parágrafo 6° tem o direito de não divulgar as suas fontes, ou seja, tem o direito de sigilo das fontes. Se eventualmente alguém procura um deputado federal para fazer uma incriminação de outrem, ele tem o direito de se negar a dizer quem divulgou pra ele aquela notícia. E também no que se refere aos parlamentares federais eles tem algumas prerrogativas no que se refere a incorporação às forças armadas, há uma previsão constitucional de que eles não serão incorporados as forças armadas porque a função dele é ser parlamentar e não ser soldado, mesmo em caso de guerra. 
INCOMPATIBILIDADES PARLAMENTARES
Art. 54 da CF. A incompatibilidade parlamentar é aquilo que eu não posso ser porque estou ocupando um cargo parlamentar, o cargo parlamentar que eu ocupo vai gerar pra mim uma serie de incompatibilidades que outras pessoas comuns não tem então um deputado federal que tem como dever fiscalizar o poder executivo ele pode ser ao mesmo tempo deputado federal e presidente da petrobras? Ele pode ocupar uma função de alguém que vai fiscalizar e alguém que vai ser fiscalizado ao mesmo tempo? Não. O fundamento dessas incompatibilidades é evitar o conflito de interesses e distinguir aqueles que controlam daqueles que são controlados, aqueles que fiscalizam daqueles que são fiscalizados. 
O art. 54 fala que eu preciso proteger algumas entidades desses parlamentares federais ou seja a constituição elegeu 5 entidades que os parlamentares não podem se intrometer ao mesmo tempo que desempenha o seu cargo de parlamentar. A primeira entidade são as pessoas jurídicas de direito publico que eu vou chamar de administração pública federal direta, a segunda entidade protegida por essas regras são as autarquias (ex.: ufba uneb, funai, inss), a terceira são as Empresas Públicas (ex: caixa econômica federal), a quarta são as sociedades de economia mista (ex.: petrobras) e a quinta são as concessionárias de Serviço Público (ex.: Coelba). Então essas entidades são entidades a serem protegidas pela CF evitando que as influências dos parlamentares se direcionem nelas. 
Quais foram as regras criadas pela constituição para proteger essas entidades? La no art. 54 eu tenho a previsão de que os parlamentares federais desde que eles recebam seu diploma não podem firmar ou manter contrato com aquelas entidades protegidas salvo os contratos com cláusulas uniformes que são aqueles contratos de licitação prévia. Além disso, o parlamentar não pode aceitar ou exercer cargo, função ou emprego nas “entidades protegidas”. Então se Diogo é diplomado hoje deputado federal ele não pode assumir a presidência do INSS, ou da Petrobras, por exemplo. Essas são regras que o parlamentar federal tem que cumprir desde a diplomação.
Desde a posse o parlamentar não pode ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor decorrente de contrato com Pessoa Jurídica de Direito Público (com a administração pública direta), ou que nela exerça função remunerada. Também desde a posse o parlamentar não pode patrocinar causa em que seja interessada alguma entidade que seja protegida. O parlamentar também não pode ser titular de mais de um mandato eletivo, o que impede que o deputado federal ou o senador seja deputado federal e prefeito ou deputado estadual, por exemplo (o deputado federal ou senador não pode acumular cargo eletivo). 
PERDA DO MANDATO ELETIVO
A perda do mandato pode se dar através de um processo de cassação do mandato ou de extinção do mandato. Quando falamos em cassação observa-se a previsão do art. 55, parágrafo 2° e extinção do mandato é a hipótese do parágrafo 3° do art. 55. § 2º “Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa”. A decisão de cassação será tomada por maioria absoluta da casa por voto ostensivo quando a mesa for provocada. § 3º “Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa”. A extinção será declarada pela mesa da casa mediante a provocação de algum partido político ou parlamentar. Qual a diferença de natureza jurídica das decisões de cassação e da decisão de extinção? A cassação é fruto de uma deliberação, a casa vai deliberar, vai julgar se uma das causas de cassação ocorreu, enquanto que a decisão de extinção tem uma natureza jurídica de declaração, quer dizer que no caso de extinção não há um julgamento, há um reconhecimento de algo que já é pré-existente. A extinção é algo que vai ser declarado porque já existiu uma causa e não tem outra saída para a mesa da casa do que extinguir aquele mandato. No caso da cassação, ocorreu alguma das hipóteses e a casa vai deliberar se esse cometimento existiu e se ele vai gerar cassação. O que pode gerar a cassação do mandato e a extinção do mandato? Nos incisos I II e VI, eu tenho as causas de cassação do mandato, nos incisos III, IV e V, eu tenho as hipóteses de extinção do mandato. O inciso I do art. 55 diz que qualquer dos parlamentares que infringir as regras de incompatibilidade vai ter a hipótese de uma cassação do mandato. O inciso II é a hipótese de cassação do mandato por quebra de decoro parlamentar. Segundo o inciso VI haverá a cassação do mandato se houver condenação por sentença transitada em julgado. O parlamentar pode efetivamente, por exemplo, quebrar o decoro parlamentar, só que a casa pode decidir que o seu mandato não seja cassado. Hipóteses de extinção: inciso III, diz que o mandato será extinto se houver falta em 1/3 das sessões ordinárias. Inciso IV, ocorrerá extinção do mandato por perda ou suspensão dos direitos políticos. Inciso V, hipótese de extinção do mandato por sentença da justiça eleitoral. 
Diogo é deputado federal e teve uma ação julgada pelo STF e foi condenado a prisão por 10 anos em regime fechado. Isso é uma hipótese de extinção do mandato ou cassação do mandato? 
Art. 15. “É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só sedará nos casos de:
III -  condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;”
O art. 15, III regulamenta as hipóteses de perda ou suspensão dos direitos políticos por uma sentença criminal condenatório transitado em julgado. Respondendo a pergunta, a constituição traz uma idiossincrasia. Essa foi uma discussão que também ocorreu no caso do mensalão, o ministro falou “condeno os réus X, Y Z, a 10 anos de prisão e como efeito reflexo a essa condenação determino a extinção do mandato, na hipótese do art. 55 inciso IV, porque a hipótese de perda do mandato nesse inciso IV refere-se a perda e suspensão do direito político que é um efeito reflexo da condenação. Só que o congresso nacional disse que se trata do inciso VI (condenação por sentença transitada em julgado), então caberia ao congresso resolver sobre o mandato do parlamentar e não o STF. A maioria do STF entendeu no caso mensalão que quando um parlamentar é condenado, o STF não pode declarar a extinção da perda do mandato, cabe a casa respectiva cassar ele ou não. 
E na hipótese de infidelidade partidária? A infidelidade partidária é causa de perda do mandato, é quando um parlamentar sai de um partido e vai para outro. A constituição não enumera no art. 55 como causa de perda do mandato a infidelidade partidária, isso é uma construção do STF. O STF disse que os mandatos adquiridos com base no sistema proporcional são dos partidos políticos (deputado federal, deputado estadual, vereador), por essa razão se esse parlamentar mudar de partido isso é causa de perda do mandato. O STF deu exceções dizendo que o parlamentar pode mudar de partido em algumas hipóteses, como por exemplo quando houver justa causa (que envolva por exemplo a mudança do ideal do partido), ou quando houver perseguição ao parlamentar pelo partido político, ou quando há fusão de partidos, ou quando houver uma criação de um novo partido. Essas regras se aplicam a cargos do poder executivo ou a cargos de senador? Não, porque eles são eleitos com base no sistema majoritário, ou seja, o voto é dado não ao partido político, mas a pessoa do candidato.
PODER LEGISLATIVO (PROCESSO LEGISLATIVO)
CLASSIFICAÇÃO DO PROCESSO LEGISLATIVO
Agora vamos estudar a função de criar leis. As regras de criação de leis no Brasil (leis latu sensu) estão todas previstas na constituição. As espécies normativas que temos no Brasil de são: lei ordinária, emenda constitucional, leis complementares, medidas provisórias, leis delegadas, decretos legislativos e resoluções. Art. 59. “O processo legislativo compreende a elaboração de:  I -  emendas à Constituição; II -  leis complementares; III -  leis ordinárias; IV -  leis delegadas; V -  medidas provisórias; VI -  decretos legislativos; VII -  resoluções”. O processo legislativo sumário é a existência de prazos previstos na constituição para que a deliberação dessas leis, ou desses atos, sejam mais rápidas, alguns chamam isso também de regime constitucional de urgência, o presidente da republica muitas vezes propõe um projeto de lei, esse projeto vem com o regime constitucional de urgência, então ele tem um prazo determinado para ser votado na casa. 
PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO: FASES
Como se cria uma lei ordinária? Esse processo legislativo é sedimentado por etapas: a etapa da iniciativa, a etapa da deliberação do projeto, a etapa da sanção ou veto desse projeto, e etapa da promulgação desse projeto e a publicação. São etapas previstas para as leis ordinárias federais, mas esse processo é imitado por qualquer poder legislativo do Brasil, então cria-se uma lei federal dessa forma, mas também cria-se uma lei ordinária estadual ou municipal também levando em conta essas 5 fases. Então, com base no princípio da simetria, se aplica o esse mesmo processo legislativo no âmbito do estado e do município fazendo algumas modificações estruturais, por exemplo, a deliberação que é a discussão do projeto e a votação de um projeto de lei ordinário federal no congresso nacional, por ser bicameral, são em duas casas e no caso do estado da Bahia ou do município de Salvador, por terem poderes legislativos unicamerais, essa discussão sempre vai ser por via de uma casa apenas. 
INICIATIVA 
Nessa fase a pergunta que tem que se fazer é: quem é que pode ter a iniciativa no Brasil de propor um projeto de lei (PL)? Parlamentares; pessoas fora do parlamento; podemos ter situações especificas em que apenas uma pessoa pode ter a iniciativa que são por exemplo as matérias de lei reservadas, por exemplo os projetos de leis orçamentárias, que só podem ser iniciados por chefe do poder executivo (prefeito, governador ou presidente da república); a iniciativa também pode se dar por 2 pessoas, por exemplo quando se tem os projetos de lei de iniciativa concorrente, por exemplo a organização da defensoria pública do estado, que é um projeto de lei que pode ser apresentado concorrentemente por um parlamentar e por um chefe do poder executivo do estado. 
Quem são os legitimados a propor no Brasil um PL? Art. 61. “A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição”. O membro ou comissão da câmara, senado ou congresso livremente pode propor matéria sobre qualquer coisa, observando as matérias de competência do município, estados e união. Presidente da república § 1º, I e II do art. 61. O poder judiciário também tem condição de iniciar alguns processos de lei (art. 96 CF, II). O ministério público também pode iniciar alguns processos de lei acerca de matérias que envolvem a sua organização interna (art. 127 § 2º e art. 128 § 5°). Por fim, temos a chamado iniciativa popular, que é um instrumento de participação democrática direta no Brasil, nesse as pessoas podem ter a iniciativa de propor um projeto de lei a criação sempre vai ser do congresso, do parlamento, a nossa constituição assegura o direito à população de propor um projeto de lei que vai ser discutido, votado e deliberado no congresso nacional, que é onde se cria a lei (art. 1°, § único CF e art 61 § 2º), no art. 61, § 2º estão as regras para que um projeto de lei seja apresentado através do canal popular no Brasil, esse projeto de lei vai ser apresentado primeiro à Câmara dos Deputados se ele for subscrito (tiver uma assinatura) de 1% dos eleitores nacionais, e esse 1% deve estar distribuído por pelo menos 5 estados, e essa distribuição por 5 estados tem que garantir que cada estado vai ter 0,3% de assinaturas no mínimo.
DELIBERAÇÃO
É segunda fase, que é a fase da discussão do projeto de lei e a votação dele. No caso dos PLs de lei ordinária federal, todo esse PL tem que ser discutido no congresso e o congresso por ter duas casas, as duas casas tem que participar, o PL vai ser sempre iniciado numa casa legislativa, essa casa vai ser chamada de casa iniciadora e esse PL, uma vez aprovado na casa iniciadora precisa também ser aprovado, para ganhar a forma de lei, numa casa revisora. Montesquieu quando falava do poder legislativo ele falava que o poder legislativo devia se neutralizar a partir da combinação de vontade de duas casas, o que ele chamava de câmara alta e câmara baixa, então as duas casas precisavam estar de acordo com a matéria a ser aprovada pelo parlamento, do contrário, se ambas as casas não chegassem a um acordo, a matéria não seria aprovada. Então se a casa iniciadora aprova um projeto e a casa revisora reprova esse projeto, o projeto não tem seguimento. 
Quando a câmara e senado vão ser casa iniciadora ou revisora? O senado federal só será casa iniciadora quando o PL for proposto por comissão do senado ou quando ele for proposto por um senador da república, fora isso o senado sempre vai ser casa revisora da câmara dos deputados. 
Digamos que por uma deliberação da casa iniciadora o PL seja aprovado epor uma deliberação da casa revisora ele também seja aprovado, nesta situação o próximo tramite é partir pra próxima fase, que é a fase do encaminhamento para o presidente da república vetar ou não. Essa aprovação integral é uma aprovação sem qualquer tipo de emendas. Se ele ganhar uma emenda (modificação) pela casa revisora, nesse caso a emenda volta a ser deliberada na casa iniciadora que vai deliberar se a modificação é aprovada ou não, se a casa iniciadora aprovar a emenda, ela é mantida e o PL vai para a próxima fase, se ela não aprovar a emenda, restaura-se o projeto de lei que ela aprovou inicialmente, quem da a última palavra, nesse caso, sempre vai ser a casa iniciadora. E se o PL for rejeitado na casa iniciadora de primeira? Aí é hipótese de arquivamento. Se a casa iniciadora aprovar e a casa revisora reprovar integralmente o PL, nessa circunstância o PL também será arquivado. 
Como vai ser o processo de deliberação? Para isso é preciso diferenciar alguns termos: quórum de instalação (art. 47 da CF), nos termos desse artigo uma sessão ordinária vai ser instalada somente com a presença da maioria absoluta dos componentes daquela casa (metade dos integrantes + 1), esse é o chamado quórum de instalação. O quórum de aprovação é aquela quantidade de votos necessários para aprovar um PL. O art. 47 diz que a maioria absoluta tem que fazer o quórum de instalação da sessão e a maioria simples (= dos que estão presentes, é preciso obter um número acima da metade) é a regra geral do quórum de aprovação, essa é a regra geral, mas por exemplo o quórum de aprovação de uma emenda é diferente, é de 3/5, então teoricamente, na omissão da omissão no que se refere ao quórum de aprovação, o quórum sempre vai ser de maioria simples, mas pode haver situações em que estará expresso na constituição que esse quórum será diferente.
O PL arquivado pode ser reproposto? Em tese sim, só que deve ser cumprida a regra do art. 67 da CF, então se eu quiser repropor esse PL na mesma sessão legislativa é preciso obter a maioria absoluta das assinaturas dos membros daquela casa, do contrário segue a lógica do princípio da irrepetibilidade, ou seja, como regra um projeto de lei rejeitado numa sessão legislativa, não pode ser proposto na mesma sessão legislativa, se for reproposto numa nova sessão legislativa não precisa seguir a regra do art. 67.
Art. 64 traz uma forma de acelerar a deliberação em ambas as casas, é o chamado processo legislativo sumário (=regime de urgência constitucional) (“sobrestar-se-ão” no art. 64 quer dizer serão suspensos, ficarão estagnados, bloqueados). Só quem pode solicitar a aceleração do PL é o presidente da república, sendo o PL apresentado por ele, feito isso a deliberação em ambas as casas vai ter um prazo, a casa iniciadora (câmara dos deputados) vai ter ate 45 dias para deliberar sobre essa matéria e a casa revisora também terá 45 dias. Se a câmara não atender o prazo, aplica-se a penalidade prevista na constituição que é o chamado sobrestamento de pauta (trancamento de pauta), isso significa que não se discutirá outra matéria naquela casa enquanto a câmara não deliberar sobre a respectiva matéria. Se a casa de iniciadora aprova o PL apresentado pelo presidente no prazo, vai pro senado e o senado cria uma emenda e volta para a casa iniciadora, a casa iniciadora então terá 10 dias para deliberar sobre a modificação que o senado fez, do contrário depois do 10° dia a sua pauta fica também sobrestada. 
OBS) Aqui no Brasil existe esse mecanismo também no caso de regime de medidas provisórias, numa briga de trancamento de pauta entre uma MP e um PL, ganha o MP, ou seja, tem que ser deliberado primeiro sobre a MP em regime de urgência. 
Após ser aprovado integralmente pelas duas casas, vai para a fase de sanção ou veto pelo presidente da república.
SANÇÃO OU VETO
Nessa fase o presidente da república tem duas opções, ou ele sanciona o projeto de lei ou o veta. A sanção é a concordância do presidente ao PL aprovado pelo parlamento. Essa sanção pode ser expressa ou tácita, na expressa, diretamente o presidente da república formalmente, de forma escrita, manifesta a sua concordância, normalmente isso é feito por uma assinatura. A sanção tácita é quando há uma concordância pelo decurso de prazo e o presidente da república não amonta sua assinatura de forma direta (art. 60 §3°), ou seja, se o PL for aprovado pelo parlamento e encaminhado para o presidente da república e o presidente fica 15 dias em silêncio, o PL é automaticamente sancionado de forma tácita. 
O veto é a discordância. O presidente da república pode discordar do PL apresentado pelo parlamento. Esse veto vai ser reavaliado pelo congresso (parlamento). Esse veto pode ocorrer por uma questão exclusivamente jurídica, ou seja, o presidente da república faz nesse caso um controle de constitucionalidade preventivo, esse veto pode ser motivado por questões políticas, nesse caso o presidente avalia que há falta de interesse público, ou o veto pode conjugar esses dois motivos. O presidente deve dizer expressamente os motivos do veto, do contrário o veto é nulo. A motivação do veto é importante porque a CF fala que quando o presidente da república vetar algum projeto de lei aprovado pelo congresso, caberá ao congresso nacional deliberar sobre esse veto, isso quer dizer que o congresso nacional pode não concordar com o veto e fazer a chamada derrubada de veto. O veto pode ser total ou parcial, ou seja, presidente pode vetar todo o PL apresentado ou vetar parte dele. O veto é um veto que não permite que você chegue a uma conclusão que não foi apreciada pelo congresso. Ex.: PL que artigo diz: Não é permitido entrada em alguns locais usando capacete. O presidente não pode adicionar nada ao veto, ele sempre será supressivo. Nesse caso, ele não poderá vetar somente a palavra não. Se corta apenas o não, muda-se o sentido da frase. O veto é também irretratável, ou seja, o presidente não pode se retratar e o veto (voltar atrás) também é insuscetível de apreciação judicial, ou seja, o juiz não pode avaliar os motivos do veto. O veto é também superável, ele é insuperável na medida em que ele pode ser em que ele pode ser derrubado ou superado pelo Poder Legislativo, mostrando a forca do Poder Legislativo no Brasil.  Poder Executivo pode vetar, mas o Poder Legislativo pode querer mesmo assim, porque ele manda mais. O interesse é sempre do parlamento. Se o presidente veta, mas o Legislativo ainda acha interessante, o PL continuará vivo.
Como o Legislativo derruba o veto do Presidente? Art. 66 §4° e 5°, o art. 66 fala que uma vez vetado o PL ele será reencaminhado ao congresso nacional, o congresso nacional em sessão conjunta vai deliberar em até 30 dias se concorda ou não com o veto do presidente da república, se passar esse tempo, sobrestá a pauta, se o congresso nacional quiser derrubar o veto o quórum de aprovação é ter maioria absoluta. Digamos que o CN em 15 dias derrubou o veto, vai para a fase da promulgação da lei para o presidente. Este terá 48h, neste caso, para promulgar o PL que teve o veto derrubado. E se ele ficar quieto, não fizer nada? §7º do art. 66, diz que no caso de inércia do presidente da república em não promulgar a lei dentro de quarenta e oito horas cabe ao presidente do senado promulgar a lei e se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.
PROMULGAÇÃO E PUBLICAÇÃO
Uma lei que foi aprovada por ambas as casas e sancionada pelo presidente da república vai para a fase da promulgação e publicação. A promulgação é o atestado de existência da lei que já foi criada, é um ato do presidente da república, exceto no caso em que o presidente do senado promulga ela. É um ato que muitas vezes é concomitante à publicação. A publicação é a publicização de algo que já existe, você torna público a existência de uma lei e o seu conteúdo, isso vai ser muito importante porque ninguém pode alegar em sua defesa o desconhecimento de uma lei. 
LEI COMPLEMENTAR
O processo legislativo de criação de uma lei

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