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HISTORIA DO PENSAMENTO FILOSOFICO MATERIA PARA NP2

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A CAVERNA DE PLATÃO E A FILOSOFIA DE ARISTÓTELES
HISTÓRIA DO PENSAMENTO FILOSÓFICO 
1 - A CAVERNA DE PLATÃO E A FILOSOFIA DE ARISTÓTELES
A Alegoria ou o mito da caverna é um texto clássico de Platão, que ilustra sua concepção sobre o processo de conhecimento. Ele conta a estória de prisioneiros acorrentados no interior de uma caverna e condenados a contemplarem as sombras projetadas no seu interior. Mas o que acontece se um prisioneiro conseguisse sair da caverna e contemplar o mundo real?
A CAVERNA DE PLATÃO E A FILOSOFIA DE ARISTÓTELES
Para Platão, a definição das coisas está condicionada ao princípio de identidade e permanência. Ou seja, uma coisa é aquilo que é e não outra e deve ser sempre do mesmo modo. No mundo sensível, isto é, no nosso mundo concreto, isso não é possível, já que ele é múltiplo e em constante mutação. Na visão de Platão este é o mundo das aparências, das sombras, mera cópia do mundo das ideias, do mundo real. A verdade encontra-se no mundo das ideias, idêntico e permanente, regido pelo conhecimento. Para atingir esse mundo das ideias é necessário depurar os sentidos dos enganos e erros e através do exercício filosófico ir ascendendo até a verdade. É necessário sair da caverna.
A CAVERNA DE PLATÃO E A FILOSOFIA DE ARISTÓTELES
Assim, para Platão, o mundo sensível, é o nosso mundo material de cópias, de aparências, um mundo imperfeito, em constante mutação. Já o mundo inteligível, é o mundo imaterial das ideias. Este é perfeito e imutável.
Já Aristóteles, que foi discípulo de Platão, posteriormente irá criticar seu mestre em relação ao processo de conhecimento. Aristóteles não concorda com o dualismo platônico e reabilita a importância dos sentidos no processo de conhecimento. 
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A CAVERNA DE PLATÃO E A FILOSOFIA DE ARISTÓTELES
Vamos ver um trecho da sua obra Metafísica:
Por natureza, todos os homens desejam o conhecimento. Uma indicação disso é o valor que damos aos sentidos; pois, além de sua utilidade, são valorizados por si mesmos e, acima de tudo o da visão. Não apenas com vistas à ação, mas mesmo quando não se pretende ação alguma, preferimos a visão, em geral, a todos os outros sentidos. A razão disso é que a visão é, de todos eles, o que mais nos ajuda a conhecer as coisas, revelando muitas diferenças.
A CAVERNA DE PLATÃO E A FILOSOFIA DE ARISTÓTELES
(...) É pela memória que os homens adquirem experiência, porque as inúmeras lembranças da mesma coisa produzem finalmente o efeito de uma experiência única. A experiência parece muito semelhante à ciência e à arte, mas na verdade é pela experiência  que os homens adquirem ciência e arte; pois, como diz Pólo com razão, “a experiência  produz arte, mas a inexperiência produz o acaso”. A arte se produz quando, a partir de muitas noções da experiência, se forma um juízo universal a respeito de objetos semelhante. (MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia: dos Pré-socráticos a Wittgenstein. 2a ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000, p.46)
A CAVERNA DE PLATÃO E A FILOSOFIA DE ARISTÓTELES
De fato foi Platão quem escreveu a alegoria da caverna, mas seu objetivo era nos fazer pensar que somos prisioneiros nela e as coisas que vemos ao nosso redor são sombras projetadas na parede. Confundimos as sombras com a realidade, supondo que o que vemos é o mundo real, mas é necessário se afastar do senso comum e da opinião e buscar o verdadeiro conhecimento.
A CAVERNA DE PLATÃO E A FILOSOFIA DE ARISTÓTELES
2-A FILOSOFIA MEDIEVAL: PATRÍSTICA E ESCOLÁSTICA
A FILOSOFIA MEDIEVAL: PATRÍSTICA E ESCOLÁSTICA
A Idade Média abrange o período entre o século V (queda do Império Romano do ocidente) e o século XV (queda do Império Romano do oriente, quando Constantinopla foi tomada pelos turcos). A Igreja Católica nasce dentro do Império Romano e, a princípio, é proibida e perseguida, mas paulatinamente vai se fortalecendo até se tornar a religião oficial do Império. Com a crise do Império Romano, a Igreja Católica emerge como a principal força aglutinadora em um mundo fragmentado pelas invasões bárbaras. 
A Igreja desponta como a grande herdeira do patrimônio cultural da antiguidade clássica. Ela é detentora da escrita e do conhecimento, e, nos mosteiros, encontram-se abrigadas as grandes bibliotecas. Dessa forma, a Igreja Católica se torna a detentora da força espiritual e política do período. Uma das principais questões discutidas nesse tempo é a relação entre teologia e filosofia, ou seja, entre fé e razão.
A FILOSOFIA MEDIEVAL: PATRÍSTICA E ESCOLÁSTICA
No período de decadência do Império Romano, quando o cristianismo se expande, a partir do século II – portanto ainda na Antiguidade –, surge a filosofia dos Padres da Igreja, conhecida também como patrística. No esforço de converter os pagãos, combater as heresias (doutrinas que se opõem aos dogmas da Igreja) e justificar a fé, desenvolvem a apologética, elaborando textos de defesa do cristianismo. 
A FILOSOFIA MEDIEVAL: PATRÍSTICA E ESCOLÁSTICA
A aliança entre fé e razão estende-se por toda Idade Média: a razão é auxiliar da fé e a ela subordinada. Daí a expressão agostiniana “Credo ut intelligam”, que significa “Creio para que possa entender”.
A FILOSOFIA MEDIEVAL: PATRÍSTICA E ESCOLÁSTICA
(...)
A partir do século IX, desenvolve-se a escolástica, filosofia cristã que atinge seu apogeu no século XIII, com Santo Tomás de Aquino. Nesse período continua a aliança entre razão e fé, em que a razão é sempre considerada a “serva da teologia”. (Aranha e Martins, 2003, p. 125).
A FILOSOFIA MEDIEVAL: PATRÍSTICA E ESCOLÁSTICA
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Durante a Idade Média a Igreja católica surge como força espiritual e política e os padres da igreja, durante esse período, consideram a razão uma auxiliar da fé, uma vez que a filosofia é tomada como serva da teologia.
A FILOSOFIA MEDIEVAL: PATRÍSTICA E ESCOLÁSTICA
Leitura básica
Texto: A busca da verdade (Capítulo 13). ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena P. Martins. Filosofando: Introdução à Filosofia. 4aed. São Paulo: Moderna, 2009.
Leitura Complementar
Texto: As aventuras da metafísica. (Capítulo 3 da Unidade 6) CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. 13ª ed. São Paulo: Ática, 2003. 
Texto: O surgimento da filosofia cristã no contexto do helenismo. (Capítulo 2 da Parte II). MARCONDES, D. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. 13ª Ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2010.

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