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Atualizada até 27/12/2018
SEMANA DE
ATUALIZAÇÃO
JURÍDICA
 
LEGISLAÇÃO E
JURISPRUDÊNCIA
LEGISLAÇÃO E
JURISPRUDÊNCIA
SEMANA DE ATUALIZAÇÃO
DIREITO ADMINISTRATIVO
Jurisprudência
Súmula 619-STJ
Súmula 615-STJ 
Súmula 611-STJ
RE 601580 
RE 852475 
RE 589998
REsp 1617086/PR
REsp 1.565.166/PR 
REsp 1412433/RS 
REsp 1366721/BA 
RE 1058333/PR 
AREsp 309.867-ES 
Legislação
Decreto 9.507/2018
Lei 13.726/2018
SUMÁRIO
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1
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1
2
4
5
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SEMANA DE ATUALIZAÇÃO
DIREITO CIVIL
Jurisprudência 
Súmula 623 STJ (12/12/18).
Súmula 621 STJ (17/12/18) 
Súmula 620 STJ (17/12/18) 
Súmula 619 STJ (30/10/18) 
RESP 1.715.438/RS 
RESP 1.473.484/RS 
Legislação
Lei 13.792/19
Lei 13.786/18
Lei 13.777/18
Lei 13.715/18
Lei 13.709/18
MP 862/18
DIREITO CONSTITUCIONAL
Jurisprudência 
ADI 825 
RE 888815/RS 
RE 602.584 AgR/DF 
RE 670.422/RS 
REsp 1657156/RJ 
Legislação
Lei 13.796/2019
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SEMANA DE ATUALIZAÇÃO
Lei 13.709/18
Lei 13.676/18
Lei 13.632/18
Decreto 9.522/2018 – aprovado pelo art. 5º, §3º.
DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS
Jurisprudência
Súmula 601-STJ
RE 409356 - Decisão 
AgResp 197.916/RJ 
AREsp 1126330/DF 
Ambiental
629-STJ
Súmula 623-STJ
Súmula 618-STJ
Súmula 613-STJ
ADI 4988 
ADC 42 e ADI 4902 
ADI 4901 
ADI 4903 
ADI 4937 
Consumidor
Súmula 608-STJ
Súmula 602-STJ
REsp 1412433/RS 
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129
130
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SEMANA DE ATUALIZAÇÃO
REsp 1601149/RS 
REsp 1680318/SP 
REsp 1712163/SP 
REsp 1735004/SP 
ECA
Súmula 605-STJ
Legislação
Lei 13.715/2018 – Poder Familiar (Civil + ECA)
Derrubada vetos Lei 13.509/2017
Decreto 9.603/2018
DIREITO EMPRESARIAL
Legislação
Lei 13.775/18
DIREITO FINANCEIRO
Legislação
LC 164/2018
DIREITOS HUMANOS
Legislação
Decreto 9.522/2018 – Tratado
DIREITO PENAL
Jurisprudência 
Súmula 617-STJ
Súmula 607-STJ
Súmula 605-STJ
HC 453.437/SP 
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163
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SEMANA DE ATUALIZAÇÃO
Legislação
Lei 13.718/2018
Lei 13.715/2018
Lei 13.675/2018
Lei 13.641/2018
Lei 13.654/2018
Lei 13.756/2018
Lei 13.772/2018
Lei 13.771/2018
Decreto 9.450/2018
Lei 13.804/2019
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Legislação
Lei 13.606/18
Lei 13.756/18
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Jurisprudência 
Súmula 628 (17/12/18) 
RESP 1.760.966
RESP 1.745.773 
Recursos repetitivos STJ – 1.696.396 MT e 1.704.520 MT 
Legislação
Lei 13.793/19
Lei 13.728/18
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300
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SEMANA DE ATUALIZAÇÃO
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Jurisprudência
Súmula 604-STJ
Inq 4420/DF 
HC 444.252/MG 
Legislação
Lei 13.774/2018
Lei 13.721/2018
Lei 13.769/2018
Lei 13.756/2018
DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO
Legislação
Lei 13.778/18
Lei 13.767/18
MP 859
Lei 13.725/18
Lei 13.660/18
DIREITO TRIBUTÁRIO
Jurisprudência 
Súmula 627 (17/12/18) 
Súmula 626 (12/12/18) 
Súmula 625 (12/12/18) 
Súmula 622 (17/12/18) 
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SEMANA DE ATUALIZAÇÃO
1
Súmula 619-STJ:
A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza 
precária, insuscetível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias.
Súmula 615-STJ:
Não pode ocorrer ou permanecer a inscrição do município em cadastros restriti-
vos fundada em irregularidades na gestão anterior quando, na gestão sucessora, são 
tomadas as providências cabíveis à reparação dos danos eventualmente cometidos. 
Súmula 611-STJ:
Desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou sindicân-
cia, é permitida a instauração de processo administrativo disciplinar com base em 
denúncia anônima, em face do poder-dever de autotutela imposto à Administração.
RE 601580
Servidor transferido pela administração pode matricular-se em universida-
de pública. Preliminarmente, o Tribunal, por maioria, rejeitou questão de ordem 
levantada pelo Ministro Marco Aurélio no sentido de converter o julgamento em 
SEMANA DE 
ATUALIZAÇÃO
JURISPRUDÊNCIA
DIREITO ADMINISTRATIVO
2
DIREITO ADMINISTRATIVO
diligências. No mérito, o Tribunal, apreciando o tema 57 da repercussão geral, 
por maioria, negou provimento ao recurso extraordinário, nos termos do voto do 
Relator, vencido o Ministro Marco Aurélio, que o provia. Em seguida, por maioria, 
fixou-se a seguinte tese: "É constitucional a previsão legal que assegure, na hipó-
tese de transferência ex officio de servidor, a matrícula em instituição pública, se 
inexistir instituição congênere à de origem", nos termos do voto do Relator, vencido 
o Ministro Marco Aurélio. Falou, pela recorrente, o Dr. João Marcelo Torres Chine-
lato, Procurador Federal. Ausentes, justificadamente, a Ministra Cármen Lúcia e o 
Ministro Luiz Fux, impedido neste julgamento. Presidência do Ministro Dias Toffoli. 
Plenário, 19.9.2018. Ainda sem emenda disponibilizada. 
RE 852475
Imprescritibilidade de ressarcimento ao erário por conduta dolosa. São impres-
critíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso 
tipificado na Lei de Improbidade Administrativa [Lei 8.429/1992, artigos 9 a 11 (1)]. 
Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, deu parcial provimento a 
recurso extraordinário para afastar a prescrição da sanção de ressarcimento e de-
terminar o retorno dos autos ao tribunal recorrido para que, superada a preliminar 
de mérito pela imprescritibilidade das ações de ressarcimento por improbidade ad-
ministrativa, aprecie o mérito apenas quanto à pretensão de ressarcimento (Infor-
mativo 909). Prevaleceu o entendimento do ministro Edson Fachin, o qual reajustou 
o voto proferido na assentada anterior. Registrou que a imprescritibilidade da ação 
de ressarcimento se restringe às hipóteses de atos de improbidade dolosa, ou seja, 
que impliquem enriquecimento ilícito, favorecimento ilícito de terceiros ou dano in-
tencional à Administração Pública. Para tanto, deve-se analisar, no caso concreto, 
se ficou comprovado o ato de improbidade, na modalidade dolosa, para, só então 
e apenas, decidir sobre o pedido de ressarcimento. O ministro Fachin entendeu 
que a ressalva contida no § 5º do art. 37 (2) da CF teve por objetivo decotar do 
comando contido na primeira parte as ações cíveis de ressarcimento. Reconheceu 
solidez no argumento segundo o qual essa ressalva diz respeito a dois regramen-
tos distintos relacionados à prescrição. Um para os ilícitos praticados por agentes, 
sejam eles servidores ou não, e outro para as ações de ressarcimento decorrentes 
de atos de improbidade, dotadas de uma especialidade ainda maior. Asseverou 
SEMANA DE ATUALIZAÇÃO
3
que a matéria diz respeito à tutela dos bens públicos. Não há incompatibilidade 
com o Estado Democrático de Direito sustentar a imprescritibilidade das ações 
de ressarcimento em matéria de improbidade, eis que não raras vezes a prescri-
ção é o biombo por meio do qual se encobre a corrupção e o dano ao interesse 
público. Para o ministro Fachin, a segurança jurídica não autoriza a proteçãopelo 
decurso do lapso temporal de quem causar prejuízo ao erário e se locupletar da 
coisa pública. A imprescritibilidade constitucional não implica injustificada e eterna 
obrigação de guarda pelo particular de elementos probatórios aptos a demonstrar a 
inexistência do dever de ressarcir, mas na confirmação de indispensável proteção 
da coisa pública. Os ministros Roberto Barroso e Luiz Fux reajustaram os votos. 
Vencidos os ministros Alexandre de Moraes (relator), Dias Toffoli, Ricardo Lewa-
ndowski, Gilmar Mendes e Marco Aurélio, que negaram provimento ao recurso. 
Concluíram inexistir previsão de imprescritibilidade nos §§ 4º (3) e 5º do art. 37 em 
relação à sanção de ressarcimento ao erário por condenação pela prática de ato de 
improbidade administrativa, que deve seguir os mesmos prazos prescricionais do 
art. 23 (4) da Lei 8.249/1992, com a complementação de que, se o ato também for 
capitulado como crime, deverá ser considerado o prazo prescricional estabelecido 
na lei penal. (1) Lei 8.429/1992: “Art. 9° Constitui ato de improbidade administrati-
va importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial 
indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade 
nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: (...); Art. 10. Cons-
titui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou 
omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, 
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no 
art. 1º desta lei, e notadamente: (...); Art. 10-A. Constitui ato de improbidade ad-
ministrativa qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício 
financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o ‘caput’ e o § 1º do art. 8º-A da 
Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003; (...) Art. 11. Constitui ato de im-
probidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública 
qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, 
legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: (...).” (2) CF: “Art. 37. A ad-
ministração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) 
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer 
4
DIREITO ADMINISTRATIVO
agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respec-
tivas ações de ressarcimento.” (3) CF: “Art. 37. A administração pública direta e 
indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) § 4º - Os atos de improbidade 
administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função 
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gra-
dação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.” (4) Lei 8.429/1992: 
“Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei po-
dem ser propostas: I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de 
cargo em comissão ou de função de confiança; II - dentro do prazo prescricional 
previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do 
serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. III - até cin-
co anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas 
final pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1º desta Lei.” RE 852475/
SP, rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgamento em 
8.8.2018. (RE-852475)
RE 589998
DIREITO CONSTITUCIONAL E DIREITO DO TRABALHO. EMBARGOS DE DE-
CLARAÇÃO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DISPENSA SEM JUSTA CAUSA 
DE EMPREGADOS DA ECT. ESCLARECIMENTOS ACERCA DO ALCANCE DA 
REPERCUSSÃO GERAL. ADERÊNCIA AOS ELEMENTOS DO CASO CONCRE-
TO EXAMINADO. 1. No julgamento do RE 589998, realizado sob o regime da reper-
cussão geral, esta Corte estabeleceu que a Empresa Brasileira de Correios e Telé-
grafos - ECT tem o dever de motivar os atos de dispensa sem justa causa de seus 
empregados. Não houve, todavia, a fixação expressa da tese jurídica extraída do 
caso, o que justifica o cabimento dos embargos. 2. O regime da repercussão geral, 
nos termos do art. 543-A, § 7º, do CPC/1973 (e do art. 1.035, § 11, do CPC/2015), 
exige a fixação de uma tese de julgamento. Na linha da orientação que foi firmada 
pelo Plenário, a tese referida deve guardar conexão direta com a hipótese objeto 
de julgamento. 3. A questão constitucional versada no presente recurso envolvia a 
ECT, empresa prestadora de serviço público em regime de exclusividade, que des-
SEMANA DE ATUALIZAÇÃO
5
fruta de imunidade tributária recíproca e paga suas dívidas mediante precatório. 
Logo, a tese de julgamento deve estar adstrita a esta Supremo Tribunal Federal 
4. A fim de conciliar a natureza privada dos vínculos trabalhistas com o regime es-
sencialmente público reconhecido à ECT, não é possível impor-lhe nada além da 
exposição, por escrito, dos motivos ensejadores da dispensa sem justa causa. Não 
se pode exigir, em especial, instauração de processo administrativo ou a abertura 
de prévio contraditório. 5. Embargos de declaração providos em parte para fixar a 
seguinte tese de julgamento: A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT 
tem o dever jurídico de motivar, em ato formal, a demissão de seus empregados.
REsp 1617086/PR
Ementa não disponibilizada.
REsp 1.565.166/PR
ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
DE 1973. APLICABILIDADE. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. PRETENSÃO DE 
REINTEGRAÇÃO AO CARGO PÚBLICO, CUJO AFASTAMENTO FOI MOTIVADO 
POR PERSEGUIÇÃO POLÍTICA. VIOLAÇÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS. 
PRISÃO E TORTURA PERPETRADOS DURANTE O REGIME MILITAR. IMPRES-
CRITIBILIDADE DA AÇÃO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. I – Consoante o 
decidido pelo Plenário desta Corte na sessão realizada em 09.03.2016, o regime 
recursal será determinado pela data da publicação do provimento jurisdicional im-
pugnado. Assim sendo, in casu, aplica-se o Código de Processo Civil de 1973. II 
– Trata-se, na origem, de ação ordinária proposta por ex-servidor da Assembleia 
Legislativa do Paraná buscando sua reintegração ao cargo anteriormente ocupa-
do, além dos efeitos financeiros e funcionais, com fundamento no art. 8º do ADCT 
e na Lei n. 10.559/02, sob a alegação de que seu desligamento ocorreu em razão 
de perseguição política, perpetrada na época da ditadura militar. III – A Constitui-
ção da República não prevê lapso prescricional ao direito de agir quando se trata 
de defender o direito inalienável à dignidade humana, sobretudo quando violada 
durante o período do regime de exceção. IV – Este Superior Tribunal de Justiça 
6
DIREITO ADMINISTRATIVO
orienta-se no sentido de ser imprescritível a reparação de danos, material e/ou mo-
ral, decorrentes de violação de direitos fundamentais perpetrada durante o regime 
militar, período de supressão das liberdades públicas. V – A 1ª Seção desta Cor-
te, ao julgar EREsp 816.209/RJ, de Relatoria da Ministra Eliana Calmon, afastou 
expressamente a tese de que a imprescritibilidade, nesse tipo de ação, alcançaria 
apenas os pleitos por dano moral, invocando exatamente a natureza fundamental 
do direito protegido para estender a imprescritibilidade também às ações por da-
nos patrimoniais, o que deve ocorrer, do mesmo modo, em relação aos pleitos de 
reintegração a cargo público.VI – O retorno ao serviço público, nessa perspectiva, 
corresponde a reparação intimamente ligada ao princípio da dignidade humana, 
porquanto o trabalho representa uma das expressõesmais relevantes do ser hu-
mano, sem o qual o indivíduo é privado do exercício amplo dos demais direitos 
constitucionalmente garantidos. VII – A imprescritibilidade da ação que visa reparar 
danos provocados pelos atos de exceção não implica no afastamento da prescri-
ção quinquenal sobre as parcelas eventualmente devidas ao Autor. Não se deve 
confundir imprescritibilidade da ação de reintegração com imprescritibilidade dos 
efeitos patrimoniais e funcionais dela decorrentes, sob pena de prestigiar a inércia 
do Autor, o qual poderia ter buscado seu direito desde a publicação da Constituição 
da República. VIII – Recurso especial provido.
REsp 1412433/RS
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO REPRESENTATIVO 
DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC/1973 (ATUAL 1.036 DO CPC/2015) E 
RESOLUÇÃO STJ 8/2008. SERVIÇOS PÚBLICOS. FORNECIMENTO DE ENER-
GIA ELÉTRICA. FRAUDE NO MEDIDOR DE CONSUMO. CORTE ADMINISTRATI-
VO DO SERVIÇO. DÉBITOS DO CONSUMIDOR. CRITÉRIOS. ANÁLISE DA CON-
TROVÉRSIA SUBMETIDA AO RITO DO ART. 543-C DO CPC/1973 (ATUAL 1.036 
DO CPC/2015) 1. A concessionária sustenta que qualquer débito, atual ou antigo, 
dá ensejo ao corte administrativo do fornecimento de energia elétrica, o que inclui, 
além das hipóteses de mora do consumidor, débitos pretéritos relativos à recupera-
ção de consumo por fraude do medidor. In casu, pretende cobrar débito oriundo de 
fraude em medidor, fazendo-o retroagir aos cinco anos antecedentes. TESE CON-
TROVERTIDA ADMITIDA 2. Sob o rito do art. 543-C do CPC/1973 (atualmente 
SEMANA DE ATUALIZAÇÃO
7
1036 e seguintes do CPC/2015), admitiu-se a seguinte tese controvertida: "a possi-
bilidade de o prestador de serviços públicos suspender o fornecimento de energia 
elétrica em razão de débito pretérito do destinatário final do serviço". PANORAMA 
GERAL DA JURISPRUDÊNCIA DO STJ SOBRE CORTE DE ENERGIA POR FALTA 
DE PAGAMENTO 3. São três os principais cenários de corte administrativo do ser-
viço em decorrência de débitos de consumo de energia elétrica por inadimplemen-
to: a) consumo regular (simples mora do consumidor); b) recuperação de consumo 
por responsabilidade atribuível à concessionária; e c) recuperação de consumo 
por responsabilidade atribuível ao consumidor (normalmente, fraude do medidor). 
4. O caso tratado no presente recurso representativo da controvérsia é o do item 
"c" acima, já que a apuração de débitos pretéritos decorreu de fato atribuível ao 
consumidor: fraude no medidor de consumo. 5. Não obstante a delimitação supra, 
é indispensável à resolução da controvérsia fazer um apanhado da jurisprudência 
do STJ sobre a possibilidade de corte administrativo do serviço de energia elétrica. 
6. Com relação a débitos de consumo regular de energia elétrica, em que ocorre 
simples mora do consumidor, a jurisprudência do STJ está sedimentada no sentido 
de que é lícito o corte administrativo do serviço, se houver aviso prévio da suspen-
são. (...) 7. Quanto a débitos pretéritos, sem discussão específica ou vinculação 
exclusiva à responsabilidade atribuível ao consumidor pela recuperação de con-
sumo (fraude no medidor), há diversos precedentes no STJ que estipulam a tese 
genérica de impossibilidade de corte do serviço (...). CORTE ADMINISTRATIVO 
POR FRAUDE NO MEDIDOR 8. Relativamente aos casos de fraude do medidor 
pelo consumidor, a jurisprudência do STJ veda o corte quando o ilícito for aferido 
unilateralmente pela concessionária. A contrario sensu, é possível a suspensão do 
serviço se o débito pretérito por fraude do medidor cometida pelo consumidor for 
apurado de forma a proporcionar o contraditório e a ampla defesa. (...). RESOLU-
ÇÃO DA CONTROVÉRSIA 9. Como demonstrado acima, em relação a débitos pre-
téritos mensurados por fraude do medidor de consumo causada pelo consumidor, 
a jurisprudência do STJ orienta-se no sentido do seu cabimento, desde que verifi-
cada com observância dos princípios do contraditório e da ampla defesa. 10. O não 
pagamento dos débitos por recuperação de efetivo consumo por fraude ao medidor 
enseja o corte do serviço, assim como acontece para o consumidor regular que 
deixa de pagar a conta mensal (mora), sem deixar de ser observada a natureza 
pessoal (não propter rem) da obrigação, conforme pacífica jurisprudência do STJ. 
8
DIREITO ADMINISTRATIVO
11. Todavia, incumbe à concessionária do serviço público observar rigorosamente 
os direitos ao contraditório e à ampla defesa do consumidor na apuração do dé-
bito, já que o entendimento do STJ repele a averiguação unilateral da dívida. 12. 
Além disso, o reconhecimento da possibilidade de corte de energia elétrica deve 
ter limite temporal de apuração retroativa, pois incumbe às concessionárias o de-
ver não só de fornecer o serviço, mas também de fiscalizar adequada e periodica-
mente o sistema de controle de consumo. 13. Por conseguinte e à luz do princípio 
da razoabilidade, a suspensão administrativa do fornecimento do serviço - como 
instrumento de coação extrajudicial ao pagamento de parcelas pretéritas relativas 
à recuperação de consumo por fraude do medidor atribuível ao consumidor - deve 
ser possibilitada quando não forem pagos débitos relativos aos últimos 90 (noven-
ta) dias da apuração da fraude, sem prejuízo do uso das vias judiciais ordinárias 
de cobrança. 14. Da mesma forma, deve ser fixado prazo razoável de, no máximo, 
90 (noventa) dias, após o vencimento da fatura de recuperação de consumo, para 
que a concessionária possa suspender o serviço. TESE REPETITIVA 15. Para fins 
dos arts. 1.036 e seguintes do CPC/2015, fica assim resolvida a controvérsia repe-
titiva: Na hipótese de débito estrito de recuperação de consumo efetivo por fraude 
no aparelho medidor atribuída ao consumidor, desde que apurado em observância 
aos princípios do contraditório e da ampla defesa, é possível o corte administrativo 
do fornecimento do serviço de energia elétrica, mediante prévio aviso ao consumi-
dor, pelo inadimplemento do consumo recuperado correspondente ao período de 
90 (noventa) dias anterior à constatação da fraude, contanto que executado o corte 
em até 90 (noventa) dias após o vencimento do débito, sem prejuízo do direito de 
a concessionária utilizar os meios judiciais ordinários de cobrança da dívida, inclu-
sive antecedente aos mencionados 90 (noventa) dias de retroação. RESOLUÇÃO 
DO CASO CONCRETO 16. Na hipótese dos autos, o Tribunal Estadual declarou 
a ilegalidade do corte de energia por se lastrear em débitos não relacionados ao 
último mês de consumo. 17. Os débitos em litígio são concernentes à recuperação 
de consumo do valor de R$ 9.418,94 (nove mil, quatrocentos e dezoito reais e no-
venta e quatro centavos) por fraude constatada no aparelho medidor no período de 
cinco anos (15.12.2000 a 15.12.2005) anteriores à constatação, não sendo lícita 
a imposição de corte administrativo do serviço pela inadimplência de todo esse 
período, conforme os parâmetros estipulados no presente julgamento. 18. O pleito 
recursal relativo ao cálculo da recuperação de consumo não merece conhecimento 
SEMANA DE ATUALIZAÇÃO
9
por aplicação do óbice da Súmula 7/STJ. 19. Recurso Especial não provido. Acór-
dão submetido ao regime dos arts. 1.036 e seguintes do CPC/2015.
REsp 1366721/BA
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL REPETI-
TIVO. APLICAÇÃO DO PROCEDIMENTO PREVISTO NO ART. 543-C DO CPC. 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. CAUTELAR DE IN-
DISPONIBILIDADE DOS BENS DO PROMOVIDO. DECRETAÇÃO. REQUISITOS. 
EXEGESE DO ART. 7º DA LEI N. 8.429/1992, QUANTO AO PERICULUM IN MORA 
PRESUMIDO. MATÉRIA PACIFICADA PELA COLENDA PRIMEIRA SEÇÃO. 1. Tra-
tam os autos de ação civil pública promovida pelo Ministério Público Federal contra 
o ora recorrido, em virtude de imputação de atos de improbidade administrativa 
(Lei n. 8.429/1992). 2. Em questão está a exegese do art. 7º da Lei n. 8.429/1992 
e a possibilidadede o juízo decretar, cautelarmente, a indisponibilidade de bens do 
demandado quando presentes fortes indícios de responsabilidade pela prática de 
ato ímprobo que cause dano ao Erário. 3. A respeito do tema, a Colenda Primeira 
Seção deste Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o Recurso Especial 1.319.515/
ES, de relatoria do em. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Relator para acór-
dão Ministro Mauro Campbell Marques (DJe 21/9/2012), reafirmou o entendimen-
to consagrado em diversos precedentes (Recurso Especial 1.256.232/MG, Rel. 
Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 19/9/2013, DJe 26/9/2013; 
Recurso Especial 1.343.371/AM, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, 
julgado em 18/4/2013, DJe 10/5/2013; Agravo Regimental no Agravo no Recurso 
Especial 197.901/DF, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, julga-
do em 28/8/2012, DJe 6/9/2012; Agravo Regimental no Agravo no Recurso Es-
pecial 20.853/SP, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 
21/6/2012, DJe 29/6/2012; e Recurso Especial 1.190.846/PI, Rel. Ministro Castro 
Meira, Segunda Turma, julgado em 16/12/2010, DJe 10/2/2011) de que, "(...) no 
comando do art. 7º da Lei 8.429/1992, verifica-se que a indisponibilidade dos bens 
é cabível quando o julgador entender presentes fortes indícios de responsabilidade 
na prática de ato de improbidade que cause dano ao Erário, estando o periculum 
in mora implícito no referido dispositivo, atendendo determinação contida no art. 
37, § 4º, da Constituição, segundo a qual 'os atos de improbidade administrativa 
10
DIREITO ADMINISTRATIVO
importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indis-
ponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas 
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível'. O periculum in mora, em verdade, mi-
lita em favor da sociedade, representada pelo requerente da medida de bloqueio 
de bens, porquanto esta Corte Superior já apontou pelo entendimento segundo o 
qual, em casos de indisponibilidade patrimonial por imputação de conduta ímpro-
ba lesiva ao erário, esse requisito é implícito ao comando normativo do art. 7º da 
Lei n. 8.429/92. Assim, a Lei de Improbidade Administrativa, diante dos velozes 
tráfegos, ocultamento ou dilapidação patrimoniais, possibilitados por instrumentos 
tecnológicos de comunicação de dados que tornaria irreversível o ressarcimen-
to ao erário e devolução do produto do enriquecimento ilícito por prática de ato 
ímprobo, buscou dar efetividade à norma afastando o requisito da demonstração 
do periculum in mora (art. 823 do CPC), este, intrínseco a toda medida cautelar 
sumária (art. 789 do CPC), admitindo que tal requisito seja presumido à preambu-
lar garantia de recuperação do patrimônio do público, da coletividade, bem assim 
do acréscimo patrimonial ilegalmente auferido". 4. Note-se que a compreensão 
acima foi confirmada pela referida Seção, por ocasião do julgamento do Agravo 
Regimental nos Embargos de Divergência no Recurso Especial 1.315.092/RJ, Rel. 
Ministro Mauro Campbell Marques, DJe 7/6/2013. 5. Portanto, a medida cautelar 
em exame, própria das ações regidas pela Lei de Improbidade Administrativa, não 
está condicionada à comprovação de que o réu esteja dilapidando seu patrimônio, 
ou na iminência de fazê-lo, tendo em vista que o periculum in mora encontra-se im-
plícito no comando legal que rege, de forma peculiar, o sistema de cautelaridade na 
ação de improbidade administrativa, sendo possível ao juízo que preside a referida 
ação, fundamentadamente , decretar a indisponibilidade de bens do demandado, 
quando presentes fortes indícios da prática de atos de improbidade administrativa. 
6. Recursos especiais providos, a que restabelecida a decisão de primeiro grau, 
que determinou a indisponibilidade dos bens dos promovidos. 7. Acórdão sujeito 
ao regime do art. 543-C do CPC e do art. 8º da Resolução n. 8/2008/STJ.
RE 1058333/PR
DIREITO ADMINISTRATIVO – CONCURSO PÚBLICO - Concurso público e 
remarcação de teste de aptidão física - É constitucional a remarcação do teste de 
SEMANA DE ATUALIZAÇÃO
11
aptidão física de candidata que esteja grávida à época de sua realização, inde-
pendentemente da previsão expressa em edital do concurso público. Com base 
nessa orientação, o Plenário, por maioria, ao apreciar o Tema 973 da repercussão 
geral, negou provimento a recurso extraordinário em que discutida a possibilidade 
de remarcação de data de aplicação de teste de aptidão física a candidata gestan-
te à época de sua realização. A Corte entendeu que o interesse de que a grávida 
leve a gestação a termo com êxito exorbita os limites individuais da genitora, a 
alcançar outros indivíduos e a própria coletividade. Enquanto a saúde pessoal do 
candidato em concurso público configura motivo exclusivamente individual e parti-
cular, a maternidade e a família constituem direitos fundamentais do homem social 
e do homem solidário. Por ter o Poder Constituinte estabelecido expressamente a 
proteção à maternidade, à família e ao planejamento familiar, a condição de ges-
tante goza de proteção constitucional reforçada. Em razão desse amparo consti-
tucional específico, a gravidez não pode causar prejuízo às candidatas, sob pena 
de ofender os princípios da isonomia e da razoabilidade. Além disso, o direito ao 
planejamento familiar é livre decisão do casal. A liberdade decisória tutelada pelo 
planejamento familiar vincula-se estreitamente à privacidade e à intimidade do 
projeto de vida individual e parental dos envolvidos. Tendo em vista a prolongada 
duração dos concursos públicos e sua tendente escassez, muitas vezes inexiste 
planejamento familiar capaz de conciliar os interesses em jogo. Por tais razões, as 
escolhas tomadas muitas vezes impõem às mulheres o sacrifício de sua carreira, 
traduzindo-se em direta perpetuação da desigualdade de gênero. De todo modo, 
o direito de concorrer em condições de igualdade ao ingresso no serviço público, 
além de previsto em todas as Constituições brasileiras, foi reconhecido pelo Pacto 
de São José da Costa Rica e pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
Ademais, os princípios em jogo devem ser analisados à luz da moderna concep-
ção de administração pública gestora. Ao realizar o certame seletivo, o adminis-
trador público deve organizar suas ações e decisões de modo a otimizar a gestão 
pública, entendida esta como o exercício responsável do arbítrio administrativo na 
forma de decisões, ações e resultado esperado. O gestor, assim, precisa saber 
avaliar por qual razão o concurso é necessário e quais são os resultados espera-
dos, impondo-se a necessidade de planejamento do processo de contratação. No 
caso em comento, a melhor alternativa para o resguardo dos interesses envolvi-
dos corresponde à continuidade do concurso público, com a realização de teste 
12
DIREITO ADMINISTRATIVO
físico em data posterior, reservado o número de vagas necessário. Se, após o teste 
de aptidão física remarcado, a candidata lograr aprovação e classificação, deve ser 
empossada. Caso contrário, será empossado o candidato ou candidata remanes-
cente na lista de classificação em posição imediatamente subsequente. Vencido o 
ministro Marco Aurélio, que deu provimento ao recurso ante o reconhecimento da 
impossibilidade, prevista no edital do certame, de remarcação do teste, na linha do 
que decidido no RE 630.733.RE 1058333/PR, rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 
23.11.2018. (RE-1058333)
AREsp 309.867-ES
ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. EMPRESA EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL. 
PARTICIPAÇÃO. POSSIBILIDADE. CERTIDÃO DE FALÊNCIA OU CONCORDA-
TA. INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA. DESCABIMENTO. APTIDÃO ECONÔMICO-
-FINANCEIRA. COMPROVAÇÃO. OUTROS MEIOS. NECESSIDADE.
1. Conforme estabelecido pelo Plenário do STJ, "aos recursos interpostos com 
fundamento no CPC/1973 (relativos a decisões publicadas até17 de março de 
2016) devem ser exigidos os requisitos de admissibilidade na forma nele prevista, 
com as interpretações dadas até então pela jurisprudência do Superior Tribunal de 
Justiça" (Enunciado Administrativo n. 2). 2. Conquanto a Lei n. 11.101/2005 tenha 
substituído a figura da concordata pelos institutos da recuperação judicial e extra-
judicial, o art. 31 da Lei n. 8.666/1993 não teve o texto alterado para se amoldar 
à nova sistemática, tampouco foi derrogado. 3. À luz do princípio da legalidade, 
“é vedado à Administração levar a termo interpretação extensiva ou restritiva de 
direitos, quando a lei assim não o dispuser de forma expressa” (AgRg no RMS 
44099/ES, Rel. Min. BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 
03/03/2016, DJe 10/03/2016). 4. Inexistindo autorização legislativa, incabível a au-
tomática inabilitação de empresas submetidas à Lei n. 11.101/2005 unicamente 
pela não apresentação de certidão negativa de recuperação judicial, principalmen-
te considerando o disposto no art. 52, I, daquele normativo, que prevê a possibi-
lidade de contratação com o poder público, o que, em regra geral, pressupõe a 
participação prévia em licitação. 5. O escopo primordial da Lei n. 11.101/2005, nos 
termos do art. 47, é viabilizar a superação da situação de crise econômico-financei-
SEMANA DE ATUALIZAÇÃO
13
ra do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos 
trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação 
da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. 6. A interpre-
tação sistemática dos dispositivos das Leis n. 8.666/1993 e n. 11.101/2005 leva à 
conclusão de que é possível uma ponderação equilibrada dos princípios nelas con-
tidos, pois a preservação da empresa, de sua função social e do estímulo à ativida-
de econômica atendem também, em última análise, ao interesse da coletividade, 
uma vez que se busca a manutenção da fonte produtora, dos postos de trabalho e 
dos interesses dos credores. 7. A exigência de apresentação de certidão negativa 
de recuperação judicial deve ser relativizada a fim de possibilitar à empresa em 
recuperação judicial participar do certame, desde que demonstre, na fase de habi-
litação, a sua viabilidade econômica. 8. Agravo conhecido para dar provimento ao 
recurso especial.
14
DIREITO ADMINISTRATIVO
Decreto nº 9.507, de 21 de setembro de 2018
Dispõe sobre a execução indireta, mediante contratação, de serviços da admi-
nistração pública federal direta, autárquica e fundacional e das empresas públicas 
e das sociedades de economia mista controladas pela União.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 
84, caput, inciso IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto 
no § 7º do art. 10 do Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, e na Lei nº 
8.666, de 21 de junho de 1993, 
DECRETA:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
Âmbito de aplicação e objeto
Art. 1º Este Decreto dispõe sobre a execução indireta, mediante contratação, de 
serviços da administração pública federal direta, autárquica e fundacional e das em-
presas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela União.
Art. 2º Ato do Ministro de Estado do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão 
estabelecerá os serviços que serão preferencialmente objeto de execução indireta 
mediante contratação. 
CAPÍTULO II
DAS VEDAÇÕES 
Administração pública federal direta, autárquica e fundacional
Art. 3º Não serão objeto de execução indireta na administração pública federal 
direta, autárquica e fundacional, os serviços:
I - que envolvam a tomada de decisão ou posicionamento institucional nas áreas 
de planejamento, coordenação, supervisão e controle;
II - que sejam considerados estratégicos para o órgão ou a entidade, cuja ter-
ceirização possa colocar em risco o controle de processos e de conhecimentos e 
tecnologias;
LEGISLAÇÃO
SEMANA DE ATUALIZAÇÃO
15
III - que estejam relacionados ao poder de polícia, de regulação, de outorga de 
serviços públicos e de aplicação de sanção; e
IV - que sejam inerentes às categorias funcionais abrangidas pelo plano de cargos 
do órgão ou da entidade, exceto disposição legal em contrário ou quando se tratar 
de cargo extinto, total ou parcialmente, no âmbito do quadro geral de pessoal.
§ 1º Os serviços auxiliares, instrumentais ou acessórios de que tratam os incisos 
do caput poderão ser executados de forma indireta, vedada a transferência de res-
ponsabilidade para a realização de atos administrativos ou a tomada de decisão para 
o contratado.
§ 2º Os serviços auxiliares, instrumentais ou acessórios de fiscalização e consen-
timento relacionados ao exercício do poder de polícia não serão objeto de execu-
ção indireta. 
Empresas públicas e sociedades de economia mista controladas pela União
Art. 4º Nas empresas públicas e nas sociedades de economia mista controladas 
pela União, não serão objeto de execução indireta os serviços que demandem a 
utilização, pela contratada, de profissionais com atribuições inerentes às dos cargos 
integrantes de seus Planos de Cargos e Salários, exceto se contrariar os princípios 
administrativos da eficiência, da economicidade e da razoabilidade, tais como na 
ocorrência de, ao menos, uma das seguintes hipóteses:
I - caráter temporário do serviço;
II - incremento temporário do volume de serviços;
III - atualização de tecnologia ou especialização de serviço, quando for mais atual 
e segura, que reduzem o custo ou for menos prejudicial ao meio ambiente; ou
IV - impossibilidade de competir no mercado concorrencial em que se insere.
§ 1º As situações de exceção a que se referem os incisos I e II do caput pode-
rão estar relacionadas às especificidades da localidade ou à necessidade de maior 
abrangência territorial.
§ 2º Os empregados da contratada com atribuições semelhantes ou não com as atri-
buições da contratante atuarão somente no desenvolvimento dos serviços contratados.
§ 3º Não se aplica a vedação do caput quando se tratar de cargo extinto ou em proces-
so de extinção.
16
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 4º O Conselho de Administração ou órgão equivalente das empresas públicas 
e das sociedades de economia mista controladas pela União estabelecerá o con-
junto de atividades que serão passíveis de execução indireta, mediante contratação 
de serviços. 
Vedação de caráter geral
Art. 5º É vedada a contratação, por órgão ou entidade de que trata o art. 1º, de 
pessoa jurídica na qual haja administrador ou sócio com poder de direção que tenham 
relação de parentesco com:
I - detentor de cargo em comissão ou função de confiança que atue na área res-
ponsável pela demanda ou pela contratação; ou
II - autoridade hierarquicamente superior no âmbito de cada órgão ou entidade. 
CAPÍTULO III
DO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO E DO CONTRATO 
Regras gerais
Art. 6º Para a execução indireta de serviços, no âmbito dos órgãos e das entidades 
de que trata o art. 1º, as contratações deverão ser precedidas de planejamento e o ob-
jeto será definido de forma precisa no instrumento convocatório, no projeto básico ou 
no termo de referência e no contrato como exclusivamente de prestação de serviços.
Parágrafo único. Os instrumentos convocatórios e os contratos de que trata o caput 
poderão prever padrões de aceitabilidade e nível de desempenho para aferição da qua-
lidade esperada na prestação dos serviços, com previsão de adequação de pagamento 
em decorrência do resultado.
Art. 7º É vedada a inclusão de disposições nos instrumentos convocatórios que 
permitam:
I - a indexação de preços por índices gerais, nas hipóteses de alocação de mão 
de obra;
II - a caracterização do objeto como fornecimento de mão de obra;
III - a previsão de reembolso de salários pela contratante; e
IV - a pessoalidadee a subordinação direta dos empregados da contratada 
aos gestores da contratante. 
SEMANA DE ATUALIZAÇÃO
17
Disposições contratuais obrigatórias
Art. 8º Os contratos de que trata este decreto conterão cláusulas que:
I - exijam da contratada declaração de responsabilidade exclusiva sobre a quitação 
dos encargos trabalhistas e sociais decorrentes do contrato;
II - exijam a indicação de preposto da contratada para representá-la na execução 
do contrato;
III - estabeleçam que o pagamento mensal pela contratante ocorrerá após a com-
provação do pagamento das obrigações trabalhistas, previdenciárias e para com o 
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS pela contratada relativas aos em-
pregados que tenham participado da execução dos serviços contratados;
IV - estabeleçam a possibilidade de rescisão do contrato por ato unilateral e es-
crito do contratante e a aplicação das penalidades cabíveis, na hipótese de não 
pagamento dos salários e das verbas trabalhistas, e pelo não recolhimento das con-
tribuições sociais, previdenciárias e para com o FGTS;
V - prevejam, com vistas à garantia do cumprimento das obrigações trabalhistas 
nas contratações de serviços continuados com dedicação exclusiva de mão de obra:
a) que os valores destinados ao pagamento de férias, décimo terceiro salário, au-
sências legais e verbas rescisórias dos empregados da contratada que participarem 
da execução dos serviços contratados serão efetuados pela contratante à contrata-
da somente na ocorrência do fato gerador; ou
b) que os valores destinados ao pagamento das férias, décimo terceiro salário e 
verbas rescisórias dos empregados da contratada que participarem da execução 
dos serviços contratados serão depositados pela contratante em conta vincula-
da específica, aberta em nome da contratada, e com movimentação autorizada 
pela contratante;
VI - exijam a prestação de garantia, inclusive para pagamento de obrigações de 
natureza trabalhista, previdenciária e para com o FGTS, em valor correspondente a 
cinco por cento do valor do contrato, limitada ao equivalente a dois meses do custo 
da folha de pagamento dos empregados da contratada que venham a participar da 
execução dos serviços contratados, com prazo de validade de até noventa dias, 
contado da data de encerramento do contrato; e
18
DIREITO ADMINISTRATIVO
VII - prevejam a verificação pela contratante, do cumprimento das obrigações tra-
balhistas, previdenciárias e para com o FGTS, em relação aos empregados da con-
tratada que participarem da execução dos serviços contratados, em especial, quanto:
a) ao pagamento de salários, adicionais, horas extras, repouso semanal remune-
rado e décimo terceiro salário;
b) à concessão de férias remuneradas e ao pagamento do respectivo adicional;
c) à concessão do auxílio-transporte, auxílio-alimentação e auxílio-saúde, quando 
for devido;
d) aos depósitos do FGTS; e
e) ao pagamento de obrigações trabalhistas e previdenciárias dos empregados 
dispensados até a data da extinção do contrato.
§ 1º Na hipótese de não ser apresentada a documentação comprobatória do cum-
primento das obrigações trabalhistas, previdenciárias e para com o FGTS de que tra-
ta o inciso VII do caput deste artigo, a contratante comunicará o fato à contratada e 
reterá o pagamento da fatura mensal, em valor proporcional ao inadimplemento, até 
que a situação esteja regularizada.
§ 2º Na hipótese prevista no § 1º e em não havendo quitação das obrigações por 
parte da contratada, no prazo de até quinze dias, a contratante poderá efetuar o 
pagamento das obrigações diretamente aos empregados da contratada que tenham 
participado da execução dos serviços contratados.
§ 3º O sindicato representante da categoria do trabalhador deve ser notificado 
pela contratante para acompanhar o pagamento das verbas referidas nos § 1º e § 2º.
§ 4º O pagamento das obrigações de que trata o § 2º, caso ocorra, não configura 
vínculo empregatício ou implica a assunção de responsabilidade por quaisquer obri-
gações dele decorrentes entre a contratante e os empregados da contratada.
Art. 9º Os contratos de prestação de serviços continuados que envolvam dispo-
nibilização de pessoal da contratada de forma prolongada ou contínua para conse-
cução do objeto contratual exigirão:
I - apresentação pela contratada do quantitativo de empregados vinculados à 
execução do objeto do contrato de prestação de serviços, a lista de identificação 
destes empregados e respectivos salários;
SEMANA DE ATUALIZAÇÃO
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II - o cumprimento das obrigações estabelecidas em acordo, convenção, dissídio 
coletivo de trabalho ou equivalentes das categorias abrangidas pelo contrato; e
III - a relação de benefícios a serem concedidos pela contratada a seus emprega-
dos, que conterá, no mínimo, o auxílio-transporte e o auxílio-alimentação, quando 
esses forem concedidos pela contratante.
Parágrafo único. A administração pública não se vincula às disposições estabe-
lecidas em acordos, dissídios ou convenções coletivas de trabalho que tratem de:
I - pagamento de participação dos trabalhadores nos lucros ou nos resultados 
da empresa contratada; 
II - matéria não trabalhista, ou que estabeleçam direitos não previstos em lei, tais 
como valores ou índices obrigatórios de encargos sociais ou previdenciários; e
III - preços para os insumos relacionados ao exercício da atividade. 
Gestão e fiscalização da execução dos contratos
Art. 10. A gestão e a fiscalização da execução dos contratos compreendem o 
conjunto de ações que objetivam:
I - aferir o cumprimento dos resultados estabelecidos pela contratada;
II - verificar a regularidade das obrigações previdenciárias, fiscais e trabalhistas; e
III - prestar apoio à instrução processual e ao encaminhamento da documentação 
pertinente para a formalização dos procedimentos relativos a repactuação, reajus-
te, alteração, reequilíbrio, prorrogação, pagamento, aplicação de sanções, extinção 
dos contratos, entre outras, com vistas a assegurar o cumprimento das cláusulas do 
contrato a solução de problemas relacionados ao objeto.
Art. 11. A gestão e a fiscalização de que trata o art. 10 competem ao gestor da 
execução dos contratos, auxiliado pela fiscalização técnica, administrativa, setorial e 
pelo público usuário e, se necessário, poderá ter o auxílio de terceiro ou de empresa 
especializada, desde que justificada a necessidade de assistência especializada. 
CAPÍTULO IV
DA REPACTUAÇÃO E REAJUSTE 
Repactuação
Art. 12. Será admitida a repactuação de preços dos serviços continuados sob regime 
de mão de obra exclusiva, com vistas à adequação ao preço de mercado, desde que:
20
DIREITO ADMINISTRATIVO
I - seja observado o interregno mínimo de um ano das datas dos orçamentos para 
os quais a proposta se referir; e
II - seja demonstrada de forma analítica a variação dos componentes dos custos 
do contrato, devidamente justificada. 
Reajuste
Art. 13. O reajuste em sentido estrito, espécie de reajuste nos contratos de ser-
viço continuado sem dedicação exclusiva de mão de obra, consiste na aplicação 
de índice de correção monetária estabelecido no contrato, que retratará a variação 
efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais.
§ 1º É admitida a estipulação de reajuste em sentido estrito nos contratos de prazo 
de duração igual ou superior a um ano, desde que não haja regime de dedicação ex-
clusiva de mão de obra.
§ 2º Nas hipóteses em que o valor dos contratos de serviços continuados seja pre-
ponderantemente formado pelos custos dos insumos, poderá ser adotado o reajuste 
de que trata este artigo. 
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS 
Orientações gerais
Art. 14. As empresas públicas e as sociedades de economia mista controladas 
pela União adotarão os mesmos parâmetros das sociedades privadas naquilo quenão contrariar seu regime jurídico e o disposto neste Decreto.
Art. 15. O Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão expedirá 
normas complementares ao cumprimento do disposto neste Decreto. 
Disposições transitórias
Art. 16. Os contratos celebrados até a data de entrada em vigor deste Decreto, 
com fundamento no Decreto nº 2.271, de 7 de julho de 1997, ou os efetuados por 
empresas públicas, sociedades de economia mista controladas direta ou indireta-
mente pela União, poderão ser prorrogados, na forma do § 2º do art. 57 da Lei nº 
8.666, de 21 de junho de 1993, e observada, no que couber, a Lei nº 13.303, de 30 
de junho de 2016, desde que devidamente ajustados ao disposto neste Decreto. 
SEMANA DE ATUALIZAÇÃO
21
Revogação
Art. 17. Fica revogado o Decreto nº 2.271, de 1997. 
Vigência
Art. 18. Este Decreto entra em vigor cento e vinte dias após a data de sua publicação. 
Brasília, 21 de setembro de 2018; 197º da Independência e 130º da República.
MICHEL TEMER
Esteves Pedro Colnago Junior
* Este texto não substitui o publicado no DOU de 24.9.2018
22
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei nº 13.726, de 8 de outubro de 2018
Racionaliza atos e procedimentos administrativos dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e institui o Selo de Desburocratiza-
ção e Simplificação.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional de-
creta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Esta Lei racionaliza atos e procedimentos administrativos dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios mediante a supressão ou 
a simplificação de formalidades ou exigências desnecessárias ou superpostas, cujo 
custo econômico ou social, tanto para o erário como para o cidadão, seja superior 
ao eventual risco de fraude, e institui o Selo de Desburocratização e Simplificação.
Art. 2º (VETADO).
Art. 3º Na relação dos órgãos e entidades dos Poderes da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios com o cidadão, é dispensada a exigência de:
I - reconhecimento de firma, devendo o agente administrativo, confrontando a 
assinatura com aquela constante do documento de identidade do signatário, ou 
estando este presente e assinando o documento diante do agente, lavrar sua auten-
ticidade no próprio documento;
II - autenticação de cópia de documento, cabendo ao agente administrativo, me-
diante a comparação entre o original e a cópia, atestar a autenticidade;
III - juntada de documento pessoal do usuário, que poderá ser substituído por 
cópia autenticada pelo próprio agente administrativo;
IV - apresentação de certidão de nascimento, que poderá ser substituída por cé-
dula de identidade, título de eleitor, identidade expedida por conselho regional de 
fiscalização profissional, carteira de trabalho, certificado de prestação ou de isenção 
do serviço militar, passaporte ou identidade funcional expedida por órgão público;
V - apresentação de título de eleitor, exceto para votar ou para registrar candidatura;
VI - apresentação de autorização com firma reconhecida para viagem de menor 
se os pais estiverem presentes no embarque.
SEMANA DE ATUALIZAÇÃO
23
§ 1º É vedada a exigência de prova relativa a fato que já houver sido comprovado 
pela apresentação de outro documento válido.
§ 2º Quando, por motivo não imputável ao solicitante, não for possível obter di-
retamente do órgão ou entidade responsável documento comprobatório de regula-
ridade, os fatos poderão ser comprovados mediante declaração escrita e assinada 
pelo cidadão, que, em caso de declaração falsa, ficará sujeito às sanções adminis-
trativas, civis e penais aplicáveis.
§ 3º Os órgãos e entidades integrantes de Poder da União, de Estado, do Distrito 
Federal ou de Município não poderão exigir do cidadão a apresentação de certidão 
ou documento expedido por outro órgão ou entidade do mesmo Poder, ressalvadas 
as seguintes hipóteses:
I - certidão de antecedentes criminais;
II - informações sobre pessoa jurídica;
III - outras expressamente previstas em lei.
Art. 4º (VETADO).
Art. 5º Os Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
poderão criar grupos setoriais de trabalho com os seguintes objetivos:
I - identificar, nas respectivas áreas, dispositivos legais ou regulamentares que 
prevejam exigências descabidas ou exageradas ou procedimentos desnecessários 
ou redundantes;
II - sugerir medidas legais ou regulamentares que visem a eliminar o excesso de 
burocracia.
Art. 6º Ressalvados os casos que impliquem imposição de deveres, ônus, san-
ções ou restrições ao exercício de direitos e atividades, a comunicação entre o Po-
der Público e o cidadão poderá ser feita por qualquer meio, inclusive comunicação 
verbal, direta ou telefônica, e correio eletrônico, devendo a circunstância ser regis-
trada quando necessário.
Art. 7º É instituído o Selo de Desburocratização e Simplificação, destinado a 
reconhecer e a estimular projetos, programas e práticas que simplifiquem o fun-
cionamento da administração pública e melhorem o atendimento aos usuários dos 
serviços públicos.
24
DIREITO ADMINISTRATIVO
Parágrafo único. O Selo será concedido na forma de regulamento por comissão 
formada por representantes da Administração Pública e da sociedade civil, observa-
dos os seguintes critérios:
I - a racionalização de processos e procedimentos administrativos;
II - a eliminação de formalidades desnecessárias ou desproporcionais para as 
finalidades almejadas;
III - os ganhos sociais oriundos da medida de desburocratização;
IV - a redução do tempo de espera no atendimento dos serviços públicos;
V - a adoção de soluções tecnológicas ou organizacionais que possam ser repli-
cadas em outras esferas da administração pública.
Art. 8º A participação do servidor no desenvolvimento e na execução de projetos 
e programas que resultem na desburocratização do serviço público será registrada 
em seus assentamentos funcionais.
Art. 9º Os órgãos ou entidades estatais que receberem o Selo de Desburocrati-
zação e Simplificação serão inscritos em Cadastro Nacional de Desburocratização.
Parágrafo único. Serão premiados, anualmente, 2 (dois) órgãos ou entidades, em cada 
unidade federativa, selecionados com base nos critérios estabelecidos por esta Lei.
Art. 10. (VETADO). 
Brasília, 8 de outubro de 2018; 197º da Independência e 130º da República. 
MICHEL TEMER
Eliseu Padilha
Grace Maria Fernandes Mendonça
* Este texto não substitui o publicado no DOU de 9.10.2018
SEMANA DE ATUALIZAÇÃO
25
Sumula 623 STJ (12/12/18)
As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo admissível co-
brá-las do proprietário ou possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha do credor.
Sumula 621 STJ (17/12/18)
Os efeitos da sentença que reduz, majora ou exonera o alimentante do paga-
mento retroagem à data da citação, vedadas a compensação e a repetibilidade.
Sumula 620 STJ (17/12/18)
A embriaguez do segurado não exime a seguradora do pagamento da indeni-
zação prevista em contrato de seguro de vida.
Sumula 619 STJ (30/10/18)
A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza 
precária, insuscetível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias.
RESP 1.715.438/RS
STJ altera sua interpretação do art. 1.698 do CC/2002 no sentido de não caber 
chamamento ao processo, entendendo que “a natureza jurídica do mecanismo de 
SEMANA DE 
ATUALIZAÇÃO
JURISPRUDÊNCIA
DIREITO CIVIL
DIREITO CIVIL
26
integração posterior do polo passivo ali previsto é de litisconsórcio facultativo ul-
terior simples, com a particularidade, decorrente da realidade do direito material, 
de que a formação dessa singular espécie de litisconsórcio não ocorre somen-
te por iniciativa exclusiva do autor, mas tambémpor provocação do réu ou 
do Ministério Público, quando o credor dos alimentos for incapaz”.
RESP 1.473.484/RS
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. RESPONSABILIDAD DO 
CONDOMÍNIO POR DANOS A TERCEIRO. OBRIGAÇÃO DO CONDÔMINO PE-
LAS DESPESAS CONDOMINIAIS, NA MEDIDA DE SUA COTA-PARTE. FATO AN-
TERIOR À CONSTITUIÇÃO DA PROPRIEDADE. DÍVIDA PROPTER REM. PENHO-
RABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA. POSSIBILIDADE. LEI N. 8.009/1990, ART. 3º, IV.
1. Constitui obrigação de todo condômino concorrer para as despesas condomi-
niais, na proporção de sua cota-parte, dada a natureza de comunidade singular do 
condomínio, centro de interesses comuns, que se sobrepõe ao interesse individual.
2. As despesas condominiais, inclusive as decorrentes de decisões judiciais, 
são obrigações propter rem e, por isso, será responsável pelo seu pagamento, na 
proporção de sua fração ideal, aquele que detém a qualidade de proprietário da 
unidade imobiliária ou seja titular de um dos aspectos da propriedade (posse, gozo, 
fruição), desde que tenha estabelecido relação jurídica direta com o condomí-
nio, ainda que a dívida seja anterior à aquisição do imóvel.
3. Portanto, uma vez ajuizada a execução em face do condomínio, se inexistente 
patrimônio próprio para satisfação do crédito, podem os condôminos ser chamados 
a responder pela dívida, na proporção de sua fração ideal. 
4. O bem residencial da família é penhorável para atender às despesas co-
muns de condomínio, que gozam de prevalência sobre interesses individuais de um 
condômino, nos termos da ressalva inserta na Lei n. 8.009/1990 (art. 3º, IV).
6. Recurso especial não provido.
SEMANA DE ATUALIZAÇÃO
27
LEGISLAÇÃO
Lei nº 13.792, de 3 de janeiro de 2019
Altera dispositivos da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), 
para modificar o quórum de deliberação no âmbito das sociedades limitadas.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decre-
ta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Esta Lei modifica o quórum de deliberação nas sociedades de responsabi-
lidade limitada nos casos mencionados. 
Art. 2º O § 1º do art. 1.063 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código 
Civil), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1.063. ..............................................................................................................
§ 1º Tratando-se de sócio nomeado administrador no contrato, sua destituição 
somente se opera pela aprovação de titulares de quotas correspondentes a mais da 
metade do capital social, salvo disposição contratual diversa.
.......................................................................................................................” (NR) 
Art. 3º O caput do art. 1.076 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código 
Civil), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1.076. Ressalvado o disposto no art. 1.061, as deliberações dos sócios serão 
tomadas:
......................................................................................................................” (NR) 
Art. 4º O parágrafo único do art. 1.085 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 
(Código Civil), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1.085. ............................................................................................................
Parágrafo único. Ressalvado o caso em que haja apenas dois sócios na socieda-
de, a exclusão de um sócio somente poderá ser determinada em reunião ou assem-
bleia especialmente convocada para esse fim, ciente o acusado em tempo hábil para 
permitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa.” (NR) 
DIREITO CIVIL
28
Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 3 de janeiro de 2019; 198º da Independência e 131º da República. 
JAIR MESSIAS BOLSONARO
Sérgio Moro
Paulo Guedes
André Luiz de Almeida Mendonça
* Este texto não substitui o publicado no DOU de 4.1.2019
SEMANA DE ATUALIZAÇÃO
29
Lei nº 13.786, de 27 de dezembro de 2018.
Altera as Leis nos 4.591, de 16 de dezembro de 1964, e 6.766, de 19 de de-
zembro de 1979, para disciplinar a resolução do contrato por inadimplemento do 
adquirente de unidade imobiliária em incorporação imobiliária e em parcelamento 
de solo urbano.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decre-
ta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Esta Lei altera as Leis nos 4.591, de 16 de dezembro de 1964, e 6.766, 
de 19 de dezembro de 1979, para disciplinar a resolução do contrato por inadim-
plemento do adquirente de unidade imobiliária em incorporação imobiliária e em 
parcelamento de solo urbano.
Art. 2º A Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, passa a vigorar acrescida dos 
seguintes arts. 35-A, 43-A e 67-A:
“Art. 35-A. Os contratos de compra e venda, promessa de venda, cessão ou pro-
messa de cessão de unidades autônomas integrantes de incorporação imobiliária 
serão iniciados por quadro-resumo, que deverá conter:
I - o preço total a ser pago pelo imóvel;
II - o valor da parcela do preço a ser tratada como entrada, a sua forma de paga-
mento, com destaque para o valor pago à vista, e os seus percentuais sobre o valor 
total do contrato;
III - o valor referente à corretagem, suas condições de pagamento e a identifica-
ção precisa de seu beneficiário;
IV - a forma de pagamento do preço, com indicação clara dos valores e vencimen-
tos das parcelas;
V - os índices de correção monetária aplicáveis ao contrato e, quando houver plu-
ralidade de índices, o período de aplicação de cada um;
VI - as consequências do desfazimento do contrato, seja por meio de distrato, seja 
por meio de resolução contratual motivada por inadimplemento de obrigação do ad-
quirente ou do incorporador, com destaque negritado para as penalidades aplicáveis 
e para os prazos para devolução de valores ao adquirente;
DIREITO CIVIL
30
VII - as taxas de juros eventualmente aplicadas, se mensais ou anuais, se nominais 
ou efetivas, o seu período de incidência e o sistema de amortização;
VIII - as informações acerca da possibilidade do exercício, por parte do adquirente do 
imóvel, do direito de arrependimento previsto no art. 49 da Lei nº 8.078, de 11 de setem-
bro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor), em todos os contratos firmados em 
estandes de vendas e fora da sede do incorporador ou do estabelecimento comercial;
IX - o prazo para quitação das obrigações pelo adquirente após a obtenção do 
auto de conclusão da obra pelo incorporador;
X - as informações acerca dos ônus que recaiam sobre o imóvel, em especial 
quando o vinculem como garantia real do financiamento destinado à construção do 
investimento;
XI - o número do registro do memorial de incorporação, a matrícula do imóvel e a 
identificação do cartório de registro de imóveis competente;
XII - o termo final para obtenção do auto de conclusão da obra (habite-se) e os 
efeitos contratuais da intempestividade prevista no art. 43-A desta Lei.
§ 1º Identificada a ausência de quaisquer das informações previstas no caput 
deste artigo, será concedido prazo de 30 (trinta) dias para aditamento do contrato e 
saneamento da omissão, findo o qual, essa omissão, se não sanada, caracterizará 
justa causa para rescisão contratual por parte do adquirente.
§ 2º A efetivação das consequências do desfazimento do contrato, referidas no 
inciso VI do caput deste artigo, dependerá de anuência prévia e específica do adqui-
rente a seu respeito, mediante assinatura junto a essas cláusulas, que deverão ser 
redigidas conforme o disposto no § 4º do art. 54 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro 
de 1990 (Código de Defesa do Consumidor).”
“Art. 43-A. A entrega do imóvel em até 180 (cento e oitenta) dias corridos da data 
estipulada contratualmente como data prevista para conclusãodo empreendimento, 
desde que expressamente pactuado, de forma clara e destacada, não dará causa à 
resolução do contrato por parte do adquirente nem ensejará o pagamento de qual-
quer penalidade pelo incorporador.
§ 1º Se a entrega do imóvel ultrapassar o prazo estabelecido no caput deste arti-
go, desde que o adquirente não tenha dado causa ao atraso, poderá ser promovida 
SEMANA DE ATUALIZAÇÃO
31
por este a resolução do contrato, sem prejuízo da devolução da integralidade de 
todos os valores pagos e da multa estabelecida, em até 60 (sessenta) dias corridos 
contados da resolução, corrigidos nos termos do § 8º do art. 67-A desta Lei.
§ 2º Na hipótese de a entrega do imóvel estender-se por prazo superior àquele 
previsto no caput deste artigo, e não se tratar de resolução do contrato, será devida 
ao adquirente adimplente, por ocasião da entrega da unidade, indenização de 1% 
(um por cento) do valor efetivamente pago à incorporadora, para cada mês de atraso, 
pro rata die, corrigido monetariamente conforme índice estipulado em contrato.
§ 3º A multa prevista no § 2º deste artigo, referente a mora no cumprimento da 
obrigação, em hipótese alguma poderá ser cumulada com a multa estabelecida no § 
1º deste artigo, que trata da inexecução total da obrigação.”
“Art. 67-A. Em caso de desfazimento do contrato celebrado exclusivamente com 
o incorporador, mediante distrato ou resolução por inadimplemento absoluto de 
obrigação do adquirente, este fará jus à restituição das quantias que houver pago di-
retamente ao incorporador, atualizadas com base no índice contratualmente estabe-
lecido para a correção monetária das parcelas do preço do imóvel, delas deduzidas, 
cumulativamente:
I - a integralidade da comissão de corretagem;
II - a pena convencional, que não poderá exceder a 25% (vinte e cinco por cento) 
da quantia paga.
§ 1º Para exigir a pena convencional, não é necessário que o incorporador alegue 
prejuízo.
§ 2º Em função do período em que teve disponibilizada a unidade imobiliária, 
responde ainda o adquirente, em caso de resolução ou de distrato, sem prejuízo do 
disposto no caput e no § 1º deste artigo, pelos seguintes valores:
I - quantias correspondentes aos impostos reais incidentes sobre o imóvel;
II - cotas de condomínio e contribuições devidas a associações de moradores;
III - valor correspondente à fruição do imóvel, equivalente à 0,5% (cinco décimos 
por cento) sobre o valor atualizado do contrato, pro rata die;
IV - demais encargos incidentes sobre o imóvel e despesas previstas no contrato.
DIREITO CIVIL
32
§ 3º Os débitos do adquirente correspondentes às deduções de que trata o § 2º 
deste artigo poderão ser pagos mediante compensação com a quantia a ser restituída.
§ 4º Os descontos e as retenções de que trata este artigo, após o desfazimento 
do contrato, estão limitados aos valores efetivamente pagos pelo adquirente, salvo 
em relação às quantias relativas à fruição do imóvel.
§ 5º Quando a incorporação estiver submetida ao regime do patrimônio de afeta-
ção, de que tratam os arts. 31-A a 31-F desta Lei, o incorporador restituirá os valores 
pagos pelo adquirente, deduzidos os valores descritos neste artigo e atualizados 
com base no índice contratualmente estabelecido para a correção monetária das 
parcelas do preço do imóvel, no prazo máximo de 30 (trinta) dias após o habite-
-se ou documento equivalente expedido pelo órgão público municipal competente, 
admitindo se, nessa hipótese, que a pena referida no inciso II do caput deste artigo 
seja estabelecida até o limite de 50% (cinquenta por cento) da quantia paga. 
§ 6º Caso a incorporação não esteja submetida ao regime do patrimônio de afe-
tação de que trata a Lei nº 10.931, de 2 de agosto de 2004, e após as deduções a 
que se referem os parágrafos anteriores, se houver remanescente a ser ressarcido 
ao adquirente, o pagamento será realizado em parcela única, após o prazo de 180 
(cento e oitenta) dias, contado da data do desfazimento do contrato.
§ 7º Caso ocorra a revenda da unidade antes de transcorrido o prazo a que se 
referem os §§ 5º ou 6º deste artigo, o valor remanescente devido ao adquirente será 
pago em até 30 (trinta) dias da revenda.
§ 8º O valor remanescente a ser pago ao adquirente nos termos do § 7º deste 
artigo deve ser atualizado com base no índice contratualmente estabelecido para a 
correção monetária das parcelas do preço do imóvel.
§ 9º Não incidirá a cláusula penal contratualmente prevista na hipótese de o ad-
quirente que der causa ao desfazimento do contrato encontrar comprador substituto 
que o sub-rogue nos direitos e obrigações originalmente assumidos, desde que haja 
a devida anuência do incorporador e a aprovação dos cadastros e da capacidade 
financeira e econômica do comprador substituto.
§ 10. Os contratos firmados em estandes de vendas e fora da sede do incorpo-
rador permitem ao adquirente o exercício do direito de arrependimento, durante o 
prazo improrrogável de 7 (sete) dias, com a devolução de todos os valores eventual-
mente antecipados, inclusive a comissão de corretagem.
SEMANA DE ATUALIZAÇÃO
33
§ 11. Caberá ao adquirente demonstrar o exercício tempestivo do direito de ar-
rependimento por meio de carta registrada, com aviso de recebimento, considerada 
a data da postagem como data inicial da contagem do prazo a que se refere o § 10 
deste artigo.
§ 12. Transcorrido o prazo de 7 (sete) dias a que se refere o § 10 deste artigo sem 
que tenha sido exercido o direito de arrependimento, será observada a irretratabili-
dade do contrato de incorporação imobiliária, conforme disposto no § 2º do art. 32 
da Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964.
§ 13. Poderão as partes, em comum acordo, por meio de instrumento específico 
de distrato, definir condições diferenciadas das previstas nesta Lei.
§ 14. Nas hipóteses de leilão de imóvel objeto de contrato de compra e venda 
com pagamento parcelado, com ou sem garantia real, de promessa de compra e 
venda ou de cessão e de compra e venda com pacto adjeto de alienação fiduciária 
em garantia, realizado o leilão no contexto de execução judicial ou de procedimento 
extrajudicial de execução ou de resolução, a restituição far-se-á de acordo com os 
critérios estabelecidos na respectiva lei especial ou com as normas aplicáveis à exe-
cução em geral.” 
Art. 3º A Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979, passa a vigorar com as se-
guintes alterações:
“Art. 26-A. Os contratos de compra e venda, cessão ou promessa de cessão de 
loteamento devem ser iniciados por quadro-resumo, que deverá conter, além das 
indicações constantes do art. 26 desta Lei:
I - o preço total a ser pago pelo imóvel;
II - o valor referente à corretagem, suas condições de pagamento e a identificação 
precisa de seu beneficiário;
III - a forma de pagamento do preço, com indicação clara dos valores e vencimen-
tos das parcelas;
IV - os índices de correção monetária aplicáveis ao contrato e, quando houver 
pluralidade de índices, o período de aplicação de cada um;
V - as consequências do desfazimento do contrato, seja mediante distrato, seja 
por meio de resolução contratual motivada por inadimplemento de obrigação do 
DIREITO CIVIL
34
adquirente ou do loteador, com destaque negritado para as penalidades aplicáveis e 
para os prazos para devolução de valores ao adquirente;
VI - as taxas de juros eventualmente aplicadas, se mensais ou anuais, se nominais 
ou efetivas, o seu período de incidência e o sistema de amortização;
VII - as informações acerca da possibilidade do exercício, por parte do adquirente 
do imóvel, do direito de arrependimento previsto no art. 49 da Lei nº 8.078, de 11 de 
setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor), em todos os contratos firmados 
em estandes de vendas e fora da sede do loteador ou do estabelecimento comercial;VIII - o prazo para quitação das obrigações pelo adquirente após a obtenção do 
termo de vistoria de obras;
IX - informações acerca dos ônus que recaiam sobre o imóvel;
X - o número do registro do loteamento ou do desmembramento, a matrícula do 
imóvel e a identificação do cartório de registro de imóveis competente;
XI - o termo final para a execução do projeto referido no § 1º do art. 12 desta Lei e 
a data do protocolo do pedido de emissão do termo de vistoria de obras.
§ 1º Identificada a ausência de quaisquer das informações previstas no caput 
deste artigo, será concedido prazo de 30 (trinta) dias para aditamento do contrato e 
saneamento da omissão, findo o qual, essa omissão, se não sanada, caracterizará 
justa causa para rescisão contratual por parte do adquirente.
§ 2º A efetivação das consequências do desfazimento do contrato, mencionadas 
no inciso V do caput deste artigo, dependerá de anuência prévia e específica do ad-
quirente a seu respeito, mediante assinatura junto a essas cláusulas, que deverão ser 
redigidas conforme o disposto no § 4º do art. 54 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro 
de 1990 (Código de Defesa do Consumidor).”
“Art. 32-A. Em caso de resolução contratual por fato imputado ao adquirente, 
respeitado o disposto no § 2º deste artigo, deverão ser restituídos os valores pagos 
por ele, atualizados com base no índice contratualmente estabelecido para a cor-
reção monetária das parcelas do preço do imóvel, podendo ser descontados dos 
valores pagos os seguintes itens:
I - os valores correspondentes à eventual fruição do imóvel, até o equivalente a 
0,75% (setenta e cinco centésimos por cento) sobre o valor atualizado do contrato, 
SEMANA DE ATUALIZAÇÃO
35
cujo prazo será contado a partir da data da transmissão da posse do imóvel ao ad-
quirente até sua restituição ao loteador;
II - o montante devido por cláusula penal e despesas administrativas, inclusive 
arras ou sinal, limitado a um desconto de 10% (dez por cento) do valor atualizado 
do contrato;
III - os encargos moratórios relativos às prestações pagas em atraso pelo adqui-
rente;
IV - os débitos de impostos sobre a propriedade predial e territorial urbana, con-
tribuições condominiais, associativas ou outras de igual natureza que sejam a estas 
equiparadas e tarifas vinculadas ao lote, bem como tributos, custas e emolumentos 
incidentes sobre a restituição e/ou rescisão;
V - a comissão de corretagem, desde que integrada ao preço do lote.
§ 1º O pagamento da restituição ocorrerá em até 12 (doze) parcelas mensais, 
com início após o seguinte prazo de carência:
I - em loteamentos com obras em andamento: no prazo máximo de 180 (cento e 
oitenta) dias após o prazo previsto em contrato para conclusão das obras;
II - em loteamentos com obras concluídas: no prazo máximo de 12 (doze) meses 
após a formalização da rescisão contratual.
§ 2º Somente será efetuado registro do contrato de nova venda se for compro-
vado o início da restituição do valor pago pelo vendedor ao titular do registro can-
celado na forma e condições pactuadas no distrato, dispensada essa comprovação 
nos casos em que o adquirente não for localizado ou não tiver se manifestado, nos 
termos do art. 32 desta Lei.
§ 3º O procedimento previsto neste artigo não se aplica aos contratos e escritu-
ras de compra e venda de lote sob a modalidade de alienação fiduciária nos termos 
da Lei n° 9.514, de 20 de novembro de 1997.”
“Art. 34. ..................................................................................................................
§ 1º ......................................................................................................................... 
§ 2º No prazo de 60 (sessenta) dias, contado da constituição em mora, fica o 
loteador, na hipótese do caput deste artigo, obrigado a alienar o imóvel mediante 
DIREITO CIVIL
36
leilão judicial ou extrajudicial, nos termos da Lei nº 9.514, de 20 de novembro de 
1997.” (NR)
“Art. 35. Se ocorrer o cancelamento do registro por inadimplemento do contrato, 
e tiver sido realizado o pagamento de mais de 1/3 (um terço) do preço ajustado, o 
oficial do registro de imóveis mencionará esse fato e a quantia paga no ato do can-
celamento, e somente será efetuado novo registro relativo ao mesmo lote, mediante 
apresentação do distrato assinado pelas partes e a comprovação do pagamento da 
parcela única ou da primeira parcela do montante a ser restituído ao adquirente, na 
forma do art. 32-A desta Lei, ao titular do registro cancelado, ou mediante depósito 
em dinheiro à sua disposição no registro de imóveis.
..................................................................................................................................
§ 3º A obrigação de comprovação prévia de pagamento da parcela única ou da 
primeira parcela como condição para efetivação de novo registro, prevista no caput 
deste artigo, poderá ser dispensada se as partes convencionarem de modo diverso 
e de forma expressa no documento de distrato por elas assinado.” (NR)
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 27 de dezembro de 2018; 197º da Independência e 130º da República. 
MICHEL TEMER
Torquato Jardim
Eduardo Refinetti Guardia
* Este texto não substitui o publicado no DOU de 28.12.2018
SEMANA DE ATUALIZAÇÃO
37
Lei nº 13.777, de 20 de dezembro de 2018
Altera as Leis nos 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e 6.015, de 
31 de dezembro de 1973 (Lei dos Registros Públicos), para dispor sobre o regime 
jurídico da multipropriedade e seu registro.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decre-
ta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º O Título III do Livro III da Parte Especial da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro 
de 2002 (Código Civil), passa a vigorar acrescido do seguinte Capítulo VII-A: 
“Capítulo VII-A
Do condomínio em multipropriedade 
Seção I
Disposições gerais 
Art. 1.358-B. A multipropriedade reger-se-á pelo disposto neste Capítulo e, 
de forma supletiva e subsidiária, pelas demais disposições deste Código e pelas 
disposições das Leis nos 4.591, de 16 de dezembro de 1964, e 8.078, de 11 de 
setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor).
Art. 1.358-C. Multipropriedade é o regime de condomínio em que cada um dos 
proprietários de um mesmo imóvel é titular de uma fração de tempo, à qual cor-
responde a faculdade de uso e gozo, com exclusividade, da totalidade do imóvel, 
a ser exercida pelos proprietários de forma alternada.
Parágrafo único. A multipropriedade não se extinguirá automaticamente se todas 
as frações de tempo forem do mesmo multiproprietário.
Art. 1.358-D. O imóvel objeto da multipropriedade:
I - é indivisível, não se sujeitando a ação de divisão ou de extinção de condomínio; 
II - inclui as instalações, os equipamentos e o mobiliário destinados a seu uso e 
gozo.
Art. 1.358-E. Cada fração de tempo é indivisível.
§ 1º O período correspondente a cada fração de tempo será de, no mínimo, 7 
(sete) dias, seguidos ou intercalados, e poderá ser:
I - fixo e determinado, no mesmo período de cada ano;
DIREITO CIVIL
38
II - flutuante, caso em que a determinação do período será realizada de forma peri-
ódica, mediante procedimento objetivo que respeite, em relação a todos os multipro-
prietários, o princípio da isonomia, devendo ser previamente divulgado; ou
III - misto, combinando os sistemas fixo e flutuante.
§ 2º Todos os multiproprietários terão direito a uma mesma quantidade mínima 
de dias seguidos durante o ano, podendo haver a aquisição de frações maiores 
que a mínima, com o correspondente direito ao uso por períodos também maiores.
Seção II
Da Instituição da Multipropriedade 
Art. 1.358-F. Institui-se a multipropriedade por ato entre vivos ou testamento, re-
gistrado no competente cartório

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