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Alimentos Funcionais

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Alimentos funcionais
Os alimentos funcionais fazem parte de uma nova concepção de alimentos, tendo sido o Japão o país pioneiro na formulação de regulamentação específica para esse grupo de alimentos. 
Os alimentos funcionais podem ser entendidos como aqueles que, além das propriedades nutricionais básicas, apresentam propriedades benéficas, auxiliando na redução do risco das DCNT.
Segundo Dolinsky (2009), os alimentos funcionais se caracterizam por oferecer vários benefícios à saúde de quem os consome com regularidade, além do valor nutritivo inerente à sua composição química básica. Esses alimentos podem ser classificados quanto à sua origem (animal ou vegetal) ou quanto aos benefícios que podem oferecer ao nosso organismo. 
Os alimentos funcionais e os nutracêuticos comumente têm sido considerados sinônimos, no entanto, os alimentos funcionais devem estar na forma de alimento comum, ser consumidos como parte da dieta e produzir benefícios específicos à saúde, tais como a redução do risco de diversas doenças e a manutenção do bem-estar físico e mental. Alimentos funcionais podem ser definidos como alimentos semelhantes em aparência ao alimento convencional, consumido como parte da dieta usual, capaz de produzir efeitos metabólicos ou fisiológicos demonstráveis, úteis na manutenção de uma boa saúde física e mental, podendo auxiliar na redução do risco de doenças crônicas não transmissíveis, além de suas funções nutricionais básicas (COZZOLINO, 2012).
Nutracêuticos são produtos que têm constituintes bioativos, extraídos de alimentos, porém comercializados na forma de produtos farmacêuticos, como cápsulas, soluções, géis, pós e granulados. Essa variedade de produtos não pode ser verdadeiramente classificada como alimentos, então um termo híbrido de “nutrientes” e “farmacêuticos” foi criado pela Foundation for Innovation in Medicine dos Estados Unidos em 1989/90.
As substâncias biologicamente ativas encontradas nos alimentos funcionais podem ser classificadas em grupos tais como: probióticos, prebióticos e simbióticos, alimentos sulfurados e nitrogenados, pigmentos e vitaminas, compostos fenólicos, ácidos graxos polinsaturados e fibras (MORAES; COLLA, 2006). A tabela a seguir traz mais informações sobre esses grupos de alimentos e algumas características importantes dos mesmos.
GRUPOS DE ALIMENTOS CARACTERÍSTICAS PROBIÓTICOS, PREBIÓTICOS E SIMBIÓTICOS: 
Probióticos: microrganismos que contribuem para o controle da microbiota intestinal, o que traz benefícios imunológicos, melhoria nos níveis plasmáticos de lipídeos, dentre outros. Geralmente os iogurtes e leites fermentados são os alimentos mais comuns a serem suplementados com probióticos.
Prebióticos: oligossacarídeos não digeríveis, porém fermentáveis, cuja função é mudar a atividade e a composição da microbiota intestinal, com a perspectiva de promover a saúde do hospedeiro. A inulina e os FOS (fruto-oligossacarídeo) são exemplos de fibras que atuam dessa forma, estando presente em alimentos como a chicória, alhos, banana, alcachofra, dentre outros.
Simbióticos: produtos que têm a combinação de probióticos e prebióticos.
 
GRUPOS DE ALIMENTOS CARACTERÍSTICAS COMPOSTOS FENÓLICOS
São inúmeras substâncias, com diferentes níveis de complexidade, sendo classificados em diferentes grupos. Englobam alguns pigmentos como as antocianinas e antoxantinas, as isoflavonas e outras substâncias de efeito antioxidante de efeito sistêmico. Presentes em alimentos dos mais variados, de preferência frescos, como frutas, verduras e legumes, e em produtos à base de soja (isoflavonas).
ÁCIDOS GRAXOS POLINSATURADOSOs
Principais ácidos graxos da família ômega-3 são alfa-linolênico, o eicosapentanoico (EPA) e o docosaexaenóico (DHA). Os ácidos graxos da família ômega-6 mais importantes são o linoléico e ao araquidônico. 
Os ácidos graxos da série ômega-3 são precursores de prostaglandinas, leucotrienos e tromboxanos com atividade antiinflamatória, anticoagulante e vasodilatadora. 
Os da série ômega-6 são componentes de membrana celular, influenciando a viscosidade sanguínea, a permeabilidade dos vasos, também atuando na reação inflamatória e funções plaquetárias. 
Os ácidos graxos polinsaturados são encontrados em peixes de água fria (salmão, atum, sardinha, bacalhau, arenque, cavala), óleos vegetais, sementes de linhaça e oleaginosas. 
A legislação brasileira não conceitua alimentos funcionais, mas define as alegações de propriedades funcionais e/ou de saúde para um grupo de alimentos que já têm ação comprovada cientificamente. Segundo a RDC nº18 de 30 de abril de 1999, da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) (BRASIL, 1999), a alegação de propriedade funcional é aquela relativa ao papel metabólico ou fisiológico que o nutriente ou não nutriente tem no crescimento, desenvolvimento, na manutenção e em outras funções normais do organismo humano. Já a alegação de propriedade de saúde é aquela que afirma, sugere ou implica a existência da relação entre o alimento ou ingrediente com doença ou condição relacionada à saúde. Portanto, a regulamentação dessas alegações tem como objetivo garantir que as informações sobre as propriedades e os benefícios dos alimentos e seus constituintes sejam fundamentadas em evidências científicas adequadas e sejam realizadas em um contexto que contribua para uma alimentação mais equilibrada e saudável, evitando o uso dessas informações com foco apenas em questões comerciais (BRASIL, 2013).

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